Buscar

conceito de comunidade

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Comunidades e Dinâmicas Sociais
Tonnies - Vontade essencial e vontade arbitrária
“[…] distinguirei entre a vontade que contém o pensamento e o pensamento que abarca a vontade […]. Chamo à vontade do homem naquele sentido a sua vontade essencial, neste a sua vontade arbitrária.
[…]. Os dois conceitos de vontade, apesar de tão diferentes têm em comum serem concebidos como causa ou predisposição para a atividade.”
Vontade essencial
• Princípio da natureza humana, de origem biológica (p.519);
• Fundamenta-se no passado;
• Orienta-se para a sobrevivência/ reprodução se motivada pelo prazer
(vegetativa), reação a estímulos exteriores por hábito (animal) e em relação aos outros seres humanos, decorrente da memória (mental)
Vontade arbitrária
• É produto do pensamento (p.519);
• Só se compreende através do futuro;
• Meio para orientar a vontade essencial para fins determinados e hierarquizados pela razão (p. 520/ 521).
Vontades e relações humanas
Comunidade: “a teoria da comunidade […] parte da unidade perfeita das vontades humanas como seu estado original ou natural” (p.513).
Sociedade: “não se realiza aqui [na sociedade] qualquer actividade nascida duma unidade existente a priori ou necessária que, por isso, e na medida em que acontece através do indivíduo, possa exprimir nele a vontade e o espírito desta unidade” (p.515)
Comunidade
Convivência íntima, familiar, exclusivista;
• Antiga;
• Convivência permanente e autêntica;
• Unidas apesar das separações.
Sociedade
• Espaço público, o mundo;
• Nova;
• Passageira e aparente;
• Justaposição de pessoas independentes entre si;
•Separadas apesar de tudo o que as une
Comunidade e Sociedade: a metáfora
“A própria relação e bem assim a ligação, compreende-se ou como vida real e orgânica – é esta a essência da comunidade – ou como construção ideal e mecânica – é este o conceito de sociedade” (p.511)
Estatuto dos dois conceitos
A) Evolução histórica?
“Suivant l’auteur, ces deux types de vie sociale, que l’on oppose sans cesse et que l’on présente comme exclusifs l’un de l’autre ont tous deux existé et se sont sucessivement développés au cours de l’histoire. Le second est né du premier: la Gesellschaft de la Gemeinschaft” (Durkheim, 1889: 6)
B) Ideais-tipo?
“Sería erróneo suponer que Tonnies considera el constraste sustantivo y empírico de las relaciones humanas tan definido y abrupto como podrían sugerirlo los conceptos de Gemeinschaft y Gesellschaft. Aunque el influjo de cada uno de ellos guarde una correspondência aproximada com las dos grandes fases de la historia europea – tradicional y moderna -, él los emplea como una espécie de tipos ideales” (Nisbet, 1969: 107)
Durkheim
Direito repressivo e direito restitutivo
Sanção repressiva (Direito penal)
• Expiatória;
• Aplica-se a todo o tipo de transgressão considerado “crime” (p.325);
• Base moral: carácter generalizado
Sanção restitutiva (Direito civil, comercial ou constitucional)
• “Simples reposição das coisas” (p. 327);
• Supõe criação de órgãos (tribunais, comissões, etc.) – p. 328
A metáfora: solidariedade mecânica vs solidariedade orgânica
“As moléculas sociais […] não poderiam portanto mover-se conjuntamente senão na medida em que possuem movimentos próprios, como fazem as moléculas dos corpos inorgânicos. Eis por que nos propomos chamar mecânica a esta espécie de solidariedade. Este termo não significa que ela seja produzida por meios mecânicos e artificialmente. Designamo-la assim apenas por analogia com a coesão que une entre si os elementos dos corpos brutos” (p.333)
“Esta solidariedade assemelha-se à que se observa nos animais superiores.
Cada órgão tem aí efectivamente a sua fisionomia especial, a sua autonomia e, deste modo, a unidade do organismo é tanto maior quanto mais acentuada for essa individualização das partes. Em virtude desta analogia, propomos designar de orgânica a solidariedade devida à divisão do trabalho” (p.334).
Solidariedade mecânica
• Semelhanças;
• Conformidade de todas as consciências particulares a um tipo comum
(superioridade consciência colectiva);
• Sistemas de crenças e sentimentos comuns (p.332);
Solidariedade orgânica
• Diferenças, individualidades;
• Contrato;
• Indivíduo depende das partes que compõem a sociedade
• Sistema de funções diferentes e especiais que ligam relações
Durkheim – Crítica a Tonnies
“O ponto em que me separaria dele, é sobre a teoria da Gesellschaft. Se compreendi bem o seu pensamento, a Gesellschaft seria caracterizada por um desenvolvimento progressivo do individualismo, cuja ação do Estado não poderia prevenir senão durante uns tempos e através de procedimentos artificiais os efeitos dispersivos. Ela seria essencialmente um agregado mecânico […]. Ora eu creio que a vida das grandes aglomerações sociais é tão natural como aquela dos pequenos aglomerados”
“Mas em que consiste essa vida colectiva da Gesellschaft. O método seguido pelo autor não lhe permitiria responder à questão, porque é ideológico […]. Ele procede dialeticamente […]. A única maneira de lá chegar seria de proceder indutivamente, isto é estudar a Gesellschaft através do seu direito e dos costumes, que constituem a sua estrutura”
Weber
Como é estudado o conceito?
A Perspetiva Compreensiva
“Sociologia (na acepção, aqui aceite, desta palavra empregue com tão diversos significados) designará: uma ciência que visa compreender, interpretando-a, a acção social, e deste modo, explicá-la causalmente no seu decurso e nos seus efeitos”
Ação Social
“A acção social (inclusive a omissão ou tolerância) pode orientar-se pelo comportamento passado, presente ou esperado como futuro dos outros (vingança por prévios ataques, defesa do ataque presente, regras de defesa contra ataques futuros)” (Weber, 2010[1922], p.7).
“Nem toda a classe de acção [<] é «social» [<]. Nem toda a classe de contacto entre os homens é de carácter social, mas apenas um comportamento próprio orientado, quanto ao sentido, pelo comportamento de outros”
Como é estudado o conceito?
Os quatro tipos de ação social
1) Ação “racional em ordens a fins”
2) Ação “racional quanto a valores”
3) Ação “afectiva”
4) Ação “tradicional”
Os tipos-ideais: Instrumento privilegiado para compreender os factos e os processos sociais, recorrendo à compreensão interpretativa
Como são definidos os laços sociais?
A relação social
“Denominar-se-á «relação social» um comportamento de vários que, quanto ao seu conteúdo de sentido, se apresenta como reciprocamente referido e, deste modo, orientado” 
Constituição de “comunidade”
“Relação social quando e na medida em que a atitude na acção social [<] se funda na solidariedade sentida (afectiva ou tradicional) dos participantes” 
Constituição de “sociedade”
“Relação social quando e na medida em que a atitude na acção social se baseia no ajustamento de interesses por motivos racionais (de carácter axiológico ou teleológico), ou também numa união de interesses por motivos idênticos” 
O que sustenta os laços sociais?
Agir em comunidade
Expectativas que temos em relação ao comportamento de outros: ação orientada pelo sentimento de pertença.
Agir em sociedade
Expectativas baseiam-se nos regulamentos sociais vigentes. Ação orientada pelo cálculo de interesses.
Qual o estatuto do conceito?
Weber prolonga as categorias de Tonnies, ao ligá-las a formas de relações sociais: não existem formas puras, mas relações sociais com tendência à comunitarização
(fundamento afectivo, emocional ou tradicional) ou à associação (concertação racional entre actores para realização de um objetivo comum).
“A grande maioria das relações sociais tem, em parte, o carácter da constituição comunitária e, em parte, da formação da sociedade” 
De relações “associativas” a relações “comunais”
“Initially rational relationships that are based on voluntary participation and end-rational action tend to create communal relationships among the participants”
Aspectos económicos nas relações sociais “comunais”
Comunidade doméstica
“The relationships betweenfather, mother and children [<] appear to us today as particulary «natural» relationships” (Weber, s/d, p.12).
Comunidade de vizinhança
“In a self-sufficient agrarian economy a substantial part of the extraordinary needs at special occasions, during severe calamities and emergencies are met by social action that goes beyond the individual house community: the help of the neighborhood [<]. This mutual help is guided by the primeval folk ehnics which is as unsympathetic as it is universal: «Do unto others as you would have them do unto you»”
Sobre as comunidade étnicas
“The belief in acestry affinity, regardless of whether it has any objective foundation, can have important consequences especially for the formation of a political community. We shall call “ethnic group” the human group that nurtures a subjective belief in the commonality of its ancestry because of similarities of habits or customs or coth, or because of memories of colonization and migration” (Weber, s/d, p.36).
“«Ethnic» commonality differs from the «clan» community precisely because it is mere a belief in «commonality» (Gemeinsamkeit), not a «community» (Gemeinschaft) as the latter which constitutes real social action.”
 Autor: José Cutileiro 
Título: Ricos e Pobres no Alentejo
 “Com base num trabalho de campo realizado entre 1965 e 1967, Cutileiro elaborou um modelo etnográfico segundo os métodos de investigação antropológica, com o propósito de discutir, numa perspectiva classista de análise das estruturas sociais, a importância e distribuição da terra e dos grupos sociais (os “lavradores”, os proprietários, os “seareiros” e os trabalhadores) que essa distribuição determina numa freguesia rural situada no Sudeste português, constituída de duas aldeias e uma vila medievais, no estudo denominada de Vila Velha. Neste contexto, estudam-se as comunidades maioritariamente agrícolas e pecuárias de Vila Velha e, portanto, rurais, observando-se a sua estrutura de classes com base na propriedade da terra, que a definirá – podendo entender-se uma posição de certa forma marxista do autor. Note-se que frequentemente se compara a realidade da Vila Velha a Vila Nova, uma povoação maior na qual residem a maioria dos latifundiários, os proprietários das grandes herdades. Neste estudo o autor reflecte sobre os diferentes aspectos da vida social de Vila Velha, nomeadamente o namoro, o casamento, a relação entre pais e filhos e a vizinhança, para caracterizar esta comunidade rural, cuja definição implícita, como veremos, se assemelha ao conceito de comunidade (Gemeinschaft) de Ferdinand Tönnies – embora este estudo seja mais descritivo que analítico, e se centre numa comunidade em particular, a comunidade rural.
(…) Do mesmo modo, à medida que os filhos crescem, no caso dos trabalhadores e seareiros, as suas relações com os pais são influenciadas pelas suas posições relativas ao trabalho e por uma espécie de tensão geralmente implícita - veja-se que os deveres primordiais de um homem casado, no quadro desta comunidade, são para com a mulher e os filhos e não para com a família de origem. No caso dos latifundiários e proprietários, as relações com os pais são também atribuladas pelos problemas emergentes da posse e gestão da terra, proveniente de uma espécie de conflito geracional. 
Seguidamente, o autor debruça-se sobre o aspecto da vizinhança. Entende-se, então, que cada povoação é um núcleo de vizinhos, no qual as pessoas são susceptíveis de serem reconhecidas como vizinhos e consoante o grupo social a que pertencem, pondo em evidência uma igualdade de status entre dois indivíduos associada aos bens materiais de cada um - não implicando a proximidade de residência nem o constante convívio. O autor assinala também uma preocupação generalizada da comunidade: a “bisbilhotice” assume-se, inconscientemente, como um mecanismo particularmente eficaz de controlo social, inspeccionando a aparência e as condutas pessoais, podendo até ameaçar a reputação das suas vítimas. Todavia, nos casos em que as condutas pessoais vão claramente além das 
normas ideais da comunidade, a “bisbilhotice” falha enquanto forma de controlo social e aplicam-se sanções mais penosas, pondo em risco a reputação das famílias em causa.”
“Focando-nos no conceito de “comunidade” trabalhado implicitamente por Cutileiro, de forma mais abstracta, atentamos que a sua acepção se aproxima da teorização do sociólogo Ferdinand Tönnies quanto à Gemeinschaft (comunidade), por oposição à Gesellschaft (sociedade/associação). Na verdade, nas comunidades rurais de Vila Velha está patente uma ordem consensual com base no espírito familiar, estando as normas assentes no costume e na tradição familiar, legitimadas por aquilo que está previamente adquirido; como o autor refere: «Quando os homens e as mulheres agem em prol das suas famílias, a comunidade tolera-lhes certas formas de comportamento consideradas repreensíveis […]»
 “Relativamente ao capítulo cinco, sobre o qual se debruça o nosso trabalho, este refere-se essencialmente à relação que se estabelece entre a religião e o objeto de estudo, ou seja a comunidade de Vila Velha. Apesar de a freguesia ser constituída por cinco aldeias independentes entre si, é no centro que se concentram alguns serviços burocráticos, médicos, e até religiosos. No entanto, segundo o autor, cada aldeia constitui uma comunidade independente entre si. Cada uma destas comunidades é fechada, estabelecendo laços sociais muito fortes entre os indivíduos”
 “Numa primeira fase, o investigador debruça-se sobre a importância dos ritos da igreja e tudo o que lhe está associado. Apesar dos habitantes da vila utilizarem terminologias religiosas e de possuírem uma paisagem religiosa, o mesmo não implica que a população estabeleça uma ligação direta com a religião. Pode-se verificar que existe uma dualidade entre a população relativamente às práticas da igreja entre a comunidade de Vila Velha. Num primeiro grupo deparamo-nos com que estão diretamente relacionados com a igreja – celebração da missa diariamente e ao domingo. Num segundo grupo inserem-se aqueles que dispensam a intervenção direta da igreja – resume-se apenas à missa do galo, cerimónias da igreja e às celebrações profanas (páscoa) e aos rites de passage (batismos-matrimónios-funerais).”
Comunidades Rurais e Sociedades Camponesas – SILVA, M. (1998). “Resistir e adaptar-se:
constrangimentos e estratégias camponesas no Noroeste de Portugal”.
“de modo a entender até que ponto os conceitos de Comunidade e Comunitarismo estão presentes no tempo e no espaço e até que ponto a resistência e adaptabilidade dos mesmos subsiste. Para tal estudo, o autor da obra reúne várias ideologias e perspectivas de autores, num vasto leque entre o que é uma visão funcional naturalista e culturalista; socioeconómica do comunitarismo; ideologia cultural-moral e até mesmo de uma ideologia igualitária. O contexto local que o autor foca e estuda o comunitarismo concentra-se nas aldeias-tipo do Alto Minho e Trás-os-Montes (nas freguesias de Lindoso e Aguiar).”
“Uma das questões fulcrais é a questão da (des)igualdade comunitária e o dilema que passa por “como, onde, em que aspecto e até quando surgem os momentos de identidade e pertença”, ou seja, até onde vai o que é desigual e não; até onde vai a identidade e não. Deste modo, por um lado temos uma identidade padronizada e por outro lado temos uma sociedade desigual e com contradições.”
“Até 1965-70, a entreajuda prestada nas aldeias era, essencialmente, efectuada entre famílias com recursos desiguais. Isto significa que os indivíduos mais desfavorecidos se sujeitavam ao “trabalho por favor” como forma de pagamento às famílias mais abastadas pelos empréstimos efectuados. Este trabalho era, assim, não correspondido por parte da população menos desprovida de recursos, sendo que ainda acabava por fornecer prestígio aos indivíduos mais abastados. Daí o pressuposto que independentemente da identidade territorial e afectiva que possa existir num determinado contexto, espaçoe momento, a igualdade presente não é real mas sim aparente. No sentido que em qualquer interacção com intervenientes mais desfavorecidos do ponto de vista monetário e outros mais abastados, estão patentes simbolismos de diferenciação, prestígio ou hierarquização social.”
“Em ambas as freguesias existia uma pluriatividade tradicional, que consistia em atividades agro artesanais derivadas do pastoreio e/ou pecuária, mas passado a existir uma pluriatividade moderna passando de uma lógica camponesa para uma lógica exterior advinda dos presentes sectores industriais e de serviços. Devido a introdução da economia do mercado e do Estado nas cidades em cima referidas fez com que as famílias pluriactivas que vivam do rendimento agrícola vai ser acrescido de rendimentos complementares que são conseguidos fora do sector agrícola assim como o contrário. Havendo melhores condições de vida as atividades e os rendimentos agropecuário inferiorizaram em favor das receitas extra agrícolas mas mais nas categorias com menos recursos fundiários. Concluindo então que para a obtenção de dinheiro e o abastecimento de novos produtos da economia é necessário alterar os hábitos tradicionais camponeses e molda-los e adotar -los aos novos estilos de vida. Assim as freguesias persistiam da economia camponesa mas com características especificas de vários tipos de economia.”
COMUNIDADES RURAIS
Relações de vizinhança e entreajuda
_ Estrutura de classes
_ Papéis e relações de género
_ O local
_ Crenças e valores
_ Relações com o “exterior”
Oposição rural/ urbano
- Clássicos e oposição entre duas categorias
- Dimensões das análises clássicas:
_ Dimensão da organização espacial – densidade, volume,
_Heterogeneidade/homogeneidade
- Critérios das “little communities” (R. Redfield): distinção territorial, homogeneidade, tamanho, auto-suficiência.
Noção de continuum
Noção de continuum: divisão territorial entre o rural e o urbano
_ Realidades estanques e delimitadas: Redfield e os 3 tipos ideais de sociedade
_Representação mais dinâmica: forma comoprocessos de modernização e urbanização penetram nos territórios mais periféricos
Transformações do rural e reconstrução das categorias rural/ urbano
_Processo de urbanização e impacto nos modos de vida rurais
_ Interpenetrações e interdependências rural/ urbano
_Dicotomia posta em causa
Três perspetivas do rural (Carmo, 2009)
_ “Eclipse do mundo rural”
_ Espaço rural que resiste
_ Espaço rural que se reinventa
Bauman, Zygmunt,
Comunidade – A busca por segurança na sociedade atual.
“Nesta obra, Bauman tem como foco principal a análise da comunidade e o conflito existente entre a segurança e a liberdade, pois os indivíduos que nela vivem sentem-se seguros, mas essa segurança pode significar a perda da liberdade.”
 Simmel, Georg (2004[1903]). “As metrópoles e a vida mental”
 “O fundamento principal na obra de Simmel reside na interacção que se constitui entre o indivíduo e a sociedade, procurando revelar como os agentes a vão edificando e, simultaneamente, parecem procurar conformar-se em sua referência. Neste quadro, Simmel, referenciado como o sociólogo da modernidade, ambicionava compreender como a personalidade do indivíduo se poderia ajustar às forças externas que configuram um contexto diferente do que os indivíduos haviam conhecido até à modernidade, isto é, um dos problemas que advinham desta nova realidade consistiria na reivindicação do indivíduo em sustentar a sua autonomia e individualidade face aos constrangimentos exteriores.”
“Este contraste emerge pois a metrópole, sede das grandes fábricas e onde a população tendia a concentrar-se em grande número face à maior necessidade de mão-de-obra, representa, para Simmel, a essência da vida moderna, aqui se localizava a sede da economia monetária, da divisão do trabalho e tudo se parecia caracterizar pelo fugar, o transitório, um lugar do efémero, mais dinâmico, onde se acreditava viver mais, porque tudo seria mais rápido. As consequências da fluidez vivida na cidade alargam-se mesmo à vida psíquica dos agentes, o ritmo acelerado e a variedade da vida económica pressionam o indivíduo, criando uma debilidade nervosa. Assim, se no meio rural, a relação com o outro se construía mais profundamente, caracterizando-se pelos laços emocionais, localizados nas camadas mais inconscientes do psiquismo, e que se vão reforçando pela habituação, pela convivência diária com o outro conhecido. Em contrapartida, nas grandes metrópoles, face à mudança acelerada e à convivência diária com um maior número de indivíduos, os quais surgem como desconhecidos, o Homem sente necessidade de desenvolver mecanismos que o protejam das constantes estimulações. Desta forma, o intelecto erguer-se como o traço principal do homem metropolitano, que, localizado nas camadas mais conscientes, não suscitaria o choque constante para se ajustar à mudança, nas palavras de Simmel: «desenvolve um órgão que o protege das correntes e discrepâncias ameaçadoras da sua ambientação externa as quais, ao contrário, o desenraizariam. Ele reage com a cabeça, ao invés de com o coração. (…) A intelectualidade, assim, destina-se a preservar a vida subjectiva contra o poder avassalador da vida metropolitana»”
“Enquanto sede da economia monetária, é também na cidade que a relação de honra vai dando lugar à predominância dos vínculos contractuais, o que confere ao espírito capitalista a sua racionalidade e onde tanto homens como coisas passam a ser tratados de igual forma.”
“Outro aspecto que favorece a individuação é a divisão do trabalho, de que as cidades são o maior expoente, já que oferecem em elevado número de serviços, obrigando à diferenciação. A convergência de um elevado número de pessoas num único local, assim como a disputa por consumidores, força o individuo no caminho da especialização numa função em que não possa ser facilmente substituído. Neste sentido, o individuo sente necessidade de afirmar a sua personalidade, procurando também explorar as suas diferenças por formas a avocar a atenção do círculo social, contudo ressalta-se que, na modernidade, «o indivíduo tornou-se um mero elo em uma enorme organização de coisas e poderes que arrancam de suas mãos todo o progresso, espiritualidade e valores, para transformá-los de sua forma subjectiva na forma de uma vida puramente objectiva» (Simmel, 2004: 23). 
Em suma, e metrópole favoreceu em simultâneo «a independência individual e a elaboração da própria individualidade» (Simmel, 2004: 24).”
WIRTH, L. (1938). Urbanism as a Way of Life.
Neste artigo, Louis Wirth foca-se no urbanismo que, para ele, se caracteriza como modo de vida específico de quem reside na cidade. Assim, o modo de vida distinto do Homem moderno caracteriza-se por se encontrar em grandes agregados populacionais, o que dá lugar a uma sociedade em oposição a várias comunidades. Uma vez que as cidades crescem devido aos grandes aglomerados populacionais, os modos de vida não são totalmente diferenciados da vida rural, são até considerados uma influência. Por isso, para Wirth, urbanismo não se deve confundir com urbanização ou com a entidade física da cidade, não se devendo restringir no espaço, mas como um modo de vida que se estende para além da cidade, visto que “os desenvolvimentos tecnológicos no transporte e na comunicação, que virtualmente assinalam uma nova época na história humana, acentuam o papel das cidades como elementos dominantes na nossa civilização e estenderam enormemente o modo de vida urbano para além dos limites da própria cidade”.(WIRTH 1938, 4).
“O autor refere que os grandes números e as grandes diferenciações geram uma maior diferenciação individual visto que ocorrem no espaço da cidade entre os diferentes grupos, os quais ocupam também espaços variados. Esta diferenciação provoca por vezes a redução de antigos laços sociais, como é o caso dos que existiam no campo e nas pequenas cidades. Wirth mostra que algumas das mudanças quantitativas têm consequências qualitativas, por exemplo: o grande númerointerfere no modo de vida ou, se quisermos, na subjectividade metropolitana. Weber vai de encontro à ideia de Wirth quando este refere que existe uma falta de proximidade nas cidades e explica que os grandes povoamentos não têm os mesmos tipos de relações que um bairro possui. Apesar dos contactos serem feitos pessoalmente, nas cidades estes são apenas transitórios, reservados e superficiais que podem ser vistos como mecanismos de defesa do indivíduo em relação à sua personalidade e às expectativas dos outros. Wirth acaba por referir que os contactos dos indivíduos tendem a ser essencialmente relações de utilidade, onde cada um desempenha um papel nas nossas vidas considerado como um meio para atingir um dos nossos fins.”
“A densidade, relativa ao número de indivíduos numa determinada área, vai influenciar o aumento e a intensificação da especialização e diferenciação do trabalho, que por sua vez irão alterar a estrutura social. Estas mudanças estruturais, Wirth tal como Simmel, afirmam que são oriundas de uma personalidade urbana. O distanciamento que se vai fazer sentir entre os indivíduos proporciona uma sociedade mais desajustada em termos emocionais.”
“Uma cidade, considerando os factos do tamanho, heterogeneidade e fragmentação, não se consegue considerar como um todo, originando-se uma dificuldade de participação colectiva por parte dos indivíduos. Além destes factos, a intensa diversificação que se vive, leva a que as instituições sociais comecem a tratar os indivíduos como categorias de modo a conseguir corresponder às necessidades da comunidade e não só de individuais.
A cidade é então vista como um plano de acção de forças contraditórias. A autonomia e a liberdade podem ser vistas como factores benéficos em certos grupos citadinos, como podem ser vistas como factores de risco diante de outras totalidades de indivíduos. Aqui inicia-se a necessidade de associações que, ao contrário dos meios rurais e pequenas cidades onde as associações são previsíveis, são mais difíceis de se encontrar e concretizar, uma vez que as posições sociais tomam lugares mais rígidos. Finalmente, com base em três variáveis - volume de população, densidade de povoamento e grau de heterogeneidade da população urbana – parece ao autor ser possível explicar as características da vida urbana em comparação com as diferenças existentes entre as cidades de vários tamanhos e tipos. O predomínio da cidade sobre o seu interior torna-se explicável através das características funcionais da cidade, que decorrem em grande medida do efeito do número e da densidade.”
STREET CORNER SOCIETY: THE SOCIAL STRUCTURE OF AN
ITALIAN SLUM
“Demonstrando preocupação com temáticas relacionadas com a mobilidade social e as especificidades das estruturas sociais, temos acesso à abordagem do autor ao bairro pobre Cornerville, que remete para uma análise da sua organização social, dos grupos que lá se encontram, grupos estes contrastantes, que, coabitando na mesma comunidade, obedecem a relações de hierarquia e status, baseadas em obrigações sociais determinadas.”
. “Cornerville é um bairro, tido como um dos mais perigosos da cidade de Boston, quase exclusivamente habitado por imigrantes italianos e os seus respectivos filhos, em torno do qual são elaboradas ideias preconcebidas e estigmatizadas.”
Apesar de quem observa de fora julgar que o bairro sofre de uma grande desorganização social2 o que ocorre no seu interior é precisamente o contrário. O investigador encontra uma comunidade fortemente hierarquizada3, com normas, valores e padrões comportamentais, entendendo que Cornerville é um bairro altamente organizado e integrado num sistema social. (ibid:16) Mas que apenas não se assemelha à organização social do exterior. Torna-se pertinente fazer a ponte com o conceito de comunidade em rede (ibid:17). Neste tipo de comunidade, os indivíduos, ligados através do sangue, laços cerimoniais, amizade ou interesses comuns, detêm obrigações e deveres específicos uns para com os outros.4 A esta comunidade estão igualmente associados uma língua, costumes e religião comuns, bem como rituais e festividades. Estas características culturais são, naturalmente, reproduzidas para as gerações seguintes, já nascidas fora do país de origem.”
“CARACTERÍSTICAS E ELEMENTOS QUE SUSTENTAM A
COMUNIDADE
Podemos destacar:
- Grupos contrastantes dentro da mesma comunidade
- Fechamento social
- Rivalidade
- Corrupção
- Parceria
- Território (espaço associado)
- Etnicidade (comunidade racial) – italianos versus irlandeses
- Cooperação
- Organização social diferenciada
- Comunidade em rede: contribuição dos elementos individuais para o “todo”
“CONCLUSÃO
É no estudo da complexidade entre as complementaridades e antagonismos descrita em Street Corner Society e outros trabalhos do mesmo género, realizados na Escola de Chicago, que se verificam alguns dos aspectos mais curiosos do trabalho. Uma das características essenciais da pesquisa de Whyte, é a relação clássica individuosociedade. Uma das tarefas fulcrais deste trabalho, é a procura de hierarquias entre microesferas sociais. As etnografias sobre comunidades urbanas permitem descortinar configurações específicas, neste caso, slum district e social desorganization. Assim, a ideia de hierarquia, que ocupa um lugar essencial nas suas conclusões, constitui a base do sistema social de Cornerville. Este sistema de hierarquia de relações pessoais do bairro, baseia-se num sistema de obrigações recíprocas em todos os grupos.”
Escola de Chicago
Ecologia Humana
“Biological metaphor and ecological models were apt framing devices for the discussion of urban social relations” (Lutters & Ackerman, 1996: 3,4)
_ Cidade como organismo
_ Modelo biológico para perceber a geografia social da cidade
“The one important ingredient in all the Chicago monographs is the concept of ecology and the practice of relating (if not determining) community structure to geographical and spatial realities”
“Comunidades” como áreas de vizinhança
_Áreas geograficamente e fisicamente distintas
_ População com composição social, demográfica ou étnica única
_Sistema social com normas, regras e padrões de interação enquanto mecanismo de controlo social
_Áreas agregam comportamentos/ modos de vida que os distinguem de outras áreas
“the city is a constellation of natural areas, each with its own characteristic milieu and each performing its specific function in the urban economy as a whole” (Robert Park)
“By the mid-twentieth century, foreign immigration, waves of southern African American migration, and patterns of uneven metropolitan development had altered Chicago’s lived settlements.
Extent maps of communal spaces proved less than adequate for understanding the new «little worlds» that were forming throughout the city”
Autor: António Firmino da Costa
Titulo: Sociedade de Bairro: Dinâmicas Sociais da Identidade Cultural
“Este capítulo produz a imagem de marca nítida, enquanto conjunto urbano típico (pela malha urbana, mourisca e medieval, perfil de casas, mistura social entre classes nobres e populares, religioso decorativo etc.) Preocupa-se assim de dar conta do que é Alfama para os seus habitantes e quem são estes habitantes. Alfama é um bairro muito peculiar pois representa um típico bairro Lisboeta. É um espaço social fechado sobre si próprio para o qual contribuem factores de ordem urbanística, a própria configuração do bairro e a natureza acentuada das actividades que aí se exercem.”
“Alfama revela-se assim nos seus contornos plásticos, nos seus núcleos de referência identitária e nas suas demarcações face a outros bairros e ao exterior. Verificamos assim que três dimensões inter-relacionadas são aprofundadas neste capítulo: cultura, classes e relações sociais. Uma configuração socio-cultural territorialmente enraizada: a sociedade de bairro. As práticas do fado amador, as marchas populares, os arraiais, o carnaval enquanto formas singulares de cultura popular urbana são exemplos da própria cultura do bairro. Sendoassim possível conhecer o bairro ao pormenor nas suas práticas quotidianas e nas suas representações e sobretudo na relação entre formas de estruturação social e de produção da sua identidade cultural.”
“Este bairro apresenta dois planos de análise para a compreensão das relações e práticas sociais do mesmo. Por um lado, este bairro é uma realidade social urbana, relacionada com o conjunto da cidade de Lisboa. Participa nas estruturas e dinâmicas da sociedade em que está inserido, fazendo-o a vários níveis (do citadino ao metropolitano, do regional ao nacional, do europeu ao resto do mundo). Mas, simultaneamente, este bairro apresenta um tecido social especifico e uma estrutura e dinâmicas próprias, passando pelas redes e hierarquias sociais locais e pelo carácter autêntico e vincado de formas de culturais que constituem a vida colectiva do bairro. Estes dois planos de análise podem designar-se por dimensão societária e dimensão comunitária.”
“É importante salientar que a identidade de bairro da população de Alfama, surge como uma identidade colectiva, em dois diferentes sentidos. “A identidade cultural alfamista aparece enquanto atributo identitário de cada um de um conjunto de indivíduos residentes no bairro, ou melhor, enquanto perfil de atributos identitários de cada uma dessas pessoas- perfil variável, mas dentro de um leque de configurações afins”. Significa assim, uma identidade colectiva na medida em que se trata de um perfil identitário pessoal partilhado por um colectivo de indivíduos, sendo que se os indivíduos que vivem em Alfama não vivem dispersos, não sendo isolados uns dos outros pelo contrário, é bastante importante para a sua identidade Alfamista a interacção local, as formas culturais que ali se criam e recriam.”
 Titulo: Sociedade de Bairro
Autor: António Firmino da Costa
Capitulo 5: Quadros de interação e identidade de bairro 
 “Ao longo deste capitulo verificamos que existem códigos de interação dentro da comunidade retratada, neste caso o bairro de Alfama, assim como formas de interação próprias que os identificam. Existem três dimensões para poder analisar de melhor forma a comunidade, sendo elas, cultura, classe e interação, pois não se pode ter em conta só as dimensões culturais e de classe pois estas não são suficientes para ter uma maior e melhor noção da realidade da comunidade. Assim foi precisa uma terceira dimensão que permita captar melhor as suas características.
O autor parte da questão “Como é que se pode afirmar que Alfama tem características continuas se é alvo de muita mobilidade?” (pág.). Os migrantes rurais manifestam formas de cultura popular que de certa forma se adaptam as mesmas que caracterizam o bairro de Alfama. De forma a aprofundar e elaborar tal argumento, o autor Firmino da Costa utiliza a definição de habitus formulada por Pierre Bourdieu, ou seja, o autor foca os sistemas de disposição e quadros de interação que se ligam a produção de identidades do bairro de Alfama. O que consequentemente levara a uma interferência efetiva na produção das práticas e representações sociais, o que se pode apelidar de contextos sociais. Os quadros de interação funcionam como sistemas de disposição e formas de mediação entre as estruturas sociais. Podemos concluir que Alfama detém uma forte identidade bairrista devido a “convergência entre os sistemas de disposições da população residente”. Consequentemente este tipo de conduta do bairro irá gerar códigos, ou seja, sistemas de comunicação social que só os habitantes do bairro “codificam”, estes servem de certa forma de controlo social das suas práticas sociais. O bairro de Alfama não é detentor de todas as práticas populares mas no entanto tem características de ação e interação que são preconizadas pelos agentes sociais do bairro.”
“O que se pode verificar quando estudado o bairro de Alfama, mais exatamente quando analisado o quadro de interação que o bairro constitui, verificamos determinados aspetos característicos como a densidade, multiplicidade e intensidade das redes sociais, dialética entre bairro e freguesias, a importância das dimensões comunicacionais da cultura, entre outros aspetos. Para estudo do bairro, além das dimensões já referidas, foram também utlizadas as dimensões de natureza teórica-substantiva e de incidência teórica-metodológica.”
 Texto: Portes (2006). Empreendedorismo e progresso económico na década de 1990: Análise comparada entre imigrantes e afro-americanos. Estudos sobre as migrações contemporâneas.
“ Neste segundo capítulo, Alejandro Portes propôs-se a analisar três questões importantes: 1- quais os principais fatores que determinam o empreendedorismo entre os grupos de imigrantes em oposição aos afro-americanos; 2 – de que forma as aglomerações étnicas influenciam as probabilidades de empreendedorismo étnico; 3 – como o surgimento de grandes concentrações empresariais pertencentes a imigrantes, nas áreas metropolitanas, pode ou não afetar as oportunidades do empreendedorismo dos afro-americanos, assim como também os seus rendimentos.”
 “Observando os dados de 1980, o autor refere que “o empreendedorismo representa uma das principais vias de mobilidade económica individual e coletiva entre as minorias étnicas” (pág. 48). Há ainda dois estudos que sustentam esta ideia, através das relações de interdependência entre as empresas (Wilson e Martin) e existência de reciprocidade entre os proprietários das próprias empresas e os seus trabalhadores da mesma etnia, pois estes acreditam que futuramente poderão a vir ser igualmente empresários (Portes e Bach). Zhou acrescenta ainda a ideia de que o empreendedorismo étnico concentra-se em determinados sectores-chave de economia (nicho étnico).”
Para compreender quais os fatores subjacentes ao empreendedorismo, parte-se da análise de variáveis como a instrução e a zona de residência (ver as restantes no quadro 3). A população estudada divide-se em dois grupos: as mais empreendedoras e os nascidos nos EUA. As principais conclusões a reter são: 
 o empreendedorismo é característica dos indivíduos do sexo masculino e mais velhos 
 o nível de instrução fundamental para ser ou não um empreendedor (embora os efeitos da educação não é linear) 
 a data de chegada ao ser mais recente diminui o empreendedorismo 
 o domínio pela língua inglesa não aumenta a probabilidade de trabalhar por conta própria (pelo contrario, diminui entre coreanos e cubanos do sexo masculino) 
 em todos os casos, menos nos afro-americanos, a família/casamento produz um resultado positivo para o trabalho por conta própria. Muitos estudos revelam que o papel da mulher é decisivo. 
Em termos espaciais, concluímos que a aglomeração de um grupo imigrante numa determinada área aumenta as oportunidades de trabalho por conta própria (ver quadro 3). Esta afirmação é ainda comprovada pela teoria dos enclaves, uma vez que, criam-se mercados em grandes dimensões e culturalmente definidos. No entanto, notamos uma irregularidade no caso dos chineses: o coeficiente associado a Nova Iorque é negativo. Esta situação, o autor justifica-a afirmando que deve-se a diferentes perfis educativos entre a população chinesa nascida no estrageiro das que residem em Nova Iorque, Los Angeles e outras zonas. Assim, “a capacidade coletiva para desenvolver negócios fica comprometida e, consequentemente, também a capacidade para usufruir das vantagens produzidas pela concentração de uma vasta população da mesma etnia” (pág. 70).
Para finalizar, o autor analisa a terceira questão a que se propôs estudar. Apoiando-se na noção sociológica role-modeling e nos dados estatísticos, observamos que “os efeitos das concentrações empresariais de imigrantes nas principais áreas metropolitanas dos Estados Unidos não são perniciosos para as retribuições económicas dos afro-americanos” (pág. 78). De acordo com os resultados, o facto de haver enclaves imigrantes em determinada zona, não faz com os rendimentos e as taxas de empreendedorismo dos afro-americanos sejam mais elevadas, mas demostra-nosque não estão inibidos de criarem os seus negócios, pelo contrário, até os pode favorecer.”
Globalização, Transnacionalismo e Novos Fluxos Migratórios dos trabalhadores convidados às migrações globais – Comunidades Transnacionais: Novas formas de relações sociais em contexto de Globalização (Capítulo 3)
“Os temas abordados pelo sociólogo Stephen Castles, andam em torno das migrações e do multiculturalismo” “Por isso, as reflexões do autor são todas elaboradas com base na sua experiência do trabalho empírico, e sobre uma época que o mesmo denomina de “época das migrações”. Parece-nos importante perceber, antes de mais então o que são as comunidades transnacionais? Comunidades Transnacionais são “grupos, baseados em dois ou mais países, envolvidos em actividades transfronteiriças significativas, recorrentes e duradouras, que podem ser de natureza económica, política, social ou cultural1”.
“Já no início da primeira década do novo século, apareceu um novo conceito, de Transnacionalismo. Segundo o autor, alguns investigadores defendem que um número elevado de imigrantes têm-se visto como, “membro de comunidades transnacionais que se fundam numa identidade comum com indivíduos da mesma etnia, quer na terra dos seus antepassados, quer em outros destinos migratórios3”. No entanto, ao pertencerem a uma comunidade transnacional substituiria a pertença a um Estado-nação enquanto “fonte primordial de lealdade e de solidariedade4”.
O autor no texto salienta o caso de dois autores que abordam o tema da globalização de formas diferentes: Para Manuel Castells, a globalização significa “uma mudança na organização espacial do mundo, de um mundo de lugares para um mundo de fluxos5”, ao passo que Thomas Faist refere como uma “mudança dos Estados-nação enquanto contentores da política e da cultura, para novas formas de espaços sociais transnacionais, onde a cultura e a política estribam em grupos e redes que transcendem as fronteiras nacionais6”. Segundo Castles, o termo transmigrante7 podia ser utilizado para identificar as pessoas, cuja existência era modelada através da participação em comunidades transnacionais apoiadas na imigração. Stephen Castles refere ainda que o multiculturalismo não promove automaticamente o transnacionalismo, isto é, fornece aos imigrantes maior liberdade de escolha quanto à intensidade com que pretendem levar a cabo as actividades transfronteiriças. Quer a discriminação quer o multiculturalismo conduzem à formação de diferentes tipos de comunidades transnacionais, ou seja, a discriminação leva a comunidades fechadas. De acordo com o autor, a nacionalidade era considerada única e exclusiva, ao passo que a naturalização era vista como um “acto excepcional e irreversível que implicava a perda da nacionalidade original8”. Contudo, o autor conclui dizendo que estes debates têm sido demasiado complexos, uma vez que levantam questões muitos difíceis sobre o futuro da democracia no contexto da globalização, ou seja, aponta assim para a urgência de pensar politicamente sobre as formas transnacionais de participação democrática, pois todos os cidadãos são afectados pela rápida mudança dos espaços onde se exerce o poder político.”
 ÁVILA, P.; ALVES, M. (1993). Da Índia a Portugal – trajectórias sociais e estratégias colectivas dos comerciantes indianos 
 O estudo supracitado visou compreender as estratégias de integração dos comerciantes indianos e o papel das redes comunitárias formais e informais nesse processo, sob uma perspetiva global e profissional. Embora os indianos correspondem a quatro grupos, os hindus, os islâmicos, os ismaelitas e os goeses, este estudo incidiu apenas nas três primeiras categorias. 
As autoras utilizaram uma metodologia qualitativa. Para tal realizaram 15 histórias de vida, em comerciantes de vários ramos de atividade da cidade de Lisboa, reconstituindo trajetórias individuais, reconhecendo as principais estratégias e motivações. Foram ainda realizadas 3 entrevistas semi-diretivas junto de representantes das três categorias, procurando caracterizar os indianos e ainda compreender o papel das redes comunitárias formais e informais na integração dos indivíduos. 
O percurso migratório dá-se em duas etapas, envolvendo três países: Índia, Moçambique e Portugal. A quase totalidade dos comerciantes entrevistados já nasceu em Moçambique, e consideram o movimento de vinda para Portugal um processo definitivo, pois o regresso a Moçambique ou à Índia não é ponderado. Apesar de nascidos em Moçambique consideram-se de “origem indiana”, embora as ligações à Índia sejam menos intensas. Este fator leva a que nem um nem outro país sejam vistos como «espaço de pertença a que se deseja voltar» (Ávila e Alves, 1993: 118). Outro factor importante para compreender este processo é o facto de a deslocação para Portugal abarcar quase todos os seus familiares e amigos da comunidade. Esta questão remete-nos para o conceito de redes, neste caso específico, as redes pessoais de conhecimento e entreajuda que vão influenciar não só a escolha do país de destino, mas também a escolha da atividade profissional desenvolvida nesse país, sendo que a importância do conjunto de relações assente em laços de diferentes naturezas (familiares, de vizinhança, amizade),ou seja, as redes sociais, acabam por ter um peso importante na decisão de emigrar, na escolha do país de destino, e como referido em cima, tem também influência na inserção profissional e na escolha da atividade desenvolvida. Por exemplo, em Portugal, como referem as autoras, o comércio é a prática económica que está associada a este grupo (os indianos). Desta forma a organização económica vai então basear-se em redes de conhecimento, sendo que as autoras continuam a abordar esta questão falando de um habitus profissional que não é individual, mas uma escolha coletiva, ou seja uma tradição, uma “questão de sangue”. A «partilha de uma convicção coletiva, transmitida ao longo de gerações, condiciona as opções e os objetivos que os indivíduos se propõem atingir e o seu lugar de classe» (idem: 119), fazendo com que a primeira atividade profissional que os indivíduos conheceram no país de destino e devido às redes em cima referidas, seja o comércio. Tal estratégia de inserção profissional levou em muitos casos ao abandono escolar e noutros casos a uma «socialização profissional antecipada» (idem: 120). 
Na confrontação com a sociedade portuguesa, o perfil dos indianos comerciantes caracteriza-se pela posse de recursos financeiros e de expectativas e aspirações resultantes de um habitus profissional. Com a vinda para Portugal ficavam assegurados elementos de continuidade, como a posse de nacionalidade portuguesa, o domínio da língua e da cultura associado a um sentido de pertença. 
Emigrar para Moçambique representou uma rutura geográfica e a procura de um novo estatuto social ao contrário do que aconteceu com a vinda para Portugal. Os comerciantes indianos já dominavam o meio urbano e este representava uma forma de conservar o poder adquirido, de manter o estatuto social.”
“Esta questão remete-nos para o conceito de auto-segregação, ou seja, algumas comunidades acabam por ter vantagens em manterem-se dentro das comunidades, e manter os laços familiares, sendo que essa segregação acaba por ser eficaz na medida em que se traduzem em formas de afirmação mais eficazes. Entre as dinâmicas identificadas, a constituição de sociedades mereceu destaque por parte das autoras. Em termos globais as redes de solidariedade podem abranger familiares e/ou amigos. No que se refere às sociedades, ou seja, o espaço público, onde esses indivíduos se encontram separados de tudo, onde existe uma barreira, a família constitui a primeira escolha e também a única e que poderá ter um carácter duradouro, no entanto, para os entrevistados, os laços comunitários, parecem corresponder a uma estratégia provisória, apenas é acionada em último recurso, caso se torne necessário para garantir o arranque do negócio, pois as comunidades acabam por estar separadas, apesarde tudo o que as une. Isto remete-nos para a questão de haver neste caso a diferenciação entre três comunidades distintas com crenças e valores distintos, sendo que a comunidade dos “indianos” onde são esses indivíduos todos “enquadrados” de uma forma mais global, acaba por não existir, havendo sim os hindus, os ismaelitas e os islâmicos. Neste caso o coletivismo é uma estratégia pontual que pode contribuir para ultrapassar situações que os indivíduos não controlam na sociedade de acolhimento. 
As entrevistas realizadas anunciam que os indivíduos não “arriscam”, não chegam sequer a saber se seriam sujeitos a estratégias de exclusão e discriminação no mercado de trabalho e optam pela inserção profissional mais segura onde existe uma conservação de uma tradição coletiva e a maximização de um habitus profissional, um aproveitamento de recursos presentes evitando assim o confronto com mecanismos de exclusão formal.”
Putnam 
	 Bowling Alone. The collapse and Revival of American Community 
 Este estudo contextualiza-se num período de mutações da organização social na sociedade americana: nas últimas décadas do século XX, algumas associações começaram a extinguir-se, por via da alteração do modo de detenção do capital social. Assim, o objetivo principal do texto é entender o que aconteceu com a vida social e cívica nas comunidades americanas, a partir da segunda metade do século XX, utilizando o conceito de capital social. O método de pesquisa utilizado foi o quantitativo, onde o autor procurou observar, através de dados estatísticos, o comportamento da população americana face à participação cívica. Este texto demonstra-se importante para a aula sobre a temática da comunidade e capital social uma vez que recai sobre um estudo que nos demonstra que o capital social pode possuir variadas vertentes e que as formas de o deter se têm transformado ao longo do tempo.
 O conceito chave que o autor introduz é o de capital social. Neste conceito as redes socias são bastante valorizadas, sendo que os contatos sociais afetam a produtividade dos indivíduos e grupos. Assim, o capital social é definido pelas conexões entre indivíduos: redes sociais, normas de reciprocidade e de confiança que delas advêm. De acordo com o autor, o capital social agrega um aspeto individual e outro coletivo, ou seja, um aspeto privado mas também público, na medida em que alguns dos benefícios vão para o coletivo (como no caso do trabalho voluntário) enquanto outros vão para o indivíduo (no caso de associações/agrupamentos, que favorecem os seus elementos). Contudo, as conexões que derivam das redes sociais exigem obrigações mútuas assim como um certo grau de reciprocidade, uma vez que se espera do outro aquilo que lhe damos. O capital social pode ter várias formas, tamanhos e usos: família, colegas de quarto, grupo de chat… Este possui consequências negativas mas também positivas. As negativas são propósitos anti-sociais e maléficos; as positivas são a cooperação e a confiança.”
“As redes de exclusão advêm de uma tendência para reforçar identidades exclusivas e grupos homogéneos, como acontece nos enclaves étnicos. Já as redes de inclusão pressupõem um envolvimento de indivíduos com diferentes clivagens sociais, como nos movimentos dos direitos cívicos. As redes de exclusão servem para suportar uma reciprocidade específica e mobilizar solidariedade; as de inclusão, por sua vez, servem para criar uma ligação entre aspetos externos à comunidade e difusão de informação. Por fim, as redes de exclusão, por criarem um elevado grau de lealdade entre o grupo, podem originar grupos de antagonismo. É de denotar que ambas as vertentes podem ter efeitos sociais positivos e que não se apresentam como categorias estanques nas quais o capital social está dividido mas sim dimensões nas quais podemos comparar as formas de capital social.”
“Em suma, a história americana - face à participação cívica – demonstra-se oscilante mas não tão negativa quanto parece, daí a obra designar-se como a história do colapso e da renovação. Assim, o autor argumenta que as memórias vivas dos laços de comunidade na América estão cada vez mais fortes, e não enfraquecidas. A sociedade americana é uma sociedade de caráter massivo e diversificado, de onde resultam várias formas de participação cívica: alguns indivíduos continuam a fazer atividades com os vizinhos; outros na Internet; outros vão a congressos; outros vão a grupos de auto-ajuda. Destaca-se que os jovens, geração que adveio do baby-boom, poderão apresentar uma participação cívica tão ativa quanto a dos seus progenitores, mas de diferentes formas.”
 A dificuldade em gerar capital social. A questão da falta de confiança numa aldeia portuguesa - Renato Miguel Carmo
 “O texto em questão mostra-nos, uma investigação que se focou numa aldeia alentejana, Albernoa, situada na região Baixo Alentejo. Esta, aldeia em questão, encontra-se num processo de acentuado despovoamento e envelhecimento, que é acompanhado por um decréscimo da atividade agrícola, base de rendimento de parte da população. 
Contudo, nota-se a existência de indicadores de dinamismo relacionados com o aumento da mobilidade social e do acesso a novos modos de vida urbanos (movimentos pendulares), mas estes não são suficientemente fortes para anular as tendências regressivas já mencionadas. Como tal, ao longo do tempo a aldeia tem vindo a sofrer alterações na estrutura social e nos modos de vida.”
 
 Deste modo o principal objetivo é entender, uma aldeia que está a perder população e muitas das suas funções tradicionais, e se de facto esta tem condições sociais e económicas para empreender num tipo de dinâmica associativa que se reflita no empenhamento da comunidade para tentar contrariar a tendência regressiva. Assim o autor, vai numa primeira parte abordar as componentes teóricas do conceito de capital social, numa segunda parte os fatores estruturais, que mais tiveram impacto na mudança social da aldeia e por fim a vida aldeã tendo por base a análise de duas iniciativas locais. 
Segundo o autor, o conceito de capital social pode ser entendido como um valor que resulta das relações de reciprocidade interpessoal, determinadas pelas redes sociais, para a concretização de objetivos mútuos em favor de um conjunto de indivíduos ou de uma comunidade. A ideia central, da teoria do capital social, é que as redes sociais têm importância, na medida em que propiciam contactos que podem afetar o aumento da produtividade e o bem-estar dos indivíduos ou grupos. Um outro aspeto determinante para o capital social é a confiança, a capacidade de gerar conetividade tendo como intuito o alcance de objetivos ou realizações mútuas. Assim afirma que, sem esta base de segurança não era possível os indivíduos sustentarem as relações de reciprocidade, pelo menos a médio e a longo prazo. Relativamente ao meio rural, o conceito de capital social, tem sido enquanto fator que pode contribuir para o desenvolvimento local. Neste sentido, capital social, refere-se às potencialidades resultantes das várias interações que os diversos agentes podem gerar em diferentes níveis estruturais.”
“A necessidade de procurar trabalho não agrícola fora da aldeia, a necessidade de consumo vieram a contribuir para o aumento das deslocações pendulares entre a aldeia e a cidade de Beja. Sendo que a maior parte da população trabalha fora da freguesia, a regularidade das deslocações a Beja são relativamente intensas. Todas estas mudanças, refletem uma rutura em comparação ao sistema tradicional, pois a aldeia tende-se a abrir à cidade, tornando-se cada vez mais dependente da mesma e a fechar-se aos campos, pois estes já não necessitam de mão-de-obra assalariada em tão larga escala. O autor afirma que, a população da aldeia vive num conjunto de experiências diversificadas que variam em função de algumas características sociológicas, apesar da regressão demográfica que ocorre. Mas esta abertura ao exterior não significa por si só uma adesão homogénea aos elementos essenciais quecompõem a vida moderna e urbana, ainda existe uma divisão dos papéis sexuais no interior da aldeia. 
A vida associativa, para o autor, é um dos aspetos representativos da dinâmica e da coesão social de uma comunidade. Em Albernoa existem cerca de cinco organizações de carácter associativo, mas só em um terço dos agregados é que foram encontrados sócios de uma ou mais associações. Os clubes e os centros de convívio são os que recrutam mais associados, como tal o autor vai centrar-se no clube de futebol e no centro de convívio feminino, com o objetivo de perceber as causas do insucesso de ambos. No caso do clube de futebol, o dirigente considera que o insucesso deve-se à falta de confiança, sendo esta indispensável para gerar algum capital social, que venha a desencadear associações de pessoas de maneira a virem a envolverem-se em torno de um projeto comum. Mas segundo, Carmo, o insucesso deve-se ainda ao envelhecimento e despovoamento. No caso do centro de convívio feminino, o fracasso deve-se ao desentendimento entre as associadas e ao aparecimento de outros espaços de sociabilidade. Estes fatores levaram ao insucesso de ambas as associações, mas também a um certo imobilismo e incapacidade de mobilizar a comunidade.”
Contributos para uma discussão do conceito de rede na teoria sociológica
Autor/a: Sílvia Portugal
“Segundo a autora, a expansão do termo “rede” deve-se fundamentalmente ao desenvolvimento extraordinário das comunicações e à valorização das relações entre as pessoas relativamente às relações entre as pessoas e as coisas. Os pioneiros dos estudos de redes vêm da sociologia, da psicologia social e da antropologia; a análise das redes nas ciências sociais tem sido sempre na base da interdisciplinaridade.”
“As estruturas sociais são consideradas no texto, segundo Wellman e Berkowitz (1991), podendo ser representadas como redes, como conjuntos de nós (ou membros dos sistema social) e conjuntos de laços que representam as suas interconexões. A análise das redes fornece uma explicação do comportamento social baseada em modelos de interação entre os atores sociais em vez de estudar os efeitos independentes de atributos individuais. Segundo Silvia Portugal, esta “análise relacional” permite estudar o modo como os indivíduos são condicionados pelo tecido social que os envolve, mas também, o modo como eles o usam e modificam consoante os seus interesses.
(Wellman, 1985) A teoria das redes postula que a teoria sociológica macro-estrutural deve ser construída sobre fundações micro, ou seja, o nível interpessoal deve prover bases para explicar atividades e estruturas de níveis mais elevados de agregação.(Mercklé, 2004)”
Na abordagem de Fischer, a rede de relações do indivíduo é um elemento de constrangimento, mas também um recurso que os indivíduos modelam segundo os seus interesses e investimentos pessoais. Fischer centra a sua análise nas diferenciações originadas pela comunidade de residência, desenvolvendo uma comparação sistemática entre as redes dos habitantes das grandes áreas urbanas e as redes daqueles que vivem em pequenos centros. Os habitantes das metrópoles têm, na maioria das vezes, redes mais vastas e mais densas que habitantes de áreas rurais. O autor mostra ainda como as escolhas dos indivíduos são condicionadas pelos contextos sociais em que estes se movem. A análise das redes permite focar a atenção no comportamento individual sem perder de vista a sua inserção nas estruturas sociais (Fontes e Eichner, 2004). O que diversos estudos sobre redes sociais mostram é o modo como o desenho das redes condiciona o acesso dos indivíduos a diferentes recursos, permitindo constatar que a morfologia das redes abre ou fecha possibilidades a indivíduos com posições semelhantes na estrutura social. (Wellman, 1991) Ao longo do texto são referidos diversos autores que definem capital social, e mos influenciando-se uns aos outros. Nan Lin define capital social como proveniente da teoria redes, um “investimento nas relações sociais com proveitos esperados no mercado”, é de notar que as teorias do capital permitem evidenciar as relações e as posições estruturais. Este autor defende que existem capacidades explicativas da forma como os recursos disponíveis através das redes podem condicionar as açoes dos indivíduos. Essas capacidades concedem domínios mais vastos ao capital social que outros tipos de capital não possuem.”
Segundo Mercklé (2004), rede social pode ser “um conjunto de unidades sociais e de relações, diretas ou indiretas, entre essas unidades sociais, através de cadeias de dimensão variável”. No texto unidades sociais podem ser indivíduos ou grupos de indivíduos e as relações entre esses elementos da rede podem ter diversas origens. Para uma análise operacional deve tentar-se responde a três perguntas: Quem? O quê? Como? É tomada referência à pergunta “Quem?” sintetizando a análise da morfologia das redes e identificando os nós e os laços que as constituem. São referidas distinções que funcionam como análise das fronteiras das redes com o seu ambiente externo e das fronteiras entre sub-sistemas no ambiente interno das redes, tais como a caracterização dos laços, se são positivos ou negativos, fortes ou fracos, passivos ou ativos. Segundo a autora, seguindo este esquema de distinção como operacionalização, conseguem-se estratégias metodológicas de abordagem das redes que se podem sintetizar em três tipos essenciais: uma abordagem estrutural, um segundo que consiste na seleção de um informador para reconstituição das relações e, por último, uma abordagem egocentrada, sendo este o mais utilizado. As egocentric networks consideram-se, “o conjunto de indivíduos que conhecem e interagem com um determinado alvo” (indivíduo ou casal). (Milardo, 1988) Este tipo de redes contribui para que se obtenha uma vez da perspetiva dos indivíduos que se encontram no seu centro, em vez da observação do observador exterior. Ao adotar esta estratégia metodológica é possível encontrar na literatura sobre network analysis três tipos de rede: as redes de íntimos (close associates), as redes de interação e as redes de troca. Estes três últimos tipos de rede funcionam como estratégias de reconstituição das redes.”
Granovetter, Mark (1973), The strength of weak ties
A força dos laços
“Granovetter inicia afirmando que as noções de força, num laço interpessoal, devem satisfazer a seguinte definição: a força de um laço é a combinação de uma quantidade de tempo, de intensidade emocional, de intimidade (confidência mútua) e serviços recíprocos que caracterizam o laço. Cada uma destas características é, de alguma forma, independente das outras embora o conjunto seja obviamente altamente correlacionado. O argumento teórico baseia-se na maior probabilidade de, dados quaisquer três atores A, B, C, em que A tem laços com B e com C, os atores B e C estabelecerem também um laço BC entre si, em função da força dos laços AB e AC. Dada a definição de força dos laços, infere-se que a probabilidade de interação BC, e portanto de estabelecimento pelo menos de um laço fraco BC, é elevada se os laços AB e AC forem ambos fortes. Ou, dito de outro modo, que a probabilidade de ausência de laço BC é muito baixa (embora a probabilidade não seja de facto inexistente).”
“a transmissão de informação é mais diversificada e menos limitada quanto mais laços fracos (servindo como pontes) existirem na rede. Por oposição, numa rede predominantemente formada por laços fortes, a informação circulante será repetida e limitada a poucos cliques1. Com base em alguns estudos descritos, Granovetter conclui que o menor número total de pessoas é alcançado através de redes geradas por laços fortes e, inversamente, um maior número de pessoas encontra-se presente em redes com a presença de laços fracos (1973: 1369).”
“Laços fracos em redes egocêntricas
De um ponto de vista individual, os laços fracos são um recurso importante para tornar possível a mobilidade de oportunidades. Utilizando uma perspectiva macroscópica, vemos que estes laços fracosdesempenham um papel importante na efetivação da coesão social. Quando alguém muda de uma rede de laços para outra, não se trata apenas de uma simples mudança, cria-se também uma relação entre a primeira e a segunda rede. Esta mobilidade permite constituir estruturas elaboradas de laços fracos, que funcionam enquanto pontes que ligam os clusters mais coerentes das redes operativas em determinados locais. Em algumas áreas específicas, (profissionais, técnicas, etc.) esta mobilidade permite também um fluxo superior de ideias e informação, que geram uma sensação de comunidade, especialmente ativada em reuniões e convenções. Importa ressalvar que dessas reuniões, a mais importante das
consequências que delas resultam será mesmo a manutenção dos laços fracos.”
 Texto: Associativismo cabo-verdiano em Portugal: Estudo de caso da Associação Cabo-verdiana em Lisboa 
Autores: Cristina Carita, Vasco Nuno Rosendo
“Neste artigo, os autores propõe-se a abordar o associativismo no caso cabo-verdiano mais especificamente a Associação cabo-verdiana. Esta associação teve uma importância crucial no processo migratório, na intervenção e defesa dos valores culturais e políticos dos cabo-verdianos que por sua vez, facilitou a sua integração no país de origem.”
“ Este tipo de associativismo é mais característico de sociedades urbanas ou de sociedades rurais que rapidamente se urbanizaram, porque o associativismo é mais visível em zonas de maior população e maior estatuto socioeconómico que possibilita um maior nível educacional como é o caso dos habitantes das cidades. Esta rápida urbanização é fruto do enfraquecimento dos laços entre vizinhos e familiares. 
Embora as associações sejam palco de interacção social, essa sociabilidade não tem toda a mesma intensidade, variando do interesse e participação dos indivíduos na vida associativa. Dentro das associações pode existir dois grupos com funções essenciais, as manifestas, que são reconhecidas pelos associados e as latentes (apenas observadas pelo olhar do investigador). Mas este reconhecimento relaciona-se com a participação dos indivíduos e com a relação dos mesmos com os seus semelhantes e com o exterior. Esse papel de mediação por parte da associação permite fazer-se ouvir a voz de “uma comunidade étnica minoritária”, ou seja, uma “unidade social intermediária” que contrapõem-se à “unidade macro-social da sociedade” e a etnicidade.”
“Um autor abordado por Carita e Rosendo, o Rex, diz-nos que as características do grupo étnico são moldadas consoante os ideais da organização e a forma como quer jogar com eles, para criar uma identidade étnica. Até porque esta identidade vai reflectir a posição do grupo étnico na sociedade e nos vários contextos sociais que se lhe apresentam, sabendo que estes grupos sempre foram alvos de situações de conflito, opressão, discriminação etc., torna ainda mais premente esta defesa dos interesses do grupo. 
O associativismo étnico desenvolve-se então muito assente na imigração e nas redes sociais de parentesco e amizade, ou conhecimentos já existentes no país de acolhimento, desta forma podemos entender que a imigração é um processo condicionado pelos conhecimentos que se detém, originando uma repetição verificável em várias gerações. São factores como este que fortalecem a associação e os transforma numa pequena comunidade do seu país de origem alojada no país de acolhimento, esta dualidade pode criar constrangimentos pessoais e morais ao próprio individuo, que se vê a representar dois papéis, originando uma “crise de identidade cultural” (Antunes, 1981) 
Este texto inicia-se contextualizando o associativismo nomeadamente o étnico e a sua importância para a mediação entre indivíduos pertencentes à associação e a sociedade, podendo desta forma preservar a identidade étnica. No entanto o estudo pretende ser uma abordagem mais profunda á associação Cabo-verdiana, e os autores pretendem fazer uma contextualização histórica, desde a sua criação, os seus objectivos primordiais e como se foram alterando, a própria denominação, ao longo dos vários anos da sua existência. Dividem o aparecimento desta associação em três fases, e comparam-nas, para entender as vantagens e desvantagens de cada uma, conseguindo aferir sobre os números relativos a associados nas três fases, de que estrato seriam, de que forma se manifestariam, para podermos perceber a crise na organização, neste caso a associação, não só em Cabo Verde, visto que como foi referido inicialmente, que as associações surgem em sociedades urbanas ou sociedades rurais que se urbanizaram rapidamente, e a maior característica das sociedades urbanas, é a anomia, e a individualização, que afecta directamente o pressuposto principal de uma associação.”
 ADLER, P; KWON, S; HECKSCHER, C. (2008). Professional work: The emergence of Collaborative Community.
 “temáticas relacionadas com a evolução organizacional do trabalho profissional, fundamentando o seu caso de estudo em médicos e hospitais. Procura primeiro mostrar que a ascensão dos princípios Hierárquicos e de Mercado nas organizações de trabalho profissional não diminuem o papel da Comunidade, e segundo, que neste processo a Comunidade sofre profundas transformações. Refere também que o princípio de Hierarquia e de Mercado cada vez mais estão presentes no trabalho profissional, mas no entanto o princípio de Comunidade tem crescido de uma maneira mais influenciadora. Acreditando, apesar da dificuldade em provar, que a comunidade profissional está a evoluir de uma “Gemeinschaft”, passando por uma “Gesellschaft” para uma nova forma nunca antes assumida. Os autores começam por esclarecer que o significado de comunidade se torna ambíguo quando as pressões da hierarquia e do mercado são tão fortes, justificam ao referir que as duas formas tradicionais, são limitadas tanto no desenvolvimento como na difusão de conhecimento, resultando numa crescente emergência para uma Comunidade Colaborativa. 
Os autores, referindo-se a Krause (1996) apresentam que as profissões liberais, partilham elementos que se assemelham às corporações de ofício medievais (Gemeinschaft), na medida em que partilhariam o “fechamento” profissional e a competição monopolística, ou seja, a transmissão de conhecimento seria baseada na relação mestre> aprendiz. 
No entanto, fruto das exigências do mercado, as profissões liberais modernas apresentam características da Gesellschaft, pois, enquanto as pequenas firmas que se assemelhavam a corporações de ofício medievais se manteriam como grupos de operações a actuar a uma escala reduzida, as profissões liberais modernas empregam um estilo de administração mais racional, transformando estas pequenas firmas em grandes empresas com aspirações multinacionais.”
“A comunidade colaborativa distingue-se das suas antecessoras primeiro nas suas estruturas sociais, ou seja, enquanto a Gemeischaft se baseia numa divisão mecânica do trabalho onde a coordenação depende das normas tradicionais e a Gesellschaft se baseia numa divisão orgânica que depende das flutuações do mercado e da autoridade hierárquica para garantir a coordenação, na Comunidade Colaborativa estes princípios de coordenação e divisão laboral são desenvolvidos colaborativamente, ou seja, os seus participantes coordenam as suas actividades através de um objectivo comum, assim o maior atributo da Comunidade Colaborativa será justamente esta contribuição interdependente para os objectivos comuns dos profissionais da mesma área, distinguindo-se assim também na sua dependência por “Self-Construals” interdependentes, no qual o Self se define em torno das relações com os outros dando maior prioridade aos objectivos comuns. 
Assim os autores defendem que a crescente colaboração requerida pelas Profissões Liberais não se restringe apenas aos pares da mesma profissão mas cada vez mais embarca pares de outras profissões”
“The Benefits of Facebook “Friends:” Social Capital and College Students Use of Online Social Network Sites”
Este estudo foi realizado em 2007 e publicadopelo Journal of Computer-Mediated Communication, e analisa a relação entre o uso do Facebook e a formação de capital social. A amostra foi composta por 800 estudantes da Michigan State University e as medidas que fazem parte do instrumento de análise foram: utilização do facebook, bemestar psicológico e capital social (“bridging”, “bonding” e “maintained social capital”). As redes sociais fornecem uma conexão fácil com outros indivíduos que tenham interesses idênticos, fortalecem a comunicação entre a população universitária e proporcionam uma fácil ligação ao mundo do trabalho.”
A mudança nas redes sociais pode afectar o capital social dos indivíduos. O facebook, para os investigadores, é um gerador de potencial devido aos seus padrões de uso e das suas capacidades tecnológicas. As redes sociais sustentam a manutenção e criação de laços sociais e de novas conexões. Os laços sociais surgem da ideia de interação social. Quanto maior o número de laços sociais mais os indivíduos se encontram conectados entre si numa rede. É importante evidenciar que os vínculos baseados na internet criam a formação de laços fracos que servem de base para a evolução do capital social. As interações online que os sites de redes sociais proporcionam não têm necessariamente de ser vistas como “nocivas”, pois mantêm as pessoas em contacto quando estas estão em constante mudança pelo mundo. Além de ajudar os estudantes, por exemplo, a obterem mais benefícios com a sua experiência universitária, pode contribuir ainda para auxiliar um indeterminado número de pessoas que precisam de manter laços.”
“O surgimento de comunidades online assume que os indivíduos usam estes sistemas para se conectarem com outras pessoas fora do seu grupo social existente, formando assim novas comunidades ligadas pelos mesmos interesses. Os resultados deste estudo afirmam que os inquiridos em idade universitária, que utilizam o facebook, estão mais envolvidos nas medidas do capital social. Coleman afirma que “o capital social se refere aos recursos acumulados através das relações entre as pessoas”. Bourdieu e Wacquant (1992) definem o capital social como com “a soma dos recursos, reais ou virtuais, que revertam para um indivíduo ou um grupo, em virtude de possuir uma rede durável de relações mais ou menos institucionalizadas, de conhecimento mútuo e reconhecimento”. Podemos afirmar que para Putman (2000) o capital é um conjunto de recursos que o grupo possui, enquanto para o Bourdieu (1983) o capital é a consequência das relações sociais entre os indivíduos. O capital social mobiliza ações na comunidade, entre outros benefícios, como assumir formas de informações úteis, intensificar as relações pessoais ou mesmo a capacidade de organizar grupos. Ao falar de capital social, distinguem-se três pontos: “bridging social capital”, “bonding social capital” e “maintained social capital”. O primeiro está associado aos chamados “laços fracos” que são conexões soltas que fornecem informações úteis, mas sem apoio emocional (Granovetter, 1982). O segundo refere-se aos indivíduos fortemente ligados, existindo relações fortes como a família e os amigos. Por último, o conceito de “maintained social capital” refere-se à exploração de ferramentas em rede online, possibilitando aos indivíduos continuarem conectados depois de a rede ficar offline. A relação entre o capital social e a internet tem sido alvo de muitas perspetivas, pois a internet pode estar associada à diminuição do capital social, como por exemplo, o fato de os indivíduos não interagirem face-a-face, mas também podem ter efeitos positivos no capital social aumentando a interação entre a comunidade, oferecendo aos indivíduos novas formas de se conectarem uns com os outros.
O Facebook serve para diminuir as barreiras à participação por parte de pessoas que se retraíam/coibiam de iniciar a comunicação com ou responder a outros. São, portanto, encorajados a fazê-lo através das affordances do Facebook. O uso desta rede social pode estar a contribuir para serem superadas as barreiras enfrentadas pelas pessoas que têm baixa auto-estima e baixos níveis de satisfação.”
Little Boxes
• Organização social: grupos, hierarquicamente construídos, homogéneos e fechados;
• Unidade de análise: aldeias, pequenas vilas
(territorializadas);
•Metáfora: “contacto porta-a-porta”
1ª transição (séc. 20)
“This transition was driven by revolutionary developments in both transportation and communication. It was a move from a solidary group in a single locale to contact between people in different places and multiple social networks”
• Pensar relacionalmente/ socialmente as comunidades, enquanto pessoas que se juntam por interesses partilhados;
• Unidade de análise: casa, trabalho, redes de redes;
•Metáfora: “contacto casa-a-casa”
Glocalização: combinação de interação local e global
2ª transição: “The shift to a personalized, wireless world affords networked individualism, with each person switching between ties and networks. People remain connected, but as individuals”
• Organização social: o indivíduo e a sua rede de relações;
• Unidade de análise: redes, a partir do indivíduo;
•Metáfora: “contacto pessoa-a-pessoa” ou mesmo “papel-apapel”
Uma “comunidade pessoal”?
“One useful approach has been to treat "community" as "personal community": a social network of significant, informal "community ties" defined from each person's standpoint. Membership in such a network is defined by ties to each focal person, be they relations of kinship, social closeness, or frequent contact [_]. The focus of personal community network studies on the inherently social nature of community allows scholars to avoid the trap of looking for community only in spatially-defined areas” (Wellman, 2001, p. 21)
Que implicações/ reflexões para o estudo de comunidades virtuais?
• Mudanças na sociedade _ novas formas de organização .
• É preciso revisitar e repensar o conceito de comunidade
• Definição não espacial de comunidade: redes de relações sociais – múltiplas, parciais e especializadas
• “Espírito de comunidade”, sentimento de pertença
Que implicações/ reflexões para o estudo de
comunidades virtuais?
• As comunidades desapareceram
• As redes virtuais diminuem a comunidade/ outras formas de interação
• Internet promove interações entre duas pessoas em detrimento de interações em grupo
• Individualismo, privatização das relações sociais
• Relações virtuais menos “transparentes” que cara-a-cara

Outros materiais