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Gerenciamento de Recursos Materiais em Enfermagem

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Prévia do material em texto

1 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA 
FACULDADE DE ENFERMAGEM 
Departamento de Enfermagem Básica 
Disciplina Administração em Enfermagem I 
1semestre 2013 
 
 
GERENCIAMETO DE RECURSOS MATERIAIS EM ENFERMAGEM
1 
 
GRECO, ROSANGELA MARIA.
2
 
DEUS, RAQUEL LÍQUER
3 
 
1 - Objetivos 
 
 Discutir o gerenciamento de Recursos Materiais no desenvolvimento das ações de 
enfermagem; 
 Compreender os elementos necessários à realização da previsão, provisão, 
organização e controle dos recursos materiais em enfermagem; 
 Reconhecer a responsabilidade do enfermeiro na realização dos testes de qualidade e 
parecer técnico dos materiais utilizados pela enfermagem. 
 
2 – Introdução: importância, finalidade e objetivos da Administração de Materiais 
nas instituições de saúde 
 
Toda organização necessita para um bom funcionamento de recursos 
financeiros, materiais e humanos, mesmo nas instituições de saúde onde o resultado 
final do processo não se traduz em um produto, mas sim em um serviço, ou seja, a 
assistência à saúde de indivíduos e comunidades é importante que os materiais sejam 
adequadamente administrados. 
 Uma administração de materiais adequada sofre a influência e influencia os 
recursos financeiros (podendo através de uma destinação mais racional promover uma 
diminuição dos custos) e os recursos humanos (pois materiais em quantidade e 
qualidade adequadas podem produzir na equipe maior grau de satisfação). 
 
 
 
1
 Este texto foi elaborado como material instrucional para a Disciplina Administração em Enfermagem I, 
para os acadêmicos do Curso de Graduação em Enfermagem do 6º período da Faculdade de Enfermagem da 
Universidade Federal de Juiz de Fora. 
 Pedimos que caso haja o interesse em utilizar este material para outro fim seja citada a fonte, para manter 
contato com o autor utilize o seguinte e-mail: rosangela.greco@ufjf.edu.br 
2
 Enfermeira, Doutora em Saúde Pública, Professor Associado do Departamento de Enfermagem Básica da 
Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora. 
3
 Enfermeira, Professora Substítuta do Departamento de Enfermagem Básica da Faculdade de Enfermagem 
da Universidade Federal de Juiz de Fora. 
 2 
 
 
A importância da Administração de Materiais pode ser demonstrada, por 
exemplo, quando se observa o quanto os materiais representam em termos de 
destinação de recursos nas organizações. Em uma empresa os recursos materiais 
chegam a representar 75% do capital, e em instituições de saúde significam cerca de 
45% das despesas (CASTILHO; LEITE 1991). 
 Nas instituições de saúde o papel da Administração de Materiais não é diferente 
das demais organizações, pois o seu objetivo é coordenar as atividades de compra, 
armazenamento, distribuição e controle, de modo a que se garanta o suprimento de 
todas as áreas do serviço. Sendo que sua interrupção pode ser atribuída a fatores 
como insuficiência na quantidade ou falta de qualidade dos materiais. 
Atualmente a administração de recursos materiais tem sido motivo de 
preocupação nas instituições de saúde, tanto na rede pública como na privada, que 
complementam o SUS. As organizações privadas, sujeitas às regras de mercado 
precisam gerenciá-los com preços competitivos em relação ás demais instituições. Em 
contrapartida, temos o setor público, que com orçamento restrito, precisa de maior 
controle do consumo e dos custos para que sua escassez não reflita na privação dos 
funcionários e pacientes ao acesso a esses materiais e consequentemente à uma 
assistência de qualidade (CASTILHO; GONÇALVES, 2005). 
Portanto, para que não haja falta de material que leve ao prejuízo da assistência 
à saúde, e tão pouco para que não haja excessos que elevem os custos, os materiais 
devem ter as suas quantidades e qualidades planejadas e controladas (PATERNO, 
1991). 
 Dessa forma, “a administração de materiais (AM) consiste em ter os materiais 
necessários na quantidade certa, no local certo e no tempo certo à disposição dos 
órgãos que compõem o processo produtivo...” (CHIAVENATO, 1991). 
Contudo, é necessário que se compreenda os conflitantes interesses envolvidos 
na administração de materiais: 
 
 
Adaptado de VECINA NETO & REINHARDT FILHO (1998, p. 5). 
 
3 – Administração de Materiais e a Enfermagem 
 
 A Enfermagem tem como objeto de seu trabalho o processo saúde-doença de 
indivíduos e coletividades e como finalidade a transformação desse processo saúde-
 3 
doença, o que pode ser expresso através da assistência à saúde (QUEIROZ; SALUM, 
1996). 
 Os enfermeiros ao prestar a assistência à saúde utilizam recursos materiais, 
cabendo historicamente a eles a responsabilidade pela previsão, provisão, organização 
e controle desses materiais em suas unidades de trabalho (CASTILHO; LEITE 1991). 
 Segundo FONSECA (1995), “o fato de o enfermeiro participar da implementação 
de grande parte dos procedimentos diagnósticos e terapêuticos no hospital, coloca-o 
na condição de desempenhar papel importante na AM. A introdução de novas 
tecnologias, novos materiais e equipamentos na prática assistencial, tem exigido dos 
profissionais de saúde, em particular do enfermeiro, a adoção de um esquema que 
permita o conhecimento e avaliação dos materiais e equipamentos disponíveis no 
mercado, no sentido de garantir uma opção que colabore com a manutenção/ elevação 
da qualidade da assistência.” 
 A esse respeito ainda BARA (1997) coloca que “não se pode pensar que a 
efetividade da AM é garantia para uma assistência de qualidade, mas principalmente a 
forma como o enfermeiro se responsabiliza e gerência os recursos materiais vai 
repercutir na qualidade da assistência”. 
 Assim, pode-se concluir que a atividade da AM realizada pelo enfermeiro deve 
ter como objetivo a melhoria da assistência à saúde de indivíduos e comunidade bem 
como as condições de trabalho das equipes de enfermagem e de saúde. 
 Entretanto, o enfermeiro deve ter o cuidado de não transformar a AM por ele 
desenvolvida em uma atividade burocrática que vise unicamente a manutenção dos 
interesses financeiros da instituição (CASTILHO; LEITE 1991). 
 
4 - Classificação dos materiais 
 
 Os materiais em unidades hospitalares usualmente são classificados segundo a 
duração sendo agrupados em: materiais de consumo e permanentes 
 
(PATERNO, 1987; CASTILHO; LEITE 1991). 
 Mas, existem ainda outras classificações para os materiais: segundo o uso a que 
se destinam (oxigenoterapia, cateterismo e outros), porte (pequeno, médio e grande), 
custo, matéria-prima (plásticos, silicone, metais, cerâmica, vidro, tecido e outros), 
função do controle (material fixo, móvel ou circulante) e função da guarda (perecível, 
inflamável, frágil, pesado, tóxico, irradiante) (BARA, 1997; CASTILHO; LEITE 1991). 
 
5 - Administração de Materiais nas Unidades de enfermagem 
 
 4 
 Como já foi dito anteriormente a competência e responsabilidade pela AM nas 
unidades de enfermagem é do enfermeiro, que para realizar essa atividade desenvolve 
as funções de: previsão, provisão, organização e controle através da determinação e 
especificação dos materiais e equipamentos; estabelecimento da quantidade de 
material e equipamento; análise da qualidade dos materiais e equipamentos; 
determinação dos produtos a serem adquiridos; estabelecimento de um sistema de 
controle e avaliação; acompanhamento do esquema de manutenção adotado pela 
instituição; adoção de um programa de orientação da equipe de enfermagem, sobre o 
manuseio e conservação de materiais e equipamentos e atualização de conhecimentos 
sobre os produtos utilizados na assistência à saúde e lançados no mercado 
(FONSECA, 1995). 
 
5.1 – Previsão 
 
 Prever significa “conhecer com antecipação; antever” (PESTANA, 1994). E pararealizar essa função em uma unidade de enfermagem o enfermeiro deve definir através 
de um levantamento as necessidades de recursos materiais da unidade, identificando 
as quantidades e especificidades dos mesmos. 
 Neste levantamento deve-se considerar: especificidade da unidade; 
características da clientela; freqüência no uso dos materiais, número de leitos na 
unidade; local de guarda; durabilidade do material e periodicidade da reposição do 
material (CASTILHO; LEITE 1991). 
 A estimativa do quantitativo de material necessário pode ser obtida através do 
consumo médio mensal (CMM) que consiste na observação do consumo por um 
período de tempo, que geralmente é de três meses, dividido pelo número de meses 
mais uma margem de segurança (ES) definindo-se assim uma cota de material (CM). 
Um instrumento que auxilia nessa observação é o mapa de consumo de 
material, onde normalmente consta tipo de material, cota mensal e gastos (CASTILHO; 
LEITE 1991). 
 
Exemplo: Mapa de consumo de material de uma unidade básica de saúde de um 
Município de médio porte. 
 
Material 
Unidades Mensais Consumidas 
Abril Maio Junho 
Seringas de 3 ml sem 
agulhas 
200 250 180 
 
 Castilho & Leite apresentam a seguinte expressão matemática para um cálculo 
estimado de material: 
 
 CM= CMM + ES 
 
 ES = 10 a 20% do CMM + CTR 
 
 CTR= CMM/30 x N 
 
 
 5 
 
 
 
Onde: 
CM= cota mensal, 
CMM= consumo médio mensal, 
ES= estoque de segurança. 
CTR= consumo diário durante o 
tempo de reposição 
N= número de dias de espera para 
reposição que pode variar de 
acordo com o sistema de compra do 
serviço de saúde 
 
O estoque de segurança, também chamado de estoque mínimo é 
calculado acrescentando-se de 10 a 20% do CMM, mais o consumo diário 
durante o tempo de reposição (CTR).
 No caso exemplificado acima o cálculo seria o seguinte, considerando o 
N= 15 dias: 
 
CMM=200+250+180 = 210 CTR= 210x15= 105 ES=10% de 210+105= 126 
 3 30 
 
Portanto o CM será igual a: 
 
CM= 210+126= 336 
 
Para atualização dos dados a cada novo mês, acrescenta-se o valor do 
consumo mais recente e despreza-se o mais antigo. 
 Uma estimativa de material bem elaborada contribui para que não se 
tenha um acúmulo de materiais nas unidades, para a economia do hospital e 
para que o almoxarifado tenha uma visão real do material que esta sendo 
necessário (FONSECA, 1995). 
 
5.2 – Provisão 
 
A provisão diz respeito a reposição de materiais na unidade de 
enfermagem. Para desempenhar essa função o enfermeiro deve realizar a 
rotina de requisição de materiais, que pode sofrer pequenas alterações de 
acordo com a instituição, mas de modo geral, segue os seguintes passos: 
descrição do material em ordem alfabética com especificação do tipo, 
dimensão e quantidade; verificação do estoque existente; solicitação semanal, 
quinzenal ou mensal em impresso próprio, em duas vias ou mais; envio à 
Chefia do SE – quando necessário; encaminhamento da requisição ao 
almoxarifado de acordo com as normas do serviço, recebimento do material do 
almoxarifado sendo que nesse momento deve-se conferir e guardar e por fim 
controlar os gastos (FONSECA, 1995). 
 O mapa de consumo de material auxilia, também, na realização dessa 
etapa. 
Exemplo da especificação do material a ser pedido: Sonda vesical de marca 
XYZ: Sonda vesical de 2 vias, calibre numero 18, de látex, com cuff de 5ml, 
balão de formato simétrico ao ser inflado, esterilizado, código 03029 ou similar. 
Segundo GRECO (2010), o sistema de reposição pode ser realizado de 
quatro formas: 
 Sistema de reposição por tempo: em épocas predeterminadas as 
cotas são repostas integralmente. É a forma mais utilizada na enfermagem, 
porém propicia a formação de grandes estoques na unidade. 
 Sistema de reposição por quantidade: quando o estoque chega a um 
nível mínimo, denominado de estoque de reposição, é feita a reposição do 
material tendo por base a cota predeterminada, independente de um prazo 
estipulado. Esse sistema, se bem utilizado, pode revelar-se bastante vantajoso, 
 6 
mas pode ocasionar falta de material caso não seja observado, 
constantemente o nível mínimo de estoque. 
 Sistema de reposição por quantidade e tempo: é estabelecida uma 
cota para um determinado tempo, e em uma época predeterminada, é feita a 
solicitação de materiais na quantidade necessária para repor o estoque. Esse 
sistema colabora para o não-esquecimento da emissão de solicitação de 
material e evita o aumento de estoque, sua realização depende de que se 
disponha de estudo frequente da previsão de materiais. 
 Sistema de reposição imediata por quantidade: os materiais são 
encaminhados diariamente ou com uma frequência ainda maior, para a 
unidade, de acordo com o consumo. Um inconveniente nesta forma de 
reposição é quando ocorre o esquecimento do débito de material, ficando a 
unidade desfalcada. 
 
5.3 – Organização e Guarda de Material 
 
 Após prever e prover os materiais e equipamentos é necessários que 
estes sejam organizados e guardados em locais e de modo adequado. 
 Segundo BARA (1997), “armazenar ou estocar materiais é dispor de 
forma racional e técnica cada produto em seus depósitos (almoxarifado). O 
material deve ser acondicionado em estantes, armários, estrados, prateleiras, 
gavetas ou em pilhas seguindo normas técnicas para evitar riscos de queda, 
achatamento, deterioração, perda e outros. Deve-se guardar o material 
observando a facilidade de visualização para o pessoal, evitar riscos de 
contaminação (poeira, umidade, luz), facilidade de realização de inventários, 
reposição e controle (uso de fichas por n.º e espécie). A guarda nas unidades 
deve ser feita pelo enfermeiro com rigoroso controle, mas ao mesmo tempo 
garantindo à equipe de enfermagem o acesso aos materiais conforme as 
necessidades do SE. Deve ser evitado sub-estoque, guarda descentralizada, o 
que dificulta o controle e favorece o desvio”. 
Nesta etapa, o enfermeiro pode levar em conta algumas questões para 
se nortear: 
 Qual é o espaço necessário para estocar adequadamente cada 
material? 
 Qual é a frequência de utilização do material? 
 Qual o tipo de instalação mais adequada para o armazenamento do 
material? 
 Quais as dificuldades de armazenamento do material com outros 
materiais devido sua incompatibilidade? 
 
 
5.4 – Controle e Manutenção 
 
 O controle é uma função ampla, não se limitando apenas a quantidade, 
mas diz respeito também a qualidade dos materiais, auxiliando no 
desenvolvimento das demais funções, pois “a realização de um controle 
adequado fornece dados para a previsão, propicia informações sobre a 
qualidade e a durabilidade do material, diminui o extravio, aumenta a eficiência 
dos equipamentos – e assim garante uma utilização apropriada dos recursos 
materiais, a continuidade da assistência ao paciente e a diminuição dos custos 
relacionados aos materiais. 
 O controle dos materiais pode ser feito de diversas maneiras através do 
método ABC (classifica os materiais segundo custo para a instituição); sistema 
de duas gavetas; sistema de troca/reposição; uso de cadernos com o número 
 7 
de patrimônio e quantidade; fichas técnicas e atualmente o uso do computador 
(CASTILHO; LEITE 1991). 
No entanto, independente do sistema adotado para controle de 
materiais, é preciso analisar o comportamento do consumo mensal de cada 
serviço, observando as razões que justificam as variações de consumo, tais 
como as alterações no número de atendimento ou na taxa de ocupação, as 
ocorrências sazonais das doenças e o número de alunos, entre outros 
(CASTILHO; GONÇALVES, 2005). 
 Para que se possa ter o controle dos materiais, antes de mais nada, é 
necessário que se tenha uma relação dos mesmos, o que se consegue através 
do inventário que consiste na“verificação de todo o material para comprovar a 
existência e a exatidão dos estoques registrados (saber o que se tem, o 
necessário para atender à demanda e o que comprar – controle)” (GAMA, 
1997). 
 Através do inventário tem-se dados corretos e precisos sobre o 
patrimônio do hospital, o que é necessário para que se possa realizar 
planejamentos objetivos e para evitar gastos e desperdícios desnecessários. 
 Os inventários podem ser gerais – realizados no final do exercício fiscal 
da empresa, através da contagem de todos os itens do estoque, não 
possibilitando reconciliações ou ajustes, nem a análise das causas das 
diferenças - e os rotativos - realizados através de uma programação mensal 
para determinados itens a cada mês, sem necessidade de paralisação do 
serviço, possibilitando a análise das causas e diferenças e, portanto, um 
melhor controle (CHIAVENATO, 1991). 
 No SE para que o enfermeiro possa ter um controle mais efetivo, o 
inventário pode ser realizado, através da verificação semanal e de necessidade 
de manutenção dos materiais e equipamentos (GAMA, 1998). 
 Para que a equipe de saúde possa desenvolver as suas atividades, ou 
seja, prestar uma adequada assistência à saúde de indivíduos e comunidade, é 
necessário que os equipamentos existentes na unidade estejam em perfeito 
funcionamento, garantindo dessa forma não apenas a assistência, mas 
também a segurança de quem está utilizando o equipamento. 
 Esta atividade, que consiste em manter os materiais e equipamentos em 
perfeitas condições de funcionamento nos momentos em que são necessários, 
chama-se manutenção e para que ela ocorra é necessário que assim que a 
enfermagem ou equipe de saúde perceba alguma irregularidade no 
equipamento, o mesmo seja encaminhado para o serviço de consertos e 
reparos. (CASTILHO; LEITE 1991). 
 Existem dois tipos de manutenção: a preventiva que é realizada 
periodicamente nos equipamentos com o objetivo de se detectar e evitar que o 
mesmo venha a apresentar defeitos ou mau funcionamento e a reparadora 
que é realizada após o aparelho ter apresentado algum problema tendo como 
objetivo restaurar, corrigindo o defeito apresentado pelo mesmo (CASTILHO; 
LEITE 1991). 
 
6 – O processo de compra dos materiais utilizados nas unidades de 
enfermagem 
O setor responsável pelo processo de compra e armazenamento nas 
instituições hospitalares está vinculado à área administrativa da estrutura 
organizacional, onde quem desenvolve essas atividades muitas vezes não é da 
área de saúde. Devido a complexidade e adversidade dos materiais utilizados 
nas instituições de saúde é indispensável a participação de profissionais do 
ramo no processo de gerenciamento dos recursos materiais, assessorando a 
 8 
área administrativa nos aspectos técnicos e nas ações locais (CASTILHO; 
GONÇALVES, 2005). 
 A atuação do enfermeiro no processo de compras de materiais nas 
instituições se dá através da atuação em comissões de licitação, ou 
informalmente através da opinião sobre o tipo, à quantidade e à qualidade dos 
materiais a serem utilizados. 
 Existem várias modalidades de compra, em instituições privadas é 
costume haver uma negociação direta entre o serviço de compras e os 
fornecedores, já nas instituições públicas normalmente segue-se um processo 
de licitação. 
 Segundo CASTILHO;GONÇALVES (2005), licitação é “o procedimento 
administrativo regido por legislação específica, utilizado para aquisição ou 
alienação de bens e serviços, com os objetivos de garantir a observância do 
princípio constitucional da isonomia e de selecionar a proposta mais vantajosa 
para a administração (Art. 3º da Lei nº 8666/93). Na licitação deve-se fazer uma 
descrição/especificação detalhada do material que se deseja adquirir sem 
indicação da marca, a não ser em casos excepcionais. 
Segundo os mesmos autores, as modalidades de licitação constantes na Lei 
8.666/93 são: 
 Convite - É para no mínimo três interessados que trabalhem com o 
material requisitado, podendo ser cadastrados ou não, escolhidos pela 
instituição. Indicada para a compra de valores baixos, estabelecidos pela Lei. 
 Tomada de preços É realizada somente entre interessados 
previamente cadastrados na instituição. Indicada para aquisições de valores 
médios, estabelecidos pela Lei. 
 Concorrência – É uma modalidade entre quaisquer interessados que, 
na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possui requisitos mínimos 
de qualificação exigidos no edital, para aquisição de valores altos. 
 Concurso – utilizado entre quaisquer interessados para escolha de 
trabalho técnico, científico ou artístico. 
 Leilão – utilizada entre quaisquer interessados para venda de bens 
móveis inservíveis para a administração ou produtos legalmente apreendidos 
ou penhorados. 
Além dessas, atualmente tem sido utilizado o pregão que “é uma 
modalidade de licitação mais recente, instituída pela Lei 10.520, de 17 julho de 
2000. A opção por essa modalidade, independente do valor estimado da 
contratação e da disputa pelo fornecimento de bens e serviços comuns, é feita 
por meio de propostas e lances sucessivos em sessão pública. Essa 
modalidade vem ganhando espaço na Administração Pública por ser um 
processo mais dinâmico, que proporciona maior competitividade entre os 
concorrentes e maior transparência à gestão de compras, visto que a 
negociação é realizada em sessão pública” . 
A principal e básica diferença entre as licitações tradicionais, ou seja, as 
modalidades de licitações, Concorrência, Tomada de Preços e Convites, é o 
valor e/ou complexidade da licitação. O que não se aplica a Pregão, pois para 
essa modalidade não há limites de valores. 
 A escolha de uma modalidade ou outra para compra de materiais se dá 
de acordo com o valor estimado, e a urgência na aquisição, como por exemplo, 
nos casos em que a falta do material significa um prejuízo na assistência à 
saúde do paciente, sendo que a tomada de preços e o convite são as 
realizadas mais rapidamente. 
O tempo de reposição varia de acordo com o sistema de compra da 
instituição. Os hospitais públicos, que realizam processo de licitação, levam 
cerca de quatro a seis meses, entre o início do processo de compra e até o 
 9 
recebimento, armazenagem e distribuição interna do material. Com a adoção 
do processo e pregão, o tempo tem diminuído para cerca de um mês 
(CASTILHO; GONÇALVES, 2005). 
 
 6.1– Padronização 
 
 A padronização é um método para estender a utilização de um material 
ao maior número possível de aplicações, ela visa reduzir as variedades, 
através da unificação de dados de materiais que são semelhantes. 
 As vantagens da padronização segundo PATERNO (1990), são: 
favorece a diminuição do número de itens em estoque, simplifica o trabalho de 
estocagem, permite a obtenção de melhores preços, reduz o trabalho de 
compras, diminui os custos de estocagem, permite a aquisição dos materiais 
com maior rapidez e possibilita a economia com consertos e substituições de 
peças. 
 A padronização não é um procedimento que pode ser feito 
isoladamente, deve-se compor um comitê de padronização com a participação 
do corpo clínico, do administrador de materiais e da enfermagem, tendo-se por 
base as rotinas e técnicas do serviço de enfermagem, conhecimentos dos 
materiais, sabendo-se quais são semelhantes e quais podem ser substituídos, 
além das qualidade farmacológicas e técnicas, a facilidade de compra, o custo, 
a armazenagem entre outros. 
Devido a essa complexidade, muitas instituições já trabalham com 
comissões interdisciplinares para padronização dos materiais. A padronização 
deve ser amplamente discutida e, após seu estabelecimento, deverão ser 
promovidas estratégias educacionais para capacitação dos usuários 
(CASTILHO; GONÇALVES, 2005). 
 Realizada desse modo, a padronização, facilitará a verificação mensal 
da média de consumo,o planejamento e reposição e a manutenção da 
qualidade dos materiais utilizados. 
 
6.2 – A especificação técnica dos materiais 
 
A especificação técnica dos materiais consiste na descrição minuciosa das 
características do material, pois representa com precisão aquilo que se deseja 
adquirir. Além disso, a especificação técnica representa um meio de 
comunicação entre a área técnica e administrativa (CASTILHO; GONÇALVES, 
2005). 
 Na descrição deverão constar: 
 Nome do produto; 
 Indicação de uso; 
 Desempenho técnico; 
 Matéria-prima de fabricação; 
 Dimensões; 
 Acabamento; 
 Embalagem; 
 Propriedades físico-químicas; 
 Método de esterilização; 
 Prazo de validade.
 Nas instituições públicas o processo de compra de materiais não é uma 
atividade simples, e as especificações dos produtos são muito importantes para 
que se possa garantir a aquisição de produtos de qualidade, elas são utilizadas 
na elaboração do edital de compra, e quanto mais detalhada facilitará o contato 
do setor de compras com os fornecedores. 
Alguns órgãos oficiais que normatizam e fazem recomendações relativas 
à fabricação, esterilizações e uso de materiais devem ser consultados pelos 
enfermeiros para se realizar as especificações técnicas e ainda constatar sua 
regularização, como: ABNT, ANVISA, Ministério da Saúde e Ministério do 
 10 
Trabalho. Além de poder recorrer às diferentes especificações do fabricante, 
presentes nos manuais de instrução (CASTILHO; GONÇALVES, 2005). 
 
6.3 – Os testes de qualidade e o parecer técnico 
 
O controle de qualidade no gerenciamento de recursos materiais é 
imprescindível, tantos daqueles disponíveis na instituição como daqueles 
existentes no mercado. Para tanto é necessário que, ao adquirir um material, o 
mesmo seja submetido a testes de desempenho técnico e análise dos riscos 
para os pacientes e para os trabalhadores, a fim de que se verifique se o 
produto é de qualidade e se atende a necessidade a que se destina 
(CHIAVENATO, 1991). 
 Em uma avaliação de materiais, no primeiro momento, é realizada uma 
verificação minuciosa da embalagem, do método de esterilização, da presença 
da data de validade, do acabamento do material, da instrução de uso, dentre 
outros fatores que se considere importante para que sejam previamente 
avaliados, para que então se passe para a fase de teste a ser realizada na 
unidade. 
 Para se realizar o teste na unidade, o SE deve enviar juntamente com o 
material a ser avaliado um impresso, com as características que deverão ser 
observadas e avaliadas durante o teste. Vale ressaltar que os testes devem ser 
realizados pelos usuários diretos, cabendo ao responsável pelo teste coordenar 
o processo de avaliação, estabelecendo juntamente com a equipe critérios 
técnicos objetivos para apreciação do produto e emissão de parecer técnico. 
 Após a realização do teste e de posse dos resultados e das 
especificações do material, o SE, elaborará um parecer técnico que consiste na 
descrição das vantagens e desvantagens do produto, bem como sugestões 
para melhorar ou aprimorar o mesmo. 
Um parecer técnico poder ser elaborado sob a forma de ofício no formato 
de um relatório técnico ou através do preenchimento de impresso próprio da 
instituição, de modo geral um parecer pode conter os seguintes itens:
 Justificativa; 
 Nome do produto; 
 Finalidade/ uso ou aplicação; 
 Fabricante; 
 Importador (se for o caso); 
 Responsável técnico; 
 Nº do Lote e do registro; 
 Data de fabricação; 
 Validade; 
 Embalagem 
 Método de esterilização (se for o 
caso); 
 Matéria prima; 
 Descrição do produto; 
 Vantagens, 
 Desvantagens 
 Recomendações; 
 Data; 
 Assinatura de quem elaborou o 
parecer.
 O controle da qualidade de materiais não deve ser realizado apenas no 
momento da aquisição dos produtos, mas sim durante toda e qualquer atividade, e para 
isso é importante que toda a equipe se mantenha atenta, e possa estar dando opiniões 
sobre os produtos que estão utilizando, de modo que nos processos de aquisição, já se 
tenha informações sobre a qualidade ou não dos mesmos. 
 Na aquisição dos materiais são considerados o parecer técnico e a análise de 
custo do produto, sendo que é importante lembrar que “nem sempre o menor preço 
corresponde ao menor custo para a instituição, uma vez que a má qualidade do 
material pode acarretar maiores prejuízos financeiros e da assistência” (FONSECA, 
1995). 
 
7 – Preparo do pessoal 
 
 11 
 O trabalho em enfermagem se caracteriza por ser um trabalho em equipe e na 
administração de materiais a participação de todos na avaliação dos produtos que 
estão sendo utilizados, ou na aquisição de um material ou equipamento novo é muito 
importante. 
 É necessário que toda a equipe conheça os materiais e equipamentos, sabendo 
como utilizá-los corretamente, o que pode ser conseguido através de treinamentos e 
educação continuada, visando a própria segurança, dos pacientes, a conservação e 
manutenção dos materiais, contribuindo para o controle dos custos evitando-se assim o 
uso indevido e o desperdício do material (FONSECA, 1995; BARA, 1997). 
 
8- Conclusão 
É importante ressaltar que as funções do enfermeiro em relação ao 
gerenciamento de materiais em serviços de saúde devem ser realizadas tendo como 
objetivo a melhoria ou aprimoramento das condições de assistência aos usuários e de 
trabalho da equipe de enfermagem e de saúde, e não como uma atividade apenas 
burocrática, tendo como meta a preservação dos interesses econômicos das 
instituições. 
O enfermeiro, enquanto responsável pelas unidades onde atua, tem papel 
significativo no gerenciamento de recursos materiais dessas unidades, participando 
tanto na avaliação quantitativa quanto qualitativa. Tais ações envolvem a previsão, 
provisão, organização e controle dos recursos materiais. Cabe ainda destacar quão 
importante é o enfermeiro estar sempre atualizado quanto às inovações assistenciais 
em saúde, podendo assim contribuir na utilização de novos materiais ou até avaliar o 
impacto nos custos com a introdução de novas intervenções. 
Outra função essencial consiste no preparo da equipe para adequado manuseio 
dos materiais utilizados na unidade, melhorando o aproveitamento desses, garantindo 
segurança para paciente e equipe e minimizando os custos envolvidos. 
 
9 - Referencias 
 
CASTILHO, V.; LEITE, M. M. J. A administração de recursos materiais na enfermagem. 
In: KURCGANT, P. (Coord.) Administração em enfermagem. São Paulo, EPU, 1991. 
P.73-88 
 
CASTILHO, V.; LEITE, M.M.J. Gerenciamento de Recursos materiais.. In: 
Gerenciamento em enfermagem: KURCGANT, P. (coord.). Rio de Janeiro, 
Guanabara Koogan, 2005, p. 157-170. 
 
CHIAVENATO, I. Iniciação à administração de materiais. São Paulo, 
Makron/McGraw-Hill, 1991. 
 
FONSECA, M. das G. Administração de materiais em enfermagem. Juiz de Fora, 
EEUFJF/Depto EBA, 1995. (apostila de curso). 
 
GAMA, B. M. B. De M. Administração de recursos materiais em enfermagem. Juiz 
de Fora, EEUFJF/Depto EBA, 1997. (apostila de curso). 
 
GRECO, R.M. Gerenciamento De Recursos Materiais Em Enfermagem. Juiz de 
Fora, EEUFJF/Depto EBA, 2010. (apostila de curso). 
 
PATERNO, D. A administração de materiais no hospital: compras, almoxarifado e 
farmácia. São Paulo, CEDAS, 1990. 
 
 12 
PESTANA, F. B. (coord). Dicionário prático da língua portuguesa. São Paulo, 
Melhoramentos, 1994. 
 
QUEIROZ, V. M.; SALUM, M. J. Reconstruindo a intervenção de enfermagem em 
saúde coletiva face a vigilância à saúde. In: 48 Congresso Brasileiro de 
Enfermagem. São Paulo, ABEn, 1996. 
 
VECINA NETO, G., REINHARDT FILHO, W. Funções da Administração de Materiais. 
In: VECINA NETO, G., REINHARDT FILHO, W. Gestão de recursos materiais e de 
medicamentos. São Paulo: IDS, 1998. 93 p.

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