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[Laura Cabo Cravo Roxo] Ectoparasitas Artrópodes → Entomologia: estudo dos artrópodes → Filo ARTHROPODA → Classe INSECTA: Ordem DIPTERA (moscas); Ordem PHTHIRAPTERA (piolhos); Ordem SIPHONAPTERA (pulgas) → Classe ARACHNIDA: Ordem ACARINA (ácaros e carrapatos) → Outras (ex: Crustácea) Características → invertebrados com exoesqueleto quitinoso rígido → Membros articulados (arthron: ‘articulação’, e podos: ‘pés’) → Corpo segmentado em três regiões – cabeça, tórax (ou cefalo-tórax) e abdômen Sistema digestório: → Peças bucais → Glândula salivar → Intestino: → Anterior (papo) → Médio: armazena alimentos e secreta enzimas digestão → Posterior: abertura túbulos de Malpighi = extraem resíduos do sangue para excreção; reto – reabsorção água das fezes e Ânus Cavidade corpórea = celoma, que contém hemolinfa (transporta os metabólitos) Circulação = coração primitivo tubular – sangue entra pelos óstios e sai para hemocele Sistema nervoso = cordão ganglionar ventral e gânglio maior na cabeça (cérebro) Sistema respiratório = O2 entra pelos espiráculos do exoesqueleto e difunde-se pelas traquéias até tecidos Olhos = ausentes ou reduzidos (carrapatos e piolhos) ou bem desenvolvidos (moscas hematófagas) → Olhos dicópticos (separados) ou holópticos (fundidos) Outros órgãos sensoriais = antenas, palpos e receptores no corpo Sistema genital: → Machos – pênis e ganchos externos; testículos internos → ovários > útero > vagina; possuem espermateca – alberga espermatozoides → Maioria artrópodes são ovíparos [Laura Cabo Cravo Roxo] Arachnida → Carrapatos, ácaros, aranhas e escorpiões → Adultos com quatro pares de pata → Corpo = cefalotórax e abdômen Carrapatos e ácaros → Artrópodes pequenos ou microscópicos Peça bucal contém: → Quelíceras e palpos → Hipostômio (ventromedial, com fluxo de saliva do parasita e sangue do hospedeiro) Ciclo biológico CICLO – ovo > larva > ninfa > adulto Carrapatos Família: Ixodidae → Mais importantes → Carrapatos duros (escudo quitinoso – todo o dorso do macho adulto e 1/3 área dorsal da fêmea adulta, larva e ninfa) → Escudo com sulcos e fileira de entalhes (festões) → Gêneros: Ixodes sp., Dermacentor sp., Haemaphysalis sp., Amblyomma sp., Rhipicephalus sp. Ixodidiose Consequências → Importantes vetores de protozoários, bactérias, vírus e riquétsias → Em grande quantidade causa anemia e fraqueza → Lesões na pele pelas peças bucais (local da picada) causam dermatites (saliva contém hialuronidase e anticoagulante) → A saliva pode conter neurotoxinas que causam paralisia Classificação de acordo com o número de hospedeiros Monoxeno - Carrapato de um só hospedeiro (três estágios - larva, ninfa e adultos - alimentação e mudas no mesmo hospedeiro) Dioxeno - Carrapato de dois hospedeiros (larva e ninfa alimentam-se no mesmo hospedeiro e ixodídeo adulto procura um segundo hospedeiro para alimentar-se) Trioxeno - Carrapato de três hospedeiros (para cada estágio há um hospedeiro - mudas feitas fora do hospedeiro) [Laura Cabo Cravo Roxo] Ciclo biológico → Fêmea adulta destaca-se dos hospedeiros e vai ao solo, onde ovipõe (3.000 a 5.000 ovos /dia) > após oviposição, as fêmeas morrem. → Desenvolvimento de ovo até adulto depende condições de temperatura (baixas - prolongam estágios de desenvolvimento) → Larvas (hexápodes) eclodidas sobem em arbustos - esperam passagem do hospedeiro para os quais se transferem → Larva suga sangue do hospedeiro alguns dias e sofre muda da cutícula > ninfa octópode - ingurgita-se de sangue e muda de cutícula > adulto → Cópula sobre o hospedeiro > fêmeas iniciam postura ovos no solo Ixodes sp. → Hospedeiros – mamíferos (importantes em ruminantes) e aves → Localização - todo corpo (axila, inguinal, face e orelhas) Ixodes ricinus (espécie) → Trioxeno (parasitas temporários) → Ciclo de 3 anos → Fêmea ingurgitada = 1 cm; macho = 2 a 3 mm Ixodes ricinus → Sobrevivem apenas com umidade maior que 90% - distribuição população regida pelas chuvas (> primavera e outono) Patogenia Hematófagos causam anemia e transmissão de: → Babesia divergens (bovinos) → vírus da encefalomielite (ovinos e bovinos) → Borrelia burgdorferi (doença de Lyme no homem) → Staphylococcus aureus Lesões de pele (peça bucal denteada) causam nódulos no couro (desvalorização) e infecções por moscas Ixodes canisuga (espécie) → Comum em canis (frestas de pisos e paredes) → Alopecia, prurido e anemia → Alguns Ixodes sp. - toxina causa paralisia ascendente motora aguda Ixodes canisuga [Laura Cabo Cravo Roxo] Dermacentor sp. → Carrapatos de 3 hospedeiros → Ornamentados, com olhos e festões Dermacentor variabilis (espécie) vetor de: → Anaplasma marginale (bovinos) → Ricketsia rickettsii (febre das Montanhas Rochosas = febre maculosa) Dermacentor nitens (espécie) vetor de: → babesiose equina (mais comum no Brasil) Dermacentor sp. Haemaphysalis sp. Haemaphysalis punctata (espécie) → Vetor de babesiose e anaplasmose em bovinos e ovinos (Babesia bigemina, Anaplasma marginale e A. centrale) Haemaphysalis sp. Amblyomma sp. → Grandes, olhos e festões, patas com faixas coloridas Amblyomma cajanense (espécie) → Equinos → “carrapato estrela” → importante na América do Sul → Picadas dolorosas (longas peças bucais) → Vetor da Rickettsia rickettsii (febre maculosa – homem) Rhipicephalus sp. → Carrapatos de 2 ou 3 hospedeiros Rhipicephalus appendiculatus (espécie) → bovinos e ovinos Rhipicephalus sanguineus (espécie) → América do Sul → principal carrapato dos cães (carrapato marrom do cão) → Transmite Babesia canis e Erlichia canis → Causa anemia/paralisia dos carrapatos em cães [Laura Cabo Cravo Roxo] Rhipicephalus (Boophilus) microplus (espécie) → “Carrapatos azuis” dos bovinos → Sem olhos ou festões → Monoxenos (um hospedeiro só) → Regiões tropicais (América do Sul) → Principais vetores de Babesia sp. e Anaplasma marginale em bovinos Controle dos ixodídeos Aplicação de carrapaticidas: → Injetáveis, banhos de imersão, spray, duchas ou spot-on → Regiões preferenciais (virilha, orelhas, úbere) → Amitraz / piretróides / ivermectina → Carrapatos monoxenos: Mais fácil controle - carrapaticidas cada 21 dias (fêmea adulta fica 20 dias no hosp.) → Carrapatos de 2 ou 3 hospedeiros: carrapaticidas cada 7 dias Queima dos pastos (período seco) – elimina carrapatos dioxenos/trioxenos (grande período fora do hospedeiro) → Cultivo do solo (melhora drenagem e diminui umidade) → Rodízio de pastos (criações extensivas ou semi-extensivas) → Seleção de bovinos com alta resistência natural aos carrapatos (raças zebuínas = Bos indicus X raças europeias = Bos taurus) → Vacinas contra carrapatos (experimental) Cães – desinfecção instalações (piretróides) e carrapaticidas nos animais (fipronil/selamectina/banhos imersão com amitraz/coleiras) Família Argasidae → Carrapatos moles (sem escudo), peças bucais não visíveis na face dorsal → Acasalamento fora do hospedeiro → Sobrevivem em clima seco (contrário ixodídeos) → Gêneros Argas sp., Otobius sp. e Ornithodorus sp. Argas persicus (espécie) → Aves domésticas → Estágios intermediários (larvas e ninfas) em frestas do aviário → À noite, sugam sangue das aves, que causam insônia, queda de produtividade, anemia e morte → Transmite: Borrelia anserina (espiroquetose aviária) e bouba aviária Controle dos argasídeos → Acaricida no ambiente (aviários, cochos) → Acaricida mensalmente no hospedeiro (banhos, pulverização ou tratamento tópico) Ordem Acarina Ácaros → Agentes das SARNAS → Maioria – todo ciclo evolutivo no hospedeiro→ Parasitas pequenos ou microscópicos → Transmissão por contato → Ácaros escavadores e não-escavadores [Laura Cabo Cravo Roxo] Ácaros escavadores → Família Sarcoptidae: → Gêneros Sarcoptes sp., Notoedres sp. e Knemidocoptes sp. → Família Demodicidae Ácaros não-escavadores → Família Psoroptidae → Família Cheyletidae → Família Dermanyssidae Sarcoptes sp. → Causam a ESCABIOSE → Hospedeiros – mamíferos domésticos e homem → Distribuição - mundial Sarcoptes scabiei (espécie) → Única espécie para vários mamíferos - linhagens (variedade) altamente espécie- específicas → Arredondado, com patas curtas → Até 0,4 mm comprimento → Estrias transversais e escamas triangulares dorsais Sarcoptes scabiei Ciclo biológico → 17 a 21 dias → Cópula adultos (superfície da pele) → Fêmea fertilizada cava galerias no estrato córneo (2 a 3 mm/dia), nutrindo-se dos tecidos lesados e ovipondo → Ovos (3 a 5 dias) > larvas hexápodes que escavam camada superficial criando “bolsas de muda” > ninfas octópodes → Adultos na superfície Sarna sarcóptica (cães) Transmissão: → Contato direto = horizontal (altamente contagiosa!) → Fômites (qualquer partícula capaz de transportar germes patogênicos) Manifestações clínicas: → Prurido intenso - lesões por auto- traumatismo → Localização lesões: borda orelhas, cotovelos, abdômen e face → Aspecto das lesões – eritema, pápulas, crostas e alopecia Diagnóstico: → EPRC (exame parasitológico do raspado cutâneo) = raspado de pele: → Com potassa (hidróxido de potássio 10%) → Difícil encontro - raspados múltiplos ou diagnóstico terapêutico → Reflexo oto-podal positivo – 75 a 90% dos casos Sarna sarcóptica (suínos) → Transmissão – contato aleitamento (porcas > filhotes) ou durante a monta (cachaço > marrãs) → Lesões: principalmente orelhas; também olhos, axila, dorso e abdômen eritema, pápulas, crostas e escoriações → Prurido intenso causa diminuição do crescimento [Laura Cabo Cravo Roxo] → Diagnóstico - raspado de pele ou exame do cerume orelha Sarna sarcóptica (ruminantes) → Alopecia, eritema e crostas → Bovinos - pescoço e cauda → Ovinos e caprinos - face, axila e virilha → Prurido intenso causa queda na produção de carne e leite, depreciação do couro por arranhaduras e fricção Sarna sarcóptica (humanos) → Possui sua própria linhagem, mas facilmente são infectados pelo Sarcoptes scabiei var. canis → Localização lesões – braços, tórax e abdômen (pápulas avermelhadas e prurido) → Auto-limitante (ácaros não penetram na pele nem se multiplicam) → Reação de hipersensibilidade após contato causa prurido transitório Notoedres sp. Notoedres cati (espécie) → Espécie-específico (hospedeiro = gato) → Ocasionalmente, transitório em outras espécies (cão, coelho, homem) → Estrutura e ciclo de vida semelhante ao Sarcoptes scabiei Diferenças: → Menor, corpo estriado sem espinhos → Fêmeas aglomeradas (“ninhos”) e maior número de exemplares (fácil encontro ao EPRC) Notoedres cati Sarna notoédrica (escabiose felina) → Prurido intenso → Altamente contagiosa → Localização das lesões: → Primeiras lesões = borda medial pavilhões auriculares → Disseminação para cabeça e pescoço > patas e períneo Aspectos das lesões Pele espessada recoberta por crostas densas, aderentes, amarelas ou acinzentadas Alopecia, eritema e escoriações (autotraumatismo) Manifestações clínicas (EPRC) → Confirma diagnóstico → Maior positividade que escabiose canina (“ninhos” de ácaros) → Ácaros menores / exame com pouca luz Knemidocoptes sp. Hospedeiros – aves domésticas e ornamentais Morfologia (estrias concêntricas, ânus dorsal) e ciclo evolutivo – semelhante ao Sarcoptes sp. Infecção pode ficar latente até ocorrer estresse (transferência gaiola, resfriamento) - maior população de ácaros e manifestações clínicas K. mutans (“perna escamosa”) (espécie) → deformidades das patas e claudicação K. gallinae (“sarna desplumante”) (espécie) → hastes das penas - dor e irritação → ave arranca suas penas K. pilae (“face escamosa”) (espécie) → psitacídeos e canários → áreas pouco emplumadas (bico, face, pescoço, parte interna asas, patas) → deformação bicos e dedos [Laura Cabo Cravo Roxo] Demodex sp. (família Demodicidae) → Escavadores, mas com forma e comportamento diferente dos sarcoptídeos → Hospedeiros – mamíferos domésticos (principal = CÃO) e homem → D. canis, D. cati, D. equi, D. bovis... (homem – D. folliculorum) → Distribuição mundial Morfologia: corpo afilado e alongado, até 0,2 mm comprimento, quatro pares de patas Demodex sp. Localização: folículos pilosos e glândulas sebáceas (ovo > larva > ninfa > adulto) Ciclo biológico → Comensais → Grande quantidade nos folículos pilosos - infecção secundária (piodermite) por Staphylococcus intermedius Transmissão → Contato direto mãe-filhote (primeiros dias de vida) durante amamentação (vertical) → NÃO HÁ transmissão entre animais (horizontal) → Sarna demodécica = ácaros + deficiência hereditária de linfócitos T Sarna demodécica (cães) Apresentações clínicas: → Localizada (face e membros torácicos) → Generalizada (lesões disseminadas, com piodermite secundária) Lesões: → Ausência de prurido (prurido moderado com piodermite) → Alopecia, eritema, fistulas (secreção piosanguinolenta), crostas Diagnóstico: → Raspado de pele profundo – diversos estágios Tratamento: → Longa duração (8 semanas ou mais) → Banhos semanais com Amitraz ou Ivermectina oral, diariamente → Antibioticoterapia (piodermite) Controle: → Afastar da reprodução cães doentes e portadores Sarna demodécica (bovinos e caprinos) → Nódulos na pele (± 1 cm) com material caseoso e milhares de ácaros - lesões no couro e perdas econômicas Localização das lesões – focinho, pescoço e dorso Tratamento – Ivermectina injetável Sarna demodécica em outras espécies (gatos, equinos, ovinos e suínos) INCOMUM!! - Demodex cati [Laura Cabo Cravo Roxo] Ácaros não-escavadores Família Psoroptidae Psoroptes sp. → Psoroptes ovis – ovinos e bovinos → Psoroptes equi – equinos → Psoroptes cuniculi – coelhos Morfologia: → Formato oval, até 0,75 mm, ciclo 10 dias → Patas projetadas além da margem do corpo → Peças bucais pontiagudas, perfurantes e mastigadoras, que lesam a pele → Pedicelos triarticulados com ventosas nas extremidades → Tubérculos abdominais arredondados nos machos Fêmea Macho Psoroptes ovis (espécie) Sarna psoróptica de ovinos Prurido intenso (esfregar): → perda de lã / lã úmida e descolorida → Diminuição do ganho de peso Distribuição dos ácaros é sazonal: → Primavera – quiescente, inverno – generalização lesões (vesículas com exsudato seroso e crostas amareladas) Diagnóstico: → Sazonalidade - (inverno – lesões) → Fácil indução do reflexo de mordiscar Raspado de pele: → diferenciar do Chorioptes sp. – comum em ovinos, menos patogênico Sarna psoróptica de bovinos → Psoroptes ovis → prurido causa inquietação e diminuição ganho de peso → Localização das lesões - abdômen e cauda (transmissão durante a monta) → Pode haver transmissão entre bovinos e ovinos, mas linhagem heteróloga sobrevive pouco tempo Sarna psoróptica de coelhos → Psoroptes cuniculi → orelhas / outras regiões → Crostas acinzentadas / amareladas bloqueando canal auditivo → Alopecia, crostas e escoriações (arranhaduras) Diagnóstico – raspado de pele Tratamento - semelhante sarna otodécica em cães Chorioptes sp. → Sarna corióptica → Chorioptes bovis = única espécie para diversos animais (bovinos, ovinos, caprinos e equinos) Morfologia → Formato oval → Patas projetadas além da margem do corpo → Peças bucais arredondadas (mastigamsem perfurar a pele, nutrindo-se de escamas) → Pedicelos curtos e não articulados com ventosas em forma de taça [Laura Cabo Cravo Roxo] → Tubérculos abdominais truncados nos machos Sarna corióptica → Bovinos - lesões em pescoço, cauda, úbere e membros → Ovinos - bolsa escrotal, membros e face → Equinos - membros, principalmente jarrete → Prurido intenso causa fricção e arranhadura - lesões de pele Otodectes sp. → Otodectes cynotis = Sarna otodécica → Hospedeiros – cães, gatos, furão, raposa → Localização preferencial = orelha externa Otodectes cynotis (espécie) Morfologia → semelhante Psoroptes sp. e Chorioptes sp. → Corpo oval, patas salientes, pedicelos não articulados → Nutre-se superficialmente de escamas e crostas dentro da orelha → Ciclo de 3 semanas (Ovo > larva > ninfa > adulto) Patogenia → Otite externa parasitária (Otoacaríase) → Altamente contagiosa → Grande quantidade de cerume acastanhado no conduto auditivo Prurido intenso e meneios de cabeça: → escoriações na base do pavilhão auricular → otohematomas Infecção bacteriana secundária causa otite purulenta Diagnóstico → Manifestações clínicas → Visualização macroscópica (durante otoscopia) ou microscópica (exame parasitológico do cerume) Ordem Siphonaptera Pulgas → Efeitos no hospedeiro e transmissão de doenças → Maior importância em cães, gatos e aves → Homem – hospedeiro alternativo → Ruminantes, equinos e suínos – não têm suas próprias pulgas → Espécies de pulgas têm preferências por hospedeiros, mas podem nutrir-se de diferentes mamíferos e aves Morfologia → Insetos castanho-escuro, sem asas → Corpo achatado lateralmente (cabeça, tórax e abdômen) → Superfície lisa (movimentação entre pêlos e penas) → Olhos – pontos escuros fotossensíveis → Antenas curvas e claviformes, encaixadas na cabeça → Terceiro par de patas mais longo (adaptado para pular) → Peças bucais adaptadas para picar [Laura Cabo Cravo Roxo] → Cabeça com fileira de espinhos escuros na borda posterior e ventral (CTENÍDEOS ou PENTES) - usados para sua identificação Ciclo biológico → Ovo > larva (3 estágios) > pupa > adulto → Período de vida – 1 a 2 anos → Maior parte do ciclo fora do hospedeiro!! Pulgas adultas: → alimentam-se no hospedeiro, podendo ficar até 6 meses sem se alimentar → machos e fêmeas hematófagos → oviposição no ambiente (no hospedeiro - ovos caem ao solo) → movem-se de um hospedeiro a outro → pulgas penetrantes: adultos fixos, enterrados na pele dentro de nódulos; região posterior comunicando com superfície > eliminação ovos para ambiente Ovos: → superfície lisa e ovais eclosão em 2 a 15 dias (depende temperatura) larvas Larvas: → semelhantes a vermes → peças bucais mastigadoras → nutrem-se de fezes de pulgas adultas, com sangue > cor avermelhada → duas mudas e, ao final, tece casulo > pupa Pupas: (até 6 meses) > adultos Gênero Ctenocephalides → Gênero importante em cães e gatos: C. canis e C. felis → Hospedeiros intermediários de: → Dipetalonema sp - pulga adulta ingere filarídeo no repasto sanguíneo → Dipylidium caninum - ovos ingeridos pelas larvas da pulga; desenvolvimento simultâneo (pulga adulta contém cisticercóide do D. caninum) Gênero Pulex → Pulex irritans – parasita do homem, podendo infectar cães e gatos → Pode ser hospedeiro intermediário Dipylidium caninum Gênero Spilopsyllus → S. cuniculi – orelhas de coelhos ou borda orelhas de cães e gatos → Mais sedentária que as outras pulgas Gênero Xenopsylla → Xenopsylla cheopis – pulga de roedores → Principal vetor de Yersinia pestis, agente da peste bubônica (peste negra) no homem [Laura Cabo Cravo Roxo] Gênero Tunga → T. penetrans – pulga penetrante dos mamíferos → Acomete homem (pés - “bicho-de-pé”) e suínos (patas e escroto) → Fêmea penetra pele formando nódulos e causando irritação Pulga das aves Ceratophyllus gallinae: → Pulga mais comum das aves domésticas, causam irritação, inquietude e anemia Echidnophaga gallinacea: → Pulga penetrante; Nódulos na crista e barbela - ulceração da pele Dermatite alérgica a picada de pulgas (DAPP) → Cães e gatos → Hipersensibilidade à saliva da pulga (tipo I e IV) → Comum (60% dermatites alérgicas) → Sazonalidade em regiões temperadas (verão) Lesões → Região lombo-sacra e coccígea dorsal → Prurido intenso causa alopecia, crostas e pápulas Diagnóstico → Anamnese → Exame físico (pulgas ou dejetos castanho- escuro) → Manobra de Mackenzie (algodão umedecido) Piolhos → Ordem PHTHIRAPTERA → insetos altamente específicos, incapazes de sobreviver > 1 a 2 dias fora hospedeiro → Tamanho e coloração variáveis → Achatados dorso-ventralmente → Maioria cegos, ou com olhos primitivos fotossensíveis → Transmissão = contato e fômites Patas terminam em garras → Uma em cada pata = mamíferos → Duas em cada pata = aves Subordens (piolhos) ANOPLURA → Piolhos anopluros = sugadores causam anemia → Apenas mamíferos MALLOPHAGA → Piolhos malófagos = mastigadores causam irritação e lesão cutânea → Mamíferos e aves Anoplura (sugadores) → Grandes (até 0,5 cm) → Cabeça pequena pontiaguda → Peças bucais terminais → Movem-se lentamente → Patas com garras grandes Gêneros (anoplura) Haematopinus sp. – bovinos, suínos e equinos Linognathus sp. – ruminantes e cães Solenoptes sp. – bovinos [Laura Cabo Cravo Roxo] Mallophaga (mastigadores) → Menores (até 0,3 cm) → Cabeça maior, na largura do corpo, arredondada anteriormente → Peças bucais ventrais → Patas com garras pequenas Gêneros (Mallophaga) Mamíferos → Damalinia sp. – ruminantes e equinos → Felicola sp. – gatos → Trichodectes sp. – cão Aves → Lipeurus sp. → Menacanthus sp. Ciclo biológico dos piolhos → Fêmea ovipõe 200 a 300 ovos operculados /mês (= “lêndeas”), esbranquiçados, aderidos à pêlos e penas → Ovo > ninfa (semelhante adulto; três mudas) > adulto (sem metamorfose) → Ciclo = 2 a 3 semanas Pediculose pode ser sintoma de outra condição subjacente: má-nutrição, manejo inadequado, doença crônica Anopluros alimentam-se de sangue e causam perda peso e anemia (infestações leves X maciças) Malófagos alimentam-se de pêlos, escamas, crostas e penas - digerem queratina e causam dermatite crônica com prurido alopecia e lesões couro prejuízos econômicos Pediculose em bovinos → Espécie de mamífero mais propensa → Diversos gêneros, com localizações preferenciais no corpo do hospedeiro – disseminação → Damalinia bovis (mastigador) → Linognathus sp., Haematopinus sp. e Solenoptes sp. (sugadores) Epidemiologia Sazonalidade em países temperados (ausente em países quentes): → Maior infestação final inverno / início primavera → pelagem com máxima espessura = habitat ideal → animais estabulados Primavera e verão – diminuição (altas temperaturas e luz solar) Pediculose em ovinos Transmissão é feita pelo contato corpóreo (aglomerações / feiras / inverno – velo denso) Linognathus pedalis (piolho da pata) e ovillus (piolho da face) – sugador Damalinia sp. – mastigador Irritação e prurido causam enovelamento da lã (perda econômica), lesões pele e miíases [Laura Cabo Cravo Roxo] Pediculose em suínos Haematopinus suis: → Sugador → Localização preferencial –pescoço, flancos, membros pélvicos → Transmissão por contato (confinamento para engorda, filhotes mamando) ou instalações mal higienizadas → Infestações leves são bem toleradas → infestações maciças causam anemia → Vetor do vírus da varíola suína Pediculose em equinos Haematopinus asini – sugador, grande, castanho amarelado, causa anemia Damalinia equi – mastigador, pequeno e amarelo, causa dermatites → Infestam locais com mais pêlos (crista,base cauda, boleto) disseminação Patogenia: > final inverno – início primavera Transmissão – contato e fômites (escovas, mantas, arreios) Maior multiplicação em animais sem cuidados / escovação Pediculose em cães e gatos Cães: Trichodectes canis - mastigador, pequeno e amarelo → Prurido, alopecia, escoriações → Pode ser hosp. intermediário de Dipylidium caninum Linognathus setosus – sugador, maior e azulado causa anemia Gatos: Felicola subrostratus – mastigador Maior predisposição: → Animais mal-cuidados, abandonados, desnutridos (negligência!) → Cães e gatos de pelame longo → Animais jovens Pediculose em aves → Aves domésticas – mais de 40 espécies de piolhos malófagos (mastigam penas e pele causando dermatites) Lipeurus sp. - Cinzento, movimento lento; localiza-se em asas e cabeça Menacanthus sp. – Localiza-se em peito e coxas; Piolho mais patogênico das aves Patogenia: Instalações inadequadas, superlotadas e sem higiene Espécies com diferentes graus de patogenicidade Inquietação, anorexia, arrancamento das penas, queda produção de ovos, perda de peso
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