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Capítulo 3 67 Transformação Politrópica. Como vimos atrás, numa expansão isotérmica de um gás perfeito, ∝ ⇒ = 1p pV C V (1) onde C é uma constante (C = nRT, neste caso). Para uma expansão adiabática de um gás perfeito γ γ ∝ ⇒ = 1p pV C V (2) onde γ = Cp/ CV e C é outra constante. Conforme ilustra a Fig. 3.12, a pressão varia mais acentuadamente com o volume numa expansão adiabática do que numa expansão isotérmica. Uma expansão politrópica é um caso intermédio entre a expansão isotérmica e adiabática: ∝ ⇒ = 1 n n p pV C V (3) onde 1 < n < γ e C é uma outra constante. Assim, neste tipo de expansão, há calor transferido (não é um processo adiabático) e há variação de temperatura (não é um processo isotérmico). Para calcularmos o trabalho envolvido numa transformação politrópica reversí- vel de um gás perfeito, partimos (como não poderia deixar de ser) da definição de trabalho de expansão (ou compressão): = − ⇒ = − = −∫ ∫ f f i i ext ext V V V V dW p dV W p dV pdV (4) onde p é a pressão do gás, cuja dependência com o volume é expressa pela Eq. (4). Assim, substituindo a Eq. (3) em (4), fica = − = −∫ ∫ f f i i V V nV V CW pdV dV V (5) Para n = 1, obtemos, obviamente, a expressão do trabalho de uma expansão isotér- mica reversível de gás perfeito [Eq. (2.12)]: 68 Material Adicional = − = − =∫ ∫ f f i i i f ln V V V V VC nRTW dV dV nRT V V V (6) Para o processo politrópico (1 < n < γ) obtemos da Eq. (5): − −− − − = − = − = − = − = − − − ∫ ∫ ∫ f f f f i i i i 1 11 f i1 1 1 V n nnV V V n n nV V V V V VC VW dV C dV C V dV C C n nV V (7) Da Eq. (3) obtemos para o estado inicial (i) e para o estado final (f), = =i i f f n np V C p V (8) Substituindo este resultado na Eq. (7), fica − − − − − − − = − = = − − − 1 1 1 1 f i i i i f f f i i f f 1 1 1 n n n n n nV V p V V p V V p V p V W C n n n (9) Por outro, uma vez que o gás é perfeito, = = i i i f f f p V nRT p V nRT (10) onde n é, neste caso, o número de moles do gás. Assim, a Eq. (9) pode escrever-se, em alternativa, sob a forma − = − i f( ) 1 nR T T W n (11)1 Combinando as Eqs. (8) e (10) para eliminar a pressão, obtemos − − = = × = = f f f 1 i i i f f f f i i i if i i f n n n n p V T p V T T V V V T V V Vp V p V (12) 1 Notar o significado diferente dos dois “n” desta equação: o “n” no numerador, é o número de moles [Eq. (10)]; o “n” no denominador, é o expoente politrópico definido pela Eq. (3). Capítulo 3 69 Em termos da temperatura e da pressão (isto é, eliminando o volume), vem − − − = = × = × ⇒= = = = f f f 1/ 1/i i i f f i f f 1/ i i f i if i f i i i ff 1 (1/ ) ( 1)/ f f i i n n nn n n n n p V T p V T T p p p p T p p p pp V V p p V pV p p p p (13) Numa expansão politrópica [1 < n < γ, isto é, (1 – n) < 0], Vf > Vi (e pf < pi) e a Eq. (12) mostra que Tf < Ti. Assim, o gás arrefece e efetua trabalho pois a Eq. (11) prova que W < 0, já que (Ti – Tf) > 0 e (1 – n) < 0 . De modo semelhante, numa compressão politrópica de um gás perfeito, pf > pi e a Eq. (13) mostra que Tf > Ti (o gás aquece). Por isso, é efetuado trabalho no siste- ma, pois a Eq. (11) mostra que W > 0, já que (Ti – Tf) < 0 e (1 – n) < 0.
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