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1 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES PHD CONCURSOS E VESTIBULARES PREPARATÓRIO ENEM/IFAL/VESTIBULARES DISCIPLINA: CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES CULTURA GERAL A prova exige dos candidatos uma visão globalizante do processo transformacional das sociedades ocidentais através dos tempos. O candidato, além de ser capaz de fazer uma análise estrutural dos fatores econômicos, históricos, geográficos, políticos e sociais, deve interpretar mapas, tabelas, organogramas, textos e gráficos, estabelecendo relações com as condições às quais se referem ou nas quais foram gerados. CONHECIMENTOS ENGLOBADOS Geografia História Atualidades I A MODERNIDADE EUROPEIA 1.1 Mercantilismo e expansão marítimo- comercial e colonial europeia ANTECEDENTES Foi um conjunto de práticas econômicas surgido a Europa em meados do século XV, baseado na busca de desenvolvimento econômico de um país através do acúmulo de riquezas. Durante a Idade Média, a terra constituía a chave da fortuna de um indivíduo. Media-se a riqueza pelo tamanho das propriedades de cada um. Porém, a partir do ressurgimento do comércio e das cidades a situação começou a mudar. A produção artesanal e as transações comerciais passaram a movimentar a economia. Assim, pouco a pouco a economia das trocas produto por produto foram sendo substituídas pela troca de dinheiro por produto e vice-e-versa. Para aumentar o fluxo das transações, era necessário acrescer o número de moedas, para isso os países começaram a se lançar ao mar em busca de ouro e novos mercados consumidores. CARACTERÍSTICAS O Mercantilismo tinha uma série de características. O Metalismo (ou bulionismo), caracterizou-se por quantificar a riqueza de uma nação pela quantidade de metais preciosos, ou seja, ouro e prata. Buscava-se a balança comercial favorável, que era o esforço para vender (exportar) mais que comprar (importar) conservando assim, as reservas internas da nação. Medidas como o Protecionismo e a Intervenção direta do Estado na Economia, eram utilizadas para reduzir as importações e controlar os preços através do incentivo à produção industrial interna e Taxas alfandegárias. luanm Texto digitado luanm Texto digitado 2 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES A conquista de novas terras exigiu a criação de um Pacto Colonial de exclusividade com as colônias. SISTEMA COLONIAL As colônias de exploração eram caracterizadas pela economia agrícola, produção para exportação, monocultura e predominância do trabalho escravo. Já as colônias de povoamento, eram caracterizadas por uma economia com presença da indústria (embora agrícola), trabalho livre e escravo e policultura. TEXTO I: Colonizações espanhola, portuguesa e inglesa OS ESPANHÓIS, empreenderem um sangrento processo de dominação das populações indígenas da América, efetivaram o seu projeto colonial nas terras a oeste do Tratado de Tordesilhas. Para isso montaram um complexo sistema administrativo responsável por gerir os interesses da Coroa espanhola em terras americanas. Todo esse esforço deu-se em um curto período de tempo. Isso porque a ganância pelos metais preciosos motivava os espanhóis. As regiões exploradas foram divididas em quatro grandes vice-reinados: Rio da Prata, Peru, Nova Granada e Nova Espanha. Além dessas grandes regiões, havia outras quatro capitanias: Chile, Cuba, Guatemala e Venezuela. Dentro de cada uma delas, havia um corpo administrativo comandado por um vice-rei e um capitão- geral designados pela Coroa. No topo da administração colonial havia um órgão dedicado somente às questões coloniais: o Conselho Real e Supremo das Índias. OS PORTUGUESES, também engendraram processo parecido no Brasil e colônias na África e Ásia. A colonização portuguesa no Brasil teve como principais características: civilizar, exterminar, explorar, povoar, conquistar e dominar. Sabemos que os termos civilizar, explorar, exterminar, conquistar e dominar estão diretamente ligados às relações de poder de uma determinada civilização sobre outra, ou seja, os portugueses submetendo ao domínio e conquista os indígenas. Já os termos explorar, povoar remete-se à exploração e povoamento do novo território (América). A partir de então, já sabemos de uma coisa, que o Brasil não foi descoberto pelos portugueses, pois afirmando isto, estaremos negligenciando a história dos indígenas (povoadores) que viviam há muito tempo neste território antes da chegada dos europeus. Portanto, o processo de colonização portuguesa no Brasil teve um caráter semelhante a outras colonizações europeias, como, por exemplo, a espanhola: a conquista e o extermínio dos indígenas. Sendo assim, ressaltamos que o Brasil foi conquistado e não descoberto. Já OS INGLESES, no processo de colonização do continente americano contaram com determinadas particularidades que o diferiram sensivelmente da experiência colonial promovida por portugueses e espanhóis. Entre outras razões, podemos apontar o processo tardio de colonização, a natureza espontânea da ocupação dos territórios e as características do litoral norte- americano como pontos fundamentais na compreensão da colonização inglesa. No governo da rainha Elizabeth I (1558 – 1603), a Inglaterra ingressou na PACTO COLONIAL Metrópole Colônia Matéria Prima Produtos 3 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES economia mercantilista ao investir na construção de novas embarcações e no comércio marítimo. Nesse contexto, a pirataria se tornou uma importante fonte de lucros sustentada no assalto de navios espanhóis que saíam do Caribe com destino à Europa. Nesse mesmo período tentaram empreender a colonização de região norte- americana com a organização de três expedições comandadas por Walter Raleigh. DISCUSSÃO 1- Quais diferenças você percebeu entre os processos de colonização Inglesa e o que foi empreendido por portugueses e espanhóis? 2- O que motivou a entrada dos países europeus na disputa marítimo- comercial? QUESTÕES 1. (FGV) O mercantilismo correspondeu a: a) um conjunto de práticas e ideias econômicas baseadas em princípios protecionistas. b) uma teoria econômica defensora das livres práticas comerciais entre os diversos países. c) um movimento do século XVII que defendia a mercantilização dos escravos africanos. d) uma doutrina econômica defensora da não intervenção do Estado na economia. e) uma política econômica, especificamente ibérica, de defesa de seus interesses coloniais. 2. (UFV) Mercantilismo é um termo que foi criado pelos economistas alemães da segunda metade do século XIX para denominar o conjunto de práticas econômicas dos Estados europeus nos séculos XVI e XVII. Das alternativas abaixo, assinale aquela que NÃO indica uma característica do mercantilismo. a) Busca de uma balança comercial favorável, ou seja, a superação contábil das importações pelas exportações. b) Intervencionismo do Estado nas práticas econômicas, através de políticas monopolistas e fiscais rígidas. c) Crença em que a acumulação de metais preciosos era a principal forma de enriquecimento dos Estados. d) Aplicação de capitais excedentes em outros países para aumentar a oferta de matérias-primas necessárias à industrialização. e) Exploração de domínios localizados em outros continentes,com o objetivo de complementar a economia metropolitana. 3. A prática econômica do mercantilismo desenvolveu-se de formas particulares em várias regiões da Europa. O mercantilismo holandês caracterizava-se por: a) não ter interesses em matérias-primas de outros continentes. b) não ter tentado colonizar outros continentes. c) ser uma mescla de atividades comerciais, financeiras e industriais. d) ter uma importância não muito significativa do ponto de vista financeiro, já que não havia bancos na Holanda. e) ter muita importância para a Espanha, já a Holanda foi uma grande parceira comercial dos espanhóis nessa época. 4 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES 4. No contexto do mercantilismo, o que significava o Exclusivo Colonial? a) significava a determinação de que a metrópole não poderia intervir naquilo que era produzido na Colônia. b) significava que as práticas comerciais só poderiam ser efetivamente exercidas nos domínios das Colônias. c) significava que as práticas de exploração de matérias-primas não poderiam exceder os limites de uma pequena quantidade por semana. d) significava a determinação de que aquilo que era produzido na Colônia só poderia atender ao consumo de quem nela vivia. e) significava a determinação de que aquilo que era produzido na Colônia só poderia ser explorado pela metrópole que sobre ela tinha domínio. 5. De que forma o Brasil foi atingido pelo Mercantilismo? a) Através do Pacto Colonial, o Brasil só podia comprar e vender mercadorias para Portugal. b) O Brasil aumentou as exportações de mercadorias para todos os países da Europa. c) Os comerciantes brasileiros passaram a poder comprar mercadorias de outros países com grande facilidade. d) Os comerciantes brasileiros ficaram totalmente livres dos impostos cobrados por Portugal. e) Comercializando pau-brasil 6. Durante o período conhecido pela denominação de grandes navegações, os países do continente europeu saíram em busca de ouro e outras riquezas para fazer valer a balança comercial. Nesse sentido, Para dividir o mundo entre si, as duas potências econômicas do Século XVI, Portugal e Espanha, legitimaram sua hegemonia através: a) da carta de Pero Vaz Caminha, o primeiro relato escrito da conquista das terras brasileiras. b) do tratado de Tordesilhas c) da ordem dada ao rei de Portugal que permitia a descoberta de novas terras. d) da Carta Floral e) da linha imaginária que dividia a América em duas terras 7. As práticas de intervenção estatal na economia durante a Idade Moderna ficaram conhecidas como mercantilismo, caracterizado: a) Pela limitação das atividades das companhias privadas, dados os privilégios concedidos às empresas estatais. b) Pela preocupação com o enriquecimento da burguesia em detrimento da nobreza feudal, garantindo a aliança de burgueses de vários. c) Pelo monopólio metropolitano entre as colônias da América, que passou a estimular as disputas entre as empresas burguesas dos mercados. d) Pelas teorias metalistas, responsáveis por práticas protecionistas, que promoveram grande rivalidade entre as nações europeias. e) Pelo controle exclusivo extenso, ou seja, metropolitano e, ao mesmo tempo, pela livre concorrência interna. 8. O “Bulionismo” ou entesouramento caracterizava a prática mercantilista do início dos tempos modernos. Tal prática pode ser entendida como: 5 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES a) A exclusividade econômica garantida pelas metrópoles no comércio colonial. b) A disposição dos europeus em defender seus interesses econômicos por meio de sucessivos tratados. c) A intenção das nações ibéricas no sentido de liderar uma unificação econômica europeia. d) A preocupação dos portugueses e espanhóis em garantir o desenvolvimento da economia de suas colônias. e) A disposição de procurar e acumular metais preciosos. 9. Sistema caracterizado pela intervenção do Estado na economia, balança comercial favorável, protecionismo, monopólios, entre outros elementos, são características do (a): a) Livre-cambismo. b) Capitalismo financeiro. c) Capitalismo monopolista. d) Capitalismo comercial ou mercantilismo. e) Comunitarismo estatal. 10. O soberano não proprietário de seus súditos. Deve respeitar sua liberdade e seus bens em conformidade com a lei divina e com a lei natural. Deve governar de acordo com os costumes, verdadeira constituição consuetudinária (…) O príncipe apresenta-se como árbitro supremo entre as ordens e os corpos. Deve impor as suas vontades aos mais poderosos de seus súditos. Consegue-o na medida em que esses necessitam dessa arbitragem. (André Corvisier. História Moderna) Esta é uma das caracterizações possíveis: a) Dos governos coloniais da América. b) Das relações entre fiéis e as Igrejas Protestantes. c) Do Império Carolíngio. d) Dos califados islâmicos. e) Das monarquias absolutistas. 1.2 HISTÓRIA DO BRASIL: COLÔNIA CICLO DO PAU-BRASIL (1500 a 1530) Chegada dos portugueses ao Brasil em 22 de abril de 1500. Portugueses começam a extrair o pau-Brasil da região litorânea, usando mão-de-obra indígena. A madeira era comercializada na Europa. Os portugueses construíram feitorias no litoral para servirem de armazéns de madeira. Nesta fase os portugueses não se fixaram, vinham apenas para explorar a pau-Brasil e retornavam. Época marcada por ataques estrangeiros (ingleses, franceses e holandeses) à costa brasileira. CICLO DO AÇÚCAR (1530 ATÉ SÉCULO XVII) Em 1530 chega ao Brasil a expedição de Martim Afonso de Souza com objetivo de dar início a colonização do Brasil e iniciar o cultivo da cana-de-açúcar. A região Nordeste é escolhida para o cultivo da cana-de-açúcar em função do solo e clima favoráveis. Em 1534 a Coroa portuguesa cria o sistema de Capitanias Hereditárias para dividir o território brasileiro, facilitando a administração. O sistema fracassou e foi extinto em 1759. Em 1549 foi criado pela coroa portuguesa o Governo-Geral, que era uma 6 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES representação do rei português no Brasil, com a função de administrar a colônia. A capital do Brasil é estabelecida em Salvador. A região nordeste torna-se a mais próspera do Brasil em função da economia impulsionada pela produção e comércio do açúcar. Nos engenhos de açúcar do Nordeste é usada a mão-de-obra escrava de origem africana. Invasão holandesa no Brasil entre os anos de 1630 e 1654, com a administração de Maurício de Nassau. Nos séculos XVI e XVII, os bandeirantes começam a explorar o interior do Brasil em busca de índios, escravos fugitivos e metais preciosos. Com isso, ampliam as fronteiras do Brasil além do Tratado de Tordesilhas. CICLO DO OURO (SÉCULO XVIII) Em meados do século XVIII começam a serem descobertas as primeiras minas de ouro na região de Minas Gerais. O centro econômico desloca-se para a região Sudeste. A mão-de-obra nas minas, assim como nos engenhos, continua sendo a escrava de origem africana. A Coroa Portuguesa cria uma série de impostos e taxas para lucrar com a exploração do ouro no Brasil. Entre os principais impostos estava o quinto. Grande crescimento das cidades na região das minas, com grande urbanização, geração de empregos e desenvolvimento econômico. A capital é transferida para a cidade do Rio de Janeiro. No campo artístico destaquepara o Barroco Mineiro e seu principal representante: Aleijadinho. TEXTO II: 10 coisas que você provavelmente não sabia sobre a Educação no Brasil-Colônia A história da Educação brasileira, ou pelo menos, da Educação Brasileira pós- descobrimento, começa com a chegada dos primeiros jesuítas, em 1549. Estes religiosos da Companhia de Jesus chegam ao Brasil com o objetivo de converter os índios ao cristianismo. São peças fundamentais no processo de aculturação imposto por Portugal na colonização do Brasil. E, no ensejo de propagar a fé católica, de quebra, ensinam aos nativos saberes básicos, como ler e contar. "Entender a lógica da cultura indígena era fundamental para o sucesso do projeto de aculturação que os jesuítas encabeçavam", explica Maria Lucia Hilsdorf, professora e pesquisadora do Departamento de Filosofia da Educação da USP. Nesta reportagem, selecionamos 10 fatos curiosos sobre a Educação no período colonial. 1. Os indiozinhos aprendiam com o pajé. Antes dos jesuítas, os pequenos indiozinhos - principalmente os tupis-guaranis - eram instruídos pelos adultos de suas aldeias. Em algumas tribos, o pajé era responsável pela transmissão de valores culturais. 2. Os idiomas nativos eram a principal barreira no ensino. Ofayé, mequém, karapanã...Já ouviu falar? A lista de línguas indígenas vai muito além do tupi-guarani e era a primeira barreira na conversão dos índios, junto com os costumes da gente local. Por isso, os jesuítas passaram a morar em aldeias indígenas. Foi o jeito que eles encontraram 7 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES de entender como realmente funcionavam a vida e as tradições dos índios. 3. As escolas não tinham nada a ver com as que conhecemos. Nas aldeias, os jesuítas ergueram as chamadas casas de meninos, espaço onde crianças e jovens índios aprendiam português ou espanhol -- também havia jesuítas espanhóis em terra brasilis. Esses ambientes podem ser considerados as primeiras escolas do país. Nada parecido com o conceito contemporâneo de escola. Era uma escola muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada. Ou quase isso. Um grupo de 4 ou 5 alunos se reunia em torno de um professor em precárias construções de taipa. "No século XVI, não existe escola como conhecemos hoje, com prédio, espaço físico", diz a historiadora Diana Vidal, coordenadora do NIEPHE (Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em História da Educação), ligado à USP. 4. Brincadeiras entravam no currículo Nas casas de meninos, os índios aprendiam profissões e operações mentais básicas como contar. Meninas aprendiam a tear. Atividades lúdicas como o teatro e o canto eram usadas para catequizar crianças e adolescentes e de quebra, para ensinar. Assim, os jesuítas conseguiam entreter as crianças. Já os adolescentes se aborreciam rápido e davam no pé. 5. O nomadismo dos índios era um empecilho Além da língua, outro aspecto da cultura indígena atrapalhava a regularidade do projeto de educação dos jesuítas: o nomadismo. "Era comum que os jesuítas saíssem para uma viagem e ao voltar, constatavam que os índios tinham se mudado, sem deixar qualquer vestígio", afirma Maria Lucia Hilsdorf. As índias também não davam trégua. "Levavam crianças menores para o interior da mata, a fim de tirá-las da influência dos jesuítas". 6. Os primeiros colégios do Brasil eram Jesuítas Apesar dos tropeços, a Educação dos índios seguia. E começava a ficar cada vez mais cara. Era preciso vesti-los, alimentá-los e comprar remédios. "Sem dinheiro, os jesuítas tiveram de assumir a Educação dos brancos também" explica Diana Vidal. A proposta partiu da Coroa Portuguesa, que responsabilizou os jesuítas pela criação dos colégios. O primeiro foi criado na Bahia, em 1564. Depois, em 1585, Olinda e Rio de Janeiro ganham seus colégios. Esses colégios, mais estruturados que as escolas de meninos eram internos e recebiam órfãos portugueses e filhos da elite colonial. "É possível que um ou outro índio também conseguisse estudar em um deles", diz Maria Lucia Hisdorf. Tudo dependia de dedicação e interesse, já que não era preciso pagar mensalidades. 7. Faculdade só na Europa Depois de até 11 anos de estudo, os estudantes podiam cursar a universidade - mas em Portugal, porque ainda não existiam escolas de ensino superior no Brasil. Poucos alunos faziam isso, já que estudando no colégio os alunos aprendiam a ler, o que era suficiente para sua atuação em sociedade no século XVI. 8. As turmas não eram divididas por idade Nos colégios, ao contrário das casas de meninos, a idade não importava tanto. O que contava mesmo na divisão das salas era o conhecimento. Nos colégios, a pedagogia jesuítica se consolidou. O método? Repetição, memorização e provas periódicas. O aluno anotava a lição em seu caderno, enquanto o professor fazia seus apontamentos. 9. Professores eram raros 8 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES Apesar de mais organizadas, os colégios sofriam com problemas semelhantes aos das casas de meninos. Um exemplo: a falta de professores. Eles demoravam para chegar ao país, ou morriam em naufrágios a caminho da colônia. Outros desapareciam em um passeio (algumas tribos indígenas eram antropófagas, esqueceu?). A vida dos alunos não era bolinho. E a vida dos professores não ficava atrás. 10. O Padre Anchieta escreveu a primeira gramática brasileira. O padre Anchieta, um dos jesuítas mais conhecidos da época, relatou sua dura rotina em carta enviada à metrópole. Sua maior queixa era as poucas horas de sono, causadas pela preparação das tarefas do dia anterior. Em tempos de escrita à pena, ele precisava escrever, uma a uma, a cópia que cada aluno usaria na lição do dia seguinte. Além de dedicar-se à alfabetização dos filhos dos europeus e dos índios, o missionário ainda estudou com afinco a língua tupi e formulou a primeira gramática brasileira, a Artes de Gramática da Língua Mais Usada na Costa do Brasil, impressa em 1595, em Coimbra, Portugal. Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/educacao- brasil-colonia-475875.shtml DISCUSSÃO 1- Quais elementos da reportagem você achou mais curioso? 2- Você acreditou em tudo que a reportagem disse? Justifique sua resposta. QUESTÕES 11. (UPE-2007) A exploração das colônias forneceu riquezas para manutenção de muitos Estados europeus dos tempos modernos. O Brasil destacou-se pela sua importância, contribuindo com suas riquezas para Portugal. Logo, a economia colonial no Brasil: a) teve no açúcar seu único produto realmente lucrativo. b) dependeu da exploração do ouro. c) centralizou suas atividades na região Nordeste. d) conseguiu, com a exploração de diamantes, bons lucros para Portugal. e) ocupou territórios próximos a região litorânea para a exploração da pecuária. 12. (COVEST UESPI 2007) A mão de obra escrava foi explorada por Portugal para firmar a economia colonial. Os escravos vindos da África para o Brasil: a) adaptaram-se ao sistema de trabalho na pecuária e na agricultura, sem dificuldades, garantindo uma excelente produtividade. b) substituíram os índios na produção de açúcar, facilitando a expansão da colônia no século XVII. c) sofreram com as práticas de violência dos senhores de engenho, mas conseguiram organizar quilombos para lutar contra a exploração. d) limitaram-se a atuar na região produtora do açúcar, por falta de habilidades para outros serviços.9 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES e) adotaram a religião católica, deixando de lado, porém, seus hábitos religiosos mais antigos e primitivos. 13. (UFPE-CARUARU, 2007) A escravidão deu suporte à economia colonial portuguesa garantindo sua sobrevivência. No Brasil, os escravos: a) se adaptaram, sem resistência, ao trabalho nos engenhos. b) foram menos importantes que os índios no desempenho do trabalho urbano. c) só foram utilizados no trabalho dos engenhos produtores de açúcar. d) tiveram costumes e rituais religiosos respeitados. e) também constituíam mão de obra fundamental nas atividades de mineração. 14. (COVEST FAVIP, 2007) No Brasil Colônia, a utilização da mão de obra escrava não se limitou aos serviços dos engenhos de açúcar. Ela foi também muito utilizada: a) na mineração e na cultura do café. b) na exploração do pau-brasil e na pecuária. c) na mineração e na pecuária. d) na exploração do pau-brasil e nas fazendas de algodão. e) nas fazendas de algodão e na pecuária. 15. (UFPE, 1996) Qual das alternativas abaixo contém atividades produtivas que mais utilizaram mão de obra escrava no período Colonial do Brasil? a) Cultura e subsistência nas colônias de parceria, na região Sul e criação de gado nas terras gaúchas. b) Extração do pau-brasil, fumo e algodão. c) Produção do açúcar, cultura do café e mineração. d) Pecuária e mineração. e) Comércio, construção de estradas de ferro e produção de açúcar. 1.3 FORMAÇÃO DAS MONARQUIAS NACIONAIS O processo de formação das monarquias nacionais europeias remonta uma série de mudanças que se iniciaram durante a Baixa Idade Média. De fato, o processo de consolidação das monarquias foi um dos mais evidentes sinais das transformações que assinalavam a crise do sistema feudal e a construção do sistema capitalista, legitimado pela nascente classe burguesa. No entanto, mesmo a surgir nesse contexto de mudança, as monarquias não simbolizavam necessariamente a crise do poder nobiliárquico. Nesse sentido, a constituição das monarquias pode ser compreendida enquanto um processo que conseguiu atender simultaneamente os interesses dos nobres e dos burgueses. Por um lado, a formação das monarquias conseguiu conter as diversas revoltas camponesas que marcaram os finais da Idade Média com a reafirmação da propriedade feudal. Por outro, essas mesmas monarquias implantaram um processo de padronização fiscal e monetário que atendia a demanda econômica da classe burguesa. Por isso, podemos notar que o Estado Monárquico buscava preservar algumas tradições medievais e criar novos mecanismos de organização política. Nesse novo contexto, o poder local dos senhores feudais foi suprimido em favor da autoridade real. No entanto, os nobres ainda preservaram alguns importantes privilégios, principalmente no que se refere à isenção no pagamento de impostos. Somente os burgueses e a classe campesina estavam sujeitas às cobranças de taxa. 10 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES No campo econômico as atividades comerciais tinham papel fundamental no enriquecimento e consolidação da autoridade real. Por isso, diversos reis ficaram preocupados em adotar medidas que protegessem a economia contra a entrada de produtos estrangeiros (protecionismo) e conquistar áreas de exploração colonial, principalmente, no continente americano. Dessa forma, podemos ver que o Estado Absolutista teve grande papel no desenvolvimento da economia mercantil. O rei, sendo a expressão máxima desse tipo de governo, contou não só com auxílio dos grupos sociais burgueses e nobiliárquicos. Tendo a Europa preservado uma forte religiosidade, foi de fundamental importância que a Igreja reafirmasse a consolidação dessa nova autoridade por meio de justificativas ligadas à vigente fé cristã. Nesse sentido, o rei era muitas vezes representado e idealizado como um representante dos anseios divinos para com a Nação. QUESTÕES 16. (Pucsp) "O trono real não é o trono de um homem, mas o trono do próprio Deus. Os reis são deuses e participam de alguma maneira da independência divina. O rei vê de mais longe e de mais alto; deve acreditar-se que ele vê melhor..." (Jacques Bossuet.). Essas afirmações de Bossuet referem-se ao contexto: a) do século XII, na França, no qual ocorria uma profunda ruptura entre Igreja e Estado pelo fato de o Papa almejar o exercício do poder monárquico por ser representante de Deus. b) do século X, na Inglaterra, no qual a Igreja Católica atuava em total acordo com a nobreza feudal. c) do século XVIII, na Inglaterra, no qual foi desenvolvida a concepção iluminista de governo, como está exposta. d) do século XVII, na França, no qual se consolidavam as monarquias nacionais. e) do século XVI, na Espanha, no momento da união dos tronos de Aragão e Castela. 17. (UEL) Por volta do século XVI, associa-se à formação das monarquias nacionais europeias: a) a demanda de protecionismo por parte da burguesia mercantil emergente e a circulação de um ideário político absolutista. b) a afirmação político-econômica da aristocracia feudal e a sustentação ideológica liberal para a centralização do Estado. c) as navegações e conquistas ultramarinas e o desejo de implantação de uma economia mundial de livre mercado. d) o crescimento do contingente de mão de obra camponesa e a presença da concepção burguesa de ditadura do proletariado. e) o surgimento de uma vanguarda cultural religiosa e a forte influência do ceticismo francês defensor do direito divino dos reis. 18. Os Estados Nacionais Português e Espanhol só se consolidaram efetivamente a partir do século XV. A formação desses dois Estados, que se localizam na Península Ibérica, está relacionada diretamente: a) à aliança com holandeses, que venderam os seus domínios para ambos os Estados. b) à expulsão dos muçulmanos da Península Ibérica. c) ao acordo com o califado de Córdoba, que cedeu territórios para a criação desses Estados. d) ao acordo com o Império Romano, que até então dominava a região. e) à Reforma Protestante, que mudou completamente os hábitos religiosos da Península Ibérica. 11 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES 19. Luiz XIV, da França, foi considerado o modelo de monarca absolutista. Sua expressão “O Estado sou Eu” traduz uma premissa básica da formação do Estado Moderno, que é: a) o rei como aquele que não intervém no Estado. b) o rei como o primeiro cidadão do Estado. c) o rei como aquele que apenas simbolicamente tem poder político. d) a generosidade do monarca para com os seus súditos. e) o rei como fonte da soberania nacional. RESUMINDO 20. (FUVEST) No processo de formação dos estados Nacionais da França e da Inglaterra, podem ser identificados os seguintes aspectos: a) Fortalecimento do poder da nobreza e retardamento da formação do estado moderno. b) Ampliação da dependência do rei em relação aos senhores feudais e à Igreja. c) Desagregação do feudalismo e centralização política. d) Diminuição do poder real e crise do capitalismo comercial. Estados nacionais = Absolutismo + Mercantilismo 12 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES e) Enfraquecimento da burguesia e equilíbrio entre o Estado e a Igreja. 1.4 RENASCIMENTO O Renascimento foi um importante movimento de ordem artística, cultural e científica que se deflagrou na passagem da Idade Média para aModerna. O corpo humano de Da Vinci Em um quadro de sensíveis transformações que não mais correspondiam ao conjunto de valores apregoados pelo pensamento medieval, o renascimento apresentou um novo conjunto de temas e interesses aos meios científicos e culturais de sua época. Ao contrário do que possa parecer, o renascimento não pode ser visto como uma radical ruptura com o mundo medieval. A razão, de acordo com o pensamento da renascença, era uma manifestação do espírito humano que colocava o indivíduo mais próximo de Deus. Ao exercer sua capacidade de questionar o mundo, o homem simplesmente dava vazão a um dom concedido por Deus (neoplatonismo). Outro aspecto fundamental das obras renascentistas era o privilégio dado às ações humanas, ou humanismo. Tal característica representava-se na reprodução de situações do cotidiano e na rigorosa reprodução dos traços e formas humanas (naturalismo). Esse aspecto humanista inspirava-se em outro ponto-chave do Renascimento: o elogio às concepções artísticas da Antiguidade Clássica ou Classicismo. A aproximação do Renascimento com a burguesia foi claramente percebida no interior das grandes cidades comerciais italianas do período. Gênova, Veneza, Milão, Florença e Roma eram grandes centros de comércio onde a intensa circulação de riquezas e ideias promoveram a ascensão de uma notória classe artística italiana. Até mesmo algumas famílias comerciantes da época, como os Médici e os Sforza, realizaram o mecenato, ou seja, o patrocínio às obras e estudos renascentistas. A profissionalização desses renascentistas foi responsável por um conjunto extenso de obras que acabou dividindo o movimento em três períodos: o Trecento, o Quatrocento e Cinquecento. Cada período abrangia respectivamente uma parte do período que vai do século XIV ao XVI. Durante o Trecento, podemos destacar o legado literário de Petrarca (“De África” e “Odes a Laura”) e Dante Alighieri (“Divina Comédia”), bem como as pinturas de Giotto di Bondoni (“O beijo de Judas”, “Juízo Final”, “A lamentação” e “Lamento ante Cristo Morto”). Já no Quatrocento, com representantes dentro e fora da Itália, o Renascimento contou com a obra artística do italiano Leonardo da Vinci (Mona Lisa) e as críticas ácidas do escritor holandês Erasmo de Roterdã (Elogio à Loucura). Na fase final do Renascimento, o Cinquecento, movimento ganhou grandes proporções dominando várias regiões do continente europeu. Em Portugal podemos destacar a literatura de Gil Vicente (Auto da Barca do Inferno) e Luís de Camões (Os Lusíadas). Na Alemanha, os quadros de Albercht Dürer (“Adão e Eva” e “Melancolia”) e Hans Holbein (“Cristo morto” e “A virgem do burgomestre Meyer”). A literatura francesa teve como seu grande representante François Rabelais (“Gargântua e Pantagruel”). No campo científico devemos destacar o rebuliço da teoria heliocêntrica defendida pelos estudiosos Nicolau Copérnico, Galileu Galilei e Giordano Bruno. 13 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES Tal concepção abalou o monopólio dos saberes desde então controlados pela Igreja. Ao abrir o mundo à intervenção do homem, o Renascimento sugeriu uma mudança da posição a ser ocupada pelo homem no mundo. Ao longo dos séculos posteriores ao Renascimento, os valores por ele empreendidos vigoraram ainda por diversos campos da arte, da cultura e da ciência. Graças a essa preocupação em revelar o mundo, o Renascimento suscitou valores e questões que ainda se fizeram presentes em outros movimentos concebidos ao logo da história ocidental. TEXTO III: A Arte Renascentista Na medida em que o Renascimento resgata a cultura clássica, greco-romana, as construções foram influenciadas por características antigas, adaptadas à nova realidade moderna, ou seja, a construção de igrejas cristãs adotando-se os padrões clássicos e a construção de palácios e mosteiros seguindo as mesmas bases. ARQUITETURA Os arquitetos renascentistas perceberam que a origem de construção clássica estava na geometria euclidiana, que usava como base de suas obras o quadrado, aplicando-se a perspectiva, com o intuito de se obter uma construção harmônica. Apesar de racional e antropocêntrica, a arte renascentista continuou cristã, porém as novas igrejas adotaram um novo estilo, caracterizado pela funcionalidade e, portanto, pela racionalidade, representada pelo plano centralizado, ou a cruz grega. Os palácios também foram construídos de forma plana tendo como base o quadrado, um corpo sólido e normalmente com um pátio central, quadrangular, que tem a função de fazer chegar a luz às janelas internas ESCULTURA Pode-se dizer que a escultura é a forma de expressão artística que melhor representa o renascimento, no sentido humanista. Utilizando-se da perspectiva e da proporção geométrica, destacam-se as figuras humanas, que até então estavam relegadas a segundo plano, acopladas às paredes ou capitéis. No renascimento a escultura ganha independência e a obra, colocada acima de uma base, pode ser apreciada de todos os ângulos. Dois elementos se destacam: a expressão corporal que garante o equilíbrio, revelando uma figura humana de músculos levemente torneados e de proporções perfeitas; e as expressões das figuras, refletindo seus sentimentos. Mesmo contrariando a moral cristã da época, o nu volta a ser utilizado refletindo o naturalismo. Encontramos várias obras retratando elementos mitológicos, como o Baco, de Michelangelo, assim como o busto ou as tumbas de mecenas, reis e papas. "Hospital Tavera" Alonso de Covarrubias -- Toledo, Espanha 14 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES PINTURA Duas grandes novidades marcam a pintura renascentista: a utilização da perspectiva, através da qual os artistas conseguem reproduzir em suas obras, espaços reais sobre uma superfície plana, dando a noção de profundidade e de volume, ajudados pelo jogo de cores que permitem destacar na obra os elementos mais importantes e obscurecer os elementos secundários, a variação de cores frias e quentes e o manejo da luz permitem criar distâncias e volumes que parecem ser copiados da realidade; e a utilização da tinta à óleo, que possibilitará a pintura sobre tela com uma qualidade maior, dando maior ênfase à realidade e maior durabilidade às obras. Monalisa, Da Vinci. DISCUSSÃO 1- O que você percebeu com relação a ao pensamento do homem sobre o homem? 2- O que você entende por Renascimento? QUESTÕES 21. Qual das alternativas abaixo apresenta características do Renascimento Cultural? a) Teocentrismo; valorização da cultura egípcia; valorização da religião; estética fora da realidade. b) Geocentrismo; valorização apenas de temas religiosos; influência do misticismo; estética monocromática. c) Temas não relacionados com a realidade; pobreza de cores nas pinturas; d) Antropocentrismo; valorização da cultura greco-romana; valorização da Ciência e da razão; busca do conhecimento em várias áreas. e) Teocentrismo; valorização de temas abstratos. 22. Vários artistas italianos se destacaram no Renascimento Cultural. Qual das alternativas abaixo apresenta nomes de artistas italianos renascentistas? a) Leonardo da Vinci, Michelangelo, Rafael Sanzio, Botticelli e Tintoretto. b) Pablo Picasso, Van Gogh, Galileu Galilei e Lucas Mantovanni. c) Portinari, Picasso, Pitágoras, Leonardo da Vinci e Delacroix. d) Pitágoras, Renoir,Portinari, Monet e Laurentino Schiatti. 15 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES e) Lucas Mantovanni, Pablo Picasso, Monet, Girondinelli e Renoir. 23. Na Itália Renascentista quem eram os mecenas? a) Governantes que atuavam como artistas, fazendo esculturas e pinturas. b) Pintores que ajudavam financeiramente os burgueses da época. c) Burgueses e governantes que protegiam e patrocinavam financeiramente os artistas renascentistas. d) Religiosos que perseguiam os artistas que faziam obras de arte que criticavam os fundamentos da Igreja Católica. e) Artistas ricos que financiavam outros artistas. 24. Qual dos países abaixo é considerado o berço do Renascimento? a) França b) Itália c) Espanha d) Holanda e) Inglaterra 25. (UDESC 2008) “A história da cultura renascentista nos ilustra com clareza todo o processo de construção cultural do homem moderno e da sociedade contemporânea. Nele se manifestam, já muito dinâmicos e predominantes, os germes do individualismo, do racionalismo e da ambição ilimitada, típicos de comportamentos mais imperativos e representativos do nosso tempo.” (SEVCENKO, Nicolau. O Renascimento. São Paulo: Atual, 1987.) Sobre a cultura renascentista, a que se refere Nicolau Sevcenko, assinale V (Verdadeiro) para as afirmações verdadeiras e F (Falso) paras as afirmações falsas. ( ) O Renascimento marcou a transição da mentalidade medieval para a mentalidade moderna, ao traduzir novas concepções que tinham como referência o humanismo, enquanto base intelectual que procurava definir e afirmar o novo papel do homem no universo. ( ) Em meio à desorganização administrativa, econômica e social, principais características da cultura renascentista, praticamente apenas a Igreja Católica conseguiu manter-se como instituição, conquistando assim grandes poderes e ampliando sua influência sobre a sociedade. ( ) Ao formular princípios como o humanismo, o racionalismo e o individualismo, o movimento renascentista estabeleceu as bases intelectuais do mundo moderno. ( ) A cultura renascentista consagrou a vitória da razão abstrata, instância suprema de toda a cultura moderna, pautada no rigor das matemáticas que passaram a reger os sistemas de controle do tempo, do espaço, do trabalho e do domínio da natureza. ( ) Em meio a esse processo, transformações socioeconômicas culminaram na substituição de pequenas oficinas de artesãos por fábricas, assim como as ferramentas simples foram trocadas pelas novas máquinas que então haviam surgido. Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo. a) V F V V F b) V V F V V c) F F V V F d) F V F V V e) V V F F 16 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES 1.5 REFORMA PROTESTANTE E CONTRA- REFORMA CAUSAS O processo de reformas religiosas teve início no século XVI. Podemos destacar como causas dessas reformas: abusos cometidos pela Igreja Católica e uma mudança na visão de mundo, fruto do pensamento renascentista. A Igreja Católica vinha, desde o final da Idade Média, perdendo sua identidade. Gastos com luxo e preocupações materiais estavam tirando o objetivo católico dos trilhos. Muitos elementos do clero estavam desrespeitando as regras religiosas, principalmente o que diz respeito ao celibato. Padres que mal sabiam rezar uma missa e comandar os rituais, deixavam a população insatisfeita. A burguesia comercial, em plena expansão no século XVI, estava cada vez mais inconformada, pois os clérigos católicos estavam condenando seu trabalho. O lucro e os juros, típicos de um capitalismo emergente, eram vistos como práticas condenáveis pelos religiosos. Por outro lado, o papa arrecadava dinheiro para a construção da basílica de São Pedro em Roma, com a venda das indulgências (venda do perdão). No campo político, os reis estavam descontentes com o papa, pois este interferia muito nos comandos que eram próprios da realeza. O novo pensamento renascentista também fazia oposição aos preceitos da Igreja. O homem renascentista, começava a ler mais e formar uma opinião cada vez mais crítica. Trabalhadores urbanos, com mais acesso a livros, começaram a discutir e a pensar sobre as coisas do mundo. Um pensamento baseado na ciência e na busca da verdade através de experiências e da razão. A REFORMA LUTERANA O monge alemão Martinho Lutero foi um dos primeiros a contestar fortemente os dogmas da Igreja Católica. Afixou na porta da Igreja de Wittenberg as 95 teses que criticavam vários pontos da doutrina católica. As 95 teses de Martinho Lutero condenava a venda de indulgências e propunha a fundação do luteranismo (religião luterana ). De acordo com Lutero, a salvação do homem ocorria pelos atos praticados em vida e pela fé. Embora tenha sido contrário ao comércio, teve grande apoio dos reis e príncipes da época. Em suas teses, condenou o culto à imagens e revogou o celibato. Martinho Lutero foi convocado as desmentir as suas 95 teses na Dieta de Worms, convocada pelo imperador Carlos V. Em 16 de abril de 1521, Lutero não so defendeu suas teses como mostrou a necessidade da reforma da Igreja Católica. A REFORMA CALVINISTA Na França, João Calvino começou a Reforma Luterana no ano de 1534. De acordo com Calvino a salvação da alma ocorria pelo trabalho justo e honesto. Essa ideia calvinista, atraiu muitos burgueses e banqueiros para o calvinismo. Muitos trabalhadores também viram nesta nova religião uma forma de ficar em paz com sua religiosidade. Calvino também defendeu a ideia da predestinação (a pessoa nasce com sua vida definida). A REFORMA ANGLICANA Na Inglaterra, o rei Henrique VIII rompeu com o papado, após este se recusar a cancelar o casamento do rei. Henrique VIII funda o anglicanismo e aumenta seu poder e suas posses, já que retirou da Igreja Católica uma grande quantidade de terras. 17 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES A CONTRA-REFORMA CATÓLICA Preocupados com os avanços do protestantismo e com a perda de fiéis, bispos e papas reúnem-se na cidade italiana de Trento (Concílio de Trento) com o objetivo de traçar um plano de reação. No Concílio de Trento ficou definido: Catequização dos habitantes de terras descobertas, através da ação dos jesuítas; Retomada do Tribunal do Santo Ofício - Inquisição : punir e condenar os acusados de heresias; Criação do Index Librorum Prohibitorum (Índice de Livros Proibidos): evitar a propagação de ideias contrárias à Igreja Católica. INTOLERÂNCIA Em muitos países europeus as minorias religiosas foram perseguidas e muitas guerras religiosas ocorreram, frutos do radicalismo. A Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), por exemplo, colocou católicos e protestantes em guerra por motivos puramente religiosos. Na França, o rei mandou assassinar milhares de calvinistas na chamada Noite de São Bartolomeu. VOCÊ SABIA? É comemorado em 31 de outubro o Dia da Reforma Protestante. A data é uma referência ao 31 de outubro de 1517, dia em que Martinho Lutero pregou suas 95 teses na porta da Igreja de Wittemberg (Alemanha). QUESTÕES 26. (Vunesp-1998) "O Pai e o Filho vêm a um homem e nele fazem sua morada, se ele amar Jesus Cristo (São João, XV, 23). Daí resulta a necessidade das obras porque o amor, a caridade só se manifesta pelas obras (São João, XIV, 21; Mateus, VII, 21), são obras que contam e Deusdará a cada um segundo suas obras." (Roland Mousnier, Os séculos XVI e XVII. In História Geral das Civilizações.) A importância do acúmulo gradual de boas obras para a salvação da alma é uma concepção: a) luterana. b) católica. c) sunita. d) jansenista. e) anabatista. 27. (Uneb-1997) O anglicanismo é a religião oficial da monarquia inglesa nos dias atuais. Essa afirmativa encontra explicação no século XVI, quando: a) o luteranismo se expandiu na Inglaterra. b) Henrique VIII propiciou a reforma religiosa no país. c) o Papa apoiou a organização da igreja anglicana. d) o crescente enfraquecimento político da monarquia inglesa ocorreu. e) os Reis Católicos ameaçaram a manutenção das relações entre Espanha e Inglaterra. 18 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES 28. (Mack-2003) “Para recusar a autoridade papal, Henrique VIII usou o parlamento. Ele sabia que sem o apoio dos nobres, da pequena nobreza rural e dos comerciantes, não poderia modificar as práticas religiosas. Foi o Parlamento reunido que acatou a ideia do monarca de que o papa era o chefe de uma potência estrangeira interferindo nos assuntos da Inglaterra…” Oficina de História — Flavio de Campos e Renan Garcia Miranda O fragmento de texto acima está relacionado com: a) a aprovação do Ato de Supremacia, que determinou que o rei passaria a ser o chefe da igreja inglesa. b) a decretação da Guerra das Duas Rosas, que acabou somente com a prisão do papa, após a vitória das forças anglicanas. c) a implantação do divórcio, que permitiu a anulação do casamento de Henrique VIII com Elizabeth I. d) a submissão do poder do Rei às leis aprovadas no Parlamento, princípio que foi estabelecido pela Carta Magna. e) a paz de Augsburg, que estabelecia que a religião do país passaria a ser a religião do rei ou príncipe que estivesse governando a Inglaterra na ocasião. 29 (Vunesp-2001) “O tempo das descobertas foi, ainda, o tempo de Lutero, Calvino, Erasmo, Thomas Morus, Maquiavel, … Leonardo da Vinci, Michelangelo, Van Eyek, da Companhia de Jesus…” (Adauto Novaes, Experiência e destino.) O período e os nomes citados no texto correspondem a: a) cultura do Renascimento artístico e científico, Despotismo Esclarecido e políticas de liberdade religiosa. b) cultura Iluminista e Renascentista, política do Absolutismo Real e Reforma Presbiteriana. c) cultura do Renascimento e Humanismo, política Absolutista, Reforma e Contrarreforma. d) cultura do Renascimento e do Iluminismo, reformas da política Absolutista e difusão do paganismo. e) cultura do Renascimento científico e artístico italiano, política Iluminista e Humanista e Contrarreforma religiosa. 30. (UFMG-1994) Todas as alternativas contêm pregações dos protestantes à época da Reforma, EXCETO: a) "Deus chama cada um para uma vocação cujo objetivo é a glorificação de Deus.(...). O pobre é suspeito de preguiça, que é uma injúria a Deus." b) "Não nos tornamos justos à força de agir com justiça, mas é porque somos justificados que fazemos coisas justas." c) "O Rei é o supremo chefe da Igreja. Tem todo poder de examinar, reprimir, corrigir erros, heresias, a fim de conservar a paz do Reino." d) "Pois Deus criou os homens todos em condições semelhantes, mas ordena uns à vida eterna e outros à eterna danação." e) "Trazei o dinheiro! Salvai nossos antepassados! Assim que tilintar em nossa sacola, suas almas passarão imediatamente ao paraíso." 19 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES 1.6 O ILUMINISMO E OS DÉSPOTAS ESCLARECIDOS ATAQUES AO ANTIGO REGIME Constituídas em um momento de crise das estruturas medievais, as monarquias absolutistas fundamentaram a base política de boa parte dos países europeus ao longo da Idade Moderna. Tal fato não impediu, no entanto, que neste mesmo período tenham surgido movimentos contrários a esses governos. As Revoluções Inglesas do século XVII, por exemplo, confrontaram radicalmente o poder dos reis, destituindo o Absolutismo e consolidando a monarquia parlamentar. Tais movimentos vieram a se disseminar com mais intensidade no transcorrer do século XVIII, que, conhecido como o “Século das Luzes”, foi palco de intensa propagação dos ideais iluministas. Defensores das liberdades, os filósofos do “Iluminismo” atacaram ferozmente as estruturas do Antigo Regime. Ao advogarem regimes políticos mais liberais, criticavam a concentração de poder nas mãos do governante absolutista. Ao clamarem por igualdade jurídica, investiam contra a sociedade hierarquizada típica dos Estados Nacionais Modernos. PENSADORES Charles Louis de Secondant, o Barão de Montesquieu, foi um dos pensadores que mais se preocupou com os vícios proporcionados pela excessiva concentração de poder nas mãos do governante. Ao contrário, ele propunha a fragmentação desse poder em três instâncias: o poder Legislativo, responsável pela elaboração das leis; o Executivo, cuja função principal seria aplicar as leis e administrar a “coisa pública”; e o Judiciário, que deveria zelar pelas leis e pelo respeito aos direitos. O equilíbrio entre esses três poderes seria o caminho mais efetivo à garantia das liberdades civis. Seus contemporâneos Voltaire e Rousseau igualmente contribuíram à fragilização do Antigo Regime. O primeiro foi grande defensor do Estado Laico, exaltando a necessidade de distanciar questões religiosas dos assuntos políticos. Jean Jacques Rousseau foi ainda mais agudo ao indicar a República como o sistema político que melhor poderia expressar a vontade geral, à qual o Estado deveria estar submetido. LIBERALISMO ECONÔMICO Adam Smith: pensador do liberalismo econômico. Muitos filósofos iluministas se debruçaram sobre o mundo da economia. Adam Smith, o mais célebre desses pensadores, notabilizou-se pelas críticas vorazes direcionadas ao Estado interventor mercantilista, característico das monarquias absolutistas. Em seu lugar, propunha um sistema econômico livre, onde o governo se distanciasse das questões econômicas e as relações de produção e comércio fossem estabelecidas a partir de interesses privados. Deste modo, Smith analisava a economia como uma estrutura autônoma, regida por leis inerentes à própria dinâmica do mercado. Em outras palavras, haveria uma espécie de “mão-invisível”, comandada pela “oferta” e pela “procura”, que regularia a esfera da economia. Tal concepção ia de encontro aos interesses da burguesia, que 20 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES percebia no intervencionismo estatal mercantilista um empecilho ao crescimento de seus lucros. LUZES Além da defesa das liberdades e dos direitos civis, o “racionalismo” foi um outro aspecto convergente entre os diversos pensadores iluministas. Por “racionalismo” devemos entender uma forma de compreender e explicar os fenômenos mundanos a partir de ponderações racionalmente elaboradas, ou seja, não afetadas por crenças religiosas ou transcendentais à existência humana. Assim, os iluministas concediam ao “conhecimento racional” um importante papel, o de transformação da realidade. Acreditavam que somente com a difusão do ensino laico e com a consequente “iluminação das mentes humanas” os indivíduos estariam livres da “escuridão” das sociedades tirânicas. Uma das mais famosas publicações iluministas, a “Enciclopédia”, representa claramente o valor atribuído por esses pensadores àsciências. Organizada por Diderot e D’Alembert, a obra também intitulada “Dicionário Racional, das Ciências, das Artes e dos Ofícios” tinha por objetivo reunir todo o conhecimento humano até então produzido. Sua divulgação contribuiria à instrução dos homens e, desse modo, à sua liberdade. DESPOTISMO ESCLARECIDO Frente à propagação e fortalecimento dos ideais iluministas, muitas monarquias absolutistas passaram por um processo de relativa modernização. Por um lado, buscavam manter a centralização política em torno dos governantes, mas agora adotando determinadas medidas iluministas, como o aumento dos investimentos em ensino público e o incentivo às manufaturas nacionais. Marquês de Pombal, representante do rei português D. José I, pode ser citado como um desses déspotas iluminados. Sua política para a América Portuguesa, por exemplo, comportou medidas centralizadoras (como a ampliação do aparelho fiscalizador tributário colonial), mas também ações “esclarecidas”, como a expulsão da ordem jesuítica do Brasil, que representa em certa medida a laicização da Coroa lusitana. AS "LUZES" ALÉM DA EUROPA Embora tenha sido na França que o Iluminismo se compôs originalmente, seus valores foram amplamente divulgados por diversos países da Europa, chegando, inclusive, em suas colônias. Assim, influenciados por tal ideologia os franceses fizeram sua “Revolução” em 1789 e os colonos americanos iniciaram as lutas de independência ainda no desenrolar do século XVIII. Talvez resida aí uma das grandes novidades ofertadas pelo Iluminismo: embora muitas de suas concepções já tivessem sido debatidas anteriormente (como nas argumentações desenvolvidas por John Locke favoravelmente à limitação do poder real ainda em meados do século XVII), somente com o movimento iluminista tais valores se difundiram mais amplamente. Ultrapassando as fronteiras do Velho Mundo e se fazendo presente nas mais diversas realidades sociais, desencadearam revoluções burguesas, insurreições coloniais e tantas outras mobilizações populares. QUESTÕES 31. (Enem 2000) O texto abaixo, de John Locke, revela algumas características uma determinada corrente de pensamento. "Se o homem no estado de natureza é tão livre, conforme dissemos, se é senhor absoluto da sua própria pessoa e posses, igual ao maior e a ninguém sujeito, por que 21 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES abrirá ele mão dessa liberdade, por que abandonará o seu império e sujeitar-se ao domínio e controle de qualquer outro poder? Ao que é óbvio responder que, embora no estado natureza tenha tal direito, a utilização do mesmo é muito incerta e está constantemente exposto à invasão terceiros porque, sendo todos senhores tanto quanto ele, todo homem igual a ele e, na maior parte, pouco observadores da equidade e da justiça, o proveito da propriedade que possui nesse estado é muito inseguro e muito arriscado. Estas circunstâncias obrigam-no abandonar uma condição que, embora livre, está cheia de temores e perigos constantes; e não é sem razão que procura de boa vontade juntar-se em sociedade com outros estão já unidos, ou pretendem unir-se, para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que chamo de propriedade." (Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1991 Do ponto de vista político, podemos considerar o texto como uma tentativa justificar: a) a existência do governo como um poder oriundo da natureza. b) a origem do governo como uma propriedade do rei. c) o absolutismo monárquico como uma imposição da natureza humana. d) a origem do governo como uma proteção à vida, aos bens e aos direitos. e) o poder dos governantes, colocando a liberdade individual acima da propriedade. 32. Durante o século XVIII, conhecido como século das luzes, desenvolveu-se em alguns centros da Europa: a) o modernismo b) o romantismo c) o iluminismo d) o regiminismo e) o absolutismo 33. O iluminismo abriu caminho para as revoluções que combateram as estruturas: a) do Renascimento b) da monarquia c) do mercantilismo d) do Antigo Regime e) da burguesia 34. Foi considerado o pai do iluminismo: a) John Locke b) Saint Simon c) Max Weber d) Adam Smith e) François Quesnay 35. Durante a metade do século XVIII existiu inúmeros estados absolutistas nos quais os respectivos monarcas e seus ministros tentaram de alguma maneira pôr em prática alguns princípios da ilustração, sem abrir mão do próprio absolutismo. Essa experiência política foi denominada de: a) despotismo esclarecido b) iluminismo ilustrado c) iluminismo esclarecido d) despotismo ilustrado e) despotismo iluminista 36.(Ufv) O Marquês de Pombal, ministro do rei D. José I (1750-1777), foi o responsável por uma série de reformas na economia, educação e administração do Estado e do império português, inspiradas na filosofia iluminista e na política econômica do 22 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES mercantilismo, cabendo a ele a expulsão dos padres jesuítas da Companhia de Jesus dos domínios de Portugal. O Marquês de Pombal foi um dos representantes do chamado: a) Socialismo Utópico. b) Despotismo Esclarecido. c) Socialismo Científico. d) Liberalismo. e) Parlamentarismo Monárquico. 37. (Fuvest) Sobre o chamado despotismo esclarecido é correto afirmar que a) foi um fenômeno comum a todas as monarquias europeias, tendo por característica a utilização dos princípios do Iluminismo. b) foram os déspotas esclarecidos os responsáveis pela sustentação e difusão das ideias iluministas elaboradas pelos filósofos da época. c) foi uma tentativa bem intencionada, embora fracassada, das monarquias europeias reformarem estruturalmente seus Estados. d) foram os burgueses europeus que convenceram os reis a adotarem o programa de modernização proposto pelos filósofos iluministas. e) foi uma tentativa, mais ou menos bem sucedida, de algumas monarquias reformarem, sem alterá-las, as estruturas vigentes. 38. (Uel) "A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão teria grande repercussão no mundo inteiro. 'Este documento é um manifesto contra a sociedade hierárquica de privilégios nobres, mas não um manifesto a favor de uma sociedade democrática e igualitária. Os homens nascem e vivem livres e iguais perante a lei, dizia seu primeiro artigo; mas também prevê a existência de distinções sociais, ainda que somente no terreno da utilidade comum'..." Assinale a alternativa que identifica um dos artigos da Declaração que prevê a distinção a que o texto se refere. a) "A propriedade privada é um direito natural, sagrado, inalienável e inviolável." b) "Os cidadãos de conformidade com suas posses devem contribuir com as despesas da administração pública." c) "A garantia dos direitos do homem e do cidadão necessita de força pública que deve ser instituída em benefício de todos..." d) "A lei só tem direito de proibir as ações que sejam prejudiciais à sociedade." e) "Ninguém pode ser molestado por suas opiniões, mesmo religiosas, desde que sua manifestação não perturbe a ordem pública...". 39. (Mackenzie) Sobre o iluminismo, é correto afirmar que: a) defendia a doutrina de que a soberania do Estado absolutista garantiria os direitos individuais e eliminaria os resquícios feudais ainda existentes. b) propunha a criação de monopólios estatais e a manutenção da balança de comércio favorável, para assegurar o direito de propriedade. c) criticavao mercantilismo, a limitação ao direito à propriedade privada, o absolutismo e a desigualdade de direitos e deveres entre os indivíduos. d) acreditava na prática do entesouramento como meio adequado para eliminar as desigualdades sociais e garantir as liberdades individuais. 23 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES e) consistia na defesa da igualdade de direitos e liberdades individuais, proporcionada pela influência da Igreja Católica sobre a sociedade, através da educação. 40. (Fatec) As grandes revoluções burguesas do século XVIII refletem, em parte, algumas ideias dos filósofos iluministas, dentre as quais podemos destacar a que a) apontou a necessidade de limitar a liberdade individual para impedir que o excesso degenerasse em anarquismo. b) acentuou que o Estado não possui poder ilimitado, o qual nada mais é do que a somatória do poder dos membros da sociedade. c) visou defender a tese de que apenas a federalização política é compatível com a democracia orgânica. d) mostrou que, sem centralização e dependência dos poderes ao Executivo, não há paz social. e) procurou salientar que a sociedade industrial somente se desenvolverá a partir de minucioso planejamento econômico. 1.7 REVOLUÇÕES BURGUESAS DO SÉCULO XVII Entende-se por Revoluções Burguesas os processos históricos que consolidam o poder econômico da burguesia, bem como sua ascensão ao poder político. Ao longo dos séculos XVII e XVIII a burguesia se demonstrará como uma classe social revolucionária, destruindo a ordem feudal, consolidando o capitalismo e transformando o Estado para atender seus interesses. As chamadas Revoluções Burguesas foram: as Revoluções Inglesas do século XVII (Puritana e Gloriosa), a Independência dos EUA, a Revolução Industrial e a Revolução Francesa. Nesta aula iremos tratar das Revoluções Inglesas e da Revolução Francesa AS REVOLUÇÕES INGLESAS No decorrer dos séculos XVI e XVII, a burguesia desenvolveu-se, graças a ampliação da produção de mercadorias e das práticas do mercantilismo - que auxiliaram no processo de acumulação de capitais. No entanto, a partir de um certo desenvolvimento das chamadas forças produtivas, as intervenções do Estado Absolutista nos assuntos econômicos passaram a se constituir em um obstáculo para o pleno desenvolvimento do capitalismo. A burguesia passa a defender a liberdade comercial e a criticar o Absolutismo. O absolutismo inglês desenvolveu- se sob duas dinastias, a dinastia Tudor e a dinastia Stuart. Durante a dinastia Tudor houve um grande desenvolvimento econômico inglês- principalmente no reinado da rainha Elizabeth I: consolidação do anglicanismo; adoção das práticas mercantilistas; início da colonização da América do Norte e o processo da política dos cercamentos, para ampliar as áreas de pastagens e a produção de lã. Assim, a burguesia inglesa vinha enriquecendo rapidamente, ampliando cada vez mais seus negócios e dominado a economia inglesa. Além deste intenso desenvolvimento econômico a Inglaterra dos séculos XVI e XVII apresentava uma outra característica: os intensos conflitos religiosos. A religião oficial, adotada pelo Estado era o anglicanismo, existiam outras correntes religiosas: os protestantes (calvinistas, luteranos e presbiterianos), chamados de modo geral, de puritanos. Havia ainda católicos no país. A monarquia inglesa - anglicana - perseguia católicos e puritanos, gerando os conflitos religiosos. 24 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES GRUPOS RELIGIOSOS E POSIÇÕES POLÍTICAS Os católicos a partir da Reforma Anglicana passam a deixar de ter importância na economia inglesa; Os calvinistas -grupo mais numeroso -eram compostos por pequenos proprietários e pelas camadas populares. O espírito calvinista, da poupança e do trabalho refletia os interesses da burguesia inglesa. OS CONFLITOS ENTRE MONARQUIA E PARLAMENTO No século XVII, o Parlamento inglês contava com um grande número de puritanos- que representavam os interesses da burguesia- e não aceitavam mais a interferência do Estado Absolutista. Com a morte de Elizabeth I, o trono inglês fica com os Stuarts. Foi durante esta dinastia que ocorreram as Revoluções Inglesas. A DINASTIA STUART Jaime I (1603/1625) uniu a Inglaterra à Escócia, sua terra natal, desencadeando a insatisfação da burguesia e do Parlamento, que o consideravam estrangeiro. Realizou uma intensa perseguição a católicos e puritanos calvinistas. Foi em virtude desta perseguição que muitos puritanos se dirigiram ao Novo Mundo, dando início à colonização da América inglesa -fundação da Nova Inglaterra, uma colônia de povoamento. Carlos I (1625/1648) - sucessor de Jaime I e procurou reforçar o absolutismo, estabelecendo novos impostos sem a aprovação do Parlamento. Em 1628 o Parlamento impôs ao rei a "Petição dos Direitos",que limitava os poderes monárquicos: problemas relativos a impostos, prisões e convocações do Exército seriam atos ilegais, sem a aprovação do Parlamento. No ano de 1629, Carlos I dissolveu o Parlamento e governou sem ele por onze anos. Em 1640, Carlos I teve que convocar novamente o Parlamento necessidade de novos impostos, negados pelo Parlamento. Diante da negação, Carlos I procura novamente dissolver o Parlamento, desencadeando uma violenta guerra civil na Inglaterra. REVOLUÇÃO PURITANA A guerra civil mostrou dois lados da sociedade inglesa, de um lado estava o partido dos Cavaleiros, que apoiavam o rei: a nobreza proprietária de terras, os católicos e os anglicanos; de outro estava os Cabeças Redondas (pois não usavam cabeleiras compridas como os nobres) partidários do Parlamento. As forças do Parlamento, organizadas em um exército de rebeldes, eram lideradas por Oliver Cromwell. Após uma intensa guerra civil (1641/1649), os Cabeças Redondas derrotaram os Cavaleiros- aprisionando e decapitando o rei, Carlos I, em 1649. Após a morte de Carlos I foi estabelecida uma república na Inglaterra, período denominado "Commonwealth". A revolução puritana marca, pela primeira vez, a execução de um monarca por ordem do Parlamento, colocando em xeque o princípio político da origem divina do poder do rei- influenciando os filósofos do século XVIII (Iluminismo). REPÚBLICA PURITANA (1649/1658) Período marcado por intolerância e rigidez de Oliver Cromwell. Este dissolveu o Parlamento em 1653 e iniciou uma ditadura pessoal, assumindo o título de Lorde Protetor da República. Em 1651 foi decretado os Atos de Navegações, que protegiam os mercadores ingleses e provocaram o enfraquecimento comercial da Holanda. Com este ato a Inglaterra passa a ter o domínio do comércio marítimo. Oliver Cromwell, sob o pretexto de punir um massacre que católicos irlandeses tinham realizado contra os protestantes, 25 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES invadiu a Irlanda, promovendo a morte de milhares de irlandeses, originando um profundo conflito entre Irlanda e Inglaterra, que perdura ainda hoje. Após a morte do Lorde Protetor (1658), inicia-se um período de instabilidade política até o ano de 1660, quando o Parlamento resolveu restaurar a monarquia. A RESTAURAÇÃO E A REVOLUÇÃO GLORIOSA. Carlos II (1660/1685) filho de Carlos I, que no ano de 1683 dissolveu o Parlamento. Em seu reinado, o Parlamento dividiu-se em dois partidos: Whig, composto pela burguesia liberal e adeptos de um governo controlado pelo Parlamento e Tory, formado pelosconservadores e adeptos do absolutismo. Jaime II (1685/1688) - Era católico e com a morte de Carlos II assumiu o poder e procurou restaurar o absolutismo monárquico, tendo oposição dos Whigs. No ano de 1688, há o nascimento de um herdeiro filho de um segundo casamento com uma católica. Temendo a sucessão de um governante católico, Whigs (puritanos) e Torys (anglicanos), aliaram-se contra Jaime II, oferecendo o trono a Guilherme de Orange, protestante e casado com Maria Stuart - filha do primeiro casamento de Jaime com uma protestante. Guilherme só foi proclamado rei quando aceitou a Declaração dos Direitos (Bill of Rights), que limitava os poderes do rei e estabelecia a superioridade do Parlamento. Determinou-se também a criação de um exército permanente, a garantia da liberdade de imprensa e liberdade individual e proteção à propriedade privada. A Revolução Gloriosa foi um complemento da Revolução Puritana, garantindo a supremacia da burguesia, através do controle do Parlamento. Também garantiu o fim do absolutismo monárquico na Inglaterra e o surgimento do primeiro Estado burguês, sob a forma de uma monarquia parlamentar. A REVOLUÇÃO FRANCESA A exemplo do que ocorreu na Inglaterra, no final do século XVIII, o absolutismo constituía um enorme obstáculo para o pleno desenvolvimento da burguesia francesa. A Revolução Francesa foi um reflexo da luta da burguesia pelo poder político. No entanto, o processo da Revolução Francesa não é um movimento isolado. Ele está inserido num conjunto de revoluções que questionavam o absolutismo, sendo um movimento que assolou toda a Europa e a América. Sendo assim, a Revolução carrega o termo "Francesa" pois eclodiu na França- por uma série de fatores -no entanto as suas propostas eram universais. "Os burgueses franceses de 1789 afirmavam que a libertação da burguesia era a emancipação de toda a humanidade" (Karl Marx e Friedrich Engels). AS CAUSAS DA REVOLUÇÃO FRANCESA A difusão das ideias iluministas de liberdade, igualdade e fraternidade, que orientaram os revolucionários franceses na luta contra o absolutismo e a desigualdade social. Políticas - o despotismo dos Bourbons. Enquanto a maioria das nações europeias, sob a influência do Iluminismo, procuravam se modernizar, o estado francês continuava arraigado no absolutismo monárquico. Na França do século XVIII, o poder do rei ainda era considerado como de origem divina. Econômicas - a França encontrava- se em uma grave crise econômica, em virtude das péssimas colheitas e na falta de alimentos. Os aumentos de preços provocam 26 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES a fome e acentuam a miséria dos camponeses. Além da crise econômica, o Estado Francês passava por uma gravíssima crise financeira, graças ao envolvimento da França na guerra dos Sete Anos (1756/1763) e na guerra de independência dos Estados Unidos- que acarretaram enormes gastos, ampliando a dívida do Estado. Para solucionar este quadro o Estado precisava aumentar sua arrecadação, o que implicava em um aumento dos impostos. Sociais - a questão tributária na França vai gerar uma grave crise política, em virtude da organização da sociedade francesa nesta época. A sociedade francesa era estamental, apresentando três ordens. O clero que estava isento de qualquer tributação; a nobreza, além da isenção tributária era possuidora de privilégios judiciários. A terceira ordem era bastante heterogênea: era composta pela alta burguesia (banqueiros, industriais e comerciantes), média burguesia (funcionários públicos e profissionais liberais) e baixa burguesia (os pequenos comerciantes); também as chamadas camadas populares (artesãos, operários, camponeses e servos). Os homens das camadas urbanas das cidades eram apelidados de sans- culottes (usavam calças compridas em vez dos calções aristocráticos). O terceiro Estado era a ordem que sustentava os gastos e os luxos do Estado francês. Para ampliar a arrecadação tributária, o Estado convoca a Assembleia dos Notáveis, composta pelo clero e pela nobreza, convocando estas ordens a pagarem impostos. Diante da recusa destes, o rei Luís XVI convocou os Estados Gerais, assembleia que reunia representantes dos três Estados. No entanto, o sistema de votação dos Estados Gerais era em ordens separadas. Assim, ficava garantida a supremacia do clero e da nobreza (somavam dois votos) contra um voto do Terceiro Estado. Contra este método tradicional de votação, os representantes do Terceiro Estado passam a exigir o voto individual (o Primeiro Estado tinha 291 deputados, o Segundo 270 e o Terceiro 578). O Terceiro Estado esperava o apoio dos deputados do baixo clero e da nobreza togada, para conquistar a maioria. Diante do impasse político, o Terceiro Estado rebela-se e a 9 de julho de 1789, com a ajuda de deputados do baixo clero, declara-se em Assembleia Nacional Constituinte - começa a Revolução Francesa. AS ETAPAS DA REVOLUÇÃO Assembleia Nacional (1789/1792). Fase em que ocorreu a tomada da Bastilha (14/07/1789), uma prisão que representava o absolutismo francês. É o marco da revolução. Os camponeses, por seu lado, rebelaram-se contra os senhores: invasão das propriedades, queima de documentos de servidão, assassinatos. Tal reação é conhecida como o Grande Medo. Os camponeses reivindicavam o fim dos privilégios feudais e terras. Em agosto de 1791 foi aprovada uma lei que abolia os privilégios feudais. No mesmo mês, no dia 26, a Assembleia aprovou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão -uma síntese da concepção burguesa da sociedade: liberdade, igualdade, inviolabilidade da propriedade privada, bem como o direito a resistir à opressão. Em setembro de 1791, foi promulgada uma nova Constituição, que diminuía os poderes reais, e transferia o poder de decretar leis ao Parlamento. O direito ao voto foi restringido também, em virtude de seu caráter censitário. Pela Constituição os privilégios feudais foram extintos, garantindo-se a igualdade civil, os bens da igreja foram 27 CULTURA GERAL PROFESSOR: LUAN MORAES nacionalizados; o clero transformado numa instituição civil e sustentado pelo Estado. Nesta fase desenvolveu-se os seguintes grupos políticos: os girondinos: representantes da alta burguesia; os jacobinos: representantes da pequena burguesia e com influência nas camadas populares (sans-culottes) O processo revolucionário francês não foi bem visto pelos regimes absolutistas da Europa. A reação foi imediata: intervenção militar na França para sufocar a revolução. O exército francês era sistematicamente derrotado. Em 25 de julho de 1792, Robespierre acusou o rei de traição. Em 09 de agosto o rei, Luís XVI, foi preso. A Assembleia convocou novas eleições para uma nova Convenção Nacional. Convenção Nacional (1792/1795) Período do Terror. O rei foi condenado à morte por traição, criação do Tribunal de Salvação Pública- para julgamento dos inimigos; foi decretado o fim da monarquia e proclamada a República. Uma nova Constituição foi elaborada, sendo considerada a mais democrática de toda a Europa, instituindo o voto universal, tornou a educação livre e obrigatória. Neste período, onde a liderança era exercida por Robespierre, foi imposto o Édito Máximo, ou seja, o tabelamento dos preços máximos procurando beneficiar as camadas populares. Foi abolida a escravidão nas colônias, gerando a independência do Haiti. Representando a pequena burguesia, Robespierre
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