Resumo 2 Previdência Social no Brasil

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IUS RESUMOS 
 
 
 
 
A Previdência Social no Brasil 
 
 
 
 
 
 Organizado por: Samille Lima Alves 
 
 
IUS RESUMOS 
 
 
 
I. A PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL .............................................................................................. 3 
1. Histórico da Previdência Social no Brasil .................................................................................... 3 
1.1 A “previdência” no Brasil antes da Lei Eloy Chaves .......................................................... 3 
1.2 A previdência no Brasil após a da Lei Eloy Chaves até a Constituição de 1988 .... 5 
2. Previdência Social após a Constituição de 1988...................................................................... 8 
3. Referências .......................................................................................................................................... 11 
 
SUMÁRIO 
 
A PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL 
[3] 
 
 
Para compreensão do funcionamento da previdência social no Brasil é 
imprescindível que se entenda como começou e se alterou ao longo dos anos. 
Nesse Ius Resumo estudaremos o histórico da previdência social no Brasil 
desde o período da colonização, passando pela monarquia e a proclamação da 
República, a aprovação da Lei Eloy Chaves, as Caixas de Assistência, Institutos de 
Previdência, a Constituição de 1988 e várias leis previdenciárias. 
Espero que sua leitura seja proveitosa. 
Samille Lima Alves 
Equipe Ius Resumos 
--- ♠ --- 
 
I. A PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL 
1. Histórico da Previdência Social no Brasil 
1.1 A “previdência” no Brasil antes da Lei Eloy Chaves 
Até o início do século XX, não havia de fato previdência social no Brasil, mas 
tão somente normas esparsas concedendo direitos a determinados grupos de 
pessoas. Sobre essas normas estudaremos a seguir1: 
Brasil Colônia (1500-1822)
As primeiras formas de proteção social dos indivíduos 
tinham caráter eminentemente beneficente e assistencial
Criação das 
Santas Casas de 
Misericórdia
 1543 - Santa Casa de Porto de São Vicente e Santa Casa de Vila de Santos;
 As Irmandades de Ordens Terceiras (mutualidades);
 1795 - Plano de Beneficência dos Órfãos e Viúvas dos Oficiais da Marinha;
 1881 - Decreto do príncipe regente – aposentadoria aos mestres e 
professores, após 30 anos de serviço, com abono de 1/4 dos ganhos aos que 
continuassem ativos
 
A PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL 
 
IUS RESUMOS 
 
 Aposentadoria aos empregados dos Correios - 
Decreto 9.912-A 
 Caixa de Socorros nas estradas de ferro do 
Estado - Lei 3.397 (1888)
Fundo de Pensões do 
Pessoal das Oficinas da 
Imprensa Nacional - 
Decreto 10.269 (1889)
 Aposentadoria para os empregados da Estrada 
de Ferro Central do Brasil - Decreto 221
 Aposentadoria dos demais ferroviários do 
Estado - Decreto 565 
 Montepio obrigatório dos empregados do 
Ministério da Fazenda - Decreto 942-A (1890)
Aposentadoria por 
invalidez, 
independentemente de 
contribuição, aos 
funcionários públicos - 
art. 75 da Constituição 
(1891)
Aposentadoria por invalidez e 
a pensão por morte dos 
operários do Arsenal de 
Marinha do Rio de Janeiro - 
Lei 217 (1892)
 Caixas de pensões e empréstimo para o 
pessoal das capatazias da alfândega do Rio de 
Janeiro (1912)
Caixa de aposentadoria e pensões para os 
operários da Casa da Moeda (1917)
Durante o regime monárquico houve iniciativas de natureza protecionista
Brasil Monarquia (1822-1889)
 Garantia dos socorros públicos- art. 179, XXXI da Constituição (1824)
 Instituição da primeira entidade de previdência privada no Brasil, o 
Montepio Geral da Economia dos Servidores do Estado – MONGERAL (1835)
 Garantia por 3 meses a percepção de salários do preposto acidentado - art. 
79 do Código Comercial (1850)
Da proclamação da República até o ano de 1923, as normas jurídicas 
proporcionaram proteção aos empregados públicos
Brasil República (1889)
 
 
Nesse quadro, é importante destacar: 
Essas aposentadorias não pertenciam verdadeiramente a um 
regime previdenciário contributivo, já que os beneficiários 
não contribuíam durante o período de atividade
Importante!
 
 
A PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL 
[5] 
1.2 A previdência no Brasil após a da Lei Eloy Chaves até a Constituição de 
1988 
O Decreto Legislativo n. 4682/1923, conhecido por Lei Eloy Chaves, é 
considerado como marco inicial da previdência social brasileira. Neste tópico 
estudaremos as transformações ocorridas na previdência social brasileira do advento 
dessa importante norma até a Carta Magna de 1988. Vejamos: 
Marco inicial da previdência social no Brasil
Lei Eloy Chaves (Decreto Legislativo n. 4682/1923)
Importância
Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAP) nas empresas de 
estradas de ferro existentes, mediante contribuições dos 
trabalhadores, das empresas do ramo e do Estado
Criou
Benefícios previdenciários a funcionários de empresas privadas 
ferroviárias e seus dependentes
Concedeu
Assistência médica, aposentadoria por tempo de serviço, por 
idade avançada, por invalidez, pensão aos dependentes e 
diminuição do custo de medicamentos
Os benefícios dessa lei foram estendidos a 
outras categorias de trabalhadores, que 
foram beneficiados com as próprias CAPs, 
administradas pelos empregadores...
 Empregados na navegação marítima e fluvial e aos portuários (Lei 5.109/1926), 
Portuários e marítimos (Decreto 5.485/1928), Trabalhadores dos serviços de 
força, luz e bondes (Decreto 19.497/1930)
Em 1949, o Decreto 26.778 
editou o Regulamento Geral 
das CAPs, com a padronização 
da concessão dos benefícios
 
 
De 1923 a 1988 a previdência social, como entendida hoje, surgiu e foi 
modificada, com o surgimento de órgãos, ministérios e institutos. Com destaque 
para os Institutos de Previdência, os IAPs. 
IUS RESUMOS 
 
Dos Institutos de Previdência (IAPs)
IAPM – Marítimos (1933); IAPC – Comerciários e IAPB – Bancários (1934); IAPI – 
Industriários (1936), IPASE - Servidores do Estado e IAPETC - Empregados em 
Transportes e Cargas (1938); IAPOE - Operários Estivadores (1939)
Os IAPs eram autarquias, organizados por 
categorias profissionais, abrangendo 
trabalhadores de todo o país
Criadas na década de 1930 
pela unificação das CAPs
Alguns IAPs 
foram 
incorporados 
por outros
 1945 - o IAPTC incorporou-se ao IAPOE, passando a ser 
IAPETEC (Estivadores e Transportes de Cargas)
 1953 – unificação das CAPs criadas pela Lei Eloy Chaves, 
originando o IAPFESP - Instituto dos Trabalhadores de 
Ferrovias e Serviços Públicos;
 1954 – Decreto 35.448 – aprovação do Regulamento 
Geral dos IAPs;
 1967 - Decreto-lei n. 72/66 – surgimento do Instituto 
Nacional de Previdência Social (INPS), com a 
unificação dos IAPs
 
 
A partir dos IAPs, outros importantes órgãos e programas previdenciários 
foram criados e organizados: 
Ministério do Trabalho e 
Previdência Social (1960)
Legião Brasileira de 
Assistência – LBA (1942)
Instituto Nacional de 
Previdência Social – 
INPS (1967)
FUNRURAL (1971)
SINPAS, IAPAS e 
INAMPS (1977)
Ministério da Previdência e 
da Assistência Social (1974)
 
 
Nesse período, diversos benefícios foram criados. Vejamos: 
A PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL 
[7] 
Auxílios natalidade, 
funeral e reclusão - Lei 
3.807 (1960)
Dos benefícios previdenciários
Salário-família - Lei 4.296
Abono anual - Lei 4.281 
(1963)
Auxílio-desemprego - 
Constituição (1967)
Salário-maternidade - Lei 6.136 
Amparo previdenciário para pessoas com 
mais de 70 anos ouinválidas - Lei 6.179 
(1974)
 Seguro-desemprego para os 
casos de desemprego involuntário 
- Decreto-lei 2.284 (1986)
 
 
Além da criação de novos benefícios, ampliou-se a qualidade de segurado 
para algumas categorias profissionais antes excluídas: 
Aposentadoria dos servidores públicos 
federais e pensão por morte aos 
dependentes - Estatuto dos Funcionários 
Públicos Civis da União - Lei 1.711 (1952)
Dos benefícios previdenciários a diversas categorias profissionais
Profissional liberal de qualquer 
espécie como segurado na 
categoria de trabalhador autônomo 
- Decreto 32.667 (1953)
Trabalhadores rurais se 
tornam segurados da 
Previdência – FUNRURAL - 
LC n. 11 (1971)
Empregados domésticos 
se tornam segurados da 
Previdência - Lei 5.859 
(1972)
Aposentadoria com 
proventos integrais 
dos docentes - EC n. 
18 (1981)
 
 
Muitas leis previdenciárias importantes foram aprovadas nesse período, e 
destacamos a seguir algumas delas: 
Leis previdenciárias importantes
Constituição de 
1934
Estabeleceu a forma tripartite de custeio: contribuição dos 
trabalhadores, dos empregadores e do Poder Público (art. 
121, § 1º, h)
Constituição de 
1946
Empregada pela primeira vez a expressão “previdência 
social” em texto de Constituição (art. 157)
 
IUS RESUMOS 
 
Lei 3.807/1960 
Decreto 77.077/
1976
A Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS) criou novos 
benefícios previdenciários (auxílios natalidade, funeral e 
reclusão) e normas uniformes de amparo aos segurados e 
dependentes dos IAPs
Emenda 
Constitucional 11 
de 1965
Estabeleceu o princípio da precedência da fonte de custeio 
em relação à criação ou majoração de benefícios
Lei 5.316/1967
Incorporação do SAT (Seguro de Acidentes de Trabalho) à 
Previdência Social
Lei 6.435/1977
Aprovação da Consolidação das Leis da Previdência Social 
(CLPS) 
Lei 6.439/1977
Regulou a possibilidade de criação de instituições de 
previdência complementar, que foi feita pelos Decretos 
81.240/78 e 81.402/78 - entidades de caráter fechado e 
aberto, respectivamente
 Decretos 83.080 
e 83.081/1979
Criou o SINPAS, o IAPAS e o INAMPS, manteve o INPS, a 
LBA, a FUNABEM a CEME e a DATAPREV, todos 
componentes do SINPAS
Decreto 89.312/
1984
Aprovação do Regulamento dos Benefícios (RBPS) e do 
Regulamento de Custeio da Previdência Social (RCPS), 
respectivamente
Nova Consolidação das leis previdenciárias (CLPS)
 
 
2. Previdência Social após a Constituição de 1988 
A Constituição Federal de 1988 dedicou um capítulo para tratar sobre 
seguridade social, nos arts. 194 a 204. A Previdência Social está disciplinada nos 
artigos 201 a 204, e assim se organiza: 
A PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL 
[9] 
Organizada sob a forma de 
regime geral
Organização da Previdência Social (art. 201 a 204, CF/1988)
Eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada
De caráter contributivo e de filiação 
obrigatória
Cobertura
Proteção
Concessão
À maternidade, especialmente 
à gestante
Salário-família e auxílio-
reclusão para os dependentes 
dos segurados de baixa renda
Ao trabalhador em situação 
de desemprego involuntário
Pensão por morte do 
segurado, homem ou mulher, 
ao cônjuge ou companheiro e 
dependentes
 
 
Desde 1988, algumas importantes mudanças foram feitas. O que veremos a 
seguir: 
Organização da Previdência social após a Constituição de 1988
Lei 8.029/
1990
Criação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, 
autarquia que substituiu o INPS e o IAPAS nas funções de 
arrecadação, pagamento de benefícios e prestação de 
serviços, aos segurados e dependentes do RGPS
Diversas 
mudanças no 
Ministério da 
Previdência 
 Lei 8.028/1990 - Extinção do Ministério da Previdência e 
Assistência Social (MPAS) e restabelecimento do Ministério 
do Trabalho e da Previdência Social;
 Lei 8.490/1992 - Extinção do Ministério do Trabalho e da 
Previdência Social, restabelecendo o Ministério da 
Previdência Social (MPS) e o Ministério do Trabalho;
 MP 813/1995 – O MPS foi transformado em Ministério da 
Previdência e da Assistência Social (MPAS);
 Lei 10.683/2003 – o MPAS passou a ser denominado 
Ministério da Previdência Social (MPS)
 
IUS RESUMOS 
 
Lei 11.457/
2007
Transferência das atribuições de arrecadação, fiscalização, 
cobrança de contribuições e aplicação de penalidades, 
regulamentação da matéria ligada ao custeio da Seguridade 
Social para a Secretaria da Receita Federal do Brasil
Lei 12.154/
2009
Criou a Superintendência Nacional da Previdência 
Complementar – PREVIC – autarquia ligada ao MPS que 
fiscaliza e supervisiona as atividades das entidades de 
previdência complementar
 
 
Nesse período, muitas leis e medidas aprovadas modificaram regras do 
direito previdenciário, as quais destacamos: 
Lei 8.742/1993
A Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS englobou 
benefícios de renda mensal vitalícia, auxílio-natalidade e 
auxílio-funeral, acabou com o abono de permanência em 
serviço e do pecúlio; adotou critérios mais rígidos para 
aposentadorias especiais e acabou com várias delas
Leis 8.212 e 
8.213 de 1991
Normas que marcam a mudança no sistema previdenciário 
brasileiro, com a organização da seguridade social e a 
instituição do Plano de custeio e do Plano de benefícios da 
previdência social
Decreto 3.048/
1999
Aprovação do Regulamento da Previdência Social
Importantes leis previdenciárias
Lei 9.876/1999 
Adotou o “fator previdenciário” e estabeleceu nova forma de 
cálculo dos benefícios de prestação continuada apurados 
com base na noção de salário de benefício (aposentadorias, 
pensões, auxílios-doença, auxílios-reclusão e auxílios-
acidente)
Emendas 
Constitucionais 
41 e 42 de 
2003
Modificaram os regimes próprios de agentes públicos da 
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, e apenas em 
aspectos pontuais, o regime que é administrado pelo INSS
 
A PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL 
[11] 
Emenda 
Constitucional 
47 de 2005
Modificou regras de transição estabelecidas pela Emenda n. 
41 a agentes públicos ocupantes de cargos efetivos e 
vitalícios, pertencentes aos chamados Regimes próprios e 
revogou o parágrafo único do art. 6º da referida emenda
Lei 12.168/
2012
Instituiu o Regime de Previdência Complementar para os 
servidores públicos federais
Leis 13.135, 
13.146 e 
13.183 de 2015
Alteração das leis 8213/1991, 10.876/2004 e 8112/1990 e das 
regras de contagem do tempo de aposentadoria e incidência 
do fator previdenciário, da qualidade de dependente da 
pessoa com deficiência, o procedimento de requisição 
administrativa da pensão por morte
 
 
No próximo material estudaremos as particularidades da Previdência Social e 
os Regimes da previdência. 
 
Até o próximo IUS RESUMO! 
 
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3. Referências 
BOCCHI JÚNIOR, Hilário; BOCCHI NETO; Hilário; LÉPORE, Paulo. Manual do 
Advogado Previdenciário: teoria e prática. 1. ed. Salvador: JusPodivm, 2015. 
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de Direito 
Previdenciário. 16. ed. rev. atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2014. 
GOES, Hugo. Manual de Direito Previdenciário: teoria e questões. 10. ed. 
Rio de Janeiro: Ferreira 2015. 
NOTAS: 
 
1 Castro e Lazzari, 2014; Goes, 2015; Bocchi Júnior, Bocchi Neto e Lépore, 2015.