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* * SEMINÁRIO: XILOGRAVURA SÉC. XIX -XX – BRASIL: surgimento e aplicação para fins comerciais e industriais (rótulos, etiquetas e objetos) SÉC. XX - BRASIL / artistas modernos :Lasar Segall, Oswald Goeldi, Lívio Abramo, . 24) SÉC. XX – BRASIL / Gravura de Cordel (populares). * * OS INSTITUTOS FLORESTAIS As madeiras preferidas dos xilógrafos europeus eram caras no Brasil. Eram vendidas no Rio de Janeiro a preços exorbitantes, razão pela qual se começou no Brasil pesquisas em institutos florestais, a procura de novas madeiras. O Instituto Florestal de São Paulo se destacou com as pesquisas do xilógrafo alemão Adolf Kohler. * * Buris usados pelos alunos do Horto Florestal. Gravura e matriz da Escola de Xilografia do Horto Florestal * * ADOLF KOHLER Adolf Kohler (1882-1950) O professor Adolf Kohler nasceu na Alemanha, onde aprendeu seu ofício dentro da tradição de xilografia do século XIX. Em 1913 estabeleceu-se em Berlim, prestando serviços de xilografia ao comércio e gráficas em geral. Kohler chegou de 1927 em São Paulo, onde recebeu várias encomendas de casas comerciais, (principalmente da Casa Alemã que trabalhava com móveis, roupas e objetos para casa) para gravar as ilustrações de seus catálogos. Foi contratado pelo Horto Florestal (em 1940) e assumiu o posto de professor de xilografia. “Pintores são muitos, xilógrafos são raros” * * HORTO FLORESTAL DE SÃO PAULO O Horto Florestal foi fundado em 1886. A escola de xilografia do Horto nasceu em 1940, já sob a direção de José Camargo Cabral, com a intenção de formar xilógrafos impressores. Ela funcionou até 1950. Método didático: seguia princípios didáticos da gravura de interpretação. (cópia, reprodução, controle formal e temático). Todas as matrizes do Horto deveriam ser anônimas. Eram gravações de topo com buril. Marcas do Serviço Florestal * * As Matrizes da Escola do Horto Florestal * * As gravuras da Escola do Horto Florestal * * As gravuras da Escola do Horto Florestal * * A GRAVURA COMERCIAL Recebeu destaque no Brasil nos anos de 1940. A xilografia comercial podia ser encontrada em etiquetas, rótulos de produtos e carimbos. Revelavam precisão no traço limpo do buril, pleno domínio no corte da retícula. Perdeu o prestígio com o advento dos processos heliográficos (fotográfico onde a imagem era feita com uma placa de estanho fotossensível). * * As gravuras comerciais da Escola do Horto Florestal * * As Gravuras do Horto mescladas à Gravações Contemporâneas Foi realizado o levantamento e registro das matrizes, referentes à Escola de Xilografia do Horto onde foram encontradas e impressas 417 matrizes. Quinze artistas produziram xilogravuras criando um diálogo entre seus trabalhos atuais e essas imagens da década de 40. * * GRAVURAS MODERNISTAS EXPRESSIONISTAS Lasar Segall (1891-1957) Segall foi pintor, escultor, desenhista e gravador, trabalhando em madeira, metal e pedra. Segall pertenceu ao grupo expressionista “A Ponte” (Die Brücke. Deixou a Alemanha durante a II Guerra Mundial e passou a viver em São Paulo. Naturalizou-se brasileiro, tornou-se um dos grandes mestres do Modernismo. Suas xilogravuras muitas vezes falavam do cotidiano carioca, das mulheres do Mangue, dos negros e das favelas, do sofrimento dos judeus na guerra. Muitas gravuras foram criadas por Lasar Segall entre 1913 e 1930. Segall acreditava que a gravura deveria reproduzir formas chapadas, com muitos contrastes entre o preto e o branco. * * MUSEU LASAR SEGALL * * Lasar Segall. Mulher do Mangue com natureza morta. (1927). Xilogravura Subjetividade, distorções da realidade e formas exageradas são características típicas das gravuras expressionistas. * * Lasar Segall. Menino com lagartixas. Pintura à óleo s/tela, 1924. Lasar Segall. Cabeça de negro, 1929. (xilogravura) * * Lasar Segall Grupo do Mangue Xilogravura Lasar Segall Família (aquarela), 1922. * * GRAVURAS MODERNISTAS EXPRESSIONISTAS Oswaldo Goeldi (1895-1961) Nasceu no Brasil, mas viveu na Suíça entre 1901-19, entrando em contato com o expressionismo alemão. Trabalhos expressionistas marcados por uma luz “sobrenatural”. Temas: o submundo da miséria, o mercado de peixes, a monotonia suburbana (com postes de luz que brilham solitários, a morte, urubus, mendigos). Atuou como ilustrador na revista ”Para Todos” e fez xilos, desenhos e ilustrações para o periódico ”O Malho”. Em 1941 colaborou regularmente no jornal ”A Manhã”. Na mesma década, realizou imagens para a revista ”Clima”. * * [SOLITÁRIO] Ilustração para a revista Ilustração Brasileira, Rio de Janeiro. sem título, circa 1923, assinado bico-de-pena. Coleção André Buck * * Oswaldo Goeldi. [Abandono], sem título. (circa 1937). Xilogravura a cores onde as figuras aparecem vazadas na tinta. Em suas gravuras a superfície é predominantemente negra. * * Goeldi, Oswaldo. “Pescadores ”, 1950. xilogravura. Acervo Banco Itaú S.A. (SP) Goeldi, Oswaldo. “Pescadores”, 1955. Do livro Oswaldo Goeldi: um auto retrato xilogravura em cores. Fundação Biblioteca Nacional (Rio de Janeiro, RJ) Goeldi, Oswaldo. “Perigos do mar”, 1950, xilogravura a cores, 5/7 Coleção Fundação Biblioteca Nacional, RJ. * * GRAVURAS MODERNISTAS EXPRESSIONISTAS Lívio Abramo (1903-1992) Juntamente com Oswaldo Goeldi, começou a trabalhar a xilo em madeira de fio como forma artística. Ambos foram fundamentais na moderna xilogravura brasileira. Iniciou-se na gravura em 1926 como autodidata. No início seus trabalhos tinham preocupação social. Para Abramo, as gravuras alemãs tinham linhas e cores estridentes que provocavam os conceitos tradicionais da arte, oferecendo uma visão tensa e angustiada do homem, reflexo do dia-a-dia da época. Adotou vários estilos artísticos, porém, à partir da década de 40, aderiu ao abstrato geométrico. * * O artista sempre foi minucioso. Seus temas iniciais eram a paisagem e a gente paulistana. Registrava a cidade de São Paulo, os sintomas da industrialização na cidade grande, a imigração e a migração nordestina. Observava as expressões, os gestos e os sentimentos das pessoas. Lívio Abramo "Paraguay" Xilogravura - 1966 * * Lívio Abramo ."Operário" Xilogravura - 1935 Esta obra traduz a temática social. Com traços vigorosos e objetivos, contrastando o preto e o branco a fim de realçar a "expressão" e o "sentimento" da figura, Lívio Abramo retratou o proletário com a intenção de trazer à tona a força interior incansável do trabalhador. * * Lívio Abramo. Campos do Jordão, São Paulo. (1948). Xilogravura * * GRAVURAS DE CORDEL (cordão) A xilogravura chegou ao Brasil através da colonização portuguesa. Além desta técnica estar intimamente ligada à tradição cordelista brasileira, durante muito tempo a xilo foi também utilizada no Brasil para a confecção dos primeiros rótulos de cachaça, sabonetes e doces. Os primeiros poetas populares da literatura de cordel começaram a surgir a partir de 1750. Os europeus ficaram fascinados pela temática religiosa do artista popular, pois viam nele a reedição dos primeiros xilógrafos do período pré-imprensa. "Os Dez réis do Governo", folheto raro do poeta Leandro Gomes de Barros, 1907 * * Os primeiros cordéis brasileiros eram publicações de folhetos de versos de no máximo oito páginas, impressas em papel barato. Este tipo de publicação popularizou-se no período da inserção da indústria gráfica no sertão, isso por volta da década de 1960-70. A fotografia não conseguia penetrar no imaginário sertanejo e isso fez a xilogravura reinventar-se, transformando-se na técnica que melhor retratava o fantástico. "A Perna Cabeluda - Prenúncios da Besta-Fera", de Guaipuan Vieira. * * A GRAVURA POPULAR Corte vertical a canivete (ou faca, formão, estilete,...), formada por espaços chapados e traços de grande “pureza” em uma madeira macia. Vendidas emfeiras populares no Nordeste brasileiro, acompanhados por versos. Estória fantásticas, casos de amor, príncipes e monstros. O poeta costume ser o ilustrador, o escritor, o vendedor e o próprio editor “Leitores, cheguei de novo Com mais um acontecimento, A história de uma mulher Que no gesto enfurecido Engoliu um par de tamancos com ciúmes do marido.” * * Lampião com a Negra dum Peito Só", de José Costa Leite "Um Mosquito no Motel", de José Costa Leite * * O CORDEL EM CARTAZES Atualmente a xilogravura popular aparece em cartazes, capas de discos, ilustrações, folhetos educativos ou em estampas. * * O CORDEL ILUSTRANDO LIVROS * * SAMICO, que renovou a gravura brasileira ao aproximar a tradição nordestina da linguagem expressionista que aprendeu com os mestres Oswaldo Goeldi e Lívio Abramo – de quem foi aluno nos anos 1950, realizou xilogravuras na déc. 60 com influência do cordel. DERLON, que tem se destacado no panorama do grafite por substituir a usual relação com o hip-hop pela citação à iconografia popular nordestina, imprime à estética do cordel uma qualidade própria da vida na cidade. Exposição no Recife revela a presença da xilogravura popular na obra do gravador Gilvan Samico e do grafiteiro Derlon.” O CORDEL E O GRAFITE * * GILVAN SAMICO (1928) Interpreta um universo sertanejo e mítico, mistura o elementos do inconsciente e do consciente. Sua fonte maior de pesquisa é o cordel. O que lhe interessa são as lendas e os elementos simbólicos religiosos (o peixe, a serpente). Usa sempre o simbolismo do bem e do mal, do claro e do escuro, do dia e da noite. São santos, monstros, diabos e estranhas aves de rapina que inventa e cria. Gilvan Samico, O Pecado (1964), xilogravura. * * GRAVURAS DE SAMICO * * Cordel Encantado foi uma telenovela brasileira produzida exibida pela Rede Globo para o horário das 18h, em 2011, em 143 capítulos. Inovadora, por ter como cenário o sertão brasileiro, a novela lembra um conto de fadas, um folhetim coerente e lógico e, ao mesmo tempo, fantástico", que mostra uma improvável ligação entre um reino fictício e o sertão brasileiro. O CORDEL NA TELEVISÃO
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