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Problemas de Aprendizagem

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Problemas de aprendizagem
DISLEXIA
É um transtorno genético e hereditário da linguagem, de origem neurobiológica, que se 
caracteriza pela dificuldade de decodificar o estímulo escrito ou o símbolo gráfico. A 
dislexia compromete a capacidade de aprender a ler e escrever com correção e fluência 
e de compreender um texto. Em diferentes graus, os portadores desse defeito congênito 
não conseguem estabelecer a memória fonêmica, isto é, associar os fonemas às letras.
De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia, o transtorno acomete de 0,5% a 
17% da população mundial, pode manifestar-se em pessoas com inteligência normal ou 
mesmo superior e persistir na vida adulta.
A causa do distúrbio é uma alteração cromossômica hereditária, o que explica a 
ocorrência em pessoas da mesma família. Pesquisas recentes mostram que a dislexia 
pode estar relacionada com a produção excessiva de testosterona pela mãe durante a 
gestação da criança.
Sintomas 
Os sintomas variam de acordo com os diferentes graus de gravidade do distúrbio 
e tornam-se mais evidentes durante a fase da alfabetização. Entre os mais comuns 
encontram-se as seguintes dificuldades: 1) para ler, escrever e soletrar; 2) de 
entendimento do texto escrito; 3) para de identificar fonemas, associá-los às letras 
e reconhecer rimas e aliterações; 4) para decorar a tabuada, reconhecer símbolos e 
conceitos matemáticos (discalculia); 5) ortográficas: troca de letras, inversão, omissão 
ou acréscimo de letras e sílabas (disgrafia); 6) de organização temporal e espacial e 
coordenação motora.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito por exclusão, em geral por equipe multidisciplinar (médico, 
psicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo, neurologista). Antes de afirmar que uma 
pessoa é disléxica, é preciso descartar a ocorrência de deficiências visuais e auditivas, 
déficit de atenção, escolarização inadequada, problemas emocionais, psicológicos e 
socioeconômicos que possam interferir na aprendizagem.
É de extrema importância estabelecer o diagnóstico precoce para evitar que sejam 
atribuídos aos portadores do transtorno rótulos depreciativos, com reflexos negativos 
sobre sua auto-estima e projeto de vida. 
Tratamento
Ainda não se conhece a cura para a dislexia. O tratamento exige a participação de 
especialistas em várias áreas (pedagogia, fonoaudiologia, psicologia, etc.) para ajudar 
o portador de dislexia a superar, na medida do possível, o comprometimento no 
mecanismo da leitura, da expressão escrita ou da matemática.
Recomendações
* Algumas dificuldades que as crianças podem apresentar durante a alfabetização 
só ocorrem porque são pequenas e imaturas e ainda não estão prontas para iniciar o 
processo de leitura e escrita. Se as dificuldades persistirem, o ideal é encaminhar a 
criança para avaliação por profissionais capacitados;
* O diagnóstico de dislexia não significa que a criança seja menos inteligente; significa 
apenas que é portadora de um distúrbio que pode ser corrigido ou atenuado;
* O tratamento da dislexia pressupõe um processo longo que demanda persistência;
* Portadores de dislexia devem dar preferência a escolas preparadas para atender suas 
necessidades específicas;
* Saber que a pessoa é portadora de dislexia e as características do distúrbio é o melhor 
caminho para evitar prejuízos no desempenho escolar e social e os rótulos depreciativos 
que levam à baixa-estima.
DISGRAFIA
Alteração da escrita que a afecta na forma ou no significado, sendo do tipo funcional. 
Perturbação na componente motora do acto de escrever, provocando compressão e 
cansaço muscular, que por sua vez são responsáveis por uma caligrafia deficiente, com 
letras pouco diferenciadas, mal elaboradas e mal proporcionadas. 
De forma geral, a criança com disgrafia apresenta uma série de sinais ou manifestações 
secundárias motoras que acompanham a dificuldade no desenho das letras, e que por 
sua vez a determinam. Entre estes sinais encontram-se uma postura incorrecta, forma 
incorrecta de segurar o lápis ou a caneta, demasiada pressão ou pressão insuficiente no 
papel, ritmo da escrita muito lento ou excessivamente rápido. 
Sinais indicadores:
• Postura gráfica incorrecta.
• Forma incorrecta de segurar o instrumento com que se escreve. 
• Deficiência da preensão e pressão.
• Ritmo de escrita muito lento ou excessivamente rápido. 
• Letra excessivamente grande. 
• Inclinação. 
• Letras desligadas ou sobrepostas e ilegíveis. 
• Traços exageradamente grossos ou demasiadamente suaves. 
• Ligação entre as letras distorcida.
Problemas associados: 
• Biológicos.
• Perturbação da lateralidade, do esquema corporal e das funções perceptivo-
motoras.
• Perturbação de eficiência psicomotora (motricidade débil; perturbações ligeiras 
do equilíbrio e da organização cinético-tónica; instabilidade).
• Pedagógicas 
o Orientação deficiente e inflexível,
o Orientação inadequada da mudança de letra de imprensa para letra 
manuscrita,
o Ênfase excessiva na qualidade ou na rapidez da escrita,
o Prática da escrita como actividade isolada das exigências gráficas e das 
restantes actividades discentes. 
• Pessoais 
o Imaturidade física, 
o Motora, 
o Inaptidão para a aprendizagem das destrezas motoras, 
o Pouca habilidade para pegar no lápis, 
o Adopção de posturas incorrectas,
o Défices em aspectos do esquema corporal e da lateralidade. 
O que pode fazer: 
• Encorajar a expressão através de diferentes materiais (plasticina, pinturas e 
lápis). Todas as tarefas que impliquem o uso das mãos e dos dedos são positivas. 
• Incitar a criança a recortar desenhos e figuras, a fazer colagens e picotar. 
• Promover situações em que a criança utilize a escrita (ex.: escrever pequenos 
recados, fazer convites e postais). 
• Fazer actividades como contornar figuras, pintar dentro de limites, ligar pontos, 
seguir um tracejado, etc. 
• Deixar a criança expressar-se livremente no papel, sem corrigir nem julgar os 
resultados.
DISCALCULIA
O termo discalculia deriva de acalculia, o qual descreve um transtorno adquirido da 
habilidade para realizar operações matemáticas, depois de estas se terem desenvolvido e 
consolidado. 
Contrariamente à acalculia, a discalculia encontra-se sobretudo em crianças, é de 
carácter evolutivo ou desenvolvimental, não resulta de uma lesão e associa-se sobretudo 
a dificuldades de matemática. 
É uma perturbação que se manifesta na dificuldade de aprendizagem do cálculo. Esta 
dificuldade pode-se manifestar em vários níveis da aprendizagem. Assim, podemos 
encontrar dificuldades ao nível da leitura, escrita e compreensão de números ou 
símbolos, compreensão de conceitos e regras matemáticas, memorização de factos ou 
conceitos ou no raciocínio abstracto. Podem ainda estar associadas dificuldades em 
aprender a ver as horas ou lidar com o dinheiro.
Sinais indicadores: 
• Dificuldades na identificação de números (visual e auditiva). 
• Incapacidade para estabelecer uma correspondência recíproca (contar objectos e 
associar um numeral a cada um).
• Escassa habilidade para contar.
• Dificuldade na compreensão de conjuntos. 
• Dificuldade na compreensão de quantidade. 
• Dificuldade em entender o valor segundo a habituação de um número. 
• Dificuldades nos cálculos. 
• Dificuldades na compreensão do conceito de medida. 
• Dificuldade para aprender a dizer a hora. 
• Dificuldade na compreensão do valor das moedas.
• Dificuldade de compreensão da linguagem matemática e dos símbolos. 
• Dificuldade em resolver problemas orais.
Problemas associados: 
• Deficiente organização visuo-espacial e integração não verbal: não conseguem 
distinguir rapidamente as diferenças entre formas, tamanhos, quantidades e 
comprimentos. 
• Dificuldade em observar grupos de objectos e dizer qual deles contém uma 
maiorquantidade de elementos, em calcular distâncias e em fazer julgamentos 
de organização visuo-espacial.
• Distúrbio ao nível da imagem corporal. 
• Distúrbios de integração visuo-motora. 
• Desorientação: dificuldade na distinção esquerda-direita. 
• Dificuldades na percepção social e na realização de julgamentos: maturidade 
social reduzida. 
• Desempenhos em testes de inteligência, superiores nas funções verbais 
comparativamente às funções não verbais. 
O que pode fazer: 
• Usar cartas de jogar em jogos de cartas simples como o "peixinho": mostrar 
como se poderá atribuir valores às cartas pela contagem dos símbolos. Para 
evitar confusões retirar as cartas de figuras, utilizando apenas as de 2 a 10. 
• Jogos de tabuleiro são excelentes para aprender os números, solicitando a 
contagem dos espaços a mover em cada volta. Podem ser introduzidas algumas 
referências à adição ou à subtracção no decorrer do jogo. 
• Utilizar ou inventar "cantigas e lengalengas com números". Muitas crianças 
podem aprender conceitos matemáticos mais rápidamente (e recordarem por 
mais tempo) quando a música, rima e ritmo são utilizados para os ensinar. 
• Encorajar a criança a utilizar os números diariamente: 
o Contar os produtos no supermercado. 
o Contar por ordem decrescente. 
o "Quantas rodas tem o teu carrinho de brincar?"; "Quantas rodas tem a tua 
bicicleta?"; "Qual dos dois tem mais rodas?"
o "Que idade tens?"; "Que idade tem o teu irmão ou irmã?"; "qual é o mais 
velho?"; "Qual é a diferença de idade entre os dois?" 
o"Quantos amigos vais convidar para a tua festa de 
aniversário?"; "Quantas fatias de bolo devem ser cortadas?"; "E se cada 
menino ficar com duas fatias?" 
DISLALIA
A dislalia é um distúrbio da fala caracterizado pela dificuldade em articular as palavras.
Basicamente consiste na má pronúncia das palavras, seja omitindo, acrescentando, 
trocando ou ainda distorcendo os fonemas.
Causa
Crianças que usam chupeta por muito tempo, que mamam na mamadeira por tempo 
prolongado, chupam dedo ou mesmo aquelas que mamam pouco tempo no peito. Estas 
crianças podem apresentar um quadro de dislalia. Embora não se possa dizer que haja 
uma relação direta, é inegável que tais crianças acabem apresentando flacidez muscular 
e postura de língua indevida, o que pode ocasionar a dislalia. Sendo assim, a dislalia 
pode ser prevenida por mães bem orientadas durante a amamentação e o pré-natal.
Outras crianças apresentam línguas hipotônicas (flácidas), o que as vezes chega a 
ocasionar alterações na arcada dentária. Ou ainda, mostram falhas na pronúncia de 
certos fonemas devido a postura e respiração deficiente.
Terapia
Para cada criança, tem-se um procedimento diferente de terapia para dislalia, mas, 
em geral, o fonoaudiólogo atua, na terapia, sobre a falha e a dificuldade, usando, de 
preferência meios lúdicos para ampliar a possibilidade de utilização dos sons.
Até os quatro anos os erros na linguagem são normais, mas depois dessa fase a criança 
pode ter problemas se continuar falando errado. A Dislalia, Troca de Fonemas (sons 
das letras), pode afetar também a escrita. Um caso clássico característico portador de 
dislalia é o personagem Cebolinha.
Daí a importância de um trabalho preventivo antes da alfabetização evitando-se assim 
maiores dificuldades escolares.
DISORTOGRAFIA
A disortografia pode ser definida como o conjunto de erros da escrita que afectam 
a palavra mas não o seu traçado ou grafia. A disortografia é a incapacidade de 
estruturar gramaticalmente a linguagem, podendo manifestar-se no desconhecimento 
ou negligência das regras gramaticais, confusão nos artículos e pequenas palavras, e 
em formas mais banais na troca de plurais, falta de acentos ou erros de ortografia em 
palavras correntes ou na correspondência incorrecta entre o som e o símbolo escrito, 
(omissões, adições, substituições, etc.). 
Sinais indicadores:
• Substituição de letras semelhantes.
• Omissões e adições, inversões e rotações.
• Uniões e separações.
• Omissão - adição de “h“.
• Escrita de “n“ em vez de “m“ antes de “p“ ou “b“.
• Substituição de “r“ por “rr“.
Problemas associados: 
Perceptivos: 
• Deficiência na percepção e na memória visual auditiva
• Deficiência a nível espácio-temporal (correcta orientação das letras), 
discriminação de grafemas com traços semelhantes e adequado 
acompanhamento da sequencia e ritmo da cadeia falada. 
Linguístico: 
• Problemas de linguagem – dificuldades na articulação
• Deficiente conhecimento e utilização do vocabulário 
Afectivo-emocional: 
• Baixo nível de motivação
Pedagógicas:
• Método de ensino não adequado, (utiliza frequentemente o ditado, não se ajusta 
à necessidades diferenciais e individuais dos alunos, não respeitando o ritmo de 
aprendizagem do sujeito). 
O que pode fazer: 
• Encorajar as tentativas de escrita da criança, mostrar interesse pelos trabalhos 
escritos e elogiá-la. 
• Incitar a criança a elaborar os seus próprios postais e convites, a escrever o seu 
diário no final do dia como rotina.
• Chamar a atenção da criança para as situações diárias em que é necessária a 
utilização da escrita.
• Incite a criança a ajudá-la na elaboração de uma carta.
• Não valorize demasiado os erros ortográficos da criança uma vez que estes já 
são motivo de repreensão e frustração demasiadas vezes.
• Não corrija simplesmente os seus erros mas tente antes procurar a solução com a 
criança (ex.: "qual a outra letra que podemos usar para fazer esse som?").
• Recorra a livros de actividades que existem no mercado que permitem à criança 
trabalhar os vários casos de ortografia.
• Não sobrecarregue, contudo, a criança com trabalhos e fichas que a cansem 
demasiado e a levem a ver as actividades académicas como desagradáveis. 
Também é preciso brincar.
TDAH (TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE)
TDAH (transtorno do déficit de atenção/hiperatividade) é um distúrbio neurobiológico 
crônico que se caracteriza por desatenção, desassossego e impulsividade. Esses sinais 
devem obrigatoriamente manifestar-se na infância, mas podem perdurar por toda a vida, 
se não forem devidamente reconhecidos e tratados.
O distúrbio afeta de 3% a 5% das crianças em idade escolar e sua prevalência é 
maior entre os meninos. A dificuldade para manter o foco nas atividades propostas e 
a agitação motora que caracterizam a síndrome podem prejudicar o aproveitamento 
escolar e ser responsável por rótulos depreciativos que não correspondem ao potencial 
psicopedagógico dessas crianças.
TDAH não é uma doença nova. Já foi descrita em meados do século 19 e sua frequência 
é igual em todo o mundo. De acordo com o DSM.IV, o manual de classificação 
das doenças mentais, a síndrome pode ser classificada em três tipos:1) TDAH com 
predomínio de sintomas de desatenção; 2) TDAH com predomínio de sintomas de 
hiperatividade/impulsividade e 3) TDAH combinado.
Em todas as faixas etárias, portadores do transtorno estão sujeitos a desenvolver 
comorbidades, isto é, a desenvolver simultaneamente distúrbios psiquiátricos, como 
ansiedade e depressão. Na adolescência, o risco maior está no uso abusivo do álcool e 
de outras drogas.
Causas
Estudos apontam a predisposição genética e a ocorrência de alterações nos 
neurotransmissores (dopamina e noradrenalina) que estabelecem as conexões entre 
os neurônios na região frontal do cérebro como as principais causas do transtorno do 
déficit de atenção. Algumas pesquisas indicam que fatores ambientais e neurológicos 
podem estar envolvidos, mas ainda não há consenso sobre o assunto.
Já existem inúmeros estudos em todo o mundo - inclusive no Brasil - demonstrando 
que a prevalência do TDAH é semelhante em diferentes regiões, o que indica que o 
transtorno não é secundário a fatores culturais (as práticas de determinada sociedade,etc.), o modo como os pais educam os filhos ou resultado de conflitos psicológicos. 
Estudos científicos mostram que portadores de TDAH têm alterações na região 
frontal e as suas conexões com o resto do cérebro. A região frontal orbital é uma das 
mais desenvolvidas no ser humano em comparação com outras espécies animais e é 
responsável pela inibição do comportamento (isto é, controlar ou inibir comportamentos 
inadequados), pela capacidade de prestar atenção, memória, autocontrole, organização 
e planejamento. O que parece estar alterado nesta região cerebral é o funcionamento 
de um sistema de substâncias químicas chamadas neurotransmissores (principalmente 
dopamina e noradrenalina), que passam informação entre as células nervosas 
(neurônios).Existem causas que foram investigadas para estas alterações nos 
neurotransmissores da região frontal e suas conexões. 
A) Hereditariedade: Os genes parecem ser responsáveis não pelo transtorno em si, 
mas por uma predisposição ao TDAH. A participação de genes foi suspeitada, 
inicialmente, a partir de observações de que nas famílias de portadores de TDAH a 
presença de parentes também afetados com TDAH era mais freqüente do que nas 
famílias que não tinham crianças com TDAH. A prevalência da doença entre os 
parentes das crianças afetadas é cerca de 2 a 10 vezes mais do que na população em 
geral (isto é chamado de recorrência familial). Porém, como em qualquer transtorno do 
comportamento, a maior ocorrência dentro da família pode ser devido a influências 
ambientais, como se a criança aprendesse a se comportar de um modo "desatento" 
ou "hiperativo" simplesmente por ver seus pais se comportando desta maneira, o que 
excluiria o papel de genes. Foi preciso, então, comprovar que a recorrência familial era 
de fato devida a uma predisposição genética, e não somente ao ambiente. Outros tipos 
de estudos genéticos foram fundamentais para se ter certeza da participação de genes: 
os estudos com gêmeos e com adotados. Nos estudos com adotados comparam-se pais 
biológicos e pais adotivos de crianças afetadas, verificando se há diferença na presença 
do TDAH entre os dois grupos de pais. Eles mostraram que os pais biológicos têm 3 
vezes mais TDAH que os pais adotivos. Os estudos com gêmeos comparam gêmeos 
univitelinos e gêmeos fraternos (bivitelinos), quanto a diferentes aspectos do TDAH 
(presença ou não, tipo, gravidade etc...). Sabendo-se que os gêmeos univitelinos têm 
100% de semelhança genética, ao contrário dos fraternos (50% de semelhança 
genética), se os univitelinos se parecem mais nos sintomas de TDAH do que os 
fraternos, a única explicação é a participação de componentes genéticos (os pais são 
iguais, o ambiente é o mesmo, a dieta, etc.). Quanto mais parecidos, ou seja, quanto 
mais concordam em relação àquelas características, maior é a influência genética para a 
doença. Realmente, os estudos de gêmeos com TDAH mostraram que os univitelinos 
são muito mais parecidos (também se diz "concordantes") do que os fraternos, 
chegando a ter 70% de concordância, o que evidencia uma importante participação de 
genes na origem do TDAH. A partir dos dados destes estudos, o próximo passo na 
pesquisa genética do TDAH foi começar a procurar que genes poderiam ser estes. É 
importante salientar que no TDAH, como na maioria dos transtornos do 
comportamento, em geral multifatoriais, nunca devemos falar em determinação 
genética, mas sim em predisposição ou influência genética. O que acontece nestes 
transtornos é que a predisposição genética envolve vários genes, e não um único gene 
(como é a regra para várias de nossas características físicas, também). Provavelmente 
não existe, ou não se acredita que exista, um único "gene do TDAH". Além disto, genes 
podem ter diferentes níveis de atividade, alguns podem estar agindo em alguns 
pacientes de um modo diferente que em outros; eles interagem entre si, somando-se 
ainda as influências ambientais. Também existe maior incidência de depressão, 
transtorno bipolar (antigamente denominado Psicose Maníaco-Depressiva) e abuso de 
álcool e drogas nos familiares de portadores de TDAH. 
B) Substâncias ingeridas na gravidez: Tem-se observado que a nicotina e o álcool 
quando ingeridos durante a gravidez podem causar alterações em algumas partes 
do cérebro do bebê, incluindo-se aí a região frontal orbital. Pesquisas indicam que 
mães alcoolistas têm mais chance de terem filhos com problemas de hiperatividade e 
desatenção. É importante lembrar que muitos destes estudos somente nos mostram uma 
associação entre estes fatores, mas não mostram uma relação de causa e efeito. 
C) Sofrimento fetal: Alguns estudos mostram que mulheres que tiveram problemas 
no parto que acabaram causando sofrimento fetal tinham mais chance de terem filhos 
com TDAH. A relação de causa não é clara. Talvez mães com TDAH sejam mais 
descuidadas e assim possam estar mais predispostas a problemas na gravidez e no 
parto. Ou seja, a carga genética que ela própria tem (e que passa ao filho) é que estaria 
influenciando a maior presença de problemas no parto. 
D) Exposição a chumbo: Crianças pequenas que sofreram intoxicação por chumbo 
podem apresentar sintomas semelhantes aos do TDAH. Entretanto, não há nenhuma 
necessidade de se realizar qualquer exame de sangue para medir o chumbo numa 
criança com TDAH, já que isto é raro e pode ser facilmente identificado pela história 
clínica. 
E) Problemas Familiares: Algumas teorias sugeriam que problemas familiares (alto 
grau de discórdia conjugal, baixa instrução da mãe, famílias com apenas um dos pais, 
funcionamento familiar caótico e famílias com nível socioeconômico mais baixo) 
poderiam ser a causa do TDAH nas crianças. Estudos recentes têm refutado esta idéia. 
As dificuldades familiares podem ser mais conseqüência do que causa do TDAH (na 
criança e mesmo nos pais). Problemas familiares podem agravar um quadro de TDAH, 
mas não causá-lo. 
F) Outras Causas Outros fatores já foram aventados e posteriormente abandonados 
como causa de TDAH: 1. corante amarelo2. aspartame3. luz artificial4. deficiência 
hormonal (principalmente da tireóide)5. deficiências vitamínicas na dieta. Todas estas 
possíveis causas foram investigadas cientificamente e foram desacreditadas. 
Sintomas
Desatenção, hiperatividade e comportamento impulsivo são sintomas do TDAH com 
reflexos negativos no convívio social e familiar, assim como no desempenho escolar 
ou profissional dos portadores do transtorno. Esses sintomas podem manifestar-se em 
diferentes graus de comprometimento e intensidade.
Quando predomina a desatenção, os pacientes apresentam dificuldade maior de 
concentração, de organizar atividades, de seguir instruções, e podem saltar de uma 
tarefa inacabada para outra, sem nunca terminar aquilo que começaram. São pessoas 
que se distraem com facilidade e frequentemente esquecem o que tinham para fazer ou 
onde colocaram seus pertences. Não conseguem também prestar atenção em detalhes, 
demoram para iniciar as tarefas e cometem erros por absoluto descuido e distração, o 
que pode prejudicar o processo de aprendizagem e a atuação profissional.
Nos casos em que prevalece a hiperatividade, os portadores do distúrbio são 
inquietos, agitados e falam muito. Dificilmente conseguem participar de atividades 
sedentárias e manter silêncio durante as brincadeiras ou realização dos trabalhos. Se 
é a impulsividade que se destaca os sinais mais marcantes são a impaciência, o agir 
sem pensar, a dificuldade para ouvir as perguntas até o fim, a precipitação para falar e 
a,intromissão nos assuntos, conversas e atividades alheias
Na adolescência e na vida adulta, os sintomas de hiperatividade costumam ser menos 
evidentes, mas as outras dificuldades permanecem inalteradas e os prejuízos se 
acumulam no dia a dia com reflexos negativos sobre a autoestima.
Diagnóstico
Para efeito de diagnóstico,que é sempre clínico, os sintomas devem manifestar-se na 
infância, antes dos sete anos, pelo menos em dois ambientes diferentes (casa, escola, 
lazer, trabalhos), durante seis meses, no mínimo. Devem também ser responsáveis 
por desajustes e alterações comportamentais que dificultam o relacionamento e a 
performance dos portadores nas mais diversas situações.
Via de regra, o problema fica claro nos primeiros anos de escola, apesar de estar 
presente desde o nascimento, e o diagnóstico deve ser feito por especialistas com base 
nos critérios estabelecidos pelo DSM.IV. Avaliações precipitadas podem dar origem a 
falsos positivos que demandam a indicação desnecessária de medicamentos.
Tratamento
O tratamento varia de acordo a existência, ou não, de comorbidades ou de outras 
doenças associadas. Basicamente, consiste em psicoterapia e na prescrição de 
metilfenidato (ritalina), um medicamento psicoestimulante, e de antidepressivos. 
Crianças podem exigir os cuidados de equipe multidisciplinar, em função dos desajustes 
pedagógicos e comportamentais associados ao TDAH.
Em geral, os efeitos benéficos da medicação aparecem em poucas semanas e as reações 
adversas – insônia, falta de apetite, dores abdominais e cefaleia – são leves e ocorrem 
no início do tratamento, enquanto o organismo não desenvolveu tolerância a essas 
drogas.
Recomendações
É importante admitir que:
* as falhas de atenção e a hiperatividade de algumas crianças podem não ser 
características do temperamento e personalidade, nem de má educação, mas sintomas de 
uma doença que pode ser controlada;
* não é má vontade, mas os portadores do transtorno realmente têm enorme dificuldade 
para organizar as atividades do dia a dia, manter horários e planejar o futuro;
* a necessidade de desenvolver algumas técnicas para compensar as dificuldades 
próprias da TDAH (uso de agenda, lugar fixo para guardar os objetos, lembretes 
colocados em posições estratégicas e em quadros de avisos, lista de tarefas e dos 
compromissos diários e semanais) exige muito esforço e disciplina;
* pais e professores devem manter-se informados sobre as características da doença e 
intervenções que podem ajudar os pacientes a superar suas limitações;
*a psicoterapia pode representar um caminho eficaz para a recuperação da autoestima, 
quase sempre comprometida pelos sentimentos de fracasso e frustração provenientes das 
dificuldades de lidar com situações rotineiras.

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