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A EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 45/2004 E A SUA EFICÁCIA NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO Gabriel Rocha 1 Leonardo de Pádua 2 Lucas Porto 3 Pedro Arthur Hibner 4 RESUMO: Os tratados internacionais de proteção aos direitos humanos exercem importante influência no direito interno brasileiro, além de repercutirem no processo de redefinição e reconstrução da democracia brasileira. Apesar de tal importância, o seu processo de interiorização era falho até o início do século XXI, no Brasil. Tal afirmação baseia-se no fato de que muitos tratados, especialmente a respeito de direitos humanos anteriores a 2004, eram incorporados ao ordenamento jurídico pátrio na forma de leis ordinárias, o que possibilitava o conflito entre normas existentes e os tratados que versavam sobre a mesma matéria. No entanto, com o intuito de sanar o problema de um possível choque normativo entre tratados e leis internas, foi criada Emenda Constitucional n° 45/2004. Norma a qual dispõe: “Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por 3/5 dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”. Portanto, é fundamental analisarmos quais as reais consequências ao ordenamento jurídico brasileiro após a criação da Emenda. Questiona-se: além da segurança jurídica, evitando possíveis choques normativos, foi comprovada maior eficácia de aplicação das resoluções dos tratados internacionais ligados aos direitos humanos? PALAVRAS-CHAVE: Emenda Constitucional n° 45/2004; Tratados no Direito brasileiro; tratados sobre direitos humanos; Decreto n° 6.949. ABSTRACT: International treaties for the protection of human rights have an important influence in the Brazilian domestic law, as well as being directly related to the process of redefining and reconstruction of the Brazilian democracy. Despite such importance, its internalization process was flawed until early twenty-first century in 1 Bacharelando em Direito UFMG. 2 Bacharelando em Direito UFMG. 3 Bacharelando em Direito UFMG. 4 Bacharelando em Direito UFMG. Gabriel Rocha, Leonardo de Pádua, Lucas Porto e Pedro Arthur Hibner Revista Eletrônica de Direito Internacional, ISSN 1981-9439, vol.17, jan./jun., 2016, pp.424-440. 425 Brazil. Such claim is due to the fact that many treaties, in particular those before 2004, were internalized into national law as ordinary laws, which allowed the conflict between existing rules and treaties which were about the same subject. However, in order to solve the problem of a possible clash between normative treaties and domestic laws, which deal with matters related to human rights, Constitutional Amendment No. 45/2004 has been created. Rule of law which states: "International treaties and conventions on human rights that are approved in each house of Congress, in two rounds, by 3 / 5 votes of its members, shall be equivalent to constitutional amendments." It is therefore necessary to analyze what are the real consequences of the Brazilian legal system after the creation of this Amendment. Besides the legal security by preventing possible regulatory shocks, was the implementation of the resolutions of international treaties related to human rights proved to be more effective? KEYWORDS: Constitutional Amendment No. 45/2004; Treaties in Brazilian Law; human rights treaties; Decree No. 6,949. INTRODUÇÃO Os tratados internacionais de proteção aos direitos humanos exercem importante influência no direito interno brasileiro, além de repercutirem no processo de redefinição e reconstrução da democracia brasileira. Apesar de tal importância dos tratados, o seu processo de interiorização era falho até o início do século XXI, no Brasil. Baseamos essa perspectiva, visto que, anteriormente à Emenda Constitucional n.45/2004, os tratados eram colocados como lei ordinária, muitas vezes, portanto, era retirada a importância de determinado tratado ao entrar em choque com outra lei ordinária superior ou equivalente. Tendo em vista sua importância social no âmbito internacional, era evidente que existia uma controvérsia entre sua imprescindibilidade e a sua colocação no ordenamento jurídico brasileiro. Diante dessas colocações, buscaremos em nosso trabalho pesquisar e comprovar qual a real extensão de efetividade da criação da referida Emenda. Buscando através de exemplo, se a Lei trouxe maior segurança jurídica aos tratados internacionais de direitos humanos interiorizados no ordenamento jurídico do país. Além da comprovação do fim da controvérsia existente da hierarquia dos tratados internacionais de direitos humanos, solucionado pela Emenda nº45/2004, a pressão dos tratados ao serem incorporados como uma norma constitucional assegurou uma maior eficácia da lei quando entra em vigor, como comprovado pelos inúmeros programas do Governo Federal criados para atender ao Decreto Nº 6.949, que é proveniente de tratado internacional assinado em Nova York, em 30 de março de 2007. A Emenda Constitucional nº 45/2004 e a sua Eficácia no Ordenamento Jurídico Brasileiro Revista Eletrônica de Direito Internacional, ISSN 1981-9439, vol.17, jan./jun., 2016, pp.424-440. 426 Dessa forma, nota-se que ao situar os tratados internacionais de direitos humanos dentro da nossa Constituição, além da segurança jurídica de possíveis choques normativos, se comprovou a facilidade/eficácia da sua aplicabilidade. 1 TRATADOS DE DIREITOS HUMANOS: HISTÓRICO, CONCEITO E IMPORTÂNCIA Antes de adentrarmos especificamente no tema dos tratados internacionais sobre direitos humanos, mostra-se oportuno fornecer alguns argumentos teóricos acerca desses instrumentos. Historicamente, foram as regras consuetudinárias, que regeram os acordos entre os Estados, utilizando-se de princípios gerais, como por exemplo, o do respeito ao acordado e o da boa-fé das partes contratantes. Como ensina Rezek, Até o século XIX, os tratados tinham um papel diminuto na formação da ordem jurídica internacional. Devido ao desenvolvimento rápido e complexo da sociedade operado a partir desse século, os tratados internacionais tendem a substituir o costume como fonte principal da criação de normas de direito internacional. [1] Ainda segundo Rezek, Tratado é o acordo formal, concluído entre sujeitos de direito internacional público, e destinado a produzir efeitos jurídicos. [2] Em tal conceito, estão expressos os elementos dos tratados. Em primeiro lugar, se observa a necessidade de um acordo formal, ou seja, os tratados necessitam de um documento escrito. Tal aspecto formal faz com que o tratado seja diferenciado dos costumes. Em segundo lugar, está a necessidade de os tratados serem firmados entre sujeitos de direito internacional público, ou seja, entre Estados ou entre Estados e organismos internacionais. Por fim, o acordo deve produzir resultados jurídicos. A assinatura e ratificação de um tratado implicam, portanto, assunção de direitos e obrigações pelas partes envolvidas. Os tratados possuem também alguns princípios basilares, quais sejam: Obrigatoriedade: o que é pactuado deve ser cumprido (“pacta sunt servanda”) Voluntariedade: nenhum Estado é obrigado a aderir um tratado Relatividade: o tratado só produz efeitos para as partes que o ratificaram Gabriel Rocha, Leonardo de Pádua, Lucas Porto e Pedro Arthur Hibner Revista Eletrônica de Direito Internacional, ISSN 1981-9439, vol.17, jan./jun., 2016, pp.424-440. 427 A existência de uma tutela internacional aos direitoshumanos é de altíssima relevância, uma vez que indica o interesse da sociedade internacional em exigir dos Estados o reconhecimento, a promoção e a proteção desses direitos. Durante muito tempo sustentou-se a tese de que somente os Estados poderiam ser sujeitos de direito internacional público, qualidade que se negava aos indivíduos. A pessoa natural, portanto, não era reconhecida como titular de direitos que somente competiam aos Estados. Atualmente, por outro lado, a comunidade internacional não aceita que o problema de violação de direitos humanos seja de competência exclusiva dos Estados. A necessidade social e moral de uma defesa realmente efetiva dos direitos humanos tornou possível esse grande avanço: o reconhecimento e a proteção dos direitos humanos pela ordem internacional. Essa nova visão, de proteção internacional dos direitos humanos, é algo recente na história da humanidade e tem seu início com o término da Segunda Guerra Mundial. Com a liberdade de imprensa e o desenvolvimento dos meios de comunicação, a comunidade internacional tomou conhecimento das barbáries e atrocidades cometidas durante o nazismo. Isso evidenciou a necessidade de uma proteção mais efetiva aos direitos humanos, desencadeando o processo de internacionalização desses direitos, bem como a criação de sistemas de proteção internacional, tornando possível a própria responsabilização de um Estado. Nesse sentido, observou-se um questionamento do conceito clássico de soberania, como um poder ilimitado que não admite quaisquer restrições ou exceções. O marco histórico no processo de internacionalização dos direitos humanos se dá em dezembro de 1948, quando a Assembleia Geral das Nações Unidas aprova a Declaração Universal dos Direitos do Homem. Essa Declaração introduz uma concepção moderna de direitos humanos, que se vê ampliada à medida que passa a incluir não apenas direitos previstos no plano nacional, mas também direitos internacionalmente anunciados. Com o objetivo da universalidade, sua redação é simples e direta. Logo no artigo 1º estão presentes, expressamente, os três princípios fundamentais da matéria, cuja origem remonta à Revolução Francesa. Artigo 1º: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade”. A Emenda Constitucional nº 45/2004 e a sua Eficácia no Ordenamento Jurídico Brasileiro Revista Eletrônica de Direito Internacional, ISSN 1981-9439, vol.17, jan./jun., 2016, pp.424-440. 428 Estabeleceu-se forte discussão acerca do valor jurídico da Declaração. Muitos entenderam que ela, por si só, não teria força cogente. Tecnicamente, seria uma espécie de recomendação que a Assembleia Geral das Nações Unidas fez aos seus membros, não possuindo, assim, caráter vinculante. A própria ONU considerou necessária a elaboração de outros instrumentos para dar-lhe um efetivo respaldo jurídico, tornando-a exigível. Anteriormente à promulgação da Emenda Constitucional nº 45, em dezembro de 2004, o tratado internacional, celebrado pelo Presidente da República (art. 84, VIII, CRFB), referendado pelo Congresso Nacional por decreto legislativo (art. 49, I, CRFB), e publicado por decreto presidencial, entrava no ordenamento jurídico pátrio com status de norma infraconstitucional, seja ele concernente a direitos humanos ou não. Constatava-se, portanto, a equiparação jurídica do tratado internacional à lei ordinária federal. Nessa esteira de pensamento, em eventual conflito entre lei e tratado, ora adotava-se o caráter cronológico (lei posterior derroga lei anterior), ora o da especialidade (lei especial derroga lei geral.). Existiam posições contrárias a esta defendida pelo STF, preferindo muitos autores reconhecer, senão o status constitucional dos tratados internacionais de direitos humanos, ao menos uma posição normativa supralegal, ou seja, num patamar acima das leis ordinárias, mas sujeitos ao controle de constitucionalidade. Em suma, o debate girava em torno de três correntes: Os que defendiam a natureza infraconstitucional de qualquer tratado (entendimento adotado pelo STF); Os que defendiam a natureza supralegal dos tratados de direitos humanos, situando-os abaixo da Constituição; Os que defendiam a natureza constitucional dos tratados de direitos humanos. Nesse sentido, a referida Emenda, ao introduzir o parágrafo 3º ao artigo 5º da Constituição Federal, estabeleceu alguns critérios para que um tratado internacional pudesse galgar status constitucional. Primeiro, exige que o substrato do documento internacional verse sobre direitos humanos; segundo, que o Congresso o aprove com o mesmo quórum de aprovação das emendas constitucionais. Gabriel Rocha, Leonardo de Pádua, Lucas Porto e Pedro Arthur Hibner Revista Eletrônica de Direito Internacional, ISSN 1981-9439, vol.17, jan./jun., 2016, pp.424-440. 429 2 CONTROVÉRSIA NA HIERARQUIA DOS TRATADOS E A TENTATIVA DE RESOLUÇÃO DESSE CONFLITO PELA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº45/2004 A Carta Constitucional brasileira reservou em seu artigo 4º os princípios das relações exteriores do país, regidos pela independência nacional; prevalência dos direitos humanos; igualdade entre os estados; dentre outros: Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; […] A partir das relações com outros países, tendo por base os princípios constitucionais supramencionados, o Brasil admite o ingresso de tratados internacionais ratificados pelo presidente da República, no ordenamento jurídico pátrio. Consoante disposto no §2º, do artigo 5º da CF/88, os princípios constitucionais presentes na carta não excluem direitos e garantias provenientes de tratados internacionais: Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. (Art.5º, § 2º, CF/88). No ordenamento brasileiro, o Presidente da República tem competência para celebrar o tratado. Posteriormente, o Congresso Nacional irá aprová-lo, mediante decreto legislativo. Após a aprovação do legislativo, o tratado retorna ao Poder Executivo para que seja ratificado. Com a ratificação do Presidente da República, o tratado internacional deverá ser promulgado internamente através de um decreto de execução presidencial. Em face da expedição do decreto de execução presidencial é possível falar que o tratado internacional ingressou no plano da existência, ou seja, que o tratado está posto no mundo jurídico. Contudo, o legislador constitucional nada dispôs sobre a hierarquia dos tratados internacionais e seu processo de incorporação ao ordenamento de normas brasileiro. A Emenda Constitucional nº 45/2004 e a sua Eficácia no Ordenamento Jurídico Brasileiro Revista Eletrônica de Direito Internacional, ISSN 1981-9439, vol.17, jan./jun., 2016, pp.424-440. 430 Diante dessa indefinição do status dos tratados na escala de normas brasileiras, a Emenda Constitucional n.45 de 2004, inseriu o §3° do art. 5°, que dispõe: “Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por 3/5 dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”, visando conceder segurança jurídica aostratados internacionais, em especial, aos que versam sobre direitos humanos. Como ressalta Cançado Trindade: Assim, a novidade do art. 5º da Constituição de 1988 consiste no acréscimo, por proposta que avancei, ao elenco dos direitos constitucionalmente consagrados, dos direitos e garantias expressos em tratados internacionais sobre proteção internacional dos direitos humanos em que o Brasil é parte. Observe-se que os direitos se fazem acompanhar necessariamente das garantias […] É alentador que as conquistas do direito internacional em favor da proteção do ser humano venham a projetar-se no direito constitucional, enriquecendo-o, e demonstrando que a busca de proteção cada vez mais eficaz da pessoa humana encontra guarida nas raízes do pensamento tanto internacionalista quanto constitucionalista. (CANÇADO TRINDADE, 1991) [3] A referida emenda busca colocar tais tratados nos mesmo nível hierárquico das normas constitucionais, cuja finalidade é o fim do choque normativo entre leis internas e acordos internacionais que versam sobre direitos humanos. Todavia, ainda há bastante discussão acerca da hierarquia desses instrumentos. Questiona-se: os tratados aprovados anteriormente à emenda constitucional não têm valor hierárquico de norma constitucional? Aqueles que não obtêm o quórum qualificado passam a ter valor de norma infraconstitucional? Para os defensores do caráter constitucional dos tratados internacionais de direitos humanos, aqueles ratificados anteriormente a 2004, já são materialmente constitucionais. O mesmo vale para os posteriores à emenda, que não conseguirem ser aprovados por 3/5 do quórum, nas duas Casas Legislativas, conforme previsto no parágrafo 3º do art. 5º da CF. Sendo assim, o parágrafo 3º do art. 5º da CF apenas possibilitaria aos tratados que, além de materialmente constitucionais, fossem atribuídas suas eficácias formais quando da incorporação no ordenamento jurídico interno, e não apenas atribuir-lhes o status de materialmente constitucionais, visto que os mesmos já possuem em virtude do §2.º do art. 5.º da Carta de 1988. Gabriel Rocha, Leonardo de Pádua, Lucas Porto e Pedro Arthur Hibner Revista Eletrônica de Direito Internacional, ISSN 1981-9439, vol.17, jan./jun., 2016, pp.424-440. 431 Seguindo essa concepção, Flávia Piovesan propõe a respeito do conteúdo do art. 5º, parágrafo 2º: (...) senão se tratasse de matéria constitucional ficaria sem sentido tal previsão. A Constituição assume expressamente o conteúdo constitucional dos direitos constantes dos tratados internacionais dos quais o Brasil é parte. Ainda que estes direitos não sejam enunciados sob a forma de normas constitucionais, mas sob a forma de tratados internacionais, a Constituição lhes oferece o valor jurídico de norma constitucional, já que preenchem e completam o catálogo de direitos fundamentais previsto pelo texto constitucional. (PIOVESAN, 2000) [4] Nessa linha de raciocínio podemos compreender que, em geral, os tratados internacionais apresentam forças constitucionais, sendo que, aos referentes aos direitos humanos, são aplicados um processo de incorporação automático, necessitando apenas a promulgação do executivo para a entrada em vigor imediata. Esclarece Valério de Oliveira Mazzuoli que: O procedimento geral de incorporação de tratados internacionais no ordenamento brasileiro vale tanto para os tratados comuns como para os tratados internacionais de proteção dos direitos humanos, sendo a única diferença que estes últimos dispensam, por terem aplicação imediata no ordenamento jurídico pátrio, a promulgação executiva do seu texto. (MAZZUOLI, 2005) [5] Um exemplo do status material dos tratados de direito internacional, em virtude do §2.º, é o Decreto n. 678, de 6 de novembro de 1992, mais conhecido como Pacto de São José da Costa Rica. Apesar de incorporado ao ordenamento jurídico como um decreto, o Pacto goza de status constitucional, sendo suas deliberações seguidas pelo direito interno, no tocante aos direitos humanos. Trata-se de um tratado internacional entre países-membros da Organização dos Estados Americanos, o qual serve como base do sistema interamericano de proteção dos Direitos Humanos. O tratado foi negociado a partir da Conferência Especializada Interamericana de Direitos Humanos, de 1969, e entrou em vigor a partir de 1978. Acordo internacional cujo intuito era: Reafirmando seu propósito de consolidar neste Continente, dentro do quadro das instituições democráticas, um regime de liberdade pessoal e de justiça social, fundado no respeito dos direitos humanos essenciais; Reconhecendo que os direitos essenciais da pessoa humana não derivam do fato de ser ela nacional de determinado Estado, mas sim do fato de ter como fundamento os atributos da pessoa humana, razão por que justificam uma proteção internacional, de natureza convencional, coadjuvante ou complementar da que oferece o direito interno dos Estados americanos. (PROTOCOLO ADICIONAL A CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS A Emenda Constitucional nº 45/2004 e a sua Eficácia no Ordenamento Jurídico Brasileiro Revista Eletrônica de Direito Internacional, ISSN 1981-9439, vol.17, jan./jun., 2016, pp.424-440. 432 HUMANOS EM MATÉRIA DE DIREITOS ECONÓMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS “PROTOCOLO DE SAN SALVADOR”). 3 DECRETO Nº 6.949: ANÁLISE DESSE TRATADO DE DIREITOS HUMANOS PROMULGADO COMO EMENDA CONSTITUCIONAL Em todo o artigo, abordou-se de forma minuciosa os Tratados de Direitos Humanos, sua eficácia, sua controvérsia hierárquica dentro do ordenamento jurídico, paralelamente à Emenda Constitucional 45/2004, buscando-se analisar a adequação desses instrumentos no sistema normativo brasileiro. No objetivo de verificar a eficácia dessa Emenda Constitucional 45/2004 e suas reais vantagens, mostra-se oportuno a busca por um exemplo concreto, que evidencie de maneira prática, quais foram os benefícios advindos desse dispositivo legal. Dessa forma, será objeto de estudo o Decreto Nº 6.949, de 25 de agosto de 2009, que versa sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, proveniente de Convenção Internacional realizada em 30 de março de 2007, em Nova York, local em que o Brasil assinou, comprometendo-se a cumprir integralmente esse Tratado de Direitos Humanos. 3.1 DIREITO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E A CONVENÇÃO DE NOVA YORK DE 2007 Apesar de existirem anteriormente no Brasil e em outros países políticas que permitiam condições especiais para pessoas com deficiência, essa pauta passou a ser vista com outros olhares após o surgimento de um tratamento legal internacional para o assunto. No Brasil, por exemplo, já era evidente que a preocupação com as pessoas com deficiência deveria ser pautada de forma diferente, tendo em vista que mesmo com legislação especial, esse grupo tem porcentagem extremamente elevada no que tange à exclusão social. Ressalta-se ainda, que segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em seu Censo 2000, o número de pessoas que se declarava portadora de deficiência aumentou de 1,41% em 1991, para 14,5% da população brasileira em 2000, evidenciando a urgência em se tratar de forma mais elaborada o tema. Gabriel Rocha, Leonardo de Pádua, Lucas Porto e Pedro Arthur Hibner Revista Eletrônica de Direito Internacional, ISSN 1981-9439, vol.17, jan./jun., 2016, pp.424-440. 433 A declaração de Direitos Humanos de 1948 já aborda no seu artigo 1º, em outras palavras, que deve ser assegurado, protegido e promovido os direitos humanos e de liberdade e dignidade a todos, sem qualquer distinção. Posto isso, sessenta anos depois, notou-se anecessidade de um aparato legal que propicie melhores condições aos portadores de deficiência, garantindo-lhes uma vida digna e respeito aos seus direitos fundamentais. Nesse contexto que, em 2007, a Convenção Internacional realizada em Nova York teve como temática os Direitos das Pessoas com Deficiência. Objetiva-se, portanto, a eliminação de quaisquer tipos de barreiras sociais que possam marginalizar os portadores de deficiência e tratá-los de forma desigual perante os demais. Constata-se, portanto, que essa demanda, anteriormente de âmbito nacional em alguns Estados, se tornou internacional, haja vista todas as suas peculiaridades e ligações intrínsecas com os Direitos Humanos. 3.2 HIERARQUIA DO DECRETO Nº 6.949 NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência foi ratificada pelo Brasil, reconhecendo, portanto, como legítimo o texto elaborado e se comprometendo à implementação do tratado no foro interno, tornando-se, pois, um Estado-Parte dessa Convenção. Tendo em vista a Emenda Constitucional nº45/2004, esse Decreto proveniente de Tratado Internacional de Direitos Humanos, depois de promulgado, entra em vigor tendo força normativa semelhante à de uma Emenda Constitucional. Como já mencionado, a partir do momento que esses Tratados adentram o ordenamento jurídico brasileiro como Emenda Constitucional, eles se juntam à Constituição brasileira, vislumbrando características de direito fundamental e, consequentemente, não podem mais ser derrogados, nem mesmo com aprovação no Congresso Nacional. Revoga-se, além disso, qualquer dispositivo infraconstitucional que dispor de forma diversa do tratado promulgado. Ademais, é importante salientar que essas mudanças legais propiciam segurança jurídica para esses tratados que versam sobre direitos fundamentais do ser humano, contudo, trazem principalmente, uma ampla discussão nos meios sociais, bem como A Emenda Constitucional nº 45/2004 e a sua Eficácia no Ordenamento Jurídico Brasileiro Revista Eletrônica de Direito Internacional, ISSN 1981-9439, vol.17, jan./jun., 2016, pp.424-440. 434 uma pressão política e social, tanto nacional, quanto internacional, para aplicação na prática dessas convenções aprovadas e promulgadas. 3.3 CONSEQUÊNCIAS DO DECRETO Nº 6.949 NA REALIDADE BRASILEIRA É bem verdade que um tratado de Direitos Humanos, por si só, já possui um caráter social e fundamental nas relações humanas em âmbito mundial, tendo em vista sua aceitação, normalmente, por um número considerável de países. Dessa forma, destaca-se a importância de uma adequação do ordenamento jurídico em face desse protagonismo dos tratados internacionais de Direito Humanos, colocando-os em posição superior a uma lei ordinária, evitando qualquer tipo de conflito normativo, tendo em vista a derrogação dessas leis quando vão de embate ao que é defendido mundialmente nesses tratados, em específico. Depois de promulgado, em 2009, o Decreto Nº 6.949, como já descrito, entrou em vigor com força de Emenda Constitucional. Atualmente, quase seis anos depois de aplicado, já são evidentes as consequências que esse Decreto trouxe para a mudança da realidade social brasileira, no que tange à vida das pessoas com deficiência. Surgindo como um direito constitucional, assim tendo caráter fundamental, o Direito de melhoria nas condições das pessoas com deficiência foi tratado de forma urgente e prioritária. Em 17 de novembro de 2011, após vários trâmites para que isso ocorresse, foi aprovado e lançado pela Presidente Dilma Rousseff, o Plano Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência – “o Viver sem Limite”. Esse plano, em sua essência, prevê que mais de 45 milhões de pessoas com deficiência serão beneficiadas com melhorias na educação, acessibilidade e saúde, na tentativa de uma maior ou melhor inclusão social. Vale ressaltar, que segundo o IBGE, em 2010, chegava a 45,6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, correspondendo, mais ou menos, a 23,91% da população brasileira. Comandado por órgão do governo, esse Plano, prevê, na educação, adaptações nos transportes escolares e nas escolas públicas, para estarem aptas para atender as necessidades dos deficientes, além da oferta de 150 mil vagas em cursos federais de formação profissional para pessoas com deficiência. Na saúde, o objetivo seria de fortalecer ações de habilitação e reabilitação, bem como reforço nas clínicas Gabriel Rocha, Leonardo de Pádua, Lucas Porto e Pedro Arthur Hibner Revista Eletrônica de Direito Internacional, ISSN 1981-9439, vol.17, jan./jun., 2016, pp.424-440. 435 terapêuticas e o monitoramento ativo da triagem neonatal, realizando cada vez mais o teste do Pezinho, por exemplo. Quanto à acessibilidade, uma das principais pautas seria a adequação do “Minha Casa, Minha Vida”, que teria todas as suas construções totalmente adaptadas para que pessoas com deficiência possam ter o acesso facilitado e maior comodidade em seu próprio domicílio. De forma resumida e apontando apenas características principais, esse foi o Plano adotado em 2011 e que, atualmente, já se mostrou bastante eficaz. Resultante e baseado no Decreto nº 6.949 aprovado, bem como do Plano Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência – “o Viver sem Limite”, foi sancionado, também pela presidente Dilma Rousseff, em 06/07/2015, o Estatuto da Pessoa com Deficiência – Lei Brasileira de Inclusão. Segundo a própria presidente: “Essa lei torna a sociedade mais inclusiva, igualitária e justa. E faz dela aquilo que sempre sonhamos”. Essa nova legislação não só foi baseada, mas também se apresenta em plena consonância com tudo que foi acordado na Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência da ONU, emendada à Constituição Federal em 2009. Dentre os principais avanços, podemos destacar: a discriminação contra pessoas com deficiência tipificada como crime; o uso do FGTS para a aquisição de órteses e próteses; a reserva de veículos acessíveis nas frotas de empresas de táxis, sendo vedada a cobrança de tarifa diferenciada; o aumento dos recursos destinados ao esporte paraolímpico; dentre outras medidas. As mudanças advindas da promulgação do Decreto 6.949 não se restringem ao âmbito das políticas públicas. Recentemente, o STF “manteve condenação do Banco do Brasil a confeccionar em braile todos os documentos necessários para o atendimento de clientes com deficiência visual. As medidas terão de ser adotadas em 60 dias, sob pena de multa diária de R$ 1 mil.” [6]. A decisão, segundo o Ministro relator, Marco Aurélio Bellizze, teve como um dos principais embasamentos jurídicos, o próprio Decreto objeto de análise dessa parte do artigo, visto que garante tratamento igualitário, acessibilidade, inclusão social e autonomia às pessoas com deficiência. Na mesma linha de pensamento, as previsões do Decreto que trata dos direitos das pessoas com deficiência já influenciam as decisões dos Recursos Extraordinários do Supremo Tribunal Federal. Como exemplo, o RE 917802 AgR / AL – ALAGOAS, cuja relatora foi a Ministra Cármen Lúcia, julgado em novembro de 2015, pela Segunda Turma, que tratava sobre o recurso de vagas em concursos públicos, destinadas às A Emenda Constitucional nº 45/2004 e a sua Eficácia no Ordenamento Jurídico Brasileiro Revista Eletrônica de Direito Internacional, ISSN 1981-9439, vol.17, jan./jun., 2016, pp.424-440. 436 pessoas portadoras de deficiência. No recurso extraordinário acima, a decisão da Segunda Turma foi unânime, seguindo o voto da Relatora, mantendo a determinação de serem as vagas para deficientes previstas em edital por localidade. A decisãodos Ministros do STF no recurso converge com os princípios do Decreto 6.949, de 2009, em especial, o artigo 27, I, o qual trata do tema “Trabalho e Emprego”. Nesse artigo está garantido aos portadores de deficiência o direito ao trabalho, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas: “e) Promover oportunidades de emprego e ascensão profissional para pessoas com deficiência no mercado de trabalho, bem como assistência na procura, obtenção e manutenção do emprego e no retorno ao emprego”; e “g) Empregar pessoas com deficiência no setor público”. Existem diversos outros julgados da Suprema Corte, que possuem suas decisões baseadas nas disposições do Decreto 6.949, de 2009. Um último exemplo, o RE 440028/SP - SÃO PAULO, cujo relator foi o Ministro Marco Aurélio, julgado em outubro, de 2013, pela Primeira Turma, referente à falta de acessibilidade a portadores de deficiências aos prédios de administração públicos. Tendo por fundamento as disposições do Decreto, em especial o artigo 3°, f, e artigo 9°, os ministros votaram em unanimidade, seguindo o voto do relator, obrigando a Administração Pública a realizar obras e melhorias que viabilizem o acesso de portadores de deficiência aos prédios públicos. Os artigos citados no parágrafo anterior, art. 3°, f, e art. 9°, foram criados a fim de possibilitar às pessoas com deficiência maior independência e participação plena em todos os aspectos da vida. Tornando competência do Estado, tomar medidas apropriadas para assegurar às pessoas com deficiência o acesso, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, ao meio físico, ao transporte, à informação e comunicação. Assim como o art. 9°, II, a): “Desenvolver, promulgar e monitorar a implementação de normas e diretrizes mínimas para a acessibilidade das instalações e dos serviços abertos ao público ou de uso público”. Gabriel Rocha, Leonardo de Pádua, Lucas Porto e Pedro Arthur Hibner Revista Eletrônica de Direito Internacional, ISSN 1981-9439, vol.17, jan./jun., 2016, pp.424-440. 437 3.4 A EFICÁCIA DA CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA), QUANDO COMPARADO À CONVENÇÃO DO DIREITO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA Os integrantes da OEA (Organização dos Estados Americanos), se reuniram em 22 de novembro de 1969, na realização Convenção Americana de Direitos Humanos, popularmente conhecida como Pacto de São José da Costa Rica. Dentre uma de suas decisões, esse Tratado versava sobre o depositário infiel, alegando não ser possível a prisão civil desse tipo de pessoa. Contudo, até meados de 2008, ainda era permitido no Brasil a prisão civil de depositário infiel, mesmo sendo país signatário do Pacto de São José da Costa Rica, que versava de maneira diferente sobre o tema em questão. A Convenção Americana de Direitos Humanos de 1969 dispõe em seu artigo 7º, VII, que: Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os mandatos de autoridade judiciária competente expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação alimentar. (CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS, 1969). Dessa forma, percebe-se que a Convenção só não veda a prisão civil (prisão por dívidas) do devedor de alimentos, não permitindo, como dito, a prisão civil de depositário infiel. Em uma análise preliminar e simplória, percebe-se que mesmo se tratando de uma Convenção de Direito Humanos, assinada e ratificada pelo Brasil, não era cumprida em sua integralidade, muito menos se mostrando eficaz, visto que neste caso, nem sequer era aplicado o artigo 7º, VII, dessa Convenção. Posteriormente, em 2006, o STF no julgamento conjunto dos Recursos Extraordinários n° 46.6343 e 349.703 e dos Habeas Corpus n.° 87.585 e 92.566, por meio do Ministro Gilmar Mendes (voto-vista), defendeu que não seria possível a prisão por depositário infiel, visto que o Brasil era signatário do Pacto de São José da Costa Rica e, por se tratar de Tratado de Direitos Humanos, ainda que assinado anteriormente à Emenda Constitucional nº 45, deveria ser visto como lei equiparada a uma Emenda Constitucional, sendo, portanto, superior a lei ordinária. A Emenda Constitucional nº 45/2004 e a sua Eficácia no Ordenamento Jurídico Brasileiro Revista Eletrônica de Direito Internacional, ISSN 1981-9439, vol.17, jan./jun., 2016, pp.424-440. 438 Em seguida, houve decisão recente, de 16 de dezembro 2009, em que o STF aprovou por unanimidade a seguinte proposta: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito. (Súmula Vinculante nº 25, 2009) Nesse sentido, podemos observar, notadamente, que a aplicação de Tratado de Direitos Humanos, após a promulgação da Emenda Constitucional nº 45/2004, recebeu outro tratamento. A aplicação da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2007) foi muito mais eficaz e prática, quando comparada, por exemplo, com relação à temática do Depositário Infiel, tratada na Convenção Americana de Direitos Humanos (1969), que só foi realmente aplicada no Brasil após apreciação do STF, que se adequou às disposições da Emenda Constitucional nº 45/2004. CONCLUSÃO O presente trabalho dedicou-se em realizar uma análise da Emenda Constitucional nº 45/2004, com enfoque em suas particularidades que definiram a posição dos tratados internacionais de direitos humanos dentro da hierarquia do ordenamento jurídico pátrio, demonstrando-se como a existência de uma tutela internacional aos direitos humanos é fundamental. Anteriormente à promulgação da referida Emenda, o tratado internacional, seja ele referente a direitos humanos ou não, entrava com status de norma infraconstitucional, equiparando-se a lei ordinária. Dessa maneira, eventualmente ocorriam conflitos normativos, solucionados ora pelo o critério cronológico, ora pelo da especialidade. Com a sua promulgação, os tratados internacionais que versam sobre direitos humanos passaram a adquirir status de emenda constitucional, desde que aprovados em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos (art. 5º, §3º, CRFB). Por fim, utilizou-se como exemplo para comprovar a eficácia prática da Emenda, o Decreto nº 6.949, de 25 de Agosto de 2009, advindo de tratado internacional de direitos humanos, que versa sobre a importância do direito à inclusão do portador de deficiência na sociedade brasileira. Nesse sentido, foram pesquisadas recentes medidas do Governo Federal no que concerne aos cidadãos portadores de deficiência, tomadas após a promulgação do referido decreto, evidenciando, pois, sua maior eficácia enquanto Emenda Constitucional. Gabriel Rocha, Leonardo de Pádua, Lucas Porto e Pedro Arthur Hibner Revista Eletrônica de Direito Internacional, ISSN 1981-9439, vol.17, jan./jun., 2016, pp.424-440. 439 NOTAS [1] REZEK, José Francisco. Direito Internacional Público. São Paulo: Saraiva, 1989, p. 12 [2] REZEK, José Francisco. Direito Internacional Público. São Paulo: Saraiva, 1989, p. 14. [3] TRINDADE, Antonio Augusto Cançado, A proteção internacional dos direitos humanos: fundamentos jurídicos e instrumentos básicos, São Paulo: Saraiva, 1991, p. 631. [4] PIOVESAN, Flávia, Direitos humanos e o Direito Constitucional Internacional, São Paulo: Max Limonad, 2000, pp. 75-76. [5] MAZZUOLI, Valério de Oliveira. O novo parágrafo 3° do art. 5 da Constituição .e sua eficácia. Revista ajuris. Porto Alegre ajuris v. 32. n. 98 2005 [6] http://ambito-juridico.jusbrasil.com.br/noticias/191866930/banco-do-brasil-tera-de- fornecer-documentos-em-braile-a-clientes-com-deficiencia-visual A Emenda Constitucional nº 45/2004e a sua Eficácia no Ordenamento Jurídico Brasileiro Revista Eletrônica de Direito Internacional, ISSN 1981-9439, vol.17, jan./jun., 2016, pp.424-440. 440 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COMPLEMENTARES COSTA, Aldo de Campos. Tratados de direitos humanos anteriores à EC 45/04. In: Consultor Jurídico, março de 2013. Disponível em: < http://www.conjur.com.br/2013-mai-30/toda-prova- tratados-direitos-humanos-anteriores-ec-4504>. Acesso em dez 2015. GOMES, Eduardo Biacchi; REIS, Tarcísio Hardman. O direito constitucional internacional após a Emenda 45/04 e os direitos fundamentais: São Paulo: Lex Editora, 2007. GORCZEVSKI, Clóvis; DIAS, Felipe da Veiga. A imprescindível contribuição dos tratados e cortes internacionais para os direitos humanos e fundamentais. Sequência (Florianópolis), Florianópolis, n. 65, p. 241-272, Dec. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S217770552012000200011&l ng=en&nrm=iso>. Acesso em: 09 Dez. 2015. LEITE, Flávia Piva Almeida. A promoção da acessibilidade para as pessoas com deficiência: a observância das normas e do desenho universal. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIV, n. 93, out 2011. Disponível em: <http://www.ambito- juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=10604&revista_cadern= 9>. Acesso em dez 2015. PORTAL Brasil. Plano beneficia 45,6 milhões com deficiência. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/governo/2011/11/plano-beneficia-45-6-milhoes-com- deficiencia>. Acesso em dez 2015. RESENDE, Ana Paula Crosara de; VITAL, Flávia Maria de Paiva. A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência Comentada. Brasília: Corde, 2008. SILVA, Luzia Gomes da. Portadores de deficiência, igualdade e inclusão social. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIV, n. 95, dez 2011. Disponível em: <http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artig o_id=10839>. Acesso em dez 2015. SECRETARIA Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. TRINDADE, Antonio Augusto Cançado. A proteção internacional dos direitos humanos e o Brasil. 2ª ed. Brasília: Universidade de Brasília, 2000.
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