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Doenças Incidentes na cultura da manga

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Doenças Incidentes na cultura da manga (mangifera indica) 
1. INTRODUÇÃO 
 
 A exploração da manga (Mangifera indica - anacardiaceae) no Brasil, historicamente, 
foi feita em moldes extensivos, sendo comum o plantio em áreas esparsas, nos quintais 
e fundos de vales das pequenas propriedades, formando bosques subespontâneos, e 
tradicionalmente cultivados nas diversas localidades. Entretanto, seu cultivo pode ser 
dividido em duas fases distintas: a primeira, com característica principal, os plantios de 
forma extensiva, com variedades locais e pouco ou nenhum uso de tecnologias; e a 
segunda, caracterizada pelo elevado nível tecnológico, como irrigação, indução floral e 
variedades melhoradas. (Embrapa Semi – Árido, 2004). 
 
 Observa-se que a expansão da mangicultura tem ocorrido principalmente no estado de 
São Paulo, de onde foram difundidas as novas variedades de manga para o restante do 
país, e nos pólos de agricultura irrigada do Nordeste. Em todas essas áreas, o cultivo da 
manga chamada “tipo exportação” encontra-se em fase de franca expansão, tendo como 
base as cultivares “Tommy Atkins” e “Haden”, entre outras. (Embrapa Semi – Árido, 
2004). 
 
 A mangicultura na região semiárida destaca-se no cenário nacional, não apenas pela 
expansão da área cultivada e do volume de produção, mas, principalmente, pelos altos 
rendimentos alcançados e qualidade da manga produzida. Seguindo as tendências de 
consumo do mercado mundial de suprimento de frutas frescas, a região inclina-se, 
atualmente, para produção de manga de acordo com as normas de controle de segurança 
nos sistemas de produção preconizadas pelas legislações nacionais e internacionais. 
(Embrapa Semi – Árido, 2004). 
 
 Assim sendo, percebe-se que a cultura da manga reveste-se de especial importância 
econômica e social, na medida em que envolve um grande volume anual de negócios 
voltados para os mercados interno e externo, e destaca-se entre as culturas irrigadas da 
região como a que, embora não apresente um elevado coeficiente de geração de 
empregos diretos, quando comparado com outras fruteiras, mas confere oportunidades 
de ocupações que se traduzem em empregos indiretos. (Embrapa Semi – Árido, 2004). 
 
 Assim, pois, tenho como objetivo geral explanar todas as doenças consideradas 
primárias na cultura da manga. Registra-se que tal suposição foi instigada pelo 
Professor de Fitopatologia. Todavia, não nos foi imposta a escolha do objeto de estudo a 
ser analisado. . 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
 
2.1 Bacteriose-mancha angular (Xanthomonas 
campestris pv. mangiferaeindicae) 
 
Sintomatologia 
 Nas folhas, o patógeno causa manchas angulares variando de 3 a 4 mm de coloração 
pardo-escuras. Ao redor das lesões observa-se um halo amarelado e, sob alta umidade, 
observam-se, ainda, áreas com aspecto encharcado e folhas e frutos com manchas 
apresentam pústulas bacterianas (Kimati et. al., 2005). 
 Percebe-se que as folhas podem ficar com vários orifícios na medida em que os 
sintomas avançam. Esses orifícios atacam as flores e frutos causando lesões negras e 
rachando no sentido longitudinal, respectivamente (Kimati et. al., 2005). 
 Note-se que há uma acentuada queda dos frutos e os que permanecem na planta 
murcham e mumificam, principalmente quando o ataque é no pedúnculo. É possível 
afirmar, diante dessas constatações, que as lesões de todos os órgãos bacterianos 
exsudam goma rica em talos bacterianos, tal fato favorece a disseminação do patógeno 
em questão (Kimati et. al., 2005). 
 
Etiologia 
 As folhas de manga vistas na lupa em laboratório apresentavam ao redor da lesão 
sintomas de clorose. 
 Pesquisas apontam que a mancha angular é causada pela bactéria Xanthomonas 
campestris pv. mangiferaeindicae. Todavia, no Brasil, são formadas duas estirpes: a 
primeira forma colônias de coloração branca, mais patogênica, com ocorrência em São 
Paulo. E como já foi dito anteriormente, o isolamento da bactéria (Xanthomonas 
campestris pv. mangiferaeindicae) foi feito a partir das lesões apresentadas nas folhas de 
manga (Mangifera indica) e apresentou como resultado apenas colônias de coloração 
branca. A segunda, mais amarelada, não apresentou resultados no meu isolamento que é 
comum no Nordeste brasileiro (Kimati et. al., 2005). 
Explicitamente, a de coloração branca (primeira) forma colônia circular, lisa, convexa, 
mucosa e brilhante com 3 mm de diâmetro, gram positiva como foi provado em um dos 
testes aplicados em laboratório, em 48 horas. E as condições que favorecem o 
crescimento das bactérias são: alta umidade e alta temperatura. Contudo, pode-se 
assegurar que chuvas de pedra ou ventos fortes, que danifiquem a superfície da planta, 
favorecem a penetração do patógeno e a severidade dos sintomas (Kimati et. al., 2005). 
 
Epidemiologia 
 Para Robbs, Ribeiro e Kimura (1974), de uma forma geral, conhecer o ciclo e a 
epidemiologia da doença é de extrema importância no seu controle e na redução do uso 
de agroquímicos. Sabe-se, também, que o patógeno sobrevive durante o período seco, 
em ramos mortos e frutos secos caídos ou remanescentes na planta. A eliminação desses 
restos de cultura pode diminuir a densidade do inóculo primário da doença. 
 
 É possível afirmar, fundamentado em Robbs, Ribeiro e Kimura, (1974), que um dos 
elementos para a compreensão da Epidemiologia é de que os fatores ambientais, tais 
como: temperatura, luminosidade, ph, fertilidade do solo, unidos aos fatores causados 
pela influência do homem na natureza são elementos facilitadores da propagação da 
doença em questão. 
 Robbs, Ribeiro e Kimura, (1974) afirmam que o Patógeno desenvolver-se-á na 
medida em que os fatores externos supracitados operem simultaneamente e o produtor 
de manga deve estar atento para que tais fatores não comprometam sua produção. A 
melhor forma é a prevenção. Em outras palavras, protege-se o pomar com as melhores 
medidas de controle da doença, registra-se que estas serão enumeradas no item controle 
da doença. 
 Diante dessas constatações, percebe-se que a quantidade de doença no pomar é 
determinada pelo balanço de dois processos opostos: infecção e remoção. Nesse 
sentido,a infecção ganha força e a parte lesionada também. Tal fato ocasionará novas 
lesões e, por conseguinte, o aparecimento de novas infecções. (Robbs, Ribeiro e 
Kimura, 1974). 
 Em contrapartida, caso haja a remoção da parte lesionada, é muito provável que a 
bactéria não se desenvolva com tanta agressividade. Portanto, esses opostos: infecção e 
remoção, que ocorrem ao mesmo tempo, podem melhorar ou agravar a quantidade de 
doença no pomar. Já que, caso a infecção seja mais intensa do que a remoção a 
dimensão da doença progredirá e a recíproca é verdadeira. (Robbs, Ribeiro e Kimura, 
1974). 
 Robbs, Ribeiro e Kimura (1974) afirmam que a mancha-angular tem como hospedeiro 
somente a mangueira e levando-se em conta que a doença (bacteriose da mangueira), 
que é causada pela bactéria (Xanthomonas campestris pv. mangiferaeindicae), tem sua 
ação facilitada pelos fatores externos ambientais e sua disseminação ocorre por insetos 
como a mosca-das-frutas, mariposas, insetos perfuradores dos frutos, cochonilhas e 
formigas. 
 Assim, pois, é possível inferir que a penetração da bactéria nas partes vegetativas e 
reprodutivas ocorre por ferimentos. Altos níveis de umidade e altas temperaturas são 
condições favoráveis à doença, assim como ventos fortes e chuva de granizo devido à 
formação de ferimentos. 
 
Controle 
 
 Podem-se controlar as condições de desenvolvimento da bactéria mediante conduta de 
ações: a primeira medida de controle é a escolha dolocal do pomar. Pois, áreas sob a 
influência de grandes massas de água devem ser evitadas já que é um ambiente 
favorável ao desenvolvimento da bactéria (Kimati et. al., 2005). 
 A segunda medida é proteger o pomar com quebra ventos, visto que é possível 
diminuir os ferimentos produzidos pelo atrito entre folhas e frutos, impedindo, desta 
forma, a penetração da bactéria (Kimati et. al., 2005). 
Kimati et. al. (2005) afirma que em pomares situados em locais favoráveis à ocorrência 
da doença, recomenda-se a utilização de um esquema de proteção dos novos órgãos da 
planta ao longo de todo o ano subsequente. 
Em possível afirmar, de igual forma, que bons resultados são obtidos por meio de 
pulverizações com fungicidas cúpricos na dose indicada pelo fabricante para uso em 
fruticultura. Observa-se que os produtos devem ser misturados em água e agitados e em 
seguida aplicados (Kimati et. al., 2005). 
A partir disso, as pulverizações podem ser realizadas de quinze em quinze dias no 
período chuvoso e, mensalmente, na seca. Entretanto, na ocorrência de chuvas de pedra, 
ventos fortes ou formigas cortadeiras contribuem para que o procedimento das 
pulverizações seja repetido. Há registros de que, especificamente, nesta doença não há 
agrotóxico capaz de combater a referida moléstia (AGROFIT, 2010). 
De acordo com Robbs, Ribeiro e Kimura (1974) as principais informações a respeito do 
controle da doença são: 
1-inicia com a escolha de mudas sadias e de procedência conhecida; 
2-proteção do pomar contra ventos fortes com plantas do tipo quebra-vento; 
3-eliminação dos frutos doentes no pomar para reduzir a fonte de inóculo; 
4-imersão do material vegetativo em solução de hipoclorito de sódio ou de cálcio a 
0,35% por 5 minutos antes da enxertia; 
5-atomizar as plantas com a mistura de oxicloreto de cobre com mancozeb na proporção 
de 2,0 e 3,0 kg/ha, respectivamente, após o descanso da mistura por no mínimo 8 horas, 
nas horas de temperaturas mais amenas; 
6- a variedade Haden é considerada tolerante e a Tommy Atkins. 
 
2.2 Antracnose Glomerella cingulata (Colletotrichum 
gloeosporioides) 
 
Sintomatologia: 
 Nas folhas novas, a doença causa numerosas e pequenas manchas salientes, 
arredondadas ou irregulares, de tamanho variável e coloração marrom. Estas lesões 
podem aparecer no ápice, nas margens ou mesmo no centro do limbo foliar. Em 
condições favoráveis evoluem rapidamente, coalescem, causando deformações da folha 
que fica retorcida, necrosada e crestada, com rupturas na porção lesionada. Na raque da 
inflorescência e suas ramificações, aparecem pequenas manchas de coloração marrom-
escura, profundas e secas, alongadas no sentido longitudinal, destruindo grande número 
de flores. As raques e ramificações danificadas quebram com facilidade, causando a 
queda dos frutos antes da maturação fisiológica (Kimati et. al., 2005). 
 Nos ramos novos, observam-se manchas necróticas escuras, seguidas de uma seca da 
ponta para a base e desfolha. Os frutos são suscetíveis em qualquer estádio do seu 
desenvolvimento. Se a infecção ocorrer no início da formação dos frutinhos, resultará na 
sua queda. Em frutos maiores, o patógeno pode ficar latente. Infecções latentes tornam-
se ativas e servem como centro de apodrecimento quando os frutos amadurecem. Neste 
caso apresentam manchas negras, irregulares, deprimidas, às vezes com pequenas 
rachaduras. As manchas coalescem e acabam envolvendo todo o fruto. Nos frutos em 
fase final de desenvolvimento, a infecção pode ocorrer através das lenticelas, mostrando 
uma pequena mancha negra ou numerosas lesões corticosas, pardo-amareladas, na 
superfície (Kimati et. al., 2005). 
 
 
 
Etiologia 
 O teleomorfo Glomerella cingulata é um Ascomiceto cuja fase anamórfica 
corresponde à espécie Colletotrichum gloeosporioides. Trata-se de um fungo da ordem 
Melanconiales, família Melanconiaceae. Produz acérvulos subepidérmicos, dispostos 
em círculos. Os conídeos são liberados dos acérvulos através de uma massa viscosa de 
coloração rosada. Os conídeos são hialinos e gutalados, uninucleados, com 12-19 µm de 
comprimento por 1,0 – 6,0 µm de largura, arredondados nas extremidades e levemente 
curvos. Peritécios são rostrados, sobesféricos e agrupados num estroma ou bem 
separados. O estroma pode ser pouco desenvolvido ou estar ausente. Ascos são 
subclavados, medindo 42-60 x 10-12 µm. Ascósporos são hialinos, unicelulares e 
curvados, medindo 12-24 x 4-6 µm (Kimati et. al., 2005). 
 Conídios são disseminados na planta pela água da chuva e produzidos durante todo o 
ano em lesões novas ou velhas de folhas, ramos verdes ou secos, inflorescências 
mumificadas e nas raques desenvolvidas. A maior produção de conídeos ocorre nas 
lesões das folhas novas em condições de alta umidade relativa, acima de 95%, ou em 
água livre e numa larga faixa de temperatura que vai de 10ºC a 30ºC, sendo a ideal para 
a formação de apresório acima de 25ºC. 
 Longos períodos de chuva, coincidindo com ativo crescimento e florescimento, são as 
condições ideais para ocorrência de epidemias. A principal fonte de inóculo é 
proveniente dos fluxos vegetativos infectados. Períodos úmidos seguidos de períodos 
secos reduzem drasticamente a viabilidade dos esporos. O período de umidade para que 
ocorra a infecção é de 12-18 horas sendo, portanto, o desenvolvimento da doença é 
bastante favorecido por chuvas que ocorrem no fim da tarde, prolongando durante toda 
a noite o período de alta umidade. Períodos chuvosos e encobertos ou orvalho pesado no 
período noturno, freqüente no inverno paulista, são favoráveis à ocorrência da 
antracnose (Kimati et. al., 2005). 
Epidemiologia 
 O ciclo da doença tem início durante a dispersão dos esporos a partir de regiões já 
infectadas por respingos de chuvas, pois o patógeno necessita de molhamento (chuva, 
orvalho ou irrigação) para remoção da massa mucilaginosa presente no acérvulo, corpo 
de frutificação que produz os esporos. Esses esporos podem ser oriundos de lesões em 
folhas, panículas e frutos que servem como fonte de inóculos para infecção de órgãos 
sadios (BATISTA e BARBOSA). 
 O patógeno também sobrevive em lesões em folhas velhas, ramos verdes ou secos, 
inflorescências e raque presas à planta. A infecção ocorre na presença de água livre, 
sendo necessárias de 5 a 18 horas com umidade relativa acima de 90% ou água livre, 
dependendo da temperatura. Os esporos podem sobreviver por até seis semanas em 
condições de umidade relativa baixa (62%) e ainda germinarem na presença de água 
livre. O fungo se reproduz em uma ampla faixa de temperatura, mas a temperatura 
ótima para a infecção é entre 25 a 30 graus. Períodos chuvosos e encobertos ou de 
orvalho prolongado, coincidindo com o florescimento, são condições ideais para a 
ocorrência de epidemias na região de Petrolina e Juazeiro (BATISTA e BARBOSA). 
 Como comentado acima, agravante é quando ocorrem infecções quiescente em frutos, 
ou seja, infecção sem o surgimento inicial de sintomas. Nesta circunstância, as lesões só 
irão se desenvolver no período de pós-colheita. Gerando, portanto perdas na 
comercialização da fruta. O processo da infecção quiescente ocorre quando os esporos 
depositados na superfície do fruto germinam e emitem os apressórios que 
posteriormente germinam emitindo uma hifa (infecção) que penetra logo abaixo da 
cutícula. Se o fruto estiver verde, em geral, a infecção permanece quiescente até a 
maturação quando então ocorre o crescimento micelial na epiderme do fruto. O 
patógeno possui vários hospedeiros alternativos, desde plantas silvestres a cultivadas, a 
exemplo da goiabeira, abacateiro, morangueiro, maracujazeiro, mamoeiro etc 
(BATISTAe BARBOSA, ????). 
Controle 
 Para um bom manejo da antracnose, o produtor deve adotar um sistema constante de 
acompanhamento quanto à ocorrência e intensidade da doença no campo e 
principalmente das condições meteorológicas durante a fase de floração e frutificação 
que correspondem às fases mais sensíveis da planta. Além de pulverizações com 
fungicidas nos pomares, é recomendada a adoção de práticas culturais para reduzir o 
nível de inóculo e as condições favoráveis à doença (BATISTA e BARBOSA, ????). 
 Entre as medidas culturais recomendadas, destacam-se: Fazer poda de limpeza das 
plantas, eliminando os ramos com sintomas da doença; Induzir a floração em épocas 
que não coincidam com chuvas; Realizar poda de formação da copa a fim de propiciar 
boas condições de arejamento e desfavorecer a infecção do patógeno; Efetuar limpeza 
do pomar, retirando e queimando todos os restos de cultura contaminados; Fazer 
colheitas frequentes e não deixar frutos maduros nas plantas; Realizar adubações 
adequadas, evitando o desbalanço nutricional; Fazer o tratamento hidrotérmico à 
temperatura de 52-55 durante 5 minutos; O tratamento quarentenário realizado para 
moscas-das-frutas, para as mangas exportadas para os Estados Unidos, também é 
eficiente para a antracnose. Pulverizar com fungicidas cúpricos para reduzir o inóculo 
da área, bem como os produtos à base de mancozeb, tiofanato metílico e tebuconazole 
(BATISTA e BARBOSA, ????). 
 
2.3 Oídio – Oidium mangiferae 
 
 O oídio (Oidium mangiferae), também denominado pelos produtores de cinza, é uma 
doença muito comum nos pomares de mangueira. A doença pode causar danos nas fases 
de emissão de folhas novas, florescimento e início de frutificação. Essa doença ocorre 
em todas as regiões produtoras do mundo. Na região do Submédio do Vale São 
Francisco a doença pode ocorrer durante todo o ano, porém sua intensidade tende a ser 
maior principalmente no segundo semestre (BATISTA e BARBOSA). 
Sintomatologia 
 Órgãos vegetais em desenvolvimento como folhas novas, inflorescência e frutos 
jovens são bastante suscetíveis. Quando o fungo infecta a inflorescência, as partes 
afetadas ficam recobertas por um crescimento pulverulento branco-acinzentado (por 
isso denominado de cinza). O pó branco-acinzentado, nada mais é que as estruturas do 
patógeno. Com o desenvolvimento dessas estruturas (micélios e esporos), as mesmas 
acabam danificando as flores, causando abortamento e consequentemente 
comprometendo a produção. As ramificações da inflorescência e os frutos jovens, 
também, ficam recobertos com as estruturas do fungo (BATISTA e BARBOSA). 
 O pedúnculo de frutos com oídio fica mais fino e quebradiço, resultando em sua 
queda. Frutos maiores que persistem na planta podem apresentar rachaduras na casca 
que servem comporta de entrada para outros patógenos. Enquanto folhas infectadas, 
além de ficarem recobertas pelo crescimento branco-acinzentado, tornam-se deformadas 
e com aspecto de queimadas, podendo ocorrer queda de folhas (BATISTA e 
BARBOSA).
 
Etiologia: 
 Esta doença é causada por Oidium mangiferae, que formam hifas hialinas e septadas 
que medem de 4,9 a 8,2 µm, de onde se originam conidióforos, simples e eretos (64 a 
163 µm), com duas ou mais células basais que vão se originar conídios hialinos (Fig. 
1C), cilíndricos, dispostos em cadeia que medem cerca de 42,9x 18 -21,9 µm 
(STADINIK, 2001). 
 As hifas formam também os haustórios, que são estruturas especializadas na retirada 
de nutrientes diretamente das células do hospedeiro. Estas estruturas, proveniente do 
intumescimento da extremidade das hifas que penetram no interior das células, 
permitem que o fungo exerça uma forma evoluída de parasitismo, proporcionando uma 
longa convivência entre patógeno e hospedeiro (KIMATI et al., 1995). 
 O gênero Oidium possui 482 espécies relatadas até o momento, não possuindo 
subespécies e patovar, possui seis sinonímias. Acrosporium mangiferae, Oidium 
erysiphoides, Erysiphe communis, Ischnochaeta polygoni, Microsphaera 
betae e Microsphaera polygoni. (INDEX FUNGORUM, 2010) 
Epidemiologia: 
 O fungo Oidium mangiferae é um patógeno obrigatório, isto é, apenas sobrevive em 
órgãos vivos, portanto o mesmo sobrevive em tecido vivo na planta (folhas, ramos, 
inflorescência, frutos ou gemas) que servem como inóculo inicial para novas epidemias. 
 Para epidemias de oídio as condições favoráveis são: ambiente seco (baixa umidade 
relativa 30-65%), temperaturas amenas, ocorrência de ventos para facilitar a dispersão 
do inóculo. Inversamente, ocorrência de chuvas, alta umidade relativa e temperaturas 
extremas (abaixo de 9 e acima de 32 graus) são desfavoráveis à doença. A disseminação 
da doença também é facilitada pela dispersão de esporos por meio de insetos 
polinizadores (BATISTA & BARBOSA, 2008). 
 
Controle 
 Para o controle do oídio, recomendam-se aplicações de produtos a base de enxofre. As 
aplicações devem ser iniciadas antes da abertura das flores e se estender até o início da 
frutificação. 
 Aplicações de enxofre devem ser evitadas durante as horas com temperaturas 
elevadas, pois o enxofre é fitotóxico nesta condição. 
 
 
2.4 Morte Descendente – Anamorfo Lasiodiplodia 
theobromae; teleomorfo Botryosphaeria rhodina 
 
 A morte descendente da mangueira, cujo agente causal é o fungo Lasiodiplodia 
theobromae, já foi constatada em vários países produtores de manga do mundo, e sua 
importância é maior em condições semi-áridas. Ocorre em vários estados brasileiros e 
na região do Submédio São Francisco, a incidência desta doença vem aumentando nos 
últimos anos, o que é empiricamente atribuído à indução floral, pois altas incidências da 
doença foram relatadas em condições de estresse hídrico e nutricional. A lista de 
espécies hospedeiras de L. theobromae é bastante extensa. São relatadas mais de 500 
espécies, incluindo muitas fruteiras plantadas na região, como cajueiro, coqueiro, 
goiabeira, videira, maracujazeiro, pinha, cana-de-açúcar e etc. O fungo L. 
theobromae, também causa doença em frutos e neste caso denominada de podridão 
basal ou peduncular (BATISTA & BARBOSA, 2008). 
 
Sintomatologia 
 O fungo L. theobromae, causa seca dos ponteiros, queima de inflorescências, 
abortamento de frutos e também podridão peduncular em manga, durante a pós-colheita. 
A doença pode ocorrer em todo o ciclo da cultura. Em ramos verdes, causa lesões 
escuras de forma irregular, não deprimida, geralmente associada à base do pecíolo da 
folha. Sintoma semelhante pode ser observado nas gemas apicais, com freqüente 
exsudação de goma (BATISTA & BARBOSA, 2008). 
 Os sintomas em ramos evoluem para uma seca e a morte do ponteiro, sendo que as 
folhas secam e ficam presas ao ramo. Pequenas pontuações pretas, as quais são 
estruturas reprodutivas do patógeno (picnídios) ficam dispersas na superfície infectada e 
podem ser vistas em ramos secos. Caso os ramos infectados não sejam retirados da 
planta, a infecção pode progredir lentamente de cima para baixo, deixando toda área 
afetada necrosada. A seca pode progredir para os ramos mais velhos, tronco e matar a 
planta. Neste caso, a infecção ocorre de fora para dentro do lenho, com início a partir 
das bifurcações e nas rachaduras naturais presente na casca. Podem ser observadas 
abaixo da casca, lesões escuras que podem progredir para um anelamento interno, 
causando a morte do ramo ou tronco. Geralmente quando esse tipo de sintoma é 
detectado a planta já está debilitada e de difícil recuperação (BATISTA & BARBOSA, 
2008). 
 O fungo pode também, causar morte de mudas quando a infecção se dá na região da 
enxertia. Nas inflorescências,ocorrem lesões escuras e morte de frutos jovens. A 
infecção ocorre frequentemente na ponta da raque e progride da ponta para a base, 
causando o secamento da inflorescência. A infecção em frutos jovens, por meio do 
pedúnculo, provoca podridão e queda dos frutos. Em frutos maduros, o patógeno causa 
uma podridão de aspecto mole e aquoso, deixando os frutos imprestáveis para consumo. 
Também, a infecção pode permanecer quiescente na região do pedúnculo, em frutos 
maiores, manifestando-se em pós-colheita. Semelhante à antracnose, essa doença pode 
comprometer a credibilidade de produtores caso a incidência em pós-colheita seja alta 
(BATISTA & BARBOSA, 2008). 
Etiologia 
 A morte descendente é causada pelo fungo L. theobromae fase anamórfica 
de Botryosphaeria rhodina. Apresenta um crescimento vigoroso, coloração verde-clara 
quando novo, escurecendo com a idade. A hifa é septada, hialina no início, granular e 
depois gutalada, tornando-se verde-escura a preta. Picnídeos ocorrem isolados ou em 
grupos num estroma escuro, protuberante, rostrado, globoso ou sub-globoso. Os 
conídeos são hialinos, ovais, não septados quando imaturos. Na maturidade, adquirem 
coloração pardo-escuros com um septo transversal, não constrito e estriados 
longitudinalmente, sendo liberados do picnídeo por meio de um ostíolo apical na forma 
de massa escura (Kimati et. al., 2005). 
 Apresenta mais de 500 hospedeiros aqui incluídos um grande número de frutas 
tropicais tais como cajueiro, coqueiro, goiabeira, gravioleira, mamoeiro, seringueira, 
videira, tamareira, etc. 
 Apesar de poder penetrar diariamente nos tecidos sadios do hospedeiro, seu 
desenvolvimento é muito mais intenso quando a infecção ocorre através de um 
ferimento causado por podas ou pelas práticas de anelamento.Lesões causadas por 
outros patógenos como Colletotrichum sp., Oidium sp., Xanthomonas sp., e insetos 
favorecem a penetração da Lasiodiplodia (Kimati et. al., 2005). 
 Temperaturas entre 27 e 32ºC e umidade relativa do ar variando de 80-85% são 
condições ideais para infecção. O fungo frutifica nos ramos doentes ou secos onde 
sobrevive como saprófita sendo disseminado pelo vento, insetos ou ferramentas de 
poda. Mudas contaminadas são importantes agentes disseminadores a longas distâncias 
(Kimati et. al., 2005). 
 
Epidemiologia 
 Além de atacar diversas espécies de plantas, L. theobromae sobrevive como saprófita 
em ramos secos, restos de inflorescências, frutos mumificados e material vegetal 
podado, onde esporula abundantemente, principalmente sob condições de alta umidade 
(por exemplo, restos de cultura próximos aos microaspersores). Os esporos são 
dispersos por respingos de chuvas associados à ocorrência de ventos, mas pode ser 
também transportado por ferramentas de poda e em mudas contaminadas. O fungo 
penetra na planta principalmente por ferimentos causados pela prática da poda, outras 
doenças e pragas, e também por aberturas naturais. As condições mais favoráveis à 
infecção são temperaturas altas (27 a 32 o) e umidade relativa acima de 80%. 
Semelhante ao manejo da antracnose, o produtor deve adotar um sistema constante de 
acompanhamento quanto à ocorrência e intensidade da doença (BATISTA & 
BARBOSA, 2008). 
Controle 
 
 Realizar podas de limpeza após a colheita, eliminando os ponteiros ou panículas da 
produção anterior; Proteger as áreas podadas, pincelando com pasta cúprica 
thiabendazole, a fim de evitar novas infecções; Desinfestar as ferramentas de poda, com 
uma solução de hipoclorito de sódio (água sanitária) diluída em água corrente na 
proporção de 1:3; Eliminar plantas mortas ou que apresentam a doença em estádio 
avançado; Remover material infectado; Adubar adequadamente o pomar; Irrigar 
adequadamente o pomar, evitando o estresse hídrico e a irrigação no tronco das plantas; 
Evitar o estresse hídrico ou nutricional prolongado; Controlar insetos que possam causar 
ferimentos às plantas, evitando assim portas de entrada para o fungo; Utilizar fungicidas 
a base de cobre, tiofanato metílico ou carbendazim e mancozeb (BATISTA & 
BARBOSA, 2008). 
 
2.5 Seca-da-mangueira – Ceratocystis fimbriata 
 Dentre as doenças que ocorrem em mangueiras, a seca-da-mangueira, causada por C. 
fimbriata, está entre as mais importantes, pois pode levar à morte de plantas. No Brasil, 
esta doença foi assinalada pela primeira vez em 1938, no Estado de Pernambuco, e 
denominada de mal-do-recife. Posteriormente, foi constatada em mangueiras dos 
Estados de São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás e no Distrito Federal 
(BATISTA & BARBOSA, 2008). 
 A seca-da mangueira pode causar o declínio de pomares de mangueira, como ocorrido 
em Jardinópolis-SP, onde dizimou pomares das cultivares Haden e Bourbon nas 
décadas de 50 e 60. No Brasil, diversas outras regiões produtoras sofreram prejuízos 
vultosos em consequência da morte de milhares de plantas em pomares comerciais 
(BATISTA & BARBOSA, 2008). 
 O ascomiceto C. fimbriata é agente causal de doenças em diversas plantas lenhosas e 
algumas herbáceas como, por exemplo, em acácia negra, batata-doce, cacau, café, 
citrus, eucalipto, figo, seringueira, cenoura, alface e pinha (BATISTA & BARBOSA, 
2008). 
Sintomatologia 
 O sintoma mais típico da doença consiste em seca, iniciada a partir de ramos mais 
finos do dossel, que progride lentamente em direção ao tronco da mangueira causando o 
anelamento e a morte da planta. O quadro da doença em planta no campo caracteriza-se 
pelo surgimento de sintomas de amarelecimento de folhas, murcha e seca dos galhos 
afetados onde as folhas secas e de coloração palha ficam presas, contrastando com 
galhos sadios no dossel da mangueira (BATISTA & BARBOSA, 2008). 
 O sintoma é, principalmente, constatado nas secções transversais de ramos e troncos 
infectados, na forma de estrias radiais escuras, partindo da medula em direção ao 
exterior do lenho e/ou da periferia do lenho para a medula. Quando os sintomas se 
desenvolvem da periferia para a medula, a doença pode ser causada por Lasiodiplodia 
theobromae e não por Ceratocystis fimbriata. Embora menos comum, o sintoma da 
seca-da-mangueira pode iniciar a partir de infecções pelas raízes, sem deixar sinais 
perceptíveis até a ocorrência de morte repentina da mangueira (BATISTA & 
BARBOSA, 2008). 
Etiologia 
 
 O fungo causador da seca da mangueira é o ascomiceto C. fimbriata. Em meio BDA o 
micélio é inicialmente esbranquiçado, passando para acinzentado e finalmente pardo-
escuro e negro. Em certas áreas do micélio aparecem enovelados escuros, imersos no 
meio de cultura que são os protoperitécios. Estes, quando maduros, são globosos, 
negros, providos de um longo rostro, na extremidade do qual encontram-se gotas 
amareladas de ascósporos. Estas estruturas são visíveis a olho nu. Nas hifas superficiais 
formam-se endósporos produzidos nos endoconidióforos, medindo 8-12 x 4-5 µm. São 
cilíndricos, hialinos, lisos providos de substancias refringentes no seu interior. Outros 
ramos das hifas originam cadeias de esporos, os artrósporos hialinos, lisos com 35-108 
x 4-10 um. Estas estruturas são também conhecidas por conídeos hialinos (Kimati et. 
al., 2005). 
 Observam-se também os clamidósporos, originados de células do micélio que se 
arredondam e escurecem, de parede espessa e superfície lisa. Os ascósporos são 
hialinos, globoso-ovóides, com uma face plana provida de aba como de chapéu e a outra 
semelhante a uma calota esférica, medindo 3,5-5,6 x 3-5 µm (Kimati et. al., 2005). 
 O inseto Hypocryphalus mangiferae é considerado vetor primário do agente da seca 
da mangueira. Pertence a família Scolytidae, sendo a única broca entre todas asespécies 
ocorrentes que é específica da mangueira, tanto em árvores sadias como doentes. Nas 
árvores sadias, é comum observar o inseto ou suas galerias entre a casca e o lenho, em 
pequenos ramos decadentes. Em plantas doentes, predomina nos galhos finos (Kimati 
et. al., 2005). 
Epidemiologia 
 O fungo sobrevive nos ramos secos, no solo e em diversas plantas que são 
hospedeiros naturais. A ocorrência de lesões na parte aérea pode estar associada com a 
dispersão do patógeno por pequenos besouros (coleobrocas) dos 
gêneros Hypocryphalus, o qual têm um papel importante na disseminação da doença. A 
broca-da-mangueira, H. mangiferae é o principal vetor de C. fimbriata, sendo esse 
inseto específico da mangueira (BATISTA & BARBOSA, 2008). 
 Com o progresso da doença, o odor que exala da lesão atrai e proporciona uma 
sucessão de espécies de coleobrocas na árvore. Numerosos orifícios (1 mm) podem ser 
constatados nos ramos e tronco da mangueira, dos quais há liberação de resinas e/ou 
serragem que, após cortes longitudinais ou transversais, revelam estrias de cor marrom 
(BATISTA & BARBOSA, 2008). 
 O fungo também é disperso por meio do solo aderido aos implementos agrícolas, pela 
água de irrigação e, a longa distância, através das mudas contaminadas. Condições 
ambientais com temperatura alta e períodos de precipitações prolongadas são condições 
que favorecem a infecção e o desenvolvimento da doença (BATISTA & BARBOSA, 
2008). 
Controle 
As medidas de controle da seca-da-mangueira consistem, primeiramente, na prevenção 
da introdução do patógeno em áreas isentas como evitar a introdução de mudas de 
regiões onde já tenha sido constatado o problema. Portanto, a aquisição de mudas deve 
ser feita em viveiristas idôneos e registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento. Em áreas onde já ocorre o problema, devem ser realizadas inspeções 
periódicas do pomar para a eliminação de plantas doentes, reduzindo assim o inóculo e 
disseminação da doença no pomar (BATISTA & BARBOSA, 2008). 
Ramos afetados devem ser eliminados com a realização de cortes a 40 cm de distância 
da região de contraste entre tecido sadio e doente. Materiais infectados ou plantas 
mortas devem ser imprescindivelmente queimados sem nenhuma restrição, enquanto as 
regiões podadas devem ser protegidas com pasta cúprica (acrescida ou não de carbaril a 
0,2%). Ferramentas utilizadas durante a operação de remoção de ramos e partes de 
plantas afetadas devem ser desinfestadas em solução de hipoclorito de sódio a 2% 
(BATISTA & BARBOSA, 2008). 
A estratégia mais recomendada para conter a seca-da-mangueira é a resistência genética, 
pois não há fungicidas registrados para o controle dessa doença. Algumas variedades 
citadas como resistentes à doença e que podem ser utilizadas como porta enxerto são: 
Carabao, Manga d’água, Pico, IAC 101 Coquinho, IAC 102 Touro, IAC 103 Espada 
Vermelha, IAC 104 Dura, Jasmim Rosa, Sabina, Oliveira Neto, São Quirino, Van Dyke, 
Keitt, Espada, Sensation, Kent, Irwin e Tommy Atkins (BATISTA & BARBOSA, 
2008). 
 
 
2.6 Malformação floral e vegetativa - Fusarium 
moniliforme var. subglutinans 
 
A malformação, também conhecida como embonecamento, causada pelo fungo 
Fusarium subglutinans, é um dos sérios problemas da mangueira em todo o mundo, 
podendo ocasionar perdas na produção de até 86%. Sua ocorrência já foi relatada em 
diversos países, como África do Sul, Sudão, Paquistão, Índia, Egito, Estados Unidos, 
México e Israel. No Brasil, a doença tem sido relatada nos Estados de São Paulo, Minas 
Gerais, Pernambuco, Bahia, Goiás e Distrito Federal. A incidência da doença na região 
do Submédio São Francisco é variável, mas pode chega a 100% das plantas em pomares 
pouco manejados, ocasionando perdas bastante significativas (BATISTA & 
BARBOSA, 2008). 
 
Sintomatologia 
 
Sintoma de embonecamento da inflorescência ocorre devido à redução no comprimento 
do eixo principal e surgimento de ramificações secundárias na panícula, gerando um 
aspecto de cacho que lembra uma boneca de pelúcia, daí o nome popular de 
“embonecamento”. As inflorescências malformadas não produzem frutos, pois ocorre 
uma alteração nas flores que ao invés de serem hermafroditas se tornam estaminadas. A 
manifestação da doença na fase de floração se caracteriza, portanto, num 
desenvolvimento anormal das inflorescências. A raque da inflorescência e as 
ramificações secundárias ficam mais curtas, o que dá à panícula uma aparência de cacho 
compacto (bonecas) e com flores inférteis. Estas panículas ficam retidas na planta e, se 
não retiradas, escurecem e necrosam, servindo como fonte de inóculo para novas 
infecções (BATISTA & BARBOSA, 2008). 
Nos ramos vegetativos, o fungo também causa um superbrotamento devido ao grande 
número de brotos vegetativos originados das gemas axilares do ramo principal. Ramos 
infectados apresentam internódios curtos, folhas rudimentares e grande número de 
gemas intumescidas que não chegam a brotar, gerando também uma estrutura de 
aspecto compacto. Sintomas de malformação vegetativa ocorrem com freqüência em 
mudas sob viveiros. Nas condições locais, a malformação vegetativa é menos comum 
em plantas adultas do que a malformação floral (BATISTA & BARBOSA, 2008). 
Apesar da malformação floral e vegetativa serem sintomas do tipo hiperplástico, com 
ausência de lesões nas partes afetadas, o patógeno é capaz de colonizar os primórdios 
foliares, sépala, interior de pedicelo, interior de glândulas produtoras de néctar, tricoma 
e sacos das anteras. Portanto, panículas e ramos malformados deixados no pomar são 
verdadeiras fontes de inoculo (BATISTA & BARBOSA, 2008). 
Etiologia 
A causa mais provável desta anomalia é o fungo Fusarium moniliforme var. 
subglutinans fase anamórfica de Gibberella fujikuroi var. subglutinans. 
Existem na literatura outras hipóteses para explicar essa anomalia sendo as principais o 
ácaro das gemas, outras espécies de fungos, vírus, distúrbios hormonais, problemas 
nutricionais, além de causas genéticas. Os vários trabalhos desenvolvidos em várias 
partes do mundo, reforçam algumas dessas possibilidades e descartam outras (Kimati et. 
al., 2005). 
Estudos com a fisiologia do parasitismo mostraram que Fusarium moniliforme var. 
subglutinans interfere no transporte de substâncias promotoras do crescimento. Esses 
metabólitos têm importante papel quando imobilizados, no desenvolvimento da 
malformação. 
O ácaro das gemas Eriophyes mangifera parece atuar somente como disseminador e 
vetor do Fusarium, não tendo ação direta na manifestação dos sintomas (Kimati et. al., 
2005). 
Plantas com até 10 anos de idade e temperaturas amenas na época da emissão das 
panícolas favorecem a severidade dos sintomas (Kimati et. al., 2005). 
 
Epidemiologia 
A doença pode ser disseminada pela prática da enxertia ao utilizar material propagativo 
infectado. A dispersão dos esporos dentro de um pomar é favorecida pela ocorrência de 
ventos, principalmente em pomares onde a inflorescência ou os ramos malformados não 
são retirados. Assim, o fungo ao atingir as gemas geram novas infecções e o 
desenvolvimento e crescimento do fungo no interior do órgão afetado, causa um 
desequilíbrio hormonal nestes, resultando em brotações e panículas anormais 
(BATISTA & BARBOSA, 2008). 
O período de incubação da doença, ou seja, o intervalo entre a infecção do tecido e a 
manifestação do sintoma é bastante variável podendo variar de semanas a meses. Em 
trabalhos de inoculação artificial, sob condições controladas, verificou-se que os 
sintomas surgiram entre 6 a 8 semanas. Acredita-se que o fungo infecte o tecido em 
épocas de alta umidade e permaneçano tecido dos ramos terminais até a emissão de 
novas brotações ou panículas. 
Durante estudos realizados em fazendas de Petrolina-PE, verificou-se que a maior 
dispersão de esporos do fungo ocorrer após a ocorrência de alta umidade associada a 
temperaturas altas, isto é, durante o período de chuvas. Embora o microácaro, Aceria 
mangiferae, ao se alimentar nas gemas apicais favoreçam a infecção do fungo devido às 
aberturas dos ferimentos, o fungo também consegue infectar na ausência do microácaro. 
Entretanto, com alta infestação do microácaro tende a aumentar a intensidade da 
doença. Variedade Rosa é considerada resistente, enquanto a bourbon moderadamente 
resistentes e a Tommy Atkins, Van Dyke, Palmer e a Haden suscetíveis (BATISTA & 
BARBOSA, 2008). 
Controle 
Fazer vistoria periódica do pomar e viveiros para eliminar material vegetal sintomático; 
Não usar na formação de mudas porta-enxertos, borbulhas ou garfos de plantas que 
apresentem ou já apresentaram sintomas da doença; Eliminar mudas que apresentem 
sintomas de malformação vegetativa; Evitar a aquisição de mudas malformadas e/ou 
provenientes de viveiros e regiões onde ocorra a doença; Em plantas adultas, podar e 
destruir os ramos que apresentem sintomas da malformação (BATISTA & BARBOSA, 
2008). 
No caso de reincidência dos sintomas, fazer uma poda drástica. A cada poda, deve-se 
fazer a desinfestação dos instrumentos de poda e proteção das áreas podadas da planta 
com pasta cúprica; Eliminar panículas com malformação floral, com um corte realizado 
a, pelo menos, 60 cm abaixo do seu ponto de inserção; As panículas retiradas das 
plantas devem ser queimadas (BATISTA & BARBOSA, 2008). 
3. TÁTICAS DE MANEJO PARA DOENÇAS DA MANGA 
Podem-se controlar as condições de desenvolvimento da bactéria mediante conduta de 
ações: a primeira medida de controle é a escolha do local do pomar. Pois, áreas sob a 
influência de grandes massas de água devem ser evitadas já que é um ambiente 
favorável ao desenvolvimento da bactéria (Kimati et. al., 2005). 
Entre as medidas culturais recomendadas, destacam-se: Fazer poda de limpeza das 
plantas, eliminando os ramos com sintomas da doença; Induzir a floração em épocas 
que não coincidam com chuvas; Realizar poda de formação da copa a fim de propiciar 
boas condições de arejamento e desfavorecer a infecção do patógeno; Efetuar limpeza 
do pomar, retirando e queimando todos os restos de cultura contaminados; Fazer 
colheitas frequentes e não deixar frutos maduros nas plantas; Realizar adubações 
adequadas, evitando o desbalanço nutricional; Fazer o tratamento hidrotérmico à 
temperatura de 52-55 durante 5 minutos; O tratamento quarentenário realizado para 
moscas-das-frutas, para as mangas exportadas para os Estados Unidos, também é 
eficiente para a antracnose (Kimati et. al., 2005). 
Realizar podas de limpeza após a colheita, eliminando os ponteiros ou panículas da 
produção anterior; Proteger as áreas podadas, pincelando com pasta cúprica 
thiabendazole, a fim de evitar novas infecções; Desinfestar as ferramentas de poda, com 
uma solução de hipoclorito de sódio (água sanitária) diluída em água corrente na 
proporção de 1:3; Eliminar plantas mortas ou que apresentam a doença em estádio 
avançado; Remover material infectado; Adubar adequadamente o pomar; Irrigar 
adequadamente o pomar, evitando o estresse hídrico e a irrigação no tronco das plantas; 
Evitar o estresse hídrico ou nutricional prolongado; Controlar insetos que possam causar 
ferimentos às plantas, evitando assim portas de entrada para o fungo; Utilizar fungicidas 
a base de cobre, tiofanato metílico ou carbendazim e mancozeb (BATISTA & 
BARBOSA). 
 A estratégia mais recomendada para conter a seca-da-mangueira é a resistência 
genética, pois não há fungicidas registrados para o controle dessa doença. Algumas 
variedades citadas como resistentes à doença e que podem ser utilizadas como porta 
enxerto são: Carabao, Manga d’água, Pico, IAC 101 Coquinho, IAC 102 Touro, IAC 
103 Espada Vermelha, IAC 104 Dura, Jasmim Rosa, Sabina, Oliveira Neto, São 
Quirino, Van Dyke, Keitt, Espada, Sensation, Kent, Irwin e Tommy Atkins (BATISTA 
& BARBOSA). 
 Fazer vistoria periódica do pomar e viveiros para eliminar material vegetal 
sintomático; Não usar na formação de mudas porta-enxertos, borbulhas ou garfos de 
plantas que apresentem ou já apresentaram sintomas da doença; Eliminar mudas que 
apresentem sintomas de malformação vegetativa; Evitar a aquisição de mudas 
malformadas e/ou provenientes de viveiros e regiões onde ocorra a doença; Em plantas 
adultas, podar e destruir os ramos que apresentem sintomas da malformação (BATISTA 
& BARBOSA). 
4. CONSIDERAÇÕES 
 A cultura da mangueira, de ampla adaptação às condições regionais de clima e solo, 
tornou-se não só o cartão postal da fruticultura irrigada, mas o símbolo de 
desenvolvimento da nossa economia. Citada como uma das principais atividades 
agrícolas da região, tornou-se um produto de excelente aceitação nos mercados nacional 
e internacional. 
 Diante dessas afirmações, pode-se afirmar que as discussões a respeito das doenças 
incidentes na cultura da manga: Bacteriose – mancha angular (Xanthomonas 
campestris pv. mangiferaeindicae), Antracnose – Glomerella cingulata (C. 
gloeosporioides), Oídio – Erysiphe polygoni, Morte descendente – Botryosphaeria 
rhodina, Seca-da-mangueira – Ceratocystis fimbriata e Malformação floral e vegetativa 
- Fusarium moniliforme var. subglutinans levam-nos a considerar que tais patógenos 
causam enormes prejuízos no pomar caso não sejam manejadas corretamente, já que 
somente uma agricultura bem praticada garantirá para os nossos produtores a 
estabilidade comercial tão almejada. 
 Neste sentido, percebe-se que a adoção da prática de controle dos patógenos é uma 
decisão bastante importante de se tomar, haja vista as exigências internacionais com 
relação à prática de uma agricultura limpa, ou seja, a adoção de normativas oficiais que 
visam reduzir os riscos de intoxicação alimentar, assim como o de preservação do meio 
ambiente. É importante que os produtores estejam atentos a essas normativas, diante de 
uma economia globalizada e competitiva como é o mercado internacional de frutas, para 
que possam adequá-las à sua unidade produtiva (Sistema, 2010).

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