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Parasitologia Básica Estrongiloidíase Tâmara Nunes, Tássia Nunes e Agenor Gomes BIOMEDICINA TOTAL MÓDULO II BIOMEDICINA TOTAL | Parasitologia básica: estrongiloidíase 1 1. INTRODUÇÃO A estrongiloidíase é uma parasitose intestinal causada pelo nematelminto Strongiloides stercoralis. Este parasita assim como o Ascaris lumbricoides e os Ancilostomideos apresentam ciclo pulmonar. Entretanto, uma característica diferencia o ciclo do Strongiloides stercoralis dos demais nematelmintos, a liberação de larvas nas fezes com a ocorrência de auto-infecção. A strongiloidíase não é muito comum, no entanto, em virtude da auto-infecção essa parasitose vem sido estudada pelos pesquisadores pois pode levar a óbito, em especial crianças, idosos e pacientes imunodeprimidos. O Strongiloides stercoralis pode ter vida livre ou vida parasitária. 2. FORMAS EVOLUTIVAS - Ovo: São semelhantes aos ovos de Ancilostomídeos. Os ovos eclodem no interior da fêmea e liberam as larvas para o meio externo. - Larva: A larva é o estágio intermediário entre o ovo e a forma adulta. Assim como a Áscaris e os Ancilostomídeos, o Strongiloides stercoralis apresentam 5 estágios: L1, L2, L3, L4 e L5. A forma L3 é infectante chamada filarióide, a L1 e L2 não são infectantes sendo chamadas rabditóides. BIOMEDICINA TOTAL | Parasitologia básica: estrongiloidíase 2 - Verme adulto: Podem ser de vida livre ou parasitas. Os vermes de vida livre podem ser machos ou fêmeas. As fêmeas são maiores do que os machos, podem medir cerca de 0,8 a 1,2 mm, são arredondadas e afinaladas na extremidade. Os machos são menores e são espiralados na extremidade posterior. Entretanto, na forma parasitária apenas apresentam as fêmeas partenogenéticas, ou seja, são capazes de ovipor sem a necessidade de macho. Imagem retirada: http://www.wormbook.org/chapters/www_genomesStrongyloides/genomesStrongyloides.html BIOMEDICINA TOTAL | Parasitologia básica: estrongiloidíase 3 3. CICLO BIOLÓGICO Quando eliminadas nas fezes, as larvas rabditóides podem seguir dois ciclos: direto ou partenogenético (parasita) e o ciclo indireto, sexuado ou de vida livre. Parasita (ciclo direto) O ciclo tem início quando a larva filarióide (infectante) penetra na pele do hospedeiro ganham a circulação sistêmica e chegam aos alvéolos pulmonares. Em seguida, são deglutidos e ingressam no sistema digestivo alojando-se no duodeno e na porção inicial do jejuno. A fêmea partenogenética ovipõe e libera larvas rabiditóides. As larvas rabiditóides no meio externo ou na região perianal se transformam em larvas filarióides e infectam outros indivíduos ou o mesmo hospedeiro. Vida livre (ciclo indireto) O macho copula com a fêmea. A fêmea ovipõe de onde saem larvas rabditoides que são eliminadas nas fezes e se transformam em filarióides. Neste ciclo, o verme pode continuar o ciclo de vida livre ou parasitária. BIOMEDICINA TOTAL | Parasitologia básica: estrongiloidíase 4 4. SINTOMATOLOGIA A sintomatologia dependerá de cada etapa da larva ou verme adulto no corpo. - Fase cutânea: As lesões cutâneas podem ser discretas e passam despercebidas, ou manifestam-se como pontos eritematosos ou como placas avermelhadas acompanhada de prurido. - Fase pulmonar: as larvas podem causar hemorragias quando estão nos capilares dos alvéolos pulmonares. - Intestino: lesões na mucosa, podendo haver pontos hemorrágicos e ulcerações. 5. DIAGNÓSTICO O diagnóstico laboratorial é realizado através da pesquisa de larvas nas fezes. O exame mais utilizado é o parasitológico de fezes através da utilização da técnica de Baermann e Rugai. O método kato-Katz não é indicado para a pesquisa de larvas de Strongiloides stercoralis, pois torna as larvas invisíveis. Outros exames como a coprocultura, exames imunológicos (ELISA) e pesquisa de larvas nas secreções também podem ser utilizados para a realização do diagnóstico. BIOMEDICINA TOTAL | Parasitologia básica: estrongiloidíase 5 REFERÊNCIAS NEVES, D. P.; MELO, A. L.; LINARD, P. M.; VITOR, R. W. A. Parasitologia Humana. 11 edição. REY, L. Parasitologia: Parasitos e Doenças Parasitárias do Homem Nos Trópicos Ocidentais. 4.ed.2011. BENINCASA, C. C.; AZEVEDO, F. O.; CANABARRO, M. S.; VALENTIN, H. M.; SILVA, V. D.; SUPERTI, S.V.; DIAS, F. S.; Infecção por Strongyloides Stercoralis. Relato de Caso. Revista Brasileira de Terapia Intensiva Vol. 19 Nº 1, Janeiro – Março, 2007. Foto da capa - larva de Strongyloides retirada da FACMED.
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