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Peca 3 PS V MS

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PRÁTICA SIMULADA V - CCJ0049
Semana Aula: 3
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGREGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X
ABC, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o número..., representada por seu administrador..., com endereço na rua..., bairro..., cidade..., Estado..., por seu advogado com endereço profissional na rua..., bairro..., cidade..., Estado..., que indica para os fins do artigo 106, do CPC/2015, com fundamento no artigo 5º, LXIX da CRFB/88 e artigo 1º da Lei nº 12.016/09, vem impetrar
MANDADO DE SEGURANÇA
em face de ato ilegal do SECRETÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO, com endereço..., integrante da pessoa jurídica de direito público o ESTADO X, pelos fatos e fundamentos de direito a seguir aduzidos:
DOS FATOS
Desta forma, a impetrante, viu-se obrigada a se socorrer do presente remédio constitucional visando assegurar o seu direito, sendo inquestionável que os vícios do edital licitatório constituem ato administrativo de efeito concreto, passível de questionamento por meio de mandado de segurança. 
DOS FUNDAMENTOS
Evidenciado está o cabimento do presente remédio constitucional, considerando o disposto no artigo 1º da Lei 12.016/09, bem como o artigo 5º, LXIX, CRFB/88, diante do ato ilegal/abusivo da autoridade coatora, uma vez que o edital contém inúmeros vícios e exigências totalmente descabidas que violam flagrantemente o direito líquido e certo do impetrante em participar do certame. 
A licitação é um procedimento administrativo, ou seja, uma série de atos sucessivos e coordenados, voltada, de um lado, a atender ao interesse público, pela escolha do negócio mais vantajoso para a Administração Pública, e de, outro a garantir a Legalidade, princípio de fundamental importância para que os particulares possam disputar entre si, de forma justa, a participação em contratações que as pessoas jurídicas de direito público entendam realizar.
Desta forma, a licitação, objetiva selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração, devendo obedecer: o Princípio da Isonomia entre os concorrentes, para que se obtenha condições que permitam sindicar a observância dos princípios da Legalidade, da Vinculação ao Edital, da Impessoalidade, da Moralidade, e da Probidade Administrativa, sem o que restam, comprometidas a validade da própria licitação e a consecução de seus objetivos, como definido no caput do art. 3 º da Lei 8.666/93.
Com fulcro em tais preceitos legais, é de se saber que os princípios se apresentam como o alicerce das normas que regem os atos administrativos e devem ser obedecidos, sob pena de restar frustrada a validade e eficácia da licitação pública. 
 Dentro do procedimento licitatório é fundamental que se mantenha a transparência, a probidade, a moralidade e os princípios éticos, o princípio da Isonomia, do julgamento igualitário ofertado a todos os licitantes que participam do certame.
Em sede doutrinária, por adequar-se perfeitamente ao caso concreto, vale frisar ensinamento do Professor...
Um processo, desprovido do mais fundamental de todos os princípios, seria fútil e poderia ser comparado a um teatro de fantoches, promovido somente com o escopo de ludibriar os dispositivos legais e legitimar uma irregularidade evidente.
Por evidente transparência, deve se observar que o projeto básico e a obra estão sendo licitados em conjunto, violando o que dispõe o art. 7 º, § 2º da Lei 8.666/93 no qual preconiza que a obra deve ser licitada quando houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos interessados em participar do certame.
Outrossim, o art. 9º, I da Lei 8.666/93 veda a elaboração de projeto básico e realização da obra pelo mesmo licitante, ocorrendo mais um vicio no edital de licitação.
Impende consignar por oportuno que, a documentação relativa à qualificação técnica limita-se a comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, qualidades e prazos com o objeto de licitação conforme dispõe o art. 30 da Le 8.666/93. Portanto a exigência de experiência previa com serviços e valores muito superiores ao do objeto licitado viola este dispositivo acima mencionado.
Nesse sentido é a jurisprudência do Egrégio Tribunal:
Importante observar que, o requisito de habilitação com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) dos valores exigidos ao licitante viola o disposto no art. 33, III, da Lei 8.666/93 que estabelece o teto de 30% (trinta por cento) dos valores exigidos para o licitante individual.
Portanto, restou configurado o direito líquido e certo da impetrante de anulação daquele procedimento viciado pelo edital contrário à legislação.
DA CONCESSAO DA LIMINAR
O fumus boni iuris constitui condição basilar para a concessão da liminar pretendida. Como bem pode observar Vossa Excelência, pelos fatos e fundamentos jurídicos arrolados, inquestionável é a violação do direito líquido e certo da Impetrante de, como Licitante, ver fluir de acordo com as normas e princípios legais pertinentes à matéria, o processo de Licitação na modalidade de concorrência publicada pela Secretaria de Administração do Estado X. Seu direito foi violado a partir do momento em que foi alijada do certame em dissonância com as regras editalícias, ou seja, foram violadas as regras do edital e a igualdade de tratamento.
Portanto, a Autoridade Coatora procedeu de forma a agredir e ignorar a legislação pátria constante da Carta Magna e da Lei n.º 8.666/93.
Conforme se depreende, em aguardando ao final o decisum, danos irreparáveis ocorrerão, pois, se não concedida a Liminar acarretar-se a exclusão de licitante que poderia trazer benefícios econômicos à Administração Pública como um todo.
Vale ressaltar, que a cada dia que se passa, há a demora prejudicial aos interesses públicos e privados envolvidos no processo licitatório, que amargará dispêndio de tempo, no caso da anulação e elaboração de novo processo. Merece ainda ser demostrado que caso não seja deferida a liminar resultará em prejuízo a Administração Publica se o certame chegar ao fim com a adjudicação do objeto ao licitante vencedor e o inicio das obras,
Atendidos os requisitos do art. 7º, II da Lei nº 1533/51, a medida liminar deve ser concedida no sentido de suspender o processo licitatório evitando a contratação ou anulação e, consequentemente, a completa perda do objeto do presente mandamus, para que, na sequência, se proceda à regularização do certame,
DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, requer:
 a) a CONCESSÃO DA MEDIDA LIMINAR para suspender a licitação até a decisão final;
b) a notificação da autoridade coatora, para que, querendo, no prazo legal, preste as informações que entender pertinentes, conforme artigo 7º, I, da Lei nº 12.016/09; 
c) seja dada ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, para que, querendo, ingresse no feito;
d) a intimação do Ilustre Membro do Ministério Público, na forma do artigo 12 da Lei nº 12.016/09;
e) que o pedido seja ao final julgado procedente para determinar a anulação do procedimento viciado pelo edital contrário a legislação.
f) a condenação do impetrado em custas processuais 
DAS PROVAS
Requer a análise das provas anexadas a presente ação.
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ ... (...)
Nestes termos, pede deferimento.
Local..., data...
ADVOGADO
OAB/UF n.

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