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10 UNID TÍTULO DE CRÉDITO

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A sabedoria é a única arma invencível de um povo 
1 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE 
DEPARTAMENTO DE CONTABILIDADE 
DISCIPLINA: LEGISLAÇÃO SOCIETÁRIA E COMERCIAL 
PROFESSOR: ALBERTO SOARES 
TÍTULO DE CRÉDITO 
Título é um documento que autentica um direito padrão. É qualquer papel negociável (como ação, 
letra de câmbio, nota promissória). Assim, o título de crédito é um documento que formaliza um 
direito creditório, à ordem ou ao portador. 
É o documento necessário para o exercício do direito literal e autônomo nele mencionado ou contido. 
Ou, ainda, documento representativo de uma obrigação pecuniária. 
 
Características 
Abstração 
O direito que está contido no título de crédito não depende da causa que o originou, ou seja, o título 
se desvincula da causa que lhe deu origem. Significa que os direitos decorrentes do título são 
abstratos, não dependentes do negócio que deu lugar ao nascimento do título. Assim, o credor não 
precisa provar nada em relação à origem de seu crédito. 
 
Autonomia 
As obrigações contidas ou assumidas em um título de crédito valem por elas mesmas. Cada 
obrigação que se estabelece é autônoma em relação às demais. Significa a autonomia o fato de não 
estar o cumprimento das obrigações assumidas por alguém no título vinculado a outra obrigação 
qualquer, mesmo ao negócio que deu lugar ao nascimento do título. 
 
Cartularidade 
Só se pode exercitar o direito, se tiver a cártula (documento), ou seja, o papel que representa o título. 
Assim, título e direito se confundem, tornando imprescindível a documentação para o exercício do 
direito que nele está contido. A cartularidade é a materialização do direito no papel, sem a qual o 
devedor não está obrigado ao cumprimento da obrigação. 
 
Independência ou substancialidade 
A cártula independe de qualquer outro documento para ser executada, ou seja, uma obrigação não 
depende da outra. Ninguém assina um título de crédito a não ser para garantir o seu pagamento. 
 
Inoponibilidade 
Ninguém pode alegar nenhum motivo para não pagar, dado que assina uma obrigação autônoma. 
 
Formalismo 
A lei determina os elementos formais e características do título (requisitos obrigatórios). Se faltar 
algum dos requisitos essenciais, o título não tem valor. Todos os títulos são disciplinados por lei, 
criados por ela e com requisitos formais a serem observados, sob pena de serem inexistentes. 
 
Legalidade 
Todo título de crédito tem sua origem na lei. 
 
Literalidade 
O título de crédito vale pelo que está escrito, ou seja, o direito nele contido está expresso através de 
palavras. Significa que tudo o que está escrito no título tem valor e, conseqüentemente, o que nele 
não está escrito não pode ser alegado. 
 
Classificação 
Quanto à estrutura formal, os títulos de crédito se classificam em títulos de crédito de ordem e de 
promessa. 
 
Título de crédito de ordem 
Quando a ordem é cumprida por terceiros. Por exemplo, um cheque, o banco deve cumprir a ordem 
de liquidá-lo. 
 
 
A sabedoria é a única arma invencível de um povo 
2 
Título de crédito de promessa 
Quando a ordem de liquidação é cumprida pelo próprio emitente. Por exemplo, uma nota 
promissória. 
 
Quanto à circulação, os títulos de crédito se classificam em título de crédito ao portador e título de 
crédito nominativo. 
 
Título de crédito ao portador 
É aquele que circula por simples tradição manual, pertencendo de pleno direito a quem quer que o 
apresente. É um título negociável pela simples tradição - (entrega). Esses títulos são explicados com 
a aceitação do princípio de que quem se obriga num título não o faz apenas para com uma pessoa 
certa e determinada, mas para com a coletividade de pessoas que posteriormente venham a ser 
detentoras do mesmo. 
 
Título de crédito nominativo 
É aquele cuja circulação se faz mediante um termo de cessão ou de transferência. Esse título traz 
sempre no contexto, o nome da pessoa indicada como beneficiária da prestação a ser realizada. 
É aquele que detém o nome do beneficiário e, ao contrário dos títulos ao portador, só podem ser 
pagos ao titular nominado. É aquele que só se pode transferir a propriedade mediante um termo de 
cessão. Esses títulos compreendem: 
a) Título de crédito à ordem 
É aquele que contém a cláusula de ser pago a terceiro, por ordem do beneficiário, ou seja, é 
aquele que determina a entrega da coisa a quem o beneficiário indicar. É aquele que faculta a 
transferência a terceiros. Transfere-se com o endosso. São títulos que trazem os nomes dos 
beneficiários e, junto a esses, uma cláusula esclarecendo que o direito à prestação pode ser 
transferido pelo beneficiário a outra pessoa. 
 
b) Título de crédito não à ordem 
É aquele que veda a transferência a terceiros. Pode ser transferido com termo de cessão, mas 
com a concordância da pessoa envolvida. A cláusula “não à ordem” só é usada em casos 
limitados e quando assim, for permitida. 
 
Os títulos de crédito podem ainda ser classificados em: 
 Título de crédito próprio: é aquele que decorre exatamente de uma operação de crédito, ou 
seja, é aquele que encerra uma verdadeira operação de crédito, subordinada a sua existência à 
confiança que esperam os que dele participam. Como exemplo, tem-se a letra de câmbio, a nota 
promissória etc. 
 Titulo de crédito impróprio: é aquele que não resulta de uma operação de crédito, ou seja, é 
aquele que não representa uma verdadeira operação de crédito, mas que revestidos de certos 
requisitos dos títulos de crédito propriamente ditos, circulam com as garantias que caracterizam 
esses papéis. Como exemplo, cita-se o cheque. 
 Títulos de legitimação: são aqueles que dão ao portador não um direito de crédito 
propriamente dito, mas o de receber uma prestação de coisa ou de serviços. É o caso dos 
bilhetes de espetáculos públicos. 
 Títulos de participação: são aqueles que dão ao portador um direito de participação. Por 
exemplo, as ações de uma sociedade; o portador desses papéis tem o direito assegurado de 
participar. 
 Títulos de crédito cambiários: são os títulos perfeitos, abstratos, por exemplo, a nota 
promissória e a letra de câmbio. 
 Títulos cambiariformes: são títulos de crédito com “problemas” (causais). Como exemplo, 
tem-se o cheque que não possui o elemento de crédito porque é pagamento; a duplicata é 
também um título causal. 
 
Relação dos títulos de crédito existentes no Brasil 
A seguir, elaborou-se uma relação com os títulos de crédito existentes no Brasil, com a indicação das 
leis que os regem: 
 
 
 
 
 
A sabedoria é a única arma invencível de um povo 
3 
 
 
 
 Cambiais 
 letra de câmbio 
 nota promissória 
Decreto nº 2.044, de 31 de dezembro de 1908, alterado pelo 
Decreto nº 57.603, de 24 de janeiro de 1966 – lei Uniforme 
de Genebra. 
 
 
 Bancários 
 certificado de 
depósito bancário 
 simples – (art. 30) 
 em garantia – (art.31) 
Lei nº 4.728, de 14 de julho 
de 1965. 
 
 cheque 
Lei nº. 7.357, de 2 de setembro de 1985. Decreto nº 57.595, 
de 7 de janeiro de 1966 – Lei Uniforme de Genebra. 
 
 Instituições 
Financeiras 
 certificado de 
investimento 
Resolução nº 145, de 14 de abril de 1970, do Banco Central 
do Brasil. 
 
 letra de câmbio de 
aceite de financeiras 
Art.27 da Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965. 
 
 Imobiliários 
 letra hipotecária 
 letra imobiliária 
 cédula hipotecária 
Decreto n.º 169-A, de 19 de janeiro de 1890 
Lei n.º 4.380, de 21 de agosto de 1964 
Decreto n.º 70, de 21 de novembro de 1966 e Resolução nº 
228, de 4 de julho de 1972, do Banco Central. 
 
 Rurais 
 cédula rural pignoratícia 
 cédula rural hipotecária 
 cédula rural pignoratícia e hipotecárianota de crédito rural 
 nota promissória rural 
 duplicata rural 
Decreto nº 167, de 14 de 
fevereiro de 1967. 
Lei nº 6.754, de 17 de 
dezembro de 1979. 
 bilhete de mercadoria 
Lei nº 165-A, de 1890, art. 25 da Lei nº 4.829 de 5 de 
novembro de 1965. 
 
 Cooperativos 
 warrants cooperativos 
 conhecimento de depósito cooperativo 
Lei nº 5.764, de 16 de 
dezembro de 1971 – art.82 
 
 
 Exportação 
 cédula de crédito à 
exportação 
 nota de crédito à 
exportação 
Lei nº 6.313, de 16 de dezembro de 1975, Decreto-lei nº 413, 
de 9 de janeiro de 1969. 
 
 
 Representativ
os de 
Mercadorias 
 conhecimento de 
transporte 
Decreto nº 19.473, de 10 de dezembro de 1930 
 conhecimento de 
depósito 
Decreto n.º 1.102, de 21 de novembro de 1903 
 
 Penhor warrants Decreto n.º 1.102, de 21 de novembro de 1903 
 
 Industriais 
 cédula de crédito industrial 
 nota de crédito industrial 
Decreto-lei nº 413, de 9 de janeiro de 1969 
 
 Comerciais 
 cédula de crédito comercial 
 nota de crédito comercial 
Lei nº 6.840, de 3 de novembro de 1980 
 
 Contrato de 
compra e 
venda e 
serviços 
 duplicata 
 mercadorias 
 serviços 
Lei nº 5.474, de 18 de julho 
de 1968, alterada pelo 
Decreto-lei nº 436, de 27 de 
janeiro de 1969, Lei nº 6.458, 
de 1º de novembro de 1977. 
 
 Sociedades 
por Ações 
 ações 
 certificado de depósito de ações 
 partes beneficiárias 
 certificado de depósito partes beneficiárias 
 debênture 
 certificado de depósito de debênture 
 cédula pignoratícia de debênture 
 bônus de subscrição de ações 
Lei nº 6.404, de 15 de 
dezembro de 1976 
 notas promissórias para negociação de mercado 
Resolução nº 1.723 do CMN, 
de 27 de junho de 1990. 
 
 Públicos 
 federais 
 estaduais 
 municipais 
Leis específicas. 
 
 
 
A sabedoria é a única arma invencível de um povo 
4 
Acerca dos títulos de crédito rural, industrial e comercial, diz-se que: 
a) nota de crédito rural, industrial e comercial trata de uma promessa de pagamento, sem garantia 
real; 
b) cédula de crédito rural, industrial e comercial trata de uma promessa de pagamento, com 
garantia real de penhor, hipoteca, alienação fiduciária etc. 
 
Prazo para pagamento 
 à vista: quando no título não se indica a sua data de pagamento, devendo o mesmo ser pago na 
sua apresentação; 
 a dia certo: quando o título traz fixado o dia do seu vencimento, sendo, portanto, o mais usual; 
 a tempo certo de data: quando o título indica que o mesmo vencerá tantos dias (meses ou 
anos) a contar da data de sua emissão; 
 a tempo certo da vista: quando o prazo para pagamento só começa a ser contado a partir da 
data do aceite. 
 
Aceite 
É o ato formal segundo o qual o sacado se obriga a efetuar, no vencimento, o pagamento da ordem 
que lhe é dada, podendo tal ato consistir ou numa declaração subscrita pelo sacado (... aceito a 
presente letra de câmbio) em qualquer parte da letra, ou na simples assinatura lançada no anverso 
da mesma. 
 
É um ato que só pode ser praticado pelo sacado: contendo a letra uma ordem de pagamento cabe 
àquele a quem é dada a ordem declarar se está disposto a cumpri-la ou não. Assim, enquanto a 
letra não for aceita o sacado nenhuma responsabilidade tem pela solvabilidade do título. 
 
É o reconhecimento do débito, obrigando o aceitante cambialmente. É a declaração unilateral, 
facultativa, pela qual a pessoa (aceitante) assume a obrigação de efetuar o pagamento da quantia 
especificada no título de crédito, no local indicado e dentro do prazo estipulado, tornando-se, desse 
modo, responsável direto pelo cumprimento da obrigação. O aceite pode ser dado: 
 pelo próprio devedor; 
 pelo representante legal; 
 por mandato especial. 
 
O aceite se faz para o pagamento da obrigação em época posterior e, mais importante, é o fato de 
que o aceite representa uma obrigação pessoal do aceitante enquanto que, no cheque, a obrigação 
de pagar é do emitente. 
 
Se o aceite for dado no anverso, é suficiente a simples assinatura, se, no verso, deve trazer a 
expressão “aceito” ou “de acordo” ou outra semelhante, seguida da assinatura. 
 
Endosso 
É o meio pelo qual se transfere a propriedade de um título, podendo constituir-se, também em 
simples mandato, quando, nesse caso, tem-se o endosso impróprio ou endosso-procuração. O 
endosso é normalmente lançado no verso da cambial, de maneira que não deixe margem de dúvidas 
sobre transferência da propriedade do título. 
 
É um meio de transferência dos direitos do título, mediante a assinatura do próprio punho do detentor 
ou endossante, legitimado no verso ou no anverso do título, envolvendo os seguintes intervenientes: 
 endossante: é aquele que está endossando, transferindo o direito de crédito sobre o título; 
 endossatário: é o beneficiário do endosso. 
 
Se o endosso não puder ser lançado no verso do título por falta de espaço, pode ser em folha ligada 
a este. Entre as espécies de endosso, destacam-se: 
 endosso translativo: é aquele em que se opera uma completa transferência do título à ordem 
do endossatário. Pode ser em branco ou em preto; 
 endosso em preto: é o endosso nominativo, em que se menciona expressamente a pessoa a 
quem se transfere o título ou os direitos conservatórios; 
 endosso em branco: é aquele em que há omissão do nome do endossatário, ficando por via de 
conseqüência, limitado à assinatura do endossante. Essa espécie de endosso não obriga 
 
A sabedoria é a única arma invencível de um povo 
5 
cambialmente os sucessivos portadores, pelo fato de eles não se identificarem na transferência 
do título; 
 endosso próprio: é aquele que transfere a propriedade do título; 
 endosso impróprio: é aquele que não transfere a propriedade do título, mas apenas, direitos; 
como exemplo, tem-se: 
a) endosso-mandato ou endosso-procuração é, na realidade, um falso endosso, pois não 
transfere a propriedade, mas simplesmente a sua posse; é o mesmo que endosso-
delegação, ou seja, é a transferência dos poderes de procurador ao endossatário-mandatário, 
realizada com a cláusula “por procuração”; 
b) endosso-caução ou endosso pignoratício – o título de crédito é dado em garantia de uma 
transação. 
 endosso póstumo: é aquele feito após o vencimento do título. Esse tipo de endosso tem os 
mesmos efeitos que o endosso anterior, todavia se for feito após o protesto do título, passa a ser 
denominado de cessão civil. 
O art. 20 do Decreto nº 57.663/66 afirma que: “O endosso posterior ao vencimento tem os 
mesmos efeitos que o endosso anterior. Todavia, o endosso posterior ao protesto por falta de 
pagamento, ou feito depois de expirado o prazo para se fazer o protesto, produz apenas os 
efeitos de uma cessão ordinária de créditos”. 
 cessão de crédito: é um negócio jurídico bilateral, gratuito ou oneroso, pelo qual o credor de 
uma obrigação (cedente) transfere, no todo ou em parte, a terceiro (cessionário), 
independentemente do consentimento do devedor (cedido), sua posição na relação obrigacional, 
com todos os acessórios e garantias, salvo disposição em contrário, sem que se opere a 
extinção do vínculo obrigacional. 
 
Protesto de títulos 
É o ato solene destinado principalmente a comprovar ou atestar a falta ou recusa do aceite ou do 
pagamento do título. Protesto é o ato oficial pelo qual se prova o não-cumprimento da obrigação 
constante do título de crédito, cuja finalidade é: 
 constituir o devedor em mora, isto é, tornar público que aquela pessoa (devedor) não efetuou o 
pagamento do título; 
 assegurar o direito de regresso, ou seja, assegurar o direito de cobrar judicialmente a dívida 
contra os endossantes e avalistas. 
 
O protesto cambial contra o devedor principalde um título de crédito e seus avalistas é facultativo, 
pois fica a critério do credor protestar ou não a cambial, em tempo hábil. O protesto, entretanto, 
contra os endossantes e respectivos avalistas torna-se obrigatório, posto que necessário se faz tirá-
lo em tempo hábil (tempo estabelecido pela lei para que o título seja protestado) para garantir o 
direito de cobrança judicial contra os aludidos coobrigados. 
 
O protesto pode ser cancelado por um dos seguintes motivos: 
 por força de pagamento: o protesto será cancelado mediante exibição e entrega dos títulos, 
devidamente quitados, no cartório. 
 por outro motivo: o cancelamento do protesto só se efetuará por determinação judicial. 
 
Resumidamente, têm-se duas modalidades de protesto: 
 protesto por falta ou recusa do aceite: 
o efeito desse protesto é antecipar o vencimento do título, encerrando a sua vida normal de título 
de circulação e possibilitando ao portador exercer o direito regressivo. Quando for certa a data 
de vencimento, o aceite será facultativo, no entanto, quando a data de vencimento depender do 
aceite, este será obrigatório. 
 protesto por falta ou recusa de pagamento: 
quando se quer uma prova segura de que, vencida a letra, a obrigação constante da mesma, não 
foi cumprida. 
 
NOTA PROMISSÓRIA 
A nota promissória é um título de crédito que consubstancia uma promessa de pagamento feita por 
escrito, por uma pessoa a favor de outra. É um título de crédito emitido pelo devedor da obrigação. 
Numa nota promissória, figuram os seguintes intervenientes: 
 
A sabedoria é a única arma invencível de um povo 
6 
 o emitente: pessoa que se obriga a satisfazer diretamente a obrigação, sendo, pois o criador do 
título; 
 o favorecido ou beneficiário: pessoa a quem deve ser paga a soma indicada no título. 
Podem existir outros intervenientes, uma vez que se trata de um título que pode ser transferido por 
endosso e garantido por aval. Como requisitos essenciais de uma nota promissória, destacam-se: 
 a denominação – nota promissória, ou termo correspondente na língua em que for emitida; 
 a soma em dinheiro a ser paga; 
 o nome da pessoa a quem deve ser paga; 
 a assinatura de próprio punho do emitente ou de mandatário especial. 
 
Alguns outros dados são, freqüentemente, apontados como essenciais, todavia, não o são, pois 
essencial é somente aquilo que, não existindo, a nota promissória se descaracteriza como tal. Uma 
nota promissória não será descaracterizada se não contiver: 
 a data e o lugar da emissão: o portador pode completar o texto do título, colocando esses dados; 
 a época do pagamento: será pagável à vista; 
 o lugar do pagamento: será pagável no domicílio do emitente. 
 
O prazo para pagamento da nota promissória pode ser: 
 à vista: quando não se indica, no título, a data do vencimento, donde se presume que será pago 
na apresentação; 
 a dia certo, quando traz fixado o dia exato, sendo este o procedimento mais usual; 
 a tempo certo de data: significando que a nota promissória, vencer-se-á em data que será 
contada a partir do dia de sua emissão. Por exemplo: “... pagará dentro de 60 dias”. 
Não se inclui o dia da emissão, se hoje é 14, então daqui a 6 dias têm-se: 15-16-17-18-19-20. 
 
LETRA DE CÂMBIO 
Letra de câmbio é um título de crédito abstrato, correspondendo a um documento formal, decorrente 
da relação ou relações de crédito entre duas ou mais pessoas, pela qual a designada sacador dá 
ordem de pagamento pura e simples, à vista ou a prazo, a outrem denominada sacado, a seu favor 
ou a favor de uma terceira pessoa (tomador ou beneficiário) no valor e nas condições constantes. 
 
Letra de câmbio é uma ordem de pagamento, sacada por um credor contra o seu devedor, em favor 
de alguém, que pode ser um terceiro ou o próprio sacador. 
 
Letra de câmbio é instrumento de captação utilizado pelas sociedades de crédito financiamento e 
investimentos, não podendo, portanto ser utilizada pelos bancos. Deve estar sempre vinculada a uma 
transação comercial, que lhe dá origem. É uma ordem dada por escrito, a uma pessoa para que 
pague a terceiro, determinada importância em dinheiro. À medida que as financeiras emprestam ao 
público emitem letras correspondentes àquelas operações e as lançam no mercado para captar 
recursos. Os prazos mínimos e as condições de captação são semelhantes aos CDBs. 
 
É um tipo de título de crédito negociável no mercado, consistindo numa ordem de pagamento em que 
uma pessoa (sacador ou emitente) ordena que uma segunda pessoa (sacado) pague determinada 
quantia a uma terceira pessoa (tomador ou beneficiário). Deve trazer de forma explícita, o valor do 
pagamento, a data e o local para efetuá-lo. Assim, afirma-se que a letra de câmbio é uma ordem de 
pagamento que o sacador dá ao sacado em favor do tomador. 
 
Saque 
É o ato cambiário pelo qual o sacador cria a letra de câmbio e dá ordem de pagamento ao sacado, e 
corresponde a uma declaração cambiária originária e necessária. Assim, a letra de câmbio tem 
como: 
 ato essencial: o saque que é o ato de emiti-la; 
 atos eventuais: o aval, o endosso e o aceite. 
A letra de câmbio é uma título emitido pelo credor ou sacador ou vendedor ou emitente contra o 
devedor ou sacado ou comprador em favor do tomador ou beneficiário. 
Obs.: atente-se à seqüência de sinônimos: 
 credor/sacador/vendedor/emitente 
 devedor/sacado/comprador 
 
A sabedoria é a única arma invencível de um povo 
7 
 tomador/beneficiário/favorecido 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Da emissão da letra de câmbio participam três elementos: sacado, sacador e tomador. 
 
Sacado 
É a pessoa que deverá pagá-la, pois sobre ela é que se saca o título, ou seja, é a pessoa a quem a 
ordem é dada. É a instituição aceitante da letra de câmbio e por isso coobrigada no seu resgate 
(pagamento), quando do vencimento. Como aceitante do título, a instituição opera como 
intermediária do financiamento. As sociedades de crédito, financiamento e investimento, assim como 
os bancos de investimentos, podem ser aceitantes de letras de câmbio emitidas e lançadas para 
oferta aos investidores do mercado financeiro. 
 
Sacador 
É o emitente da letra de câmbio, é a pessoa que dá a ordem, sendo, portanto, seu criador, ou seja, a 
pessoa que fornece. É a empresa ou consumidor beneficiário dos bens duráveis adquiridos com 
base em financiamento concedido pela instituição financeira. 
 
Tomador 
É aquele a favor de quem a ordem é emitida; é o investidor que adquire a letra de câmbio no 
mercado. É o beneficiário do rendimento obtido pela aplicação de seu capital de poupança. É a 
pessoa que recebe do sacador e que deverá cobrá-la do sacado, no vencimento, sendo, portanto, o 
seu beneficiário, podendo ser o próprio sacador. 
 
Resumidamente, sacador é o que emite ou saca a letra; sacado é o devedor contra quem se saca ou 
se emite a letra; aceitante é sacado que aceita a letra, nela apondo a sua assinatura; tomador é o 
beneficiário da ordem, que pode ser um terceiro ou o próprio sacador. 
 
Sem prejuízo desses intervenientes, a letra de câmbio ainda pode receber a participação de avalistas 
e endossantes, da mesma forma que os outros títulos. 
 
A letra de câmbio pode ser garantida por aval. A pessoa que vem oferecer a garantia do aval, 
equipara-se à pessoa do coobrigado a quem avalizou. Esse título de crédito apresenta os seguintes 
requisitos essenciais: 
 a denominação – letra de câmbio – inserta no próprio texto do título e expressa na língua 
empregada para a redação desse título; 
 a ordem pura e simples de pagar uma quantia determinada – é necessário que, na letra, seja 
especificado o montante da importância a ser paga, de modo que se saiba exatamente o total 
que a letra representa; 
 o nome da pessoa que deve pagar – sacado;o nome da pessoa a quem deve ser paga – tomador – (admite ser o portador); 
 o lugar e a data de emissão da letra de câmbio; 
 a data e o lugar de pagamento; 
 a assinatura de próprio punho de quem emitiu o título – sacador. 
 
Não será letra de câmbio o escrito que faltar qualquer dos requisitos acima enumerados, a exceção 
do lugar e a data de emissão, bem como a data e o lugar de pagamento. 
 
 
 
 
 
credor ou 
sacador ou 
vendedor 
ou emitente 
 
devedor ou 
sacado ou 
comprador 
 
 ordem de 
pagamento 
 
 
 
 
 
 
 
beneficiário 
ou tomador 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A sabedoria é a única arma invencível de um povo 
8 
O prazo para pagamento da letra de câmbio pode ser: à vista, a dia certo, a tempo certo de data e a 
tempo certo de vista. 
 
Prazo à vista ou contra apresentação – devendo, nesse caso, o pagamento ser feito por ocasião da 
apresentação; o vencimento se verifica quando o título é apresentado à pessoa a quem a ordem é 
dada. 
Exemplo: “À vista da presente letra de câmbio, pagará V. Sa. ao Sr. Fulano a importância 
de dez mil reais”. 
“Depois de 14 de julho, pagará V. Sa. ao Sr. Fulano, à vista da presente letra de câmbio...”. 
Prazo a dia certo – hipótese em que o título tem dia previamente fixado para seu resgate; significa 
dizer que no corpo da letra vem especificada a data exata do pagamento. 
Exemplo: “Aos 14 quatorze) de julho de dois mil e três pagará V. Sa. ao Sr Fulano, a 
importância de vinte reais.” 
Prazo a tempo certo de data – quando se marca um prazo contado a partir da data de emissão, ou 
seja, o prazo de seu vencimento é contado tomando-se por base a data de emissão do título. 
Exemplo: “A quarenta dias da data desta letra de câmbio, pagará V. Sa. ao Sr Fulano, a 
importância de vinte reais.” 
Prazo a tempo certo de vista – quando se marca um prazo contado a partir do aceite; entende-se 
por vista a apresentação da letra ao sacado para que ele tome conhecimento da ordem que lhe é 
dada; nessa modalidade de letra, conta-se o prazo do vencimento, tomando por base a data em que 
o título foi apresentado ao sacado e ele aceitou. 
 
Ressaque 
O portador da letra de câmbio protestada pode haver o embolso da soma devida, pelo ressaque de 
nova letra de câmbio, à vista, sobre qualquer dos obrigados. 
 
A letra de câmbio poderá ter o vencimento antecipado quando houver: 
 a recusa total ou parcial do aceite; 
 a falência do sacado; 
 a falência do sacador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Interpretando a figura acima: 
(1) Budas tem um direito de crédito junto de Dudas, decorrente de determinado negócio jurídico, e 
com base nesse direito de crédito Budas cria a letra de câmbio, dando a Dudas uma ordem de 
pagamento em seu favor. 
 
(2) Budas é credor de Dudas da quantia “y” e, por outro negócio jurídico distinto, Budas é devedor da 
mesma quantia a Gulas e ambas as obrigações vencem na mesma data. Então Budas saca uma 
letra de câmbio contra Dudas, dando-lhe ordem de pagamento a favor de Gulas, nas condições 
constantes dos negócios jurídicos celebrados entre as partes. 
 
Se Dudas não pagar a Gulas será cobrado então de Budas, tendo-se o chamado direito regressivo 
que o direito de cobrar a qualquer um dos obrigados anteriores. 
 
 
 
 
 
credor ou 
sacador 
(Budas) 
 
devedor ou 
sacado 
(Dudas) 
 
 ordem de 
pagamento 
 
 
 
 
 
beneficiário 
ou tomador 
 
 
 Budas (1) 
 Gulas (2) 
 
 
 
A sabedoria é a única arma invencível de um povo 
9 
A letra de câmbio pode ser protestada. Assim, o protesto é um documento formal e público que 
atesta o não-cumprimento da obrigação, ou seja, comprova o descumprimento da obrigação. 
 
A letra de câmbio poderá ser: 
 à ordem do próprio sacador, ou seja, o sacador é também o tomador ou favorecido; 
 sacada por ordem e conta de terceiro; 
 sacada sobre o próprio sacador – nesse caso, a letra se desnatura e torna-se uma nota 
promissória. 
 
FATURA E DUPLICATA 
Fatura é uma nota emitida pelo vendedor, descrevendo a mercadoria vendida ou serviço prestado, 
discriminando suas qualidades e quantidades, bem como fixando os preços e modalidades do 
negócio, inclusive o valor unitário das mercadorias e o seu valor total. A fatura tem a natureza de um 
documento comprobatório de uma venda a prazo de mercadorias. 
 
A duplicata é um título eminentemente causal, isto é, ao contrário de outros, ela deve ter sempre 
uma causa: compra e venda mercantil. O comerciante ao fechar uma compra e venda mercantil a 
prazo, é obrigado a tirar a fatura respectivamente, tratando-se de partes domiciliadas no Brasil. 
Porém, a duplicata da fatura é facultativa, conforme determina a Lei n.º 5.474, de 1968, que, pela lei 
anterior, era obrigatória. 
 
A duplicata mercantil é um título de natureza comercial, facultativamente emitido pelo vendedor com 
base numa compra e venda mercantil, com o objetivo de formalizar uma promessa de pagamento a 
cargo do comprador. 
 
Se a duplicata de serviços, basta, para conceituá-la, retirar as referências relativas à compra e à 
venda mercantil, substituindo-as pelos aspectos peculiares à prestação de serviços. Age-se 
identicamente com relação aos demais dados. 
 
Enfim, compreendeu-se que no ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata 
para circulação como efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de título de crédito 
para documentar o saque do vendedor pela importância faturada ao comprador. Só através da 
duplicata pode o vendedor garantir-se quanto ao recebimento da importância referente à venda a 
prazo. A duplicata serve como garantia do vendedor pela importância faturada ao comprador. E, 
uma só duplicata não pode corresponder a mais de uma fatura. 
 
As vendas podem ser realizadas não apenas pelos comerciantes, diretamente, mas através de 
consignatários ou comissários. As vendas em consignação podem ser feitas: 
 em nome e por conta do consignante ou comitente; 
 por conta do consignatário ou comissário. 
 
Se as vendas realizadas por consignatários forem faturadas em nome e por conta do consignante, 
caberá àqueles cumprir os dispositivos legais em relação à fatura e à duplicata. Se, todavia, a 
mercadoria for vendida por conta do consignatário, este se obriga, na ocasião de expedir a fatura e a 
duplicata, a comunicar a venda ao comitente, cabendo a este expedir fatura e duplicata 
correspondentes à mesma venda. 
 
Numa duplicata figura necessariamente: 
 sacador – correspondente ao vendedor da mercadoria ou prestador do serviço, também chamado 
de emitente, porque emite e cria o título; 
 o sacado – pessoa que compra a mercadoria ou se beneficia dos serviços prestados, também 
denominado aceitante. 
 
Além dos requisitos intrínsecos a todas as obrigações, a duplicata apresenta os seguintes requisitos 
essenciais ou extrínsecos: 
 a denominação – duplicata; 
 a data de emissão e o número de ordem; 
 o número da fatura; 
 a data certa do vencimento ou declaração de ser duplicata à vista; 
 o nome e domicílio do vendedor e do comprador; 
 a importância a pagar, em algarismo e por extenso; 
 
A sabedoria é a única arma invencível de um povo 
10 
 a praça de pagamento; 
 a cláusula à ordem; 
 declaração de reconhecimento de sua exatidão e de sua obrigação de pagá-la, a ser assinada 
pelo comprador, como aceite cambial; 
 a assinatura do emitente. 
 
A assinatura do sacado ou comprador, conquanto deva existir o local para que seja aposta, não é 
requisito essencial. A duplicata,mesmo inaceita, pode ser protestada e executada, bastando para 
isso que o vendedor tenha a comprovação da entrega de mercadorias. 
 
O prazo para o pagamento da duplicata pode ser: 
 à vista; 
 a dia certo – quando se estabelece dia, mês e ano. 
 
A duplicata pode ser protestada por falta de aceite por falta de devolução ou por falta de pagamento. 
O protesto deve ser tirado no prazo de trinta dias, contados do vencimento, a fim de que o sacador 
não venha a perder o direito de exigir o pagamento dos endossantes e respectivos avalistas. 
 
Duplicata rural 
Trata-se de uma adaptação da duplicata mercantil. A finalidade desse título é que, só será utilizado 
nas vendas a prazo de quaisquer bens de natureza agrícola, extrativa ou pastoril quando efetuadas 
diretamente por produtores rurais ou por suas cooperativas. Os requisitos desse tipo de duplicata, 
praticamente, são os mesmos da duplicata mercantil, fazendo-se adaptações, como, por exemplo, a 
denominação “duplicata rural”, a indicação dos produtos, objeto da compra e venda. 
 
Duplicata de prestação de serviços 
A duplicata sempre foi um título resultante de um contrato de compra e venda, só podendo ser 
emitida quando, efetivamente, a venda se realize com a remessa ou a entrega das mercadorias ao 
comprador. Entretanto, a evolução do mercado fez com que fosse regulamentada a duplicata de 
prestação de serviços. Esse tipo de duplicata se reveste dos mesmos requisitos das duplicatas 
mercantis, fazendo adaptações de determinados itens tais como a denominação “duplicata de 
prestação de serviços”, a “natureza dos serviços” e outras. No caso de serviço contratado para 
pagamento parcelado poder ser emitida duplicata relativa a cada parte ou etapa do serviço 
completado. 
 
Destaca-se o fato de que os profissionais liberais, que pela própria natureza das suas atividades, não 
são considerados empresários, não emitirão duplicatas, mas simplesmente a emissão da fatura de 
serviços, de sorte que esta tenha valor jurídico semelhante ao da duplicata. 
 
Aceite 
O aceite é aplicável à duplicata, todavia é diferente da letra de câmbio, pois na duplicata, o aceite é 
obrigatório, ao passo que nem em toda letra de câmbio há a obrigatoriedade de aceite. O prazo de 
remessa da duplicata do vendedor para aceite do comprador é de 30 (trinta) dias. Entretanto, se a 
remessa for feita através de intermediário, este dispõe de mais 10 (dez) dias para a remessa. 
 
O comprador ou sacado é obrigado a aceitar e o seu prazo é de 10 (dez) dias, salvo se a mercadoria 
não estiver de acordo com o que determina a lei. 
 
Pode ainda o sacado reter a duplicata e devolver um comunicado, dizendo que a aceitou. Tal 
comunicado substitui o título para efeito de protesto e execução. 
 
A duplicata pode ter aval, o qual prevalece, mesmo dado após o vencimento. 
 
WARRANT E CONHECIMENTO DE DEPÓSITO 
Os armazéns gerais têm por finalidade a guarda e conservação de mercadorias de terceiros, que 
neles são depositadas, em regra, por tempo determinado, mediante o respectivo pagamento pelo 
serviço prestado, podendo sobre esses bens ser realizadas várias operações as quais resultam das 
seguintes condições: recebendo mercadorias em depósito, podem os armazéns gerais emitir, em 
troca do recibo que atesta o recebimento das mercadorias, dois títulos unidos, mas separáveis à 
vontade, com os quais os depositantes podem vender ou constituir penhor sobre as referidas 
mercadorias. Esses títulos são o conhecimento de depósito e o warrant. 
 
A sabedoria é a única arma invencível de um povo 
11 
 
São títulos de crédito emitidos sobre mercadorias em depósitos nos armazéns gerais. São emitidos 
por empresas que têm por escopo a guarda e a conservação das mercadorias nelas depositadas. O 
warrant é um documento que prova a propriedade da mercadoria e, quando acompanhado do 
conhecimento de depósito, assume valor próprio (uma vez que a mercadoria é o penhor do título) e 
pode ser negociado. No mercado de capitais, warrant é o documento que garante aos acionistas 
que, num prazo fixado, poderão adquirir certo número de ações adicionais, a preço determinado. 
 
O conhecimento de depósito é a prova do contrato de depósito mercantil, representando a relação 
das mercadorias depositadas, quer esteja unido ou separado do warrant, que por sua vez, é emitido 
junto ao conhecimento de depósito, destinando-se a eventuais operações de crédito cuja garantia 
seja o penhor das mercadorias. Na verdade, os armazéns gerais emitem conjuntamente, dois títulos 
quando lhes for pedido pelo depositante: conhecimento de depósito e o warrant. 
 
Cada um desses títulos deve ter ordem e conter além da sua designação particular: 
 a denominação da empresa do armazém geral e sua sede; 
 o nome, a profissão e domicílio do depositante ou de terceiro por este indicado; 
 o lugar o prazo do depósito; 
 a natureza e a quantidade das mercadorias em depósito; 
 a qualidade da mercadoria; 
 a indicação do segurador da mercadoria. 
 
A finalidade do conhecimento de depósito é atestar a propriedade das mercadorias, sendo, portanto, 
um título de legitimação que representa as mercadorias em poder de terceiros; enquanto o warrant é 
título causal, consistente em promessa de pagamento. Esses dois títulos, se reunidos nas mãos de 
um só portador, conferem a este o direito de dispor, com toda a liberdade da mercadoria depositada. 
 
O warrant, separado do conhecimento de depósito é destinado a conferir ao portador um direito real 
de penhor sobre a mercadoria nele especificada até a ocorrência da quantia enunciada no seu 
primeiro endosso. Assim, o warrant serve de instrumento de crédito sobre a mercadoria enquanto o 
conhecimento de depósito, de meio de circulação das mercadorias. 
 
A sistemática da emissão desses títulos pode ser assim resumida: ao receber em depósito, 
mercadorias, os armazéns gerais estão obrigados a dar ao depositante um recibo dessas 
mercadorias confiadas a sua guarda, declarando a natureza, quantidade, número e marcas, após 
pesar, medir ou contar, no ato do recebimento, anotando no verso as retiradas parciais das 
mercadorias durante o tempo do depósito. O armazém geral pode emitir o conhecimento de depósito 
e o warrant a pedido do depositante. De posse desses títulos, o depositante poderá negociar as 
mercadorias em depósito, por meio do conhecimento de depósito, bastando o simples endosso, o 
que habilitará o cessionário a retirar as mercadorias. 
 
Se os dois títulos circularem juntos, mediante endosso, o endossatário tem o poder de total 
disponibilidade sobre as mercadorias depositadas. 
 
Poderá também o depositante separar os dois títulos; e: 
 por meio do warrant, o titular poderá obter financiamento, podendo apenas endossá-lo para os 
efeitos de desconto de tal título, que está garantido com o direito de penhor sobre a mercadoria 
depositada; o primeiro endosso no warrant declarará a importância do crédito garantido pelo 
penhor da mercadoria a taxa de juros e a data do vencimento; essas declarações serão 
transcritas no conhecimento de depósito e assinadas pelo endossatário do warrant e, com isso, 
fica consignado no conhecimento que a mercadoria depositada está onerada; com o primeiro 
endosso, ocorre a incorporação do crédito, fixa-se no warrant a promessa de pagamento, e nele 
se torna eficaz a constituição do penhor de mercadoria depositada; 
 por meio do conhecimento de depósito, o titular pode endossá-lo, representando o endosso a 
transferência da mercadoria; entretanto a mercadoria só será retirada somente quando os dois 
títulos forem apresentados nos armazéns gerais, livres e desembaraçados. 
 
Requisitos 
São requisitos do conhecimento de depósitos e do warrant: 
 a denominação do estabelecimento emissor; 
 
A sabedoria é a única arma invencível de um povo12 
 a sede do armazém geral; 
 a assinatura do depositante; 
 o local e o prazo do depósito; 
 a natureza, a qualidade e a quantidade das mercadorias em depósito; 
 seguro (obrigatório contra incêndio); 
 a menção dos tributos que recaem sobre as mercadorias depositadas; 
 a data da emissão dos títulos e respectiva assinatura do emitente. 
 
LETRA IMOBILIÁRIA 
É um titulo de crédito emitido por sociedades de crédito imobiliário ou pela carteira imobiliária dos 
bancos múltiplos, com prazo mínimo de 12 meses. Pode ser ao portador ou nominal (nesse caso, é 
transferível por endosso), rendendo juros. Esses títulos não são emitidos com freqüência, e 
praticamente não têm liquidez. Esses títulos devem conter a denominação do emitente, o valor 
nominal, a data de vencimento, que não pode ser inferior a um ano da data da emissão. Esses 
títulos são remunerados pela TBF – taxa básica financeira, eventualmente acrescido de um ágio ou 
deságio em função do prazo de permanência na conta, na forma acordada entre as partes. 
 
DEBÊNTURES 
As debêntures são títulos de crédito emitidos apenas por sociedades anônimas não financeiras de 
capital aberto. Busca obter recursos de médio e longo prazos, destinados normalmente a 
financiamento de projetos de investimentos ou alongamento do perfil do passivo. As operações com 
debêntures são normatizadas pela CVM. Graças ao seu perfil de papel de longo prazo, são muito 
utilizadas como instrumento de capitação para funding das empresas de leasing. 
 
Para a emissão das debêntures são necessários certos requisitos legais para proteger os 
compradores. Assim, as duas formas principais pelas quais os possuidores de debêntures estão 
legalmente protegidos são por intermédio de escritura de emissão e agentes fiduciários. 
 
A escritura de emissão é o documento legal que declara as condições sob as quais a debênture foi 
emitida. Especifica direitos dos possuidores, deveres dos emitentes e todas as condições da 
emissão; deve ser registrada em cartório. Além de especificar os pagamentos de juros, prêmio e 
principal, contém várias cláusulas padronizadas, restritas, exigências de fundo de amortização e 
cláusulas referentes a garantias, se existirem. Os agentes fiduciários são os representantes dos 
debenturistas perante a empresa. 
 
A remuneração das debêntures é composta de correção, taxa de juros e prêmio e o reembolso do 
principal à data do seu vencimento. Para remuneração em taxa prefixada, o prazo mínimo é de 30 
dias. Para remuneração referenciada em TBF, TR ou Anbid, o prazo mínimo é de quatro meses. A 
remuneração indexada a índice de preços só para prazos superiores a um ano. Não podem ser 
emitidas com variação cambial. 
 
Espécies de debêntures 
 subordinada: quando os credores só têm preferência sobre os acionistas; 
 quirográfica: sem nenhum tipo de garantia para os credores; 
 real: quando há garantia dada em penhor ou hipoteca; 
 flutuante: garantia oferecida é composta do total do ativo. 
 
Classificação das debêntures 
Considerando-se as vantagens que as debêntures oferecem a seus detentores, pode-se atribuí-las a 
seguinte classificação: 
 debênture simples: quando o credor recebe juros e correção monetária; 
 debênture conversível: quando o credor pode optar em transformar sua debênture em ações 
após determinado prazo de emissão; 
 debênture permutável: quando o credor pode optar em transformar sua debênture em ações que 
não a da empresa emissora após determinado prazo de emissão. 
 
Quando ocorre uma repactuação de taxas, a empresa estabelece as novas condições para o 
próximo período. Se o debenturista não aceitar essas novas condições, a empresa terá de efetuar o 
resgate dos títulos. A empresa poderá resgatar antes da data do vencimento, porém esta 
antecipação deverá ser para todos os debenturistas. O título resgatado antecipadamente é chamado 
 
A sabedoria é a única arma invencível de um povo 
13 
de debênture em tesouraria e pode ser vendido a outro investidor, desde que pague a mesma 
remuneração estabelecida para os demais debenturistas. 
 
Colocação de debêntures 
A colocação de uma debênture em mercado pode ser direta ou por oferta pública. 
 
Colocação direta – quando é feita diretamente a um comprador ou grupo de compradores, 
geralmente, instituições financeiras ou fundos de pensão. Não há mercado secundário para elas e 
suas taxas de juros são mais altas. 
 
Oferta pública, quando é oferecida livremente a qualquer comprador. Tem mercado secundário e, 
dependendo das alternativas dos outros títulos do mercado no momento de sua emissão. Podem ser 
colocadas com desconto, abaixo do valor nominal, ou com prêmio, acima do valor nominal. 
 
Qualquer prêmio ou desconto no lançamento ou no resgate tem de ser considerado contabilmente 
para efeitos fiscais. A tributação das debêntures se dá da seguinte forma: pessoas físicas – 25% de 
IR pagos no resgate; e pessoas jurídicas IR no fechamento do balanço, de acordo com faixas de 
faturamento. As debêntures são comercializadas pelo Sistema Nacional de Debêntures, da Andima, 
que garante a liquidez e a segurança dos papéis, dentro da Cetip. Existe um tipo especial de 
debênture, chamada debênture perpétua, de prazo indeterminado, ou seja, sem data de vencimento, 
que só perde a validade quando uma assembléia de acionistas, por recomendação do conselho de 
administração, aprova o cancelamento da emissão e a liquidação dos títulos ainda em circulação. 
 
As debêntures são conversíveis quando existe a possibilidade de troca dos papéis por outros ativos, 
normalmente, por ações na data de seu vencimento. Nesses casos, os acionistas têm prioridade de 
compra quando de seu lançamento. Existem também as debêntures com participação nos lucros – DPL. 
 
CHEQUES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O cheque é um título de crédito existente nas dimensões 175 mm x 80 mm. Cheque é uma ordem 
de pagamento à vista, passado a favor do próprio emitente ou de terceiros, sacado contra fundos ou 
provisões disponíveis em banco ou instituição assemelhada. O cheque é o meio mais comum e 
tradicional de movimentação da conta corrente, podendo aceitar uma contra-ordem, que é a 
sustação de seu pagamento. Pode ser recebido diretamente na agência em que o emitente mantém 
conta ou depositado em outra agência, para ser compensado e creditado na conta do correntista. Ao 
emiti-lo, lembre-se que ele poderá ser descontado imediatamente. 
 
Se o cheque é uma ordem de pagamento à vista, então o cheque pré-datado não é juridicamente 
reconhecido como tal, apesar de seu uso rotineiro pelo comércio e pelo expressivo volume 
negociado pelas empresas de “factoring” nas operações de desconto. 
 
Ressalta-se que também de acordo com a Lei Uniforme sobre Cheques, o cheque pré-datado é 
definido da mesma forma, como sendo uma ordem de pagamento à vista. Isso significa dizer que os 
cheques com data futura em relação à data de sua emissão não deve ser levados em conta. A data 
futura não é considerada e o cheque sempre é pagável à vista. 
 
Comp 
008 
 Banco 
001 
 Agência 
0008-6 
 C1 
5 
 Conta nº 
 203604 
 C2 
6 
Série 
233 
Cheque nº 
935143 
 C3 
4 
 R$ 
 
 
Pague por este 
Cheque a quantia de 
 
 
 
a 
 
 de de 20 
 
 
 
 ZÉ DA ONÇA 
 Rua Expulsa Corruptos, 900 – Fortaleza-CECPF – 081.395.701-49 
 : =001.00086= 0089351.435 A 1.61.000000002 
 BANCO DO BRASIL S.A 
LDO-FORTALEZA-CENTRO CE 
 00.000.000/0008-68 
 61-BARÃO RIO BRANCO 1515 
 6 ANDAR FUNCIONARIO 
ou à sua ordem. 
 
 
A sabedoria é a única arma invencível de um povo 
14 
Também pelo fato de ser uma ordem de pagamento à vista, o cheque não admite aceite. Como em 
toda ordem de pagamento, também encontramos no cheque três personagens cambiários: 
 sacador: é a pessoa que emite, passa ou saca o cheque (emitente); 
 sacado: é o banco que recebe o cheque, tendo de pagá-lo com base no saldo à disposição do 
sacador; 
 tomador: é a pessoa em cujo benefício o cheque é emitido. O tomador pode ser terceiro ou o 
próprio sacador, é a pessoa a favor de quem é dada a ordem. 
 
Pressupostos da emissão do cheque 
São pressupostos básicos para a emissão do cheque: 
 a emissão contra bancos, ou instituição financeira que lhe seja equiparada; 
 o emitente deve ter fundos disponíveis; 
 a existência de fundos disponíveis é verificada no momento da apresentação do cheque para 
pagamento. 
 
Requisitos essenciais 
O cheque também é um documento formal, devendo ter requisitos essenciais impostos pela Lei. Em 
termos de requisitos essenciais ou extrínsecos, devem constar no cheque: 
 a denominação cheque, expressa no idioma em que for redigido o título; a inserção da palavra 
cheque no texto do título tem por finalidade caracterizar o documento para que ele possa gozar 
vantagens especiais da lei; 
 a ordem pura e simples (incondicional) de pagar uma determinada quantia; 
 o nome do banco que deve pagar ou sacado, o qual não tem responsabilidade na ordem de 
pagamento por cheque, pois num cheque o sacado funciona simplesmente como um depositário 
de provisão do sacador; 
 a indicação do local em que deve ser pago; não existindo qualquer indicação, o cheque deve ser 
pago no lugar de sua emissão; 
 o local e a data de emissão - tem por finalidade maior fixar o termo para sua apresentação; na 
data do cheque, deve constar o dia, mês e ano, sendo que o mês deve ser escrito por extenso; 
se o cheque não trouxer a indicação do lugar em que foi emitido, entende-se que foi passado no 
lugar designado junto ao nome do emitente; 
 a assinatura do emitente – sacador, ou de seu mandatário com poderes especiais. 
 
Requisitos de padronização 
Como requisitos de padronização, destacam-se: 
a) devem constar na parte superior do cheque: 
 o código da câmara de compensação a que a agência sacada está integrada; 
 o código do banco sacado; 
 o código da agência sacada; 
 o número da conta; 
 o número do cheque; 
 o campo destinado a especificação do valor do cheque, em algarismos; 
 
b) devem constar abaixo do campo destinado à assinatura: 
 nome do titular; 
 o número do CPF – cadastro de pessoa física ou o do CNPJ – cadastro nacional da pessoa 
jurídica, conforme o caso, ou a palavra isento, quando se tratar de titular legalmente dispensado 
de cadastramento; 
 a faixa de magnetização, contendo os requisitos padronizados da parte superior do cheque. 
 
Preenchimento do cheque 
O cheque pode ser preenchido com caneta esferográfica ou tinteiro, usando tinta de qualquer cor, 
porém, o uso de caneta vermelha ou verde deve ser evitado para efeitos de garantir uma perfeita 
microfilmagem do documento. Quanto aos elementos estruturais, deve-se observar o seguinte: 
 a quantia a ser paga deve ser determinada por cifra e por extenso, prevalecendo o extenso em 
caso de divergência; 
 
A sabedoria é a única arma invencível de um povo 
15 
 indicada a quantia mais de uma vez, quer por extenso, quer por algarismo, prevalece, no caso de 
divergência, a indicação da menor quantia; nesse caso, deve ser pedido ao portador, um recibo, 
confirmando a quantia recebida; 
 havendo erro no preenchimento de um cheque, deve ser solicitada uma ressalva no verso, 
assinada pelo emitente. 
 o não-preenchimento da quantia em algarismos não impede o pagamento do cheque; 
 a data de emissão do cheque compreende o dia, o mês e o ano; 
 não se admite o mês grafado numericamente; 
 na ausência de indicação do local da emissão o cheque é considerado como emitido no mesmo 
lugar do sacado; 
 a assinatura do emitente pode ser constituída por chancela mecânica ou processo equivalente; 
 salvo a assinatura do emitente, todas as indicações podem ser impressas, datilografadas ou 
manuscritas, no todo ou em parte, não devendo conter rasura ou emendas. 
 
Os três primeiros itens acima somente se aplicam aos cheques apresentados no guichê. No caso de 
o cheque ser apresentado através da câmara de compensação, deve ser devolvido por erro formal. 
 
Assinatura do cheque 
A assinatura do sacador deve constar do seu nome por extenso ou abreviado desde que identifique o 
emitente. A assinatura deve ser autógrafa, isto é, do próprio punho do sacador, mas a nova lei 
admite assinaturas em cheques por meio mecânicos (carimbos ou sinetes) desde que para tal haja 
um procedimento especial. É requisito indispensável para assinatura mecânica o seu prévio registro 
nos ofícios de notas do domicílio do usuário. 
Pode ainda o cheque ter assinatura: 
 por mandatário; 
 com pseudônimo; 
 com a função do sacador. Por exemplo, João da Mata, Gerente da Carteira Rural do BNB. 
 
Pode o cheque ser passado por conta de terceiros. Assim, o sacador cria e emite o cheque em seu 
próprio nome mas declara, no texto, que o pagamento deve ser feito por conta de terceiro. João da 
Mata emitiu um cheque, inscrevendo o seguinte texto: (Pague por este cheque a quantia de 
duzentos reais por conta de Maria Amélia). 
 
Beneficiários 
O cheque pode apresentar-se de forma nominativa: para os valores acima de R$ 100,00; ou ao 
portador para valores até R$ 100,00. 
O cheque pode ter mais de um benefíciário, ou seja, o cheque pode ser emitido em favor de vários 
beneficiários, que agirão conjunta ou disjuntamente, de acordo com os termos da indicação. Assim, 
se o cheque traz a indicação de (pague-se a “A, B e C”), esses benefíciários, para receber o cheque 
ou fazê-lo circular agirão conjuntamente; se, entretanto, a condição for (pague-se a “A, B, ou C”, 
qualquer um dos beneficiários poderá receber ou fazer circular o cheque, dada a disjuntiva “ou”. 
 
O aval do cheque 
O cheque pode ser avalizado por terceiro, exceto o sacado. O aval representa uma garantia 
suplementar do título, que admite o aval parcial que é aquele em que o avalista garante apenas o 
pagamento de parte da importância do cheque. O aval pode ser dado por qualquer pessoa capaz 
mesmo já obrigada no cheque, pode avalizá-lo. O aval é dado no verso do cheque, antecedido das 
palavras “bom para aval” ou “em aval de” ou outras equivalentes ou simples assinatura sem as 
expressões acima quando é dado na parte anterior ou face do cheque, exceto, naturalmente, se a 
assinatura é do sacador ou emitente. 
 
O aval deve indicar o avalizado, na falta dessa indicação, considera-se avalizado o emitente. O 
avalista que paga o cheque adquire todos os direitos dele resultante, contra o avalizado e demais 
obrigados para com este. 
 
Cheques pré-datado 
Pela lei, um cheque é pagável quando for apresentado ao banco, mesmo que tenha sido emitido com 
data posterior. Assim, se um cheque pré-datado for apresentado para pagamento antes do dia 
 
A sabedoria é a única arma invencível de um povo 
16 
previsto, o banco terá de pagá-lo ou devolvê-lo por falta de fundos. Caso isso ocorra, o correntista 
poderá ser prejudicado. 
 
cheque pré-datado só deve ser dado quando houver certeza de que o credor irá depositá-lo nas 
datas combinadas. Lembre-se de controlar esses cheques em seu orçamento, anotando os valores 
e respectivas datas.Modalidades de cheques 
O cheque é uma ordem de pagamento que pode ser dada de diversas maneiras. Destacam-se as 
seguintes maneiras: 
 em benefício de uma pessoa designada, ou à sua ordem, ao portador; 
 em benefício de uma certa pessoa, sem que essa pessoa possa transferir o título pelo endosso. 
 
Entre os principais tipos de cheques, destacam-se: os cheques cruzados, cheques marcados, 
cheques consultados, cheques nominativos, cheques ao portador, cheques administrativos etc. 
 
Cheques cruzados 
O cruzamento é representado por duas linhas paralelas, feitas pelo emitente ou pelo portador em 
qualquer parte do anverso do cheque, significando que a liquidação do cheque deve ser 
obrigatoriamente através de depósito da conta de seu possuidor, não podendo, assim, ser 
descontado em caixa; o cheque cruzado somente pode ser acatado para crédito em conta ou para 
pagamento de compromissos. O cruzamento do cheque restringe a sua circulação, pois o título só 
poderá ser pago a um banco ou a um cliente do banco. 
 
O cruzamento em branco, geral ou simples não contém na entrelinha o nome do banco, sendo, 
portanto, pagável a qualquer banco. É aquele que consta apenas das duas linhas paralelas em 
qualquer local do anverso. Se entre as duas linhas existir apenas a indicação “banco”, continua o 
cruzamento sendo considerado “em branco”. 
O cheque com cruzamento geral só pode ser pago pelo sacado a banco ou a cliente do sacado, 
mediante crédito em conta. 
 
O cruzamento especial, qualificado ou em preto contém na entrelinha o nome do banco a que deve 
ser pago. Não é permitida a anulação do cruzamento, e é vedado o acolhimento de cheque com 
cruzamento especial de outro banco mesmo que ele esteja provido de endosso-mandato. Um 
cruzamento geral pode ser convertido em cruzamento especial. 
 
O cruzamento não diz respeito à circulação, mas ao pagamento do cheque, assim, quem possuir um 
cheque cruzado que tenha a cláusula não à ordem, pode dá-lo para cobrança a um banco. 
 
O cheque com cruzamento especial só pode ser pago pelo sacado ao banco indicado entre as duas 
linhas. 
 
Tanto o cheque ao portador quanto o nominal podem ser cruzados, com a colocação de dois traços 
paralelos, em sentido diagonal, na frente do documento. Nesse caso, só será pago através de 
depósito em conta corrente. 
 
Cheques administrativos 
Esses cheques também denominados de cheques de caixa ou bancários podem ser sacados 
diretamente ou depositados como se dinheiro, fossem, apesar de transitarem pela compensação. 
Esses cheques são também denominados de cheques comprados. Trata-se de cheques sacados 
pelo banqueiro contra ele próprio. São emitidos por um estabelecimento bancário sobre outro 
estabelecimento, ambos pertencentes a mesma pessoa jurídica. 
 
Essa modalidade de cheque destina-se a fazer transferência de numerário de uma praça para outra, 
a favor de terceiro. Exclui-se a faculdade de tais cheques serem “ao portador”, só podendo, portanto, 
serem nominativos. É uma modalidade especial de cheque, considerando-se o pressuposto de que 
nem logicamente, nem juridicamente se pode dar uma ordem a si mesmo. 
 
Esse tipo de cheque também pode ser denominado de cheque comprado, que passou a ser admitido 
por determinação do Decreto n.º 24.777, de 14 de julho de 1934, que permitiu que os bancos 
emitissem cheques contra as próprias agências, nas suas sedes ou nas filiais fora da sede, desde 
que fossem ao portador. 
 
 
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17 
Sendo assim, o cheque comprado é aquele de emissão do próprio banco, por conta e ordem de 
terceiros, para pagamento na mesma ou em outra praça, quer o cargo de uma dependência ou de 
um correspondente. A sua emissão implica o simultâneo recolhimento do respectivo valor, acrescido 
da eventual comissão. Pode ser comprado pelo cliente em qualquer agência bancária. O banco o 
emite em nome de quem o cliente efetuará o pagamento. 
 
Ainda com base nesse permissivo legal, os bancos passaram também a emitir os chamados cheques 
de viagem. 
 
Cheques de viagem 
Cheque de viagem é aquele de emissão do banco, por conta e ordem de terceiros, para pagamento 
em praças não determinadas, geralmente por meio de departamentos. Trata-se de uma modalidade 
de cheque comprado, ou passado sobre o próprio sacador; é emitido por um banco que garante o 
pagamento em sua própria caixa, através da identificação do portador, que assina num local 
indicado no cheque, permitindo que se confira a sua assinatura com aquela feita no momento de 
emissão do cheque. 
 
Esse tipo de cheque é também conhecido como “travellers”. São cheques emitidos por 
estabelecimento bancário a favor de terceiros, para serem pagos em qualquer de suas agências ou 
correspondentes no país ou no exterior. Esses cheques têm prazo de duração limitado, geralmente, 
a um ano. 
 
Cheques visados 
Valem aqui as mesmas observações dos cheques administrativos; cheque visado é aquele emitido 
pelo depositante e que recebe o visto do banco sacado, revelando a sua exatidão intrínseca, bem 
como a existência de fundos na conta do emitente, na qual é imediatamente debitado. O referido 
valor fica à disposição do legítimo beneficiário, durante o prazo de apresentação do cheque. 
 
O visto pode ser lançado a pedido do emitente, em cheque nominativo ainda não endossado. O 
visto, além das providências preliminares (conferência da assinatura e do preenchimento) implica a 
aposição, no verso do documento, de dizeres específicos com autenticação do banco. 
 
Ao visar o cheque, o banco imediatamente, debita a conta do cliente pelo valor expresso no cheque. 
Essa importância debitada fica à disposição dos portadores do respectivo cheque. Assim, deduz-se 
que o cheque visado pelo banco, representa uma garantia para o portador de que o cheque tem 
fundos. 
 
Para que o cheque seja visado: 
 deve ser nominal, ainda não endossado; 
 deve ser preenchido corretamente; 
 não deve conter rasuras; 
 deve ter fundos suficientes; 
 não ter contra-ordem ou oposição. 
 
Ainda sobre o cheque visado, salienta-se que: 
 é proibido “visto” em cheque baseado em saldo decorrente de depósitos efetuados em cheque, 
ainda não compensados; 
 o valor deverá ser imediatamente debitado ao emitente e levado a crédito de uma conta com 
denominação impessoal (cheques visados); 
 uma vez o cheque foi visado, terá valor retornado à conta do cliente se não houver sido pago até 
a data de sua apresentação, ou caso tenha sido cancelado; 
 o cheque visado somente deve ser cancelado mediante sua apresentação. 
 
Pode o sacado, a pedido do emitente ou do portador legitimado, lançar e assinar, no verso do 
cheque não ao portador, e ainda não endossado, o visto por quantia igual à indicada no título. 
 
O visto obriga o sacado a debitar à conta do emitente a quantia indicada no cheque e a reservá-la 
em benefício do portador legitimado, durante o prazo de apresentação. 
 
O sacado creditará a conta do emitente a quantia reservada, uma vez que vencido o prazo de 
apresentação e, antes disso, se o cheque lhe for entregue para inutilização. 
 
 
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Cheque nominativo 
Quando traz expresso o nome de seu beneficiário, podendo ser transferido por endosso, mediante 
assinatura no verso. A nominação de um cheque pode ser: 
 com cláusula à ordem; 
 com cláusula não à ordem 
 não transferível. 
 
A partir de $100, o emitente é obrigado a indicar o nome do beneficiário (pessoa física ou jurídica a 
quem está sendo efetuado o pagamento). 
 
O cheque nominal só poderá ser pago pelo banco mediante identificação do beneficiário ou de 
pessoa por ele indicada no verso do cheque (endosso), ou ainda através do sistema de 
compensação, caso seja depositado. 
 
Cheque comcláusula à ordem 
Quando no cheque é indicado o nome do beneficiário, que deve sacá-lo ou transferir os direitos a 
outrem, mediante assinatura no verso – endosso, autorizando o seu pagamento pelo banco; a 
cláusula “à ordem” significa que pode ser transferido por endosso. Naturalmente, para que tenha a 
cláusula “à ordem” é necessário que o cheque tenha o nome do beneficiário. 
 
Essa cláusula traduz a facilidade que tem um titular de um direito de crédito de transferir esse direito 
a outra pessoa, juntamente com o documento que o incorporou. 
Não confundir título nominal com título nominativo: este é aquele cuja transferência se faz através de 
um termo de cessão no registro do emissor; aquele se transfere por endosso. 
 
Cheque com cláusula não à ordem 
Quando o beneficiário indicado para sacá-lo não pode transferir os direitos por endosso, admitindo-
se porém a transferência através de cessão civil ou ordinária de crédito. É um tipo de cheque 
nominal que apresenta a expressão “não à ordem”, só podendo ser pago à própria pessoa do 
beneficiário. Como exemplo, tem-se o cheque de restituição do imposto de renda emitido pela 
Secretaria da Receita Federal. A cláusula “não à ordem” significa que não se pode transferir a não 
ser por meio de cessão ordinária de crédito 
 
Cheque não transferível 
O cheque só pode ser pago ao beneficiário, não podendo ser transferido por cessão. 
 
O cheque pode ser nominativo ao próprio sacado. Nesse caso, deve ser observado o seguinte: 
 se o produto do cheque for utilizado em favor do emitente, deve haver , no verso do cheque, a 
devida destinação (vínculo), caracterizando a operação de recebimento utilizada; 
 se o produto do cheque for utilizado em favor de terceiros, deve haver no verso do cheque, 
declaração expressa da destinação daquele produto, assinada pelo emitente. Essa declaração 
não pode conter rasuras nem emendas. 
 
Endosso 
É a forma legal através da qual o beneficiário transfere a propriedade de um cheque nominativo, com 
cláusula “à ordem”, mediante assinatura no verso do documento. O endosso pode ser feito à pessoa 
física maior ou emancipada ou pessoa jurídica, ou seja, qualquer pessoa que tenha capacidade para 
receber o cheque, podendo ser inclusive o sacador ou emitente. O endosso deve ser lançado no 
verso do cheque ou na folha de alongamento e assinado pelo endossante. Entre os tipos de 
endosso, destacam-se: 
 endosso em branco 
é aquele em que o beneficiário apenas apõe sua assinatura no verso do cheque, sem mencionar 
um novo beneficiário; assim, diz-se que se o cheque estiver apenas assinado no verso, o 
endosso será em branco, tornando-o ao portador. 
 
Se o endosso é “em branco”, pode o portador: 
a) completá-lo com seu nome ou com o de outra pessoa; 
b) endossar novamente o cheque, em branco ou “em preto”; 
c) transferir o cheque a terceiro, sem completar o endosso e sem endossar. 
 
 endosso em preto ou pleno ou nominativo 
 
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19 
é aquele em que o beneficiário apõe sua assinatura no verso do cheque, mencionando o novo 
beneficiário. Caso o endossante deseje nominar o novo beneficiário do cheque, poderá lavrar no 
verso deste o seguinte termo: 
 
“Pague-se a João Mangalarga, ou à sua ordem” ou 
“Pague-se à Rosa Palmeirão”. 
 
No primeiro exemplo acima, mantém-se o cheque com cláusula “à ordem e nominativo” onde novo 
beneficiário poderá transferi-lo a outrem. 
 endosso mandato ou endosso procuração constitui um tipo especial de endosso, pois não há 
uma transferência de propriedade do cheque, mas sim a outorga de um mandato, através de 
anotação no verso do cheque, de expressões, tais como: valor a cobrar; para cobrança; por 
procuração ou qualquer outra expressão que implique apenas mandato. 
 endosso em cheque referente a salário nominativo a menor o cheque nominativo a menor, 
quando referente a salário, pode ser endossado pelo próprio beneficiário. Nesse caso, exige-se 
que o emitente do cheque faça no verso uma destinação específica, seguida de sua assinatura. 
 
Dispensa de endosso 
O endosso pode ser dispensado quando: 
 para depósito na agência de origem ou entre agências interligadas, em nome do beneficiário 
indicado no anverso do cheque ou do beneficiário final indicado no verso do cheque; 
 para pagamento de compromisso em nome do beneficiário ou do beneficiário final. 
 
O beneficiário final é indicado por meio de destinação ou de endosso em preto. 
 
A dispensa também se aplica para beneficiário: 
 não alfabetizado; 
 impedido fisicamente de escrever; 
 incapaz juridicamente. 
 
O caixa deve conferir a titularidade da conta no caso de depósito, bem como verificar se o 
compromisso de pagamento está em nome do beneficiário, do beneficiário final ou do emitente. 
 
A impossibilidade de conferir o último endosso não constitui motivo para acatamento de depósito 
desta natureza, desde que o cheque seja depositado na conta do beneficiário final. O endosso pode 
ser dado a duas ou mais pessoas conjunta ou alternativamente. Um exemplo de endosso alternativo 
seria: “pague-se a „x‟ ou a „y‟. Isso significa dizer que tanto a pessoa „x‟ quanto a pessoa „y‟ pode 
exercer o direito emergente do título. 
 
No caso de cheque nominativo a determinado banco, para depósito ou pagamento de compromisso 
de terceiros, deve conter no verso, a discriminação da sua finalidade, devidamente assinada, pelo 
emitente do cheque. 
 
Cadeia de endosso 
É o conjunto de duas ou mais assinaturas no verso do cheque nominativo, sendo a primeira 
necessariamente do beneficiário indicado no anverso ou de seu representante legal. Numa cadeia 
de endosso, admite-se a existência em seqüência ou alternadamente de endosso: 
 em branco e em preto; 
 entre pessoa física e/ou jurídica. 
 
No endosso de pessoa jurídica, não é necessária a aposição de carimbo Não pode o endosso ser 
feito ao sacado a não ser como quitação. 
 
O endossante garante o pagamento, podendo também proibir novo endosso, neste caso, não 
garantindo o pagamento a quem seja o cheque posteriormente endossado. 
 
Cheque ao portador 
É aquele que não é nominativo, pressupondo-se seu dono, aquele que o detiver. O cheque é 
considerado ao portador quando não indica o nome do beneficiário, sendo pagável a quem o 
apresentar. A transferência do direito ocorre pela simples entrega do cheque. 
O Bacen determina uma quantia mínima para a emissão obrigatória de cheques na forma 
nominativa. 
 
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20 
Pode ser utilizada a expressão ao emitente para a nominação do favorecido, em substituição ao 
nome do emitente, quando ambos são a mesma pessoa. Nesse caso, exige-se o endosso/recibo do 
favorecido no verso do cheque. 
 
Cheque com inscrição transversal 
O sacador ou o portador de um cheque podem proibir o seu pagamento em numerário, inserindo na 
face do cheque uma inscrição transversal contendo a expressão: para ser creditado em conta ou 
outra equivalente, no anverso do título, não podendo, portanto, ser pago em dinheiro. Nesse caso, o 
sacado só pode fazer a liquidação do cheque por lançamento de escrita (crédito em conta, 
transferência de uma conta para outra ou compensação. 
 
Resumindo-se, diz-se que se trata de um cheque cruzado que contém na entrelinha certa inscrição, 
por exemplo, “para depósito na conta corrente do favorecido”, nesse caso, não pode ser transferido 
por endosso. E, por fim, não é permitida a anulação da inscrição feita. 
 
Cheque consultado 
É aquele emitido por um depositante e apresentado para pagamento em outro departamento, que, a 
fim de certificar-se da existência de fundos, consulta-o pela via mais rápida (telefone, telefonia, telex, 
rádio), obtendo do departamento consultado a necessária autorização. Essaautorização implica o 
débito imediato do valor do cheque, na conta do emitente. 
 
Cheque marcado 
É aquele de emissão do depositante e que, por qualquer motivo, o banco adia o seu pagamento, com 
a concordância do apresentante ou favorecido. 
No documento é consignada a data do seu resgate, ficando o banco como único responsável pelo 
pagamento, de vez que é imediatamente contabilizado em conta do depositante, em contrapartida 
com a conta “cheques marcados”. 
 
Cheque garantido 
É o cheque que pode ser emitido sem que o sacador tenha provisão efetiva em mãos do sacado. 
Isso ocorre em virtude de estarem esses cheques baseados em um contrato de abertura de crédito 
feito entre o banco e o sacador, em que a este é antecipado crédito até certo limite, por determinado 
espaço de tempo. Assim, o crédito supre a provisão efetiva. 
 
O cheque garantido ou especial, assim denominado porque o banco concedeu ao titular da conta um 
limite de crédito, para saque quando não dispuser de fundos. O cheque especial é concedido ao 
cliente mediante contrato firmado previamente. 
 
Cheque avulso ou saque contra recibo 
Recibo é um documento de circulação interna, não compensável e que serve para os depositantes 
movimentarem suas contas bancárias. Não possui todos os requisitos de um cheque, não podendo, 
portanto, ter o tratamento legal dado ao cheque propriamente dito. Hoje, já não é quase utilizado, 
pelo fato da existência de novos meios de movimentação mais ágeis e práticos, como cartão 
magnético etc. 
 
Pagamento de cheque 
O cheque é pagável “à vista”. O cheque apresentado para pagamento antes do dia indicado como 
data de emissão, é pagável no dia da apresentação. 
 
O cheque deve ser apresentado para pagamento, a contar do dia da emissão, nos seguintes prazos: 
 dentro de 30 dias quando emitido na mesma praça em que deve ser pago. 
 dentro de 60 dias quando emitido em praça diferente daquela em que deve se pago. 
 
O cheque é pagável na data da apresentação, mesmo que o dia indicado como data de emissão seja 
posterior. 
Apresentação é o prazo legal para que o cheque seja apresentado para pagamento com garantia 
legal a partir de sua emissão. O cheque não apresentado no prazo estabelecido (30/60 dias) 
permanece válido até que ocorra a prescrição cambial. 
 
A prescrição significa a perda de direitos do beneficiário de descontar o cheque junto ao banco. A 
prescrição cambial ocorre 6 (seis) meses após os prazos de apresentação, ou seja: 
 
A sabedoria é a única arma invencível de um povo 
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 210 dias para o cheque emitido na mesma praça em que deve ser pago; 
 240 dias para os cheques emitidos em praça diferentes daquela em deve ser pago. 
 
A não-apresentação do cheque ao sacado no prazo estabelecido por lei tem como conseqüência a 
perda por parte do portador do direito de exercício contra o emitente, se este possuía fundos 
disponíveis em poder do sacado durante o prazo de apresentação e os deixou de possuir em razão 
de fato que não lhe seja imputável. Após o término do prazo de prescrição, o banco sacado não pode 
efetuar o pagamento do cheque. Cabe ao seu portador a cobrança judicial. 
 
Prioridade de pagamento 
A existência de fundos disponíveis é verificada no momento da apresentação do cheque para 
pagamento. Se dois ou mais cheques forem apresentados simultaneamente para pagamento, sem 
que o saldo disponível na conta seja suficiente, devem ser pagos, prioritariamente, os cheques de 
emissão mais antiga, até esgotar a provisão. Ocorrendo coincidência de data, devem ser pagos os 
cheques de menor numeração. 
 
Validade do cheque 
A morte do emitente ou a sua incapacidade posterior (superveniente) à emissão não invalida os 
efeitos do cheque. 
Os efeitos penais da emissão do cheque sem suficiente provisão de fundos, da frustração do 
pagamento do cheque, da falsidade e da alteração do cheque continuam regidos pela legislação 
criminal. 
 
Prazo de prescrição 
O cheque prescreve 180 dias depois de sua apresentação, que deverá ser feita em 30 dias, se for na 
mesma praça em que foi emitido, ou em 60 dias, caso ocorra fora dela. 
 
Prazos de liberação de depósitos em cheques de outros bancos 
Os cheques de outros bancos depositados na conta bancária do cliente são encaminhados ao 
Serviço de Compensação de Cheques e Outros Papéis, regulado pelo Banco Central e executado 
pelo Banco do Brasil, com a participação dos demais bancos. 
 24 horas, se forem de valor igual ou superior a $300; 
 48 horas, se forem de até $299,99. 
 
Os prazos de liberação do valor de cheques de outras praças, liquidados pela compensação 
nacional, variam de três a seis dias úteis. 
 
Recusa do pagamento 
O sacado pode recusar-se, apesar de haver suficiente provisão de fundos, ao pagamento do cheque, 
pelos seguintes motivos: 
 apresentação de título em que falte qualquer requisito essencial; 
 cheque emitido na forma que não seja a fornecida pelo sacado; 
 cheque mutilado, partido, rasurado ou com data suspeita; 
 aviso de extravio, roubo do cheque ou do talão; 
 falência do titular da conta para que não possa o falido subtrair do total o valor correspondente, 
devendo o pagamento ser feito ao síndico ou liquidatário; 
 irregularidades formais tais como erros no preenchimento, datas prescritas, rasuras etc.; 
 incapacidade do portador; 
 assinatura divergente ou insuficiente; 
 encerramento da conta. 
 
O portador não pode recusar o pagamento parcial e, nesse caso, o sacado pode exigir que esse 
pagamento conste do cheque e que o portador lhe dê a respectiva quitação. 
 
Fica dispensada a conferência da assinatura para pagamento de cheque no guichê de caixa até o 
valor estipulado pela área comercial. 
 
Resumidamente, tem-se que o pagamento do cheque está sujeito às seguintes observações: 
 correto preenchimento; 
 
A sabedoria é a única arma invencível de um povo 
22 
 legitimidade e suficiência da assinatura do emitente; 
 endosso do beneficiário, em se tratando de cheque nominal; 
 inexistência de “contra-ordem” ou “oposição”; 
 apresentação dentro do prazo previsto (30/60 dias); 
 obs.: se não houver contra-ordem ou oposição, o cheque poderá ser pago até o prazo de 
prescrição (seis meses contados do término do prazo para apresentação). 
 
Devolução de cheque 
O cheque é devolvido quando são identificados motivos que legalmente impeçam o seu pagamento. 
Quando devolvidos através da compensação, esses motivos, representados por códigos, devem ser 
indicados obrigatoriamente por meio do carimbo de devolução. O cheque pode ser devolvido por um 
dos motivos a seguir evidenciados: 
 cheque sem provisão de fundos; 
 contra-ordem ou oposição ao pagamento pelo emitente ou pelo portador; 
 cancelamento de talonário pelo banco sacado; 
 cheque com impedimento de pagamento; 
 cheque com irregularidade; 
 Cheque com apresentação indevida. 
 
Abaixo, demonstra-se a tabela dos principais códigos de devolução. 
 
CÓDIGO MOTIVO 
11 cheque sem fundo – primeira apresentação 
12 cheque sem fundo – segunda apresentação 
13 conta encerrada 
14 prática espúria 
 
CÓDIGO MOTIVO 
21 contra-ordem ou oposição ao pagamento pelo emitente ou sacador 
22 divergência ou insuficiência de assinatura 
23 
cheques emitidos por entidades e órgãos da administração pública 
federal direta e indireta, em desacordo com os requisitos constantes 
do artigo 74, parágrafo 2º, do Decreto-lei n.º 200, de 25.02.1967 
24 bloqueio judicial ou determinação do Banco Central do Brasil 
25 cancelamento de bloqueio pelo banco sacado 
26 inoperância temporária de transporte 
27 feriado municipal não previsto 
 
CÓDIGO MOTIVO 
31 
 erro formal, ou seja, sem data de emissão, com mês grafado 
numericamente, ausência de assinatura, não registro do valor por extenso,

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