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THP TEORIA E HISTÓRIA DO PAISGISMO PROF. ARQ. LEONARDO MARQUES HORTENCIO AE-06_O paisagismo no Renascimento 2016-01 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO RENASCIMENTO: O CULTO AO HOMEM IDADE MÉDIA - RENASCIMENTO - BARROCO INTERMEDIAÇÃO DO PROCESSO DE TRANSFERÊNCIA DE PODER DAS MÃOS DA IGREJA CRISTÃ PARA O ABSOLUTISMO REAL. - DECADÊNCIA DO FEUDALISMO; - FORTALECIMENTO DO COMÉRCIO; - EXPANSÃO DOS DOMÍNIOS EUROPEUS; - DESENVOLVIMENTO TÉCNICO E CIENTÍFICO; - RESSURGIMENTO DAS CIDADES EUROPÉIAS; - RETOMADA DE PODER PELA REALEZA. RELAÇÕES COMERCIAIS CAPITALISMO INDIVIDUALISMO HUMANISMO RAZÃO X FÉ ANTROPOCENTRISMO X TEOCENTRISMO RACIONALISMO NOVO MÉTODO DE TRABALHAR A ARQUITETURA ELABORADO POR FILIPPO BRUNELLESCHI SISTEMATIZADO POR LEON ALBERTI TRATADO DE RE AEDIFICATORIA PROJETO - EXECUÇÃO ARQUITETO - OPERÁRIO ELITIZAÇÃO - ERUDIÇÃO - INTELECTUALIZAÇÃO PROJETO COMO ESSÊNCIA DA OBRA DE ARTE ARTISTA TOTAL = INTELECTUAL (PINTOR, ESCULTOR, ARQUITETO) Palazzo Picolomini Jardim Palazzo Picolomini O Palazzo Piccolomini em Pienza O jardim do renascimento italiano era organizado segundo regras arquitetônicas rígidas, desenhando todo um conjunto arquitetônico que reflete a grandiosidade da época e uma crença renascida nas capacidades do homem. O edifício é o elemento que ordena e desenha todo o conjunto. A natureza apresenta‐se controlada e intelectualizada, subjugada à construção humana. Os elementos naturais são tratados como qualquer outro material de construção, em que nada é deixado ao acaso com o objetivo de criar uma obra unitária. O desenho dos jardins do renascimento manifesta a crença nas capacidades do homem do renascimento e, ao “tornar arquitetônico” todo o desenho, exprime o domínio do homem sobre a natureza. A água e a sombra são novamente elementos preponderantes no desenho do jardim. RENASCIMENTO ITALIANO Uso de escadarias e terraços acompanhados de corredeiras de água; União dos jardins à casa por meio de galerias externas e outras prolongações arquitetônicas; Os jardins eram tidos como centros de retiro intelectual; A vegetação era considerada secundária; Podas e cortes em formas determinadas, conhecidas anteriormente nos jardins romanos por topiárias; Os vegetais mais utilizados foram: o louro, o cipreste, o azinheiro, o buxo e o pinheiro entre outros vegetais característicos dos jardins-italianos do Renascimento; Os jardins e a paisagem ‘‘eram desenhados’’ com régua e compasso, caracterizando a simetria de linhas geométricas; Havia também muito contraste entre as formas naturais e as criadas pelo homem. RENASCIMENTO ITALIANO No primeiro momento do jardim italiano, como se estava passando por um período de guerras e de dificuldades econômicas, não se modificava muito a topografia. Ou seja, usava-se o traçado retilíneo independente da topografia do terreno. Em um segundo momento, já se usavam os desníveis. Se usavam fontes, bancos, escadarias e eixos de circulação. Os projetos urbanos já começavam a influenciar o projeto paisagístico, que obedeciam ao traçado romano - uma rua principal em um sentido, uma em outro e algumas diagonais gerando várias quadras. Com a evolução do traçado paisagístico, o projeto de arquitetura aproveitava os desníveis e trabalhavam com jardins em platôs, conectados através de escadarias e apontando para um ponto focal, ordenados através das topiárias. VILLA MEDICI - FIESOLI Edificada em 1451-1457 foi a quarta mais antiga villa dos Medicis e uma das mais bem Conservadas. Planta bastante quadrangular - Típica construção da primeira fase do Renascimento. VILLA MEDICI - FIESOLI Implantada em um declive bastante acentuado. O aspecto desta villa é muito diferente do das villas Medicis precedentes: desaparece a componente defensivo-militar, e por isso faltam as torres, as ponte suspensas e os fossos. Os alpendres são um claro sinal de abertura ao exterior, ao contrário do que acontece nas fortificações encerradas. A estrutura do edifício resolve engenhosamente o problema da inclinação, graças a uma distribuição dos ambientes em vários níveis: o plano inferior usado como adegas, estábulos e outros ambientes cobertos por abóbadas, enquanto que o superior, pelo contrário, era destinado à residência senhorial, com os quartos, as salas, a biblioteca e até uma divisão dedicada à música. Deste modo, aquele que parecia ser o piso térreo ao nível superior era, na realidade, o segundo andar do edifício, magnificamente apontado sobre a paisagem. VILLA MEDICI - FIESOLI Nos terraços situados abaixo encontram-se os jardins suspensos, com galerias em pedra e canteiros geométricos. VILLA MEDICI - FIESOLI A personalidade de João Medici manifestou-se no forte redimensionamento da componente agrícola e produtiva da villa, em ordem a uma total dedicação à distração e ao ócio físico que favorecessem a contemplação e a atividade intelectual. Era, de fato, a primeira vez que se dotava uma residência agreste de jardim, em vez de ser circundada por terrenos agrícolas: este fato, unido à falta de estruturas militares, fizeram desta villa um dos mais claros protótipos das villas Renascentistas. VILLA MEDICI - FIESOLI Distribui-se em três terraços de diferentes níveis: O primeiro, ao qual se acede pela alameda dos cipestres, finalizando num pequeno bosque de azinheiras, é composto por grandes canteiros retangulares relvados, nos quais foram plantados limoeiros. A este nível corresponde o "piano nobile" (andar nobre) da villa. O segundo desenvolve-se em frente à fachada posterior do edifício e alcança-se a partir de uma escada interna. Atualmente, esta é a zona menos modificada do jardim, possuindo grandes magnólias, decoração com canteiros contornados por sebes de buxos e uma fonte ao centro. O terceiro terraço fica alinhado com o primeiro, mas longitudinalmente é mais baixo entre 11 e 12 metros. Foi realizado durante a reestruturação de Pinset e caracteriza-se por ter uma distribuição à italiana, com uma pérgola em pedra colocada a meia altura entre os dois níveis. VILLA MEDICI – FIESOLI – JARDINS Jardim Villa d’Este • Situado em Tivoli, próximo de Roma; • Projetado em 1550 por Pirro Ligorio; • A planta organizada com um eixo central cruzado por eixos secundários; • O terraço superior termina num balaustrado com uma visão panorâmica sobre o plano mais baixo; • Escadarias duplas levam ao seguinte terraço ajardinado; • Possui elaborado complexo de fontes chamado La Rometta e uma fonte central que une o segundo terraço com o mais baixo. Fonte central. Cem Fontes. Jardim Villa d’Este Jardim Villa d’Este VILLA LANTE - BAGNAIA Villa Lante em Bagnaia. VILLA LANTE - BAGNAIA Os jardins da Villa Lante é o elemento mais famoso desse conjunto, principalmente as áreas que se utilizam da água, desde cascatas às fontes e grutas gotejantes. Esta harmonia de água e a perfeição do seu fluir só foi terminada depois de o arquiteto ter chamado um especialista em hidráulica de para supervisionar o desenho. VILLA LANTE - BAGNAIA Planta y Sección de la Villa Lante: 01. Fuente de los Cuatro Moros (Giambologna); 02. Casino de Montalto; 03. Casino de Gambara; 04. Gruta de Venus; 05. Gruta de Neptuno; 06. Fuente dei Lumini; 07. Mesa del Cardenal: 08. Fuente de los Gigantes; 09. Escalera Cadena de agua; 10. Fuente de los Delfines; 11. Pabellones de las Musas; 12. Fuente del Diluvio. VILLA LANTE - BAGNAIAFonte do diluvio Fonte dos Quatro Mouros Fonte dos Gigantes O primeiro terraço é a inferior e se conecta a cidade de Bagnaia através de um acesso arqueado e frontão. Esta plataforma é um grande espaço quadrado (Il Quadrato), que é subdividido em dezesseis partes iguais, separados por estradas e ocupadas por pequenas jardins, exceto os quatro centrais que formam uma lagoa. No centro, a composição circular é ornada com a Fonte dos Quatro Mouros. Esse nível é o mais aberto (não possui árvores). A vegetação é toda arbustiva e ordenada em padrão geométrico. Ao centro, as sebes baixas são esculpidas e formam modelos decorativos em volta de pequenas fontes e esculturas. VILLA LANTE - BAGNAIA O principal elemento dessa composição é a complexa fonte ao centro, formada por quatro tanques, separadas por passeios com parapeitos decorados com balaustres de pedra e vasos que interceptam a água. VILLA LANTE - BAGNAIA Entre o primeiro e o segundo nível de jardim se encontra a "casa", dividido por dois edifícios gêmeos que mostram a subordinação da arquitetura com a ordem geral. As construções estão localizadas uma em cada lado do eixo, para delimitar a visão e a dirigir até o final do percurso. Na verdade, os dois simétricos, "casinos" chamado Gambara e Montalto. Ambos delimitam um talude ajardinado com rampas que formam um declive onde se forma um losango que acompanha as escadas laterais para subir para o próximo nível. Este segundo nível é de pequeno tamanho, pouco mais do que um espaço de transição. Há, em ambos os lados, as Grutas de Vênus e Netuno, mas destaca principalmente a composição dramática do lumini fonte dei (velas ou candeeiros) com o seu design circular, côncavas e convexas, seguindo os exemplos serlianos abrigam as escadas que se ligam a próxima plataforma. VILLA LANTE - BAGNAIA O terceiro nível de jardim protagoniza a "mesa Cardinal ", no qual Gambara recepcionava seus convidados. É uma mesa monumental de pedra, atravessada longitudinalmente por um canal de água, que é a continuação do percurso da água e, por sua vez, servem para refrescar. Uma nova fonte pródiga prepara a conexão para o próximo nível, uma vez que a sua escadaria é ‘‘escondida’’ pela composição da fonte. Tal fonte é chamada de Fonte dos gigantes, representando os deuses do rio Tiber e Arno. VILLA LANTE - BAGNAIA O acesso ao quarto jardim se realiza através da espetacular escadaria chamada de "string de água" ou Cordonata o gambero. O nível superior abriga a fonte dos "golfinhos" e pequenos "templos" das Musas, também simétrica e emoldurando a "Fonte do Dilúvio". No ponto mais alto do jardim é o fundo visual da viagem, que é em si um lugar de surgimento das águas que caracterizam essa paisagem. É uma composição esculpida na encosta rochosa seguindo o estilo rústico, tão a gosto do tempo para grutas artificiais . gnola para o Cardeal Gambara ocorre . VILLA LANTE - BAGNAIA Depois do período contemporâneo, o renascimento foi o período onde mais se houve investimento e planejamento paisagístico. Como os jardins eram, no geral, destinados a figuras importantes, gerou um ar de nobreza que se tenta replicar. O Jardim Renascentista tem traços bem marcantes. Ele não pode ser percebido quando se está dentro dele, ele foi planejado para ser observado desde a edificação principal (normalmente mais alta). E tinha como objetivo principal a contemplação. O uso da topiária era bastante presente, sendo o seu traçado mais ligado com as formas geométricas (círculos, retângulos, triângulos). Extremo racionalismo e manipulação das espécies como demonstração de poder sobre a natureza. Nasceu na Itália e influenciou a França e a Inglaterra. RENASCIMENTO ITALIANO Outros exemplos Jardin de Boboli, em Florença. Jardin de Boboli, em Florença. La Venaria Reale em Torino. La Venaria Reale em Torino. Renascença A praça: onde as ideias da nova cidade são implantadas Palmanova – Italia -1593 Vincenzo Scamozzi Piazza della Signoria Florença (Italia) – séculos XIV-XVI Scamozzi Palmanuova - 1593 Palmanuova - 1593 Palmanuova - 1593 Colina Capitólio - Roma Miguel Ângelo 1475-1564 A praça do Capitólio – Roma Michelangelo - 1536 Estátua de Marco Aurélio Palazzo Senatorio (Pref. Roma) Palazzo dei Conservatori (governo da cidade na Idade Média) Palazzo Nuovo (1º Museu público Clemente XII) Cordonata Capitólio - Roma Capitólio - Roma 1550 Capitólio - Roma Pienza - Piazza Pio II Bernardo Rossellino 1459 - 1462 Pienza Palazzo Vescoville (Casa do bispado)
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