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Aula 04 ARQUIVOLOGIA Professor: Lincoln Barros Tópicos da Aula 1. Introdução ....................................................................................2 2. Principais Normativos Arquivísticos...............................................3 2.1. Constituição Federal...............................................................3 2.2. Lei nº 8.159/1991..................................................................4 2.3. Lei nº 12.527/2011..............................................................14 2.4. Lei nº 12.682/2012 .............................................................. 21 2.5. Decreto nº 4.073/2002.........................................................23 2.6. Lei 5.433/1968.....................................................................27 2.7. Resolução nº 10, de 6 de dezembro de 1999.........................30 3. “Resumão” das Aulas ................................................................... 53 4. Questões Comentadas na Aula ..................................................... 65 Introdução Olá pessoal, tudo certo? O conhecimento da legislação arquivística é indispensável na preparação. As bancas costumam cobrar os dispositivos da legislação arquivística. Sendo assim, não podemos vacilar. Para começarmos bem, segue uma frase de Nelson Mandela: “Aprendi que a coragem não é a ausência do medo, mas o triunfo sobre ele. O homem corajoso não é aquele que não sente medo, mas o que conquista esse medo. ” Nelson Mandela Sendo assim, o concursando corajoso não é aquele que não sente medo de não passar, mas o que conquista esse medo por meio de dedicação. Mãos à obra! Aula 04 – Legislação Arquivística. Principais Normativos Arquivísticos A ideia desta aula, como não poderia deixar de ser, é trazer os dispositivos legais e infralegais que mais são cobrados em provas. Nesse sentido, conhecer os dispositivos que serão abordados nesta aula é essencial para você fazer uma boa prova. Recomenda-se, ainda, caso haja tempo disponível, a leitura dos normativos na íntegra. Constituição Federal A Constituição Federal de 1988 abordou dois assuntos que julgo interessantes para nossa prova: direito à informação e gestão de documentos. Como vimos na aula 1, documento é a unidade de registro de informações, qualquer que seja o suporte ou formato. Por sua vez, informação são dados dotados de significado, gravados em determinado suporte. O inciso XXXIII do art. 5º da Lei Maior assim dispõe: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...] XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. De início, é importante ressaltar que o direito à informação não é absoluto, ok? O Poder Público poderá recusar-se a prestar informações quando o sigilo for imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. Observe que um indivíduo pode requerer informações de seu interesse particular ou de interesse coletivo ou geral, mas não de terceiros. Nesse sentido, um cidadão, por exemplo, pode ingressar com um requerimento solicitando informações sobre o valor do serviço contratado por um órgão público. Por outro lado, é importante trazermos, também, o conteúdo do parágrafo 2º do art. 216 da CF/1988: Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: [...] § 2º - Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem. Verifique que o próprio texto constitucional trouxe o dever de a Administração Pública promover a gestão de documentos. Veremos em seguida as disposições da Lei 8.159/1991 que já no art. 1º traz uma pequena divergência com o texto constitucional. Disposições da Lei 8.159/1991 A Lei 8.159/1991 dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e privados e dá outras providências. Observe que a normatização é para arquivo público e privado. O art. 1º assim dispõe: “Art. 1º - É dever do Poder Público a gestão documental e a proteção especial a documentos de arquivos, como instrumento de apoio à administração, à cultura, ao desenvolvimento científico e como elementos de prova e informação. Grifei Diferentemente da CF/1988, a Lei 8.159/1991 considera que a obrigação de realizar a gestão documental arquivística é do Poder Público, e não da Administração Pública como prevê a Constituição Federal. Art. 2º - Consideram-se arquivos, para os fins desta Lei, os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, instituições de caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas, bem como por pessoa física, qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos. Os arquivos têm formação progressiva, orgânica, como decorrência do exercício de atividades específicas, qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos. Art. 3º - Considera-se gestão de documentos o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente. Fique atento neste artigo. A gestão de documentos ocorre nas fases corrente e intermediária e inclui as atividades de produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento (mnemônico PATUA). Não há que se falar em gestão de documentos na fase permanente, pois, nesta fase, os documentos já não possuem valor administrativo. Lembrando que a gestão de documentos possui três fases: Produção, Utilização e Destinação. É o famoso PUD. Verifica-se, com base neste art. 3º, que a destinação consiste na eliminação do documento ou seu recolhimento para guarda permanente. Art. 7º - Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades, por órgãos públicos de âmbito federal, estadual, do Distrito Federal e municipal em decorrência de suas funções administrativas, legislativas e judiciárias. § 1º - São também públicos os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por instituições de caráter público, por entidades privadas encarregadas da gestão de serviços públicos no exercício de suas atividades. § 2º - A cessação de atividades de instituições públicas e de caráter público implica o recolhimento de sua documentação à instituição arquivística pública ou a sua transferência à instituição sucessora. De início, a já conhecida definição de arquivo. Em relação ao art. 7º acima, é importante conhecermos o que é considerado arquivos públicos, a saber: 1 - Conjuntos de documentos produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades, por órgãos públicos; 2 - Conjuntos de documentos produzidose recebidos por instituições de caráter público. Podemos citar, como exemplo, empresa pública; 3 - Conjuntos de documentos produzidos e recebidos por entidades privadas encarregadas da gestão de serviços públicos no exercício de suas atividades. Observe, ainda, que o parágrafo 2º dispõe sobre a possibilidade de descontinuidade das atividades de instituições públicas. Neste caso, os arquivos são recolhidos à instituição arquivística pública (ex: arquivo nacional) ou são transferidos para instituição que continuar a execução das funções da antecessora. Art. 8º - Os documentos públicos são identificados como correntes, intermediários e permanentes. § 1º - Consideram-se documentos correntes aqueles em curso ou que, mesmo sem movimentação, constituam objeto de consultas freqüentes. § 2º - Consideram-se documentos intermediários aqueles que, não sendo de uso corrente nos órgãos produtores, por razões de interesse administrativo, aguardam a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente. § 3º - Consideram-se permanentes os conjuntos de documentos de valor histórico, probatório e informativo que devem ser definitivamente preservados. Em relação aos conceitos de arquivos correntes, intermediários e permanentes acredito que já estamos afiados, certo? Por favor, diga sim. Art. 9º - A eliminação de documentos produzidos por instituições públicas e de caráter público será realizada mediante autorização da instituição arquivística pública, na sua específica esfera de competência. Art. 10º - Os documentos de valor permanente são inalienáveis e imprescritíveis. Toda eliminação de documentos arquivísticos deve, preliminarmente, ser autorizada pela instituição arquivística pública. Sendo assim, se a ANVISA, por exemplo, quiser eliminar determinado documento, deverá, por força desse dispositivo legal, submeter a proposta ao Arquivo nacional que é a instituição responsável pela esfera federal do Poder Executivo. No que tange ao art. 10, já sabemos que os documentos do arquivo permanente possuem valor histórico e cultural. Sendo assim, não podem ser alienados (não se vende um documento permanente, por exemplo). Além disso, são imprescritíveis, ou seja, não se extinguem pelo não uso. Art. 11 - Consideram-se arquivos privados os conjuntos de documentos produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em decorrência de suas atividades. Art. 12 - Os arquivos privados podem ser identificados pelo Poder Público como de interesse público e social, desde que sejam considerados como conjuntos de fontes relevantes para a história e desenvolvimento científico nacional. Art. 13 - Os arquivos privados identificados como de interesse público e social não poderão ser alienados com dispersão ou perda da unidade documental, nem transferidos para o exterior. Os documentos de valor permanente são inalienáveis e imprescritíveis. Parágrafo único - Na alienação desses arquivos o Poder Público exercerá preferência na aquisição. Art. 14 - O acesso aos documentos de arquivos privados identificados como de interesse público e social poderá ser franqueado mediante autorização de seu proprietário ou possuidor. Art. 15 - Os arquivos privados identificados como de interesse público e social poderão ser depositados a título revogável, ou doados a instituições arquivísticas públicas. Art. 16 - Os registros civis de arquivos de entidades religiosas produzidos anteriormente à vigência do Código Civil ficam identificados como de interesse público e social. Não vejo problema em identificar o conceito de arquivos privados: são documentos produzidos por pessoas privadas (física ou jurídica). O importante é perceber que os documentos privados podem ser identificados pelo Poder Público como de interesse público e social. Para que isso aconteça é necessário que sejam considerados como conjuntos de fontes relevantes para a história e desenvolvimento científico nacional. Vale registrar que a declaração de interesse público e social de arquivos privados é efetivada por decreto do Presidente da República, no qual deve conter uma justificativa para tal ato. Após os arquivos privados serem identificados como de interesse público, eles passam a ter um tratamento diferente, conforme artigos acima destacados. Vale uma leitura atenta, notadamente no que se refere à eventual alienação. Art. 18 - Compete ao Arquivo Nacional a gestão e o recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder Executivo Federal, bem como preservar e facultar o acesso aos documentos sob sua guarda, e acompanhar e implementar a política nacional de arquivos. Parágrafo único - Para o pleno exercício de suas funções, o Arquivo Nacional poderá criar unidades regionais. Art. 19 - Competem aos arquivos do Poder Legislativo Federal a gestão e o recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder Legislativo Federal no exercício das suas funções, bem como preservar e facultar o acesso aos documentos sob sua guarda. Art. 20 - Competem aos arquivos do Poder Judiciário Federal a gestão e o recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder Judiciário Federal no exercício de suas funções, tramitados em juízo e oriundos de cartórios e secretarias, bem como preservar e facultar o acesso aos documentos sob sua guarda. É comum o equívoco de achar que o Arquivo Nacional é responsável pelo recolhimento dos arquivos de todos os Poderes e de todas as esferas governamentais. O Arquivo Nacional tem sua competência restrita ao Poder Executivo Federal, ok? Da leitura dos arts. 19 e 20, depreende-se que o recolhimento e tratamento dos documentos aquivísticos dos Poderes Legislativo e Judiciário são de competência desses respectivos Poderes. Art. 25 - Ficará sujeito à responsabilidade penal, civil e administrativa, na forma da legislação em vigor, aquele que desfigurar ou destruir documentos de valor permanente ou considerado como de interesse público e social. Art. 26 - Fica criado o Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ), órgão vinculado ao Arquivo Nacional, que definirá a política nacional de arquivos, como órgão central de um Sistema Nacional de Arquivos (SINAR). § 1º - O Conselho Nacional de Arquivos será presidido pelo Diretor-Geral do Arquivo Nacional e integrado por representantes de instituições arquivísticas e acadêmicas, públicas e privadas. A regulamentação do acesso e do sigilo de documentos públicos que antes era feita pela Lei 8.159/1991, passou a ser objeto da Lei de Acesso à Informação, Lei 12.527/2011. § 2º - A estrutura e funcionamento do conselho criado neste artigo serão estabelecidos em regulamento. Observe que a proteção legal não se limita apenas a documentos de valor permanente, mas também, aqueles considerados como de interesse público e social. Nesse sentido, aquele que desfigurar ou destruir esses documentos ficará sujeito à responsabilidade penal, civil e administrativa. É importante ressaltar, ainda, que ao CONARQ, órgão vinculado ao Arquivo Nacional, compete definir a política nacional de arquivos. Além disso, CONARQ é o órgão central do Sistema Nacional de Arquivos (SINAR). Não confunda CONARQ com SINAR. Este é uma estrutura sistêmica formada por vários arquivos do País, aquele é um órgão colegiado vinculado ao Arquivo Nacional. 1. (CESPE/MPOG/2015) A respeito das políticaspúblicas de arquivo, julgue o item a seguir. A cessação de atividades de instituições públicas e de caráter público implica o recolhimento de sua documentação ao Ministério da Justiça ou ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Gabarito: errado Comentários: O CONARQ é o órgão central do SINAR e a ele compete definir a politica nacional de arquivos. Nos termos do parágrafo 2º do art. 7º da Lei 8.159/1991, a cessação de atividades de instituições públicas e de caráter público implica o recolhimento de sua documentação à instituição arquivística pública ou a sua transferência à instituição sucessora. 2. (CESPE/MPOG/2015) A respeito das políticas públicas de arquivo, julgue o item a seguir. Os documentos públicos, de acordo com a Lei dos Arquivos, podem ser identificados como especiais ou nato digitais. Gabarito: errado Comentários: Os documentos públicos são identificados como correntes, intermediários e permanentes, conforme art. 8º da Lei 8.159/1991. 3. (CESPE/FUB/2015) Com relação à Política Nacional de Arquivos Públicos e Privados, julgue o item subsecutivo. Os documentos públicos incluem os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por instituições de caráter público e por entidades privadas encarregadas da gestão de serviços públicos no exercício de suas atividades. Gabarito: certo Comentários: O parágrafo 1º e caput do art. 7º da Lei 8.159/1991 dispõem sobre o que são considerados arquivos públicos, a saber: 1 - Conjuntos de documentos produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades, por órgãos públicos; 2 - Conjuntos de documentos produzidos e recebidos por instituições de caráter público. 3 - Conjuntos de documentos produzidos e recebidos por entidades privadas encarregadas da gestão de serviços públicos no exercício de suas atividades. A questão abordou os itens 2 e 3 acima. Portanto, gabarito certo. 4. (CESPE/FUB/2015) Com relação à Política Nacional de Arquivos Públicos e Privados, julgue o item subsecutivo. Os documentos considerados de valor permanente são prescritíveis e alienáveis. Gabarito: errado. Comentários: Documentos do arquivo permanentes possuem valor histórico. Nos termos do art. 10 da Lei 8.159/1991 são inalienáveis e imprescritíveis. 5. (CESPE/FUB/2015) Com relação à Política Nacional de Arquivos Públicos e Privados, julgue o item subsecutivo. A eliminação de documentos de arquivo acumulados pela administração pública federal somente poderá ocorrer com a autorização do Arquivo Nacional. Gabarito: certo Comentários: Toda eliminação de documentos arquivísticos deve, preliminarmente, ser autorizada pela instituição arquivística pública que no caso do Poder Executivo Federal é o Arquivo Nacional. 6. (CESPE/FUB/2015) Com relação à Política Nacional de Arquivos Públicos e Privados, julgue o item subsecutivo. O órgão que define a Política Nacional de Arquivos Públicos e Privados é o Conselho Nacional de Arquivos. Gabarito: certo Comentários: O CONARQ é o órgão central do SINAR e a ele compete definir a política nacional de arquivos, conforme art. 26 da Lei 8.159/1991. 7. (ESAF/MF/2012) Identifique, entre as opções a seguir, quem elabora a política arquivística brasileira. a) O Sistema Nacional de Arquivos. b) O Sistema de Gestão de Documentos e Arquivos. c) O Sistema de Serviços Gerais. d) O Conselho Nacional de Arquivos. e) O Arquivo Nacional. Gabarito: D Comentários: Essa ficou fácil. Nos termos do art. 26 da Lei 8.159/1991, ao CONARQ compete definir a politica nacional de arquivos. 8. (ESAF/ANA/2009) A definição do conceito de gestão de documentos encontrada na Lei n. 8.159, de 8 de janeiro de 1991, não menciona a seguinte operação técnica: a) Criação. b) Avaliação. c) Preservação. d) Tramitação. e) Uso Gabarito: C Comentários: Nos termos do art. 3º da Lei 8.159/1991, considera-se gestão de documentos o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à sua produção (criação), tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente. É só lembrar-se do mnemônico PATUA, ok? Disposições Lei nº 12.527/2011 A Lei 12.527/2011, denominada Lei de Acesso à Informação, tem fundamental importância para a sua prova, uma vez que ela regulamenta matéria relativa ao acesso aos documentos e informações públicos que antes era regulamentada pelo Decreto nº 4.553/2002. Art. 1o Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem observados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim de garantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal. Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei: I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Judiciário e do Ministério Público; II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. De início, cabe registrar que a citada Lei, que regulamenta o previsto no inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal, vale para a administração direta e indireta de todos os poderes e entes federativos. Art. 4o Para os efeitos desta Lei, considera-se: (...) III - informação sigilosa: aquela submetida temporariamente à restrição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado; Observe que o inciso III do art. 4º traz o conceito de informação sigilosa. Um aspecto importante a ser observado é o aspecto temporal da informação sigilosa, ou seja, a classificação é temporária. Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder o acesso imediato à informação disponível. § 1o Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deverá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias: I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta, efetuar a reprodução ou obter a certidão; II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou parcial, do acesso pretendido; ou III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda, remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o interessado da remessa de seu pedido de informação. § 2o O prazo referido no § 1o poderá ser prorrogado por mais 10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será cientificado o requerente. § 3o Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações e do cumprimento da legislação aplicável, o órgão ou entidade poderá oferecer meios para que o próprio requerente possa pesquisar a informação de que necessitar. § 4o Quando não for autorizado o acesso por se tratar de informação total ou parcialmente sigilosa, o requerente deverá ser informado sobre a possibilidade de recurso, prazos e condições para sua interposição, devendo, ainda, ser-lhe indicada a autoridade competente para sua apreciação. § 5o A informação armazenada em formato digital será fornecidanesse formato, caso haja anuência do requerente. § 6o Caso a informação solicitada esteja disponível ao público em formato impresso, eletrônico ou em qualquer outro meio de acesso universal, serão informados ao requerente, por escrito, o lugar e a forma pela qual se poderá consultar, obter ou reproduzir a referida informação, procedimento esse que desonerará o órgão ou entidade pública da obrigação de seu fornecimento direto, salvo se o requerente declarar não dispor de meios para realizar por si mesmo tais procedimentos. O mais importante neste art. 11 é o seguinte: se a informação estiver disponível, ela deve ser entregue imediatamente ao solicitante. Caso não seja possível conceder o acesso imediato, o órgão ou entidade tem até 20 dias para atender ao pedido, prazo que pode ser prorrogado por mais 10 dias, se houver justificativa expressa. Art. 21. Não poderá ser negado acesso à informação necessária à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais. Parágrafo único. As informações ou documentos que versem sobre condutas que impliquem violação dos direitos humanos praticada por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não poderão ser objeto de restrição de acesso. Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses legais de sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses de segredo industrial decorrentes da exploração direta de atividade econômica pelo Estado ou por pessoa física ou entidade privada que tenha qualquer vínculo com o poder público. Somente em casos específicos, o acesso à informação sob guarda do Estado poderá sofrer restrição. Ora, essas informações, em regra, são públicas. Nesse sentido, o sigilo deve ser tratado sempre como exceção. O legislador optou por mencionar algumas informações que não podem ter seu acesso restrito, por mais que a autoridade classificadora assim desejasse. Observe que não poderá ser negado acesso à informação necessária à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais. Além disso, as informações ou documentos que versem sobre condutas que impliquem violação dos direitos humanos praticada por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não poderão ser objeto de restrição de acesso. Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as informações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam: I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integridade do território nacional; II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as relações internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas em caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais; III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população; IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou monetária do País; V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégicos das Forças Armadas; VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvolvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, instalações ou áreas de interesse estratégico nacional; VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autoridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de investigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a prevenção ou repressão de infrações. Observe que as informações listadas nos incisos do art. 23 são consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado, o que justifica a sua classificação. A leitura atenta dessas situações permite uma fácil identificação. Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públicas, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como ultrassecreta, secreta ou reservada. § 1o Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, conforme a classificação prevista no caput, vigoram a partir da data de sua produção e são os seguintes: I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; II - secreta: 15 (quinze) anos; e III - reservada: 5 (cinco) anos. § 2o As informações que puderem colocar em risco a segurança do Presidente e Vice-Presidente da República e respectivos cônjuges e filhos(as) serão classificadas como reservadas e ficarão sob sigilo até o término do mandato em exercício ou do último mandato, em caso de reeleição. § 3o Alternativamente aos prazos previstos no § 1o, poderá ser estabelecida como termo final de restrição de acesso a ocorrência de determinado evento, desde que este ocorra antes do transcurso do prazo máximo de classificação. § 4o Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o evento que defina o seu termo final, a informação tornar-se-á, automaticamente, de acesso público. § 5o Para a classificação da informação em determinado grau de sigilo, deverá ser observado o interesse público da informação e utilizado o critério menos restritivo possível, considerados: I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do Estado; e II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que defina seu termo final. Podemos perceber que documento sigiloso é aquele que possui uma das três classificações utilizadas na Lei: ultrassecreto, secreto e reservado. NÃO existe mais a classificação CONFIDENCIAL que antes constava no Decreto nº 4.553/20002. Após o prazo de classificação ou consumado o evento que defina o seu termo final, a informação tornar-se-á, automaticamente, de acesso público. Quanto ao sigilo, as classificações das informações podem ser: ultrassecreto, secreto e reservado. NÃO existe mais a classificação CONFIDENCIAL. É importante percebermos que os prazos de duração da classificação sigilosa são contados a partir da data da produção do documento. Esses prazos você precisa memorizar. Ultrassecreta: 25 anos; Secreta: 15 anos; e Reservada: 5 anos. Ressalta-se que somente a categoria dos documentos ultrassecretos poderá ser objeto de prorrogação de prazo de sigilo, por uma única vez, até o prazo máximo desta mesma categoria, conforme parágrafo 2º do art. 35 da referida Lei. 25 ANOS 15 ANOS 5 ANOS Prazo Máximo de Restrição de Acesso à Informação. Art. 27. A classificação do sigilo de informações no âmbito da administração pública federal é de competência: (Regulamento) I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades: a) Presidente da República; b) Vice-Presidente da República; c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas; d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no exterior; II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso I, dos titulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e sociedades de economia mista; e III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos incisos I e II e das que exerçam funções de direção, comando ou chefia, nível DAS 101.5, ou superior, do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores, ou de hierarquia equivalente, de acordo com regulamentação específica de cada órgão ou entidade, observado o disposto nesta Lei. § 1o A competência prevista nos incisos I e II, no que se refere à classificação comoultrassecreta e secreta, poderá ser delegada pela autoridade responsável a agente público, inclusive em missão no exterior, vedada a subdelegação. § 2o A classificação de informação no grau de sigilo ultrassecreto pelas autoridades previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso I deverá ser ratificada pelos respectivos Ministros de Estado, no prazo previsto em regulamento. § 3o A autoridade ou outro agente público que classificar informação como ultrassecreta deverá encaminhar a decisão de que trata o art. 28 à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a que se refere o art. 35, no prazo previsto em regulamento. Estão especificadas na lei as autoridades que têm a prerrogativa de classificar as informações nos diferentes graus de sigilo. Quanto mais estrito o sigilo, maior o nível hierárquico do agente público. GRAU ULTRASSECRETO: Presidente da República, Vice-Presidente da República, Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas, Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no exterior. GRAU SECRETO: Autoridades mencionadas acima, mais: titulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e sociedades de economia mista. GRAU RESERVADO: Autoridades supracitadas, mais: as que exercem funções de direção, comando ou chefia, de hierarquia equivalente ou superior ao nível DAS 101.5; as que compõem o grupo - Direção e Assessoramento Superiores, conforme regulamentação específica de cada órgão ou entidade. Observe que a competência prevista nos incisos I e II, no que se refere à classificação como ultrassecreta e secreta, poderá ser delegada pela autoridade responsável a agente público, inclusive em missão no exterior. A classificação de informação no grau de sigilo ultrassecreto por Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica e Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no exterior deverá ser ratificada pelos respectivos Ministros de Estado, Ministro da Defesa e Ministro das Relações Exteriores, respectivamente. Disposições da Lei 12.682/2012 Esta Lei dispõe sobre a elaboração e o arquivamento de documentos em meios eletromagnéticos. Art. 1o A digitalização, o armazenamento em meio eletrônico, óptico ou equivalente e a reprodução de documentos públicos e privados serão regulados pelo disposto nesta Lei. Parágrafo único. Entende-se por digitalização a conversão da fiel imagem de um documento para código digital. Já no parágrafo único do art. 1º consta o conceito legal de digitalização, qual seja, entende-se por digitalização a conversão da fiel imagem de um documento para código digital. Art. 3o O processo de digitalização deverá ser realizado de forma a manter a integridade, a autenticidade e, se necessário, a confidencialidade do documento digital, com o emprego de certificado digital emitido no âmbito da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP - Brasil. Parágrafo único. Os meios de armazenamento dos documentos digitais deverão protegê-los de acesso, uso, alteração, reprodução e destruição não autorizados. Observe que a digitalização deve manter a integridade, a autenticidade e confidencialidade do documento digital. Como? Por meio de certificados digitais Além disso, houve a preocupação com o acesso não autorizado, cabendo os meios de armazenamento dos documentos digitais protege-los do uso não autorizado. Art. 4o As empresas privadas ou os órgãos da Administração Pública direta ou indireta que utilizarem procedimentos de armazenamento de documentos em meio eletrônico, óptico ou equivalente deverão adotar sistema de indexação que possibilite a sua precisa localização, permitindo a posterior conferência da regularidade das etapas do processo adotado. (...) Art. 6o Os registros públicos originais, ainda que digitalizados, deverão ser preservados de acordo com o disposto na legislação pertinente. O art. 4ª fala em sistema de indexação. O que vem a ser isso? Indexação é o processo pelo qual documentos ou informações são representados por termos, palavras chave ou descritores, propiciando a recuperação da informação. Em outras palavras, consiste em atrelar determinadas palavras a um documento, de forma a facilitar sua pesquisa. O conteúdo do art. 6º é importante para sua prova. Os documentos originais, mesmo após a digitalização, devem ser conservados para efeitos probatórios, de acordo com as normas arquivísticas. Disposições da do Decreto nº 4.073/2002 O Decreto nº 4.073/2002 dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e privados. Art. 1o O Conselho Nacional de Arquivos - CONARQ, órgão colegiado, vinculado ao Arquivo Nacional, criado pelo art. 26 da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991, tem por finalidade definir a política nacional de arquivos públicos e privados, bem como exercer orientação normativa visando à gestão documental e à proteção especial aos documentos de arquivo. Como já havíamos mencionado o CONARQ é órgão colegiado, vinculado ao Arquivo Nacional e tem por finalidade definir a política nacional de arquivos públicos e privados. Recomendo uma leitura atenta das competências do CONARQ previstas no art. 2º do Decreto sob análise. Art. 3o São membros conselheiros do CONARQ: I - o Diretor-Geral do Arquivo Nacional, que o presidirá; II - dois representantes do Poder Executivo Federal; III - dois representantes do Poder Judiciário Federal; IV - dois representantes do Poder Legislativo Federal; V - um representante do Arquivo Nacional; Os originais dos documentos digitalizados não podem ser descartados. Devem ser preservados para efeitos probatórios. VI - dois representantes dos Arquivos Públicos Estaduais e do Distrito Federal; VII - dois representantes dos Arquivos Públicos Municipais; VIII - um representante das instituições mantenedoras de curso superior de arquivologia; IX - um representante de associações de arquivistas; X - três representantes de instituições que congreguem profissionais que atuem nas áreas de ensino, pesquisa, preservação ou acesso a fontes documentais. Entre os membros do CONARQ vale destacar o Diretor-Geral do Arquivo Nacional, que o presidirá. Art. 10. O SINAR tem por finalidade implementar a política nacional de arquivos públicos e privados, visando à gestão, à preservação e ao acesso aos documentos de arquivo. Art. 11. O SINAR tem como órgão central o CONARQ. Art. 12. Integram o SINAR: I - o Arquivo Nacional; II - os arquivos do Poder Executivo Federal; III - os arquivos do Poder Legislativo Federal; IV - os arquivos do Poder Judiciário Federal; V - os arquivos estaduais dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário; VI - os arquivos do Distrito Federal dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário; VII - os arquivos municipais dos Poderes Executivo e Legislativo. Observe que o SINAR é o responsável por implementar a política nacional de arquivos públicos e privados. Além disso, o SINAR tem como órgão central o CONARQ. Observe que diversos órgãos das três esferas da federação integram o SINAR, entre eles, obviamente, o Arquivo nacional. É interessante conhecer a competênciados integrantes do SINAR previstas no art. 13 do Decreto nº 4.073/2002. Art. 15. São arquivos públicos os conjuntos de documentos: I - produzidos e recebidos por órgãos e entidades públicas federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais, em decorrência de suas funções administrativas, legislativas e judiciárias; II - produzidos e recebidos por agentes do Poder Público, no exercício de seu cargo ou função ou deles decorrente; III - produzidos e recebidos pelas empresas públicas e pelas sociedades de economia mista; IV - produzidos e recebidos pelas Organizações Sociais, definidas como tal pela Lei no 9.637, de 15 de maio de 1998, e pelo Serviço Social SINAR é o Sistema Nacional de Arquivos responsável por implementar a política nacional de arquivos públicos e privados. CONARQ é um é órgão colegiado, vinculado ao Arquivo Nacional e tem por finalidade definir a política nacional de arquivos públicos e privados. O SINAR tem como órgão central o CONARQ. Autônomo Associação das Pioneiras Sociais, instituído pela Lei no 8.246, de 22 de outubro de 1991. Parágrafo único. A sujeição dos entes referidos no inciso IV às normas arquivísticas do CONARQ constará dos Contratos de Gestão com o Poder Público. Este art. 15 costuma ser objeto de prova. Recomendo a memorização. São arquivos públicos os conjuntos de documentos produzidos e recebidos: Art. 19. Os documentos arquivísticos públicos de âmbito federal, ao serem transferidos ou recolhidos ao Arquivo Nacional, deverão estar avaliados, organizados, higienizados e acondicionados, bem como acompanhados de instrumento descritivo que permita sua identificação e controle. Parágrafo único. As atividades técnicas referidas no caput, que precedem à transferência ou ao recolhimento de documentos, serão implementadas e custeadas pelos órgãos e entidades geradores dos arquivos. A entrada de documentos arquivísticos públicos no Arquivo Nacional exige algumas ações, quais sejam, os documentos deverão estar avaliados, organizados, higienizados e acondicionados, bem como acompanhados de instrumento descritivo que permita sua identificação e controle. Por órgãos e entidades públicas federais, estaduais, do Distrito Federal e municipal; Por agentes do Poder Público; Pelas empresas públicas e pelas sociedades de economia mista; Pelas Organizações Sociais e pelo Serviço Social Autônomo Associação das Pioneiras Sociais. Disposições da Lei 5.433/1968 A Lei 5.433/1968 regula a microfilmagem de documentos oficiais. Vamos à análise dos principais artigos para a prova. Art 1º É autorizada, em todo o território nacional, a microfilmagem de documentos particulares e oficiais arquivados, êstes de órgãos federais, estaduais e municipais. § 1º Os microfilmes de que trata esta Lei, assim como as certidões, os traslados e as cópias fotográficas obtidas diretamente dos filmes produzirão os mesmos efeitos legais dos documentos originais em juízo ou fora dêle. § 2º Os documentos microfilmados poderão, a critério da autoridade competente, ser eliminados por incineração, destruição mecânica ou por outro processo adequado que assegure a sua desintegração. Documento (entrada no Arquivo Nacional Avaliado Organizado HigienizadoAcondicionado Instr. Descritivo § 3º A incineração dos documentos microfilmados ou sua transferência para outro local far-se-á mediante lavratura de têrmo, por autoridade competente, em livro próprio. § 4º Os filmes negativos resultantes de microfilmagem ficarão arquivados na repartição detentora do arquivo, vedada sua saída sob qualquer pretexto. § 5º A eliminação ou transferência para outro local dos documentos microfilmados far-se-á mediante lavratura de têrmo em livro próprio pela autoridade competente. § 6º Os originais dos documentos ainda em trânsito, microfilmados não poderão ser eliminados antes de seu arquivamento. § 7º Quando houver conveniência, ou por medida de segurança, poderão excepcionalmente ser microfilmados documentos ainda não arquivados, desde que autorizados por autoridade competente. Observe que o art. 1º autoriza o processo de microfilmagem em todo o território nacional, tanto para documentos particulares quanto para documentos oficiais. Nesse sentido, pode-se afirmar que a microfilmagem é um procedimento reconhecido legalmente. Ademais, os microfilmes produzirão os mesmos efeitos legais dos documentos originais, inclusive em juízo. Ainda neste art. 1º, dois pontos merecem destaques: i) os filmes negativos resultantes de microfilmagem ficarão arquivados na repartição detentora do arquivo, vedada sua saída sob qualquer pretexto; ii) os originais dos documentos ainda em trânsito, microfilmados não poderão ser eliminados antes de seu arquivamento. Art 2º Os documentos de valor histórico não deverão ser eliminados, podendo ser arquivados em local diverso da repartição detentora dos mesmos. Os microfilmes produzirão os mesmos efeitos legais dos documentos originais, inclusive em juízo. Sem sombra de dúvidas, esse art. 2º é o artigo da Lei 5.433/1968 mais cobrado em prova. A Lei veda a eliminação de arquivos considerados de valor histórico. Portanto, os originais de documentos do arquivo permanente não deverão ser destruídos, mesmo que já microfilmados. Vale registrar que a Lei 5.433/1968 é regulamentada pelo Decreto 1.799, de 30 de janeiro de 1966. Sobre o citado Decreto cabe ressaltar o seguinte: Art. 3° Entende-se por microfilme, para fins deste Decreto, o resultado do processo de reprodução em filme, de documentos, dados e imagens, por meios fotográficos ou eletrônicos, em diferentes graus de redução. Observe que ao definir microfilme, o Decreto menciona que o resultado do processo de reprodução pode ocorrer em diferentes graus de redução. Art 4º É dispensável o reconhecimento da firma da autoridade que autenticar os documentos oficiais arquivados, para efeito de microfilmagem e os traslados e certidões originais de microfilmes. O reconhecimento de firma de autoridades que autenticarem os documentos oficiais arquivados é dispensável. Art. 5° A microfilmagem, de qualquer espécie, será feita sempre em filme original, com o mínimo de 180 linhas por milímetro de definição, garantida a segurança e a qualidade de imagem e de reprodução. § 1° Será obrigatória, para efeito de segurança, a extração de filme cópia do filme original. § 2° Fica vedada a utilização de filmes atualizáveis, de qualquer tipo, tanto para a confecção do original, como para a extração de cópias. § 3° O armazenamento do filme original deverá ser feito em local diferente do seu filme cópia. Os originais de documentos de guarda permanentes, após microfilmados, não podem ser eliminados. Os parágrafos 1º e 3º do art. 5º acima versam, respectivamente, sobre a obrigatoriedade de extração de filme cópia e sobre a guarda dos microfilmes produzidos. Portanto, além da extração de cópia de filme original, para segurança, o filme original deverá ser armazenado em local diferente da cópia. Resolução Nº 10, de 6 de dezembro de 1999 Por fim, veremos os símbolos de normas ISO nas sinaléticas a serem utilizadas no processo de microfilmagem de documentos arquivísticos . Juro que se nãotivesse encontrado questão desse assunto, não o colocaria no material. Não vamos brigar com a banca. Esses símbolos surgem em face da necessidade de que a microfilmagem dos documentos arquivísticos seja realizada dentro de padrões e normais internacionais. 9. (CESPE/MPOG/2015) A respeito das políticas públicas de arquivo, julgue o item a seguir. A informação, quando classificada na categoria secreta, permanece por quinze anos com restrição de acesso. Gabarito: certo Comentário: Nos termos do parágrafo 1º do art. 24 da Lei 12.527/2011, os prazos máximos de restrição de acesso à informação, vigoram a partir da data de sua produção e são os seguintes: I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; II - secreta: 15 (quinze) anos; e III - reservada: 5 (cinco) anos. 10. (CESPE/MPOG/2015) Com base na legislação federal em vigor, julgue o item a seguir, relativo à política de acesso aos documentos de arquivo. O órgão público terá até trinta dias para atender às demandas de informação com base na Lei de Acesso à Informação (LAI). Gabarito: certo Comentário: Depreende-se da leitura do art. 11 o seguinte: se a informação estiver disponível, ela deve ser entregue imediatamente ao solicitante. Caso não seja possível conceder o acesso imediato, o órgão ou entidade tem até 20 dias para atender ao pedido, prazo que pode ser prorrogado por mais 10 dias, se houver justificativa expressa. Portanto, o prazo pode ser de 20 mais 10 dias. 11. (CESPE/MPOG/2015) Com base na legislação federal em vigor, julgue o item a seguir, relativo à política de acesso aos documentos de arquivo. Informação sigilosa é aquela submetida temporariamente à restrição de acesso público. Gabarito: certo Comentário: Nos termos do inciso III do art. 4º da Lei 12.527/2011, informação sigilosa aquela submetida temporariamente à restrição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado; 12. (CESPE/MPOG/2015) Com base na legislação federal em vigor, julgue o item a seguir, relativo à política de acesso aos documentos de arquivo. Com relação ao grau de sigilo, os documentos podem ser classificados como ostensivos, reservados, secretos ou ultrassecretos. Gabarito: errado Comentário: A informação em poder dos órgãos e entidades públicas, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como ultrassecreta, secreta ou reservada, conforme art. 24 da Lei 12.527/2011. Por oportuno, vale registrar que quanto à natureza do assunto, os documentos podem ser caracterizados como: Ostensivos – Qualquer pessoa pode consultar o documento (a sua divulgação não prejudica a instituição). Sigilosos – Tais documentos são limitados a um número restrito de pessoas. Por essa razão, demandam cuidados especiais no trato. 13. (CESPE/MPOG/2015) A respeito das políticas públicas de arquivo, julgue o item a seguir. Uma das competências do Conselho Nacional de Arquivos é implementar a política nacional de arquivos públicos e privados. Gabarito: errado Comentário: Fique atento nas competências do CONARQ e do SINAR. É comum os examinadores inverterem as competências. O CONARQ é órgão colegiado, vinculado ao Arquivo Nacional e tem por finalidade definir a política nacional de arquivos públicos e privados. Por outro lado, o SINAR é o responsável por implementar a política nacional de arquivos públicos e privados. Observe que o SINAR é um sistema integrado por diversos órgãos das três esferas da federação, entre eles, obviamente, o Arquivo nacional. 14. (CESPE/FUB/2015) No que se refere a sistemas e redes de arquivos, julgue o item seguinte. O Sistema Nacional de Arquivos é composto exclusivamente por órgãos e entidades do Poder Executivo Federal. Gabarito: errado Comentário: O SINAR é um sistema integrado por diversos órgãos das três esferas da federação, entre eles, o Arquivo Nacional, os arquivos estaduais dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, os arquivos do Distrito Federal dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, os arquivos municipais dos Poderes Executivo e Legislativo. O SINAR é o responsável por implementar a política nacional de arquivos públicos e privados. 15. (CESPE/FUB/2015) No que se refere a sistemas e redes de arquivos, julgue o item seguinte. O Arquivo Nacional é o órgão central do Sistema de Gestão de Documentos de Arquivo. Gabarito: certo Comentário: Perfeito. Nos termos do art. 11 do Decreto 4.073/2002, o SINAR tem como órgão central o CONARQ. 16. (CESPE/FUB/2015) A respeito das tecnologias aplicadas aos arquivos, julgue o item a seguir. Cópias de microfilmes produzidos no exterior não possuem valor legal no Brasil. Gabarito: errado Comentário: O art. 17 do Decreto nº 1.799/1996, abaixo transcrito. abordou a questão legal de microfilmes produzidos no exterior: Art. 17. Os microfilmes e filmes cópias, produzidos no exterior, somente terão valor legal, em juízo ou fora dele, quando: I - autenticados por autoridade estrangeira competente; II - tiverem reconhecida, pela autoridade consular brasileira, a firma da autoridade estrangeira que os houver autenticado; III - forem acompanhados de tradução oficial. 17. (CESPE/FUB/2015) A respeito das tecnologias aplicadas aos arquivos, julgue o item a seguir. Como resultado da microfilmagem, os filmes negativos devem ser arquivados no setor que detém os arquivos. Gabarito: certo Comentário: Nos termos do parágrafo 4º do art. 1º da Lei 5.433/1968, os filmes negativos resultantes de microfilmagem ficarão arquivados na repartição detentora do arquivo, vedada sua saída sob qualquer pretexto. 18. (CESPE/FUB/2015) A respeito das tecnologias aplicadas aos arquivos, julgue o item a seguir. O filme original e o filme cópia devem ser arquivados no mesmo local, para facilitar as consultas. Gabarito: errado Comentário: O armazenamento do filme original deverá ser feito em local diferente do seu filme cópia, conforme parágrafo 3º do art.4º do Decreto nº 1.799/1996. 19. (CESPE/PF/2014) Considerando as tipologias documentais e a preservação de documentos, julgue os próximos itens. O documento microfilmado tem valor de prova legal, de acordo com a legislação brasileira. Gabarito: certo Comentário: Os microfilmes produzirão os mesmos efeitos legais dos documentos originais, inclusive em juízo, conforme parágrafo 1º do art. 1º da Lei 5.433/1968. 20. (CESPE/PF/2014) A respeito de microfilmagem de documentos oficiais, julgue o item abaixo. Documentos oficiais de valor permanente só poderão ser eliminados depois de serem microfilmados, desde que tal procedimento esteja previsto em tabela de temporalidade. Gabarito: errado Comentário: Os originais de documentos de guarda permanentes, após microfilmados, não podem ser eliminados. Nos termos do art. 2º da Lei 5.433/1968, os documentos de valor histórico não deverão ser eliminados, podendo ser arquivados em local diverso da repartição detentora dos mesmos. 21. (CESPE/TCE-ES/2013) O órgão central do SINAR é o a) Conselho Nacional de Arquivos. b) Arquivo Nacional. c) Ministério da Justiça. d) Ministério da Educação. e) Ministério da Cultura. Gabarito: A Comentário: Essa ficou fácil. Nos termos do art. 11do Decreto 4.073/2002, o SINAR tem como órgão central o CONARQ. 22. (FGV/Câmara Municipal de Recife/2014) Podem ser declarados de interesse público e social por decreto do Presidente da República: I – os arquivos privados de pessoas físicas ou jurídicas que contenham documentos relevantes para a história, a cultura e o desenvolvimento nacional; II – os conjuntos de documentos produzidos e recebidos pelas Organizações Sociais, definidas como tal pela Lei nº 9637, de 15 de maio de 1998; III – os conjuntos de documentos produzidos e recebidos pelas empresas públicas e pelas sociedades de economia mista. São verdadeiras somente as afirmativas: a) I b) II c) III d) I e II e) II e III Gabarito: A Comentário: De início, observe que o mencionado nos itens I e II acima já são considerados arquivos públicos, conforme art. 15 do Decreto 4.073/2002. Portanto, são arquivos públicos os conjuntos de documentos produzidos e recebidos: Por órgãos e entidades públicas federais, estaduais, do Distrito Federal e municipal; Por agentes do Poder Público; Pelas empresas públicas e pelas sociedades de economia mista; Pelas Organizações Sociais e pelo Serviço Social Autônomo Associação das Pioneiras Sociais. Além disso, os arquivos privados podem ser identificados pelo Poder Público como de interesse público e social, desde que sejam considerados como conjuntos de fontes relevantes para a história e desenvolvimento científico nacional, conforme art. 12 da Lei 8.159/1991. 23. (ESAF/DNIT/2013) A Lei n. 12.527/2011 garantiu ao cidadão o direito de obter informação acumulada pelo Poder Público. A mesma lei definiu, também, as restrições de acesso à informação. Assinale a opção que identifica informações restritas. a) Informação pertinente à administração do patrimônio público. b) Informação relativa à implementação, acompanhamento e resultados dos programas e projetos públicos. c) Informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e entidades públicos. d) Informação sobre projetos de pesquisa e desenvolvimento científico ou tecnológico de interesse estratégico nacional. e) Informação sobre violação dos direitos humanos praticadas por agentes públicos. Gabarito: D Comentário: O art. 23 da Lei 12.527/2001 trouxe um rol de conteúdos cujo acesso pode sofre restrições. A letra “D” refere-se ao inciso VI do citado dispositivo. Recomenda-se a leitura atenta dos 8 (oito) incisos. Vejamos: I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integridade do território nacional; II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as relações internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas em caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais; III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população; IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou monetária do País; V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégicos das Forças Armadas; VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvolvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, instalações ou áreas de interesse estratégico nacional; VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autoridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de investigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a prevenção ou repressão de infrações. 24. (ESAF/DNIT/2013) Acerca dos novos conceitos trazidos pela Lei do Acesso à Informação, correlacione as colunas abaixo e, ao final, assinale a opção que contenha a sequência correta para a Coluna II. a) 1 / 2 / 3 b) 3 / 2 / 1 c) 2 / 1 / 3 d) 3 / 1 / 2 e) 1 / 3 / 2 Gabarito: C Comentário: Observe o que diz os incisos II, VIII e IX do art. 4º da Lei 12.527/2011: “Art 4º Para os efeitos desta Lei, considera-se: (...) II - documento: unidade de registro de informações, qualquer que seja o suporte ou formato; (...) VIII - integridade: qualidade da informação não modificada, inclusive quanto à origem, trânsito e destino; IX - primariedade: qualidade da informação coletada na fonte, com o máximo de detalhamento possível, sem modificações.” 25. (ESAF/CVM/2010) Zelar pelo cumprimento dos dispositivos constitucionais e legais que norteiam o funcionamento e o acesso aos arquivos públicos é competência do: a) Sistema Nacional de Arquivos (SINAR). b) Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ). c) Sistema de Gestão de Documentos de Arquivo (SIGA). d) Sistema Informatizado de Gestão Arquivística de Documentos (SIGAD). e) Arquivo Nacional do Brasil. Gabarito: B Comentário: O CONARQ é órgão colegiado, vinculado ao Arquivo Nacional e tem por finalidade definir a política nacional de arquivos públicos e privados. Recomendo uma leitura atenta das competências do CONARQ previstas no art. 2º do Decreto 4.073/2002. Nos termos do inciso IV do art. 2º do citado dispositivo, compete ao CONARQ zelar pelo cumprimento dos dispositivos constitucionais e legais que norteiam o funcionamento e o acesso aos arquivos públicos. 26. (ESAF/ANEEL/2006) Conforme a Resolução n. 10 do Conselho Nacional de Arquivos, identifique a sinalética utilizada após a seqüência de documentos microfilmados que deve constar de todos os rolos, para que não restem dúvidas quanto ao fim do filme: a) b) c) d) e) Gabarito: B Comentário: A ESAF se superou ao abordar os símbolos de normas ISO nas sinaléticas a serem utilizadas no processo de microfilmagem de documentos arquivísticos. O pior que a CESGRANRIO também cobra esses símbolos. Os citados símbolos constam no anexo I da Resolução 10, de 6 de Dezembro de 1999, já mencionado na aula. 27. (ESAF/ANEEL/2006) Avalie os seguintes itens relativos à legislação arquivística brasileira. I. Os documentos de valor permanente são alienáveis. II. Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos. III. São considerados privados os documentos produzidos e recebidos por pessoas físicas, por pessoas jurídicas, por instituições de caráter público, por entidades privadas encarregadas da gestão de serviços públicos. IV. A eliminação de documentos públicos será realizada mediante autorização da instituição arquivística pública. A quantidade dos itens corretos é igual a: a) 0 b) 1 c) 2 d) 3 e) 4 Gabarito: C Comentário: Vamos à análise de cada item; I – Incorreto. Nos termos do art. 10º da Lei 8.159/1991, os documentos de valor permanente são inalienáveis e imprescritíveis. II – Correto. Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades, por órgãos públicos de âmbito federal, estadual, do Distrito Federal e municipal em decorrência de suas funções administrativas, legislativas e judiciárias, conforme art. 7º da Lei 8.159/1991. III – Incorreto. Documentos produzidos e recebidos por instituições de caráter público e por entidades privadas encarregadas da gestão de serviços públicos são considerados documentos públicos, conforme parágrafo 1º do art. 7º da Lei 8.159/1991. IV – Correto. Nos termos do art. 9º da Lei 8.159/1991, a eliminação dedocumentos produzidos por instituições públicas e de caráter público será realizada mediante autorização da instituição arquivística pública, na sua específica esfera de competência. 28. (CESGRANRIO/PETROBRAS/2015) Os documentos produzidos e recebidos pelo Ministério de Minas e Energia, no exercício de suas atividades envolvendo a Petrobras e suas subsidiárias, quando de valor permanente, devem ser recolhidos a que unidade arquivística? a) Arquivo Nacional b) Arquivo Público do Distrito Federal c) Arquivo Permanente do Ministério de Minas e Energia d) Conselho Nacional de Arquivos e) Centro de Documentação da Petrobras Gabarito: A Comentário: De início, vale registrar que é comum o equívoco de achar que o Arquivo Nacional é responsável pelo recolhimento dos arquivos de todos os Poderes e de todas as esferas governamentais. Conforme art. 18 da Lei 8.159/1991, o Arquivo Nacional tem sua competência restrita ao Poder Executivo Federal, como é o caso da questão, ok? Ademais, da leitura dos arts. 19 e 20 do mesmo normativo, depreende-se que o recolhimento e tratamento dos documentos aquivísticos dos Poderes Legislativo e Judiciário são de competência desses respectivos Poderes. Art. 18 - Compete ao Arquivo Nacional a gestão e o recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder Executivo Federal, bem como preservar e facultar o acesso aos documentos sob sua guarda, e acompanhar e implementar a política nacional de arquivos. Parágrafo único - Para o pleno exercício de suas funções, o Arquivo Nacional poderá criar unidades regionais. Art. 19 - Competem aos arquivos do Poder Legislativo Federal a gestão e o recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder Legislativo Federal no exercício das suas funções, bem como preservar e facultar o acesso aos documentos sob sua guarda. Art. 20 - Competem aos arquivos do Poder Judiciário Federal a gestão e o recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder Judiciário Federal no exercício de suas funções, tramitados em juízo e oriundos de cartórios e secretarias, bem como preservar e facultar o acesso aos documentos sob sua guarda. 29. (CESGRANRIO/CEFET-RJ/2014) Lei de Acesso à Informação, todo órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder acesso imediato à informação disponível. Não sendo possível dar acesso imediato, o órgão poderá comunicar a data, local e modo para realizar a consulta, efetuar a reprodução ou obter certidão, indicar as razões da recusa total ou parcial, comunicar que não possui a informação e indicar, se for do seu conhecimento, o órgão que a detém. Segundo a Lei, esse procedimento se dará em um prazo não superior a a) 20 dias b) 15 dias c) 10 dias d) 5 dias e) 2 dias Gabarito: A Comentário: De pronto, cabe registrar que, em regra, o acesso à informação deve ser concedido de forma imediata, conforme caput do art. 11 da Lei 12.527/2011. Não sendo possível conceder o acesso imediato, o órgão ou entidade que receber o pedido deverá, no prazo máximo de 20 dias: i) comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta, efetuar a reprodução ou obter a certidão; ii) indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou parcial, do acesso pretendido; ou iii) comunicar que não possui a informação, indicar, se for do seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda, remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o interessado da remessa de seu pedido de informação, conforme parágrafo 1º do citado artigo. Por fim, o parágrafo 2º do mencionado art. 11 prevê que o citado prazo de 20 dias, poderá ser prorrogado por mais 10 (dez) dias, mediante justificativa expressa. Resumindo: Acesso à informação – Imediato Não sendo possível o acesso imediato – Pode prorrogar por no máximo 20 dias. Caso haja algum impeditivo => prorrogação por mais 10 dias (mediante justificativa expressa, da qual será cientificado o requerente). 30. (CESGRANRIO/CEFET-RJ/2014) Um cidadão solicita a uma universidade federal informações sobre auditorias internas de exercícios anteriores. O responsável pelo setor informa que essa documentação foi extraviada, não sendo possível o acesso a ela. De acordo com a Lei n° 12.527, o cidadão interessado, no caso dessa recusa, poderá requerer à autoridade competente o(a) a) ressarcimento de custas b) processo administrativo c) busca e apreensão d) cópia da informação e) abertura de sindicância Gabarito: E Comentário: Nos termos do parágrafo 5º do art. 7º da Lei 12.527/2011, informado do extravio da informação solicitada, poderá o interessado requerer à autoridade competente a imediata abertura de sindicância para apurar o desaparecimento da respectiva documentação 31. (CESGRANRIO/BNDES/2013) A microfilmagem de documentos particulares e oficiais de instituições federais, estaduais e municipais é autorizada em todo o território nacional por meio da Lei no 5.433 de 08/05/1968. Todo arquivista que atua em centros micrográficos deve saber que o reconhecimento de firma de autoridades que autenticarem os documentos oficiais arquivados a) necessário b) recomendável c) imprescindível d) dispensável e) prescritível Gabarito: D Comentário: O reconhecimento de firma de autoridades que autenticarem os documentos oficiais arquivados é dispensável, conforme art. 4º da Lei 5.433/1968. 32. (CESGRANRIO/BNDES/2013) Ao adotar procedimentos de microfilmagem para preservação de seu acervo documental, o BNDES deve estar em sintonia com a Resolução no 10 do CONARQ em relação aos símbolos ISO nas sinaléticas. Assim, o arquivista que desenvolve atividades em setores micrográficos deve reconhecer o símbolo que significa a) original ilegível b) texto deteriorado c) início do rolo d) continua em outro rolo e) continuação de outro rolo Gabarito: E Comentário: A questão abordou os símbolos de normas ISO nas sinaléticas a serem utilizadas no processo de microfilmagem de documentos arquivísticos. Os citados símbolos constam no anexo I da Resolução 10, de 6 de Dezembro de 1999, já mencionado na aula. 33. (CESGRANRIO/BNDES/2013) A Resolução no 25 do CONARQ, que dispõe sobre a adoção de Modelo de Requisitos para Sistemas Informatizados, considera a gestão arquivística de documentos o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento de documentos em fase corrente e intermediária. A esse respeito, a Resolução nº 25 define que a Gestão Arquivística de Documentos tem como objetivo principal o recolhimento de documentos para guarda permanente ou, então, a sua a) eliminação b) transferência c) custódia d) conservação e) armazenagem Gabarito: A Comentário: Mesmo não conhecendo a mencionada Resolução nº 25 do CONARQ, o aluno conseguiria resolver a questão. Isto porque o conhecimento da íntegra da Lei 8.159/1991, denominada Lei do Arquivo, é fundamental. Nos termos do art. 3º da Lei 8.159/1991, considera-se gestão de documentos o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminaçãoou recolhimento para guarda permanente. 34. (CESGRANRIO/BNDES/2013) De acordo com a legislação atual, as informações que puderem colocar em risco a segurança do Presidente e do Vice- Presidente da República, e de seus respectivos cônjuges e filhos, são classificadas como reservadas e ficarão sob sigilo até o a) final do primeiro ano do segundo mandato b) final do primeiro ano do último mandato c) final do terceiro ano do primeiro mandato d) término do último mandato e) segundo ano do último mandato Gabarito: A Comentário: 35. (CESGRANRIO/BNDES/2010) Algumas pessoas, ao longo da vida, tornam-se notórias e produzem documentos importantes que serão, num futuro, de interesse público e social. Se isso ocorrer, os arquivos que contêm tais documentos não poderão ser alienados, com dispersão ou perda da unidade de arquivamento, e nem transferidos para o exterior. Contudo, se a alienação desses arquivos for inevitável, o Poder Público a) terá preferência na aquisição. b) deverá impedir as ações de alienação. c) será informado sobre o procedimento da transferência. d) poderá mover ação de inventário dos documentos. e) orientará quanto à divisão das unidades. Gabarito: A Comentário: Nos termos do parágrafo único e caput do art. 13 da Lei 8.159/1991, na alienação dos arquivos privados identificados como de interesse público e social o Poder Público exercerá preferência na aquisição. Por oportuno, vale registrar que os citados arquivos não poderão ser alienados com dispersão ou perda da unidade documental, nem transferidos para o exterior. 36. (CESGRANRIO/BNDES/2010) Segundo a Lei nº 8.159, que dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e privados, os documentos inalienáveis e imprescritíveis são os a) públicos. b) privados. c) intermediários. d) permanentes. e) de interesse público e social. Gabarito: D Comentário: Nos termos do art. 10 da Lei 8.159/1991, os documentos de valor permanente são inalienáveis e imprescritíveis. 37. (INSTITUTO AOCP/Pref. Angra dos Reis/2015) Assinale a alternativa que apresenta os termos que completa a definição de gestão de documentos, na respectiva ordem, de acordo com a Lei Nacional de Arquivos. Gestão de documentos é o conjunto de procedimentos e operações técnicas referente à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase ___________ e ___________, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda _____________. a) corrente / intermediária / permanente b) corrente / posterior / definitiva c) intermediária / permanente / corrente d) permanente / inicial / corrente e) permanente / passageira / definitiva Gabarito: A Comentário: A questão explorou o conteúdo estampado no art.3º da Lei 8.159/1991, abaixo transcrito: Art. 3º - Considera-se gestão de documentos o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente. Grifei. 38. (FUNCERN/IF-RN/2015) A Lei nº 12.527/2011 determina que o órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder o acesso às informações solicitadas pelo cidadão no prazo máximo de a) 20 dias, prorrogável por mais 10 dias, sem a necessidade de justificativa. b) 20 dias, prorrogável por igual período, mediante justificativa expressa. c) 20 dias, prorrogável por mais 10 dias, mediante justificativa expressa. d) 20 dias, prorrogável por igual período, sem a necessidade de justificativa. Gabarito: C Comentário: Conforme já vimos, o candidato precisa ficar atento ao seguinte (art. 11 da Lei 12.527/2011): se a informação estiver disponível, ela deve ser entregue imediatamente ao solicitante. Caso não seja possível conceder o acesso imediato, o órgão ou entidade tem até 20 dias para atender ao pedido, prazo que pode ser prorrogado por mais 10 dias, se houver justificativa expressa. 39. (FUNCERN/IF-RN/2015) Assinale a opção que relaciona, corretamente, os tipos de informação e os prazos máximos de restrição de acesso à informação estabelecidos pela Lei nº 12.527/2011. a) Ultrassecreta: 25 anos; secreta: 15 anos; reservada: 5 anos. b) Ultrassecreta: 25 anos; secreta: 15 anos; confidencial: 10 anos; reservada: 5 anos. c) Ultrassecreta: 50 anos; secreta: 30 anos; reservada: 10 anos. d) Ultrassecreta: 50 anos; secreta: 30 anos; confidencial: 20 anos; reservada: 10 anos. Gabarito: A Comentário: O candidato que não tem tempo de estudar toda a Lei nº 12.527/2011, pelo menos precisa memorizar os prazos máximos de restrição de acesso à informação previstos no parágrafo 1º do art. 24 da citada lei. Nos termos do referido dispositivo, abaixo transcrito, os prazos máximos de restrição de acesso à informação são os seguintes: I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; II - secreta: 15 (quinze) anos; e III - reservada: 5 (cinco) anos. Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públicas, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como ultrassecreta, secreta ou reservada. § 1o Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, conforme a classificação prevista no caput, vigoram a partir da data de sua produção e são os seguintes: I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; II - secreta: 15 (quinze) anos; e III - reservada: 5 (cinco) anos. (...) 40. (CEPS-UFPA/UFPA/2015) O conhecimento da Lei nº 8.159/1991, que dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e privados é fundamental ao servidor. No Art. 1º, Cap. I, Disposições Gerais, essa Lei enfatiza que é dever do Poder Público a gestão documental e a proteção especial a documentos de arquivos, como instrumento de apoio à administração, à cultura, ao desenvolvimento científico e como elementos. a) analíticos e de informação. b) gerenciais e de controle. c) probabilísticos e de controle. d) de análise e de avaliação. e) de prova e de informação. Gabarito: E Comentário: Nos termos do art. 1º da Lei 8.159/1991, é dever do Poder Público a gestão documental e a proteção especial a documentos de arquivos, como instrumento de apoio à administração, à cultura, ao desenvolvimento científico e como elementos de prova e informação. “Resumão” das Aulas de Arquivologia 1 – Verificamos que arquivo tem formação progressiva e orgânica. São produzidos e acumulados por uma entidade, no desempenho de suas atividades, independentemente da natureza do suporte. Os arquivos servem como prova das atividades realizadas. 2 - A função básica do arquivo é tornar disponíveis as informações contidas do acervo documental sob sua guarda. 3 - Principal finalidade dos arquivos é servir à administração. 4 - Os arquivos são acumulados naturalmente como consequência da realização das atividades da administração. Além disso, os arquivos servem como prova das atividades realizadas. 5 – Princípios: Proveniência - é o princípio que fundamenta as atividades nos arquivos e diz que os arquivos originários de uma instituição devem manter sua
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