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PARASITOLOGIA GERAL Prof. Drª. Satie Katagiri DÚVIDAS E PERGUNTAS ENVIAR PARA: Parasito.ufs@gmail.com Ou pelo SISTEMA AVA mailto:Parasito.ufs@gmail.com DEFINIÇÃO Arthro - articulação Podos - pés CARACTERÍSTICAS GERAIS Simetria bilateral Exoesqueleto mudas ou ecdises exúvias Corpo dividido em 2 ou 3 segmentos Hemocele hemolinfa e órgãos Presença de cerdas, acúleos, tubérculos e esporões INTRODUÇÃO Filo Arthropoda Classe Arachnida - “aranha, escorpião, carrapato” Acari Classe Insecta - “mosca, mosquito, pulga, borboleta” CLASSIFICAÇÃO Hemiptera Diptera Anoplura Siphonaptera POSSUEM 8 PATAS (4 pares) POSSUEM 6 PATAS (3 pares) INSECTA Morfologia Geral Cabeça Tórax Abdome MORFOLOGIA GERAL Olhos de Simulidae Vista dorsal Fêmea Dicóptico Macho Holóptico Classe Insecta Cabeça - olhos Observem a estrutura dos olhos – MACHO em cima e FÊMEA embaixo DUAS MOSCAS (em cópula/machoxfêmea) – Musca domestica MORFOLOGIA GERAL Classe Insecta Cabeça - antenas • 1 par • Formas variáveis • Função sensorial Cabeça/antena de MOSQUITOS MORFOLOGIA GERAL Classe Insecta Cabeça – peças bucais Variáveis na forma e tamanho Associada com a função (picador-sugador ou mastigador) Hemiptera Tipos de Aparelho Bucal Fitófago Predador Hematófago Hemiptera Tipos de Aparelho Bucal Fitófago Predador Hematófago CABEÇA e APARELHO BUCAL de BARBEIROS MORFOLOGIA GERAL Classe Insecta Torax Pernas - 3 pares de pernas Asas Formadas por várias nervuras e células (importantes na classificação) Abdome Formado pela união de 8 a 10 anéis, sendo os últimos adaptados para a função reprodutora Tipos de Evolução • Paurometabolia ou metamorfose incompleta • Ovo Ninfa Adulto • Ex.: Hemiptera - “Barbeiro” • Holometabolia ou metamorfose completa • Ovo Larva Pupa Adulto • Ex.: Diptera “moscas” CICLO BIOLÓGICO HOLOMETABOLIA Paurometabolia Artrópodes de importância médica Siphonaptera Anoplura Hemiptera Siphonaptera Pulgas, bicho-de-pé Insetos hematófagos (alimentam-se de sangue) Adultos – ectoparasitas de aves e mamíferos Larva – vida de livre, aparelho bucal tipo mastigador Importância Parasitas - anemia, dermatites, reações alérgicas, lesões cutâneas Vetores – doenças virais ou bacterianas Vetores de: Yersinia pestis, Francisella tularensis, Salmonella enteritidis e S. typhimurium PARASITISMO • Vive na pelagem; • Alimentação intermitente • Vive na substrato (ninho); • Busca o hospedeiro para sua alimentação • Penetração sob a pele; • Alimentação permanente Xenopsylla Ctenocephalides Polygenes Tunga penetrans Pulex irritans MORFOLOGIA • Tamanho: 1 a 3 mm • Coloração: castanho escura • Corpo: achatado lateralmente, ápteras, com último par de pernas adaptado para saltar • Aparelho bucal: picador-sugador • Machos e fêmeas: distinguíveis pelos órgãos genitais MORFOLOGIA GERAL DE UMA PULGA Palpo labial Mandíbula Palpo maxilar Maxila Ctenídeo genal 8o esternito Pinça ou fórceps (clásper) Sensílio ou pigídio Segmentos tarsais Garra Tíbia Fêmur Trocânter Coxa Pênis ou Edeago Espermateca FÊMEA MACHO BIOLOGIA • Hematófagos obrigatórios • Larvas substrato ou ninhos alimentam-se dos restos das pulgas adultas • Adultos alimentam-se no hospedeiro próprio ou não • Hematofagia • cerca de 10 minutos • 2 a 3 vezes por dia • dia ou noite • Longevidade • Xenopsylla cheopis ........... 38 100 dias • Pulex irritans ...................... 125 513 dias • Ctenocephalides canis ...... 58 234 dias Sem alimentar Alimentado Larva (L I, II e III) Pré-pupa Adulto Ovo Pupa 5 dias 26oC Repasto sangüíneo 3 dias Imobilização Esvaziamento do intestino 6 ou mais 500 a 600 METAMORFOSE COMPLETA OU HOLOMETÁBOLO CLASSIFICAÇÃO DAS PULGAS DE INTERESSE PARASITOLÓGICO Principais espécies Pulex irritans Pulga mais frequente que ataca o homem Cosmopolita Comuns em residências e arredores (cinemas) Não são boas transmissoras da peste bubônica Pode causar puliculose (reação dérmica generalizada) Características: Única cerda no occípicio Mesopleura não dividida Espermateca Principais espécies Xenopsylla cheopis Pulga dos ratos domésticos e comensais Cosmopolita Principal espécie transmissora da peste bubônica Caractéristicas: Duas fileiras divergentes de cerdas no occípicio (Forma de V) Mesopleura dividida por uma sutura Espermateca CURIOSIDADES SOBRE A PESTE BUBÔNICA CURIOSIDADES SOBRE A PESTE BUBÔNICA Ainda não se sabe como o paciente se infectou, mas as autoridades estatais decretaram nível três de alerta, proibindo a caça e consumo de animais que poderiam estar com a doença. O consumo de carne crua de animais, como esquilos, marmotas e coelhos, está relacionado a casos da infecção. Outros casos de peste bubônica já haviam sido registrados na Mongólia em 2019. Em maio, um casal morreu após comer carne de marmota, e em novembro, um homem de 55 anos foi diagnosticado com a doença depois de consumir carne de coelho. O último surto de peste bubônica foi registrado em 2017, em Madagascar. Na época, foram registrados 2.348 casos e pelo menos 202 mortes. De acordo com uma fonte ouvida pela BBC, é improvável que a peste bubônica gere uma nova epidemia. “Ao contrário do século 14, nós agora temos uma compreensão de como essa doença é transmitida”, disse Shanti Kappagoda, médico da clínica Stanford Health Care, ao site Healthline. Hoje, já existe tratamento para a peste bubônica através da administração de antibióticos comuns, que devem ser utilizados precocemente. Peste bubônica: sintomas e passado A doença é causada pela bactéria Yersinia pestis e é transmitida principalmente por pulgas que são infectadas. Na Mongólia Interior, o hospedeiro geralmente é a marmota que vive em áreas rurais. Seus sintomas se assemelham aos da gripe, incluindo calafrios, dor de cabeça intensa, febre alta, dores generalizadas, náuseas, vômitos, confusão mental e inflamação dos gânglios linfáticos. Eles começam a aparecer entre três e sete dias depois da infecção. No passado, quando ainda não tinha tratamento, a peste bubônica provocava a morte de 30 a 90% dos infectados em um período muito curto de tempo, de – no máximo – 10 dias. Na segunda metade do século 14, a doença virou uma pandemia, se espalhando pela Europa, Ásia e África e matando 50 milhões de pessoas. Acredita-se que inicialmente a propagação da doença, naquela época, deu-se por meio de picadas de pulgas dos ratos. Depois, quando a peste estava mais avançada, a disseminação passou a acontecer por via aérea, por meio do contato com gotículas respiratórias, como espirro e tosse, assim como é hoje com o coronavírus. A doença foi denominada “negra” por conta das manchas escuras que se formavam na pele, em regiões de grande concentração de gânglios, como axilas e virilha. Principais espécies Ctenocephalides canis e Ctenocephalides felis Pulga de carnívoros (cães e gatos) Cosmopolita Características: Ctenídeos genal e pronotal Espermateca C. canis C. felis Ctenídeo genal Ctenídeo pronotal Principais espécies Tunga penetrans Bicho-de-pé, bicho-de-porco ou bicho-de-cachorro Menor espécie de pulga (1mm) Apenas fêmea penetra nos tecidos Principais regiões: sola plantar, calcanhar, cantos dos dedos e mais raramente, escroto, região anal e pálpebras Características: 3 segmentos torácicos mais curtos que o primeiro abdominal 4 pares de espiráculos abdominaisbem desenvolvidos nas fêmeas não hipertrofiadas Fronte com tubérculo pronunciado Tunga penetrans TRATAMENTO • RETIRADA DA PULGA - Desinfecção com álcool iodado, com auxílio de agulha esterilizada e com os dedos retirar a pulga sem rompê-la • Destruição da pulga com álcool ou fogo para eliminação dos ovos • Aplicação de bacteriostático oxidante no orifício (mertiolate) • Pode ser utilizado tiabendazol ou ivermectina caso indicado pelo médico PROFILAXIA • Andar calçado e usar luvas • Aplicação de malathion e piretróides em chiqueiros e locais onde há ocorrência da pulga Tratamento e profilaxia da tungíase O COMBATE ÀS PULGAS DEVE SER REALIZADO: • Nos animais domésticos (cães e gatos) • No interior das habitações • No ambiente peridomiciliar • Métodos mecânicos (ou naturais) • Químicos Controle Em locais com infestação por pulgas, é essa a divisão. APENAS 5% estão na forma adulta. Anoplura Hematófagos Paurometábolos Classificação: Ordem Anoplura (15 famílias, 532 espécies) Família Pediculidae Pediculus humanus capitis – piolho da cabeça Pediculus humanus corporis – piolho do corpo ou “muquirana” Família Pthiridae Pthirus pubis – “chato” – piolho de pêlos pubianos Pediculus - morfologia Insetos pequenos Ápteros (sem asas) Pernas fortes Aparelho bucal picador-sugador (são hematófagos) Presença de pinça – garra e processo tibial Ovos aderidos aos pêlos – “lêndeas” Operculados Coloração branco-amarelada Tamanho: 0,8 x 0,3mm Pediculus humanus Pediculus capitis Pthirus pubis Pênis Bainha do pênis Clípeo Antena Fronte Olho Estigmas torácicos Costela Coxa Trocânter Fêmur Tíbia Tarso Faixa transversal Espiráculo MACHO FÊMEA Pediculus capitis Pediculus capitis Adulto Lêndea Pthirus pubis - morfologia Insetos pequenos: macho – 1mm e fêmea – 1,5mm Ápteros (sem asas) Tórax e abdome fundidos, mas largo ao nível do tórax Espiráculos 3, 4 e 5 em linha transversal Pernas robustas Presença de pinça Ovos aderidos aos pêlos – chamados de “lêndeas” Nome popular: “chato” Habitat: pêlos da região pubiana • Tifo exantemático (Rickettsia prowazeki) • Febre das trincheiras (Rochalimaea quintana) • Febre recorrente (Borrelia recurrentis) • Tifo murino entre roedores Importância Pediculose do couro cabeludo e do corpo Pitiríase, pitirose, fitifíase ou fitirose Hematofagia Picada – dermatite Prurido intenso Veiculação de: https://www.youtube.com/watch?v=mSZ0HKud5cw Menina com infestação de piolhos na cabeça (título do vídeo) e abaixo o link Pediculus capitis A quem interessar, um vídeo do youtube mostra uma menina com alta infestação de piolhos na cabeça https://www.youtube.com/watch?v=mSZ0HKud5cw Lêndeas nos pêlos pubianos • Insetos hematófagos obrigatórios em todos os estádios evolutivos e sexo • Alimentam-se várias vezes por dia • Postura de ovos: • P. capitis na base dos pelos da cabeça • P. humanus nas dobras das roupas • Longevidade: 40 dias (poucas horas fora do hospedeiro) Biologia METAMORFOSE INCOMPLETA OU PAUROMETÁBOLO M F 10 Ovos/dia 200 Ovos/fêmea ADULTOS NINFA III NINFA II NINFA I LÊNDEA 8 Dias 15 dias CICLO BIOLÓGICO Transmissão Pediculus Principalmente por contato Coabitação, moradias apertadas, transportes coletivos, favorecem a transmissão Transmissão por fômites é possível no caso de P. humanus Pthirus São transmitidos por contato sexual Estímulo para a mudança de hospedeiros – temperatura, umidade e odor Transmissão por ovos ou fômites é pouco provável • Pediculose do corpo • Roupas Formol ou Lysoform por 2 horas a cada 4 dias • Lesões cutâneas pomadas à base de corticóide • Lesões infeccionadas antibioticoterapia e permanganato de potássio • Aquecimento das roupas a 70oC por 1 hora • Uso de inseticidas nas roupas (DDT 10%) Tratamento Tratamento Pediculose do couro cabeludo e Ptiríase Uso de medicamentos é controverso devido À vascularização da cabeça Ato de coçar pode romper o couro cabeludo Aquisição de resistência Indicado o uso de Ivermectina oral – dose única Métodos de controle natural Catação manual, penteação ou escovação frequentes Ar quente Raspagem da cabeça, corte curto do cabelo Óleos, cremes Solução salina concentrada Tratamento com IVERMECTINA Mecanismo de ação A ivermectina é um derivado semissintético das Avermectinas, um grupo de lactonas macrocíclicas produzidas por Streptomyces avermitilis. Indicada para tratamento de Wuchereria bancrofti, Ascaris lumbricoides, Strongyloides stercoralis, Trichuris trichiura e Enterobius vermicularis. Também é indicada para controle de piolhos na pediculose, que é uma dermatose causada pelo Pediculus capitis. A ivermectina é um agente anti-helmíntico semissintético; ela se liga seletivamente e com alta afinidade a canais de cálcio regulados pelo glutamato localizados nas células nervosas e musculares de invertebrados. Isso acarreta aumento da permeabilidade da membrana celular a íons cloreto e, em seguida, hiperpolarização da célula nervosa ou muscular e morte do parasita. Tratamento Métodos químicos Pomada mercurial Benzoato de benzila (Acarsan, Escabiol, Miticoçam e Pruridol) Organoclorados (lindane e hexaclorocicloexano) Compostos sulforados (Tetmosol) Produtos de ervas medicinais (Piolendes) Piretróides sintéticos (Deltacid, Vapio) Utilização: Colocar o produto nas áreas afetadas, 20 a 30min, em seguida lavar com água e sabão em abundância
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