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parasitologia 2

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Parasitologia
Aula 2: Nematoides intestinais de importância médica
Apresentação
Os helmintos constituem um grupo numeroso de animais, incluindo espécies de vida livre e de vida parasitária.
As ocorrências de helmintos no homem são muito comuns. Cerca de 20% da população humana do mundo está
parasitada por ancilostomídeos, o que equivale a mais de 1 bilhão de pessoas. A situação é equivalente em relação ao
Ascaris lumbricoides. Estas infecções, em geral, resultam, para o hospedeiro, em danos que se manifestam de formas
variadas.
Nesta aula, trataremos dos nematoides intestinais de importância médica: Enterobius vermicularis; Trichuris trichiura;
Ascaris lumbricoide, Ancylostoma duodenale, Necator americanus, Strongyloides stercoralis. Vamos lá?
Objetivos
Descrever o ciclo biológico e as formas morfológicas do parasito, bem como os mecanismos de transmissão;
Diferenciar aspectos �siopatológicos e os principais métodos parasitológicos para o diagnóstico laboratorial da
parasitose;
Explicar os tratamentos farmacológicos e a pro�laxia para as patologias causadas por nematoides.
Você sabe o que são helmintos?
Os helmintos ou vermes são ordenados em dois grandes grupos, apresentados em �los:
Nematelmintos - vermes redondos; e
Platelmintos - vermes achatados.
Vamos focar nesta aula nos nematoides de importância médica,
que são vermes com simetria bilateral, cilíndricos e alongados que
apresentam aparelho digestório completo e não possuem aparelho
circulatório.
O desenvolvimento deles passa pelos seguintes estágios:
ESTÁGIO
EMBRIONÁRIO
(OVO) 
ESTÁGIO
LARVAL1 
VERMES
ADULTOS
Os vermes deste �lo apresentam tamanho variável, de
poucos milímetros a dezenas de centímetros, e
dimor�smo sexual bem acentuado (fêmea e macho),
sendo o macho menor do que a fêmea.
Os machos podem apresentar a extremidade posterior
recurvada ou uma bolsa copuladora, já as fêmeas
apresentam a extremidade posterior retilínea.  Morfologia da extremidade posterior do Ancylostoma duodenale, macho
apresenta bolsa copuladora e a fêmea com extremidade posterior afilada. Fonte:
Shutterstock
 Enterobius vermicularis. | Fonte: Shutterstock
Enterobius vermicularis (oxiúros) - oxiuríase ou enterobiose
http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0139/aula2.html
O Enterobius vermiclaris é um parasito cosmopolita.
Aproximadamente 209 milhões de pessoas se encontram
infectadas em todo o mundo.
A enterobiose tem maior prevalência em países
temperados e alta prevalência em crianças com idade
escolar.
No Brasil, a distribuição geográ�ca do Enterobius
vermicularis pode ser observada na �gura.
 Formas morfológicas 
Formas morfológicas
A) Macho - Mede cerca de 5mm de comprimento por
0,2mm de diâmetro. Cauda fortemente recurvada em
sentido ventral;
B) Fêmea - Mede cerca de 1cm de comprimento por
0,4mm de diâmetro. Cauda pontiaguda e;
C) Ovo - Mede cerca de 50mm de comprimento por
20mm de largura. Apresenta o aspecto grosseiro de um
D.
 Enterobius vermicularis. Fonte: NEVES, 2011.
 Ciclo de vida 
Ciclo de vida
O ciclo é monóxeno, onde o hospedeiro se infecta
ingerindo ovo embrionado através de água ou alimentos
contaminados ou, ainda, levando os ovos da região
perianal à boca.
O ovo depois de ingerido passa pelo suco gástrico e se
desestrutura liberando a larva que tem como habitat o
intestino grosso. Nele, as larvas passam para vermes
adultos (macho e fêmeas).
Após a cópula, o macho sai nas fezes e morre, as fêmeas
repletas de ovos migram para a região anal para fazer a
ovoposição (principalmente à noite).
 Ciclo de vida e forma de transmissão do Enterobius vermiculares. Fonte: NEVES,
2011.
 Patogenia e Profilaxia 
 Clique nos botões acima.
Patogenia e Pro�laxia
Os sintomas são:
O exame laboratorial indicado é o Método da �ta adesiva ou de GRAHAM:
Tratamento
Veja as medidas preventivas neste caso:
Saneamento básico;
 Método da fita adesiva ou de GRAHAM. Fonte: Adaptado de NEVES, 2011.
Educação sanitária;
Lavar roupa e roupa de cama;
Manter unhas cortadas.
O medicamento utilizado para enterobiose é o Albendazol 400mg em dose única e é 100% e�caz.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
 Trichuris trichiura.| Fonte: Shutterstock
Trichuris trichiura – Tricuríase
A tricuríase também é um parasito cosmopolita e aproximadamente 604 milhões de pessoas se encontram infectada em
todo o mundo.
A tricuríase tem maior prevalência em regiões tropicais e subtropicais e alta prevalência em crianças com idade
escolar. Acomete principalmente pessoas desfavoráveis socioeconomicamente.
 Formas morfológicas 
Formas morfológicas
Vermes adultos
Medem de 3 cm a 5 cm, possuem bocas sem lábios na
extremidade anterior.
O esôfago mede dois terços do corpo sendo �no e
delgado e os órgãos reprodutores ocupam um terço é a
porção alargada, terminando no intestino e ânus,
conforma mostra a imagem.
 Vermes adultos de Trichuris trichiura. Fonte: SILVA et al., 2009.
Ovo
Apresenta um formato elíptico característico, com poros
salientes e transparentes em ambas as extremidades,
preenchidos por material lipídico.
O habitat é o intestino grosso (ceco e colón) e podem
sobreviver de 2 a 3 anos.
 Ovo do Trichuris trichiura. Fonte: Adaptado de NEVES, 2011.
 Ciclo de vida 
Ciclo de vida
O Ciclo de vida do Trichuris trichiura é monóxeno (em um
único hospedeiro) . Fêmeas e Machos realizam a cópula
no ceco e a fêmea elimina os ovos nas fezes.
Os ovos no meio ambiente tornam-se embrionados,
passando de L1 para a L3 que é infectante.
O Trichuris trichiura é considerado um geo-helminto,
pois precisa do meio ambiente para desenvolver uma
parte do seu ciclo biológico.
O hospedeiro pode se infectar ingerindo água ou
alimentos contaminados com ovos de Trichuris trichiura
contendo a larva L3 do tipo �larioide. Os ovos são
semidigeridos no estômago e eclodem no duodeno e
migram para o ceco.
 Ciclo de vida e forma de transmissão do Trichuris trichiura. Fonte: Wikipedia.
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 Patogenia e Profilaxia 
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Patogenia e Pro�laxia
Como não existe migração sistêmica das larvas Trichuris trichiura, as lesões provocadas pelo verme estão
con�nadas ao intestino e os sintomas são gastrointestinais:
 
O diagnóstico laboratório para tricuríase é por EPF (Exame Parasitológico de Fezes), onde se faz a buscar por
ovos. Pode ainda se fazer uma colonoscopia para observar a presença de vermes na mucosa intestinal.
Tratamento para tricuríase
Veja como evitar a tricuríase:
Destinação adequada aos dejetos humanos;
Educação sanitária;
Higiene das mãos e alimentos;
Água Filtrada;
1. Infecção leve (até 1000 ovos), geralmente
assintomática;
2. Infecção moderada (1000 a 9999 ovos), que causa dor
de cabeça, dor epigástrica, diarreia e vômitos;
3. Infecção intensa (acima de 10000 ovos), que causa
reação in�amatória, ulcerações na mucosa intestinal e
sangramento (colite e apendicite);
4. Quadros de diarreia intermitente com presença
abundante de muco e, algumas vezes, sangue;
5. Dor abdominal com tenesmo;
6. Anemia;
7. Desnutrição grave caracterizada por peso e altura abaixo
do nível aceitável para a idade e;
8. Prolapso retal, algumas vezes.
 Prolapso retal causado por alta infecção na tricuríase. Fonte: NEVES, 2011.
 Exame Parasitológico de Fezes (EPF). Fonte: Adaptado de Do Nano ao Macro.
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Tratamento dos doentes e assintomáticos.
O tratamento para tricuríase é o Albendazol 400mg em dose única. Pode ser administrado também Mebendazol
100mg em duas doses diárias por 3 dias consecutivos.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
 A. lumbricoides enovelados. Fonte: SILVA et al., 2009.
Ascaris lumbricoides - Ascaridíase
Ascaridíase é uma parasitose de ocorrência mundial e há em torno de 1,5 milhões de pessoas infectadas.
Por ser um geo-helminto, assim como Trichuris trichiura, necessita de condições climáticas e ambientais (embriogênese
27 - 30oC e 70% oxigênio).
 Formas morfológicas 
Formas morfológicasAs formas morfológicas para Ascaris lumbricoides
incluem:
Vermes adultos
Macho e fêmeas apresentam cor leitosa, vestíbulo bucal
com três lábios e dentículos. A fêmea apresenta
extremidade posterior retilínea e o macho apresenta a
extremidade posterior recurvado com dois espículos.
Ovos
São brancos, medem cerca de 50mm de diâmetro, ovais e
com cápsula espessa, em razão da membrana externa
mamilonada (Figura 9C).
Ponta, ferrão, aguilhão.
 (A) Verme macho (extremidade posterior recurvada); (B) Verme fêmea
(Extremidade posterior retilínea); (C) Ovo fértil não embrionado, membrana; (D) Ovo
fértil embrionado; e (E) ovo infértil. Fonte: NEVES, 2011.
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 Ciclo de vida 
Ciclo de vida
O ciclo de vida do Ascaris lumbricoides é monóxeno e seu habitat é o intestino delgado.
A fêmea, após ser fecundada, libera os ovos ainda no intestino delgado. Os ovos não embrionados saem pelas
fezes. No solo, sob ação da temperatura ambiente, umidade e oxigênio o ovo sofre embriogênese.
Dentro do ovo, forma-se a larva L1 do tipo rabditoide, ou seja, possui esôfago com duas dilatações, uma em cada
extremidade e uma constrição no meio.
A larva L1 muda para larva L2 ainda do tipo rabditoide. Após sofrer outra muda, a larva L2 rabditoide passa para
larva L3 do tipo �larioide, ou seja, que possui esôfago retilíneo.
O ovo tem a larva L3 infectante para o homem. Após a ingestão, os ovos contendo a L3, atravessam todo o trato
digestivo e as larvas eclodem no intestino delgado. As larvas, uma vez liberadas, atravessam a parede intestinal
na altura do ceco, caem nos vasos linfáticos e nas veias e invadem o fígado, depois a parte direita do coração e,
por �m, chegam ao pulmão, trajeto conhecido como Ciclo de Loss.
No pulmão, as larvas L3 sofrem mudança para L4, chegando à faringe, podendo ser expelidas ou deglutidas.
Quando deglutidas, atravessam o estômago e se �xam no intestino delgado. Transformam-se em adultos jovens
20 a 30 dias após a infecção.
O mecanismo de transmissão ocorre por meio da ingestão de água ou alimentos contaminados com ovos
contendo a L3.
Poeira, aves e insetos (moscas e baratas) são capazes de veicular mecanicamente ovo de A. lumbricoides.
 Ciclo de vida do verme Ascaris lumbricoides. Fonte: Shutterstock.
 Patogenia e Profilaxia 
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Patogenia e Pro�laxia
As larvas, após atravessarem a parede intestinal, podem invadir o fígado causando lesões hepáticas com
pequeno foco hemorrágico e necrose.
Ao passarem pelos alvéolos pulmonares, sofrem a mudança de L3 para L4, causando pontos hemorrágicos e
ativando o sistema imunológico.
Dependendo do número de formas presentes, pode-se ter um quadro pneumônico com febre, tosse, disporia e
eosino�lia.
Há edemaciação dos alvéolos com in�ltrado parenquimatoso eosino�lico, manifestações alérgicas, febre,
bronquite e pneumonia (a este conjunto de sinais denomina-se síndrome de Loe�er).
Os vermes adultos causam os problemas gastrointestinais por meio da ação:
Tóxica - antígenos parasitários e anticorpos alergizantes do hospedeiro levam a quadros de edema, urticária
e convulsão.
Espoliadoras - consumo de proteínas, carboidratos, lipídeos e vitaminas A e C, causando quadros de
desnutrição que levam a debilidades física e mental. A espoliação de vitaminas A e C podem causar
manchas brancas na pele conhecida como “pano”.
Mecânica - irritação na parede intestinal e enovelamento na luz intestinal  (Figura 10), podendo causar
obstrução.
Como vimos na aula 1, lúmen (em latim: lūmen, abertura ou luz) é um espaço interno ou cavidade dentro de uma
estrutura com formato de tubo em um corpo, como as artérias e o intestino.
O diagnóstico para ascaridíase é feito por EPF, onde faz se a busca de ovos mamilonados nas fezes. Os EPF
qualitativos que podem ser realizados por sedimentação espontânea, Centrifugação e o EPF quantitativo o feito
pelo Kato-Katz permite a quanti�cação de ovos e estimativa do grau de parasitismo.
Tratamento para ascaridíase
Veja as principais medidas para prevenir a ascaridíase:
Educação sanitária;
Destinação adequada aos dejetos humanos;
Higiene das mãos antes da alimentação;
Tratamento dos doentes;
Proteção dos alimentos contra insetos (vetor mecânico).
O Tratamento para tricuríase é o Albendazol 400mg em dose única. Pode ser administrado também Mebendazol
500mg dose única.
 Ancylostoma duodenale. Fonte: Shutterstock
Ancylostoma duodenale – Ancilostomose/Ancilostomíase e
Necator americanus – Necatorose/ Necatoríase
Ancilosmoses humanas é causada por Ancylostoma duodenale e Necator americanos e, geralmente, são negligenciadas.
Já foi estimado que cerca de 900 milhões de pessoas no mundo são parasitadas por A. duodenale e N. americanus e que,
desta população, 60 mil morrem, anualmente.
O A. duodenale é mais presente no velho mundo. Predomina em regiões temperadas, embora ocorra também em regiões
tropicais. Já o N. americanus é conhecido como ancilóstomo do novo mundo e ocorre em regiões tropicais, onde
predominam as altas temperaturas, já que também são geo-helmintos.
 Formas morfológicas 
Formas morfológicas
Vermes adultos
São cilindriformes e cor róseo-avermelhada. O macho
apresenta na extremidade posterior a bolsa copuladora e
a fêmea apresenta a extremidade posterior a�lada. Há
dois tipos:
 Cápsula bucal: (A) A. duodenale dentes cortantes (B) N. americanus laminas
cortantes. Fonte: SILVA et al., 2009.
A. duodenale
Extremidade anterior curvada dorsalmente;
Cápsula bucal profunda, com dois pares de dentes ventrais na margem interna da boca; e
Um par de lancetas ou dentes triangulares subventrais no fundo da cápsula bucal.
N. americanus
Extremidade cefálica bem recurvada dorsalmente;
Cápsula bucal profunda, com duas lâminas cortantes, seminulares, na margem interna da boca, de situação subventral; e
duas outras lâminas cortantes na margem interna, subdorsal;
Fundo da cápsula bucal com um dente longo, ou cone dorsal, sustentado por uma placa subdorsal e duas lancetas
(dentículos), triangulares, subventrais.
Ovos
Apresentam casca �na, em formato oval.
Quando liberados, não são segmentados, sofrendo
posterior clivagem no meio ambiente, onde requerem um
ambiente propício, principalmente com boa oxigenação,
alta umidade (> 90%) e temperatura elevada, para que
ocorra a embrionia.
O ovo de A. duodenale dentes cortantes e N. americanus
são idênticos.
 Ovo de Ancilostomídeos não embrionado. Fonte: SILVA et al., 2009
 Ciclo de vida 
Ciclo de vida
Os ancilostomídeos apresentam um ciclo biológico direto, não necessitando de hospedeiros intermediários.
Durante o desenvolvimento, duas fases são bem de�nidas:
1- desenvolve no meio exterior, é de vida livre;
2- desenvolve no hospedeiro de�nitivo, é, obrigatoriamente, de vida parasitária.
Os ovos dos ancilostomídeos depositados pelas fêmeas (após a cópula), no intestino delgado do hospedeiro,
são eliminados para o meio exterior através das fezes.
No meio exterior, os ovos necessitam de um ambiente propício, principalmente com boa oxigenação, alta
umidade (> 90%) e temperatura elevada (são condições indispensáveis para que ocorra a embrionia, formando a
larva de primeiro estádio (L1), do tipo rabditoide, e sua eclosão).
No ambiente, a L1 recém-eclodida apresenta movimentos serpentiformes e se alimenta de matéria orgânica e
microrganismos (por via oral), devendo, em seguida, perder a cutícula externa, após ganhar uma nova,
transformando-se em larva de segundo estádio (L2), que é também do tipo rabditoide.
Depois, a L2, que também tem movimentos serpentiformes e se alimenta de matéria orgânica e microrganismos,
começa a produzir uma nova cutícula, internamente, que passa a ser coberta pela cutícula velha (agora cutícula
externa), passando, então, para a larva de terceiro estádio (L3), do tipo �larioide, denominada larva infectante.
A infecção pelos ancilostomídeos no homem só ocorre quando a L3 (larva �larioide ou infectante) penetra,
ativamente, na pele, conjuntivae mucosa, ou, passivamente, por via oral.
Da pele, as larvas alcançam a circulação sanguínea e/ou linfática e chegam ao coração, indo pelas artérias
pulmonares. Nos pulmões, atingem os alvéolos (L3 muda para L4), dos brônquios atingem a faringe e são
ingeridas, alcançando o seu habitat (intestino delgado).
Nele, a larva começa a exercer o parasitismo, por meio da cápsula bucal maceram tecidos e realizam o
hematofagismo. Ainda no intestino delgado, a L4 muda para L5, atingindo a fase adulta e iniciando a cópula. A
fêmea, assim, começa a eliminar os ovos pelas fezes.
 Ciclo de vida dos Ancilostomídeos (1) ovo recém-eliminado com as fezes; (2) eclosão de larva de primeiro estádio; (3) larva desenvolvida; (4) larva infectante. Fonte: Adaptado
de NEVES, D.P. Parasitologia Humana. 12a. ed., São Paulo, Editora Atheneu, 2011.
 Patogenia e Profilaxia 
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Patogenia e Pro�laxia
Local da penetração das larvas
Lesões traumáticas que levam a problemas vasculares, hiperemia, prurido e edema, devido ao processo
in�amatório loca. A intensidade das lesões depende do número de larvas que penetram e da sensibilidade do
hospedeiro.
Ciclo pulmonar
Síndrome de Loe�er (tosse, febre, eosino�lia).
Período de parasitismo intestinal
Fase que caracteriza a ancilostomíase, com dor epigástrica, diminuição de apetite, indigestão, cólica,
indisposição, náuseas, vômitos, diarreia sanguinolenta e constipação.
Os exames laboratoriais para ancilostomíase são empregados para analisar nas fezes a presença de ovos
usando:
Métodos qualitativos - sedimentação espontânea (Hoffman, Pons e Janner);
Sedimentação e centrifugação;
Flutuação (Wills).
A diferenciação dos ovos de A. duodenale e N. americanos é impossível.
Tratamento para ancilostomíase
Veja os possíveis procedimentos para prevenir a doença:
Engenharia e educação sanitária;
Suplementação alimentar de Fe em zonas endêmicas;
Diagnóstico e tratamento precoce do indivíduo parasitado;
Uso de calçados;
 
O tratamento para ancilostomíase aplica o Mebendazol e Albendazol. Já o tratamento do quadro de anemia faz
uso de suplementação de ferro (alimentação e sulfato ferroso).
Fase crônica da ancilostomíase
Presença do verme + espoliação sanguínea + de�ciência
nutricional (Esquema 1) fase de anemia ;
Anemia ferropriva - espoliativa;
Depende da carga parasitária e estado geral do indivíduo.
2
 Esquema 1: Quando a dieta alimentar de Fe é insuficiente para suprir as perdas
deste microelemento, causadas pelo hematofagismo, ocorre o quadro de anemia
ferropriva. Fonte: A autora (2019).
http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0139/aula2.html
 Strongyloides stercoralis. Fonte: Shutterstock
Strongyloides stercoralis – estrongiloidose/estrongiloidíase
A estrongiloidíase está presente no mundo todo, especialmente nas regiões tropicais e subtropicais. Temos,
aproximadamente, 100 milhões de infectados no mundo.
Há possibilidade de reagudização em pacientes imunodeprimidos.
 Formas morfológicas 
Formas morfológicas
 
O Strongyloides stercoralis apresenta várias formas
evolutivas:
Fêmea partenogenética;
Fêmea de vida livre ;
Macho de vida livre ;
Ovos;
Larvas rabditoides; e
Larvas �larioides.
3
4
 A fêmea partenogenética possui extremidade anterior arredondada e posterior
afilada, boca com 3 lábios, esôfago filarioide e elimina na mucosa intestinal o ovo já
larvado. Fonte: SILVA et al., 2009.
Atenção
Os ovos da fêmea de vida livre e da fêmea partenogenética são idênticos aos ovos dos ancilostomídeos.
http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0139/aula2.html
http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0139/aula2.html
As larvas L1 e L2 possuem esôfago rabditoide, vestíbulo bucal curto, primórdio genital nítido e cauda pontiaguda.
Já as larvas L3 possuem esôfago �larioide, vestíbulo bucal curto, cauda entalhada, e é a forma infectante,
penetrando na pele ou mucosa.
 Ciclo de vida 
Ciclo de vida
Vamos ver a constituição genética das fêmeas partenogenéticas.
Ciclo direto
As larvas rabditoides no solo ou sobre a pele da região perineal, depois de 24 a 72 horas, transformam-se em
larvas �larioides infectantes.
 
Ciclo indireto
As larvas rabditoides sofrem 4 transformações no solo, produzindo fêmeas e machos de vida livre.
Os ovos originados do acasalamento das formas adultas de vida livre serão triploides, e as larvas rabditoides
evoluem para larvas �larioides (3n) infectantes.
Os ciclos direto e indireto se completam pela penetração ativa das larvas L3 na pele ou mucosa oral, esofágica
ou gástrica do hospedeiro.
Algumas larvas, ao penetrarem a pele, morrem no local, mas o ciclo continua pelas larvas que atingem a
circulação venosa e linfática e através destes vasos seguem para o coração e pulmões.
São parasitas triploides (3n) e podem produzir,
simultaneamente, três tipos de ovos, dando origem a três
tipos de larvas rabditoides:
1) Larvas rabditoides triploides (3n), que se
transformam em larvas �larioides triploides infectantes,
completando o ciclo direto;
2) Larvas rabditoides diploides (2n), que originam as
fêmeas de vida livre; e
3) Larvas rabditoides haploides (1n) que evoluem para
macho de vida livre.
Diploides e haploides completam um ciclo indireto.
 Ciclo de vida Strongyloides stercoralis. Fonte: Adaptado de NEVES, 2011.
Chegam aos capilares pulmonares, onde se transformam em L4, atravessam a membrana alveolar e, por meio da
migração pela árvore brônquica, chegam à faringe.
Podem ser deglutidas, atingindo o intestino delgado, onde se transformam em fêmeas partenogenéticas. Os ovos
são depositados na mucosa intestinal e as larvas alcançam a luz intestinal.
Esses parasitos são considerados geo-helmintos e as fases dos ciclos que se passam no solo exigem condições
semelhantes as do ancilostomídeos:
Solo arenoso;
Umidade alta;
Temperatura entre 25 e 30°C; e
Ausência de luz solar direta.
 Patogenia e Profilaxia 
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Patogenia e Pro�laxia
A estrongiloidíase pode ser assintomática (portadora de pequenos números de parasitos) e ou sintomática.
Podem ocorrer formas graves, às vezes fatais, dependendo da carga parasitária e da imunidade do hospedeiro.
Podem ser:
Cutânea (local de penetração), com reação celular ao redor das larvas mortas, edema, prurido, pápulas
hemorrágicas e urticárias;
Pulmonar, com tosse, febre e crises asmatiformes, hemorragia, in�ltrado in�amatório, broncopneumonia,
síndrome de Löe�er, edema e insu�ciência respiratória;
Intestinal, causando enterite catarral com a presença de uma reação in�amatória. Na enterite edematosa,
pode-se observar parasitos nas túnicas da parede intestinal com reação in�amatória e quadros de má
absorção intestinal. A enterite ulcerosa apresenta in�amação, ulcerações e invasão bacteriana.
 
Nas formas disseminadas, pode haver o acometimento dos rins (hematúria e proteinúria), fígado, vesícula biliar,
coração, cérebro (LCR), pâncreas, tireoide, adrenais, próstata e glândulas mamárias.
O quadro clínico pode-se complicar com infecções bacterianas secundárias, onde bactérias intestinais podem
ser transportadas por meio das larvas para a circulação ou pela presença de ulcerações da mucosa intestinal.
O diagnóstico laboratorial é feito para pesquisa de larvas, através de Baerman-Moraes e Rugai, que tem como
princípio o hidro e termotropismo das larvas.
Podem ainda ser utilizados os métodos de diagnósticos imunológicos como Elisa e Imuno�uorescência
Indireta.
Uma endoscopia digestiva pode ser solicitada para a visualização do aspecto da mucosa intestinal e a realização
de biópsia.
Tratamento para estrongiloidíase
O que pode ser feito para evitá-la:
Programa de controle;
Tratamento aos doentes;
Destinação adequada dos dejetos humanos;
Higiene das mãos e alimentos;
Uso de calçados.
Há suas opções de tratamento para estrongiloidíase:
Albendazol 400mg/dia por 3 dias consecutivos;
Invermectina dose única oral de 200µm/kg.
Atividade
1. Na ascaridíase, pode ocorrer a edemaciação dos alvéolos com in�ltrado parenquimatoso eosinó�lo,manifestações
alérgicas, febre, bronquite e pneumonia. Qual o nome dessa síndrome?
a) Loss
b) Asper
c) Irritativa
d) Pulmonar
e) Loeffler
2. Qual a forma infectante no ciclo indireto do Strongyloides stercoralis?
a) Ovo
b) Larva L3
c) Verme macho de vida livre
d) Verme fêmea de vida livre
e) Larva rabditoide
3. Prurido anal é um sintoma de qual patologia?
a) Enterobiose
b) Ascaridíase
c) Tricuríase
d) Ancilostomíase
e) Estrongiloidíase
4. No Ciclo de Loss:
a) A larva L1 passa para L2
b) A larva L2 passa para L3
c) A larva L3 passa para L5
d) A larva L5 passa para verme adulto
e) A L3 continua sem alteração
5. Prolapso retal é a exteriorização do reto através do ânus, que pode ocorrer na infecção por:
a) Enterobius vermicularis
b) Trichuris trichiura
c) Ascaris lumbricoide
d) Ancylostoma duodenalis e Necator americanos
e) Strongyloides stercoralis
6. Quais nematoides abaixo não são considerados geo-helmintos?
a) Enterobius vermicularis
b) Trichuris trichiura
c) Ascaris lumbricoide
d) Ancylostoma duodenalis e Necator americanos
e) Strongyloides stercoralis
Notas
ESTÁGIO LARVAL1
larvas L1, L2 do tipo rabditoide e larvas L3, L4 e L5 do tipo �larioide.
Anemia2
A ancilostomíase crônica, que causa a anemia por de�ciência de ferro, é mais permanente em indivíduos subnutridos e
submetidos à reinfecção.
Fêmea de vida livre3
Apresenta extremidade anterior arredondada e posterior a�lada, boca com 3 lábios e esôfago rabditoide.
Macho de vida livre4
possui extremidade anterior arredondada e posterior recurvada ventralmente, boca com 3 lábios, esôfago tipo rabditoide e
porção terminal com 2 pequenos espículos.
Referências
CIMERMAN, B.; FRANCO, M. A. Atlas de Parasitologia. Artrópodes, Protozoários e Helmintos. São Paulo: Editora Atheneu, 2001.
 
DE CARLI, G. A. Parasitologia Clínica. Seleção de Métodos e Técnicas de Laboratório para o Diagnóstico das Parasitoses
Humanas. São Paulo: Editora Atheneu, 2001.
 
NEVES, D. P. Parasitologia Humana. 12. ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2011.
 
REY, L. Bases da Parasitologia Médica. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara-Koogan, 2009.
 
SILVA, Reinaldo José da et al. Atlas de parasitologia humana. São Paulo: Cultura Acadêmica - Universidade Estadual Paulista,
2009.
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Cestoides de importância médica;
Principais métodos parasitológicos para o diagnóstico laboratorial da parasitose;
Tratamentos farmacológicos e pro�laxia para as patologias causadas por cestoides.
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Leia os seguintes textos:
Síndrome de hiperinfecção e/ou disseminação por Strongyloides stercoralis em pacientes imunodeprimidos
<//www.rbac.org.br/artigos/sindrome-de-hiperinfeccao-eou-disseminacao-por-strongyloides-stercoralis-em-pacientes-
imunodeprimidos/> .
 Jeca Tatu, um ilustre opilado: o movimento sanitarista  e o combate à ancilostomíase na obra de Monteiro Lobato (Brasil,
décadas de 1910-1920) < //seer.upf.br/index.php/rhdt/article/view/8599> .
http://www.rbac.org.br/artigos/sindrome-de-hiperinfeccao-eou-disseminacao-por-strongyloides-stercoralis-em-pacientes-imunodeprimidos/
http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0139/%C2%A0//seer.upf.br/index.php/rhdt/article/view/8599

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