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Apostila História Parte 01

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1 
 
CULTURA GERAL 
PROFESSOR: LUAN MORAES 
 
 
PHD CONCURSOS E VESTIBULARES 
PREPARATÓRIO ENEM/IFAL/VESTIBULARES 
DISCIPLINA: CULTURA GERAL 
PROFESSOR: LUAN MORAES 
 
 
 
CULTURA GERAL 
 
 
A prova exige dos candidatos uma 
visão globalizante do processo 
transformacional das sociedades ocidentais 
através dos tempos. 
O candidato, além de ser capaz de 
fazer uma análise estrutural dos fatores 
econômicos, históricos, geográficos, políticos 
e sociais, deve interpretar mapas, tabelas, 
organogramas, textos e gráficos, 
estabelecendo relações com as condições às 
quais se referem ou nas quais foram 
gerados. 
 
 
 
 
CONHECIMENTOS ENGLOBADOS 
 
 Geografia 
 História 
 Atualidades 
 
 
 
I A MODERNIDADE EUROPEIA 
 
 
1.1 Mercantilismo e expansão marítimo-
comercial e colonial europeia 
 
 
ANTECEDENTES 
 
 
Foi um conjunto de práticas 
econômicas surgido a Europa em meados do 
século XV, baseado na busca de 
desenvolvimento econômico de um país 
através do acúmulo de riquezas. 
 
Durante a Idade Média, a terra 
constituía a chave da fortuna de um 
indivíduo. Media-se a riqueza pelo tamanho 
das propriedades de cada um. 
 
Porém, a partir do ressurgimento do 
comércio e das cidades a situação começou 
a mudar. A produção artesanal e as 
transações comerciais passaram a 
movimentar a economia. 
 
Assim, pouco a pouco a economia 
das trocas produto por produto foram sendo 
substituídas pela troca de dinheiro por 
produto e vice-e-versa. 
 
Para aumentar o fluxo das 
transações, era necessário acrescer o 
número de moedas, para isso os países 
começaram a se lançar ao mar em busca de 
ouro e novos mercados consumidores. 
 
 
CARACTERÍSTICAS 
 
 
O Mercantilismo tinha uma série de 
características. O Metalismo (ou 
bulionismo), caracterizou-se por quantificar 
a riqueza de uma nação pela quantidade de 
metais preciosos, ou seja, ouro e prata. 
 
Buscava-se a balança comercial 
favorável, que era o esforço para vender 
(exportar) mais que comprar (importar) 
conservando assim, as reservas internas da 
nação. 
 
Medidas como o Protecionismo e 
a Intervenção direta do Estado na 
Economia, eram utilizadas para reduzir as 
importações e controlar os preços através do 
incentivo à produção industrial interna e 
Taxas alfandegárias. 
 
luanm
Texto digitado
luanm
Texto digitado
2 
 
CULTURA GERAL 
PROFESSOR: LUAN MORAES 
 
 
A conquista de novas terras exigiu 
a criação de um Pacto Colonial de 
exclusividade com as colônias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA COLONIAL 
 
 
As colônias de exploração eram 
caracterizadas pela economia agrícola, 
produção para exportação, monocultura e 
predominância do trabalho escravo. 
 
Já as colônias de povoamento, 
eram caracterizadas por uma economia com 
presença da indústria (embora agrícola), 
trabalho livre e escravo e policultura. 
 
 
TEXTO I: 
Colonizações espanhola, 
portuguesa e inglesa 
 
 
 
OS ESPANHÓIS, empreenderem 
um sangrento processo de dominação das 
populações indígenas da América, efetivaram 
o seu projeto colonial nas terras a oeste do 
Tratado de Tordesilhas. Para isso montaram 
um complexo sistema administrativo 
responsável por gerir os interesses da Coroa 
espanhola em terras americanas. Todo esse 
esforço deu-se em um curto período de 
tempo. Isso porque a ganância pelos metais 
preciosos motivava os espanhóis. 
As regiões exploradas foram 
divididas em quatro grandes vice-reinados: 
Rio da Prata, Peru, Nova Granada e Nova 
Espanha. Além dessas grandes regiões, 
havia outras quatro capitanias: Chile, Cuba, 
Guatemala e Venezuela. Dentro de cada 
uma delas, havia um corpo administrativo 
comandado por um vice-rei e um capitão-
geral designados pela Coroa. No topo da 
administração colonial havia um órgão 
dedicado somente às questões coloniais: o 
Conselho Real e Supremo das Índias. 
 
OS PORTUGUESES, também 
engendraram processo parecido no Brasil e 
colônias na África e Ásia. A colonização 
portuguesa no Brasil teve como principais 
características: civilizar, exterminar, explorar, 
povoar, conquistar e dominar. Sabemos que 
os termos civilizar, explorar, exterminar, 
conquistar e dominar estão diretamente 
ligados às relações de poder de uma 
determinada civilização sobre outra, ou seja, 
os portugueses submetendo ao domínio e 
conquista os indígenas. Já os termos 
explorar, povoar remete-se à exploração e 
povoamento do novo território (América). 
A partir de então, já sabemos de 
uma coisa, que o Brasil não foi descoberto 
pelos portugueses, pois afirmando isto, 
estaremos negligenciando a história dos 
indígenas (povoadores) que viviam há muito 
tempo neste território antes da chegada dos 
europeus. Portanto, o processo de 
colonização portuguesa no Brasil teve um 
caráter semelhante a outras colonizações 
europeias, como, por exemplo, a espanhola: 
a conquista e o extermínio dos indígenas. 
Sendo assim, ressaltamos que o Brasil foi 
conquistado e não descoberto. 
 
Já OS INGLESES, no processo de 
colonização do continente americano 
contaram com determinadas particularidades 
que o diferiram sensivelmente da experiência 
colonial promovida por portugueses e 
espanhóis. Entre outras razões, podemos 
apontar o processo tardio de colonização, a 
natureza espontânea da ocupação dos 
territórios e as características do litoral norte-
americano como pontos fundamentais na 
compreensão da colonização inglesa. 
No governo da rainha Elizabeth I 
(1558 – 1603), a Inglaterra ingressou na 
PACTO 
COLONIAL 
Metrópole 
Colônia 
Matéria 
Prima 
Produtos 
3 
 
CULTURA GERAL 
PROFESSOR: LUAN MORAES 
 
 
economia mercantilista ao investir na 
construção de novas embarcações e no 
comércio marítimo. Nesse contexto, a 
pirataria se tornou uma importante fonte de 
lucros sustentada no assalto de navios 
espanhóis que saíam do Caribe com destino 
à Europa. Nesse mesmo período tentaram 
empreender a colonização de região norte-
americana com a organização de três 
expedições comandadas por Walter Raleigh. 
 
 
DISCUSSÃO 
 
 
1- Quais diferenças você percebeu 
entre os processos de colonização 
Inglesa e o que foi empreendido por 
portugueses e espanhóis? 
 
2- O que motivou a entrada dos países 
europeus na disputa marítimo-
comercial? 
 
 
QUESTÕES 
 
 
1. (FGV) O mercantilismo correspondeu a: 
 
a) um conjunto de práticas e ideias 
econômicas baseadas em princípios 
protecionistas. 
 
b) uma teoria econômica defensora das livres 
práticas comerciais entre os diversos países. 
 
c) um movimento do século XVII que 
defendia a mercantilização dos escravos 
africanos. 
 
d) uma doutrina econômica defensora da não 
intervenção do Estado na economia. 
 
e) uma política econômica, especificamente 
ibérica, de defesa de seus interesses 
coloniais. 
 
 
 
 
 
 
2. (UFV) Mercantilismo é um termo que foi 
criado pelos economistas alemães da 
segunda metade do século XIX para 
denominar o conjunto de práticas 
econômicas dos Estados europeus nos 
séculos XVI e XVII. Das alternativas abaixo, 
assinale aquela que NÃO indica uma 
característica do mercantilismo. 
 
a) Busca de uma balança comercial 
favorável, ou seja, a superação contábil das 
importações pelas exportações. 
 
b) Intervencionismo do Estado nas práticas 
econômicas, através de políticas 
monopolistas e fiscais rígidas. 
 
c) Crença em que a acumulação de metais 
preciosos era a principal forma de 
enriquecimento dos Estados. 
 
d) Aplicação de capitais excedentes em 
outros países para aumentar a oferta de 
matérias-primas necessárias à 
industrialização. 
 
e) Exploração de domínios localizados em 
outros continentes,com o objetivo de 
complementar a economia metropolitana. 
 
 
3. A prática econômica do mercantilismo 
desenvolveu-se de formas particulares em 
várias regiões da Europa. O mercantilismo 
holandês caracterizava-se por: 
 
a) não ter interesses em matérias-primas de 
outros continentes. 
 
b) não ter tentado colonizar outros 
continentes. 
 
c) ser uma mescla de atividades comerciais, 
financeiras e industriais. 
 
d) ter uma importância não muito significativa 
do ponto de vista financeiro, já que não havia 
bancos na Holanda. 
 
e) ter muita importância para a Espanha, já a 
Holanda foi uma grande parceira comercial 
dos espanhóis nessa época. 
 
 
4 
 
CULTURA GERAL 
PROFESSOR: LUAN MORAES 
 
 
4. No contexto do mercantilismo, o que 
significava o Exclusivo Colonial? 
 
a) significava a determinação de que a 
metrópole não poderia intervir naquilo que 
era produzido na Colônia. 
 
b) significava que as práticas comerciais só 
poderiam ser efetivamente exercidas nos 
domínios das Colônias. 
 
c) significava que as práticas de exploração 
de matérias-primas não poderiam exceder os 
limites de uma pequena quantidade por 
semana. 
 
d) significava a determinação de que aquilo 
que era produzido na Colônia só poderia 
atender ao consumo de quem nela vivia. 
 
e) significava a determinação de que aquilo 
que era produzido na Colônia só poderia ser 
explorado pela metrópole que sobre ela tinha 
domínio. 
 
 
5. De que forma o Brasil foi atingido pelo 
Mercantilismo? 
 
a) Através do Pacto Colonial, o Brasil só 
podia comprar e vender mercadorias para 
Portugal. 
 
b) O Brasil aumentou as exportações de 
mercadorias para todos os países da Europa. 
 
c) Os comerciantes brasileiros passaram a 
poder comprar mercadorias de outros países 
com grande facilidade. 
 
d) Os comerciantes brasileiros ficaram 
totalmente livres dos impostos cobrados por 
Portugal. 
 
e) Comercializando pau-brasil 
 
 
6. Durante o período conhecido pela 
denominação de grandes navegações, os 
países do continente europeu saíram em 
busca de ouro e outras riquezas para fazer 
valer a balança comercial. Nesse sentido, 
Para dividir o mundo entre si, as duas 
potências econômicas do Século XVI, 
Portugal e Espanha, legitimaram sua 
hegemonia através: 
 
a) da carta de Pero Vaz Caminha, o primeiro 
relato escrito da conquista das terras 
brasileiras. 
 
b) do tratado de Tordesilhas 
 
c) da ordem dada ao rei de Portugal que 
permitia a descoberta de novas terras. 
 
d) da Carta Floral 
 
e) da linha imaginária que dividia a América 
em duas terras 
 
 
 
7. As práticas de intervenção estatal na 
economia durante a Idade Moderna ficaram 
conhecidas como mercantilismo, 
caracterizado: 
 
 
a) Pela limitação das atividades das 
companhias privadas, dados os privilégios 
concedidos às empresas estatais. 
 
b) Pela preocupação com o enriquecimento 
da burguesia em detrimento da nobreza 
feudal, garantindo a aliança de burgueses de 
vários. 
 
c) Pelo monopólio metropolitano entre as 
colônias da América, que passou a estimular 
as disputas entre as empresas burguesas 
dos mercados. 
 
d) Pelas teorias metalistas, responsáveis por 
práticas protecionistas, que promoveram 
grande rivalidade entre as nações europeias. 
 
e) Pelo controle exclusivo extenso, ou seja, 
metropolitano e, ao mesmo tempo, pela livre 
concorrência interna. 
 
 
8. O “Bulionismo” ou entesouramento 
caracterizava a prática mercantilista do início 
dos tempos modernos. Tal prática pode ser 
entendida como: 
 
5 
 
CULTURA GERAL 
PROFESSOR: LUAN MORAES 
 
 
a) A exclusividade econômica garantida 
pelas metrópoles no comércio colonial. 
 
 
b) A disposição dos europeus em defender 
seus interesses econômicos por meio de 
sucessivos tratados. 
 
c) A intenção das nações ibéricas no sentido 
de liderar uma unificação econômica 
europeia. 
 
d) A preocupação dos portugueses e 
espanhóis em garantir o desenvolvimento da 
economia de suas colônias. 
 
e) A disposição de procurar e acumular 
metais preciosos. 
 
 
9. Sistema caracterizado pela intervenção do 
Estado na economia, balança comercial 
favorável, protecionismo, monopólios, entre 
outros elementos, são características do (a): 
 
a) Livre-cambismo. 
 
b) Capitalismo financeiro. 
 
c) Capitalismo monopolista. 
 
d) Capitalismo comercial ou mercantilismo. 
 
e) Comunitarismo estatal. 
 
 
10. O soberano não proprietário de seus 
súditos. Deve respeitar sua liberdade e seus 
bens em conformidade com a lei divina e 
com a lei natural. Deve governar de acordo 
com os costumes, verdadeira constituição 
consuetudinária (…) O príncipe apresenta-se 
como árbitro supremo entre as ordens e os 
corpos. Deve impor as suas vontades aos 
mais poderosos de seus súditos. Consegue-o 
na medida em que esses necessitam dessa 
arbitragem. (André Corvisier. História 
Moderna) 
 
Esta é uma das caracterizações possíveis: 
 
a) Dos governos coloniais da América. 
 
b) Das relações entre fiéis e as Igrejas 
Protestantes. 
 
c) Do Império Carolíngio. 
 
d) Dos califados islâmicos. 
 
e) Das monarquias absolutistas. 
 
 
1.2 HISTÓRIA DO BRASIL: COLÔNIA 
 
 
CICLO DO PAU-BRASIL (1500 a 1530) 
 
 
Chegada dos portugueses ao Brasil 
em 22 de abril de 1500. Portugueses 
começam a extrair o pau-Brasil da região 
litorânea, usando mão-de-obra indígena. A 
madeira era comercializada na Europa. 
 
Os portugueses construíram 
feitorias no litoral para servirem de armazéns 
de madeira. Nesta fase os portugueses não 
se fixaram, vinham apenas para explorar a 
pau-Brasil e retornavam. 
 
Época marcada por ataques 
estrangeiros (ingleses, franceses e 
holandeses) à costa brasileira. 
 
 
CICLO DO AÇÚCAR (1530 ATÉ SÉCULO 
XVII) 
 
 
Em 1530 chega ao Brasil a 
expedição de Martim Afonso de Souza com 
objetivo de dar início a colonização do Brasil 
e iniciar o cultivo da cana-de-açúcar. 
 
A região Nordeste é escolhida para 
o cultivo da cana-de-açúcar em função do 
solo e clima favoráveis. 
 
Em 1534 a Coroa portuguesa cria o 
sistema de Capitanias Hereditárias para 
dividir o território brasileiro, facilitando a 
administração. O sistema fracassou e foi 
extinto em 1759. 
 
 Em 1549 foi criado pela coroa 
portuguesa o Governo-Geral, que era uma 
6 
 
CULTURA GERAL 
PROFESSOR: LUAN MORAES 
 
 
representação do rei português no Brasil, 
com a função de administrar a colônia. 
 
A capital do Brasil é estabelecida 
em Salvador. A região nordeste torna-se a 
mais próspera do Brasil em função da 
economia impulsionada pela produção e 
comércio do açúcar. 
 
Nos engenhos de açúcar do 
Nordeste é usada a mão-de-obra escrava 
de origem africana. 
 
Invasão holandesa no Brasil entre 
os anos de 1630 e 1654, com a 
administração de Maurício de Nassau. 
 
Nos séculos XVI e XVII, os 
bandeirantes começam a explorar o interior 
do Brasil em busca de índios, escravos 
fugitivos e metais preciosos. Com isso, 
ampliam as fronteiras do Brasil além do 
Tratado de Tordesilhas. 
 
 
CICLO DO OURO (SÉCULO XVIII) 
 
 
Em meados do século XVIII 
começam a serem descobertas as primeiras 
minas de ouro na região de Minas Gerais. 
 
O centro econômico desloca-se 
para a região Sudeste. 
 
A mão-de-obra nas minas, assim 
como nos engenhos, continua sendo a 
escrava de origem africana. 
 
A Coroa Portuguesa cria uma série 
de impostos e taxas para lucrar com a 
exploração do ouro no Brasil. Entre os 
principais impostos estava o quinto. 
 
Grande crescimento das cidades na 
região das minas, com grande urbanização, 
geração de empregos e desenvolvimento 
econômico. 
 
A capital é transferida para a cidade 
do Rio de Janeiro. 
 
No campo artístico destaquepara o 
Barroco Mineiro e seu principal 
representante: Aleijadinho. 
 
 
TEXTO II: 
10 coisas que você provavelmente 
não sabia sobre a Educação no 
Brasil-Colônia 
 
 
 
A história da Educação brasileira, 
ou pelo menos, da Educação Brasileira pós-
descobrimento, começa com a chegada dos 
primeiros jesuítas, em 1549. Estes religiosos 
da Companhia de Jesus chegam ao Brasil 
com o objetivo de converter os índios ao 
cristianismo. São peças fundamentais no 
processo de aculturação imposto por 
Portugal na colonização do Brasil. E, no 
ensejo de propagar a fé católica, de quebra, 
ensinam aos nativos saberes básicos, como 
ler e contar. "Entender a lógica da cultura 
indígena era fundamental para o sucesso do 
projeto de aculturação que os jesuítas 
encabeçavam", explica Maria Lucia Hilsdorf, 
professora e pesquisadora do Departamento 
de Filosofia da Educação da USP. 
Nesta reportagem, selecionamos 
10 fatos curiosos sobre a Educação no 
período colonial. 
 
1. Os indiozinhos aprendiam com o pajé. 
 
Antes dos jesuítas, os pequenos 
indiozinhos - principalmente os tupis-guaranis 
- eram instruídos pelos adultos de suas 
aldeias. Em algumas tribos, o pajé era 
responsável pela transmissão de valores 
culturais. 
 
2. Os idiomas nativos eram a principal 
barreira no ensino. 
 
Ofayé, mequém, karapanã...Já 
ouviu falar? A lista de línguas indígenas vai 
muito além do tupi-guarani e era a primeira 
barreira na conversão dos índios, junto com 
os costumes da gente local. Por isso, os 
jesuítas passaram a morar em aldeias 
indígenas. Foi o jeito que eles encontraram 
7 
 
CULTURA GERAL 
PROFESSOR: LUAN MORAES 
 
 
de entender como realmente funcionavam a 
vida e as tradições dos índios. 
 
 
3. As escolas não tinham nada a ver com as 
que conhecemos. 
 
Nas aldeias, os jesuítas ergueram 
as chamadas casas de meninos, espaço 
onde crianças e jovens índios aprendiam 
português ou espanhol -- também havia 
jesuítas espanhóis em terra brasilis. Esses 
ambientes podem ser considerados as 
primeiras escolas do país. Nada parecido 
com o conceito contemporâneo de escola. 
Era uma escola muito engraçada, não tinha 
teto, não tinha nada. Ou quase isso. Um 
grupo de 4 ou 5 alunos se reunia em torno de 
um professor em precárias construções de 
taipa. "No século XVI, não existe escola 
como conhecemos hoje, com prédio, espaço 
físico", diz a historiadora Diana Vidal, 
coordenadora do NIEPHE (Núcleo 
Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em 
História da Educação), ligado à USP. 
 
 
4. Brincadeiras entravam no currículo 
 
Nas casas de meninos, os índios 
aprendiam profissões e operações mentais 
básicas como contar. Meninas aprendiam a 
tear. Atividades lúdicas como o teatro e o 
canto eram usadas para catequizar crianças 
e adolescentes e de quebra, para ensinar. 
Assim, os jesuítas conseguiam entreter as 
crianças. Já os adolescentes se aborreciam 
rápido e davam no pé. 
 
 
5. O nomadismo dos índios era um 
empecilho 
 
Além da língua, outro aspecto da 
cultura indígena atrapalhava a regularidade 
do projeto de educação dos jesuítas: o 
nomadismo. "Era comum que os jesuítas 
saíssem para uma viagem e ao voltar, 
constatavam que os índios tinham se 
mudado, sem deixar qualquer vestígio", 
afirma Maria Lucia Hilsdorf. As índias 
também não davam trégua. "Levavam 
crianças menores para o interior da mata, a 
fim de tirá-las da influência dos jesuítas". 
 
 
6. Os primeiros colégios do Brasil eram 
Jesuítas 
 
Apesar dos tropeços, a Educação 
dos índios seguia. E começava a ficar cada 
vez mais cara. Era preciso vesti-los, 
alimentá-los e comprar remédios. "Sem 
dinheiro, os jesuítas tiveram de assumir a 
Educação dos brancos também" explica 
Diana Vidal. A proposta partiu da Coroa 
Portuguesa, que responsabilizou os jesuítas 
pela criação dos colégios. O primeiro foi 
criado na Bahia, em 1564. Depois, em 1585, 
Olinda e Rio de Janeiro ganham seus 
colégios. Esses colégios, mais estruturados 
que as escolas de meninos eram internos e 
recebiam órfãos portugueses e filhos da elite 
colonial. "É possível que um ou outro índio 
também conseguisse estudar em um deles", 
diz Maria Lucia Hisdorf. Tudo dependia de 
dedicação e interesse, já que não era preciso 
pagar mensalidades. 
 
 
7. Faculdade só na Europa 
 
Depois de até 11 anos de estudo, 
os estudantes podiam cursar a universidade - 
mas em Portugal, porque ainda não existiam 
escolas de ensino superior no Brasil. Poucos 
alunos faziam isso, já que estudando no 
colégio os alunos aprendiam a ler, o que era 
suficiente para sua atuação em sociedade no 
século XVI. 
 
 
8. As turmas não eram divididas por idade 
 
Nos colégios, ao contrário das 
casas de meninos, a idade não importava 
tanto. O que contava mesmo na divisão das 
salas era o conhecimento. Nos colégios, a 
pedagogia jesuítica se consolidou. O 
método? Repetição, memorização e provas 
periódicas. O aluno anotava a lição em seu 
caderno, enquanto o professor fazia seus 
apontamentos. 
 
 
9. Professores eram raros 
 
8 
 
CULTURA GERAL 
PROFESSOR: LUAN MORAES 
 
 
Apesar de mais organizadas, os 
colégios sofriam com problemas semelhantes 
aos das casas de meninos. Um exemplo: a 
falta de professores. Eles demoravam para 
chegar ao país, ou morriam em naufrágios a 
caminho da colônia. Outros desapareciam 
em um passeio (algumas tribos indígenas 
eram antropófagas, esqueceu?). A vida dos 
alunos não era bolinho. E a vida dos 
professores não ficava atrás. 
 
10. O Padre Anchieta escreveu a primeira 
gramática brasileira. 
 
O padre Anchieta, um dos jesuítas 
mais conhecidos da época, relatou sua dura 
rotina em carta enviada à metrópole. Sua 
maior queixa era as poucas horas de sono, 
causadas pela preparação das tarefas do dia 
anterior. Em tempos de escrita à pena, ele 
precisava escrever, uma a uma, a cópia que 
cada aluno usaria na lição do dia seguinte. 
Além de dedicar-se à alfabetização dos filhos 
dos europeus e dos índios, o missionário 
ainda estudou com afinco a língua tupi e 
formulou a primeira gramática brasileira, a 
Artes de Gramática da Língua Mais Usada na 
Costa do Brasil, impressa em 1595, em 
Coimbra, Portugal. 
 
Fonte: 
http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/educacao-
brasil-colonia-475875.shtml 
 
 
DISCUSSÃO 
 
 
1- Quais elementos da reportagem você 
achou mais curioso? 
 
2- Você acreditou em tudo que a 
reportagem disse? Justifique sua 
resposta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÕES 
 
 
11. (UPE-2007) A exploração das colônias 
forneceu riquezas para manutenção de 
muitos Estados europeus dos tempos 
modernos. O Brasil destacou-se pela sua 
importância, contribuindo com suas riquezas 
para Portugal. Logo, a economia colonial no 
Brasil: 
 
a) teve no açúcar seu único produto 
realmente lucrativo. 
 
b) dependeu da exploração do ouro. 
 
c) centralizou suas atividades na região 
Nordeste. 
 
d) conseguiu, com a exploração de 
diamantes, bons lucros para Portugal. 
 
e) ocupou territórios próximos a região 
litorânea para a exploração da pecuária. 
 
 
12. (COVEST UESPI 2007) A mão de obra 
escrava foi explorada por Portugal para 
firmar a economia colonial. Os escravos 
vindos da África para o Brasil: 
 
a) adaptaram-se ao sistema de trabalho na 
pecuária e na agricultura, sem dificuldades, 
garantindo uma excelente produtividade. 
 
b) substituíram os índios na produção de 
açúcar, facilitando a expansão da colônia no 
século XVII. 
 
c) sofreram com as práticas de violência dos 
senhores de engenho, mas conseguiram 
organizar quilombos para lutar contra a 
exploração. 
 
d) limitaram-se a atuar na região produtora 
do açúcar, por falta de habilidades para 
outros serviços.9 
 
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e) adotaram a religião católica, deixando de 
lado, porém, seus hábitos religiosos mais 
antigos e primitivos. 
 
 
13. (UFPE-CARUARU, 2007) A escravidão 
deu suporte à economia colonial portuguesa 
garantindo sua sobrevivência. No Brasil, os 
escravos: 
 
a) se adaptaram, sem resistência, ao 
trabalho nos engenhos. 
 
b) foram menos importantes que os índios no 
desempenho do trabalho urbano. 
 
c) só foram utilizados no trabalho dos 
engenhos produtores de açúcar. 
 
d) tiveram costumes e rituais religiosos 
respeitados. 
 
e) também constituíam mão de obra 
fundamental nas atividades de mineração. 
 
 
14. (COVEST FAVIP, 2007) No Brasil 
Colônia, a utilização da mão de obra escrava 
não se limitou aos serviços dos engenhos de 
açúcar. Ela foi também muito utilizada: 
 
a) na mineração e na cultura do café. 
 
b) na exploração do pau-brasil e na pecuária. 
 
c) na mineração e na pecuária. 
 
d) na exploração do pau-brasil e nas 
fazendas de algodão. 
 
e) nas fazendas de algodão e na pecuária. 
 
 
15. (UFPE, 1996) Qual das alternativas 
abaixo contém atividades produtivas que 
mais utilizaram mão de obra escrava no 
período Colonial do Brasil? 
 
a) Cultura e subsistência nas colônias de 
parceria, na região Sul e criação de gado nas 
terras gaúchas. 
 
b) Extração do pau-brasil, fumo e algodão. 
 
c) Produção do açúcar, cultura do café e 
mineração. 
 
d) Pecuária e mineração. 
 
e) Comércio, construção de estradas de ferro 
e produção de açúcar. 
 
 
1.3 FORMAÇÃO DAS MONARQUIAS 
NACIONAIS 
 
 
O processo de formação das 
monarquias nacionais europeias remonta 
uma série de mudanças que se iniciaram 
durante a Baixa Idade Média. De fato, o 
processo de consolidação das monarquias foi 
um dos mais evidentes sinais das 
transformações que assinalavam a crise do 
sistema feudal e a construção do sistema 
capitalista, legitimado pela nascente classe 
burguesa. No entanto, mesmo a surgir nesse 
contexto de mudança, as monarquias não 
simbolizavam necessariamente a crise do 
poder nobiliárquico. 
 
Nesse sentido, a constituição das 
monarquias pode ser compreendida 
enquanto um processo que conseguiu 
atender simultaneamente os interesses dos 
nobres e dos burgueses. Por um lado, a 
formação das monarquias conseguiu conter 
as diversas revoltas camponesas que 
marcaram os finais da Idade Média com a 
reafirmação da propriedade feudal. Por outro, 
essas mesmas monarquias implantaram um 
processo de padronização fiscal e monetário 
que atendia a demanda econômica da classe 
burguesa. 
 
Por isso, podemos notar que o 
Estado Monárquico buscava preservar 
algumas tradições medievais e criar novos 
mecanismos de organização política. Nesse 
novo contexto, o poder local dos senhores 
feudais foi suprimido em favor da autoridade 
real. No entanto, os nobres ainda 
preservaram alguns importantes privilégios, 
principalmente no que se refere à isenção no 
pagamento de impostos. Somente os 
burgueses e a classe campesina estavam 
sujeitas às cobranças de taxa. 
 
10 
 
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No campo econômico as atividades 
comerciais tinham papel fundamental no 
enriquecimento e consolidação da autoridade 
real. Por isso, diversos reis ficaram 
preocupados em adotar medidas que 
protegessem a economia contra a entrada de 
produtos estrangeiros (protecionismo) e 
conquistar áreas de exploração colonial, 
principalmente, no continente americano. 
Dessa forma, podemos ver que o Estado 
Absolutista teve grande papel no 
desenvolvimento da economia mercantil. 
 
O rei, sendo a expressão máxima 
desse tipo de governo, contou não só com 
auxílio dos grupos sociais burgueses e 
nobiliárquicos. Tendo a Europa preservado 
uma forte religiosidade, foi de fundamental 
importância que a Igreja reafirmasse a 
consolidação dessa nova autoridade por 
meio de justificativas ligadas à vigente fé 
cristã. Nesse sentido, o rei era muitas vezes 
representado e idealizado como um 
representante dos anseios divinos para com 
a Nação. 
 
 
QUESTÕES 
 
 
16. (Pucsp) "O trono real não é o trono de um 
homem, mas o trono do próprio Deus. Os reis 
são deuses e participam de alguma maneira 
da independência divina. O rei vê de mais 
longe e de mais alto; deve acreditar-se que 
ele vê melhor..." (Jacques Bossuet.). 
 
Essas afirmações de Bossuet referem-se ao 
contexto: 
 
a) do século XII, na França, no qual ocorria 
uma profunda ruptura entre Igreja e Estado 
pelo fato de o Papa almejar o exercício do 
poder monárquico por ser representante de 
Deus. 
 
b) do século X, na Inglaterra, no qual a Igreja 
Católica atuava em total acordo com a 
nobreza feudal. 
 
c) do século XVIII, na Inglaterra, no qual foi 
desenvolvida a concepção iluminista de 
governo, como está exposta. 
 
d) do século XVII, na França, no qual se 
consolidavam as monarquias nacionais. 
 
e) do século XVI, na Espanha, no momento 
da união dos tronos de Aragão e Castela. 
 
17. (UEL) Por volta do século XVI, associa-se 
à formação das monarquias nacionais 
europeias: 
 
a) a demanda de protecionismo por parte da 
burguesia mercantil emergente e a circulação 
de um ideário político absolutista. 
 
b) a afirmação político-econômica da 
aristocracia feudal e a sustentação ideológica 
liberal para a centralização do Estado. 
 
c) as navegações e conquistas ultramarinas 
e o desejo de implantação de uma economia 
mundial de livre mercado. 
 
d) o crescimento do contingente de mão de 
obra camponesa e a presença da concepção 
burguesa de ditadura do proletariado. 
 
e) o surgimento de uma vanguarda cultural 
religiosa e a forte influência do ceticismo 
francês defensor do direito divino dos reis. 
 
 
 
18. Os Estados Nacionais Português e 
Espanhol só se consolidaram efetivamente a 
partir do século XV. A formação desses dois 
Estados, que se localizam na Península 
Ibérica, está relacionada diretamente: 
 
a) à aliança com holandeses, que venderam 
os seus domínios para ambos os Estados. 
 
b) à expulsão dos muçulmanos da Península 
Ibérica. 
 
c) ao acordo com o califado de Córdoba, que 
cedeu territórios para a criação desses 
Estados. 
 
d) ao acordo com o Império Romano, que até 
então dominava a região. 
 
e) à Reforma Protestante, que mudou 
completamente os hábitos religiosos da 
Península Ibérica. 
11 
 
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19. Luiz XIV, da França, foi considerado o 
modelo de monarca absolutista. Sua 
expressão “O Estado sou Eu” traduz uma 
premissa básica da formação do Estado 
Moderno, que é: 
 
a) o rei como aquele que não intervém no 
Estado. 
 
b) o rei como o primeiro cidadão do Estado. 
 
c) o rei como aquele que apenas 
simbolicamente tem poder político. 
 
d) a generosidade do monarca para com os 
seus súditos. 
 
e) o rei como fonte da soberania nacional. 
 
 
 
 
 
RESUMINDO 
 
 
20. (FUVEST) No processo de formação dos 
estados Nacionais da França e da Inglaterra, 
podem ser identificados os seguintes 
aspectos: 
 
a) Fortalecimento do poder da nobreza e 
retardamento da formação do estado 
moderno. 
 
b) Ampliação da dependência do rei em 
relação aos senhores feudais e à Igreja. 
 
 
 
c) Desagregação do feudalismo e 
centralização política. 
 
d) Diminuição do poder real e crise do 
capitalismo comercial. 
 
Estados nacionais = 
Absolutismo + Mercantilismo 
12 
 
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e) Enfraquecimento da burguesia e equilíbrio 
entre o Estado e a Igreja. 
 
 
 
 
 
1.4 RENASCIMENTO 
 
 
O Renascimento foi um importante 
movimento de ordem artística, cultural e 
científica que se deflagrou na passagem da 
Idade Média para aModerna. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O corpo humano de Da Vinci 
 
 
Em um quadro de sensíveis 
transformações que não mais correspondiam 
ao conjunto de valores apregoados pelo 
pensamento medieval, o renascimento 
apresentou um novo conjunto de temas e 
interesses aos meios científicos e culturais 
de sua época. Ao contrário do que possa 
parecer, o renascimento não pode ser visto 
como uma radical ruptura com o mundo 
medieval. 
 
A razão, de acordo com o 
pensamento da renascença, era uma 
manifestação do espírito humano que 
colocava o indivíduo mais próximo de Deus. 
Ao exercer sua capacidade de questionar o 
mundo, o homem simplesmente dava vazão 
a um dom concedido por Deus 
(neoplatonismo). Outro aspecto fundamental 
das obras renascentistas era o privilégio 
dado às ações humanas, ou humanismo. Tal 
característica representava-se na reprodução 
de situações do cotidiano e na rigorosa 
reprodução dos traços e formas humanas 
(naturalismo). Esse aspecto humanista 
inspirava-se em outro ponto-chave do 
Renascimento: o elogio às concepções 
artísticas da Antiguidade Clássica ou 
Classicismo. 
 
 
A aproximação do Renascimento 
com a burguesia foi claramente percebida no 
interior das grandes cidades comerciais 
italianas do período. Gênova, Veneza, Milão, 
Florença e Roma eram grandes centros de 
comércio onde a intensa circulação de 
riquezas e ideias promoveram a ascensão de 
uma notória classe artística italiana. Até 
mesmo algumas famílias comerciantes da 
época, como os Médici e os Sforza, 
realizaram o mecenato, ou seja, o patrocínio 
às obras e estudos renascentistas. A 
profissionalização desses renascentistas foi 
responsável por um conjunto extenso de 
obras que acabou dividindo o movimento em 
três períodos: o Trecento, o Quatrocento e 
Cinquecento. Cada período abrangia 
respectivamente uma parte do período que 
vai do século XIV ao XVI. 
 
Durante o Trecento, podemos 
destacar o legado literário de Petrarca (“De 
África” e “Odes a Laura”) e Dante Alighieri 
(“Divina Comédia”), bem como as pinturas de 
Giotto di Bondoni (“O beijo de Judas”, “Juízo 
Final”, “A lamentação” e “Lamento ante Cristo 
Morto”). Já no Quatrocento, com 
representantes dentro e fora da Itália, o 
Renascimento contou com a obra artística do 
italiano Leonardo da Vinci (Mona Lisa) e as 
críticas ácidas do escritor holandês Erasmo 
de Roterdã (Elogio à Loucura). 
 
Na fase final do Renascimento, o 
Cinquecento, movimento ganhou grandes 
proporções dominando várias regiões do 
continente europeu. Em Portugal podemos 
destacar a literatura de Gil Vicente (Auto da 
Barca do Inferno) e Luís de Camões (Os 
Lusíadas). Na Alemanha, os quadros de 
Albercht Dürer (“Adão e Eva” e “Melancolia”) 
e Hans Holbein (“Cristo morto” e “A virgem 
do burgomestre Meyer”). A literatura francesa 
teve como seu grande representante 
François Rabelais (“Gargântua e 
Pantagruel”). No campo científico devemos 
destacar o rebuliço da teoria heliocêntrica 
defendida pelos estudiosos Nicolau 
Copérnico, Galileu Galilei e Giordano Bruno. 
13 
 
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Tal concepção abalou o monopólio dos 
saberes desde então controlados pela Igreja. 
 
Ao abrir o mundo à intervenção do 
homem, o Renascimento sugeriu uma 
mudança da posição a ser ocupada pelo 
homem no mundo. Ao longo dos séculos 
posteriores ao Renascimento, os valores por 
ele empreendidos vigoraram ainda por 
diversos campos da arte, da cultura e da 
ciência. Graças a essa preocupação em 
revelar o mundo, o Renascimento suscitou 
valores e questões que ainda se fizeram 
presentes em outros movimentos concebidos 
ao logo da história ocidental. 
 
 
 
TEXTO III: 
A Arte Renascentista 
 
 
Na medida em que o Renascimento 
resgata a cultura clássica, greco-romana, as 
construções foram influenciadas por 
características antigas, adaptadas à nova 
realidade moderna, ou seja, a construção de 
igrejas cristãs adotando-se os padrões 
clássicos e a construção de palácios e 
mosteiros seguindo as mesmas bases. 
 
ARQUITETURA 
 
Os arquitetos renascentistas 
perceberam que a origem de construção 
clássica estava na geometria euclidiana, que 
usava como base de suas obras o quadrado, 
aplicando-se a perspectiva, com o intuito de 
se obter uma construção harmônica. Apesar 
de racional e antropocêntrica, a arte 
renascentista continuou cristã, porém as 
novas igrejas adotaram um novo estilo, 
caracterizado pela funcionalidade e, portanto, 
pela racionalidade, representada pelo plano 
centralizado, ou a cruz grega. 
Os palácios também foram 
construídos de forma plana tendo como base 
o quadrado, um corpo sólido e normalmente 
com um pátio central, quadrangular, que tem 
a função de fazer chegar a luz às janelas 
internas 
 
ESCULTURA 
 
Pode-se dizer que a escultura é a 
forma de expressão artística que melhor 
representa o renascimento, no sentido 
humanista. Utilizando-se da perspectiva e da 
proporção geométrica, destacam-se as 
figuras humanas, que até então estavam 
relegadas a segundo plano, acopladas às 
paredes ou capitéis. No renascimento a 
escultura ganha independência e a obra, 
colocada acima de uma base, pode ser 
apreciada de todos os ângulos. 
Dois elementos se destacam: a 
expressão corporal que garante o equilíbrio, 
revelando uma figura humana de músculos 
levemente torneados e de proporções 
perfeitas; e as expressões das figuras, 
refletindo seus sentimentos. Mesmo 
contrariando a moral cristã da época, o nu 
volta a ser utilizado refletindo o naturalismo. 
Encontramos várias obras 
retratando elementos mitológicos, como o 
Baco, de Michelangelo, assim como o busto 
ou as tumbas de mecenas, reis e papas. 
 
 
"Hospital Tavera" Alonso de Covarrubias -- Toledo, 
Espanha 
 
 
14 
 
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PINTURA 
 
Duas grandes novidades marcam a pintura 
renascentista: a utilização da perspectiva, 
através da qual os artistas conseguem 
reproduzir em suas obras, espaços reais 
sobre uma superfície plana, dando a noção 
de profundidade e de volume, ajudados pelo 
jogo de cores que permitem destacar na obra 
os elementos mais importantes e obscurecer 
os elementos secundários, a variação de 
cores frias e quentes e o manejo da luz 
permitem criar distâncias e volumes que 
parecem ser copiados da realidade; e a 
utilização da tinta à óleo, que possibilitará a 
pintura sobre tela com uma qualidade maior, 
dando maior ênfase à realidade e maior 
durabilidade às obras. 
 
 
 
 
Monalisa, Da 
Vinci. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISCUSSÃO 
 
 
1- O que você percebeu com relação a 
ao pensamento do homem sobre o homem? 
 
2- O que você entende por 
Renascimento? 
 
 
 
 
QUESTÕES 
 
 
21. Qual das alternativas abaixo apresenta 
características do Renascimento Cultural? 
 
a) Teocentrismo; valorização da cultura 
egípcia; valorização da religião; estética fora 
da realidade. 
 
b) Geocentrismo; valorização apenas de 
temas religiosos; influência do misticismo; 
estética monocromática. 
 
c) Temas não relacionados com a realidade; 
pobreza de cores nas pinturas; 
 
d) Antropocentrismo; valorização da cultura 
greco-romana; valorização da Ciência e da 
razão; busca do conhecimento em várias 
áreas. 
 
e) Teocentrismo; valorização de temas 
abstratos. 
 
 
22. Vários artistas italianos se destacaram no 
Renascimento Cultural. Qual das alternativas 
abaixo apresenta nomes de artistas italianos 
renascentistas? 
 
a) Leonardo da Vinci, Michelangelo, Rafael 
Sanzio, Botticelli e Tintoretto. 
 
b) Pablo Picasso, Van Gogh, Galileu Galilei e 
Lucas Mantovanni. 
 
c) Portinari, Picasso, Pitágoras, Leonardo da 
Vinci e Delacroix. 
 
d) Pitágoras, Renoir,Portinari, Monet e 
Laurentino Schiatti. 
15 
 
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e) Lucas Mantovanni, Pablo Picasso, Monet, 
Girondinelli e Renoir. 
 
 
23. Na Itália Renascentista quem eram os 
mecenas? 
 
a) Governantes que atuavam como artistas, 
fazendo esculturas e pinturas. 
 
b) Pintores que ajudavam financeiramente os 
burgueses da época. 
 
c) Burgueses e governantes que protegiam e 
patrocinavam financeiramente os artistas 
renascentistas. 
 
d) Religiosos que perseguiam os artistas que 
faziam obras de arte que criticavam os 
fundamentos da Igreja Católica. 
 
e) Artistas ricos que financiavam outros 
artistas. 
 
 
24. Qual dos países abaixo é considerado o 
berço do Renascimento? 
 
 
a) França 
 
b) Itália 
 
c) Espanha 
 
d) Holanda 
 
e) Inglaterra 
 
 
25. (UDESC 2008) “A história da cultura 
renascentista nos ilustra com clareza todo o 
processo de construção cultural do homem 
moderno e da sociedade contemporânea. 
Nele se manifestam, já muito dinâmicos e 
predominantes, os germes do individualismo, 
do racionalismo e da ambição ilimitada, 
típicos de comportamentos mais imperativos 
e representativos do nosso tempo.” 
 
(SEVCENKO, Nicolau. O Renascimento. 
São Paulo: Atual, 1987.) 
 
Sobre a cultura renascentista, a que se refere 
Nicolau Sevcenko, assinale V (Verdadeiro) 
para as afirmações verdadeiras e F (Falso) 
paras as afirmações falsas. 
 
( ) O Renascimento marcou a transição 
da mentalidade medieval para a mentalidade 
moderna, ao traduzir novas concepções que 
tinham como referência o humanismo, 
enquanto base intelectual que procurava 
definir e afirmar o novo papel do homem no 
universo. 
 
( ) Em meio à desorganização 
administrativa, econômica e social, principais 
características da cultura renascentista, 
praticamente apenas a Igreja Católica 
conseguiu manter-se como instituição, 
conquistando assim grandes poderes e 
ampliando sua influência sobre a sociedade. 
 
( ) Ao formular princípios como o 
humanismo, o racionalismo e o 
individualismo, o movimento renascentista 
estabeleceu as bases intelectuais do mundo 
moderno. 
 
( ) A cultura renascentista consagrou a 
vitória da razão abstrata, instância suprema 
de toda a cultura moderna, pautada no rigor 
das matemáticas que passaram a reger os 
sistemas de controle do tempo, do espaço, 
do trabalho e do domínio da natureza. 
 
( ) Em meio a esse processo, 
transformações socioeconômicas culminaram 
na substituição de pequenas oficinas de 
artesãos por fábricas, assim como as 
ferramentas simples foram trocadas pelas 
novas máquinas que então haviam surgido. 
 
Assinale a alternativa que contém a 
sequência correta, de cima para baixo. 
 
 
a) V F V V F 
 
b) V V F V V 
 
c) F F V V F 
 
d) F V F V V 
 
e) V V F F 
16 
 
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1.5 REFORMA PROTESTANTE E CONTRA-
REFORMA 
 
 
CAUSAS 
 
 
O processo de reformas religiosas 
teve início no século XVI. Podemos destacar 
como causas dessas reformas: abusos 
cometidos pela Igreja Católica e uma 
mudança na visão de mundo, fruto do 
pensamento renascentista. 
 
A Igreja Católica vinha, desde o 
final da Idade Média, perdendo sua 
identidade. Gastos com luxo e preocupações 
materiais estavam tirando o objetivo católico 
dos trilhos. Muitos elementos do clero 
estavam desrespeitando as regras religiosas, 
principalmente o que diz respeito ao celibato. 
Padres que mal sabiam rezar uma missa e 
comandar os rituais, deixavam a população 
insatisfeita. 
 
A burguesia comercial, em plena 
expansão no século XVI, estava cada vez 
mais inconformada, pois os clérigos católicos 
estavam condenando seu trabalho. O lucro e 
os juros, típicos de um capitalismo 
emergente, eram vistos como práticas 
condenáveis pelos religiosos. 
Por outro lado, o papa arrecadava dinheiro 
para a construção da basílica de São Pedro 
em Roma, com a venda das indulgências 
(venda do perdão). 
 
No campo político, os reis estavam 
descontentes com o papa, pois este interferia 
muito nos comandos que eram próprios da 
realeza. 
 
O novo pensamento renascentista 
também fazia oposição aos preceitos da 
Igreja. O homem renascentista, começava a 
ler mais e formar uma opinião cada vez mais 
crítica. Trabalhadores urbanos, com mais 
acesso a livros, começaram a discutir e a 
pensar sobre as coisas do mundo. Um 
pensamento baseado na ciência e na busca 
da verdade através de experiências e da 
razão. 
 
 
A REFORMA LUTERANA 
 
O monge alemão Martinho Lutero 
foi um dos primeiros a contestar fortemente 
os dogmas da Igreja Católica. Afixou na porta 
da Igreja de Wittenberg as 95 teses que 
criticavam vários pontos da doutrina católica. 
 
As 95 teses de Martinho Lutero 
condenava a venda de indulgências e 
propunha a fundação do luteranismo (religião 
luterana ). De acordo com Lutero, a salvação 
do homem ocorria pelos atos praticados em 
vida e pela fé. Embora tenha sido contrário 
ao comércio, teve grande apoio dos reis e 
príncipes da época. Em suas teses, 
condenou o culto à imagens e revogou o 
celibato. 
 
Martinho Lutero foi convocado as 
desmentir as suas 95 teses na Dieta de 
Worms, convocada pelo imperador Carlos V. 
Em 16 de abril de 1521, Lutero não so 
defendeu suas teses como mostrou a 
necessidade da reforma da Igreja Católica. 
 
 
A REFORMA CALVINISTA 
 
 
Na França, João Calvino começou 
a Reforma Luterana no ano de 1534. De 
acordo com Calvino a salvação da alma 
ocorria pelo trabalho justo e honesto. Essa 
ideia calvinista, atraiu muitos burgueses e 
banqueiros para o calvinismo. Muitos 
trabalhadores também viram nesta nova 
religião uma forma de ficar em paz com sua 
religiosidade. Calvino também defendeu a 
ideia da predestinação (a pessoa nasce com 
sua vida definida). 
 
 
A REFORMA ANGLICANA 
 
 
Na Inglaterra, o rei Henrique VIII 
rompeu com o papado, após este se recusar 
a cancelar o casamento do rei. Henrique VIII 
funda o anglicanismo e aumenta seu poder e 
suas posses, já que retirou da Igreja Católica 
uma grande quantidade de terras. 
17 
 
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A CONTRA-REFORMA CATÓLICA 
 
 
Preocupados com os avanços do 
protestantismo e com a perda de fiéis, bispos 
e papas reúnem-se na cidade italiana de 
Trento (Concílio de Trento) com o objetivo de 
traçar um plano de reação. No Concílio de 
Trento ficou definido: 
 
 
 Catequização dos habitantes de 
terras descobertas, através da ação 
dos jesuítas; 
 
 Retomada do Tribunal do Santo 
Ofício - Inquisição : punir e 
condenar os acusados de heresias; 
 
 Criação do Index Librorum 
Prohibitorum (Índice de Livros 
Proibidos): evitar a propagação de 
ideias contrárias à Igreja Católica. 
 
 
 
INTOLERÂNCIA 
 
 
Em muitos países europeus as 
minorias religiosas foram perseguidas e 
muitas guerras religiosas ocorreram, frutos 
do radicalismo. A Guerra dos Trinta Anos 
(1618-1648), por exemplo, colocou católicos 
e protestantes em guerra por motivos 
puramente religiosos. Na França, o rei 
mandou assassinar milhares de calvinistas 
na chamada Noite de São Bartolomeu. 
 
 
VOCÊ SABIA? 
 
 
É comemorado em 31 de outubro o 
Dia da Reforma Protestante. A data é uma 
referência ao 31 de outubro de 1517, dia em 
que Martinho Lutero pregou suas 95 teses na 
porta da Igreja de Wittemberg (Alemanha). 
 
 
 
 
 
QUESTÕES 
 
 
26. (Vunesp-1998) "O Pai e o Filho vêm a um 
homem e nele fazem sua morada, se ele 
amar Jesus Cristo (São João, XV, 23). Daí 
resulta a necessidade das obras porque o 
amor, a caridade só se manifesta pelas obras 
(São João, XIV, 21; Mateus, VII, 21), são 
obras que contam e Deusdará a cada um 
segundo suas obras." (Roland Mousnier, Os 
séculos XVI e XVII. In História Geral das 
Civilizações.) 
 
A importância do acúmulo gradual de boas 
obras para a salvação da alma é uma 
concepção: 
 
a) luterana. 
 
b) católica. 
 
c) sunita. 
 
d) jansenista. 
 
e) anabatista. 
 
 
27. (Uneb-1997) O anglicanismo é a religião 
oficial da monarquia inglesa nos dias atuais. 
Essa afirmativa encontra explicação no 
século XVI, quando: 
 
a) o luteranismo se expandiu na Inglaterra. 
 
b) Henrique VIII propiciou a reforma religiosa 
no país. 
 
c) o Papa apoiou a organização da igreja 
anglicana. 
 
d) o crescente enfraquecimento político da 
monarquia inglesa ocorreu. 
 
e) os Reis Católicos ameaçaram a 
manutenção das relações entre Espanha e 
Inglaterra. 
 
 
 
 
 
18 
 
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28. (Mack-2003) “Para recusar a autoridade 
papal, Henrique VIII usou o parlamento. Ele 
sabia que sem o apoio dos nobres, da 
pequena nobreza rural e dos comerciantes, 
não poderia modificar as práticas religiosas. 
Foi o Parlamento reunido que acatou a ideia 
do monarca de que o papa era o chefe de 
uma potência estrangeira interferindo nos 
assuntos da Inglaterra…” 
 
Oficina de História — Flavio de 
Campos e Renan Garcia 
Miranda 
 
O fragmento de texto acima está relacionado 
com: 
 
a) a aprovação do Ato de Supremacia, que 
determinou que o rei passaria a ser o chefe 
da igreja inglesa. 
 
b) a decretação da Guerra das Duas Rosas, 
que acabou somente com a prisão do papa, 
após a vitória das forças anglicanas. 
 
c) a implantação do divórcio, que permitiu a 
anulação do casamento de Henrique VIII com 
Elizabeth I. 
 
d) a submissão do poder do Rei às leis 
aprovadas no Parlamento, princípio que foi 
estabelecido pela Carta Magna. 
 
e) a paz de Augsburg, que estabelecia que a 
religião do país passaria a ser a religião do 
rei ou príncipe que estivesse governando a 
Inglaterra na ocasião. 
 
 
29 (Vunesp-2001) “O tempo das descobertas 
foi, ainda, o tempo de Lutero, Calvino, 
Erasmo, Thomas Morus, Maquiavel, … 
Leonardo da Vinci, Michelangelo, Van Eyek, 
da Companhia de Jesus…” 
 
(Adauto Novaes, 
Experiência e destino.) 
 
O período e os nomes citados no texto 
correspondem a: 
 
 
a) cultura do Renascimento artístico e 
científico, Despotismo Esclarecido e políticas 
de liberdade religiosa. 
 
b) cultura Iluminista e Renascentista, política 
do Absolutismo Real e Reforma 
Presbiteriana. 
 
c) cultura do Renascimento e Humanismo, 
política Absolutista, Reforma e 
Contrarreforma. 
 
d) cultura do Renascimento e do Iluminismo, 
reformas da política Absolutista e difusão do 
paganismo. 
 
e) cultura do Renascimento científico e 
artístico italiano, política Iluminista e 
Humanista e Contrarreforma religiosa. 
 
 
30. (UFMG-1994) Todas as alternativas 
contêm pregações dos protestantes à época 
da Reforma, EXCETO: 
 
a) "Deus chama cada um para uma vocação 
cujo objetivo é a glorificação de Deus.(...). O 
pobre é suspeito de preguiça, que é uma 
injúria a Deus." 
 
b) "Não nos tornamos justos à força de agir 
com justiça, mas é porque somos justificados 
que fazemos coisas justas." 
 
c) "O Rei é o supremo chefe da Igreja. Tem 
todo poder de examinar, reprimir, corrigir 
erros, heresias, a fim de conservar a paz do 
Reino." 
 
d) "Pois Deus criou os homens todos em 
condições semelhantes, mas ordena uns à 
vida eterna e outros à eterna danação." 
 
e) "Trazei o dinheiro! Salvai nossos 
antepassados! Assim que tilintar em nossa 
sacola, suas almas passarão imediatamente 
ao paraíso." 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
CULTURA GERAL 
PROFESSOR: LUAN MORAES 
 
 
 
 
1.6 O ILUMINISMO E OS DÉSPOTAS 
ESCLARECIDOS 
 
 
ATAQUES AO ANTIGO REGIME 
 
 
Constituídas em um momento de 
crise das estruturas medievais, as 
monarquias absolutistas fundamentaram a 
base política de boa parte dos países 
europeus ao longo da Idade Moderna. Tal 
fato não impediu, no entanto, que neste 
mesmo período tenham surgido movimentos 
contrários a esses governos. As Revoluções 
Inglesas do século XVII, por exemplo, 
confrontaram radicalmente o poder dos reis, 
destituindo o Absolutismo e consolidando a 
monarquia parlamentar. 
 
Tais movimentos vieram a se 
disseminar com mais intensidade no 
transcorrer do século XVIII, que, conhecido 
como o “Século das Luzes”, foi palco de 
intensa propagação dos ideais iluministas. 
Defensores das liberdades, os filósofos do 
“Iluminismo” atacaram ferozmente as 
estruturas do Antigo Regime. Ao advogarem 
regimes políticos mais liberais, criticavam a 
concentração de poder nas mãos do 
governante absolutista. Ao clamarem por 
igualdade jurídica, investiam contra a 
sociedade hierarquizada típica dos Estados 
Nacionais Modernos. 
 
 
PENSADORES 
 
 
Charles Louis de Secondant, o 
Barão de Montesquieu, foi um dos 
pensadores que mais se preocupou com os 
vícios proporcionados pela excessiva 
concentração de poder nas mãos do 
governante. Ao contrário, ele propunha a 
fragmentação desse poder em três 
instâncias: o poder Legislativo, responsável 
pela elaboração das leis; o Executivo, cuja 
função principal seria aplicar as leis e 
administrar a “coisa pública”; e o Judiciário, 
que deveria zelar pelas leis e pelo respeito 
aos direitos. O equilíbrio entre esses três 
poderes seria o caminho mais efetivo à 
garantia das liberdades civis. 
 
Seus contemporâneos Voltaire e 
Rousseau igualmente contribuíram à 
fragilização do Antigo Regime. O primeiro foi 
grande defensor do Estado Laico, exaltando 
a necessidade de distanciar questões 
religiosas dos assuntos políticos. Jean 
Jacques Rousseau foi ainda mais agudo ao 
indicar a República como o sistema político 
que melhor poderia expressar a vontade 
geral, à qual o Estado deveria estar 
submetido. 
 
 
LIBERALISMO ECONÔMICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Adam Smith: pensador 
do liberalismo 
econômico. 
 
 
 
Muitos filósofos iluministas se 
debruçaram sobre o mundo da economia. 
Adam Smith, o mais célebre desses 
pensadores, notabilizou-se pelas críticas 
vorazes direcionadas ao Estado interventor 
mercantilista, característico das monarquias 
absolutistas. Em seu lugar, propunha um 
sistema econômico livre, onde o governo se 
distanciasse das questões econômicas e as 
relações de produção e comércio fossem 
estabelecidas a partir de interesses privados. 
 
Deste modo, Smith analisava a 
economia como uma estrutura autônoma, 
regida por leis inerentes à própria dinâmica 
do mercado. Em outras palavras, haveria 
uma espécie de “mão-invisível”, comandada 
pela “oferta” e pela “procura”, que regularia a 
esfera da economia. Tal concepção ia de 
encontro aos interesses da burguesia, que 
20 
 
CULTURA GERAL 
PROFESSOR: LUAN MORAES 
 
 
percebia no intervencionismo estatal 
mercantilista um empecilho ao crescimento 
de seus lucros. 
 
 
LUZES 
 
 
Além da defesa das liberdades e 
dos direitos civis, o “racionalismo” foi um 
outro aspecto convergente entre os diversos 
pensadores iluministas. Por “racionalismo” 
devemos entender uma forma de 
compreender e explicar os fenômenos 
mundanos a partir de ponderações 
racionalmente elaboradas, ou seja, não 
afetadas por crenças religiosas ou 
transcendentais à existência humana. 
 
Assim, os iluministas concediam ao 
“conhecimento racional” um importante 
papel, o de transformação da realidade. 
Acreditavam que somente com a difusão do 
ensino laico e com a consequente 
“iluminação das mentes humanas” os 
indivíduos estariam livres da “escuridão” das 
sociedades tirânicas. 
 
Uma das mais famosas publicações 
iluministas, a “Enciclopédia”, representa 
claramente o valor atribuído por esses 
pensadores àsciências. Organizada por 
Diderot e D’Alembert, a obra também 
intitulada “Dicionário Racional, das Ciências, 
das Artes e dos Ofícios” tinha por objetivo 
reunir todo o conhecimento humano até 
então produzido. Sua divulgação contribuiria 
à instrução dos homens e, desse modo, à 
sua liberdade. 
 
 
DESPOTISMO ESCLARECIDO 
 
 
Frente à propagação e 
fortalecimento dos ideais iluministas, muitas 
monarquias absolutistas passaram por um 
processo de relativa modernização. Por um 
lado, buscavam manter a centralização 
política em torno dos governantes, mas 
agora adotando determinadas medidas 
iluministas, como o aumento dos 
investimentos em ensino público e o 
incentivo às manufaturas nacionais. 
 
Marquês de Pombal, representante 
do rei português D. José I, pode ser citado 
como um desses déspotas iluminados. Sua 
política para a América Portuguesa, por 
exemplo, comportou medidas centralizadoras 
(como a ampliação do aparelho fiscalizador 
tributário colonial), mas também ações 
“esclarecidas”, como a expulsão da ordem 
jesuítica do Brasil, que representa em certa 
medida a laicização da Coroa lusitana. 
 
 
AS "LUZES" ALÉM DA EUROPA 
 
 
Embora tenha sido na França que o 
Iluminismo se compôs originalmente, seus 
valores foram amplamente divulgados por 
diversos países da Europa, chegando, 
inclusive, em suas colônias. Assim, 
influenciados por tal ideologia os franceses 
fizeram sua “Revolução” em 1789 e os 
colonos americanos iniciaram as lutas de 
independência ainda no desenrolar do século 
XVIII. 
 
Talvez resida aí uma das grandes 
novidades ofertadas pelo Iluminismo: embora 
muitas de suas concepções já tivessem sido 
debatidas anteriormente (como nas 
argumentações desenvolvidas por John 
Locke favoravelmente à limitação do poder 
real ainda em meados do século XVII), 
somente com o movimento iluminista tais 
valores se difundiram mais amplamente. 
Ultrapassando as fronteiras do Velho Mundo 
e se fazendo presente nas mais diversas 
realidades sociais, desencadearam 
revoluções burguesas, insurreições coloniais 
e tantas outras mobilizações populares. 
 
 
QUESTÕES 
 
 
31. (Enem 2000) O texto abaixo, de John 
Locke, revela algumas características uma 
determinada corrente de pensamento. 
 
"Se o homem no estado de natureza é tão 
livre, conforme dissemos, se é senhor 
absoluto da sua própria pessoa e posses, 
igual ao maior e a ninguém sujeito, por que 
21 
 
CULTURA GERAL 
PROFESSOR: LUAN MORAES 
 
 
abrirá ele mão dessa liberdade, por que 
abandonará o seu império e sujeitar-se ao 
domínio e controle de qualquer outro poder? 
Ao que é óbvio responder que, embora no 
estado natureza tenha tal direito, a utilização 
do mesmo é muito incerta e está 
constantemente exposto à invasão terceiros 
porque, sendo todos senhores tanto quanto 
ele, todo homem igual a ele e, na maior 
parte, pouco observadores da equidade e da 
justiça, o proveito da propriedade que possui 
nesse estado é muito inseguro e muito 
arriscado. Estas circunstâncias obrigam-no 
abandonar uma condição que, embora livre, 
está cheia de temores e perigos constantes; 
e não é sem razão que procura de boa 
vontade juntar-se em sociedade com outros 
estão já unidos, ou pretendem unir-se, para a 
mútua conservação da vida, da liberdade e 
dos bens a que chamo de propriedade." 
 
(Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1991 
 
Do ponto de vista político, podemos 
considerar o texto como uma tentativa 
justificar: 
 
a) a existência do governo como um poder 
oriundo da natureza. 
 
b) a origem do governo como uma 
propriedade do rei. 
 
c) o absolutismo monárquico como uma 
imposição da natureza humana. 
 
d) a origem do governo como uma proteção 
à vida, aos bens e aos direitos. 
 
e) o poder dos governantes, colocando a 
liberdade individual acima da propriedade. 
 
32. Durante o século XVIII, conhecido como 
século das luzes, desenvolveu-se em alguns 
centros da Europa: 
 
a) o modernismo 
 
b) o romantismo 
 
c) o iluminismo 
 
d) o regiminismo 
 
e) o absolutismo 
 
33. O iluminismo abriu caminho para as 
revoluções que combateram as estruturas: 
 
a) do Renascimento 
 
b) da monarquia 
 
c) do mercantilismo 
 
d) do Antigo Regime 
 
e) da burguesia 
 
 
34. Foi considerado o pai do iluminismo: 
 
a) John Locke 
 
b) Saint Simon 
 
c) Max Weber 
 
d) Adam Smith 
 
e) François Quesnay 
 
 
35. Durante a metade do século XVIII existiu 
inúmeros estados absolutistas nos quais os 
respectivos monarcas e seus ministros 
tentaram de alguma maneira pôr em prática 
alguns princípios da ilustração, sem abrir 
mão do próprio absolutismo. Essa 
experiência política foi denominada de: 
 
a) despotismo esclarecido 
 
b) iluminismo ilustrado 
 
c) iluminismo esclarecido 
 
d) despotismo ilustrado 
 
e) despotismo iluminista 
 
 
36.(Ufv) O Marquês de Pombal, ministro do 
rei D. José I (1750-1777), foi o responsável 
por uma série de reformas na economia, 
educação e administração do Estado e do 
império português, inspiradas na filosofia 
iluminista e na política econômica do 
22 
 
CULTURA GERAL 
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mercantilismo, cabendo a ele a expulsão dos 
padres jesuítas da Companhia de Jesus dos 
domínios de Portugal. 
 
O Marquês de Pombal foi um dos 
representantes do chamado: 
 
a) Socialismo Utópico. 
 
b) Despotismo Esclarecido. 
 
c) Socialismo Científico. 
 
d) Liberalismo. 
 
e) Parlamentarismo Monárquico. 
 
 
37. (Fuvest) Sobre o chamado despotismo 
esclarecido é correto afirmar que 
 
a) foi um fenômeno comum a todas as 
monarquias europeias, tendo por 
característica a utilização dos princípios do 
Iluminismo. 
 
b) foram os déspotas esclarecidos os 
responsáveis pela sustentação e difusão das 
ideias iluministas elaboradas pelos filósofos 
da época. 
 
c) foi uma tentativa bem intencionada, 
embora fracassada, das monarquias 
europeias reformarem estruturalmente seus 
Estados. 
 
d) foram os burgueses europeus que 
convenceram os reis a adotarem o programa 
de modernização proposto pelos filósofos 
iluministas. 
 
e) foi uma tentativa, mais ou menos bem 
sucedida, de algumas monarquias 
reformarem, sem alterá-las, as estruturas 
vigentes. 
 
38. (Uel) "A Declaração dos Direitos do 
Homem e do Cidadão teria grande 
repercussão no mundo inteiro. 'Este 
documento é um manifesto contra a 
sociedade hierárquica de privilégios nobres, 
mas não um manifesto a favor de uma 
sociedade democrática e igualitária. Os 
homens nascem e vivem livres e iguais 
perante a lei, dizia seu primeiro artigo; mas 
também prevê a existência de distinções 
sociais, ainda que somente no terreno da 
utilidade comum'..." 
 
Assinale a alternativa que identifica um dos 
artigos da Declaração que prevê a distinção 
a que o texto se refere. 
 
 
a) "A propriedade privada é um direito 
natural, sagrado, inalienável e inviolável." 
 
b) "Os cidadãos de conformidade com suas 
posses devem contribuir com as despesas da 
administração pública." 
 
c) "A garantia dos direitos do homem e do 
cidadão necessita de força pública que deve 
ser instituída em benefício de todos..." 
 
d) "A lei só tem direito de proibir as ações 
que sejam prejudiciais à sociedade." 
 
e) "Ninguém pode ser molestado por suas 
opiniões, mesmo religiosas, desde que sua 
manifestação não perturbe a ordem 
pública...". 
 
 
39. (Mackenzie) Sobre o iluminismo, é 
correto afirmar que: 
 
 
a) defendia a doutrina de que a soberania do 
Estado absolutista garantiria os direitos 
individuais e eliminaria os resquícios feudais 
ainda existentes. 
 
b) propunha a criação de monopólios estatais 
e a manutenção da balança de comércio 
favorável, para assegurar o direito de 
propriedade. 
 
c) criticavao mercantilismo, a limitação ao 
direito à propriedade privada, o absolutismo e 
a desigualdade de direitos e deveres entre os 
indivíduos. 
 
d) acreditava na prática do entesouramento 
como meio adequado para eliminar as 
desigualdades sociais e garantir as 
liberdades individuais. 
 
23 
 
CULTURA GERAL 
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e) consistia na defesa da igualdade de 
direitos e liberdades individuais, 
proporcionada pela influência da Igreja 
Católica sobre a sociedade, através da 
educação. 
 
40. (Fatec) As grandes revoluções burguesas 
do século XVIII refletem, em parte, algumas 
ideias dos filósofos iluministas, dentre as 
quais podemos destacar a que 
 
 
a) apontou a necessidade de limitar a 
liberdade individual para impedir que o 
excesso degenerasse em anarquismo. 
 
b) acentuou que o Estado não possui poder 
ilimitado, o qual nada mais é do que a 
somatória do poder dos membros da 
sociedade. 
 
c) visou defender a tese de que apenas a 
federalização política é compatível com a 
democracia orgânica. 
 
d) mostrou que, sem centralização e 
dependência dos poderes ao Executivo, não 
há paz social. 
 
e) procurou salientar que a sociedade 
industrial somente se desenvolverá a partir 
de minucioso planejamento econômico. 
 
 
1.7 REVOLUÇÕES BURGUESAS DO 
SÉCULO XVII 
 
 
Entende-se por Revoluções 
Burguesas os processos históricos que 
consolidam o poder econômico da burguesia, 
bem como sua ascensão ao poder político. 
 
Ao longo dos séculos XVII e XVIII a 
burguesia se demonstrará como uma classe 
social revolucionária, destruindo a ordem 
feudal, consolidando o capitalismo e 
transformando o Estado para atender seus 
interesses. 
 
As chamadas Revoluções 
Burguesas foram: as Revoluções Inglesas do 
século XVII (Puritana e Gloriosa), a 
Independência dos EUA, a Revolução 
Industrial e a Revolução Francesa. Nesta 
aula iremos tratar das Revoluções Inglesas e 
da Revolução Francesa 
 
 
AS REVOLUÇÕES INGLESAS 
 
 
No decorrer dos séculos XVI e XVII, 
a burguesia desenvolveu-se, graças a 
ampliação da produção de mercadorias e das 
práticas do mercantilismo - que auxiliaram no 
processo de acumulação de capitais. 
 
No entanto, a partir de um certo 
desenvolvimento das chamadas forças 
produtivas, as intervenções do Estado 
Absolutista nos assuntos econômicos 
passaram a se constituir em um obstáculo 
para o pleno desenvolvimento do capitalismo. 
A burguesia passa a defender a liberdade 
comercial e a criticar o Absolutismo. 
 
O absolutismo inglês desenvolveu-
se sob duas dinastias, a dinastia Tudor e a 
dinastia Stuart. Durante a dinastia Tudor 
houve um grande desenvolvimento 
econômico inglês- principalmente no reinado 
da rainha Elizabeth I: consolidação do 
anglicanismo; adoção das práticas 
mercantilistas; início da colonização da 
América do Norte e o processo da política 
dos cercamentos, para ampliar as áreas de 
pastagens e a produção de lã. Assim, a 
burguesia inglesa vinha enriquecendo 
rapidamente, ampliando cada vez mais seus 
negócios e dominado a economia inglesa. 
 
Além deste intenso 
desenvolvimento econômico a Inglaterra dos 
séculos XVI e XVII apresentava uma outra 
característica: os intensos conflitos religiosos. 
 
A religião oficial, adotada pelo 
Estado era o anglicanismo, existiam outras 
correntes religiosas: os protestantes 
(calvinistas, luteranos e presbiterianos), 
chamados de modo geral, de puritanos. 
Havia ainda católicos no país. A monarquia 
inglesa - anglicana - perseguia católicos e 
puritanos, gerando os conflitos religiosos. 
 
 
24 
 
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GRUPOS RELIGIOSOS E POSIÇÕES 
POLÍTICAS 
 
 
Os católicos a partir da Reforma 
Anglicana passam a deixar de ter importância 
na economia inglesa; 
 
Os calvinistas -grupo mais 
numeroso -eram compostos por pequenos 
proprietários e pelas camadas populares. O 
espírito calvinista, da poupança e do trabalho 
refletia os interesses da burguesia inglesa. 
 
OS CONFLITOS ENTRE MONARQUIA E 
PARLAMENTO 
 
No século XVII, o Parlamento inglês 
contava com um grande número de 
puritanos- que representavam os interesses 
da burguesia- e não aceitavam mais a 
interferência do Estado Absolutista. Com a 
morte de Elizabeth I, o trono inglês fica com 
os Stuarts. Foi durante esta dinastia que 
ocorreram as Revoluções Inglesas. 
 
A DINASTIA STUART 
 
Jaime I (1603/1625) uniu a 
Inglaterra à Escócia, sua terra natal, 
desencadeando a insatisfação da burguesia 
e do Parlamento, que o consideravam 
estrangeiro. Realizou uma intensa 
perseguição a católicos e puritanos 
calvinistas. Foi em virtude desta perseguição 
que muitos puritanos se dirigiram ao Novo 
Mundo, dando início à colonização da 
América inglesa -fundação da Nova 
Inglaterra, uma colônia de povoamento. 
 
Carlos I (1625/1648) - sucessor de 
Jaime I e procurou reforçar o absolutismo, 
estabelecendo novos impostos sem a 
aprovação do Parlamento. Em 1628 o 
Parlamento impôs ao rei a "Petição dos 
Direitos",que limitava os poderes 
monárquicos: problemas relativos a 
impostos, prisões e convocações do Exército 
seriam atos ilegais, sem a aprovação do 
Parlamento. No ano de 1629, Carlos I 
dissolveu o Parlamento e governou sem ele 
por onze anos. 
 
Em 1640, Carlos I teve que 
convocar novamente o Parlamento 
necessidade de novos impostos, negados 
pelo Parlamento. Diante da negação, Carlos I 
procura novamente dissolver o Parlamento, 
desencadeando uma violenta guerra civil na 
Inglaterra. 
 
REVOLUÇÃO PURITANA 
 
A guerra civil mostrou dois lados da 
sociedade inglesa, de um lado estava o 
partido dos Cavaleiros, que apoiavam o rei: a 
nobreza proprietária de terras, os católicos e 
os anglicanos; de outro estava os Cabeças 
Redondas (pois não usavam cabeleiras 
compridas como os nobres) partidários do 
Parlamento. 
 
As forças do Parlamento, 
organizadas em um exército de rebeldes, 
eram lideradas por Oliver Cromwell. Após 
uma intensa guerra civil (1641/1649), os 
Cabeças Redondas derrotaram os 
Cavaleiros- aprisionando e decapitando o rei, 
Carlos I, em 1649. Após a morte de Carlos I 
foi estabelecida uma república na Inglaterra, 
período denominado "Commonwealth". 
 
A revolução puritana marca, pela 
primeira vez, a execução de um monarca por 
ordem do Parlamento, colocando em xeque o 
princípio político da origem divina do poder 
do rei- influenciando os filósofos do século 
XVIII (Iluminismo). 
 
REPÚBLICA PURITANA (1649/1658) 
 
Período marcado por intolerância e 
rigidez de Oliver Cromwell. Este dissolveu o 
Parlamento em 1653 e iniciou uma ditadura 
pessoal, assumindo o título de Lorde Protetor 
da República. 
 
Em 1651 foi decretado os Atos de 
Navegações, que protegiam os mercadores 
ingleses e provocaram o enfraquecimento 
comercial da Holanda. Com este ato a 
Inglaterra passa a ter o domínio do comércio 
marítimo. 
 
Oliver Cromwell, sob o pretexto de 
punir um massacre que católicos irlandeses 
tinham realizado contra os protestantes, 
25 
 
CULTURA GERAL 
PROFESSOR: LUAN MORAES 
 
 
invadiu a Irlanda, promovendo a morte de 
milhares de irlandeses, originando um 
profundo conflito entre Irlanda e Inglaterra, 
que perdura ainda hoje. 
 
Após a morte do Lorde Protetor 
(1658), inicia-se um período de instabilidade 
política até o ano de 1660, quando o 
Parlamento resolveu restaurar a monarquia. 
 
 
A RESTAURAÇÃO E A REVOLUÇÃO 
GLORIOSA. 
 
 
Carlos II (1660/1685) filho de 
Carlos I, que no ano de 1683 dissolveu o 
Parlamento. Em seu reinado, o Parlamento 
dividiu-se em dois partidos: Whig, composto 
pela burguesia liberal e adeptos de um 
governo controlado pelo Parlamento e Tory, 
formado pelosconservadores e adeptos do 
absolutismo. 
 
Jaime II (1685/1688) - Era católico 
e com a morte de Carlos II assumiu o poder e 
procurou restaurar o absolutismo 
monárquico, tendo oposição dos Whigs. No 
ano de 1688, há o nascimento de um 
herdeiro filho de um segundo casamento com 
uma católica. Temendo a sucessão de um 
governante católico, Whigs (puritanos) e 
Torys (anglicanos), aliaram-se contra Jaime 
II, oferecendo o trono a Guilherme de 
Orange, protestante e casado com Maria 
Stuart - filha do primeiro casamento de Jaime 
com uma protestante. 
 
Guilherme só foi proclamado rei 
quando aceitou a Declaração dos Direitos 
(Bill of Rights), que limitava os poderes do rei 
e estabelecia a superioridade do Parlamento. 
Determinou-se também a criação de um 
exército permanente, a garantia da liberdade 
de imprensa e liberdade individual e proteção 
à propriedade privada. 
 
A Revolução Gloriosa foi um 
complemento da Revolução Puritana, 
garantindo a supremacia da burguesia, 
através do controle do Parlamento. Também 
garantiu o fim do absolutismo monárquico na 
Inglaterra e o surgimento do primeiro Estado 
burguês, sob a forma de uma monarquia 
parlamentar. 
 
 
A REVOLUÇÃO FRANCESA 
 
 
A exemplo do que ocorreu na 
Inglaterra, no final do século XVIII, o 
absolutismo constituía um enorme obstáculo 
para o pleno desenvolvimento da burguesia 
francesa. A Revolução Francesa foi um 
reflexo da luta da burguesia pelo poder 
político. 
 
No entanto, o processo da 
Revolução Francesa não é um movimento 
isolado. Ele está inserido num conjunto de 
revoluções que questionavam o absolutismo, 
sendo um movimento que assolou toda a 
Europa e a América. 
 
Sendo assim, a Revolução carrega 
o termo "Francesa" pois eclodiu na França- 
por uma série de fatores -no entanto as suas 
propostas eram universais. "Os burgueses 
franceses de 1789 afirmavam que a 
libertação da burguesia era a emancipação 
de toda a humanidade" (Karl Marx e Friedrich 
Engels). 
 
 
AS CAUSAS DA REVOLUÇÃO FRANCESA 
 
 
A difusão das ideias iluministas de 
liberdade, igualdade e fraternidade, que 
orientaram os revolucionários franceses na 
luta contra o absolutismo e a desigualdade 
social. 
 
Políticas - o despotismo dos 
Bourbons. Enquanto a maioria das nações 
europeias, sob a influência do Iluminismo, 
procuravam se modernizar, o estado francês 
continuava arraigado no absolutismo 
monárquico. Na França do século XVIII, o 
poder do rei ainda era considerado como de 
origem divina. 
 
Econômicas - a França encontrava-
se em uma grave crise econômica, em 
virtude das péssimas colheitas e na falta de 
alimentos. Os aumentos de preços provocam 
26 
 
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a fome e acentuam a miséria dos 
camponeses. Além da crise econômica, o 
Estado Francês passava por uma gravíssima 
crise financeira, graças ao envolvimento da 
França na guerra dos Sete Anos (1756/1763) 
e na guerra de independência dos Estados 
Unidos- que acarretaram enormes gastos, 
ampliando a dívida do Estado. Para 
solucionar este quadro o Estado precisava 
aumentar sua arrecadação, o que implicava 
em um aumento dos impostos. 
 
Sociais - a questão tributária na 
França vai gerar uma grave crise política, em 
virtude da organização da sociedade 
francesa nesta época. 
 
A sociedade francesa era 
estamental, apresentando três ordens. O 
clero que estava isento de qualquer 
tributação; a nobreza, além da isenção 
tributária era possuidora de privilégios 
judiciários. A terceira ordem era bastante 
heterogênea: era composta pela alta 
burguesia (banqueiros, industriais e 
comerciantes), média burguesia (funcionários 
públicos e profissionais liberais) e baixa 
burguesia (os pequenos comerciantes); 
também as chamadas camadas populares 
(artesãos, operários, camponeses e servos). 
 
Os homens das camadas urbanas 
das cidades eram apelidados de sans-
culottes (usavam calças compridas em vez 
dos calções aristocráticos). 
 
O terceiro Estado era a ordem que 
sustentava os gastos e os luxos do Estado 
francês. 
 
Para ampliar a arrecadação 
tributária, o Estado convoca a Assembleia 
dos Notáveis, composta pelo clero e pela 
nobreza, convocando estas ordens a 
pagarem impostos. Diante da recusa destes, 
o rei Luís XVI convocou os Estados Gerais, 
assembleia que reunia representantes dos 
três Estados. 
 
No entanto, o sistema de votação 
dos Estados Gerais era em ordens 
separadas. Assim, ficava garantida a 
supremacia do clero e da nobreza (somavam 
dois votos) contra um voto do Terceiro 
Estado. 
 
Contra este método tradicional de 
votação, os representantes do Terceiro 
Estado passam a exigir o voto individual (o 
Primeiro Estado tinha 291 deputados, o 
Segundo 270 e o Terceiro 578). O Terceiro 
Estado esperava o apoio dos deputados do 
baixo clero e da nobreza togada, para 
conquistar a maioria. 
 
Diante do impasse político, o 
Terceiro Estado rebela-se e a 9 de julho de 
1789, com a ajuda de deputados do baixo 
clero, declara-se em Assembleia Nacional 
Constituinte - começa a Revolução Francesa. 
 
AS ETAPAS DA REVOLUÇÃO 
 
Assembleia Nacional (1789/1792). 
Fase em que ocorreu a tomada da Bastilha 
(14/07/1789), uma prisão que representava o 
absolutismo francês. É o marco da revolução. 
 
Os camponeses, por seu lado, 
rebelaram-se contra os senhores: invasão 
das propriedades, queima de documentos de 
servidão, assassinatos. Tal reação é 
conhecida como o Grande Medo. Os 
camponeses reivindicavam o fim dos 
privilégios feudais e terras. 
 
Em agosto de 1791 foi aprovada 
uma lei que abolia os privilégios feudais. No 
mesmo mês, no dia 26, a Assembleia 
aprovou a Declaração dos Direitos do 
Homem e do Cidadão -uma síntese da 
concepção burguesa da sociedade: 
liberdade, igualdade, inviolabilidade da 
propriedade privada, bem como o direito a 
resistir à opressão. 
 
Em setembro de 1791, foi 
promulgada uma nova Constituição, que 
diminuía os poderes reais, e transferia o 
poder de decretar leis ao Parlamento. O 
direito ao voto foi restringido também, em 
virtude de seu caráter censitário. 
 
Pela Constituição os privilégios 
feudais foram extintos, garantindo-se a 
igualdade civil, os bens da igreja foram 
27 
 
CULTURA GERAL 
PROFESSOR: LUAN MORAES 
 
 
nacionalizados; o clero transformado numa 
instituição civil e sustentado pelo Estado. 
 
Nesta fase desenvolveu-se os 
seguintes grupos políticos: os girondinos: 
representantes da alta burguesia; os 
jacobinos: representantes da pequena 
burguesia e com influência nas camadas 
populares (sans-culottes) 
 
O processo revolucionário francês 
não foi bem visto pelos regimes absolutistas 
da Europa. A reação foi imediata: intervenção 
militar na França para sufocar a revolução. O 
exército francês era sistematicamente 
derrotado. Em 25 de julho de 1792, 
Robespierre acusou o rei de traição. Em 09 
de agosto o rei, Luís XVI, foi preso. A 
Assembleia convocou novas eleições para 
uma nova Convenção Nacional. 
 
Convenção Nacional (1792/1795) 
Período do Terror. O rei foi condenado à 
morte por traição, criação do Tribunal de 
Salvação Pública- para julgamento dos 
inimigos; foi decretado o fim da monarquia e 
proclamada a República. 
 
Uma nova Constituição foi 
elaborada, sendo considerada a mais 
democrática de toda a Europa, instituindo o 
voto universal, tornou a educação livre e 
obrigatória. 
 
Neste período, onde a liderança era 
exercida por Robespierre, foi imposto o Édito 
Máximo, ou seja, o tabelamento dos preços 
máximos procurando beneficiar as camadas 
populares. Foi abolida a escravidão nas 
colônias, gerando a independência do Haiti. 
 
Representando a pequena 
burguesia, Robespierre

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