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Peca 7 PS V ADI

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PRÁTICA SIMULADA V - CCJ0049
Semana Aula: 7
EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE COMÉRCIO, inscrita no CNPJ nº..., com sede na rua..., bairro..., cidade..., estado..., representada por seu Presidente..., por seu advogado com poderes especiais, conforme procuração em anexo, em cumprimento ao disposto no Art.3º, parágrafo único da lei 9868/99, com endereço profissional na rua..., bairro, cidade, estado, onde recebera as intimações (art. 39, I, CPC), vem com fulcro no Art. 103 da CF e Art.1º da lei 9868/99, propor
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE COM PEDIDO CAUTELAR
pelo rito especial da Lei nº 9.868/99, em face NORMA Nº..., tendo como responsáveis pela aprovação e promulgação do ato impugnado o GOVERNADOR DO ESTADO KWY e ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO KWY esperando que seja recebida e, seguindo as formalidades de estilo do Regimento Interno do STF, seja distribuído em conformidade com seu artigo 66, e ao final declarada a inconstitucionalidade do referido dispositivo, pelos fatos e fundamentos a seguir:
 DA LEGITIMIDADE 
A legitimidade ativa da Confederação Nacional do Comércio para a propositura da presente encontra assento artigo 103, IX, CRFB/88 e artigo 2º, IX, da Lei nº 9.868/99, salientando-se que esta confederação demonstra possuir pertinência temática ao caso, considerando que se trata de direito a propriedade privada e livre iniciativa no exercício de atividade de toda categoria do comércio, direito esse que não pode ser exercido em razão da edição da norma questionada.
DA COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Na forma do artigo 102, I, a, CRFB/88 é de competência originária do STF o processamento e julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual.
Ressalta-se que trata-se de norma editada pelo Estado KWY, uma vez aprovado pela a Assembleia Legislativa vem gerando efeitos sobre os estabelecimentos comerciais do estado, razão pela qual, dúvida não há quanto a competência originária do STF na presente ação.
DO CABIMENTO DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 
Como cediço, é cabível ação direta de inconstitucionalidade contra lei ou ato normativo estadual ou federal contrário à Constituição da República (artigo 102, I, “a”), abrangendo tanto vícios formais, quanto vícios materiais. 
No caso sob exame, convém ainda registrar que se trata de Diploma Legislativo posterior à promulgação da Constituição Federal, razão pela qual resta atendido o princípio da contemporaneidade entre o ato atacado e o parâmetro constitucional indicado. 
Deste modo, não há dúvida em relação à adequação da via eleita pelo Requerente.
DOS FATOS E FUNDAMENTOS
O estado KWY editou ato normativo determinando que os estabelecimentos comerciais como supermercados, hipermercados, shopping center, ficam impedidos de cobrar pelo estacionamento, sob pena de multa e gradação nas punições administrativas.
Verificando a edição da norma que determina a gratuidade do estacionamentos privados vinculados aos estabelecimentos comerciais acima mencionados, a Confederação Nacional do Comércio evidenciou a pertinência temática para propositura da presente ação, já que a violação ao fundamentos constitucionais com a edição de tal norma atinge a categoria do Comércio, sendo a requerente parte legitima para a propositura da referida ação, conforme disposto pelo Art. 108, inciso IX da CF.
De acordo com o Art.22, inciso I da CF, compete originariamente à UNIÂO legislar sobre direito civil, sendo certo que a edição da norma pelo Estado viola a competência legislativa, pois interfere diretamente no direito de propriedade privada, resguardada pelo Art.5º, inciso XXII da CF.
Não restam dúvidas de que ao determinar a gratuidade do estacionamentos o ato normativo adentra no direito de propriedade, e portanto, o fundamento constitucional para a propositura da ADI encontra assento na invasão de competência para legislar sobre matéria devida à União.
Ademais o Art. 170 da CF, estabelece que a todos é dado o direito de exercer atividade econômica, sendo princípio constitucional à livre iniciativa ao trabalho e a atividade econômica. Logo qualquer norma que retire do indivíduo sem justo motivo o exercício de iniciativa viola norma constitucional, o que deve ser revisto por este Egrégio Tribunal.
Nese sentido segue jurisprudência:
DIREITO CONSTITUCIONAL E CIVIL. AÇÃO DIRETA DA INCONSTITUCIONALIDADE DA EXPRESSÃO "OU PARTICULARES" CONSTANTE DO ART. 1º DA LEI Nº 2.702, DE 04/04/2001, DO DISTRITO FEDERAL, DESTE TEOR: "FICA PROIBIDA A COBRANÇA, SOB QUALQUER PRETEXTO, PELA UTILIZAÇÃO DE ESTACIONAMENTO DE VEÍCULOS EM ÁREAS PERTENCENTES A INSTITUIÇÕES DE ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO E SUPERIOR, PÚBLICAS OU PARTICULARES". ALEGAÇÃO DE QUE SUA INCLUSÃO, NO TEXTO, IMPLICA VIOLAÇÃO ÀS NORMAS DOS ARTIGOS 22, I, 5º, XXII, XXIV e LIV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. QUESTÃO PRELIMINAR SUSCITADA PELA CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL: a) DE DESCABIMENTO DA ADI, POR TER CARÁTER MUNICIPAL A LEI EM QUESTÃO; b) DE ILEGITIMIDADE PASSIVA "AD CAUSAM". 1. Não procede a preliminar de descabimento da ADI sob a alegação de ter o ato normativo impugnado natureza de direito municipal. Argüição idêntica já foi repelida por esta Corte, na ADIMC nº 1.472-2, e na qual se impugnava o art. 1º da Lei Distrital nº 1.094, de 31 de maio de 1996. 2. Não colhe, igualmente, a alegação de ilegitimidade passiva "ad causam", pois a Câmara Distrital, como órgão, de que emanou o ato normativo impugnado, deve prestar informações no processo da A.D.I., nos termos dos artigos 6º e 10 da Lei nº 9.868, de 10.11.1999. 3. Não compete ao Distrito Federal, mas, sim, à União legislar sobre Direito Civil, como, por exemplo, cobrança de preço de estacionamento de veículos em áreas pertencentes a instituições particulares de ensino fundamental, médio e superior, matéria que envolve, também, direito decorrente de propriedade. 4. Ação Direta julgada procedente, com a declaração de inconstitucionalidade da expressão "ou particulares", contida no art. 1º da Lei nº 2.702, de 04.4.2001, do Distrito Federal. (STF - ADI: 2448 DF , Relator: Min. SYDNEY SANCHES, Data de Julgamento: 23/04/2003, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJ 13-06-2003 PP-00008 EMENT VOL-02114-02 PP-00299)
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI ESTADUAL. ESTACIONAMENTO EM LOCAIS PRIVADOS. COBRANÇA. IMPOSSIBILIDADE. OFENSA AO ART. 22, I DA CONSTITUIÇÃO. Esta Corte, em diversas ocasiões, firmou entendimento no sentido de que invade a competência da União para legislar sobre direito civil (art. 22, I da CF/88) a norma estadual que veda a cobrança de qualquer quantia ao usuário pela utilização de estabelecimento em local privado (ADI 1.918, rel. min. Maurício Corrêa; ADI 2.448, rel. Min. Sydney Sanches; ADI 1.472, rel. min. Ilmar Galvão). Ação direta de inconstitucionalidade julgada procedente. (STF - ADI: 1623 RJ , Relator: Min. JOAQUIM BARBOSA, Data de Julgamento: 17/03/2011, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-072 DIVULG 14-04-2011 PUBLIC 15-04-2011 EMENT VOL-02504-01 PP-00011)
O Professor José Afonso da Silva, em seu curso de Direito Constitucional Positivo ensina:
“a liberdade de iniciativa envolve a liberdade de indústria e comércio ou liberdade de empresa e a liberdade de contrato.”
Portanto, deve ser declarada a inconstitucionalidade da norma, com efeitos ex tunc, sendo consequência lógica do Estado Democrático do Direito, alicerçado na Supremacia da Constituição, não merecendo, portanto, por todos os motivos expostos a modulação dos efeitos da decisão que de deseja.
DA CONCESSÃO DA MEDIDA CAUTELAR
No caso em questão, presentes estão os requisitos para a concessão da medida, conforme preceitua o Art.10 da lei 9868/99.
O fumus boni iuris reside no fato de que o ato normativo interfere diretamente no direito à propriedade privada, violando competência privativa da União.
O periculum in mora pode ser constatadono perigo iminente de aplicação de multa e gradação administrativa da punição pelo órgão fiscalizador, bem como, no prejuízo monetário aos estabelecimentos comerciais que sejam sujeitos à lei.
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer à Vossa Excelência:
1) a concessão da medida Cautelar suspender o ato normativo nº..., editado pelo estado KWY, até o julgamento em definitivo da presente ação;
2) a notificação do governador do Estado KWY e da Câmara do Estado KWY, para que prestem informações na forma do artigo 6º e parágrafo único, da Lei nº 9.868/99;
3) a oitiva do Advogado-Geral da União para a defesa da norma;
4) a oitiva do Procurador-Geral da República; 
5) a procedência do pedido com a declaração de inconstitucionalidade da norma nº... com efeitos ex tunc, erga omnes e vinculante;
DAS PROVAS
Requer a produção de todas as provas admitidas em direito na forma do artigo 3º, parágrafo único, da Lei 9.868/99, em especial documental.
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 
Nestes termos, pede deferimento.
Local..., data...
Advogado...
OAB/UF n.º...

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