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Resumo cap. 34, 35 e 36 Celso Furtado - feb

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI
CAMPUS “CLOVIS MOURA”
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS – CCHL.
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA.
RESUMO DOS CAPÍTULOS 34,35 E 36 DO LIVRO DE CELSO FURTADO:
FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL.
Trabalho apresentado como 3º avaliação da disciplina Formação Econômica do Brasil I do curso de Ciências Econômicas da UFPI.
 Prof. Sanny.
EDUARDO LIMA DE SOUSA
Teresina, janeiro de 2017.
Resumo dos capítulos 34,35 e 36. 
Segundo Furtado, pós Segunda Guerra Mundial, o país viu seu nível de importação subir relativamente às exportações. O motivo não era a supressão das importações durante a guerra por conta do fechamento dos países europeus, que pós-guerra abriram-se novamente, mas pelo aumento da renda em 1947 relativamente a 1929. Contudo, a capacidade de importação nesses anos era praticamente a mesma. Logo, havia uma tendência a comprar mais do exterior do que se poderia realmente pagar. Para solucionar esse problema, duas alternativas eram vislumbradas: a desvalorização da moeda nacional ou a implantação de um controle seletivo das mercadorias que poderiam ser comprados de fora. O governo estava preocupado com o controle inflacionário, mas abandonaria essa meta com a adoção da política seletiva de importados.
A primeira alternativa não era suficiente para equilibrar esse processo e se tornava inviável a médio e longo prazo uma vez que, a desvalorização da moeda só poderia ser mantida artificialmente a custo das reservas de divisas nacionais que, em algum momento, se tornariam escassas. Além do mais, o país não tinha muitas divisas. No curto prazo, esta política manteria o desequilíbrio, pois o setor exportador estando valorizado traria potencial poder de compra para as mercadorias importadas, mesmo a preços elevados. Somado a isto, a experiência de outros países evidencia ainda mais essa inviabilidade ao fazer as reservas das empresas deles tornarem – se diminutas, em seu valor real, impedindo a importação de bens de capital e reduzindo a ampliação da capacidade produtiva do setor industrial. Outro ponto negativo era que a ocorrência do aumento da renda dos exportadores, via política cambial, provocava a inversão dos fatores produtivos, voltando-os para o mercado externo e deixando o mercado interno “desamparado”. 
No Brasil, esse direcionamento aconteceria para a cafeicultura. A renda dos exportadores subiria aumentando também a renda nacional. Porém, os fatores não estariam voltados para atender o mercado interno. Porventura, um excesso de oferta futura faria os preços desse artigo baixar no mercado externo, ocorrendo o movimento inverso Já que internamente os preço elevavam-se. Ou seja, os fatores seriam voltados para o mercado interno onde os preços estavam continuamente se elevando em decorrência do aumento dos preços dos produtos importados e a baixa oferta de bens acabados da indústria nacional. No entanto, ao reduzir-se a renda dos exportadores reduzir-se, consequentemente, a renda nacional. Assim, temos no primeiro momento uma renda nacional elevada. Porém, os fatores estavam voltados para atender o mercado externo. Já o segundo momento configura-se com a redução da renda nacional e os fatores voltados para atender esse mercado interno. Esse contínuo desequilíbrio era provocado pela adaptação da Agricultura ao duplo mercado (interno e externo).
A segunda alternativa era mais viável e induziu o crescimento do setor industrial do país. Foi primeiramente pensando em restringir as importações de matérias-primas e bens de capital em benefício de produtos manufaturados acabados para controlar a inflação (produtos importados mais baratos, menor nível de preços internos). Contudo, não foi seguida, pois prejudicava o setor industrial. Abandonando a política de combate inflacionário, inverteu-se a restrição que passou a ser sobre os produtos acabados e não sobre matérias-primas e bens de capital. O setor industrial ganhou por inibir a concorrência externa e por poder comprar matéria-prima e bens de capital praticamente a preços constantes de outros países, expandido sua capacidade produtiva. Com a restrição de importação de produtos acabados e a incipiente produção brasileira, o crescimento dos preços ocorria incentivando a produção. Não obstante, após um tempo, os produtos feitos internamente apresentavam baixa relativa nos preços, caracterizando uma socialização dos ganhos do setor para o conjunto da população.
No entanto, apesar de parecer, o autor salienta que esse processo não foi somente uma redistribuição de renda do setor exportador para o setor industrial. A hipótese é que ele se viabilizou primeiramente por conta de uma redistribuição da renda em detrimento dos consumidores em geral. Ou seja, a capacidade produtiva do setor aumentava porque, ao mesmo tempo, poder de compra da população que se elevava em decorrência do crescimento da produtividade. Além disso, a baixa relativa no preço de bens de capital beneficiou quase apenas um setor industrial porque ele era o maior absorvedor de divisas. Todas as condições tornaram-se favoráveis ao industrial que expandiu as oportunidades com aumento da renda por conta do aumento da produtividade econômica.
À medida que o crescimento econômico ocorria, por conta da política cambial e do controle sob as importações, os preços dos manufaturados internos só aumentava enquanto que o custo de equipamentos importados diminuía. O resultado era o aumento da produtividade marginal do país, que se configurava em um benefício “de fora para dentro” e não por conta de ganho inflacionário. Mas o aumento generalizado dos preços ocorria e dois problemas são suscitados: porque os preços internos elevavam – se? E quais os efeitos dessa elevação?
Com relação aos efeitos, temos que a partir do aumento da capitalização das empresas industriais a eficácia do capital aumentava aliado à estabilidade da taxa de câmbio. Nessa situação, havia uma tendência de inversão dos fatores produtivos para indústria tornando crescente a apropriação da produtividade pelos industriais. Ou seja, o aumento dos preços influenciava o aumento dessa variável real no médio e longo prazo. Esse efeito, contudo, cessaria, pois o aumento da capacidade produtiva tornar-se-ia limitado. No curto prazo poder-se-ia tê-lo como sem efeito.
Com relação à origem desse problema, temos que nos ciclos econômicos o setor exportador sempre socializava as perdas, via taxa de câmbio que aumentava os preços internos, e seu declínio de produtividade a partir de 1949 é apontado como causador do aumento da inflação e do custo de vida da população. No entanto, Furtado explana que, em termos reais, a produtividade do setor agroexportador subiu além do setor industrial e junto a este, aumentou o nível de renda real elevando a capacidade de compra no mercado interno e externo. Como havia controle sobre a importação de bens acabados e a indústria nacional ainda não era capaz suficientemente de abastecer o mercado interno a oferta não acompanhava o crescimento dessa renda monetária. Os grupos econômicos – políticos induziam a redistribuição da renda via inflação. Assim, o resultado para a situação anteriormente descrita era quase que automaticamente o aumento do nível geral de preços. Ou seja, a inflação é resultado da busca por essa redistribuição ocasionada pelo desequilíbrio entre o aumento da procura monetária frente à baixa elasticidade da oferta de bens. Esses grupos podem desenvolver mecanismos para que ela (redistribuição) não ocorra. Se plenamente verídico, a inflação se tornaria neutra nesse aspecto real. Porém, isso não se verifica e a repartição ocorre com o aumento da participação de determinados grupos na renda crescente. O principal grupo favorecido foi o do setor industrial que expandiu junto ao comércio, principalmente por conta do aumento de crédito bancário, que aumentava a renda interna aumentando ainda mais os níveis de preços. O setor exportador tinha seus ganhos de renda anulados, pois tinha que comprar bens, tanto internamentecomo externamente, mais caros. 
A propagação da inflação ocorre mais rapidamente por conta do sistema bancário. Às autoridades monetárias deveriam impedir a expansão do crédito. Apesar da sugerida política, o autor defende que a inflação não é um fenômeno monetário, mas, como já foi explicado, uma tendência de grupos em aumentar em sua participação na renda real. Para que ela não ocorra, a oferta de bens deve ser elástica e está aliada com a política autónoma de importação.
Tendo em vista o exposto até aqui, o autor traça perspectiva que provavelmente estarão na pauta dos próximos decênios. Assim como economia colonial foi superada pela economia agroexportadora, o setor industrial tende a ganhar espaço na definição do nível de renda, sendo o mercado interno o ponto dinamizador do setor e da economia podendo tornar-se baluarte do crescimento do produto nacional. Contudo, o setor exportador é parte essencial desse processo ao viabilizar essa possível ocorrência.
Antes da primeira guerra mundial, a baixa nos ciclos econômicos que se sucediam culminavam no “engrossamento” do setor de subsistência. Pós-guerra, as inversões eram feitas em favor do setor industrial, pois mesmo em queda (setor exportador), permitir que este aumentasse seu nível de assimilação de progresso técnico e, concomitantemente, por necessidade, a qualificação da massa de trabalhadores, trazendo mais eficácia na utilização dos fatores produtivos. Houve nesse período uma modificação substancial do que era importado em favor de bens de capital. Com a indústria incipiente e os preços dos importados acabados mais caros, a oferta era reduzida e a renda aumentava. A inflação era, então, inerente ao processo ao mesmo tempo que as inversões para o mercado interno ocorriam. Quanto maior eram as inversões, maior era o processo inflacionário. Tudo isso causou modificações estruturais significativas destinadas à criação de capacidade produtiva para atendimento do mercado interno.
Na etapa seguinte, na hipótese do autor, ocorrerá uma diminuição na determinação do nível de renda por parte setor exportador em conjunto com a diminuição da importância dele no processo de capitalização nacional. Ela só se tornaria real se aumentasse no país a produção de bens de capital acima do crescimento conjunto do setor industrial. Se assim for, a economia poderá adaptar-se mais facilmente as modificações conjunturais do mercado internacional e nacional.
O desenvolvimento na primeira metade do século XX só se deu à medida que houve uma integração regional mínima iniciada na região sul do país, onde encontravam-se os primeiros a beneficiar-se com a expansão do mercado externo da cultura cafeeira. Contudo, a diferença de renda entre regiões aumentou. Como salientou, essa crescente concentração regional da renda é um fenômeno universal, pois o livre mercado torna alocação dos fatores assimétrico. A região centro – sul concentrou os maiores níveis. Ocorre com isso a coexistência de duas economias distintas: uma com maior progresso e aumento contínuo de produtividade; e outra sem recursos para tal, que por falta de produtividade tem o preço dos bens essenciais mais elevados o que aumenta o custo de subsistência do trabalhador, consequentemente, do salário e, por fim, reduzia ainda mais a produtividade. Entre essas duas economias, que dividem o mesmo sistema monetário, ocorre fluxo de recursos da região de baixo progresso para a de alto. Nesta última, o aumento do número de trabalhadores disponíveis leva ao rebaixamento do salário que aumenta ainda mais a produtividade da região e torna mais difícil que a outra siga o mesmo caminho, aliado a este fato temos: falta de intervenção governamental, extensão geográfica do país e pobreza relativa dos recursos naturais.
A solução para tal problema seria a execução de uma nova articulação nacional que vise a interrupção desse fluxo a partir do desenvolvimento as regiões menos capitalizadas, para que os fatores nacionais sejam aproveitados em conjunto com melhor nivelamento. Já que o crescimento de uma região não precisa ter como efeito o empobrecimento de outra. Trazendo a discussão para mais próximo de nossa realidade, o autor afirma que a causa do improgresso nordestino seria a incapacidade de se desvencilhar da estrutura arcaica colonial monocultora, antagônica ao processo industrial.
Destarte, uma nova integração nacional será um desafio econômico, social e político a ser conquistado. Junta - se a ele: a eliminação dos resquícios colônias; a obtenção de uma oferta mais elástica de bens acabados e de capitais, com desenvolvimento industrial; o aproveitamento mais racional dos fatores (terra, capital e humano). Todos eles convergindo para um aumento das inversões de capital por unidade de produto, para que o país consiga se desenvolver plenamente.
REFERÊNCIA :
Furtado, Celso. Formação Econômica do Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional , 2003.

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