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Artrópodes causadores de interesse médico-humano Artrópodes Importância O filo Arthropoda é o maior de todos: >80% da vida animal • Parasitas e vetores • Transmissão mecânica ou biológica • Reações de hipersensibilidade imediata ou tardia à picada • Perda de sangue • Infecção bacteriana secundária nos locais lesados pelas picadas • Inoculação de toxinas ou venenos • Perdas na produtividade animal 2 Classificação Filo Classe Ordem 3 Principais diferenças Aracnídeos: possuem cefalotórax (fusão da cabeça com o tórax), abdome e 4 pares de patas Insetos: possuem o corpo dividido em 3 partes (cabeça, tórax e abdome), 3 pares de patas, 1 par de antenas Classe Aracnida Ordem Acari: compreende os ácaros e carrapatos Os ácaros são importantes causadores de dermatoses humanas Ex: Sarcoptes scabiei Causador da escabiose ou sarna Sarcoptes scabiei Morfologia - Tamanho: 400mm x 300mm - Forma ovóide - 4 pares de pernas em forma cônica - Na extremidade dos dois primeiros pares de pernas existem ventosas que estão fixas à apêndices pedunculados (A) dorsal (B) ventral Sarcoptes scabiei ciclo Deposição de ovos por fêmeas adultas grávidas Ovos Eclosão de ovos e liberação de novas larvas As larvas sofrem mudas e dão origem as ninfas Diferenciação em machos e fêmeas. O contagio ocorre quando as fêmeas fecundadas entram em contato com outras pessoas Sarcoptes scabiei mecanismo de transmissão 10 Sarcoptes scabiei Patogenia e sintomatologia Os adultos perfuram galerias ou túneis na epiderme reação inflamatória, escoriações, vesículas, urticária e prurido intenso (manifesta-se principalmente à noite). Tempo de vida: 3 a 4 semanas Sarcoptes scabiei Diagnóstico Aplicação de fita gomada sobre as crostas para adesão do S. scabiei lâmina microscópio (10 e 40X) Raspagem profunda da epiderme no limite das crostas e pele sã lâmina NaOH ou lactofenol (para clarificar) microscópio (10 e 40X) Sarcoptes scabiei Tratamento Benzoato de benzila (Escabiol) Deltametrina Tiabendozol Líquido, pomada ou sabonete Ivermectina (200mg - VO) OBS.: Infecções bacterianas: Permanganato de potássio a água (1:10.000) Classe Insecta Classe Insecta Alguns benefícios gerais Polinização das plantas Fabricação de cera Alimentação de outras espécies Predação de animais nocivos Decomposição de matéria orgânica Auxílio em investigações criminais Classe Insecta Podem causar doenças como: Miíases Alergias Sarna Pediculose “Bicho de pé” Psicose por fobias Vetores mecânicos de ovos e cistos de parasitos Vetores biológicos Classe Insecta Ordem Anoplura (piolhos sugadores de sangue): Pediculus humanus humanus, Pediculus humanus corporis (pediculose), Pthirus pubis (ftiríase) Ordem Siphonaptera (pulgas): Tunga penetrans (tungíase) Pulex irritans (pulga do homem) Xenopsylla cheopis (pulga do rato – peste bubônica causada por Yersinia pestis) Ordem: Siphonaptera Pulgas Ordem: Siphonaptera Pulgas Família: Tungidae – Tunga penetrans Pulicidae - Ctenocephalides felis felis Ctenocephalides canis Pulex irritans Xenopsylla spp Ordem: Siphonaptera Pulgas Características gerais Espoliadores sanguíneos Provocam irritações e lesões na pele Transmissoras de viroses, doenças bacterianas e parasitoses Holometábolos Tunga penetrans Pulga do porco e “bicho de pé”. Parasita a pele de suínos e acidentalmente o homem Fêmea grávida penetra na pele mantendo a extremidade posterior livre para ovoposição Alimenta-se de sangue Veiculação mecânica de: Clostridium tetani, C. perfrigens Tunga penetrans Depois da ovoposição para o meio externo, a fêmea é expelida Os pés são as regiões mais acometidas Causam tungíase: As lesões deixam o homem suscetível a infecções secundárias como tétano, micoses, etc Tunga penetrans Pulex irritans Pulga do homem Cosmopolita Vive fora do hospedeiro Repasto sanguíneo Preferência por sangue humano Formação de halo eritematoso no local da picada Pouco transmissor de doenças Pulex irritans Xenopsylla cheopis Pulga do rato Transmissora da peste bubônica Transmitida pela picada da pulga Agente etiológico: Yersinia pestis Pode sobreviver 16 meses nas fezes dessecadas das pulgas, 5 meses no ID das pulgas secas e no solo Doença aguda, fatal e endêmica Doença de notificação obrigatória Patologia Bacilos são levados para corrente linfática desenvolvendo linfoadenopatia regional (bubo) principalmente nas regiões inguinal, axilar e cervical. Desenvolvem lesões parenquimatosas hemorrágicas e necróticas Podem desenvolver a forma pnemônica e septicêmica Ordem Anoplura Ectoparasitos do Homem - Piolhos Sugadores Cosmopolitas Piolhos Filo: Arthropoda Classe: Insecta Ordem : Anoplura Familia: Pediculidae Gênero: Pediculus Pthirus Espécie: P.capitis P. pubis P. humanus 32 Piolhos Aspectos gerais: Pequenos e sem asas Hematófagos – aparelho picador-sugador Hemimetábolos Eliminação de ovos operculados (lêndeas)que se aderem a pêlos , cabelos e roupas Causam pediculose Pediculus humanus Habita as partes cobertas do corpo Normalmente ficam aderidos às roupas Realiza ovoposição nas fibras das vestes Liberação de 110 a 300 ovos por dia Longevidade de 90 dias Maior incidência em climas frios pela troca de roupa e banho menos frequente. Hemimetábolos: metamorfose incompleta Pediculus humanus Agentes causadores da febre recorrente Transmissores da Borrelia recurrentis Acessos febrís de 2 a 9 dias com intervalos apirréticos de 2 a 4 dias Primeiro acesso: aparecimento de exantema do tipo petequial Pode ser letal se não tratada Pediculus humanus Transmissão de Rickettsia prowazeki Tifo exantemático Bacteremia, lesões vasculares, extravasamento de plasma, hemoconcentração e choque Pediculus humanus Pediculus capitis Habita a cabeça Ovoposição junto a base dos fios da cabeça Produz 60 a 90 ovos por dia Preferência por temperatura próxima a 30 graus Temperatura baixa inviabiliza os ovos Pediculus capitis Pediculus capitis Pediculus capitis Pthirus pubis Conhecido popularmente como “chato” Medem cerca de 1 mm Habita os pelos da região pubiana e do períneo, mas podem ser encontrados nas regiões axilares e faciais (barba e sobrancelha) Ovoposição junto a base dos pelos Peças bucais ficam inseridas nos tecidos por muitas horas ou dias. Podem ser transmitidas por contato sexual Pthirus pubis Pthirus pubis Transmissão Contato Roupas de cama e de uso pessoal (P.humanus) Pouca transmissão através de pentes e escovas pela impossibilidade do piolho viver fora do parasitismo Patogenia Espoliação sanguínea Lesão papulosa e hiperêmica Prurido Reação de hipersensibilidade à saliva e as fezes do inseto Infecções secundárias pela lesão da pele Tratamento Catação manual Penteação ou escovação frequentes Corte de cabelo Uso de óleos e cremes Benzoato de benzila (Escabiol) Hexaclorobenzeno a 1% (Lindane) DDT em pó – 10% (Dicloro-Difenil-Tricloroetano) CARRAPATOS Carrapatos Cefalotórax fundido com o abdome Quelíceras e peças bucais reunidas em uma no gnatossomo. Agentes causadores de doenças do homem ou de animais Têm o corpo achatado no sentido dorsoventral. Os segmentos do corpo estão fundidos em uma peça única ou idiossomo Organização dos carrapatos No capítulo, há uma peça basal (a), cuja parte mediana e ventral projeta-se numa formação impar, o hipostômio (i). Este é liso e plano na face dorsal e traz dentículos ventrais, com as pontas voltadas para traz. As quelíceras (e, f), com dentes cortantes nas extremidades, ficam dorsalmente ao hipostômio e formam com ele o canal de sucção. Dois palpos, com 4 artículos, integram o capítulo. Gnatossomas (ou capítulos) das fêmeas (vista dorsal e ventral) em: A-E, Amblyomma; B-F, Ixodes; C-G, Haemaphysalis. D, Boo-philus e H, Dermacentor. As estruturas são: (a) base do capítulo; (b, c, d) segmentos dos palpos; (e) bainha das quelíceras; (f) dentes ou dígitos da quelíceras; (g) área porosa; (h) 4º segmento do palpo; (i) hipostômio. Organização dos carrapatos Presença de uma placa quitinizada ou escudo. Olhos simples, quando presentes, ficam nas margens do corpo ou do escudo (b). Sulcos diversos geram aspecto festonado na margem posterior de alguns Ixodidae (e). Amblyomma cajennense, Organização dos carrapatos Abertura genital (b); Placas ou escudos quitinosos (a, c, e, g, h); Placas espiraculares (d); Ânus (f) e alguns sulcos. Durante a cópula, macho introduz com seu hipostômio e as quelíceras, um espematóforo na vagina da fêmea, a ser estocado no receptáculo seminal. A eclosão pode dar-se em cerca de 40 dias, nascem larvas com 3 pares de pernas. Elas se alimentam-se e crescem A 1ª muda as transforma em ninfas, com 4 pares de pernas. Ovos e larva hexápode de um ixodídeo. Classificação e principais espécies IXODIDAE - com gnatossomo na extremidade anterior do corpo, presença de escudo dorsal e estigmas depois do 4º par de pernas. ARGASIDAE - com gnatossomo na face ventral do corpo (exceto nas larvas), sem escudo dorsal, tegumento rugoso ou mamilonado e com estigmas entre o 3º e o 4º par de pernas. Ixodidae Argasidae Família Ixodidae Amblyomma cajennense É conhecido por carrapato-de- cavalo ou carrapato-estrela. Alimentadas, as larvas deixam o hospedeiro após 3-6 dias, para a ecdise no solo. Esta espécie é a principal transmissora da Rickettsia rickettsii, agente da febre maculosa ou tifo exantemático. A. cajennense Febre maculosa Patologia As rickéttsias atacam de início os pequenos vasos, provocando tumefação e degeneração das células endoteliais, formação de trombos e oclusão vascular. Febre durante 2 ou 3 semanas, mal-estar, cefaléia intensa, dores musculares e prostração. Por volta do 3º ou 4º dia, aparece um exantema característico que ajuda o diagnóstico. O exantema torna-se macropapular e, depois, petequial. As lesões hemorrágicas podem tornar-se coalescentes e formar grandes manchas equimóticas. Nos casos graves surgem delírio, insuficiência renal e choque. A falência circulatória pode levar à anóxia e necrose dos tecidos, com gangrena das extremidades. Sem tratamento, a letalidade fica em torno de 20%. Febre maculosa O diagnóstico é sorológico, com antígenos específicos para o grupo da febre maculosa. O tratamento é feito com doxiciclina durante 7 dias ou até 2 dias após cessar a febre; ou com eritromicina. Epidemiologia – Rickettsia rickettsii circula em um ecossistema formado por campos e bosques, do Brasil ao Canadá. Ela tem como reservatórios pequenos mamíferos: lebres, coelhos, esquilos, ratos silvestres e marsupiais, assim como mantém-se em carrapatos que vivem sobre eles. Febre maculosa Nos artrópodes a transmissão da rickettsiose é transovariana e se mantém indefinidamente. Na América do Sul, o maior transmissor é o Amblyomma cajennense; e no México, Rhipicephalus sanguineus. As pessoas são infectadas apenas ocasionalmente pela picada dos carrapatos. Controle - Combater os carrapatos com aplicação de inseticidas de efeito residual e com banhos carrapaticidas para o gado. Os cães devem ser tratados também. Outras medidas, além de evitarem-se as áreas de risco, são: usar botas e roupas que impeçam o ataque dos ixodídeos; impregná-las com repelentes. Estes devem ser aplicados também à pele. Ordem Espécie Nome comum Moléstia Siphonaptera Tunga penetrans pulga da areia bicho do pé Siphonaptera Pulex irritans pulga do homem alergias Siphonaptera Xenopsylla spp. pulga do homem peste Ordem Espécie Nome comum Moléstia Anoplura Pediculus capitis piolho da cabeça dermatoses Anoplura P. humanus piolho do corpo dermatoses, tifo exantemático Anoplura Pthirus pubis piolho do pubis ou chato dermatoses Acari várias carrapatos dermatites, alergias, vários vírus e rickettsias Acari Sarcoptes scabiei ácaro da sarna escabiose ou sarna Acari várias ácaros alergias respiratórias
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