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Módulo 2 - DIREITO PREVIDENCIARIO

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Módulo 2 – Previdência Social no Mundo e no Brasil. Evolução da Previdência Social. Origens e Desenvolvimento Histórico da Previdência Social no Brasil.
 
1 – Evolução Histórica no Mundo
 
Era Romana: Pater Familias prestava assistência aos servos e clientes, em uma forma de associação, mediante contribuição de seus membros.
 
O exército romano guardava duas partes de cada sete do salário do soldado. Quando ele se aposentava, recebia as economias junto com um pedaço de terra.
 
Em Roma, havia as collegias ou saldalitia. Eram formadas por pequenos produtores e artesãos livres. Eram constituídas por três pessoas, que contribuíram periodicamente para um fundo comum. O fundo visava custear os funerais de seus associados.
 
1344: notícia de preocupação com o infortúnio, através da elaboração do primeiro contrato marítimo e cobertura dos riscos contra incêndio.
 
Confrarias: associações com fins religiosos, formadas por pessoas (associados) da mesma categoria ou profissão e com objetivos comuns, que pagavam taxas anuais, para o caso de velhice, doença, pobreza.
 
Império Inca: havia o cultivo de terras, com trabalho comum, visando atender necessidades alimentares dos anciãos, doentes e inválidos, que não tinham capacidade de produção.
 
1601 – Inglaterra: instituiu a lei de amparo aos pobres (Poor Relief Act), através de contribuição obrigatória para fins sociais, paga pelos ocupantes e usuários de terras, sendo que o indigente era auxiliado pela paróquia e os juízes da Comarca aplicavam e recebiam o imposto de caridade.
 
1793 – Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão da Constituição francesa: previa que a assistência pública é um dívida sagrada. A sociedade deve sustentar os cidadãos infelizes, dando-lhes trabalho, ou assegurando os meios de subsistência aos que não estejam em condições de trabalhar (art. 21).
 
1848 – Constituição francesa: estabelecia que os cidadãos devem assegurar pela Previdência, os recursos para o futuro (VII). A República deve proteger os cidadãos prestando, na falta da família, socorro aos que não estejam em condições de trabalhar (VIII).
 
1883 - Alemanha – Otto von Bismarck: instituição de vários seguros sociais, a fim de conter a tensão dos trabalhadores e crise industrial. Tornou obrigatória filiação de trabalhadores que recebessem até 2.000 marcos anuais às sociedades seguradoras ou entidades de socorros mútuos. Objetivo político: evitar movimentos socialistas e obter apoio popular. A seguir os seguros sociais:
· 1883 – Seguro-Doença: custeado por contribuições dos empregados, empregadores e Estado.
· 1884 – Seguro contra Acidentes do Trabalho: custeado pelos empregadores.
· 1889 – Seguro de Invalidez e Velhice: custeado pelos empregados, empregadores e Estado.
 
Igreja Católica: a Igreja sempre se preocupou com a instituição de um sistema apto a formar um pecúlio para o trabalhador, com a parte economizada do salário, visando a contingências futuras:
· 1891 – Encíclica Rerum Novarum – Leão XIII.
· 1931 - Quadragésimo Ano (40º aniversário da encíclica Rerum Novarum) – Pio XI.
 
1898 – França: promulgou norma de assistência à velhice e aos acidentes do trabalho.
 
Inglaterra: instituiu vários seguros sociais:
· 1897 – Seguro contra Acidentes do Trabalho (Workmen’s Compensation Act): impôs de forma obrigatória ao empregador responsabilidade objetiva (independente de culpa), atribuindo-lhe o pagamento da indenização ao obreiro.
· 1907 – Assistência à Velhice e Acidentes do Trabalho.
· 1908 – Pensão (Old Age Pensions Act): aos maiores de 70 anos, independente de contribuição.
· 1911 – Sistema Compulsório de Contribuições Sociais (National Insurance Act): custeado pelos empregados, empregadores e Estado.
 
Surge uma nova fase, denominada constitucionalismo social, em que as Constituições dos países passam a tratar de direitos sociais, trabalhistas e econômicos, inclusive direitos previdenciários.
 
1917 – México: primeira Constituição a incluir o seguro social (art. 123).
 
1918 – União Soviética: Constituição tratava de direitos previdenciários.
 
1919 – Constituição de Weimar: criou um sistema de seguros sociais e impôs ao Estado a subsistência do cidadão alemão, caso não possa trabalhar para sobreviver (art. 163).
 
1921 – OIT: dispôs sobre a necessidade de programa sobre previdência social. Convenções a seguir:
· 1921 – Convenção nº 12: acidentes do trabalho na agricultura.
· 1927 – Convenção nº 17: indenização por acidente do trabalho.   
 
1933 - Estados Unidos – Franklin Roosevelt: instituiu New Deal, pregando o bem-estar social, contra a miséria, desemprego e as perturbações da velhice, para resolver a crise econômica desde 1929.
 
1935 – Estados Unidos: Security Act instituiu ajuda aos idosos e auxílio desemprego, visando também estimular o consumo.
 
1941 – Inglaterra – Sistema Beveridge: cobertura a pessoas por certas contingências sociais, como indigência ou impossibilidade de trabalho, e tinha por objetivo:
· Unificar os seguros sociais existentes.
· Estabelecer o princípio da universalidade, estendendo a proteção a todos os cidadãos e não apenas aos trabalhadores.
· Igualdade de proteção.
· Tríplice forma de custeio, com predominância ao Estado.
 
1946 – Inglaterra: implantação do sistema de previdência social.
 
1948 – Declaração Universal dos Direitos do Homem: inscreve sobre proteção previdenciária, dentre outros direitos fundamentais da pessoa humana. Art. 85: “todo homem tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, o direito à seguridade no caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice, ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle”.
 
OIT: Convenções nº 24, 35, 37, 38, 39, 40, 123, 128, 130 e 134.
 
Comunidade Econômica Europeia do Carvão e do Aço: unificação do tratamento previdenciário para os países que a compõem.
 
Hoje, como o Brasil, em quase todos os países europeus, reformas previdenciárias já foram ou estão sendo realizadas – um dos últimos é a Itália. Entre as décadas de 60 e 90, os sistemas de previdência previam aposentadorias com idades médias próximas de 55 anos. Agora, com os avanços na área de saúde, as pessoas estão vivendo mais, o que tem exigido as reformas, para evitar uma quebradeira geral dos sistemas de previdência. 
 
A Seguridade Social é objeto de preocupação em todos os países do mundo, não apenas do Brasil. Por isso, foi desenvolvido, na Cidade canadense de Ottawa, em setembro de 1966, o Programa de Ottawa de Seguridade Social das Américas, adotado pela 8ª Conferência dos Estados da América membros da Organização Mundial do Trabalho, a OIT, que definiu que “a Seguridade Social deve ser instrumento de autêntica política social, para garantir o equilibrado desenvolvimento sócio-econômico e uma distribuição equitativa da renda nacional”.
 
Recentemente, a OIT apontou como propósito fundamental da Seguridade “dar aos indivíduos e às famílias a tranquilidade de saber que o nível de qualidade de sua vida não será significativamente diminuído, até onde for possível vita-lo, por nenhuma circunstância econômica ou social”. Com isso, estabeleceu-se que a seguridade social não depende mais da contribuição prévia, mais também da diversidade de serviços sociais e da prestação de saúde.
 
2 - Evolução Histórica no Brasil
   
Verdadeiras regras de previdência social foram conhecidas no Brasil no século XX, apesar de anteriormente haver previsão constitucional a respeito da matéria, a seguir:
 
CF/1824: dispõe sobre socorros públicos (art. 179, XXXI).
 
1835 - Montepio Geral dos Servidores do Estado (Mongeral): primeira entidade de previdência privada, sistema formado por várias pessoas que se associam e se cotizam para cobertura de certos riscos, mediante a repartição dos encargos com todo o grupo.
 
1850 – Código Comercial: garantia por 3 meses a percepção de salários do preposto acidentado (art. 79).
 
1888/1889: Decretos instituíram aposentadoriaaos empregados dos Correios, fixando em 30 anos de serviço e idade mínima de 60 anos, e para empregados da Estrada de Ferro Central do Brasil, que posteriormente foi estendida aos demais ferroviários.
 
CF/1891: previu aposentadoria por invalidez aos servidores públicos, sem que houvesse contribuição dos beneficiários durante o período de atividade.
 
1919: primeira lei sobre proteção do trabalhador contra acidentes do trabalho.
 
1911: Decreto instituiu a Caixa de Aposentadoria e Pensões (CAPs) dos Operários da Casa da Moeda, abrangendo os funcionários públicos.
 
As CAPs eram organizações de seguro social estruturadas por empresa. Mais tarde foram fusionadas na Caixa Geral e no Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários e Empregados em Serviços Públicos.
 
1923 - Lei Eloy Chaves (Decreto 4.682): primeira norma sobre previdência social, que criou as Caixas de Aposentadoria e Pensões para os ferroviários (empregados), a nível nacional. Previa os benefícios de aposentadoria por invalidez, por tempo de serviço, pensão por morte e assistência médica, mediante contribuições dos trabalhadores. Posteriormente, leis surgiram estendendo os benefícios previstos na Lei Eloy Chaves a diversos grupos profissionais, como para os empregados portuários e marítimos, pessoal das empresas de serviços telegráficos e radiotelegráficos, empregados nos serviços de força, luz e bondes, etc. (benefícios estruturados por empresa).
 
1930: primeira crise no sistema previdenciário, ocorrida no governo de Getúlio Vargas, que em face de inúmeras denúncias de fraudes e corrupções a concessão de aposentadoria foi suspensa por 6 meses. A partir de então, deixou de ser estruturado por empresa, passando a abranger categorias profissionais, surgindo os Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAP) dos Marítimos, Comerciários, Bancários e Empregados em Transportes de Carga, mediante tríplice contribuição, dos empregados, empregadores e Estado. Além dos benefícios de aposentadorias e pensões, o IAP prestava serviços de saúde, internação hospitalar e atendimento ambulatorial.
 
CF/1934: estabeleceu em seu texto a forma tripartite de custeio: contribuição dos trabalhadores, empregadores e do Poder Público. Também previu a aposentadoria compulsória para os funcionários públicos que atingissem 68 anos de idade. Foi a primeira a utilizar a expressão “previdência”.
 
1936 – Lei 367 cria o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI), passando os empregados das indústrias a segurados obrigatórios.
 
CF/1937: utilizou a expressão “seguro social”, menciona sobre a instituição de seguros de velhice, de invalidez, de vida e para os casos de acidente do trabalho e dispõe que as associações de trabalhadores têm o dever de prestar aos seus associados auxílio ou assistência, no referente às práticas administrativas ou judiciais relativas aos seguros de acidentes do trabalho e aos seguros sociais.
 
1939: regulamentada a aposentadoria dos funcionários públicos.
 
1942: criação da Legião Brasileira de Assistência – LBA (Decreto 4.890/42).
 
1945 – Decreto-lei 7.529 determinou a criação de um só tipo de instituição de previdência social, o Instituto de Serviços Sociais do Brasil (ISSB). O sistema cobria todos os empregados ativos a partir de 14 anos, tendo um único plano de contribuições e benefícios.
 
CF/1946: primeira a empregar a expressão “previdência social”, sistematização constitucional de normas de âmbito social e obrigar o empregador a manter seguro de acidentes de trabalho.
 
1960: foi criado o Ministério do Trabalho e Previdência Social e promulgada a Lei Orgânica da Previdência Social – LOPS (Lei 3.807), criando normas uniformes para os segurados e dependentes dos vários Institutos existentes, através de um único plano de benefícios, e ainda ampliou e criou novos benefícios, bem como estendeu a outras categorias profissionais. A LOPS era uma lei nova, que trazia novos benefícios e disciplinava as normas de previdência social, em um conjunto.
 
1963: foi criado Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural – FUNRURAL (Lei 4.214), no âmbito do Estatuto do Trabalhador Rural.
 
EC n. 11/1965: foi estabelecido o princípio da precedência da fonte de custeio em relação à criação ou majoração de benefícios.
 
CF/1967: unificação dos institutos de aposentadoria e pensões, centralizando a organização previdenciária com o surgimento do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS); criação do seguro-desemprego, que era regulamentado com o nome de auxílio-desemprego; incorporação do Seguro de Acidentes de Trabalho (SAT) à Previdência Social.
 
EC n. 1/1969: não inovou na matéria previdenciária.
 
1972 – Lei 5.859: empregados domésticos passaram a integrar a previdência social.
 
1976 – Decreto 77.077: edição da Consolidação das Leis da Previdência Social (CLPS), através da compilação de normas avulsas.
 
1977 – Lei 6.439: instituição do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS), visando a reorganização da Previdência Social, no que diz respeito à integração das atividades da previdência social, assistência médica, Assistência Social e de gestão administrativa, financeira e patrimonial, entre as entidades vinculadas ao Ministério da Previdência e Assistência Social, compreendendo o Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social (IAPAS), para arrecadação e fiscalização das contribuições, Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), para atendimento na área da saúde dos segurados e dependentes, Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), para pagamento e manutenção dos benefícios previdenciários, Legião Brasileira de Assistência (LBA), para o atendimento a pessoas carentes, Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (FUNABEM), promoção da política do bem-estar do menor, Central de Medicamentos (CEME), distribuidora de medicamentos, gratuitamente ou a baixo custo, Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social (DATAPREV), que cuida do processamento de dados da Previdência Social.
 
1984: última reorganização da CLPS, reunindo matéria de custeio, prestações previdenciárias e acidentes do trabalho.
 
1986: criação do seguro-desemprego, para os casos de desemprego involuntário, garantindo um abono temporário.
 
CF de 05/10/1988: há um capítulo II, Título VIII – Da Ordem Social, que trata da Seguridade Social (arts. 194 a 204), incluindo Princípios (art. 194, § único), Contribuições (art. 195), Saúde (arts. 196 a 200), Previdência Social (arts. 201 a 202) e Assistência Social (arts. 203 a 204); e outros artigos como: seguro-desemprego (art. 7º, II), 13º salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria (art. 7º, VIII), salário-família (art. 7º, XII), licença à gestante (art. 7º, XVIII), aposentadoria (art. 7º, XXIV), assistência gratuita aos filhos e dependentes, do nascimento até 6 anos em creches e pré-escolas (art. 7º, XXV), seguro contra acidentes do trabalho (art. 7º, XXVIII). O Regime Geral de Previdência Social (RGPS) abriga somente a população contribuinte ao sistema, ficando excluídos aqueles que possuem sistema próprio de previdência, como servidores públicos, militares, etc., e aqueles que não contribuem por não estarem exercendo qualquer atividade. Garante o reajustamento periódico do benefício, a fim de que seja preservado seu valor real, conforme critérios definidos por lei.
 
1990: criação do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), autarquia federal vinculada ao Ministério do Trabalho e Previdência Social, mediante fusão do IAPAS com o INPS, sendo a responsável pela arrecadação, fiscalização, cobrança, aplicação de penalidades (multas) e regulamentação da parte de custeio do sistema de seguridade social como pela concessão de benefícios e serviços aos segurados e seus dependentes.
 
1991: ano em que entraram em vigor a Lei 8.212, sobre custeio do sistema da seguridade social e a Lei 8.213, sobre benefícios e serviços previdenciários, incluindo os benefícios por acidentes de trabalho. Estas leis sofreram alteraçõesem vários de seus artigos, mas vigoram até hoje.
 
1993: promulgada Lei Orgânica da Assistência Social (Lei 8.742).
 
EC n. 20/1998: 1ª Reforma Previdenciária (total de 3 Reformas até 31/12/2004) – Início da reforma no Governo Fernando Henrique Cardoso, trouxe alteração substancial da Previdência Social. Principais alterações: aposentadorias concedidas por tempo de contribuição e não mais por tempo de serviço; quem não conseguir completar o tempo de contribuição poderá se aposentar por idade, sendo homens aos 65 anos e mulheres aos 60 anos; aposentadoria especial (por tempo menor, independente da idade), para trabalhadores que exercem atividades prejudiciais à saúde ou à integridade física, comprovada por laudo técnico; extinta aposentadoria proporcional; resguardados os direitos adquiridos dos que já haviam cumprido os requisitos exigidos pela legislação anterior; e outros.
 
1998: Ministério da Previdência e Assistência Social é dividido:
Conselho Nacional de Previdência Social
Conselho Nacional de Assistência Social
Conselho de Recursos da Previdência Social
Conselho de Gestão da Previdência Complementar
Secretaria de Previdência Social
Secretaria de Estado de Assistência Social
Inspetoria-Geral da Previdência Social
 
1999: Lei 9.876 impôs a 2ª Reforma Previdenciária e criação do fator previdenciário, prevendo expectativa de vida do segurado para o cálculo do benefício, alterando-se as Leis 8.212 e 8.213. Regulamento da Previdência Social unificado em um só instrumento (Decreto 3.048), revogando os dois anteriores. Fator previdenciário é uma forma de cálculo que considera a idade do segurado e sua expectativa de vida, visando reduzir despesas com a concessão de aposentadorias por tempo de contribuição e por idade.
 
EC n. 29/2000: alterou a Constituição para assegurar os recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde.
 
2001: Lei Complementar n. 108, relação entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias e fundações públicas, sociedades de economia mista e outras entidades públicas e suas respectivas entidades fechadas de previdência complementar. Lei Complementar n. 109 regulamenta a Constituição quanto ao regime de previdência complementar.
 
2003: Reforma da Previdência, atingindo muito mais os funcionários públicos, prevista na Emenda Constitucional n. 41 de 19/12/2003, publicada no Diário Oficial em 31/12/2003, modifica os arts. 37, 40, 42, 48, 96, 149 e 201 da CF, revoga o inciso IX do § 3º do art. 142 da CF e dispositivos da EC n. 20/1998, e dá outras providências.
 
EC n. 41/2003: 3ª reforma da Previdência em 5 anos. Vejamos:
 
1ª) Em 1998, com a EC n. 20, no governo de Fernando Henrique Cardoso, trouxe grande mudança no sistema de aposentadorias do serviço público desde a Constituição de 1988.
 
2ª) Em 1999, com a reforma das aposentadorias do INSS foi introduzido o "fator previdenciário", que reduziu o valor das aposentadorias de pessoas mais jovens e aumentou o valor para quem trabalha por mais tempo, através do cálculo que considera a idade do segurado e sua expectativa de vida.
 
3ª) Em 2003, com EC n. 41.
Todas as reformas acima buscaram reduzir os gastos com aposentadorias, motivadas por 3 fatos:
· Aumento da expectativa de vida do brasileiro,
· Redução na taxa de nascimentos, e
· Queda do número de trabalhadores com carteira assinada.
 
Gastos elevados com a Previdência, principalmente os do governo com inativos: CF/1988 permitiu que pessoas de qualquer idade fizessem concurso e entrassem para o serviço público, contando o tempo de serviço da iniciativa privada. Após 3 anos de funcionalismo podiam se aposentar, o que elevou rapidamente os gastos do governo com inativos.
 
Governo brasileiro tem utilizado medidas provisórias para limitar os gastos previdenciários ou eliminar situações consideradas inaceitáveis nos dias atuais. Por exemplo: há menos de três anos o governo proibiu, por medida provisória, que as filhas solteiras de novos militares tenham direito a receber pensão, mesmo com idade superior a 18 anos.
 
A Seguridade Social, para fins de estudos didáticos, pode ser considerada como “sistema”, ou seja, um conjunto de normas jurídicas que se relacionam e que têm em comum oferecer meios jurídicos de proteção social.
 
3 – Princípios Gerais aplicáveis à Seguridade Social
 
· Igualdade: tratamentos iguais para duas situações iguais (CF, art. 5º).
 
· Legalidade: obrigação de pagar determinada contribuição previdenciária ou a concessão de determinado benefício por previsão em lei (CF, art. 5º, II).
 
· Direito Adquirido: pertence ao patrimônio jurídico da pessoa (não do econômico), que implementou todas as condições para esse fim, podendo utilizá-lo a qualquer momento (CF,5º,XXXVI; LICC,art.6º,§ 2º).
 
4 – Princípios Específicos da Seguridade Social
 
· Solidarismo: ocorre quando várias pessoas economizam em conjunto para assegurar benefícios quando as pessoas do grupo necessitarem.
 
· Constitucionais – ao Poder Público Federal cabe organizar a Seguridade Social, nos termos da lei (CF, art. 194). Fixa princípios e objetivos da Seguridade Social e outros relativos à atuação:
 
· Universalidade da Cobertura e do Atendimento: com relação à cobertura a proteção social deve alcançar todos os eventos cuja reparação seja premente, a fim de manter a subsistência de quem dela necessita; e ao atendimento refere-se à entrega de ações, prestações e serviços de seguridade social a todos os que necessitem, tanto em termos de previdência social, como saúde e assistência social.
 
· Uniformidade e Equivalência dos Benefícios e Serviços às Populações Urbanas e Rurais: conferir tratamento uniforme a trabalhadores urbanos e rurais, com idênticos benefícios e serviços (uniformidade), para os mesmos eventos cobertos pelo sistema (equivalência).
 
· Seletividade e Distributividade na Prestação de Benefícios e Serviços: concessão de benefícios a quem deles necessite, apontando os requisitos para concessão de benefícios e serviços. Ex: trabalhador sem dependentes não lhe será concedido salário-família.
 
· Irredutibilidade do Valor dos Benefícios: benefício concedido não pode ter seu valor nominal reduzido, não podendo ser objeto de desconto, nem arresto, sequestro ou penhora, salvo se por determinação legal ou judicial, motivo pelo qual há reajustamento periódico dos benefícios. 
 
· Equidade na Forma de Participação no Custeio: proteção social ao hipossuficiente, exigindo-se dos trabalhadores, empregadores e Poder Público contribuição equivalente a seu poder aquisitivo.
 
· Diversidade da Base de Financiamento: formas de arrecadação: contribuições dos trabalhadores, empregadores e Poder Público, sobre a receita de concursos de prognósticos.
 
· Caráter Democrático e Descentralizado da Administração: gestão quatripartite, com participação dos trabalhadores, empregadores, aposentados e Governo nos órgãos colegiados. Órgãos colegiados (composição paritária): Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), que discute a gestão da Previdência Social; Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), que delibera sobre política e ações da área; e o Conselho Nacional de Saúde (CNS), que discute a política de saúde. 
 
· Preexistência do Custeio em Relação ao Benefício ou Serviço: benefício ou serviço não poderá ser criado sem que haja ingressado numerário no caixa da Seguridade Social, isto é, é preciso que antes ingresse o numerário por meio de custeio para depois sair o numerário na forma de benefício.