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Material da Mirian para A2 (07/12) SLIDE - Argumentação e Contra-argumentação (aula 19/10) • Argumentar é a arte de convencer através de provas (argumentos sólidos); • Contra-argumentar é mostrar o outro lado da questão apresentada; • Argumentar e contra-argumentar é provar que uma questão possui dois lados, prós e contras. Existem pelo menos três formas muito frequentemente empregadas para se argumentar e/ou contra- argumentar: 1ª) apresentar as causas/consequências a fim de sustentar um ponto de vista; 2ª) fazer concessões para que se possam marcar ressalvas ou tentar conciliar com o interlocutor, reconhecendo, desse modo, parte da verdade que este defende; 3ª) levantar hipóteses para se confirmar uma tese. Mas, um dos modelos mais usados é o modo CONCESSÕES. E é esse que vamos aprender hoje! Modos de concessões: Fazer concessões é mostrar que uma questão pode ter dois pontos de vista. Exemplo: Imaginemos um tema – a possibilidade de legalização da maconha em nosso país: • ARGUMENTOS FAVORÁVEIS À LEGALIZAÇÃO � o usuário necessita de ajuda, e não de repressão; � o usuário não é criminoso; portanto não deve ser afastado do convívio social; • ARGUMENTOS DESFAVORÁVEIS À LEGALIZAÇÃO � consequências maléficas ao organismo e ao psiquismo: perda da capacidade cognitiva; falta de motivação para realizar projetos de vida; comprometimento do bom funcionamento de órgãos como pulmão; problemas de garganta; SLIDE - Construção de Textos Críticos (aula 26/10) São textos que possuem dois traços fundamentais: a informação e a opinião. � A informação é o atributo que dá veracidade ao texto, que o torna oportuno e desejado (uso da indução majoritariamente). � A opinião deve ser embasada, pontuada por informações ou pela voz de um especialista (argumento por autoridade - indução). � A junção destes dois atributos conferem legitimidade ao texto crítico, a análise que será delineada ao longo do texto. Estrutura textual: • Uso da arquitetura da argumentação (indução e/ou dedução) • Uso do argumento por autoridade (indução); • Uso de informações (volume informacional – indução); • Uso de consenso, caso o tema propicie (dedução); • Uso dos requisitos da argumentação e contra argumentação (usar prós e contra de uma mesma questão – método “concessões” ou “hipótese”). Visa o distanciamento crítico. • Na produção crítica, caso a intencionalidade seja defender mais um lado do que o outro, embora exponha-se os "prós e contra” de uma mesma questão, os lados podem ser apresentados de modo desequilibrado. Características da linguagem: • Avaliação inflexível (opinião). Qualificação e desqualificação/juízo de valor (uso de adjetivos) • Uso moderado de adjetivos • Deve-se evitar agressões! • Distanciamento crítico (uso da argumentação e da contra argumentação – mas não é necessário equilíbrio) • Rigor analítico – responsabilidade ética Qualidades de textos críticos: • Relatividade – o uso da técnica de relativizar a crítica utilizando objetos ou eventos semelhantes é muito praticada, pois favorece ao distanciamento crítico e ao didatismo da análise. • Imparcialidade – consegue-se através de análise técnica, onde os principais pontos abordados são esmiuçados com rigor técnico/científico; este é o principal motivo da produção requerer especialistas no assunto para sua elaboração. • Clareza – quanto mais direto, mais objetivo melhor; as análises expostas de maneira complexa, através de linguagem erudita, não favorecem em nada o entendimento do leitor. Tipos de críticas: • Crítica ensaio – texto aberto à reflexão; uso de linguagem mais leve; as questões não ficam propositalmente fechadas; os juízos de valor são usados com moderação. • Crítica resenha – misto de resumo e análise crítica; linguagem incisiva, não deixando margem à dúvida; clara, objetiva e direta. A resenha crítica ou acadêmica é um texto que proporciona ao leitor uma apresentação da obra, que pode ser um livro, palestra, filme ou evento cultural, descrevendo-a criticamente, relatando o seu conteúdo, situando o texto dentro do campo de pesquisa ao qual pertence e evidenciando as suas relações com o campo teórico. Como escrever/montar uma resenha crítica ou acadêmica As resenhas acadêmicas possuem 4 partes bem distintas: 1. Apresentação (cabeçalho) � Título da obra resenhada ou não � Local, edição, editora, data, número de páginas, etc. � Autor da obra resenhada � Credenciais do autor (breve biografia) 2. Introdução � Do que trata a obra (rápida descrição sobre o conteúdo apenas com a intenção de contextualizar o leitor acerca de sua importância) � Como aborda o assunto (como a obra resenhada o dispõe, de maneira inédita ou não, se é uma releitura, etc.) 3. Desenvolvimento (misto/movimento contínuo de resumo com análise crítica) � Resumo das principais ideias apresentadas pelo autor � Características especiais, se há algo diferente � Exige ou não conhecimentos prévios acerca do assunto � O autor faz conclusões ou não, e quais foram 4. Conclusão (apreciação geral da obra relativa a outros aspectos, como linguagem, estética, etc.) � Mérito da obra (se acrescentou algo novo, se tem características didáticas, promove reflexão, etc.) � Destaque para ideias originais, criativas (deve-se tornar a ressaltá-las, caso haja) � Destaque para abordagem nova (se existir) SLIDE - Construção de textos de opinião (aula 09/11) • São muito aplicados na área de comunicação, especialmente no jornalismo de opinião (artigos e editoriais); • São estruturas ideais quando se quer marcar uma posição (a favor ou contrária) em relação a um tema polêmico; • As ideias são organizadas em quatro áreas distintas, cada uma com uma função específica, as quais serão vistas a seguir; Estrutura básica: • 1. Tomada de posição em relação ao tema (contra ou a favor); -introdução. • 2. Justificativa da posição assumida, com base em argumentos validados; - desenvolvimento 1º • 3. Antecipação de possíveis argumentos contrários ao seu ponto de vista, contestando-os (refutação de tese contrária); - desenvolvimento 2º • 4. Conclusão do texto, reforçando-se a posição assumida (uso da conclusão resumo). SLIDE - Características das linguagens – PUBLICIDADE E JORNALISMO (aula 16/11) Linguagem Publicitária: Não existe discurso neutro, pois o uso da argumentação é evidente. A análise de uma peça publicitária é complexa, pois há vários códigos persuasivos: iconográfico, retórico, estilístico, emotivo, etc. Tipos de códigos na mensagem publicitária: • Iconografia – assuntos/coisas representados por imagens, relacionando-os com as suas fontes e significados. • Retórica – arte de falar bem, sabendo usar de artifícios persuasivos para convencer. Entre os tipos de raciocínio usados para organizar as ideias na mensagem publicitária, os principais são: • Raciocínio apodítico:Tem o tom de verdade inquestionável, pois a argumentação é fechada (discurso fechado) e não resta outra escolha para o leitor a não ser aceitar. Exemplos: “Nenhuma linha de banho foi tão funda na sua pele”. (Discurso Fechado/Sabonete cremoso Lux Skincare, 1995) Tipos de discurso: � Discurso fechado: leva a conclusões definitivas, prescreve, induz, conduz. Ex. “Brastemp, não tem comparação”. “Não é, assim, uma Brastemp”. � Discurso aberto: é próprio da arte, é ambíguo, não define nada, convida à subjetividade. Ex. “Quem lê o Extra fala bem”. (Jornal Extra) “O banco opera online. E você não sai da rede”. (Banco Itaú) • Raciocínio dialético: Procura dar flexiblidade ao raciocínio, dá alternativas, sugere mais de uma conclusão possível. Porém, a forma como se colocam as hipóteses acaba apontando para uma direção. Ex. “Não estamospedindo para você comprar. Estamos pedindo só para você experimentar”. (Honda Civic, 1996) “Quer uma dica de lugar chique para comer em São Paulo?” (Produtos para cozinha Brastemp, 1996) • Raciocínio retórico: O convencimento se dá pela união de razão e emoção. O raciocínio retórico difere do poético pelo uso combinado de razão com emoção. Outro recurso recorrente no raciocínio retórico é o uso da antítese e da ambiguidade. Ex. “À noite, a sede é minguante e o desejo é crescente”. (Antítese/Uísque Black & White, 1995) “Há poucos lugares onde você pode ficar tão à vontade quanto num Kildare”. (Razão e emoção/Calçados Kildare) “Todo mundo precisa um pouco. Insensatez”. (Razão e emoção/O Boticário, 1995) Elementos mais usados no texto publicitário • Substantivos: nobreza, juventude, requinte, classe, status, sucesso, luxo, charme, conforto, estilo, modernidade, personalidade, qualidade, saúde. • Adjetivos: nobre, jovem, inédito, exclusivo, diferente, pioneiro, primeiro, distinto, seleto, alegre, bonito, clássico, elegante, especial, fino, gostoso, inigualável, natural, potente, suave. • Estrangeirismos (o francês para passar requinte, o inglês para passar juventude, modernidade) • Ressegmentação (felizcidade) • Uso da segunda pessoa: tu/você • Verbos na forma imperativa: Faça, compre • Uso de letras maiúsculas (caixa alta) Figuras de linguagem mais usadas no texto publicitário • Metáforas: “As mulheres adoram fazer companhia a um solitário”. (H. Stern) • Personificação: “Até quando o Brasil continuará a abondonar seus filhos?” (Campanha política Paulo Maluf) • Polissemia/ambiguidade: “Quem é Vivo sempre aparece”. (Operadora Vivo) Linguagem jornalística: Busca narrar o fato de forma direta e simples. Evita-se a linguagem prolixa e rebuscada. Rejeita-se o excesso de adjetivação. Uso de períodos curtos (frases com média de 15 palavras) e ordem direta, de preferência (sujeito, verbo, predicado). Evita gírias incomuns. Explicita-se as siglas (coloca-se por extenso). Sendo assim, as características apresentadas podem variar de acordo com o gênero do produto jornalístico (informação ou opinião). Ex. Bonde de Santa Teresa faz primeiro teste no interior do estado (Extra, 27/05/2014) Ex. A sociedade local foi abalada ontem com um trágico acontecimento, que envolveu duas famílias das mais Ex. Os primeiros testes do bonde de Santa Teresa tiveram início, na manhã desta terça-feira, na sede da empresa T'Trans. (Extra, 27/05/2014) Textos informativos: � São expositivos (dissertativos), não deve haver opinião � Expõem os fatos em ordem de relevância (narratividade) � A ordem direta das orações é recorrente � Evita-se intercalações � Obedece aos critérios de noticiabilidade Textos opinativos: � São argumentativos (há opinião) � Não há ordem fixa de exposição dos fatos � Interpretam os fatos � Linguagem mais rebuscada, sofisticada � Há juízo de valor � Sua escolha nem sempre é indicada pelos critérios de noticiabilidade SLIDE - ESTRATÉGIAS PERSUASIVAS - Argumentação provocativa (aula 23/11) O que são estratégias persuasivas? Como e onde são usadas? No jornalismo: Muito comum nos jornais populares Na publicidade: Uso articulado de estratégias textuais e visuais Argumentação provocativa é o uso de qualquer estrutura argumentativa (dedução, indução, ou ambos) como base para organizar o texto, suas ideias, mais a inclusão, de forma pensada, de vocábulos (estratégias persuasivas/estratagemas) “escolhidos a dedo”, que visam provocar diferentes reações no leitor, como, por exemplo, raiva, ironia/humor, demonstração de preconceito, sensualidade, etc. • Reificação: significa dar tratamento de coisa ou de objeto ao homem. Normalmente é usado para carregar uma atitude negativa, mas também pode ser usado positivamente. Exemplos: Ela foi jogada fora por seu amante. (negativo) Ela é um avião. (positivo) • Personificação, que dá características humanas a animais ou a coisas. Exemplos: Meu cachorro é fiel e fica feliz quando chego em casa. Os pés do sofá estão soltos. • Polissemia é a qualidade da palavra ou expressão ter mais de um significado, o qual, normalmente, só é identificado no contexto que ele é empregado. • Ambiguidade é quando a palavra tem mais de um sentido. Pode ser usada sem intenção e, neste caso, torna-se um DEFEITO na argumentação. Os exemplos : Roberto e Cláudia vão se divorciar. (Ambiguidade - DEFEITO NA ARGUMENTAÇÃO) Como arrumar uma coroa (campanha Sinaf) (Palavra polissêmica – coroa – provocando ambigüidade) Preguiçoso é o dono da sauna que vive do suor dos outros (Ambiguidade prevista – ESTRATÉGIA PERSUASIVA) • Estratagemas argumentativos que visam produzir efeitos no leitor (raiva, pena, preconceito, emoção, fetiche, coloquialismo excessivo, etc.). A seguir alguns exemplos de condução de interpretação através deste recurso: • O candidato José Serra e madame Dilma Roussef farão hoje o último debate. (rádio JB) PRECONCEITO • Luana não tem mais Dado em casa. (Manchete Meia hora) FETICHE/SENSUALIDADE • Presídio está proibido de receber presos. (portal R7) IRONIA • Skol da Rocinha desce redondo pro inferno. (Manchete Meia Hora) IRONIA • E agora, lendo o lead da notícia? ESTRATÉGIAS PERSUASIVAS Ironia (combinação de estratégias textuais e visuais) – Exemplo: Bope vai às compras na Mangueira Uso apenas de estratégia visual Ambiguidade prevista Ambiguidade prevista (uso de estratégias visuais e textuais) SLIDE - Mudança de gradação (aula 30/11) O que é isto? Quando escrevemos temos três âmbitos do texto que podemos alternar, que são eles: informativo, interpretativo e opinativo. • Texto informativo: dá conta de um fato ou de uma série de fatos ocorridos sucessivamente no mesmo local ou no contexto de um mesmo assunto (são informações acerca do fato); • Texto interpretativo: apresenta fatos (informações) propondo ligações entre eles que conduzem a entendimentos possíveis; • Texto opinativo apresenta uma versão para um conjunto de fatos, mencionando-os ou não. Exemplo: Vamos trabalhar com as seguintes sentenças: (a) João matou Maria (b) João saiu do manicômio há pouco tempo (c) A política adotada no setor de saúde é ampliar o atendimento ambulatorial de doentes mentais. A partir delas vamos construir três pequenos textos: • 1. “João da Silva matou sua companheira, Maria da Silva, na madrugada de ontem. João, que é doente mental e possui várias passagens por hospitais psiquiátricos, saiu recentemente do manicômio beneficiado pela nova política adotada no setor de saúde, que é ampliar o atendimento ambulatorial de doentes mentais”. • 2. “A redução dos custos no atendimento à saúde, resultado da política de arrocho dos gastos públicos ditada pelo FMI, resulta em riscos à população, que tem que conviver com pessoas insanas. É o caso de João, que matou Maria.” • 3. “ João da Silva matou sua companheira, Maria da Silva, na madrugada dessa sexta-feira. João saiu recentemente do manicômio beneficiado pela nova política adotada no setor de saúde que é ampliar o atendimento ambulatorial de doentes mentais”. Respostas: • Texto 1 – Interpretativo “ João da Silva matou sua companheira, Maria da Silva, na madrugada de ontem. João, que é doente mental e possui várias passagens por hospitais psiquiátricos, saiu recentemente do manicômio beneficiado pela nova política adotada no setor de saúde, que é ampliar o atendimento ambulatorial de doentes mentais”. OBS: ligações entre os fatos que conduzem a entendimentos possíveis. • Texto 2 – Opinativo “A redução dos custos no atendimento à saúde, resultado da política de arrocho dos gastos públicos ditada pelo FMI,resulta em riscos à população, que tem que conviver com pessoas insanas. É o caso de João, que matou Maria.” OBS: apresenta uma versão para um conjunto de fatos. • Texto 3 – Informativo “ João da Silva matou sua companheira, Maria da Silva, na madrugada dessa sexta-feira. João saiu recentemente do manicômio beneficiado pela nova política adotada no setor de saúde que é ampliar o atendimento ambulatorial de doentes mentais”. OBS: são informações acerca do fato. Exercício: • Escolha um dos parágrafos introdutórios a seguir e continue o texto (apenas mais dois parágrafos) dando um ar mais interpretativo/opinativo ao primeiro (sobre aumento no número de idosos) e, um ar mais informativo ao segundo (sobre a fome no mundo). • Dê título que confirme a inversão de gradação. Introdução 1 - Informativa: “O número absoluto de idosos no Brasil já é um dos maiores do mundo: 15 milhões. De acordo co a pesquisa Síntese de Indicadores Sociais, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de geografia e Estatística (IBGE), as pessoas com 60 anos ou mais representam 9% da população do país. O estudo mostra que a tendência de envelhecimento da população brasileira é irreversível e tende a aumentar cada vez mais. Projeção do Instituto aponta que, em 2020, o número de pe3ssoas com 60 anos ou mais deve dobrar, chegando a 30 milhões”. • Continuação com nuances mais interpretativas/opinativas. • Título seguindo a mesma linha do desenvolvimento (interpretativo/opinativo). Introdução 2 - Interpretativa/opinativa: “Segundo a Organização das nações Unidas (ONU), a população humana atingiu em 2000 a marca de 6 bilhões de indivíduos. Para alimentar todos esses estômagos, as necessidades de terra e de recursos para plantar, gerar renda e criar empregos são cada vez maiores. A pressão causada pela expansão populacional é mais intensa nos países do Terceiro Mundo, onde grande parte das pessoas vive sob condições de pobreza extrema e sofre as suas conseqüências. Os países ricos e com maior população veem o Terceiro Mundo como uma extensão de suas terras e a salvação para alimentar seus habitantes. Entretanto, os países pobres, embora ainda apresentem espaço para o plantio, também começam a se preocupar com seu futuro e não pretendem dividir o único trunfo que tem nas mãos – terras improdutivas – com aqueles que antes não faziam questão de perceber sua existência”. • Continuação com nuances mais informativas. • Título seguindo a mesma linha do desenvolvimento (informativo).
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