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MATERIAL COMPILADO DE CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO 1

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1 
 
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO 
 
 
 O presente resumo baseia-se no manual de Crimes Contra o 
Patrimônio, cuja pesquisa, compilação e elaboração é de autoria da DRA. ROSANGELA 
MONTEIRO e a revisão final do Dr. JOSÉ ANTONIO DE MORAES, ambos Peritos 
Criminais do Instituto de Criminalística do Estado de São Paulo, sendo adaptado para 
atender ao escopo do presente curso. 
 
 
 
 
I - PRINCIPAIS TIPOS DE PERÍCIAS EM CRIMES CONTRA O 
PATRIMÔNIO 
 
Exame em local de furto (residências, prédios comerciais e outras edificações) 
 
Esta é a maior incidência de delitos na modalidade dos crimes contra o patrimônio. O 
número de residências (principalmente) e de estabelecimentos comerciais que são furtados 
diariamente é considerável. Inicialmente devemos definir claramente a diferença entre furto, 
furto qualificado e roubo. 
O Código Penal, assim define estes delitos : 
Artigo 157- Roubo- subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante 
grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido 
à impossibilidade de resistência. 
Artigo 155- Furto (simples)- subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel. 
 Furto Qualificado - ... se o crime é cometido : 
 I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; 
 II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; 
 III - com emprego de chave falsa; 
 IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. 
A imensidão de maneiras para se efetuar tais delitos torna inesgotável o assunto, 
levando-nos ao estudo daquelas materialmente mais encontradas suas investigações, análises 
e interpretações. 
 Aspectos básicos que o autor do delito, ainda que inconscientemente busca: 
1º) Êxito da ação; 
2º) Recompensa satisfatória. 
3º) Exploração das facilidades; 
4º) Segurança de fuga; 
5º) Sua não identificação. 
 Caso algum destes princípios não se revele nos exames, teremos uma indicação do 
grau de amadorismo do autor ou da falsidade do fato alegado (fraude). 
 Nos casos de fraude, soma-se a estes princípios, outros aspectos: 
1º) Lucros de forma segura; 
2º) Considerar não estar cometendo um ilícito penal (crime), apenas uma pequena 
irregularidade, compensando tudo aquilo já gasto com a Seguradora anteriormente; 
3º) A polícia não se interessa por problemas da Seguradora, portanto ....: 
4º) A Seguradora ainda que hesitante, paga. 
 
 
2 
Sobrepondo esta visão à do crime comum, o segurado fraudador é levado a cometer 
deslizes e incoerências que permitem esclarecer sua ação, conseqüentemente à fraude, 
quando devidamente investigada. 
Nos locais de furto vamos encontrar uma série de peculiaridades, desde a produção 
típica de determinados vestígios, até a má preservação da cena do crime. As condições e 
estado das coisas num local de furto poderão ser as mais variadas possíveis, sendo 
necessário portanto atenção na busca de todas as minúcias porventura existentes. 
 
Exame em local de encontro de veículo, furto de veículo ou furto em veículo 
 
Os vestígios deixados nos crimes de encontro, furto em/de veículo também são ricos 
em informações para o esclarecimento da autoria do delito. Ao examinar um veículo produto 
de furto, poderão ser encontrados vestígios produzidos para ter acesso ao interior do veículo 
e, se o mesmo foi utilizado, também aqueles para fazê-lo funcionar (motor). O mesmo se 
aplica ao local do encontro de um veículo furtado ou roubado. 
 
 
Exame em local de roubo 
 
O roubo é a modalidade de crime em que o agente da infração utiliza meio intimidador 
contra a vítima para retirar-lhe qualquer bem, direito ou valor. 
Este é um tipo de ocorrência que, estatisticamente, vem aumentando ao longo das 
últimas décadas, tendo em vista a facilidade de acesso aos instrumentos de intimidação 
(armas de fogo, armas brancas, etc), que por sua vez, propiciam de forma mais efetiva ao 
agente a concretização de seu objetivo. 
Tal delito pode não deixar vestígios em virtude da intimidação ou grave ameaça ser 
verbal, embora com a exibição do instrumento intimidador. No desenvolvimento da 
investigação tais objetos poderão ser apreendidos e encaminhados para exame pericial para a 
constatação de sua eficácia como instrumento intimidatório, etc. 
 
Exame em local de danos materiais 
 
As ocorrências de danos materiais são muito variadas, em conseqüência dos objetivos 
que cada infrator pretende atingir. 
Para cada tipo de dano material os exames devem caracterizar qual foi o objeto 
atingido, quais os meios empregados para viabilizar o objetivo, que tipo de dano foi causado 
e qual a sua intensidade e orientação, bem como a época em que foram produzidos. 
Nos crimes de danos materiais normalmente observamos duas classificações quanto ao 
autor do delito. Aqueles de autoria conhecida, os quais – comumente – envolvem questões 
de desavenças entre o proprietário de um bem e o autor do dano, provocando avarias e 
prejuízos consideráveis. O outro grande grupo são aqueles relacionados aos atos de 
vandalismo, quando o bem está desprotegido, especialmente os localizados em áreas 
públicas e de livre acesso (prédios, cabines telefônicas, muros, veículos, etc.). 
Um dos aspectos importantes que deve ficar caracterizado, sempre baseados em 
vestígios encontrados no local dos fatos é se o agente da infração teve a intenção de produzir 
tais danos, a fim de subsidiar a autoridade policial e autoridades judiciárias para a 
classificação jurídica quanto a ser culposo ou doloso aquele delito. 
 
Exame em local de extorsão mediante seqüestro 
 
Trata-se de um crime contra o patrimônio, onde o agente para conseguir seu intento 
(bens, objetos, valores patrimoniais) usa de violência ou grave ameaça contra a pessoa, 
cerceando-lhe a liberdade e mantendo-a cativa, durante as negociações. 
 
 
3 
A extorsão mediante seqüestro compreende as seguintes fases: abordagem da vítima; 
transporte da mesma, cativeiro, negociações, pagamento do resgate, libertação da vítima 
cativa, fuga dos autores. Excetua-se desta seqüência o comumente denominado “seqüestro 
relâmpago”, onde a vítima é capturada aleatoriamente, permanecendo em poder de seus 
algozes durante um curto período de tempo, suficiente para que os mesmos se apoderem de 
quantias em dinheiro retiradas de caixas eletrônicas bancárias. 
Evidentemente o caso poderá ser solucionado durante qualquer uma dessas fases, 
bem como o desfecho pode ser aquele não desejado, ocorrendo a morte da vítima cativa. 
Em geral a perícia ocorre no local do cativeiro em que a vítima esteve confinada, ou 
então, no veículo utilizado para o transporte e/ou confinamento da mesma. 
Além dos procedimentos básicos para o levantamento de um local de crime, deve ser 
dada especial atenção àqueles elementos que possam caracterizar as condições precárias e 
desumanas a que a vítima fora submetida, bem como aos elementos que possam levar à 
identificação dos agentes do delito. 
Tais cuidados devem ser redobrados quando a vítima sofre lesões corporais, 
violência sexual e morte. 
 
Exame em local de exercício ilegal da profissão 
 
As profissões legalmente regulamentadas no elenco das profissões liberais contêm 
determinadas atividades que são de competência exclusiva daquele profissional, 
devidamente regulamentadas pelos seus respectivos Conselhos Regionais ou Federais. 
Qualquer outra pessoa, mesmo que tenha conhecimentos técnicos do assunto, não poderá 
exercer aquela atividade profissional, sob pena de responder a processo por exercício ilegal 
da profissão. 
Na maioria deles, os exames devem ser realizados no próprio local da atividade, 
atentando-se para as instalações, materiais, equipamentos e instrumentais ali porventura 
existentes – que por suas peculiaridadese especificidades – indicarão a prática profissional 
ali desenvolvida. 
 
Exame em local de constatação, uso e tráfico de entorpecentes 
 
Quando do exame do local, é importante ater-se, não só para o entorpecente ali 
encontrado, mas também para o mobiliário, materiais, instrumentais e utensílios domésticos e 
industriais; com isso garantindo os meios de prova adequados e consistentes. 
 
Exame em local de tentativa de fuga ou fuga de presos, motim, rebelião 
 
Atualmente, principalmente nos grandes centros urbanos, é grande a incidência destes 
tipos de ocorrência. 
São perícias em geral complexas, pois os prédios destinados ao sistema prisional 
possuem muitas dependências internas e externas, envolvem um grande número de pessoas, os 
danos são de grande monta, quando não acompanhados de incêndio, sendo que os exames são 
realizados somente após a situação já estar sob controle, normalizada, na sua rotina habitual e 
o local já oferecendo segurança para o trabalho a ser desenvolvido. 
Com a intervenção de fatores externos (ação policial, ação dos bombeiros e de 
comissões religiosas e preservadoras dos direitos humanos, imprensa), bem como a 
permanência dos detentos e funcionários no local – o que dificulta sobremaneira a preservação 
e isolamento do mesmo – não raro ocorre a descaracterização e o mascaramento de vestígios, 
como também reparos, limpeza e arrumação do ambiente. 
 
 
 
4 
Exame em local de parcelamento irregular do solo 
 
Esse tipo de delito ocorre com muita freqüência nas áreas rurais próximas das cidades, 
onde o proprietário, com objetivo de obter altos lucros, procura transformar a terra em área 
urbana, contrariando a legislação vigente. 
A perícia nesses locais basicamente deverá buscar os vestígios discutidos em tópico a 
parte, sem, no entanto, deixar de ficar atento para as técnicas gerais de levantamento pericial 
em locais de infrações penais, no sentido de poder encontrar qualquer outra informação de 
interesse direto ou indireto com o delito analisado. 
 
 
Exame em local de furto de energia elétrica, televisão a cabo, água pulso telefônico e 
sinal de internet 
 
Nessas ocorrências os executores constroem desvios para a passagem dos produtos ou 
serviços, sem a respectiva medição ou controle de consumo, ou fazem ligações a partir de 
pontos diversos que não estejam para tais autorizados, visando usufruir dos produtos ou 
serviços sem que para isso tenham que pagar. O exame deverá caracterizar a forma pela qual 
se concretizou o feito, com todas as suas peculiaridades. 
 
Exame em local e equipamentos de furto de combustível 
 
Casos dessa natureza podem ocorrer nos postos de combustíveis comerciais e, com 
maior incidência, em postos restritos (internos) de empresas ou órgãos públicos. 
Normalmente o furto é precedido de um trabalho para preparar a retirada do 
combustível sem a respectiva medição, ou então, a medição sem a saída do combustível. O 
envolvimento é quase sempre dos próprios funcionários que manuseiam essas bombas ou, 
pelo menos, conta com a sua participação. 
Para a retirada de combustível é, então, desenvolvida alguma alteração no sistema de 
medição, de maneira a não denunciar tal furto quando do confronto diário dos 
abastecimentos. 
 
Exame em peças relacionadas com crimes contra o patrimônio 
 
Esses exames podem ser realizados tanto nos instrumentos utilizados para a 
consecução do delito, como nas peças furtadas, roubadas, ou então em peças relacionadas 
com constatação de autenticidade, falsidade ou contrafação. 
 
II - PROCEDIMENTOS BÁSICOS INDISPENSÁVEIS 
 
Exames em local de furto (em residência, prédios comerciais e outras edificações) 
 
1) Procurar, inicialmente, durante o exame preliminar, possíveis trajetos e escaladas que o 
delinqüente empreendeu para chegar até o interior do imóvel, principalmente quando 
existir outros obstáculos antes das aberturas do mesmo, tais como muros, portarias de 
prédios, portas de garagens, escadas, árvores, etc. Deve ter um senso crítico amplo 
analisando todas as possibilidades, não se restringindo às primeiras impressões que, 
quase sempre, são superficiais. 
2) Ter em mente que o exame pericial servirá para qualificar o furto, buscando, dessa 
forma, encontrar todos os possíveis vestígios caracterizadores dessa ação. 
 
 
5 
3) Caracterizar os meios empregados para o acesso ao interior do imóvel. Arrombamento 
da via de acesso e, às vezes, um outro para a fuga, são comuns de ocorrerem, devendo-se 
sempre verificar o sentido de orientação dos danos, para que se possa estabelecer a 
dinâmica de ação do autor. 
4) Se não houver vestígios de arrombamento, procurar outras possibilidades de acesso, tais 
como o emprego de chave falsa; a utilização da própria chave que o agente teve acesso 
após observar o morador; uma janela aberta, dentre outras possibilidades, com o objetivo 
de determinar a forma e meios utilizados pelo delinqüente. 
5) Se for constatado o emprego de violência contra os meios de acesso ao imóvel, deve-se 
estabelecer a relação entre o fato, o instrumento e o vestígio. Se a ação direta do 
instrumento, com violência, resulta num dano, que propiciará o objetivo do autor, esta 
mesma ação deixará vestígios, as quais devem ser avaliados quanto a coerência entre a 
aplicação de um determinado instrumento, seus resultados e os vestígios constatados, 
analisando: localização dos vestígios, caracterização dos danos, as orientações e 
extensões destes danos, a compatibilidade das dimensões, impregnações deixadas, 
coerência de ordem cronológica (alegada e real), necessidade da utilização dos 
elementos supostos (instrumentos). 
5.1) A violência física contra um elemento material só não deixará vestígios 
característicos se forem tomadas precauções extremas, fato improvável quando do delito. 
A aplicação de instrumento sob a energia necessária para a violação de um obstáculo 
provocará no local denuncias de sua aplicação, da intensidade da força, do ângulo, da 
direção e sentido, da forma e área de contato e por vezes também de sua composição 
(metal, madeira, plástico etc...). 
Há de se considerar a relação entre os elementos envolvidos na violência, que são: 
- Suporte: é o local da aplicação do instrumento. Normalmente peças fundamentais do 
sistema de segurança, tais como portas, janelas, gavetas, fechaduras, batentes, folhas, 
montantes, etc; 
- Instrumento: é o que se aplica para provocar os resultados desejados. Independente 
da forma ou propósito para seu uso original pode ser aplicado de diferentes maneiras, 
sendo as mais comuns: as utilizadas à guisa de alavanca, percussão, corte, grifo, 
serra, desbaste, calor intenso, alicate, serra, etc; 
- Vestígios: são as marcas físicas deixadas no suporte, provocadas pelo instrumento, 
como: fissuras, mossas, amolgaduras, atritamentos, desbastes, pegadas, marcas de 
solados, cavacos, fragmentos, trincas, limalhas, resíduos, aderências, impregnações, 
corte, estilhaçamento, fratura, cisalhamento, greta, estrias, etc; 
- Resultados: é o que se obtém pela aplicação bem sucedida do instrumento em um 
suporte. Podem ser: remoção, rompimento, deslocamento, desalinhamento, 
entortamento, desencaixe, desativação, rombo, desacoplamento, inoperância. Podem, 
também, ficar restritos apenas aos elementos anteriormente citados. 
Materialmente, os danos provocados pela violência podem ser: 
- resultantes de ação direta – pelo contato e força do instrumento; 
- extensivos – pelo prolongamento na área imediatamente adjacente; 
- reflexos – quando atinge áreas mais distantes, pela dimensão do suporte. 
5.2) Considerando-se as implicações anteriormente descritas, deve-se, por exemplo, 
entre outros: 
- avaliar se as dimensões de uma mossa (em madeira) ou de um amolgamento (em 
metais) sãocompatíveis com a área aplicada do instrumento questionado, 
- avaliar se as impregnações ou resquícios deixados em um suporte correspondem ao 
material do instrumento questionado, 
 
 
6 
- avaliar se o deslocamento de um tambor de fechadura seria suficiente para o 
acionamento do sistema, sem a respectiva chave, 
- avaliar se o vão deixado pela remoção de telhas, palhetas de venezianas, abertura de 
caixilhos, fratura de vidros, desalinhamento de grades, seria suficiente para a 
passagem do elemento suposto (corpo, braço, mão, instrumento), 
- observar se as orientações de fragmentos vítreos correspondem ao sentido da 
aplicação do instrumento utilizado para o rompimento, 
- observar se o segmento de lingüeta de fechadura exposta permitiria a abertura da 
porta, sem o rompimento do seu encaixe fêmea. Se negativo, poderia haver a 
abertura pelo afastamento da folha contra as dobradiças, 
- determinar a orientação dos rompimentos de obstáculo, 
- avaliar se os vestígios são contemporâneos à data suposta do fato. 
6) Verificar se existem outros arrombamentos no imóvel, especialmente nas portas internas 
e seus respectivos sentidos de produção. 
7) Buscar todos os tipos de vestígios possíveis, dentre os quais: fragmentos de impressão 
digital, fragmentos vítreos, limalhas metálicas, serragem, fibras, segmentos de tecidos, 
restos de vegetais, tinta, etc., ou seja, qualquer coisa que possa ter sido produzida, 
deixada ou manuseada pelo autor. Um elemento importante é a possibilidade de 
identificação do autor de delito pela coleta de impressões dígito-papilares deixadas no 
local de crime. Impressão digital é a reprodução do desenho existente nas pontas dos 
dedos, formados pelas cristas papilares, deixados em suportes adequados. 
Existem sob três formas : 1º) visíveis , 2º) plásticas e 3º) latente 
As visíveis são aquelas facilmente observadas a olho nu. São produzidas pelos dedos 
impregnados por substâncias de cor contrastantes, como tinta e graxa. 
As plásticas são produzidas pelos dedos pressionados contra materiais sutilmente 
moldáveis, marcando assim a impressão negativa das cristas papilares. São suportes 
como barras de chocolate, pedras de sabão, queijos, demãos frescas de tinta etc... 
As latentes serão visíveis aos olhos treinados de um especialista em certas circunstâncias 
e tornar-se-ão facilmente observáveis quando reveladas através de processos utilizando-
se de material específico. 
A identificação pela impressão colhida pode ocorrer se confrontada com fichas criminais 
e apresentar as características particulares que a individualizem e correspondam ao 
confronto com uma delas. 
Esta pesquisa é facilitada por uma classificação existente. As impressões são 
classificadas em quatro tipos fundamentais, conforme a existência e localização de um 
desenho de união de linhas chamado delta. São os tipos: arco, presilha interna, presilha 
externa e verticilo. 
8) Verificar, os objetos furtados (“res furtiva”) do interior do imóvel, tentando caracterizar 
alguns dos bens que foram retirados pelos vestígios deixados, como por exemplo, uma 
área delimitada de uma estante, sem deposição de pó ou sujidade, onde estaria disposta a 
aparelhagem de som, ou televisão, ou qualquer outro objeto, bem como fios de conexão 
rompidos, etc. 
9) Como nas profissões regulares, o ladrão aprende e aperfeiçoa-se numa modalidade ou 
forma de agir. Assim teremos a “falsa doméstica”, o “oportunista”, o “fura pneu”, o 
“punguista” - “batedor de carteira”, o “espianto”, o aplicador do “suadouro”, o 
“ventanista” ( usa de escalada e ingresso por vias de ventilação abertas); o 
 
 
7 
“mioleiro” ( remove o cilindro da fechadura para desativá-la); o “arrombador” ( rompe 
obstáculos para liberar a via de acesso); o “marmotista” ( rompe cofres), o “assaltante” 
etc... 
Basicamente, o indivíduo se especializa e dificilmente abandona esta maneira de agir, 
que considera superior, inatingível e mais segura.. 
Desta forma, procurar sempre que possível estabelecer a maneira de agir (“ modus 
operandi”) do agente da infração, ou seja, que tipo de técnica, rotina ou procedimento 
ele utiliza para atingir o seu objetivo, tais como: extração do tambor de fechaduras, corte 
de vidros para acessar a fechadura, ripas e montantes de portas arrancados, marcas de 
compressão nos montantes em função de alavanca para destrancá-la, delitos cometidos 
somente em residências, ou então, somente em escolas, estabelecimentos comerciais, 
bancos, acesso somente por telhados, escavações, janelas ou escalada, as “assinaturas” 
deixadas pelo mesmo (fezes espalhadas pelo imóvel, alimentos e bebidas consumidos, 
pichações, utilização do banheiro), especificidade do bem subtraído (somente roupas de 
determinadas marcas ou cores, brinquedos, aparelhos eletrônicos,etc). 
10) O exame do ambiente interno, deve contemplar uma descrição detalhada de toda a 
desordem constatada, tais como desalinho dos objetos, móveis e utensílios, armários e 
gavetas abertos, ou então a falta de, constatando-se apenas um cofre aberto. Tais 
elementos são importantes para se estabelecer se houve busca, conhecimento do local, o 
objetivo específico de se subtrair determinado bem, etc. 
 
Exames em local de encontro de veículo, furto de veículo ou furto em veículo 
 
1) Além dos exames de identificação do veículo, deve ser feita uma detalhada vistoria 
externa no veículo e no local do encontro (se for o caso), relacionando quaisquer 
irregularidades constatadas, registrando se tais vestígios estão relacionados ao fato 
investigado (recentidade). 
 
2) Assim, ao examinar um veículo, deve-se ficar atento para alguns tipos de vestígios, 
considerando-se as formas mais comuns de arrombamento, que possibilitaram o 
acesso ao seu interior, tais como: 
2.1- Marcas de arrombamento no próprio orifício da fechadura (normalmente na 
porta do motorista), por intermédio da introdução de instrumento contundente 
(chave de fenda ou similar), até liberar o sistema de trancamento, 
2.2- Marcas de arrombamento pela retirada total do cilindro externo da fechadura 
da porta (só encontrado em veículos mais antigos), mediante o emprego de 
alicates de pressão. 
2.3- Fratura do vidro da janela da porta, da janela quebra-vento ou espia, a fim de 
facilitar o acesso ao sistema de trancamento interno das portas, podendo-se 
observar a maior quantidade de fragmentos do vidro na parte interna 
correspondente do veículo, estando junto – às vezes – o instrumento utilizado 
para tal fim, denotando-se por essa disposição o sentido de orientação do 
dano. 
2.4- Marcas de atritamento na base metálica da porta, sob a esquadria da janela, 
produzido pela introdução de chave de fenda ou instrumento similar, a fim de 
liberar a trava interna (quando esta é evidente). Dependendo da posição da 
trava interna, as marcas poderão estar em outra posição; também podem 
existir perfurações ou marcas de compressão na borracha de vedação dessa 
janela. 
 
 
8 
2.5- Retirada do vidro pára-brisa anterior ou posterior, também é uma das formas 
de acesso ao interior do veículo que os delinqüentes se utilizam. 
Normalmente o respectivo vidro é deixado nas proximidades, onde será farta 
a pesquisa de impressões dígito-papilares. 
 
3) Atingido o objetivo de acesso ao interior do veículo, podem ser encontrados 
vestígios que irão caracterizar a intenção de furto do próprio veículo ou somente o 
furto de objetos em seu interior. Os vestígios mais comuns nesses casos são: 
4.1) Fratura do arcabouço do sistema de ignição, ou do próprio cilindro, para 
viabilizar a ligação direta do motor do veículo, 
4.2) Em veículos mais antigos o sistema de ignição não é protegido, assim pode se 
constatar a exposição dos fios, sem a retirada do cilindro.4.3) Fratura do painel para retirada do rádio ou qualquer outro sistema de som, 
4.4) Pesquisa cuidadosa de impressões dígitos-papilares, principalmente naquelas 
áreas mais prováveis, tais como: volante, câmbio, espelho retrovisor interno, 
maçanetas internas, painel, face interna do vidro da porta do motorista e 
outros, 
4.5) Vistoria interna geral, numa verdadeira varredura (verificação do interior do 
porta-luva, cinzeiro, porta-mala, face interna do quebra-sol, área sob os 
tapetes, área sob os bancos, interior dos bolsões das portas, cavidades do 
painel, etc.), pois é comum encontrarmos alguns vestígios que possibilitem a 
identificação do autor do delito, bem como vestígios denunciadores de outros 
crimes, tanto do próprio delinqüente, quanto – não raro – do proprietário ou 
usuário do veículo. Atentar para manchas de substância hematóide, líquido 
seminal, fibras, vegetação, presença ou resquícios de substância entorpecente, 
armas de fogo, documentos, cartões comerciais ou pessoais, agendas, etc. 
 
 
Exames em local de roubo 
 
Normalmente nesse tipo de delito a quantidade de vestígio é menor do que a 
encontrada nos locais de furto; no entanto, existem alguns cuidados que devem ser 
observados. Tanto para os casos de roubos a residências, estabelecimentos comerciais e 
outros, quanto aos veículos em geral. 
1) Em residências e outros estabelecimentos, deve-se atentar para objetos, móveis e 
utensílios deslocados, evidenciando busca e indicando possíveis fontes de coleta de 
impressões dígito-papilares. 
2) Em veículos o procedimento é o mesmo, considerando-se o levantamento de 
impressões dígito-papilares em especial na porta do motorista, retrovisor interno, 
maçanetas internas e externas, painel; bem como uma vistoria detalhada no interior 
do mesmo, pois o infrator poderá esquecer ou perder objetos pessoais. O 
levantamento dos dados registrados em celulares da vítima – em especial as 
chamadas recebidas e efetuadas – pode fornecer elementos para a identificação do 
autor. 
3) Em locais de roubo observamos, com freqüência, desdobramentos criminais, tais 
como: disparo de arma de fogo, acidente de trânsito, resistência e morte (confronto 
com policiais militares ou civis), devendo-se atentar para os vestígios decorrentes de 
tais ações: 
- cavidades, perfurações e resvalos provenientes do embate e/ou passagem de projétil 
ou projéteis de arma de fogo. Tais vestígios devem ser examinados minuciosamente, 
 
 
9 
determinando-se a orientação e trajetória do projétil ou projéteis, sendo que os 
mesmos – se encontrados – devem ser coletados, examinados e descritos, 
- colisão e abalroamento decorrentes de acidentes de trânsito envolvendo dois ou mais 
veículos, 
- choque decorrente de acidente de trânsito envolvendo veículo contra obstáculo fixo 
(poste, muro, árvore, imóveis em geral), 
- atropelamento decorrente de acidente de trânsito envolvendo veículo contra pessoa 
ou animais em geral, 
- na resistência, seguida ou não de morte, em virtude dos fatores fuga e confronto 
estarem sempre presentes, os vestígios acima mencionados serão encontrados de 
maneira isolada ou sobrepostos. 
 
Exame em local de Roubo seguido de Morte (Latrocínio) 
 
O latrocínio é a situação extrema de um caso de roubo, em que o agente da infração 
intensificou a tal modo a sua ação que veio a provocar a morte da vítima. 
Para os casos de latrocínio as técnicas a serem aplicadas à realização dos exames 
periciais são as mesmas empregadas nos locais de homicídios em geral, bem como dos 
vestígios que possam caracterizar a subtração de objetos e outros valores patrimoniais. 
 
Exame em local de dano material 
 
Os procedimentos que envolvem constatação de danos, quer seja em imóveis, objetos 
ou veículos, praticamente são os mesmos adotados na verificação daqueles produzidos em 
locais de furto onde ocorreu violência nas vias de acesso. 
Deve-se estabelecer a relação entre o fato, o instrumento utilizado e o vestígio. 
Na vistoria geral deverá ser registrada qualquer outra irregularidade que possa não 
estar relacionada com o evento em si, principalmente quanto à época em que fora produzida. 
Conforme já referido, os crimes de danos materiais têm como objeto os mais variados 
tipos de bens. Dentro desse universo diversificado, podemos destacar os veículos, os 
eletrodomésticos, aparelhos eletro-eletrônicos, roupas e obras de arte como os mais visados. 
Por essa razão vamos elencar alguns dos procedimentos periciais para esses casos: 
- verificar, examinar e descrever todos os danos produzidos, indicando aqueles que 
estão relacionados com a ocorrência que está sendo investigada, 
- procurar estabelecer a recentidade do dano, considerando-se a data da ocorrência, 
- nos veículos os exames devem ser externos e internos, 
- nos eletrodomésticos e aparelhos eletro-eletrônicos, além da descrição e 
caracterização dos danos, os mesmos devem ser testados quanto ao funcionamento e, 
caso seja constatada a inoperância, se a mesma é decorrente dos danos produzidos, 
- nas peças de vestuário caracterizar o tipo de dano e o instrumento que o produziu (se 
possível), bem como se as mesmas ainda podem ser utilizadas, 
- nas obras de arte, além da constatação imediata dos danos, poderá ser necessário uma 
avaliação posterior, bem como exames complementares, no intuito de estabelecer o 
seu valor e real prejuízo, 
 
Exames em local de extorsão mediante seqüestro 
 
Geralmente os exames relacionados com este tipo de delito, restringem-se ao local do 
cativeiro, pois ali é onde todos os envolvidos permanecem por mais tempo. 
 
 
10 
Não obstante, pode ser objeto de exame o local da abordagem, o veículo ou veículos 
envolvidos, o local das negociações, o local do pagamento do resgate, o local da libertação 
da vítima cativa e muito freqüentemente o local da fuga, quase sempre com a intercorrência 
de confronto, tiroteio, resistência e outros delitos, pois nesta fase – em tese – já não há mais 
perigo para a vítima. 
Os procedimentos adotados são os mesmos utilizados para o levantamento de local 
de crime envolvendo furto, roubo, cárcere privado (crime contra pessoa). 
Merece especial atenção o exame do veículo utilizado para o transporte da vítima de 
confinamento, bem como o local do cativeiro, sendo este último aquele onde, normalmente, 
encontraremos o maior número de vestígios. 
No cativeiro o exame deve ser minucioso, com descrição pormenorizada do espaço 
destinado ao confinamento, com vistas a constatar as condições de manutenção da vítima, 
grau de especialização e “modus operandi” dos autores, bem como a identificação dos 
mesmos. Assim, deve-se estar atento para: 
- dimensões, ventilação, iluminação, mobiliário e sistema de segurança (fechaduras, 
trancas, etc.) da dependência, 
- localização: se é parte integrante de alguma edificação (residências, prédios 
abandonados, estabelecimentos comerciais, etc.), se a área é urbana ou rural, se há 
vizinhança nas proximidades, 
- se é improvisado ou foi construído especificamente para aquele fim, 
- especialização das instalações, tais como existência de monitoração por sistema 
interno de televisão, isolamento térmico e acústico, dentre outros, 
- sistema de alimentação da vítima, 
- descrição, identificação e serventia de todo e qualquer objeto ou instrumento ali 
encontrado, tais como: cordéis, correntes, algemas, vendas, 
- constatação de manchas, impregnações e marcas de qualquer espécie, 
- constatação da possibilidade da vítima manter algum tipo de contato com o meio 
externo (através de janelas, frestas, vãos), bem como – se for o caso – da própria 
vizinhança perceber ou ter conhecimento da existência do cativeiro 
 
Exames em local de exercício ilegal da profissão 
 
Para cada caso de exercício ilegalde atividade profissional, é preciso que se saiba o 
tipo de profissão exercida para que, a partir das suas peculiaridades de execução, se busque 
os vestígios característicos dessa operação. 
Os casos mais comuns de exercício ilegal da profissão são relativos à medicina em 
geral e à odontologia. No campo de atividades médicas, os casos de aborto são os mais 
correntes e, na odontologia, a prática em geral da atividade, tais como extração de dentes, 
restaurações, próteses, etc. 
Nesses locais médicos e odontológicos, requer atenção as instalações físicas, 
mobiliário, aparelhagem, equipamentos e instrumentos, procedendo a uma descrição 
pormenorizada e técnica de cada peça, sendo ideal o subsídio de manuais específicos e 
orientação de colegas com formação acadêmica nestas áreas. 
 
Exames em local de constatação, uso e/ou tráfico de entorpecentes 
 
Inicialmente deverão ser adotadas as técnicas gerais de levantamento de local de 
crime, descrevendo e constatando tudo que puder ser observado naquele ambiente. Numa 
segunda etapa dedicar-se com atenção e particularidade para a constatação simples da 
presença de substância entorpecente, bem como – se for o caso – o plantio, manuseio, 
 
 
11 
preparo, acondicionamento, transporte, venda e consumo dessas substâncias. Para tanto, 
deve-se proceder: 
- à descrição detalhada do local ou objeto onde se encontrava acondicionada a 
substância, atentando para esconderijos, passagens secretas, fundos e laterais falsas 
de malas, solados falsos de calçados, etc, 
- à descrição detalhada das embalagens e se as mesmas são dotadas de algum tipo de 
camuflagem que pudesse dificultar a localização e identificação da substância ali 
acondicionada, 
- à verificação da presença de trituradores industriais, liquidificadores, utensílios 
domésticos (panelas, calderões, colheres, conchas, peneiras), prensas, balanças 
domésticas, comerciais ou industriais, estufas, embalagens plásticas variadas, rolos 
de fita adesiva, rolos de papel alumínio. Em geral tais objetos encontram-se 
impregnados ou com resquícios de substância entorpecente, caracterizando a 
utilização dos mesmos para o preparo e manuseio da substância, bem como para a 
pesagem, embalagem e transporte, 
- nos veículos examinar os vãos existentes entre a lataria e o revestimento interno, 
interior de estepes, pára-choques, pára-lamas, estribos e assoalho. Nos veículos de 
carga, atentar para os produtos que estão sendo transportados, 
- se possível realizar a coleta, pesagem e o acompanhamento das substâncias 
constatadas no local, até os laboratórios especializados visando a realização do 
exame completo, 
 
Exames em local de tentativa de fuga, fuga, motim, rebelião 
 
Nos locais de tentativa de fuga ou fuga, além da descrição minuciosa do local, deve-
se dar especial atenção aos sistemas de segurança existentes (trancas, ferrolhos, grades, 
cadeados, alambrados, muros, cercas eletrificadas, guaritas, etc) e à rotina diária das 
atividades ali desenvolvidas (horários das refeições, banho de sol, visitas, confinamento dos 
detentos, etc.). 
 Especificar o mecanismo utilizado para a fuga (túneis, fratura de ferrolhos, 
seccionamento de grades, intimidação dos policiais ali presentes, etc.) e quando possível a 
dinâmica com o trajeto realizado pelos envolvidos, bem como a inviabilidade de tal ato sem 
a ajuda de funcionários. 
 Já nos casos de motim e/ou rebelião, praticamente o trabalho se resumirá na 
constatação e caracterização dos danos existentes. Em alguns desses casos pode se 
encontrar vítimas de homicídio, sendo que o procedimento a ser adotado é mesmo para os 
casos de crimes contra a pessoa, principalmente no que tange ao exame perinecroscópico.
 
Exames em local de parcelamento irregular do solo 
 
Basicamente devem ser buscados os seguintes elementos: 
- constatação geral de área original, observando os seus marcos ou as delimitações 
primárias ou originais, inclusive confrontando com plantas, mapas ou escrituras 
registradas nos cartórios e no próprio INCRA, 
- a localização da área examinada é fator importante no exame, pois será a base para a 
veracidade das demais informações. Utiliza-se para tal qualquer ponto de referência, 
como rios, estradas, rodovias federais e estaduais, ferrovias, 
- mensuração da área original e de cada um dos fracionamentos, de tal forma a definir 
com clareza quanto mede a área original e em quantas parcelas foi fracionado, 
- verificação do tipo de material utilizado para demarcar os limites de cada fração, 
 
 
12 
- verificação das benfeitorias existentes em cada uma das frações, tais como 
edificações, instalações elétricas e hidráulicas, saneamento, pavimentação, etc. 
Através da constatação destas benfeitorias os peritos criminais têm condições de 
avaliar a destinação daquele parcelamento, por exemplo, áreas de lazer, casas de 
campo ou recreio, moradias urbanas, dentre outros, 
- constatação dos danos ao meio ambiente, possivelmente causados pelos referidos 
fracionamentos daquela área. Atentar para a existência de nascentes, rios ou 
córregos, tipo de vegetação, e o grau de comprometimento para a sua preservação. O 
tipo de fauna e se a área fracionada limitou a existência de determinada espécie, e 
tudo o mais relacionado a prováveis danos ecológicos, os quais podem ser parciais, 
irreversíveis ou recuperáveis. 
 
Exames em local de furto de energia elétrica, televisão a cabo, água e telefone 
 
Tais furtos ocorrem de maneira bastante diversificada, porém a predominância é para 
os casos de furtos de energia visando suprir residências ou economia de consumo. 
Quando se trata de economia de consumo, é o próprio morador da residência que 
procura efetuar ligação da energia diretamente do ponto antes do marcador, ligando-o à sua 
rede interna. 
 O outro grupo é aquele onde o autor, que não tem energia elétrica ligada em sua 
residência, providencia uma ligação clandestina desde a rede externa até o interior da sua 
casa. 
Apesar da maior quantidade de ocorrências de furtos de energia estar presente nos 
grupos acima comentados, é no âmbito das pessoas jurídicas (indústria, comércio, etc.) que 
ocorre o maior volume de energia furtada, tendo em vista o elevado consumo e respectivo 
desvio. 
Os casos mais incidentes de furto de água também ocorrem para o consumo 
doméstico, mediante ligação adicional na rede externa até a rede interna da residência, 
desviando da passagem pelo medidor, para os casos de tentativa de economia de consumo 
ilegal. Outra situação se dá quando não existe esse serviço na residência e o morador 
providencia uma ligação clandestina, oriunda da rede da companhia fornecedora ou – em 
alguns casos – dos próprios vizinhos, na mesma sistemática dos furtos de energia elétrica. 
Também para os casos de furto de água, são as pessoas jurídicas que dão o maior prejuízo 
nesses consumos ilegais. 
Furtos de sinal telefônico são mais comuns em edifícios, onde o infrator providencia 
uma ligação compartilhada com algum dos vizinhos, diretamente da caixa de distribuição do 
prédio. Menos comum, mas também podem ocorrer, ligações efetuadas diretamente das caixas 
de ligação que se encontram nos pontos da rede aérea de telefonia, em frente às residências ou 
em caixas colocadas em áreas públicas. 
O furto de sinal de televisão a cabo se enquadra nas mesmas circunstâncias descritas 
acima, sendo os casos mais incidentes aqueles destinados ao consumo doméstico, mediante 
ligação adicional da rede externa ou vizinha, até à rede interna da residência do autor. Nestes 
casos, quase sempre, o próprio instalador profissional do serviço disponibiliza o produto, 
através de ligação clandestina e mediante pagamento à parte. 
Ao realizar os exames em locais desses tipos de furtos, além dos exames normaise 
genéricos para exames de local, devem ser observados determinados aspectos específicos, 
tais como: 
- exame detalhado do sistema original/regular de ligação daquele serviço, levando em 
consideração as regras contratuais de prestação de serviços das respectivas empresas, 
 
 
13 
- constatação da ligação irregular, descrevendo minuciosamente como se encontrava, a 
fim de poder comparar com o sistema regulamentar previsto para o tipo de serviço, 
- verificação da existência de qualquer vestígio que possa determinar com precisão o 
beneficiário daquela ligação irregular, 
- se necessário buscar subsídios junto às empresas. 
 
Exame em local e equipamentos de furto de combustível 
 
Duas modalidades podem ser desenvolvidas, de acordo com o tipo de posto de 
abastecimento, ou seja, aqueles de uso restrito, não comercial, como os de órgãos públicos 
ou empresas privadas; ou aqueles comerciais de venda de combustível ao público em geral. 
No primeiro tipo de posto o infrator irá alterar o sistema de medição de maneira que o 
marcador registre menos combustível do que realmente fora retirado do tanque e, assim, 
manter o controle numérico até acabar o estoque. Em momento oportuno ele irá retirar o 
“estoque” de combustível para o uso ilegal. 
No segundo tipo de posto (comercial), o infrator fará o contrário, alterando o sistema 
de medição para registrar mais do que de fato saiu do estoque, lesando, assim, as pessoas 
que abastecem seus veículos. Estas são as duas modalidades mais encontradas nesse tipo de 
delito. 
Dessa forma os peritos deverão desenvolver um trabalho minucioso, procurando 
constatar, além dos aspectos gerais já comentados, os vestígios produzidos diretamente para 
fraudar o sistema de medição da bomba onde ocorreu o furto de combustível. 
 
- exame geral de todo o espaço físico onde estejam localizadas as bombas de 
combustível e demais benfeitorias, a fim de dar uma visão geral do ambiente 
examinado, 
- descrição detalhada do sistema original de medição das bombas de combustível, 
verificando, inclusive, se todas têm o mesmo tipo de mecanismo de medição e, caso 
contrário, descrevê-las separadamente, 
- verificação das alterações feitas no sistema de medição, valendo-se dos vestígios 
deixados nesta ação delituosa, 
- fotografar ou fazer esquemas elucidativos do sistema original e do adulterado, a fim 
de facilitar a compreensão dos usuários do laudo pericial. 
 
Exame em peças relacionadas com crimes contra o patrimônio (celulares, máquinas, 
etc.) 
 
O artigo 175 do CPP é claro quanto ao exame dos instrumentos de crime: “..SERÃO 
SUJEITOS A EXAME OS INSTRUMENTOS EMPREGADOS PARA A PRÁTICA DA 
INFRAÇÃO, A FIM DE SE LHES VERIFICAR A NATUREZA E A EFICIÊNCIA”. 
 Segundo Camargo Aranha, todos os instrumentos usados como causa eficiente para a 
realização do crime, os objetos materiais servidos pelo agente para delinqüir, constituem os 
instrumentos do crime. 
 O exame do instrumento do crime, portanto, constitui uma análise técnica dos 
objetos utilizados pelo agente para delinqüir e com base nos quais serão apreciadas a 
natureza e a eficiência, potencialidade danosa, intensidade dolosa e grau de culpa, e, por 
derradeiro, a periculosidade do criminoso. 
 Cabe, ao examinar um instrumento de crime: identificá-lo, individualizá-lo e tecer 
considerações. 
 
 
14 
- Identificá-lo: consignar se é um artefato, uma peça de uso doméstico ou profissional 
e, se possível, especificar o seu uso. 
 
- Individualizá-lo: descrever pormenorizadamente a peça, consignando-se, se for um 
artefato, as partes que o compõem e suas funções; se é usado, as características do 
arcabouço, marca de fabricação, modelo, números de identificação (série, tipo, 
código de barras, outros), acompanhamentos, ausência de componentes e, 
dependendo da peça se liga/desliga, se está operante/inoperante, a eficácia, e a 
funcionabilidade. 
Após a individualização, consignar todos os vestígios nele constatados: marcas, 
manchas, ação de outros instrumentos, etc. 
Se necessário, encaminhar a peça para os exames laboratoriais específicos. 
 
- Tecer as considerações. Neste item, deve-se concluir que, além das finalidades a que 
se destina aquela peça, pode também ser utilizada COM EFICÁCIA, dependendo das 
circunstâncias e/ou da habilidade do agente,: 
a) Para romper e/ou destruir obstáculos (nos casos de furto qualificado, danos, fuga), 
b) Para propiciar escalada (nos casos de furto qualificado, danos, fuga, roubo, etc.), 
c) Para destravar mecanismos de fechadura, em especial as do tipo (Gorja, Yale, etc.), 
inclusive as existentes em veículos automotores (nos casos de furto qualificado, 
roubo, etc.), 
d) Para impossibilitar ou dificultar a identificação de quem a veste, quando a peça 
examinada é uma touca (tipo passa-montanha ou ivanhoé) ou máscara utilizada em 
furtos, roubos, etc., 
e) Para provocar danos, se arremessada (nos casos de danos), 
f) Como simulacro de arma de fogo (nos casos de roubo, fuga, seqüestro, etc.), 
g) ou então se a peça examinada pode ser utilizada como instrumento (contundente, 
cortante, perfuro-cortante, etc.) para intimidar, ameaçar, agredir e/ou lesionar pessoas 
(nos casos de roubo, seqüestro, etc.). 
 
- Outras considerações podem ser feitas, dependendo de cada caso e dos quesitos 
porventura formulados pela Autoridade requisitante. 
 
 Se a perícia envolver constatação de autenticidade, falsidade ou contrafação, é 
imprescindível o exame de confronto entre a peça questionada (de qualquer natureza) e o 
padrão fornecido pelo fabricante, destacando-se minuciosamente as características de 
ambos, as similaridades ou diferenças e quando possível oferecer a conclusão. Não raro, 
nestes casos, faz-se necessário o contato com a indústria ou fabricante, com o intuito de 
obter informações complementares, que irão subsidiar o trabalho. 
 Em algumas ocasiões o exame solicitado se refere a avaliação do bem, ou peça . 
Nestes casos os peritos devem recorrer, para subsidiarem seus trabalhos, aos fabricantes do 
produto, representantes legais, revendedoras autorizadas e outros, bem como ao próprio 
comércio, evidentemente consignando nos laudos todas as fontes utilizadas. 
 Cabe também perícias em material relacionado ao jogo do bicho, jogos de azar, 
telefones celulares e máquinas eletrônicas de jogos (bingos e similares). 
 Basicamente, ao examinar aparelhos de telefones celulares, deve-se consignar as 
características externas (arcabouço, cor, marca, modelo), os números que o identificam e o 
individualizam (série, Anatel, ESN, MSN, etc.), se está acompanhado da respectiva bateria, 
se está operante ou não. 
 
 
15 
 É de praxe o levantamento do número do celular, bem como dos dados registrados 
em sua memória (ligações efetuadas, recebidas, agenda, mensagens), tomando cautela 
quanto a degravação das mensagens de voz na caixa postal( que deve ser realizado mediante 
autorização judicial). 
 Se o aparelho estiver bloqueado por senha, existem alguns comandos de 
destravamentos específicos para cada marca e modelo (os mais antigos), e atualmente 
softwares para os modelos modernos. 
 Já para os exames em máquinas de jogos eletrônicos, principalmente quando em 
grandes quantidades, os peritos devem tomar os seguintes cuidados: 
 
- cientificar-se da Lei das Contravenções Penais: 
- 
. art. 50: estabelecer o jogo de azar em lugar público ou acessível, mediante o 
pagamento de entrada ou sem ele (pena prisão simples, de 3 meses a 1 ano e multa, 
estendendo-se os efeitos da condenação a perda dos móveis e objetos de decoração. 
. Parágrafo 3º: consideram-se jogo de azar: a) o jogo em que o ganho e a perda 
dependem exclusiva ou principalmente da sorte; b) as apostas sobre corrida de cavalos 
fora do hipódromo oude local onde sejam autorizadas; c) as apostas sobre qualquer 
outra competição esportiva. 
 
- procedimento: 
 
 
a) identificar a máquina, colocando na etiqueta: DP, BO/TC/IP, LOCAL DA 
APREENSÃO, DATA DO EXAME, Nº DO LAUDO e colocar “OK”, após a 
realização dos exames, 
b) fotografia geral da máquina, de frente, etiquetada (com a etiqueta descrita no 
item a), 
c) cada fotografia a ser realizada da máquina, deve aparecer nitidamente a 
etiqueta descrita no item a, pois facilita a futura identificação para 
feitura do laudo; 
d) detalhe fotográfico da plaqueta ou similar que identifique o fabricante da 
máquina, quando houver, etiquetada, 
e) abrir a máquina com a respectiva chave, quando houver, caso contrário usar 
ferramentas, 
f) fotografar o interior da máquina, quando danificada, etiquetada, 
g) fotografar os contadores eletromecânicos, etiquetados, 
h) Quanto á recolha de moedas ou valores em dinheiro, deixar esse 
procedimento sob a responsabilidade da Autoridade Policial, que efetuara o 
devido Auto de Apreensão, 
i) ligar a máquina para saber se está funcionando, 
j) verificar se os contadores eletromecânicos estão funcionando corretamente, 
k) fotografar e detalhar as tabelas de premiações, teclado, nº de rodilhos e 
mecanismo do jogo, etiquetada, 
l) verificar se a placa de jogo é dedicada ou HD, 
m) quando se tratar de máquina nova: 
 fotografar detalhadamente as tabelas de premiação, por partes, 
 detalhar o teclado, mostrando os dizeres do mesmo, 
 fotografar as telas de jogo, quando a máquina é de vídeo (monitor) 
 
 
16 
n) O procedimento para os casos de Bingos e Maquinas de rua são os mesmos 
porém, as máquinas não deverão ser violadas (arrombadas), caso seja 
necessário, que se proceda mediante ordem judicial ou da Autoridade 
Policial, evitando assim, qualquer tipo de procedimento contrario ao 
procedimento. 
o) Constar o valor ou quantidade de moedas arrecadadas 
 
 
- outras considerações: 
Após a publicação no Diário Oficial do Estado de São Paulo de 12/02/2003, “Poder 
Executivo Seção I”, de manifestação do Procurador Geral de Justiça, foram 
introduzidos quesitos para que seja respondidos no laudo: 
 
“O Procurador Geral da Justiça no uso de suas atribuições legais e a pedido do 
Coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça 
Criminais, Dr. José Oswaldo Molineiro, avisa aos Senhores Membros da 
Instituição que em reunião entre o Ilmo Dr. Diretor da Superintendência da 
Polícia Técnica Científica, o corpo técnico daquela Superintendência e os 
assistentes técnicos deste CAEX- CRIM, ficou estabelecido a formulação dos 
seguintes quesitos versando sobre a caracterização do crime contra a economia 
popular (art. 2º, inciso IX da Lei nº 1521/51) em razão da exploração de 
máquinas eletrônicas programáveis( caça-níqueis, vídeo-bingo, etc): 
Quesitos para as máquinas de jogos eletrônicos: 
1. Quais os dados de identificação da máquina apreendida, relacionadas com 
marca, origem, fabricação e importador? Qual o modelo ou marca da 
máquina? 
2. Qual o jogo contido na máquina? 
3. Qual a marca e origem das placas de CPU? 
4. As máquinas contam com nota fiscal e/ou guia de importação? 
5. Os dados específicos constantes na nota fiscal e/ou guia de importação 
são coincidentes com os apresentados na máquina examinada? E os 
componentes eletrônicos (placas e CPUs) são coincidentes com as 
informações da nota fiscal e/ou guia de importação? 
6. Há lacres nas máquinas ou dispositivos que impeçam a substituição de 
componentes eletrônicos e/ou da própria placa de processamento? 
7. Segundo os exames periciais a CPU, as placas e/ou componentes de 
programação (memória) constantes das máquinas permitem suas 
substituições? Estas substituições se ocorridas deixam vestígios? 
8. É possível que a substituição da placa e/ou CPU, ou de outros 
componentes eletrônicos, se efetuada, altere a porcentagem de pagamento 
da máquina ao jogador? 
9. Há no equipamento algum dispositivo interno ou externo como receptor 
de rádio dispositivo comunicador de infra-vermelho, conexão tipo 
telefônica ou de rede, ou outro dispositivo comunicador de infra-
vermelho, conexão tipo telefônica ou de rede, ou outro semelhante, ou 
dispositivo mecânico ou de outra natureza, que possa ser utilizado para 
alterar o comportamento do jogo,ou seja, que modifique o grau de 
dificuldade de ganho do jogador? 
10. Qual a porcentagem de pagamento da máquina e qual a metodologia 
utilizada para identificar essa porcentagem? 
 
 
17 
11. Diante do exame realizado o ganho ou a perda do jogador dependem da 
habilidade do jogador ou, exclusiva ou principalmente, da sorte? 
 
 
 
III - TÉCNICAS E MÉTODOS EMPREGADOS NOS EXAMES 
 
 Os exames nos locais de crimes contra o patrimônio empregam metodologias e 
técnicas semelhantes para todas as suas modalidades. Evidentemente que alguns tipos de 
crimes requerem técnicas mais específicas, mas de modo geral os procedimentos a serem 
utilizados são: 
a) Divisão da área a ser examinada, de forma a facilitar a constatação dos vestígios 
que estejam dispersos no local. 
b) Exame e anotações preliminares das condições gerais do local a ser examinado. 
c) Exame visual do local, inicialmente de forma geral, mas já adotando sentidos de 
visualização, para conhecer todo o ambiente a ser examinado, com registro 
fotográfico. 
d) Exame visual de cada vestígio constatado no local, com registro fotográfico dos 
mesmos. 
e) Coleta de vestígios e/ou amostras para exames complementares, tais como 
fragmentos de impressão digital, manchas, instrumentos utilizados no crime, etc. 
f) Elaboração do laudo, com descrição minuciosa e estabelecimento do nexo causal 
entre ação do agente, vestígio e instrumento. 
 
 
IV - ROTEIRO BÁSICO PARA O LEVANTAMENTO DE LOCAL DE 
FURTO QUALIFICADO 
 
 
 Basicamente o levantamento de um local de crime contra o patrimônio deve levar em 
conta os seguintes quesitos: 
1-Qual a natureza do local examinado? 
- Em se tratando de um prédio, relacioná-lo com a natureza da ocorrência e 
endereço, 
- Utilização, 
- Projeto de construção (número de pavimentos, seu nível com relação à via 
pública), 
- Seu posicionamento junto aos vizinhos, ao terreno, ao alinhamento geral 
das construções, 
- Delimitação física nos limites do terreno e junto ao passeio público, 
- Sua abrangência (área) e composição (dependências). 
2-Qual o meio usado para o acesso a esse local? Com destruição ou rompimento de 
obstáculo, ou mediante escalada, uso de chave falsa ou outro? Considerando-se a presença 
de violência contra as vias de acesso, esclarecer: 
- Em qual via de acesso? Voltada para onde? 
- Apresenta qual tipo de vedação? Qual sistema de segurança a guarnece? 
- Que tipo de instrumento fora ali utilizado? 
- Especificamente onde fora aplicado? Quais vestígios deixou? 
- Com a aplicação deste instrumento o que se obteve? O que propiciou a 
desobstrução da via de acesso? 
 
 
18 
- Com a desobstrução da via de acesso, que vão resultou? 
- Este vão é mensurável? De qual forma? 
- Possibilitaria a passagem de indivíduo com qual compleição física? 
3-Há internamente vestígios de destruição ou rompimento de obstáculo, ou teria ocorrido 
escalada, uso de chave falsa ou outro meio tendente à subtração da coisa? 
- O que foi violado internamente e de onde? 
- Aplicou-se instrumento? Qual? 
- Como se encontrava o mobiliário e o seu conteúdo? 
- A vítima já havia arrumado o local? 
4-Em que época se presume tenha ocorrido o fato? 
- Normalmente os elementos materiais constatados não são suficientes para 
precisar a data da ocorrência. 
- No entanto, os peritos podem colher informações esclarecendo o período 
em que o local se encontravasem a presença de vítima ou outros, bem 
como informar a data e hora da saída do último indivíduo a sair do local e 
o primeiro a chegar, antes e após o fato. 
5-Houve emprego de instrumento ou instrumentos? Quais? 
- Os vestígios indicavam o uso de instrumentos? 
- Ainda que os vestígios não indicassem o uso, haveria necessidade destes 
para realizar a abertura da via de acesso? 
- Onde e para que teriam sido utilizados? 
- Teriam sido utilizados à guisa de que tipo de instrumento? 
- Foram identificados? Coletados? 
6-Existem vestígios, objetos, documentos ou outros que possibilitem a identificação do autor 
ou autores? 
- A pesquisa de fragmentos dígito-papilares resultou positiva? 
- Onde foram colhidos? Por quem? 
- Outros vestígios poderiam ajudar na identificação? 
 
 
V - ESTRUTURA MÍNIMA DO LAUDO PERICIAL 
RELACIONADO A CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO 
 
A investigação é válida e eficiente na medida que o laudo pericial é compreendido e 
assimilado. 
Tão importante quanto esclarecer um fato é transmiti-lo com precisão e 
compreensão; a credibilidade de um laudo está diretamente ligado ao seu desenvolvimento, 
clareza, precisão e coerência. 
Sendo que um laudo vai muito além de um documento pessoal, temos que utilizar 
formas convencionadas de descrições, de palavras simples e eficientes, também se valendo 
de termos técnicos que possam indicar com precisão o fato descrito. 
A riqueza de detalhes na descritiva é importante, porém sem tornar o relato 
rebuscado, prolixo ou cansativo. 
Num laudo, ainda que de maneira simples, devemos seguir a idéia que melhor se 
entende um fato se cada parte desenvolvida é precedida dos dados elementares para sua 
compreensão. 
Poderíamos seguir a seguinte ordem: 
1- Preâmbulo ou Histórico 
2- Preliminares 
3- Objetivo da perícia ou quesitos 
 
 
19 
4- Dos Exames Periciais 
5- Considerações ou Discussão 
6- Anexos 
 
Preâmbulo ou Histórico: oferece as razões da investigação, o que se vai apurar, a ordem 
cronológica dos fatos e de seus trabalhos. 
 
Preliminares: neste tópico o relator vai consignar as informações referentes a preservação e 
isolamento do local e quaisquer outras alterações que forem relevantes ao caso, ou que 
prejudicaram o andamento dos trabalhos periciais. Nos casos de exames em peças, este 
tópico destina-se à consignação de qualquer fato conflitante entre a requisição e o objeto de 
exame, tais como número de peças distinto do constante na requisição (para mais ou para 
menos), peças que não estão discriminadas, objetivos do exame incompatíveis com o tipo de 
peça a ser examinada, tais como: solicitação de levantamento da memória de chamadas 
recebidas e efetuadas em carregadores de aparelhos de telefones celulares; recentidade de 
disparo em facas, etc. 
 
Objetivo da perícia ou quesitos: descrever, conforme consta na requisição, qual(is) o(s) 
objetivo(s) a ser(em) buscado(s) na perícia, os quais deverão estar contidos na requisição da 
perícia ou nos quesitos formulados. Não sendo especificado na requisição o(s) objetivo(s) da 
perícia, é de bom alvitre que os peritos descrevam com certa precisão quais são os objetivos 
periciais pertinentes àqueles exames. 
 
Dos Exames Periciais: discriminar todas as técnicas e métodos empregados e os respectivos 
exames levados a efeito naquela perícia. Em geral nos exames periciais relacionados com 
crimes contra o patrimônio, não é necessário o relato de técnicas e métodos. No entanto, é de 
bom alvitre consignar fontes bibliográficas, informações obtidas junto a fabricantes ou via 
internet. .Não é necessário que, nos exames periciais, constem de forma explícita os subitens 
seguintes, mas seu conteúdo deve obrigatoriamente integrar o texto relativo aos exames 
periciais: 
Do Local: constitui a parte essencial. A descrição deve ser metódica, objetiva, fiel, 
minuciosa, clara, síntese do observado.Quando os fatos forem variados, convém distribuí-los 
em capítulos conforme sua natureza e interdependência. 
Evitar informações, discussões, hipóteses, diagnósticos e conclusões. 
Dos Vestígios: partindo-se das indicações (referências) maiores para as menores (detalhes). 
Descrever conforme a ordem de maior importância, como a acesso ao terreno, ao prédio, ao 
cômodo, à gaveta etc. 
Aqui devem ser relacionados e devidamente descritos todos os vestígios constatados no 
exame pericial. Note-se que devemos nos ater somente à descrição dos vestígios, deixando 
para o tópico seguinte a respectiva análise e interpretação dos mesmos. 
As técnicas ou métodos empregados devem sempre partir do mais geral para o particular, de 
exames macroscópicos para exames microscópicos. Quando for empregado mais de uma 
técnica na realização de um determinado exame, citá-la na ordem em que a mesma foi 
aplicada.. 
 
Considerações Técnicas ou Discussão: do histórico e das descrições (local e vestígios) 
defluem as conclusões. Porém, em certos casos há necessidade de cotejar fatos, de analisá-
los, dissipar dúvidas ou ajustar obscuridades. Através da discussão asseguram-se conclusões 
lógicas, afastando-se as hipóteses capazes de gerar confusão, evidenciando-se aquelas que, 
depois de cotejadas, conduzirão e subsidiarão a conclusão. 
 
 
20 
Buscar a coerência ou não dos elementos observados e anteriormente citados. Confrontá-los 
com a normalidade. 
Enfim, relatar neste tópico as análises e interpretações das evidências constatadas e 
respectivos exames, de maneira a facilitar a compreensão e entendimento por parte dos 
usuários do laudo pericial. 
 
Conclusão 
A conclusão pericial inserida no laudo deve ser – obrigatoriamente – uma 
conseqüência natural do que já fora argumentado e exposto nos tópicos anteriores do 
respectivo laudo. 
Se na perícia solicitada, constarem quesitos, deve o perito se ater à resposta dos 
mesmos, transcrevendo-os textualmente e respondendo-os na seqüência formulada (art. 160 
do Código de Processo Penal). Caso exista mais alguma informação e/ou conclusão 
importante, não abrangida na resposta aos quesitos, deverá ser colocada em parágrafo 
independente, neste mesmo tópico. 
A conclusão deve obedecer aos critérios técnicos conforme já recomendados, ou 
seja: somente quando nos restar uma possibilidade para aquele evento, sob a ótica técnico-
científica é que poderemos concluir de forma categórica. 
 Para chegarmos a essa única possibilidade, teremos apenas duas situações capazes 
para tal. 
 A primeira situação será quando, no conjunto dos vestígios constatados e 
examinados, tivermos um que, por si só, seja um vestígio determinante. Obviamente que 
vestígio determinante neste caso, deve estar caracterizado pela sua condição autônoma 
associada ao seu significado no evento periciado. 
 Dois exemplos para entendermos melhor esse conceito: uma impressão digital 
individualmente é um vestígio determinante para a identificação do autor, se considerarmos 
um local de furto qualificado em que esta impressão encontra-se na via de acesso arrombada 
e não corresponde àquelas existentes normalmente naquele ambiente (eliminadas por 
exclusão). Por outro lado, o vestígio lesão pérfuro-incisa não é um vestígio determinante por 
si só, mas se tivermos esse vestígio repetido várias vezes em diversas partes do corpo de um 
cadáver, principalmente nas mãos e antebraços (defesa), certamente esse vestígio será 
determinante para fundamentar o diagnóstico por homicídio. 
 A segunda situação em que se tem apenas uma possibilidade é quando num universo 
de vários vestígios, onde nenhum deles por si só seja determinante, mas se analisados no seu 
conjunto levem a uma única possibilidade. 
 Todavia, existem várias situações que, apesar da riqueza de vestígios, mesmo 
analisando-os em seu conjunto, não será possível chegar a uma definição quanto ao 
diagnóstico.Neste caso, não se fará qualquer afirmativa conclusiva quanto a ele, pois haverá 
mais de uma possibilidade técnico-científica para aquele evento. 
 Mesmo que não seja possível uma conclusão sobre aquela perícia, deverá constar no 
laudo o tópico conclusão e, nele, informar a impossibilidade de conclusão face aos motivos 
que devem ser relacionados (exigüidade de vestígios, elementos de ordem material 
insuficientes, falta de preservação, etc.) de forma clara e explicativa. 
 Em não sendo possível concluir um laudo pericial, restam algumas alternativas para 
auxiliar no contexto geral das investigações e, posteriormente, à justiça, em que o perito 
deverá ter todo o cuidado, tanto no exame quanto no texto dessas argumentações. 
 Numa primeira situação, porder-se-a eliminar algumas possibilidades ou hipóteses e, 
com isso, delimitarem o trabalho dos investigadores da polícia e, posteriormente, da justiça. 
A eliminação de algumas dessas possibilidades na verdade é uma conclusão pela sua 
exclusão e, portanto, deve seguir o mesmo rigor técnico-científico já mencionado. 
 
 
21 
Uma segunda situação, onde os vestígios forem em menor quantidade, as conclusões 
limitar-se-ão a indicar mera probabilidade para um dos possíveis diagnósticos, devendo ser 
exaustivamente explicados e identificados, a fim de não gerar distorções de interpretação por 
parte dos usuários do laudo pericial. 
Poderíamos dizer que haveria ainda uma terceira situação, onde a pouca quantidade 
de vestígios é tamanha, que os peritos se limitarão a informar no laudo a impossibilidade de 
concluírem o evento periciado, face à exigüidade de vestígios. Apesar de não haver 
nenhuma conclusão, nesses casos, muitos laudos são expedidos dessa forma. 
Observação: O técnico-científico aqui mencionado se refere à técnica criminalística e 
o científico às demais leis da ciência. O perito poderá se valer, para as suas conclusões, ou 
de alguma técnica criminalística já consagrada ou de algum método científico de qualquer 
área do conhecimento humano, ou então de ambas, de acordo evidentemente com cada 
situação. 
 
Anexos 
Incluir ao final todos os anexos que foram produzidos e que seja necessário acompanhar o 
laudo para fins de melhor compreensão do mesmo, tais como, resultado de exames 
complementares, fotografias, gráficos, relatórios de outros peritos/profissionais, etc. 
No entanto, considerando os avanços da informática, muitos recursos gráficos podem ser 
inseridos ao lado – ou logo abaixo – da parte do texto que se refere tal assunto. 
Especialmente para evidenciar algum detalhe que o texto esteja se referindo naquele 
momento da argumentação. As fotografias, quando digitais ou digitalizadas, podem seguir 
esse mesmo critério. 
 
VII – GLOSSÁRIO 
 
Nomenclatura básica para descrição de um imóvel. 
 
O IMÓVEL 
 Casa: edificação destinado à habitação, morada; 
 Apartamento: parte de um prédio de habitação coletiva, destinada a residência 
particular, 
 Bangalô: pequena casa alpendrada, nos arredores da cidade; 
 Chalé: casa de madeira com telhados (2) bem inclinados, que avançam sobre a 
fachada; 
 Cabana: casa rústica, pequena, geralmente coberta com palha; 
 Loft: espaços amplos sem divisórias, usados como moradias; 
 Mirante: parte alta acima do telhado, de onde se observa a paisagem, 
 Átrio, Vestíbulo: pátio de entrada descoberto, cercado por telhados, 
 Edícula: construção complementar independente, nos fundos da principal; 
 Galpão: depósito, construção que tem uma das faces aberta; 
 Quiosque: pequeno coreto, normalmente aberto, 
 Estufa: galeria envidraçada onde se cultivam plantas, 
 Gazebo: pequeno quiosque colocado no jardim, fechado por vidros ou treliça, 
 Tulha: depósito de café ou cereais, 
 Abrigo: local para se proteger das intempéries, 
 Alpendre: cobertura suspensa sobre portas e vãos.Quando grande, dá-se o nome de 
varanda, 
 Varanda: alpendre grande e profundo, 
 
 
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 Terraço: cobertura plana, galeria descoberta, 
 Solário: local descoberto destinado a banhos de sol, 
 Sacada: pequena varanda,, também vestíbulo – pátio de entrada descoberto, cercado 
por telhado, 
 Saguão: pátio interno fechado por paredes altas, 
 Pátio: espaço interno descoberto e cercado pelos elementos da construção, 
 Marquise: pequena cobertura que protege a porta de entrada, 
 Caramanchão: armação de madeira pergolada, coberta de vegetação, 
 Acesso: rampa, escada, corredor, etc. que permite a entrada e saída, 
 Hall de entrada: saguão, vestíbulo de acesso ao interior do imóvel, 
 Closet: pequeno cômodo usado como quarto de vestir, 
 Lavabo: pequeno banheiro, sem espaço para o banho, 
 Mezanino: pavimento intermediário, piso que ocupa apenas parte da construção, 
 Sótão: cômodo pelo desvão entre o último pavimento e telhado, 
 Mansarda: sótão com janelas que se abrem sobre as águas do telhado, 
 Suíte: cômodos contíguos, sendo dormitório e banheiro, 
 Alcova: pequeno quarto sem aberturas para o exterior, 
 Adega ou cava: lugar destinado ao armazenamento de vinhos ou azeite, geralmente 
no subsolo, 
 Patamar: piso que separa os lances de escadas, 
 Balcão: projeção externa da laje, disposto diante de portas e janelas, guarnecido de 
grades ou peitoril, 
 Porão: parte da construção entre o chão e o assoalho, 
 Recuo: distância entre as faces da construção e os limites do terreno, 
 Recuada: construção afastada da linha do passeio público, 
 Assobradada: construção com mais de um pavimento, 
 Geminada: duas edificações unidas por uma mesma parede, 
 Nicho: reentrância na parede para abrigar armários, prateleiras, objetos, etc., 
 Monta-cargas: pequeno elevador para transportar roupas, mercadorias, etc., 
 Passarela: corredor estreito e elevado que interliga dois cômodos, 
 Passadiço: corredor, galeria ou ponte que liga dois setores de uma construção, 
 Pérgula: pergolado, proteção vazada, normalmente composta por elementos 
paralelos, 
 Pórtico: átrio, portal de entrada de uma residência, cuja abertura é apoiada em 
colunas, 
 Sebe: tapume feito com ramos ou varas para fechar terrenos, 
 Aclive-Declive: terreno em subida-descida, em relação à via pública, 
 Talude: rampa, inclinação de terreno por desterro, 
 Platô: parte elevada e plana de um terreno, 
 Pé-direito: altura entre o piso e o teto, 
 Rústico: construção com técnicas artesanais, utilizando-se material da região, 
 Torre: construção cuja base é bem menor que a altura. 
 
A EDIFICAÇÃO 
 Parede: elemento de vedação ou separação de ambientes, 
 Alvenaria: conjunto de pedras, tijolos ou blocos que formam paredes, muros e 
alicerces, 
 
 
23 
 Argamassa: material aglomerante para unir ou revestir elementos que formam ou 
dão acabamento à construção, 
 Reboco: revestimento de parede feito com massa fina, 
 Respaldo: última carreira de tijolos de alvenaria no encontro com o teto, 
 Contrapiso: camada de cimento e areia que nivela o piso antes do revestimento, 
 Baldrame: alicerces, vigas de concreto armado sobre a fundação, 
 Sapata: parte mais larga e inferior do alicerce, 
 Emboçamento: assentamento com argamassa de telhas da cumeeira, 
 Estuque: massa para fechamento de forros com estrutura aramada, 
 Lambril: revestimento de madeira ripada, usada em forros e paredes, 
 Elemento vazado: peça para paredes, dotada de aberturas para passagem de luz e ar, 
 Coluna: elemento estrutural de sustentação, quase sempre vertical, 
 Pilar: elemento estrutural vertical, quando de formato circular, 
 Pilastra: pilar com quatro faces, sendo que uma delas fica ligada à parede, 
 Pilotis: conjunto de colunas de sustentação que deixa livre o pavimento térreo, 
 Viga: elemento estruturalresponsável pela sustentação de lajes, 
 Contraverga: viga de concreto usada sob a janela para evitar fissuras na mesma, 
 Caixa de escada: espaço em sentido vertical, destinado à escada, 
 Galeria: corredor largo, duto subterrâneo, 
 Manilha: tubo para instalação subterrânea que conduz águas servidas, 
 Vala: escavação longa e estreita para escoamento de água ou obras, 
 Sumidouro: ralo,lugar onde a água é escoada, 
 Arco – abóbada: parte superior de cobertura de vão, em semicircunferência, 
 Arcada: sucessão de arcos, 
 Frontão: arremate superior de janelas e portas, acabamento de parede, 
 Cornija: conjunto de molduras de arremate superior às obras de arquitetura, 
 Divisória: tapume, biombos, que separam compartimentos de uma construção, 
 Meia-parede: parede que não veda totalmente o ambiente, divisória, 
 Meio-nível: piso construído a meia-altura, que aproveita um pé-direito duplo, 
 Oitão: parede lateral de uma construção situada na linha de limite do terreno, 
 Muro de arrimo: muro usado na contenção de terra, pedras de encostas, 
 Parede solteira: aquela que não alcança o forro, 
 Alambrado: cerca feita com fios de arame entrelaçados, simétricos e de formatos 
geométricos, que delimitam o terreno ou determinada área, 
 Tapume: vedação provisória feita de tábuas e que separa a obra, 
 Cerca viva: arbustos plantados em forma de muro, 
 Tabique: parede divisória delgada entre dois ambientes, feita de tábuas, tijolos ou 
taipa, 
 Revestimento: designação genérica dos materiais aplicados para o acabamento, 
 Cantoneiras: peça em forma de L que arremata quinas, 
 Capitel: parte superior esculpida de uma coluna, 
 Fuste: parte intermediária de uma coluna,entre a base e o capitel, 
 Fissura: trinca superficial no concreto ou madeira, 
 Ressalto: qualquer saliência na fachada da construção, 
 Rodapé: faixa de proteção ao longo das paredes, junto ao piso, 
 Rufo: chapa metálica dobrada, que se encontra nos telhados e paredes, 
 Taipa: sistema de construção que usa barro molhado para paredes, 
 Abertura: rasgo na construção. 
 
 
24 
 
VEDAÇÃO DE PORTAS E JANELAS 
 Porta: abertura nas paredes até o nível do pavimento, 
 Umbral: entrada – parte superior das portas, 
 Cortina metálica de enrolar: grades ou lâminas na horizontal, de movimentação 
vertical, 
 Porta-balcão: aquela de duas folhas, 
 Postigo: pequena fresta ou portinhola na folha da porta, que permite a passagem de 
objetos, ou entrada de luz e ar, 
 Janela: abertura destinada a iluminar e ventilar, 
 Janela basculante: placas que giram em torno de eixos horizontais, 
 Janela de correr: aquela em que os caixilhos se movimentam horizontalmente, 
 Janela guilhotina: aquelas em que os caixilhos se movimentam verticalmente, 
 Janela máximo-ar: semelhante à basculante, feita de uma só peça, 
 Janela escotilha: de pequenas dimensões e arredondadas, semelhantes às dos navios, 
 Janela pivotante: se abre girando verticalmente, 
 Seteira: janela estreita e comprida, 
 Bay window: janela de trës faces que avançam além da parede que a sustenta, 
 Vitral: painel artístico executado com segmentos vítreos coloridos e rejuntado com 
chumbo, 
 Soleira: parte inferior do vão da porta, no solo, 
 Peitoril: base inferior das janelas que se projeta além da parede e funciona como 
parapeito, 
 Parapeito: peitoril, proteção a altura do peito, sem grades ou balaústres, 
 Folha: parte da porta ou janela que faz o fechamento do vão, 
 Batente: rebaixo onde a folha da porta ou janela se encaixa ao fechar. Compõem o 
batente: o marco coiceira (onde são instaladas as dobradiças) e o marco testeira 
(onde é instalada a testa da fechadura, de encaixe da lingüeta), 
 Montante: moldura de folhas de portas e janelas, peça vertical que nos caixilhos 
divide as folhas. À semelhança do batente, é composto por: montante coiceira e 
montante testeira, 
 Veneziana: tipo de esquadria que permite ventilação, formada por palhetas, 
 Basculante: sistema onde as peças giram em torno de um eixo, abrindo vãos, 
 Caixilho: parte da esquadria que sustenta e guarnece os vidros, 
 Rosácea: caixilho grande, circular e ornado, que assemelha-se a uma rosa, 
 Verga: peça colocada horizontalmente no vão superior de portas e janelas, 
 Bandeira: caixilho fixo ou móvel, envidraçado, situado na parte superior de portas e 
janelas, 
 Guarnição: mata junta – régua ou sarrafo que cobre a junção da parede e batente, 
 Esquadria: caixilho usado numa obra (portas e janelas), 
 Aglomerado: placa prensada de serragem compactada, fechada com lâminas, 
 Mexicana: tipo de folha de porta composta pelo encaixe de montantes macho e 
fêmea, 
 Almofadada: tipo de folha de porta, geralmente maciça, que apresenta ressaltos de 
formatos geométricos distribuídos simetricamente. 
 
TELHADOS 
 Água de telhado: cada uma das superfícies inclinadas da cobertura, 
 
 
25 
 Meia-água: telhado com único plano inclinado, 
 Água-furtada: ângulo formado por águas de telhado, por onde escorre as águas 
pluviais, 
 Cúpula: parte superior da construção, 
 Cumeeira: espigão, parte mais alta do telhado e de junção das águas, 
 Beiral: prolongamento do telhado além das paredes externas, 
 Desvão: espaço deixado entre as telhas e o forro, 
 Forro: material que reveste o teto, 
 Saia-e-blusa: forro de madeira com tábuas alternadamente sobrepostas, 
 Mão francesa: elemento estrutural inclinado, escora apoiada à parede, 
 Tesoura: armação de madeira triangular, em telhados que cobrem grandes vãos, 
 Terça: viga de madeira que sustenta os caibros do telhado. Peça paralela à cumeeira 
e frechal, 
 Frechal: viga assentada sobre o topo da parede e serve de apoio à tesoura, 
 Longarina: viga de sustentação, 
 Tirante: viga horizontal que nas tesouras está sujeita aos esforços de tração, 
 Platibanda: moldura contínua de proteção ou camuflagem do telhado, 
 Arquitrave : viga de sustentação com suas extremidades apoiadas em colunas, 
 Caibro: peça de madeira que sustenta ripas do telhado, 
 Sarrafo: ripa de madeira com largura entre 05 e 20 centímetros, 
 Ripa: peça de madeira em que se apóiam as telhas, 
 Sapé: tipo de vegetal que quando seca é usada para cobertura, 
 Clarabóia: abertura no teto fechada por caixilho, para iluminar o interior, 
 Alçapão: portinhola no piso ou no forro, que dá acesso a porão ou sótão, 
 Domo: peça utilizada na cobertura para iluminar e ventilar o interior, normalmente 
dotada de acabamento em material sintético, 
 Calha: canal, duto, que recebe águas pluviais e conduz a dutos, 
 Toldo: cobertura de lona ou similar, colocado junto à portas e janelas, 
 Telhas: peça usada para cobrir construções, 
 Shingle: telha em folha plana, geralmente em materiais industrializados (manta 
asfáltica). 
 
ACESSÓRIOS 
 Corrimão: apoio para as mãos, colocado ao longo de escadas, 
 Assoalho: piso de madeira de tábuas corridas, 
 Deck: plataforma feita com tábuas para circundar piscinas ou espelhos d’água, 
 Floreira: recipiente para plantas, usada junto a janelas, sacadas, alpendres, 
 Gradil: armação de ferro em forma de grades para proteção ou vedação de uma 
abertura, 
 Guarda-corpo: grade ou balaústre de proteção em balcões, sacadas, escadas e 
varandas, 
 Balaústre: pequena coluna ou pilar que, alinhada lado a lado, sustenta corrimão ou 
similar, 
 Cisterna: poço de água potável, 
 Conduite – eletroduto: tubo flexível que conduz fiação elétrica, 
 Disjuntor: dispositivo destinado a desligar automaticamente um circuito elétrico 
(sobrecarga), 
 
 
26 
 Quadro de distribuição: caixa que distribui a eletricidade, com chaves, disjuntores

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