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Aula 08
Direito Internacional Público e
Cooperação p/ Polícia Federal
(Delegado) - Pós-Edital
Autor:
Vanessa Brito Arns
Aula 08
24 de Fevereiro de 2021
92844218458 - Diego Souza Novaes
 
Sumário 
Considerações Iniciais ........................................................................................................................... 2 
1. Direitos Humanos na Constituição de 1988 .................................................................................. 3 
2. Tratados: Hierarquia no Brasil ...................................................................................................... 4 
3. Declaração Universal dos Direitos Humanos ................................................................................ 7 
Resumo ............................................................................................................................................... 11 
Considerações Finais ........................................................................................................................... 18 
Questões Comentadas ........................................................................................................................ 19 
 
 
Vanessa Brito Arns
Aula 08
Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
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2 
 
 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 
 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Na aula de hoje vamos continuar os estudos da disciplina de Direito Internacional, com foco em 
Direitos Humanos. 
Vejamos os tópicos específicos do edital que serão abordados em aula: 
Hierarquia dos tratados de direitos humanos no Direito Brasileiro. Declaração Universal dos Direitos 
Humanos. 
Estou à disposição se surgirem dúvidas! Boa aula! 
 
 
Instagram: https://www.instagram.com/vanessa.arns 
 
 
 
Vanessa Brito Arns
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3 
 
1. DIREITOS HUMANOS NA CONSTITUIÇÃO DE 1988 
 
Segundo Mazzuoli, a Constituição de 1988, dentro dessa ótica internacional marcadamente 
humanizante e protetiva, erigiu a dignidade da pessoa humana (art. 1º, inc. III) e a prevalência 
dos direitos humanos (art. 4º, inc. II) a princípios fundamentais da República Federativa do 
Brasil. 
 Este último passou a ser, inclusive, princípio pelo qual o Brasil deve reger-se no cenário 
internacional; assim, ao falar em “prevalência dos direitos humanos” está a Constituição – pela 
utilização da própria terminologia “direitos humanos” – ordenando à jurisdição brasileira que 
respeite as decisões ou recomendações (quando mais benéficas) provindas da ordem 
internacional, em especial das instâncias judiciais de proteção, como a Corte Interamericana 
de Direitos Humanos. 
 
Segundo o qual, respectivamente, compete aos juízes federais processar e julgar “as causas 
relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo”, dispondo este último, por sua 
vez, que: “Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da 
República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de 
tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, 
perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de 
deslocamento de competência para a Justiça Federal”. 
 
Para Mazzuoli: 
“Com base nesse dispositivo, que segue a tendência do constitucionalismo 
contemporâneo, sempre defendemos que os tratados internacionais de direitos humanos 
ratificados pelo Brasil têm índole e nível constitucionais, além de aplicação imediata, não 
podendo ser revogados por lei ordinária posterior. E a nossa interpretação sempre foi a 
seguinte: se a Constituição estabelece que os direitos e garantias nela elencados “não 
excluem” outros provenientes dos tratados internacionais “em que a República 
Federativa do Brasil seja parte”, é porque ela própria está a autorizar que esses direitos 
e garantias internacionais constantes dos tratados de direitos humanos ratificados pelo 
Brasil “se incluem” no nosso ordenamento jurídico interno, passando a ser considerados 
como se escritos na Constituição estivessem” 
Da análise do § 2º do art. 5º da Carta brasileira de 1988, percebe-se que três são as vertentes, no 
texto constitucional brasileiro, dos direitos e garantias individuais: 
a) direitos e garantias expressos na Constituição, a exemplo dos elencados nos incisos I ao 
LXXVIII do seu art. 5º, bem como outros fora do rol de direitos, mas dentro da Constituição 
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4 
 
(como, v.ġ., a garantia da anterioridade tributária, prevista no art. 150, inc. III, alínea b, do 
Texto Magno); 
b) direitos e garantias implícitos, subentendidos nas regras de garantias, bem como os 
decorrentes do regime e dos princípios pela Constituição adotados, e 
c) direitos e garantias inscritos nos tratados internacionais de direitos humanos em que a 
República Federativa do Brasil seja parte 
d) A Carta de 1988, com a disposição do § 2º do seu art. 5º, de forma inédita, passou a 
reconhecer claramente, no que tange ao seu sistema de direitos e garantias, uma dupla fonte 
normativa: 
e) aquela advinda do Direito interno (direitos expressos e implícitos na Constituição, estes 
últimos subentendidos nas regras de garantias ou decorrentes do regime e dos princípios por 
ela adotados), e; 
f) aquela outra advinda do Direito Internacional (decorrente dos tratados internacionais de 
direitos humanos em que a República Federativa do Brasil seja parte). De forma expressa, a 
Carta de 1988 atribuiu aos tratados internacionais de proteção dos direitos humanos 
devidamente ratificados pelo Estado brasileiro (e em vigor) a condição de fontes do sistema 
constitucional de proteção de direitos 
 
Conforme Marcelo Novelino (2007), o Supremo Tribunal Federal adotava o entendimento de que 
todo e qualquer tratado internacional, independentemente de seu conteúdo, tinha o status de lei 
ordinária (CF, artigo 102, III, b). 
No entanto, consolidava-se a tese defendida, no Estado brasileiro, por Antônio Augusto Cançado 
Trindade e da professora Flávia Piovesan, de que os tratados internacionais de Direitos Humanos 
teriam a mesma hierarquia das normas constitucionais, por força do disposto no parágrafo 2° artigo 
5° da Carta Política de 1988. 
A Emenda Constitucional 45, de 8 de dezembro de 2004, na tentativa de por fim à 
controvérsia, acrescentou um terceiro parágrafo ao artigo 5°. Tal dispositivo estabelece 
que se o tratado ou convenção sobre direitos humanos for aprovado pelo Congresso 
Nacional com o mesmo procedimento previsto para as emendas, serão equivalentes a 
elas. 
 
2. TRATADOS: HIERARQUIA NO BRASIL 
O Texto da CF/88 não estabelece com clareza qual a hierarquia entre tratados e normas internas. 
Coube, assim, à jurisprudência e à doutrina definir a hierarquia entre normas internas e 
internacionais no ordenamento jurídico brasileiro. 
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Até 1977, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerava que os tratados internacionais sempre 
prevaleciam sobre o direito interno. Entretanto, naquele ano, foi julgado o RE 80.004, que trouxe 
novo entendimento jurisprudencial da Corte Constitucional. 
STF: tratados internacionais e as leis ordinárias possuem paridade normativa e que o conflito entre 
eles deve ser resolvido pela aplicação dos critérios cronológico (lex posterior derogat priori) e da 
especialidade (lexspecialis derogat generali). Essa é a posição que prevalece até hoje. 
A partir desse entendimento do STF, é possível verificar que no Brasil a orientação jurisprudencial 
não é a de primazia absoluta do direito internacional sobre o direito interno, tampouco o contrário. 
Apesar de o STF considerar que o Brasil adota a tese do “monismo moderado”, salta aos olhos o fato 
de que, em nosso país, os tratados internacionais somente possuem validade no plano interno após 
sua regular internalização. 
Hildebrando Accioly explica a questão. 
“O monismo moderado, tal como se aplica no Brasil, representa o segundo momento do dualismo, 
quando a norma já incorporada poderá ou não colidir com a norma interna”. 
Mazzuoli e Flávia Piovesan: o referido dispositivo já era suficiente para permitir o ingresso dos 
tratados internacionais de direitos humanos no ordenamento jurídico com status de norma 
constitucional. 
As manifestações doutrinárias não ecoaram no STF, que entendia que os tratados internacionais de 
direitos humanos guardavam paridade normativa com as leis ordinárias. 
 
 
Até a edição da Emenda Constitucional nº 45/2004. 
Quando um tratado versar sobre direitos humanos e for aprovado em 2 (dois) turnos 
por 3/5 dos membros das 2 Casas Legislativas, ele terá status de emenda constitucional 
e ingressará no chamado “bloco de constitucionalidade”. 
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6 
 
 
Em 2008, no RE 466.343-1 / SP, o STF manifestou seu entendimento sobre o assunto, que 
representou uma enorme revolução na jurisprudência pátria acerca do direito internacional. 
Na oportunidade, o STF julgou controvérsia envolvendo a prisão do depositário infiel. A questão 
girava em torno de aparente antinomia entre o Pacto de San Jose da Costa Rica (Convenção 
Interamericana de Direitos Humanos) e a CF/88 
O Pacto de San Jose da Costa Rica foi ratificado pelo Brasil em 1992, sem quaisquer reservas, 
estabelecendo como única possibilidade de prisão civil por dívida o inadimplemento de obrigação 
alimentícia. 
Ocorre que a CF/88 (art.5º, inciso LXVII) autoriza a prisão civil por dívida em duas situações: em 
razão do inadimplemento de obrigação alimentícia ou no caso do depositário infiel. 
No exame do caso concreto, o STF entendeu que o Pacto de San Jose da Costa Rica possui status 
supralegal (acima das leis e abaixo da CF/88). Nesse sentido, o referido tratado tornou inaplicável a 
legislação infraconstitucional que tratava do assunto, seja ela anterior ou posterior. As normas 
infraconstitucionais que ordenavam a prisão do depositário infiel, restaram, portanto, inaplicáveis. 
Da mesma forma, a previsão constitucional da prisão do depositário infiel (art. 5º, inciso LXVII) teve 
sua aplicabilidade afastada, tudo em razão de um “efeito paralisante” promovido pelo Pacto de São 
José da Costa Rica. 
Desde então, a prisão civil por dívida no Brasil somente é possível em razão do inadimplemento 
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia. Foi, inclusive, editada a Súmula Vinculante nº 25, 
que estabelece que: "É ilícita a prisão civil do depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de 
depósito." 
 
Com o julgamento do RE 466.343-1/SP, passou a entender o STF que os tratados 
internacionais de direitos humanos que não forem aprovados pelo procedimento 
próprio das emendas constitucionais (em cada Casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros) terão status supralegal. 
 
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Em contrapartida, os tratados internacionais de direitos humanos que forem aprovados pelo rito 
próprio das emendas constitucionais terão equivalência de emenda constitucional. Percebe-se que, 
com seu novo entendimento, o STF inovou a pirâmide jurídica kelseniana, criando a possibilidade de 
que existam normas situadas em patamar acima das leis, mas abaixo da Constituição – normas com 
status supralegal. 
 
 
 
 
3. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS 
 
Sobre a Comunidade Internacional de Nações, a que deram o nome de Organização das Nações 
Unidas, no bojo da qual haveria de nascer um conjunto de normas e organismos voltados à 
construção e preservação daqueles direitos inerentes aos seres humanos. 
De acordo com o SISTEMA UNIVERSAL de Direitos Humanos, a CARTA INTERNACIONAL DE 
DIREITOS HUMANOS é composta pelos seguintes instrumentos: 
Tratados 
Internacionais 
Comuns
Paridade 
normativa com 
a lei ordinária
Tratados 
Internacionais 
de Direitos 
Humanos
Aprovados pelo 
rito próprio das 
emendas 
constitucionais
Equivalência de 
emenda 
constitucional
Tratados 
Internacionais 
de Direitos 
Humanos
Aprovados pelo 
rito ordinário
Status 
supralegal
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a) Declaração Universal dos Direitos Humanos; 
b) Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e seus dois Protocolos Opcionais; 
c) Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e seu Protocolo Facultativo. 
 
• No preambulo da Declaração Universal, de 1948, encontra-se a motivação para aelaboração 
de um documento universal sobre os direitos humanos, sendo a mesma motivação que levou 
a criação da ONU.: 
 
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da 
família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da 
justiça e da paz no mundo 
A Assembleia Geral proclama A presente Declaração Universal dos Diretos Humanos 
como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo 
de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta 
Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a 
esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional 
e internacional, por assegurar o seur conhecimento e a sua observância universais e 
efetivos, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos 
dos territórios sob sua jurisdição. 
Aliado a isso, havia a necessidade de dar concretude aos direitos humanos e liberdades 
fundamentais referidos na Carta da ONU5(art. 1ª, 3). 
Artigo 1. Os propósitos das Nações unidas são: 
1. Manter a paz e a segurança internacionais e, para esse fim: tomar, coletivamente, 
medidas efetivas para evitar ameaças à paz e reprimir os atos de agressão ou outra 
qualquer ruptura da paz e chegar, por meios pacíficos e de conformidade com os 
princípios da justiça e do direito internacional, a um ajuste ou solução das 
controvérsias ou situações que possam levar a uma perturbação da paz; 
2. Desenvolver relações amistosas entre as nações, baseadas no respeito ao princípio de 
igualdade de direitos e de autodeterminação dos povos, e tomar outras medidas 
apropriadas ao fortalecimento da paz universal; 
3. Conseguir uma cooperação internacional para resolver os problemas internacionais de 
caráter econômico, social, cultural ou humanitário, e para promover e estimular o 
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respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem distinção 
de raça, sexo, língua ou religião;e 
4. Ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações para a consecução desses 
objetivos comuns. 
 
De acordo com Mazzuoli, afirma-se que o significado da DUDH decorredos próprios objetivos da 
criação das Nações Unidas, relacionados com a reconstrução da ordem mundial fundada em novos 
conceitos de direito internacional, contrários à doutrina da soberania nacional absoluta e à 
exacerbação do positivismo jurídico. 
Pretendia-se formular um rol atualizado dos direitos humanos, com a criação de obrigações para os 
Estados em decorrência da normativa internacional. 
Carlos Weis, citando Dalmo Abreu Dallari, afirma que o exame dos artigos da Declaração revela 
que ela consagrou três objetivos fundamentais: 
 
1
.
A certeza dos direitos, 
exigindo que haja uma 
fixação prévia e clara 
dos direitos e deveres, 
para que os indivíduos 
possam gozar dos 
direitos ou sofrer 
imposições;
2
.
A segurança dos 
direitos, impondo uma 
série de normas 
tendentes a garantir 
que, em qualquer 
circunstância, os 
direitos fundamentais 
serão respeitados;
3
.
A possibilidade dos 
direitos, exigindo que se 
procure assegurara 
todos os indivíduos os 
meios necessários à 
fruição dos direitos, não 
se permanecendo no 
formalismo cínico e 
mentiroso da afirmação 
de igualdade de direitos 
aonde grande parte do 
povo vive em condições 
subumanas.
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A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi o primeiro documento internacional a tratar dos 
direitos humanos, tanto civis e políticos quanto econômicos, sociais e culturais, de maneira 
indivisível, ainda que tenha reconhecido sua distinta natureza jurídica. 
Apresentou como novidade: a proibição à escravidão e à tortura; o reconhecimento da 
personalidadejurídica; o direito ao asilo e à nacionalidade. 
Além disso, fez menção ao direito de propriedade, seja com titularidade individual, seja coletiva. 
 
Artigo IV-Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a escravidão e o tráfico de 
escravos serão proibidos em todas as suas formas. 
Artigo V-Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, 
desumano ou degradante. 
Artigo VI-Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida como 
pessoa perante a lei. 
Artigo XIV- 
1.Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em 
outros países. 
2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada 
por crimes de direito comum ou por atos contrários aos propósitos e princípios das 
Nações Unidas. 
Artigo XV-1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade. 2. Ninguém será 
arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de 
nacionalidade. 
Artigo XVII- 
1. Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros. 
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade 
 
• Pontos Importantes! 
• Ano: 1948 
• Primeiro documento que tratou das duas gerações de Direitos Humanos (1ª e 2ª) 
Universalidade, indivisibilidade e interdependência dos direitos civis, políticos, econômicos 
e sociais. 
• Direito de propriedade: reconhecido tanto em caráter individual quanto coletivo; 
Implementação progressiva, de acordo com as possibilidades, dos direitos econômicos, 
sociais e culturais; Família é o núcleo natural e fundamental da sociedade 
Novidades 
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•Proibição à escravidão e à tortura 
•Reconhecimento da personalidade jurídica 
•Direito ao asilo 
•Direito à nacionalidade 
 
 
RESUMO 
1. DIREITOS HUMANOS NA CONSTITUIÇÃO DE 1988 
 
Segundo Mazzuoli, a Constituição de 1988, dentro dessa ótica internacional marcadamente 
humanizante e protetiva, erigiu a dignidade da pessoa humana (art. 1º, inc. III) e a prevalência dos 
direitos humanos (art. 4º, inc. II) a princípios fundamentais da República Federativa do Brasil. 
 Este último passou a ser, inclusive, princípio pelo qual o Brasil deve reger-se no cenário 
internacional; assim, ao falar em “prevalência dos direitos humanos” está a Constituição – pela 
utilização da própria terminologia “direitos humanos” – ordenando à jurisdição brasileira que 
respeite as decisões ou recomendações (quando mais benéficas) provindas da ordem internacional, 
em especial das instâncias judiciais de proteção, como a Corte Interamericana de Direitos Humanos. 
 
Segundo o qual, respectivamente, compete aos juízes federais processar e julgar “as causas 
relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo”, dispondo este último, por sua 
vez, que: “Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, 
com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais 
de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de 
Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para 
a Justiça Federal”. 
 
Para Mazzuoli: 
Vanessa Brito Arns
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“Com base nesse dispositivo, que segue a tendência do constitucionalismo contemporâneo, 
sempre defendemos que os tratados internacionais de direitos humanos ratificados pelo Brasil têm 
índole e nível constitucionais, além de aplicação imediata, não podendo ser revogados por lei 
ordinária posterior. E a nossa interpretação sempre foi a seguinte: se a Constituição estabelece que 
os direitos e garantias nela elencados “não excluem” outros provenientes dos tratados 
internacionais “em que a República Federativa do Brasil seja parte”, é porque ela própria está a 
autorizar que esses direitos e garantias internacionais constantes dos tratados de direitos humanos 
ratificados pelo Brasil “se incluem” no nosso ordenamento jurídico interno, passando a ser 
considerados como se escritos na Constituição estivessem” 
Da análise do § 2º do art. 5º da Carta brasileira de 1988, percebe-se que três são as vertentes, no 
texto constitucional brasileiro, dos direitos e garantias individuais: 
a) direitos e garantias expressos na Constituição, a exemplo dos elencados nos incisos I ao 
LXXVIII do seu art. 5º, bem como outros fora do rol de direitos, mas dentro da Constituição (como, 
v.ġ., a garantia da anterioridade tributária, prevista no art. 150, inc. III, alínea b, do Texto Magno); 
b) direitos e garantias implícitos, subentendidos nas regras de garantias, bem como os 
decorrentes do regime e dos princípios pela Constituição adotados, e 
c) direitos e garantias inscritos nos tratados internacionais de direitos humanos em que a 
República Federativa do Brasil seja parte 
d) A Carta de 1988, com a disposição do § 2º do seu art. 5º, de forma inédita, passou a 
reconhecer claramente, no que tange ao seu sistema de direitos e garantias, uma dupla fonte 
normativa: 
e) aquela advinda do Direito interno (direitos expressos e implícitos na Constituição, estes 
últimos subentendidos nas regras de garantias ou decorrentes do regime e dos princípios por ela 
adotados), e; 
f) aquela outra advinda do Direito Internacional (decorrente dos tratados internacionais de 
direitos humanos em que a República Federativa do Brasil seja parte). De forma expressa, a Carta de 
1988 atribuiu aos tratados internacionais de proteção dos direitos humanos devidamente ratificados 
pelo Estado brasileiro (e em vigor) a condição de fontes do sistema constitucional de proteção de 
direitos 
 
Conforme Marcelo Novelino (2007), o Supremo Tribunal Federal adotava o entendimento de que 
todo e qualquer tratado internacional, independentemente de seu conteúdo, tinha o status de lei 
ordinária (CF, artigo 102, III, b). 
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No entanto, consolidava-se a tese defendida, no Estado brasileiro, por Antônio Augusto Cançado 
Trindade e da professora Flávia Piovesan, de que os tratados internacionais de Direitos Humanos 
teriam a mesma hierarquia das normas constitucionais, por força do disposto no parágrafo 2° 
artigo 5° da Carta Política de 1988. 
A Emenda Constitucional 45, de 8 de dezembro de 2004, na tentativa de por fim à controvérsia, 
acrescentou um terceiro parágrafo ao artigo 5°. Tal dispositivo estabelece que se o tratado ou 
convenção sobre direitos humanos for aprovado pelo Congresso Nacional com o mesmo 
procedimento previsto para as emendas, serão equivalentes a elas. 
 
2. TRATADOS: HIERARQUIA NO BRASIL 
O Texto da CF/88 não estabelece com clareza qual a hierarquia entre tratados e normas internas. 
Coube, assim, à jurisprudência e à doutrina definir a hierarquia entre normas internas e 
internacionais no ordenamento jurídico brasileiro. 
Até 1977, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerava que os tratados internacionais sempre 
prevaleciam sobre o direito interno. Entretanto, naquele ano, foi julgado o RE 80.004, que trouxe 
novo entendimento jurisprudencial da Corte Constitucional. 
STF: tratados internacionais e as leis ordinárias possuem paridade normativa e que o conflito entre 
eles deve ser resolvido pela aplicação dos critérios cronológico (lex posterior derogat priori) e da 
especialidade (lex specialis derogat generali). Essa é a posição que prevalece até hoje. 
A partir desse entendimento do STF, é possível verificar que no Brasil a orientação jurisprudencial 
não é a de primazia absoluta do direito internacional sobre o direito interno, tampouco o contrário. 
Apesar de o STF considerar que o Brasil adota a tese do “monismo moderado”, salta aos olhos o 
fato de que, em nosso país, os tratados internacionais somente possuem validade no plano interno 
após sua regular internalização. 
Hildebrando Accioly explica a questão. 
“O monismo moderado, tal como se aplica no Brasil, representa o segundo momento do dualismo, 
quando a norma já incorporada poderá ou não colidir com a norma interna”. 
Mazzuoli e Flávia Piovesan: o referido dispositivo já era suficiente para permitir o ingresso dos 
tratados internacionais de direitos humanos no ordenamento jurídico com status de norma 
constitucional. 
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As manifestações doutrinárias não ecoaram no STF, que entendia que os tratados internacionais de 
direitos humanos guardavam paridade normativa com as leis ordinárias. 
 
 
Até a edição da Emenda Constitucional nº 45/2004. 
Quando um tratado versar sobre direitos humanos e for aprovado em 2 (dois) turnos por 3/5 dos 
membros das 2 Casas Legislativas, ele terá status de emenda constitucional e ingressará no chamado 
“bloco de constitucionalidade”. 
 
Em 2008, no RE 466.343-1 / SP, o STF manifestou seu entendimento sobre o assunto, que 
representou uma enorme revolução na jurisprudência pátria acerca do direito internacional. 
Na oportunidade, o STF julgou controvérsia envolvendo a prisão do depositário infiel. A questão 
girava em torno de aparente antinomia entre o Pacto de San Jose da Costa Rica (Convenção 
Interamericana de Direitos Humanos) e a CF/88 
O Pacto de San Jose da Costa Rica foi ratificado pelo Brasil em 1992, sem quaisquer reservas, 
estabelecendo como única possibilidade de prisão civil por dívida o inadimplemento de obrigação 
alimentícia. 
Ocorre que a CF/88 (art.5º, inciso LXVII) autoriza a prisão civil por dívida em duas situações: em razão 
do inadimplemento de obrigação alimentícia ou no caso do depositário infiel. 
No exame do caso concreto, o STF entendeu que o Pacto de San Jose da Costa Rica possui status 
supralegal (acima das leis e abaixo da CF/88). Nesse sentido, o referido tratado tornou inaplicável a 
legislação infraconstitucional que tratava do assunto, seja ela anterior ou posterior. As normas 
infraconstitucionais que ordenavam a prisão do depositário infiel, restaram, portanto, inaplicáveis. 
Da mesma forma, a previsão constitucional da prisão do depositário infiel (art. 5º, inciso LXVII) teve 
sua aplicabilidade afastada, tudo em razão de um “efeito paralisante” promovido pelo Pacto de 
São José da Costa Rica. 
Desde então, a prisão civil por dívida no Brasil somente é possível em razão do inadimplemento 
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia. Foi, inclusive, editada a Súmula Vinculante nº 25, 
que estabelece que: "É ilícita a prisão civil do depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de 
depósito." 
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Com o julgamento do RE 466.343-1/SP, passou a entender o STF que os tratados internacionais de 
direitos humanos que não forem aprovados pelo procedimento próprio das emendas constitucionais 
(em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos 
membros) terão status supralegal. 
 
Em contrapartida, os tratados internacionais de direitos humanos que forem aprovados pelo rito 
próprio das emendas constitucionais terão equivalência de emenda constitucional. Percebe-se que, 
com seu novo entendimento, o STF inovou a pirâmide jurídica kelseniana, criando a possibilidade de 
que existam normas situadas em patamar acima das leis, mas abaixo da Constituição – normas com 
status supralegal. 
 
 
 
 
3. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS 
 
Sobre a Comunidade Internacional de Nações, a que deram o nome de Organização das Nações 
Unidas, no bojo da qual haveria de nascer um conjunto de normas e organismos voltados à 
construção e preservação daqueles direitos inerentes aos seres humanos. 
De acordo com o SISTEMA UNIVERSAL de Direitos Humanos, a CARTA INTERNACIONAL DE DIREITOS 
HUMANOS é composta pelos seguintes instrumentos: 
a) Declaração Universal dos Direitos Humanos; 
b) Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e seus dois Protocolos Opcionais; 
c) Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e seu Protocolo Facultativo. 
 
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• No preambulo da Declaração Universal, de 1948, encontra-se a motivação para aelaboração 
de um documento universal sobre os direitos humanos, sendo a mesma motivação que levou a 
criação da ONU.: 
 
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana 
e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo 
A Assembleia Geral proclama A presente Declaração Universal dos Diretos Humanos como o ideal 
comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e 
cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e 
da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas 
progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seur conhecimento e a sua 
observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre 
os povos dos territórios sob sua jurisdição. 
Aliado a isso, havia a necessidade de dar concretude aos direitos humanos e liberdades 
fundamentais referidos na Carta da ONU5(art. 1ª, 3). 
Artigo 1. Os propósitos das Nações unidas são:1. Manter a paz e a segurança internacionais e, para esse fim: tomar, coletivamente, medidas 
efetivas para evitar ameaças à paz e reprimir os atos de agressão ou outra qualquer ruptura da paz 
e chegar, por meios pacíficos e de conformidade com os princípios da justiça e do direito 
internacional, a um ajuste ou solução das controvérsias ou situações que possam levar a uma 
perturbação da paz; 
2. Desenvolver relações amistosas entre as nações, baseadas no respeito ao princípio de 
igualdade de direitos e de autodeterminação dos povos, e tomar outras medidas apropriadas ao 
fortalecimento da paz universal; 
3. Conseguir uma cooperação internacional para resolver os problemas internacionais de 
caráter econômico, social, cultural ou humanitário, e para promover e estimular o respeito aos 
direitos humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou 
religião;e 
4. Ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações para a consecução desses objetivos 
comuns. 
 
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De acordo com Mazzuoli, afirma-se que o significado da DUDH decorre dos próprios objetivos da 
criação das Nações Unidas, relacionados com a reconstrução da ordem mundial fundada em novos 
conceitos de direito internacional, contrários à doutrina da soberania nacional absoluta e à 
exacerbação do positivismo jurídico. 
Pretendia-se formular um rol atualizado dos direitos humanos, com a criação de obrigações para os 
Estados em decorrência da normativa internacional. 
Carlos Weis, citando Dalmo Abreu Dallari, afirma que o exame dos artigos da Declaração revela que 
ela consagrou três objetivos fundamentais: 
 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi o primeiro documento internacional a tratar dos 
direitos humanos, tanto civis e políticos quanto econômicos, sociais e culturais, de maneira 
indivisível, ainda que tenha reconhecido sua distinta natureza jurídica. 
Apresentou como novidade: a proibição à escravidão e à tortura; o reconhecimento da 
personalidadejurídica; o direito ao asilo e à nacionalidade. 
Além disso, fez menção ao direito de propriedade, seja com titularidade individual, seja coletiva. 
 
Artigo IV-Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a escravidão e o tráfico de escravos 
serão proibidos em todas as suas formas. 
Artigo V-Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou 
degradante. 
Artigo VI-Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida como pessoa perante 
a lei. 
Artigo XIV- 
1.Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países. 
2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes 
de direito comum ou por atos contrários aos propósitos e princípios das Nações Unidas. 
Artigo XV-1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade. 2. Ninguém será arbitrariamente privado 
de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade. 
Artigo XVII- 
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==1b755f==
 
 
 
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1. Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros. 
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade 
 
• Pontos Importantes! 
• Ano: 1948 
• Primeiro documento que tratou das duas gerações de Direitos Humanos (1ª e 2ª) 
Universalidade, indivisibilidade e interdependência dos direitos civis, políticos, econômicos e sociais. 
• Direito de propriedade: reconhecido tanto em caráter individual quanto coletivo; 
Implementação progressiva, de acordo com as possibilidades, dos direitos econômicos, sociais e 
culturais; Família é o núcleo natural e fundamental da sociedade 
Novidades 
•Proibição à escravidão e à tortura 
•Reconhecimento da personalidade jurídica 
•Direito ao asilo 
•Direito à nacionalidade 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Chegamos ao final da nossa aula! Continuaremos observando pontos muito importantes da matéria 
e essenciais para a compreensão da disciplina como um todo. 
Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato comigo. Estou disponível no fórum no 
Curso, por e-mail e pelo Instagram. 
Aguardo vocês na próxima aula. Até lá! 
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QUESTÕES COMENTADAS 
 
1. (CESPE-CEBRASPE/ANCINE – 2013) 
Em relação aos direitos fundamentais, aos remédios constitucionais e à organização político-
administrativa do Estado, julgue os itens subsecutivos. 
 
Constituem os chamados direitos de primeira geração os direitos civis e sociais, caracterizados 
pelo valor da liberdade, enquanto os denominados direitos de segunda geração são aqueles 
relacionados aos direitos econômicos, políticos e culturais, decorrentes do ideal da igualdade, e 
os chamados direitos de terceira geração são representados pelos direitos correlacionados ao 
valor da solidariedade ou fraternidade. 
Comentários: 
A alternativa está incorreta. Tradicionalmente a doutrina classifica os direitos fundamentais como de 
primeira, segunda e terceira gerações. Os direitos de primeira geração seriam os direitos relacionados às 
liberdades individuais e direitos civis; os direitos de segunda geração englobariam direitos econômicos, 
sociais e culturais e os direitos de terceira geração protegeriam direitos difusos. Portanto, incorreta a 
afirmativa. 
 
 
2. (FCC/Defensor Público – DPE-MA/2018) 
 
profvanessabrito@gmail.com 
 
@vanessa.arns 
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Podem ser considerados exemplos de direitos humanos de terceira geração o direito 
A) à imigração e refúgio, à participação na economia globalizada e à segurança. 
B) ao trabalho, à paz mundial e à indivisibilidade entre os direitos. 
C) à propriedade imaterial, à privacidade e ao pluralismo. 
D) à bioética, o direito do consumidor e os direitos culturais 
E) ao meio ambiente, ao desenvolvimento e à autodeterminação dos povos. 
 
 
Comentários: 
A Letra E está correta e é o gabarito da questão. Os direitos fundamentais de primeira dimensão 
são os ligados ao valor liberdade, são os direitos civis e políticos. São direitos individuais com caráter 
negativo por exigirem diretamente uma abstenção do Estado, seu principal destinatário. 
Ligados ao valor igualdade, os direitos fundamentais de segunda dimensão são os direitos sociais, 
econômicos e culturais. São direitos de titularidade coletiva e com caráter positivo, pois exigem 
atuações do Estado. 
Os direitos fundamentais de terceira geração, ligados ao valor fraternidade ou solidariedade, são os 
relacionados ao desenvolvimento ou progresso, ao meio ambiente, à autodeterminação dos povos, 
bem como ao direito de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade e ao direito de 
comunicação. São direitos transindividuais, em rol exemplificativo, destinados à proteção do gênero 
humano. 
Por fim, introduzidos no âmbito jurídico pela globalização política, os direitos de quarta geração 
compreendem os direitos à democracia, informação e pluralismo. 
 
1. (XIX Concurso Público para Provimento de Cargos de Juiz Federal Substituto da 3ª Região – 
Aplicação 2018). Considere as seguintes assertivas e assinale a INCORRETA: 
a) Sobre as fontes do Direito Internacional Público, a doutrina clássica afirma que tratado e costume 
possuem o mesmo valor sem que um tenha primaziasobre o outro; por isso, um pode derrogar ou 
modificar o outro. 
b) O ato unilateral tem sido considerado pela doutrina como fonte do Direito Internacional, apesar 
de não constar expressamente do rol previsto no artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de 
Justiça, tendo, como exemplo, as resoluções das organizações internacionais. 
c) Dentre os princípios gerais de direito no âmbito interno, os seguintes foram consagrados na 
jurisprudência internacional, segundo doutrina: (i) proibição ao abuso de direito; (ii) 
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responsabilidade internacional decorrente de atos ilícitos e restituição do que foi adquirido por 
enriquecimento ilícito; (iii) exceção da prescrição liberatória; (iv) obrigação de reparar os danos 
emergentes e lucros cessantes. 
d) O recurso à equidade prescinde da concordância das partes para ser validamente utilizado pelo 
juiz internacional ao proferir sua decisão. 
Comentários: 
A alternativa A está correta, pois menciona que a doutrina clássica possui o entendimento de 
ausência de hierarquia entre as fontes do direito internacional, notadamente conforme o 
entendimento de Celso Mello. Tal entendimento deriva, sobretudo, do Estatuto da Corte 
Internacional de Justiça - estabelecida pela Carta das Nações Unidas como o principal órgão 
judiciário das Nações Unidas – e que apresenta em seu artigo 38 rol não taxativo de fontes do direito 
internacional, tais como as convenções internacionais e o costume internacional. Todavia, é 
importante destacar que a doutrina contemporânea e, em especial, no âmbito dos Direitos 
Humanos, preceitua a prevalência dos tratados em prol da efetivação dos direitos humanos, o que 
ocorre, por exemplo, no Pacto de Direitos Civis e Políticos, o qual proíbe, de modo expresso, 
qualquer restrição ou derrogação aos direitos humanos reconhecidos ou vigentes em qualquer 
Estado Parte, em virtude de outras convenções, ou de leis, regulamentos ou costumes, “sob pretexto 
de que o presente Pacto não os reconheça ou os reconheça em menor grau” (artigo 5 item 2) . 
A alternativa B está correta. Conforme exposto, o rol do artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional 
de Justiça não é considerado pela doutrina como taxativo. Assim, os atos unilaterais encontram a 
sua fonte nos costumes, e são dotados de algumas condições para o reconhecimento de sua 
validade, tais como: ter origem es Estado soberano ou outro sujeito de Direito Internacional Público, 
o seu conteúdo ser admissível no direito, a vontade de ser livre de vícios. Segundo Celso de Mello 
“Ele pode ser definido como “o ato por meio do qual um sujeito de direito internacional aceita uma 
determinada situação de fato ou de direito e, eventualmente, declara considerá-la legítima”. 
A Alternativa C está correta. Alguns princípios gerais são reconhecidos internacionalmente: 
proibição do uso ou ameaça de força; solução pacífica das controvérsias; não intervenção nos 
assuntos internos dos Estados; dever de cooperação internacional; igualdade de direitos e 
autodeterminação dos povos; igualdade soberana dos Estados; boa-fé no cumprimento das 
obrigações internacionais. A assertiva traz, contudo, princípios gerais mais contemporâneos, como 
aqueles que envolvem a responsabilidade internacional. A responsabilização dos Estados no âmbito 
do Direito Internacional é tema tratado pela doutrina contemporânea, vez que a negação da 
incidência do princípio geral da responsabilidade representa a retirada dos Estados do dever de 
comportarem-se em consonância com os compromissos internacionais, em especial no âmbito das 
violações aos Direitos Humanos. 
A Alternativa D está incorreta e é o gabarito da questão, haja vista que foi solicitada a assertiva 
incorreta. A equidade é recurso que não dispensa a concordância das partes para ser validamente 
utilizado pelo juiz internacional ao proferir sua decisão. Com efeito, a utilização da equidade deve 
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ser expressamente prevista pelas partes para que possa a sua utilização ser considerada válida. O 
artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça estipula que “A presente disposição não 
prejudicará a faculdade da Corte de decidir uma questão ex aequo et bono, se as partes com isto 
concordarem”. 
 
2. Ano: 2017 Banca: TRF – 2ª Região Órgão: TRF – 2ª REGIÃO - 2017 - Juiz Federal Substituto. 
Quanto à internalização de tratados ao ordenamento nacional, assinale a opção correta: 
A) O sistema de recepção de tratados internacionais previsto na Constituição Federal não acolhe o 
chamado princípio do efeito direto e imediato dos tratados ou convenções internacionais sobre 
Direitos Humanos. 
B) A extradição solicitada por Estado estrangeiro para Fins de cumprimento de pena somente poderá 
ser deferida depois de internalizado o tratado de extradição firmado entre o Brasil e o respectivo 
Estado estrangeiro. 
C) Somente após ser aprovado em duplo turno de votação, nas duas casas do Congresso Nacional, 
seguido de publicação de Decreto Presidencial, poderá o Tratado Internacional adquirir validade no 
Direito brasileiro. 
D) Tratado internacional que verse sobre matéria que a Constituição brasileira reserva ao domínio 
da Lei Complementar poderá ter aplicabilidade interna, bastando que no ato de internalização seja 
observado o quórum de maioria absoluta previsto no artigo 69 da Constituição. 
E) Tratados que versem sobre concretização de Direitos Humanos no plano interno não podem ser 
objeto de denúncia pelo Estado Brasileiro, sob pena de violação ao postulado da proibição de 
retrocesso. 
Comentários: 
A alternativa A está correta. A constituição Federal prevê processo específico para a incorporação 
de tratados ou convenções internacionais sobre direitos humanos, de forma que, segundo a 
doutrina clássica do direito internacional, não há que se falar em aplicabilidade imediata destes atos 
internacionais. Essa é a interpretação do artigo 5º, LXXVIII, parágrafo 3º da Constituição Federal. 
A alternativa B está incorreta. De fato, poderá ocorrer a extradição se existir tratado bi ou 
multilateral que vincule os Estados envolvidos. Todavia, na ausência de vinculação das partes, o 
Brasil poderá conceder a extradição mediante declaração de reciprocidade, segundo a qual, se 
houver crime análogo no país que solicitado, o outro solicitante se compromete a conceder a 
extradição solicitada. Cabe lembrar que a Constituição Federal estabelece limites quanto à matéria: 
nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes 
da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, 
na forma da lei e não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião 
(artigo 5º LI, LII da CF). 
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A alternativa C está incorreta. O procedimento narrado se refere àquele específico para a 
incorporação de tratados que versem sobre direitos humanos. A incorporação dos demais tratados 
seguem o rito previsto no artigo 47 da Constituição Federal, segundo o qual, “salvo disposição 
constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por 
maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros”. 
A alternativa D está incorreta. O STF já decidiu que, os tratados internacionais, quando não tratarem 
de direitos humanos, encontram-se no plano das leis ordinárias em posição inferior à Constituição 
Federal(ADI 1.480 e na CR 8.279). Assim, após a incorporação ao ordenamento pátrio, os tratados 
internacionais que não versem sobre direitos humanos possuem o patamar hierárquico em 
igualdade de condições com às demais leis ordinárias. 
A alternativa E está incorreta. A possibilidade de denúncia está prevista no artigo 62 da Convenção 
de Viena e pode ocorrer diante da mudança fundamental de circunstâncias. A denúncia constitui 
uma das formas de extinção do tratado e a regra geral é que os tratados somente podem ser 
denunciados quando é prevista expressamente esta possibilidade. Ademais, a convenção de Viena 
prevê em seu artigo 56, 2 que “Uma parte deverá notificar, com pelo menos doze meses de 
antecedência, a sua intenção de denunciar ou de se retirar de um tratado, nos termos do parágrafo 
1”. 
3. Ano: 2014 Banca: TRF - 4ª REGIÃO Órgão: TRF - 4ª REGIÃO Prova: TRF - 4ª REGIÃO - 2014 - 
TRF - 4ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto. Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa 
correta. Considerando-se a relação de hierarquia existente entre os tratados internacionais 
e a Constituição Brasileira vigente: 
I. No sistema jurídico brasileiro, os tratados ou as convenções internacionais estão hierarquicamente 
subordinados à autoridade normativa da Constituição da República. Em consequência, nenhum 
valor jurídico terão os tratados internacionais que, incorporados ao sistema de direito positivo 
interno, transgredirem, formal ou materialmente, o texto da Carta Política. 
II. O Poder Judiciário dispõe de competência para, quer em sede de fiscalização abstrata, quer no 
âmbito do controle difuso, efetuar o exame de constitucionalidade dos tratados ou das convenções 
internacionais, salvo se já incorporados ao sistema de direito positivo interno. 
III. Os tratados ou as convenções internacionais, uma vez regularmente incorporados ao direito 
interno, situam-se, no sistema jurídico brasileiro, nos mesmos planos de validade, de eficácia e de 
autoridade em que se posicionam as leis ordinárias, havendo, em consequência, entre estas e os 
atos de direito internacional público, mera relação de paridade normativa. 
IV. O primado da Constituição, no sistema jurídico brasileiro, é oponível ao princípio pacta sunt 
servanda, inexistindo, por isso mesmo, no direito positivo nacional, o problema da concorrência 
entre tratados internacionais e a Lei Fundamental da República, cuja suprema autoridade normativa 
deverá sempre prevalecer sobre os atos de direito internacional público. 
V. Os tratados internacionais celebrados pelo Brasil – ou aos quais o Brasil venha a aderir – não 
podem versar matéria posta sob reserva constitucional de lei complementar. É que, em tal situação, 
a própria Carta Política subordina o tratamento legislativo de determinado tema ao exclusivo 
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domínio normativo da lei complementar, que não pode ser substituída por qualquer outra espécie 
normativa infraconstitucional, exceto quanto aos atos internacionais já incorporados ao direito 
brasileiro. 
A) Estão corretas apenas as assertivas I e III. 
B) Estão corretas apenas as assertivas IV e V. 
C) Estão corretas apenas as assertivas I, III e IV. 
D) Estão corretas apenas as assertivas II, III e IV. 
E) Estão corretas todas as assertivas. 
4. Ano: 2015 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: AGU Prova: CESPE - 2015 - AGU - Advogado da 
União. Julgue o item a seguir, relativo às fontes do direito internacional. 
Os tratados incorporados ao sistema jurídico brasileiro, dependendo da matéria a que se refiram e 
do rito observado no Congresso Nacional para a sua aprovação, podem ocupar três diferentes níveis 
hierárquicos: hierarquia equivalente à das leis ordinárias federais; hierarquia supralegal; ou 
hierarquia equivalente à das emendas constitucionais. 
Certo 
Errado 
Comentários: 
O item está correto. Após a incorporação ao ordenamento pátrio, o tratado encontra-se em 
igualdade de condições às demais leis ordinárias, com exceção dos tratados de direitos humanos 
que, após a Emenda Constitucional n. 45/2004, possuem o patamar hierárquico de emendas 
constitucionais, depois da necessária aprovação no Congresso Nacional: Art. 5º, § 3º, da CF/88: Os 
tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa 
do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão 
equivalentes às emendas constitucionais. Ainda, há os tratados sobre direitos humanos que não 
foram internalizados pelo trâmite do art. 5º, § 3º, da CF/88 e que são considerados, hoje, segundo 
o entendimento dominante no STF, normas supralegais. 
 
 
5. Ano: 2015 Banca: FUNDATEC Órgão: PGE-RS Prova: FUNDATEC - 2015 - PGE-RS - Procurador 
do Estado. A respeito da cláusula de abertura constitucional consagrada no artigo 5º, § 2º, 
da Constituição Federal de 1988, e considerando a hierarquia dos tratados internacionais, 
sustenta a atual jurisprudência do Supremo Tribunal Federal - STF que: 
A) Os tratados internacionais, independentemente de seu objeto, têm paridade hierárquica com a 
lei federal por serem juridicamente vinculantes. 
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B) Os tratados internacionais têm hierarquia inferior à lei federal por serem promulgados por 
decreto presidencial. 
C) Os tratados internacionais têm hierarquia supraconstitucional por serem expressão do jus cogens 
internacional. 
D) Os tratados internacionais, independentemente de seu objeto, têm hierarquia constitucional por 
expandirem o “bloco de constitucionalidade”. 
E) Os tratados internacionais de proteção dos direitos humanos têm hierarquia superior à legalidade 
ordinária, permitindo o controle de convencionalidade das leis. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta. Os tratados internacionais, a depender de seu objeto e finalidade, 
possuem nível hierárquico diverso em nosso ordenamento jurídico. Após a incorporação ao 
ordenamento pátrio, o tratado encontra-se em igualdade de condições às demais leis ordinárias, 
com exceção dos tratados de direitos humanos que, após a Emenda Constitucional n. 45/2004, 
possuem o patamar hierárquico de emendas constitucionais, depois da necessária aprovação no 
Congresso Nacional: Art. 5º, § 3º, da CF/88: Os tratados e convenções internacionais sobre direitos 
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três 
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. Ainda, 
há os tratados sobre direitos humanos que não foram internalizados pelo trâmite do art. 5º, § 3º, da 
CF/88 e que são considerados, hoje, segundo o entendimento dominante no STF, normas 
supralegais. 
A alternativa B está incorreta, pelo mesmo fundamento da assertiva anterior. 
A alternativa C está incorreta, pelo mesmo fundamento da assertiva anterior. 
A alternativa D está incorreta, pelo mesmo fundamento da assertiva anterior. 
A alternativa E está correta. Após a Emenda Constitucional n.º 45/2004, os tratados de proteção dos 
direitos humanos possuem o patamar hierárquico de emendas constitucionais, depois da necessária 
aprovação no Congresso Nacional: Art. 5º, § 3º, da CF/88: Os tratados e convenções internacionais 
sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, 
por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
Por essa razão, permitem o controle de convencionalidade das leis consistente, em síntese, no 
exame de compatibilidade entre uma norma interna e um tratado internacional. 
6. Ano: 2013 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TRF - 5ª REGIÃOProva: CESPE - 2013 - TRF - 5ª 
REGIÃO - Juiz Federal. A respeito da incorporação do direito internacional ao direito 
brasileiro, assinale a opção correta. 
A) A casa iniciadora, no que diz respeito a projetos de decreto legislativo de aprovação de tratados, 
é o Senado Federal. 
B) A ratificação de tratado pelo presidente da República é ato discricionário. 
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C) Diferentemente dos tratados-lei, tratados-contrato não necessitam de aprovação do Congresso 
Nacional para passar a integrar o ordenamento jurídico nacional. 
D) Tratados de direitos humanos ratificados antes ou depois da CF incorporam-se ao direito pátrio 
com força de emenda constitucional. 
E) É proibido ao Congresso Nacional aprovar os tratados com ressalvas. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta, pois a casa iniciadora no caso em comento é a Câmara dos Deputados, 
ante o disposto no artigo 64 da Constituição Federal. 
A alternativa B está correta. Trata-se da interpretação do artigo 84, inciso VII da CF: “Compete 
privativamente ao Presidente da República: VIII - celebrar tratados, convenções e atos 
internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional. 
A alternativa C está incorreta, vez que, conforme preceitua o artigo 49 da Constituição Federal, é de 
competência exclusiva do Congresso Nacional não somente resolver definitivamente sobre tratados, 
mas também, sobre acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos 
gravosos ao patrimônio nacional (artigo 49m da CF). 
A alternativa D está incorreta. Os tratados de direitos humanos, após a Emenda Constitucional n. 
45/2004, possuem o patamar hierárquico de emendas constitucionais, depois da aprovação no 
Congresso Nacional: Art. 5º, § 3º, da CF/88: Os tratados e convenções internacionais sobre direitos 
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três 
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. Ainda, 
há os tratados sobre direitos humanos que não foram internalizados pelo trâmite do art. 5º, § 3º, da 
CF/88 e que são considerados, hoje, segundo o entendimento dominante no STF, normas 
supralegais. 
A alternativa E está incorreta. Cabe repisar que é competência privativa do Presidente da República 
celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional, 
conforme artigo 84, VIII da CF. a convenção de Viena denomina de“reserva”uma declaração 
unilateral, qualquer que seja a sua redação ou denominação, feita por um Estado ao assinar, ratificar, 
aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele aderir, com o objetivo de excluir ou modificar o efeito jurídico 
de certas disposições do tratado em sua aplicação a esse Estado. 
 
7. Ano: 2010 Banca: TRF - 4ª REGIÃO Órgão: TRF - 4ª REGIÃO Prova: TRF - 4ª REGIÃO - 2010 - 
TRF - 4ª REGIÃO - Juiz Federal. Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa correta. 
I. No Brasil não é possível a homologação parcial de sentença estrangeira, mas é admissível a 
concessão de tutela de urgência no seu procedimento. 
II. O juiz brasileiro, tratando-se de crime de “lavagem de dinheiro” (Lei 9.613, de 03/03/98) praticado 
por estrangeiro em outro país, pode, mediante solicitação da autoridade competente, determinar a 
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apreensão ou o sequestro de bens e direitos, independentemente da existência de tratado ou 
convenção, desde que o governo do país da autoridade solicitante prometa reciprocidade ao Brasil. 
III. Quando os tratados versarem sobre direitos humanos, serão sempre internalizados com força de 
lei complementar. 
IV. Somente os Estados independentes têm capacidade para firmar tratado internacional. 
V. Os tratados-contratos ou tratados especiais se extinguem, dentre outros modos, quando ocorrer 
a sua execução integral, pela impossibilidade de execução, pela renúncia unilateral por parte do 
Estado exclusivamente beneficiado, pela denúncia unilateral, pela guerra e pela inexecução do 
tratado por um dos Estados contratantes. 
A) Estão corretas apenas as assertivas I e III. 
B) Estão corretas apenas as assertivas I e IV. 
C) Estão corretas apenas as assertivas II e IV. 
D) Estão corretas apenas as assertivas II e V. 
E) Estão corretas apenas as assertivas III e V. 
 
8. Ano: 2013 Banca: TRF - 3ª REGIÃO Órgão: TRF - 3ª REGIÃO Prova: TRF - 3ª REGIÃO - 2013 - 
TRF - 3ª REGIÃO - Juiz Federal. Em relação ao procedimento de internação de Tratados 
Internacionais, é correto dizer que: 
A) Os tratados são promulgados por decreto- legislativo; 
B) Os tratados são ratificados por decreto do Poder Executivo; 
C) Qualquer tratado internacional tem status constitucional, desde que seguido o procedimento 
especial previsto pela própria Constituição da República; 
D) Os tratados constitutivos do Mercosul foram ratificados e promulgados segundo procedimento 
diverso do normalmente previsto; 
E) Os chamados executive agreements, que não criam obrigações onerosas para os Estados-Partes, 
independem de ratificação. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta. Os tratados são promulgados por decreto do Poder Executivo 
presidencial. O decreto legislativo é de lavra do Congresso Nacional e somente é exarado após a 
celebração do tratado internacional pelo presidente da república, no uso de sus atribuições previstas 
no artigo 84, VIII, da Constituição Federal. Assim, após a celebração, referendo do Congresso 
Nacional por meio de Decreto Legislativo e a ratificação pelo chefe do Estado mediante o depósito 
do ato, será, enfim, o tratado promulgado por meio de decreto executivo presidencial. 
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A alternativa B está incorreta. A Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados define ratificação 
da seguinte forma: “o ato internacional assim denominado pelo qual um Estado estabelece no plano 
internacional o seu consentimento em obrigar-se por um tratado” (art. 2º, I, b). A partir da 
ratificação, o acordo entra em vigor na ordem internacional. É certo, porém, que a ratificação se 
consuma pela comunicação formal à outra parte, ou ao depositário, assim, a ratificação trata-se de 
ato externo e não é realizada mediante decreto do poder executivo. 
A alternativa C está incorreta. Nem todo o tratado internacional possui status constitucional. Após 
a incorporação ao ordenamento pátrio, o tratado encontra-se em igualdade de condições às demais 
leis ordinárias, com exceção dos tratados de direitos humanos que, após a Emenda Constitucional 
n. 45/2004, possuem o patamar hierárquico de emendas constitucionais, depois da necessária 
aprovação no Congresso Nacional: Art. 5º, § 3º, da CF/88: Os tratados e convenções internacionais 
sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, 
por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
Ainda, há os tratados sobre direitos humanos que não foram internalizados pelo trâmite do art. 5º, 
§ 3º, da CF/88 e que são considerados, hoje, segundo o entendimento dominante no STF, normas 
supralegais. 
A alternativa D está incorreta. Os tratados constitutivos do Mercosul foram ratificados e 
promulgados segundo o procedimento normalmente previsto. A única questão a ser ressaltada é 
que o Mercosul nasceu sem personalidade jurídica internacional. Somente com o Protocolo de Ouro 
Preto, de 1994, o bloco passou a ter tal personalidade. 
A alternativaE está correta. Os executive agreements são acordos concluídos pelo Poder Executivo 
sem o consentimento do Poder Legislativo. São concluídos, frequentemente, por meio de notas 
diplomáticas, troca de correspondências, ou algo similar. A assinatura é suficiente para obrigar o 
Estado. De acordo com Mazzuoli “A ausência de ratificação é a regra nos acordos em forma 
simplificada”. 
 
9. Ano: 2009 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TRF - 5ª REGIÃO Prova: CESPE - 2009 - TRF - 5ª 
REGIÃO - Juiz Federal. Considerando a jurisprudência atual do STF, assinale a opção correta 
quanto à relação entre tratado e norma de direito interno. 
A) O STF apregoa o primado do direito internacional em face do ordenamento nacional brasileiro. 
B) Tratados e convenções guardam estrita relação de paridade normativa com as leis delegadas 
editadas pelo Poder Executivo. 
C) Há sempre a primazia dos tratados internacionais de comércio exterior sobre as normas internas 
aduaneiras. 
D) O Decreto-lei n.º 911/1969, que permite a prisão civil do devedor-fiduciante, foi revogado pelo 
Pacto de San José da Costa Rica. 
E) Para decidir conflito entre tratado e norma de direito interno, além do critério da lex posterior 
derogat priori, o STF aplica, ainda, um outro, qual seja, o da lex posterior generalis non derogat legi 
priori speciali. 
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Comentários: 
A alternativa A está incorreta. O Brasil adota a teoria dualista, segundo a qual o mecanismo de 
recepção dos tratados não permite a recepção direta, tratando-se, assim, de dualismo nacionalista 
(moderado). CR 8.279, República Argentina, Rel. Min. Celso de Mello, j. 17-6-1998 
A alternativa b está incorreta. Segundo o entendimento atual do STF, tratados e convenção, que 
não tratem de direitos humanos, possuem paridade normativa com as leis ordinárias e não com as 
leis delegadas. 
A alternativa c está incorreta. Não há sempre a primazia dos tratados internacionais de comércio 
exterior sobre as normas internas aduaneiras. Todavia, convém ressaltar o artigo 98 do Código 
Tributário Nacional estabelece que “Os tratados e as convenções internacionais revogam ou 
modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha”. 
A alternativa d está incorreta. Em dezembro de 2008, o STF aplicou o novo dispositivo constitucional 
acerca dos tratados de direitos humanos, e aplicou o Pacto de São José da Costa Rica (1969), que 
restringe a prisão civil por dívida ao descumprimento inescusável de prestação alimentícia (art. 7º,7). 
Concluiu-se que, embora ainda não revogadas, com a introdução do aludido Pacto no ordenamento 
jurídico nacional, restaram em desuso as normas estritamente legais definidoras da custódia do 
depositário infiel. 
A alternativa e está correta. Trata-se de regras hermenêuticas do direito brasileiro segundo as quais 
leis posteriores derrogam leis anteriores e leis posteriores gerais não derrogam lei anterior 
especifica. 
10. Ano: 2009 Banca: TRF - 4ª REGIÃO Órgão: TRF - 4ª REGIÃO Prova: TRF - 4ª REGIÃO - 2009 - 
TRF - 4ª REGIÃO - Juiz Federal. Dadas as assertivas abaixo, assinalar a alternativa correta. 
I. O tratado internacional tem força de lei complementar, sendo superior ao direito interno 
ordinário, exceto quando versar sobre direitos humanos, quando será internalizado, sempre, com 
força de emenda constitucional. 
II. Os tratados têm validade no Brasil apenas depois da respectiva aprovação pelo Ministério das 
Relações Exteriores ou pelo Senado da República. 
III. Apenas os embaixadores podem celebrar tratados. 
IV. Não há hierarquia entre tratados, protocolos e convenções. 
A) Está correta apenas a assertiva IV. 
B) Estão corretas apenas as assertivas II e III. 
C) Estão corretas apenas as assertivas I, III e IV. 
D) Estão corretas todas as assertivas. 
Comentários: 
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A alternativa I está incorreta. O STF já decidiu que, os tratados internacionais, quando não tratarem 
de direitos humanos, encontram-se no plano das leis ordinárias em posição inferior à Constituição 
Federal (ADI 1.480 e na CR 8.279). Assim, após a incorporação ao ordenamento pátrio, os tratados 
internacionais que não versem sobre direitos humanos possuem o patamar hierárquico em 
igualdade de condições com às demais leis ordinárias. 
A alternativa II está incorreta. O STF possui entendimento no sentido de que é imprescindível 
decreto presidencial para efeito de incorporação definitiva do ato internacional no ordenamento 
positivo brasileiro (cita-se, por exemplo, a ADI 1.480-MC/DF e CR 8.279- -AgR/República da 
Argentina). O processo de incorporação pode ser resumido da seguinte forma: : (a) a promulgação 
do tratado internacional; (b) a publicação oficial de seu texto; e (c) a executoriedade do ato 
internacional, que passa, então, e somente então, a vincular e a obrigar no plano do direito positivo 
interno. 
A alternativa III está incorreta. O artigo 84, inciso VIII da CF estabelece que “Compete privativamente 
ao Presidente da República: VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a 
referendo do Congresso Nacional. 
A alternativa IV está correta, pois de fato não há hierarquia entre as fontes de direito internacional. 
 
11. Ano: 2017 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TRF - 5ª REGIÃO Prova: CESPE - 2017 - TRF - 5ª 
REGIÃO - Juiz Federal Substituto. Um problema perene que envolve discussões teóricas e 
práticas é a coexistência de normas internacionais com normas nacionais. A esse respeito, 
assinale a opção correta. 
A) As correntes teóricas que estabelecem critérios para justificar a solução de conflitos normativos 
entre as normas internacionais e as normas internas prescindem dos ordenamentos jurídicos 
nacionais. 
B) O fato de um Estado não poder invocar uma norma jurídica doméstica para se escusar de uma 
obrigação internacional significa que o direito internacional ignora o direito interno. 
C) Na hipótese de conflito entre uma norma constitucional e uma norma internacional prevalecerá 
a primeira, pois apregoa-se a obrigatoriedade do direito internacional às regras do direito interno, 
em decorrência de uma percepção teórica de um monismo do tipo internacionalista. 
D) As correntes teóricas dualistas, ainda que moderadas, apregoam uma visão que engloba de forma 
indistinta tratados internacionais, costumes e princípios gerais de direito. 
E) Considera-se o monismo do tipo internacionalista dialógico uma corrente adequada para tratar 
de conflitos normativos que envolvam direitos humanos, visto que poderia haver a aplicação da 
norma de direito interno em detrimento da de direito internacional ou vice-versa. 
Comentários: 
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A alternativa A está incorreta. É necessário, para a teoria dualista, a internalização de uma norma 
internacional para solucionar os conflitos normativos entre as normas internacionais e as normas 
internas. 
A alternativa b está incorreta. O direito internacional não ignora o direito interno. Pode um Estado 
invocar uma norma de direito interno, e tal prerrogativa encontra respaldo no artigo 46 da 
Convenção de Viena que estipula que a prerrogativa de escusa caso existe manifesta violação a uma 
norma de direito interno de importância fundamental. 
A alternativa c está incorreta, pois é justamente o contrário. Na hipótese de conflito, para os 
monistas internacionalistas, prevalecerá o direito internacional. Trata-se do monismo que defende 
a unicidadeda ordem jurídica sob o primado do direito internacional, por isso, chamado de monismo 
internacionalista, no qual pode existir a prevalência do direito internacional sobre o direito interno. 
A alternativa d está incorreta. A observância dos tratados internacionais, costumes e princípios 
gerais de direito são realizadas de forma distinta. A diferença para os monistas não reside na 
consideração acerca da hierarquia das fontes do direito internacional, mas sim no conflito entre a 
norma internacional e a norma interna e sobre qual delas deverá prevalecer. 
A alternativa e está correta. Trata-se do monismo que defende a unicidade da ordem jurídica sob o 
primado do direito internacional, por isso, chamado de monismo internacionalista, no qual pode 
existir a prevalência do direito internacional sobre o direito interno. 
 
12. Ano: 2015 Banca: TRT 2R (SP) Órgão: TRT - 2ª REGIÃO (SP) Prova: TRT 2R (SP) - 2015 - TRT - 
2ª REGIÃO (SP) - Juiz do Trabalho Substituto. À luz da Constituição Federal, analise as 
seguintes proposições: 
I - Compete ao Supremo Tribunal Federal declarar, em recurso ordinário, a inconstitucionalidade de 
tratado internacional. 
II - Compete ao Superior Tribunal de Justiça julgar, em recurso especial, as causas decididas, em 
única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados e do 
Distrito Federal, quando a decisão recorrida contrariar tratado internacional ou negar-lhe vigência. 
III - Compete aos Tribunais Regionais Federais processar e julgar, originariamente, os crimes 
previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado 
tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente. 
IV - Compete privativamente ao Presidente da República celebrar tratados, convenções e atos 
internacionais, ficando, porém, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; por sua vez, compete 
exclusivamente ao Congresso Nacional resolver definitivamente sobre tais regramentos jurídicos 
(tratados, acordos ou atos internacionais), quando estes acarretarem encargos ou compromissos 
gravosos ao patrimônio nacional. 
V - Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada 
Casa do Congresso Nacional, em turno único, por três quintos dos votos dos respectivos membros, 
serão equivalentes às emendas constitucionais. 
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A) Somente as proposições II e IV estão corretas. 
B) Somente as proposições III, IV e V estão incorretas. 
C) Todas as proposições estão incorretas. 
D) Todas as proposições estão corretas. 
E) Somente as proposições I e II estão incorretas. 
Comentários: 
A alternativa I está incorreta, pois compete ao Supremo Tribunal Federal declarar, em recurso 
EXTRAORDINÁRIO, a inconstitucionalidade de tratado internacional. Trata-se do artigo 102, inciso 
III, alínea b da Constituição Federal. 
A alternativa II está correta. Trata-se da literalidade do artigo 105, inciso III, alínea a da Constituição 
Federal. 
A alternativa III está incorreta. Não se trata de competência originária. O artigo 109, inciso V da 
Constituição Federal. 
A alternativa IV está correta. Trata-se do disposto no artigo 84, inciso VIII cumulado com o artigo 49, 
inciso I da Constituição Federal 
A alternativa V está incorreta. A questão faz referência a turno único, todavia a Constituição prevê 
dois turnos, conforme o artigo 5º, §3º da Constituição Federal. 
 
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