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IUS RESUMOS Teoria da Constituição Parte I Organizado por: Samille Lima Alves IUS RESUMOS I. TEORIA DA CONSTITUIÇÃO PARTE 1 ............................................................................................ 3 1. Conceito de Constituição ................................................................................................................. 3 2. Classificação das Constituições ...................................................................................................... 5 3. Referências ............................................................................................................................................. 9 SUMÁRIO TEORIA DA CONSTITUIÇÃO PARTE I [3] Nesse Ius Resumo prosseguiremos o estudo do Direito Constitucional com a primeira parte da Teoria da Constituição. Veremos as diferentes concepções do conceito de constituição, nos sentidos sociológico, político, jurídico e culturalista. O primeiro sentido versa sobre a interação entre constituição e a realidade social, no sentido político, enfoca na decisão política, no sentido jurídico, a Constituição como norma fundamental, superior e que valida todas as outras, e, por fim, no sentido culturalista, a Constituição é produto da atividade humana. Estudaremos também a classificação das constituições segundo a origem, a forma, modo de elaboração, conteúdo, estabilidade, correspondência com a realidade, extensão e finalidade. Espero que sua leitura seja proveitosa. Samille Lima Alves Equipe Ius Resumos --- ♠ --- I. TEORIA DA CONSTITUIÇÃO PARTE 1 1. Conceito de Constituição Conceituar constituição é tarefa complexa, pois é um termo que pode ser entendido de acordo com várias concepções. Vejamos a seguir cada uma delas: Concepções de Constituição É o reflexo das relações de poder que regem a sociedade (forças políticas, econômicas e sociais) Sentido Sociológico Construção de Ferdinand Lassale A Constituição escrita deve estar em consonância com realidade fática, caso contrário será suplantada pela Constituição real Só é eficaz a Constituição que corresponde aos valores da sociedade TEORIA DA CONSTITUIÇÃO PARTE I IUS RESUMOS Sentido Político Faz divisão entre normas materialmente e formalmente constitucionais É o produto de uma decisão política fundamental vinda do Poder Constituinte que cria uma existência política nova Construção de Carl Schmitt Materialmente constitucional – refere-se à decisão política fundamental – ao Estado ou direitos fundamentais Formalmente constitucional – norma que não trata da decisão política fundamental e é dispensável Sentido Jurídico Não considera a influência de fatores políticos ou sociais na formação da Constituição, que é concebida em 2 sentidos... É a norma superior que fundamenta e valida um ordenamento jurídico e que norteia todas as outras normas, em um ordenamento escalonado Construção de Hans Kelsen A constituição é a norma fundamental hipotética que é pressuposta e positiva, que deve ser obedecida A constituição é a norma positiva suprema, que dá fundamento e validade a todo o ordenamento jurídico, alterada apenas por ritos específicos Sentido lógico- jurídico Sentido jurídico- positivo A constituição é um produto da atividade humana, portanto, é cultural Sentido Culturalista Tem maior aceitação na atualidade, que congrega as demais concepções Traz a ideia de Constituição total, que agrega variados aspectos para explicar a concepção da constituição (econômicos, morais, sociológicos, filosóficos, jurídicos) Constituição se fundamenta em... Fatores sociais Decisões políticas fundamentais Normas jurídicas cogentes TEORIA DA CONSTITUIÇÃO PARTE I [5] 2. Classificação das Constituições As constituições poder ser classificadas de acordo com diversos critérios. Trataremos de alguns deles abaixo: Democráticas ou populares Cesaristas ou bonapartistas Outorgadas Quanto à origem São impostas pelo detentor do poder, sem participação popular Há participação popular direta (plebiscito ou referendo) ou indireta (representantes em Assembleia Constituinte) Elaboradas pelo detentor do poder e ratificadas pelo povo, a quem não cabe discutir o texto constitucional Constituições de 1824, 1937, 1967 Constituições de 1891, 1934, 1946 e 1988 Sem exemplares no Brasil Não escritas Escritas Quanto à forma As normas da Constituição são formalizadas e sistematizadas pelo órgão constituinte em um único documento (codificada) ou em vários documentos escritos e solenes (legal) Codificadas Normas constitucionais organizadas e formalizadas num só texto e documento Legais Normas constitucionais esparsas ou fragmentadas, integrando documentos diversos e distintos Constituição de 1988 Constituição da 3ª República Francesa- 1875 Normas que se sedimentam a partir dos usos e costumes, das leis esparsas comuns, das convenções e da jurisprudência Quando escritas, as normas estão contidas em normas jurídicas surgidas ao longo do tempo e que adquiriram status constitucional Não formalizadas ou sistematizadas por órgão constituinte - Constituição da Inglaterra IUS RESUMOS Dogmáticas Constituições escritas, menos estáveis, elaboradas por um órgão constituinte, segundo os dogmas ou ideias fundamentais da teoria política e do Direito imperantes em dado momento histórico Um só ideologia fundamenta a Constituição A Constituição concilia diferentes ideologias Ortodoxas ou simples Ecléticas ou promissórias Históricas Constituições não escritas, mais estáveis, que resultam da lenta evolução das tradições, dos fatos sociopolíticos de uma sociedade Quanto ao modo de elaboração Constituição de 1988 Constituição da Inglaterra Material ou substancial São constitucionais as normas que tratam da organização e funcionamento do Estado e estabelecem direitos fundamentais O que importa é o conteúdo da norma e não o processo de elaboração ou a natureza do documento que comporta a norma Formal Todas as normas que compõem uma Constituição escrita, elaborada por procedimento específico, são constitucionais Quanto ao conteúdo O conteúdo da norma não importa, mas sim o processo de elaboração Normas formal e materialmente constitucionais Classificação distinta quanto ao conteúdo Integram a Constituição escrita e com conteúdo sobre organização do Estado ou direitos fundamentais – art. 5º Normas apenas formalmente constitucionais Integram a Constituição escrita, mas não tratam da organização do Estado ou direitos fundamentais – art. 242, §2º Todas as normas integrantes de uma Constituição formal, rígida, têm o mesmo valor, têm status constitucional e deverão ser respeitadas, independentemente da natureza do seu conteúdo (Paulo e Alexandrino, 2015) Importante! TEORIA DA CONSTITUIÇÃO PARTE I [7] Imutável Constituição que não admite modificação em seu texto (tipo em desuso) Rígida Exige processo legislativo especial e mais difícil para a modificação do texto constitucional Quanto à estabilidade Flexível O texto constitucional pode ser alterado pelo procedimento legislativo aplicado àsdemais normas do ordenamento Exige um processo legislativo mais difícil para alteração de parte dos dispositivos, enquanto a outros dispositivos aplica- se procedimento simples, semelhante àquele de elaboração das demais leis do ordenamento (Paulo e Alexandrino) Semirrígida ou semiflexível A CF 1988 exige votação em 2 turnos, nas duas casas do Congresso Nacional e quorum qualificado para aalterações Atenção! Nem toda Constituição escrita é necessariamente rígida, mas esta é a tendência atual Estabilidade + Atualização Normativas Regulam a vida política do Estado por estarem em plena consonância com a realidade social Quanto à correspondência com a realidade Nominativas Objetivam, mas não regulam efetivamente a vida política do Estado. Não estão em consonância com o processo real de poder, algo que espera-se que ocorra no futuro Semânticas Não visa a regulação da vida política do Estado, mas sim de beneficiar os detentores do poder de fato, coagindo os governados Analítica Constituição de conteúdo extenso, que não trata apenas da organização do Estado e direitos fundamentais – a CF 1988 Quanto à extensão IUS RESUMOS Sintética De conteúdo abreviado e trata somente de princípios gerais e regras básicas de organização do sistema jurídico estatal, deixando as demais matérias para a legislação infraconstitucional – a Constituição dos EUA Atenção! A Constituição sintética tende a ser mais estável, por poder adaptar-se mais facilmente às novas situações, mas a tendência atual é a adoção de constituições analíticas Constituição- garantia Típicas de Estados liberais, preocupam-se com a limitação dos poderes estatais e sua ingerência na esfera individual, garantindo a liberdade e direitos fundamentais Quanto à finalidade Constituição- balanço Disciplinam a realidade do Estado num determinado período, retratando o arranjo das forças sociais que estruturam o Poder. Após o período, um novo texto deve ser elaborado - Constituições da antiga União Soviética Constituição dirigente Estabelece um programa para dirigir a evolução política do Estado, um ideal social a ser futuramente concretizado pelos órgãos do Estado (normas programáticas), que são os destinatário diretos do texto, e não os indivíduos – modelo de Constituição do Welfare state Existem outras classificações, que serão abordadas em outra oportunidade. Até o próximo IUS RESUMO! Veja esse e outros resumos esquematizados de direito Acesse www.iusresumos.com.br Siga-nos também nas redes sociais. TEORIA DA CONSTITUIÇÃO PARTE I [9] --- ♠ --- 3. Referências MASSON, Nathália. Manual de Direito Constitucional. 4ª ed. rev., ampl. e atual. Salvador: JusPodivm, 2016. PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional descomplicado. 14. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO: 2015.
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