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Universidade Federal do Ceará Centro de Ciências Departamento de Química Orgânica e Inorgânica Bacharelado em Farmácia Química Geral e Inorgânica Prática Nº 4 Propriedades Periódicas Aluno: Darlan Brasileiro de Araújo Matrícula: 375496 Professora: Maria Elenir Nobre Pinho Ribeiro Data de realização: 15 de Abril de 2015. Data de entrega: 6 de maio de 2015 Sumário Fundamentação Teórica 3 Objetivos 5 Parte Experimental 5 Materiais Utilizados 5 Reagentes Utilizados 5 Metodologia 6 Resultados e Discussão 8 Considerações Finais 12 Bibliografia 13 Fundamentação Teórica Deste sempre o homem vem tentando descobrir e classificar tudo que está ao seu redor e sua composição. A química teve e tem sua evolução pautada nisto. Assim, por meio de anos de estudos, foi-se desenvolvida a tabela periódica, que, com bases já nos conhecimentos sobre os átomos, enumerava e classificava cada elemento até então analisado na história. A tabela se tornou de grande valia para estudiosos da área que a utilizam até hoje para a melhor compreensão das reações químicas existentes na natureza. Os principais conceitos para a organização das periodicidades da tabela são: Raio atômico ou o raio do átomo - É a distância entre o núcleo do átomo até a camada mais externa de sua eletrosfera, e é calculado pela distância entre dois átomos com métodos específicos. Exemplo: O elemento Frâncio (Fr) por obter maior raio atômico, é localizado no extremo sudoeste da tabela. Energia de ionização – É a energia gasta pelo átomo para remover um ou mais elétrons de outro átomo, geralmente no estado gasoso. Se o átomo for grande sua energia de ionização será menor. Exemplo: O elemento Hélio (He) é o que obtém maior energia de ionização, logo, é localizado no extremo nordeste da tabela. Afinidade Eletrônica – É a energia liberado por um átomo ao “capturar” um elétron de outro átomo. Assim, elementos com baixa afinidade eletrônica têm dificuldade em ganhar elétrons, já os com grande afinidade eletrônica têm mais facilidade. Exemplo: O elemento Cloro (Cl) é o de maior afinidade eletrônica, deste modo, é localizado ao nordeste da tabela. Eletronegatividade – É uma propriedade diretamente ligada às interações entre átomos, pois mede a força de atração entre os elétrons em uma ligação. Exemplo: O Flúor (F) é o elemento mais eletronegativo e se situa a nordeste da tabela. A tabela periódica é na prática organizada em períodos (linhas horizontais) e famílias (linhas verticais) nas quais os elementos são dispostos de maneira que as propriedades químicas e físicas similares entre elementos façam com que eles se arrumem proximamente. Nesta prática, serão destacadas duas famílias específicas da tabela, a 2A e a 7A, ou respectivamente, a dos metais alcalinos terrosos e a dos halogênios, além de alguns metais, onde serão relatadas experiências relacionadas as solubilidades dos sais formados por determinados íons dos elementos presentes nas duas famílias. Objetivos Caracterizar alguns elementos como metal e não-metal; Verificar a sequência dos metais alcalinos terrosos no grupo, através de teste de solubilidade pela formação de precipitado; Deduzir a sequência dos halogênios no grupo através de reações específicas; Desenvolver procedimento para testar a presença de cátions dos elementos dos grupos IIA e haletos em solução. Parte Experimental Materiais Utilizados Tubos de ensaio Pipetas Volumétricas 1 Ímã 1 pilha 1 bico de bunsen Reagentes Utilizados Reagente Fórmula Molecular Ácido Clorídrico HCl Nitrato de Magnésio Mg(NO3)2 Nitrato de Cálcio Ca(NO3)2 Nitrato de Estrôncio Sr(NO3)2 Nitrato de Bário Ba(NO3)2 Carbonato de Sódio Na2CO3 Oxalato de Amônio (NH4)2C2O4 Ácido Sulfúrico H2SO4 Cromato de Potássio K2CrO7 Cloreto de Sódio NaCl Brometo de Sódio NaBr Iodeto de Sódio NaI Nitrato de Prata AgNO3 Hidróxido de Amônio NH4OH Ácido Nítrico HNO3 Nitrato de Ferro (III) Fe(NO3)3 Bário (sal) Ba Cálcio (sal) Ca Estrôncio (sal) Sr Sódio (sal) Na Metodologia 1 – CARÁTER METÁLICO Parte 1.1 - Foram utilizados cinco recipientes contendo cinco substâncias diferentes, identificadas apenas por uma letra em cada amostra. Foi observado se havia as seguintes propriedades em cada uma das substâncias: cor, brilho e maleabilidade. Em seguida, usando a pilha e um pequeno circuito formado por dois fios de cobre e um fotodiodo foi observada a presença de condutibilidade elétrica. Depois, usando o ímã, foram observadas as substâncias que tivessem propriedades ferromagnéticas. As observações foram anotadas. Parte 1.2 - Logo em seguida, na bancada ao lado, havia cada uma das mesmas substâncias encontradas na Parte A, porém desta vez cada uma delas deveria ser depositada em tubos de ensaio diferentes e posta para reagir com 2,0 mL de ácido clorídrico (HCl 4 mol/L). A observação durou 10 minutos e os resultados foram anotados. 2 – SEQUÊNCIA DOS METAIS ALCALINOS TERROSOS Parte 2.1 - Com pipetas volumétricas especificamente marcadas para cada substância, foi-se adicionado 1,0 mL de solução a 0,1 mol/L dos seguintes sais: Nitrato de Magnésio (Mg(NO3)2), nitrato de cálcio (Ca(NO3)2), nitrato de estrôncio (Sr(NO3)2) e nitrato de bário (Ba(NO3)2) em diferentes tubos de ensaio. Parte 2.2 - Em seguida, a cada tubo foi adicionado 1,0 mL de carbonato de sódio (Na2CO3. 1 mol/L). As misturas foram agitadas e observadas. Parte 2.3 – A Parte 2.1 foi preparada outras três vezes, substituindo-se, dessa vez, a 1,0 mL de carbonato de sódio (Na2CO3. 1 mol/L) por 1,0 mL de oxalato de amônio ((NH4)2C2O4), 1,0 mL de ácido sulfúrico (H2SO4) e 1,0 mL de cromato de potássio (K2CrO7). As misturas foram agitadas e observadas. Parte 2.4 – Como atividade para exercitar o aprendido com o observado nas outras misturas, foram utilizados os mesmos reagentes das Partes 2.2 e 2.3 na Amostra X disponível na bancada do laboratório. Os resultados foram anotados. 3 – SEQUÊNCIA DOS HALOGÊNIOS Parte 3.1 - Em três tubos de ensaio foram colocados 1,0 mL de solução a 0,1 M de cloreto de sódio (NaCl), brometo de sódio (NaBr) e iodeto de sódio (NaI). Parte 3.2 - Em seguida foi acrescentado a cada um dos tubos 1,0 mL de nitrato de prata (AgNO3) a 0,1 mol/L. Parte 3.3 - Após algum tempo foi adicionado a cada um dos tubos 1,0 mL de hidróxido de amônio (NH4OH). Parte 3.4 – Utilizando 1,0 mL da Amostra Desconhecida disponibilizada na bancada em um tubo de ensaio, foi-se realizado os procedimentos das Partes 3.2 e 3.3. Os resultados das reações observadas foram registrados. Parte 3.5 – A Parte 3.1 foi refeita. Parte 3.6 – Em seguida foi adicionado a cada um dos três tubos, 1 gota de ácido nítrico (HNO3 . 3 mol/L). Parte 3.7 – Depois, foi adicionado a cada um dos três tubos, 1,0 mL de nitrato de ferro (III) (Fe(NO3)3). Parte 3.8 – Novamente utilizando 1,0 mL da Amostra Desconhecida, foi-se repetido as partes 3.6 e 3.7. Os resultados das reações observadas foram registrados. 4 – INDENTIFICAÇÃO DE CÁTIONS METÁLICOS PELO TESTE DE CHAMA Parte 4.1 – Uma alça metálica foi mergulhada em ácido clorídrico (HCl) e queimada no bico de Bunsen inúmeras vezes até que não houvesse mais alteração na cor da chama. Este é um procedimento de limpeza Parte 4.2 – Utilizando a mesma alça de metal foram queimados partículas dos sais de bário (Ba), cálcio (Ca), estrôncio (Sr) e sódio (Na) no bico de Bunsen a fim de verificar as mudanças da cor da chama em contato com tais substâncias. Os resultados das reações observadas foram registrados. Resultados e Discussão 4.1 – CARÁTER METÁLICO Os resultados das observações e experimentos feitos nas partes 1.1 e 1.2 estão presentes na tabela abaixo. Substâncias Propriedades* Reação com HCl 1 2 3 4 5 A X Forte reação exotérmicaB X Forte reação exotérmica C X Fraca reação exotérmica D X X X X Nenhuma reação E X X X Nenhuma reação *1 (cor), 2 (brilho), 3 (maleabilidade), 4 (condutância elétrica), 5 (condutância magnética). Através das observações das propriedades das substâncias, pode-se afirmar que as substâncias A, B e C são metais por apresentarem as seguintes características: Maleabilidade: Capacidade que os metais possuem de alterar a sua forma e produzir desde lâminas até chapas muito finas. Brilho: Os elétrons livres localizados na superfície dos objetos de metal absorvem e irradiam a luz, por isso os objetos metálicos apresentam um brilho característico. Condutibilidade: Os metais são excelentes condutores de corrente elétrica e de calor. Na reação com HCl, ocorreu reação somente com as substâncias A, B e C apresentando-se na forma de liberação de calor e formação de gás. De todas as substâncias apenas a C apresenta propriedades magnéticas do tipo ferromagnético, pois apenas ela foi atraída pelo imã. 4.2 – SEQUÊNCIA DOS METAIS ALCALINOS TERROSOS Equações das reações com o reagente Na2CO3: Mg(NO3)2(aq) + Na2CO3(aq) → Mg(CO3)2(s) + 2NaNO3(aq) Ca(NO3)2(aq) + Na2CO3(aq) → CaCO3(s) + 2NaNO3(aq) Sr(NO3)2(aq) + Na2CO3(aq) → SrCO3(s) + 2NaNO3(aq) Ba(NO3)2(aq) + Na2CO3(aq) → BaCO3(s) + 2NaNO3(aq) Equações das reações com o reagente (NH4)2C2O4: Mg(NO3)2(aq) + (NH4)2C2O4(aq) → MgC2O4(s) + 2NH4NO3(aq) Ca(NO3)2(aq) + (NH4)2C2O4(aq) → CaC2O4(s) + 2NH4NO3(aq) Sr(NO3)2(aq) + (NH4)2C2O4(aq) → SrC2O4(s) + 2NH4NO3(aq) Ba(NO3)2(aq) + (NH4)2C2O4(aq) → BaC2O4(s) + 2NH4NO3(aq) Equações das reações com o reagente H2SO4: Mg(NO3)2(aq) + H2SO4(aq) → MgSO4(s) + 2HNO3(aq) Ca(NO3)2(aq) + H2SO4(aq) → CaSO4(s) + 2HNO3(aq) Sr(NO3)2(aq) + H2SO4(aq) → SrSO4(s) + 2HNO3(aq) Ba(NO3)2(aq) + H2SO4(aq) → BaSO4(s) + 2HNO3(aq) Equações das reações com o reagente K2CrO4: Mg(NO3)2(aq) + K2CrO4(aq) → MgCrO4(s) + 2KNO3(aq) Ca(NO3)2(aq) + K2CrO4(aq) → CaCrO4(s) + 2KNO3(aq) Sr(NO3)2(aq) + K2CrO4(aq) → SrCrO4(s) + 2KNO3(aq) Ba(NO3)2(aq) + K2CrO4(aq) → BaCrO4(s) + 2KNO3(aq) Os resultados das observações dos experimentos feitos nas partes 2.1 a 2.4 estão presentes na tabela abaixo. Na2CO3 (NH4)2C2O4 H2SO4 K2CrO4 Mg(NO3)2 Precipitou Não Precipitou Não Precipitou Não Precipitou Ca(NO3)2 Precipitou Precipitou Não Precipitou Não Precipitou Sr(NO3)2 Precipitou Precipitou Precipitou Precipitou Ba(NO3)2 Precipitou Precipitou Precipitou Precipitou Amostra X Precipitou Precipitou Não Precipitou Não Precipitou Com base nas informações sobre solubilidade dos sais de metais alcalinos terrosos contidos na tabela acima, pode-se supor a ordem dos elementos dessa família na tabela periódica, pois os padrões de solubilidade de seus sais são consistentes com a sequência dos elementos na tabela periódica, definida pela solubilidade crescente de cada um. Sendo assim, a seqüência dos metais alcalinos terrosos no grupo é: Mg – Ca – Sr – Ba. A amostra X possui o cátion Ca2+ pois se comporta de maneira idêntica ao Ca(NO3)2 com relação à formação de precipitado, quando em contato com as mesmas substâncias. 4.3 – SEQUÊNCIA DOS HALOGÊNIOS Na primeira parte do experimento os resultados na seguinte tabela descrevem que a cor resultante da reação de AgNO3 com os sais de sódio, formando novos sais por reação de dupla troca por presença do cátion Ag3+, pois a gradação das cores indica o quão solúvel é o composto em presença de NH3 e quanto mais escura a solução em reação com nitrato de prata menos solúvel será a solução. Reagente Cor com AgNO3 Solubilidade com NH4OH NaCl Branco Solúvel NaBr Creme Pouco solúvel NaI Amarelo Insolúvel Amostra X Branco Solúvel Equações das reações: NaCl(aq) + AgNO3(aq) → NaNO3(aq) + AgCl(s) NaBr(aq) + AgNO3(aq) → NaNO3(aq) + AgBr(s) NaI(aq) + AgNO3(aq) → NaNO3(aq) + AgI(s) Na segunda parte ao se usar outro reagente nos compostos iniciais obtêm-se os seguintes resultados. A variação na coloração indica o grau de solubilidade dos compostos quando são formados pelos íons Ag+ ou Fe3- e os íons haletos, tornando-se possível explicar a sequência dos halogênios na tabela periódica. Reagentes Cor com Fe(NO3)3 NaCl Amarelo bem claro NaBr Amarelo NaI Laranja bem escuro Amostra X Amarelo bem claro Equações das reações: 3NaCl(aq) + Fe(NO3)3(aq) → FeCl3(s) + 3NaNO3(aq) 3NaBr(aq) + Fe(NO3)3(aq) → FeBr3(s) + 3NaNO3(aq) 3Nal(aq) + Fe(NO3)3(aq) → FeI3(s) + 3NaNO3(aq) Pela observação dos comportamentos da Amostra X na diferentes situações conclui-se que se trata do NaCl. 4.4 – IDENTIFICAÇÃO DE CÁTIONS METÁLICOS PELO TESTE DE CHAMA Pelo observado no experimento foi possível se construir a seguinte tabela. Metal Ba Ca Sr Na Cor da Chama Verde amarelado Vermelho tijolo Vermelho carmim Amarelo alaranjado A cor da chama se dá através do efeito fotoelétrico. Quando o elétron excitado retorna ao seu estado fundamental, ele libera uma quantidade de energia que foi alcançada pelo sistema para que fosse possível que o elétron passasse para uma camada mais externa, essa luz é denominada fóton. Considerações Finais Através do experimento 1 pode-se afirmar que as amostras A, B e C são metais por apresentarem propriedades que definem o caráter metálico, tais como maleabilidade, brilho, condutância elétrica. Os metais reagiram com o ácido clorídrico, HCl, liberando gases e calor, sendo portanto uma reação exotérmica. Dentre os metais utilizados na experiência o que teve uma reação mais rápida com o HCl e liberou mais calor foi a amostra B. No experimento 2, descobriu-se a ordem dos metais alcalinos na tabela periódica através da solubilidade dos sais. A sequência dos metais alcalinos terrosos no grupo é: Mg – Ca – Sr – Ba. Comparando os resultados, A amostra X possui o cátion Ca2+ pois se comporta de maneira idêntica ao Ca(NO3)2 com relação à formação de precipitado, diante das mesmas substâncias. Na terceira experiência, foi deduzida a sequência dos halogênios no grupo através de reações específicas. Através da gradação e sequência de cores demonstrou-se o grau de solubilidade dos compostos formados pelo íon Ag+ e os íons haletos (Cl-, Br- e I-) ou pelo íon Fe3+ e os íons haletos. A solubilidade desses compostos determina a sequência dos halogênios na tabela periódica. Essa experiência foi fundamental para identificar o ânion da amostra X, Cl-, pois tem comportamento em solução que condiz com o cloreto de sódio, NaCl. Conclui-se que a amostra X é o cloreto de cálcio. Essa conclusão deu-se através da presença do cátion Ca2+, evidenciado na segunda parte da pratica (Sequencia dos metais alcalinos terrosos) e do ânion Cl-, evidenciado nessa parte da pratica. Finalmente, a cor adquirida pela chama nos testes se dá através do efeito fotoelétrico, explicado por Bohr. Quando o elétron excitado volta ao seu estado principal, ele emitirá uma quantidade de energia, definido como quantum de energia. Referências Tabela Periódica Completa, A Tabela Periódica dos Elementos Químicos Atualizada. Disponível em: <http://www.tabelaperiodicacompleta.com/propriedades-periodicas> Manual de Laboratório, Química Geral e Inorgânica, Fortaleza: UFC, 2015. Chang, Raymond; Química Geral Conceitos Essenciais, 4ª ed., McGraw Hill.
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