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Guia prático de Análise de Investimentos

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Guia Prático de Análise de 
Investimentos 
O guia COMPLETO sobre mercado financeiro 
- Do básico ao avançado - 
Índice 
 
Apresentação 
Autor 
Responsabilidades 
O que é investir? 
Pânico, o medo de investir 
Poupar é mais importante 
Como funciona a poupança? 
Risco, rentabilidade e liquidez. 
Perfil do investidor 
Diversificação de carteira 
Qual o melhor investimento? 
Oito perguntas 
Bolsa de valores, uma história 
O que é uma ação 
IPO, a abertura de capital 
As etapas de um IPO 
Tipos de distribuição 
Índice Bovespa 
Circuit Breaker 
Simuladores Bovespa 
 
 
 
 
3 
5 
6 
8 
10 
12 
15 
16 
19 
23 
27 
31 
35 
36 
37 
38 
45 
46 
48 
50 
 
Opções de investimento/ETF 
BDR – Brasilian Depositary Receipts 
ADR – American Depositary Receipts 
Opções e derivativos 
LCI – Letra de Crédito Imobiliário 
FIDC 
Fundos de investimento 
CDS – Credit Default Swap 
Commodities 
Análise de empresas e mercados 
Analise Fundamentalista 
Cinco dicas das melhores empresas 
Analisando os fundamentos 
Especulação, a arma dos investidores 
A análise grafista 
Resistências e suportes 
Gráficos e Tipos de Gráficos 
Volume 
Indicadores 
GAPS 
Tendência de Dow 
Bandas de Bollinger 
Candles strategy 
53 
56 
59 
60 
66 
68 
72 
75 
77 
81 
82 
83 
85 
96 
99 
101 
103 
109 
112 
115 
119 
124 
125 
 
Reversão de alta 
Reversão de baixa 
Decorando padrões 
Índice de força 
relativa 
Médias móveis 
MACD 
Combinando os 
Indicadores 
 
Análise na prática 
Conclusão e 
Agradecimentos 
Contato 
 
129 
136 
144 
 
146 
149 
154 
 
158 
 
161 
 
169 
170 
3 
Apresentação 
 
Olá!!! Bem vindo ao Guia Prático de Análise de Investimentos! Nós do Grupo sem Segredos 
preparamos este material especialmente para você! 
 
Este guia foi pensado para passar desde conceitos básicos de educação financeira e análise de 
investimentos dando um conhecimento inicial suficiente para que você consiga realizar seus próprios 
investimentos, bem como entrando no mundo da análise fundamentalista e grafista de ações, 
possibilitando ao leitor deste material realizar investimentos na bolsa de valores! 
 
O e-book foi dividido em quatro partes para que possamos explicar de maneira simples e direta como 
funciona a análise de investimentos (focando principalmente no mercado de ações), como identificar 
boas empresas e ainda como operar na BMF&Bovespa, a Bolsa de Valores de São Paulo. 
 
Para você entender como tudo começou, vamos abordar na primeira parte quais são os primeiros 
passos na educação financeira, demonstrando ao leitor a importância de poupar para o amanhã. Na 
segunda parte, vamos nos aprofundar no mercado brasileiro de investimentos, observando como se 
deu a construção do mercado brasileiro de ações, sua história e crescimento. Apresentaremos também 
como se dá o processo de abertura de capital na bolsa de valores e como as empresas têm suas ações 
avaliadas. 
 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
4 
 
Na terceira e quarta parte vamos focar na análise de ações e empresas em si, demonstrando como 
os grandes investidores fazem suas análises, sejam elas fundamentalistas ou grafistas, nos 
utilizando de exemplos reais para que você possa aprender o passo a passo de como é a vida de um 
trader (quem negocia ações no mercado). 
 
Ao final deste material elaborado especialmente para os leitores do Economia sem Segredos você 
terá aprendido: 
 
• A importância de investir e como fazê-lo 
• As diversas opções de investimento no Brasil 
• A história da bolsa de valores. 
• O processo de abertura de capital de uma empresa 
• Como avaliar as empresas listadas e identificar boas oportunidades. 
• Reconhecer movimentações grafistas. 
• Montar sua própria estratégia de investimentos. 
 
Será ainda disponibilizada uma planilha especial contendo todo o conteúdo do e-book aplicado de 
forma prática e um relatório completo para que você possa controlar suas finanças. 
 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
5 
 
Denis Ferreira 
 
Apaixonado por economia e por transmitir 
conhecimento, Denis Ferreira é o autor e editor chefe 
do Grupo sem Segredos, o qual é composto pelos 
sites Economia sem Segredos, Administração sem 
Segredos, Contábeis sem Segredos, Marketing sem 
Segredos e também o Esportes sem Segredos! 
 
Graduado em Ciências Contábeis e com um MBA em 
Investment Banking, atua como investidor há mais 
de seis anos, procurando hoje a ajudar as pessoas que 
querem conhecer um pouco mais sobre o tema a 
alcançar a sua independência financeira. 
 
 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
Autor 
 
 
 
6 
Responsabilidades 
 
Este eBook é produzido pelo Grupo sem Segredos e possui em sua primeira e segunda parte total 
gratuidade em seu download, podendo este ser repassado a amigos e demais usuários da internet. 
 
Todos os direitos deste eBook são reservados e nenhuma parte deste material pode ser alterada ou 
comercializada de qualquer forma sem o consentimento prévio do seu autor. Caso haja o interesse 
na divulgação, análise, reprodução, alteração de qualquer forma ou publicação favor entrar em 
contato com o e-mail contato@economiasemsegredos.com 
 
Este material tem o intuito apenas de conscientizar seus usuários sobre a importância da educação 
financeira e ainda fomentar de informações os leitores a respeito do assunto. O modo de utilização 
deste material é de total responsabilidade do usuário e este deve agir com prudência na utilização 
das dicas e exercícios propostos no corpo do material. 
 
Lembramos que o investidor não deve se limitar a consultar apenas uma fonte de informações no 
momento de realizar suas aplicações financeiras bem como suas análises. O autor não se 
responsabiliza de forma direta ou indireta pelos resultados obtidos com o conteúdo deste material 
tal como ganhos ou perdas financeiras. 
 
Dúvidas, críticas, sugestões e comentários também podem ser enviados através do e-mail 
contato@economiasemsegredos.com 
 
 
 
Os primeiros passos na 
educação financeira. 
Parte 1 
8 
1.1. O que é investir? 
 
Eu já estou no mercado de ações e também invisto há algum tempo e sei, portanto, que 
no mundo dos investimentos não há fórmulas mágicas ou dicas infalíveis. Tudo que você 
alcançar com seus investimentos deve ser delegado somente a você, seja por bons 
rendimentos ou por uma carteira que lhe fez perder dinheiro. Então o segredo para uma 
carteira rentável e segura são os estudos que você aplicar nela! 
 
Assim como uma fórmula matemática que diz que 1 + 1 = 2, podemos dizer que “sólido 
conhecimento teórico” + “aplicação prática” = “bom retorno financeiro”. No entanto, 
diferente da matemática que é uma ciência exata, o mundo dos investimentos é cheio de 
variáveis e inconstâncias que deixam qualquer analista experiente de cabelos em pés com 
uma alta ou queda inesperada na bolsa de valores, por exemplo. 
 
Sendo assim, por mais que você se prepare e busque entender cada mínimo detalhe do 
funcionamento do mercado de ativos e investimentos, sempre poderá haver um evento 
extraordinário que altere todo o curso da história (tanto para o bem como para o mal). 
 
Você então deve estar se perguntando “Mas como me prevenir de ocasiões inesperadas 
como a descrita e ainda assim ter um bom lucro em meus investimentos?”. A resposta 
para esta questão é o segredo que eu vou trazer para você neste eBook: se preparar e 
planejar diferentes cenários para que o seu risco seja minimizado,não importa a situação. 
 
Então a partir de agora, nosso novo dogma é a frase ao lado: 
 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
“Planejamento é 
minimização de riscos. 
Estratégia é 
potencialização de 
lucros” 
 
Denis Ferreira 
9 Guia Prático de Análise de Investimentos 
Foi assim, desde o princípio, que eu montei minha 
carteira de investimentos vencedora. Antes de entrar em 
um investimento eu pesquisava quase tudo que se era 
possível encontrar na internet, consultava sites de 
especialistas, lia diversos fóruns, acompanhava gráficos e 
simulava tudo no Excel. Depois que eu tinha certa 
segurança sobre eles, eu pesquisava qual 
banco/corretora poderia me oferecer as melhores 
condições para eu poder alcançar a melhor rentabilidade 
possível, é claro, sem me arriscar tanto em bancos 
pequenos ou desconhecidos, pois estes possuem um 
maior risco. 
 
É importante dizer que ás vezes você irá descobrir que 
um banco X te oferece melhores rendimentos, ou que 
uma corretora Y te dá maior segurança. Isto é questão de 
gosto e percepção de valor, então eu não vou (nem devo) 
indicar uma empresa para você, leitor, começar a investir. 
Lembre-se, parte do conhecimento que você irá adquirir 
é sendo independente e buscando as melhores opções 
você mesmo! 
 
Sendo assim, deixamos nosso segundo dogma para um 
investimento mais tranquilo: 
“Uma corretora é a porta entre 
você e seus investimentos. 
Escolher uma corretora de 
confiança é fundamental para 
você não ter nenhuma dor de 
cabeça futura e poder se 
concentrar somente nos seus 
investimentos.” 
 
Denis Ferreira 
10 
1.2. Pânico, o medo de 
investir 
 
Lendo diversos sites, fóruns e artigos na internet, 
sempre acabo me deparando com reportagens e 
textos que me fazem pensar o porquê do brasileiro 
ser um povo tão receoso em investir na bolsa de 
valores, títulos públicos, mercado de derivativos e 
etc.. Em uma das minhas pesquisas, acabei lendo 
diversas reportagens acerca do medo de se investir 
do povo brasileiro. Compilando os dados que 
encontrei, segue alguns bullet points com as 
conclusões dos pesquisadores (lembrando que estas 
conclusões são feitas a partir de uma amostra que os 
pesquisadores utilizam-se como base para o estudo e 
com estes dados eles conseguem chegar a uma 
porcentagem proporcional): 
– Menos de 1% da população brasileira investe em 
ações. Você leu certo! Somos mais de 200 milhões de 
brasileiros e menos de um por cento de nós investe 
ativamente na bolsa de valores. 
 
– Os três principais motivos para os entrevistados terem 
receio de investir na bolsa de valores são: 
 
• Não tem conhecimento para investir. 
• Não conseguem guardar dinheiro para investir. 
• Consideram sua renda muito baixa. 
 
– Os brasileiros dizem preferir menor rentabilidade se 
tiverem mais segurança. 
 
– 65% dos brasileiros se dizem conservadores na hora 
de investir. Porém o incrível é que destes que se 
consideram conservadores 85% não sabem dizer qual é 
a diferença dos riscos entre um perfil conservador e um 
arrojado na hora de investir. 
 
– 45% dos brasileiros preferem a poupança como o 
melhor investimento, mesmo que 27% dos 
entrevistados considerem a poupança um investimento 
agressivo e de alto risco. 
 
 
 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
11 
– 40% dos brasileiros não sabem para que serve a bolsa 
de valores. E se você pensou que pelo menos os outros 
60% sabem você se enganou! Dos que disseram saber, 
assustadoramente 10% dizem que você está 
emprestando dinheiro à empresa, 6% acreditam que 
você está comprando a dívida da empresa e 20% dizem 
que você está comprando a empresa (não foi usado o 
termo ser sócio) e se tornando dono dela. 
 
– Quando se fala de consumo, 85% dos brasileiros 
confessam comprar sem nenhum planejamento, ou 
seja, sem pensar nas parcelas, juros e correções inclusas 
no preço que irão pagar. 
 
– Os americanos utilizam a bolsa de valores de seu país 
como uma forma de poupança, já os brasileiros 
acreditam que a bolsa serve somente para especular e 
ganhar (ou perder) dinheiro rápido. 
 
– 35% dos brasileiros acreditam que a bolsa é somente 
para pessoas ricas e que os investimentos iniciais são 
acima de R$ 1.000.000,00. 
 
 
 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
 
– Quando foi questionado sobre qual era o investimento 
mais volátil, ou seja, aquele que possui maiores 
variações e exposição ao risco, 27% das pessoas 
disseram ser este investimento a Poupança. Outros 37% 
disseram nem conhecer qualquer investimento que se 
encaixasse na questão. 
 
 – Em uma pesquisa sobre investimentos 37% das 
pessoas disseram que deixam seu dinheiro na poupança 
(mesmo achando, de forma errada, que este é um 
investimento arriscado) e 44% deixam seu dinheiro 
simplesmente parado na conta corrente sem nenhum 
tipo de movimentação. 
 
Sim amigos. É assustadora a forma como os 
brasileiros veem os investimentos no país e 
também como eles não possuem o menor 
conhecimento sobre o tema. Posto isso, é de 
extrema importância que antes de se iniciar 
qualquer empreitada no mundo dos 
investimentos, se faz necessário um profundo 
estudo acerca dos tipos de investimentos (ativos 
financeiros) que você deseja ter em sua carteira 
de ativos. 
 
 
 
12 
1.3. Poupar é mais 
importante do que investir! 
 
Agora vamos saber se você conhece a relação POUPAR x 
INVESTIR? 
 
A frase “é mais importante poupar do que investir” é incontestável. 
Se no final do mês não sobra aquele dinheirinho para você colocar 
na poupança, como você espera ter alguma sobra do salário para 
poder investir? 
 
Ai é que está a questão! Por que temos que torcer para sobrar um 
pouco de salário no fim do mês para investir? Quando não 
priorizamos a poupança (não a caderneta de poupança, mas o ato 
de poupar, guardar dinheiro) dificilmente vamos entender a 
importância de termos uma reserva monetária para possíveis 
imprevistos, para realizar sonhos ou até para investir. Um dos 
grandes déficits que temos em nossa educação se diz parte à 
educação financeira que recebemos. Temos que aprender que 
poupar vem em primeiro plano uma vez que não podemos prever o 
futuro e estar preparado para ele é essencial! 
 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
 
13 
Você já deve ter ouvido a importância de separar pelo menos 10% do seu salário para um fundo de 
emergência, mas somente isto não basta. Temos que nos esforçar para que possamos organizar 
nossas finanças pessoais de modo que além de uma reserva tenhamos também um dinheiro disponível 
para investimentos. Dinheiro investido é dinheiro que trabalha para seu dono, ou seja, enquanto você 
está fazendo suas atividades diárias seus investimentos estão rendendo e acumulando VALOR para 
você. 
 
1.4. Mas como fazer para poupar antes de 
investir? 
 
Quando alguém começa a se interessar por investimentos logo vem à cabeça das pessoas que ela irá 
ter quatro monitores de computador com vários gráficos, preço das ações, notícias do preço do 
petróleo e a cotação do dólar na tela. Se esse também é o seu pensamento, saiba que você está 
redondamente enganado. 
 
Investir ainda é um mito para muitos brasileiros, pois nosso país não tem a cultura de reservar uma 
parte de seu dinheiro para aplicar em ações, CDBs, Letras financeiras dentre outras opções. Mas e se 
eu te disser que mais de 40 MILHÕES de brasileiros investem quase todo mês e nem ao menos sabem 
que o fazem… você acreditaria nisto? Pois este é o número de pessoas que investem mensalmente na 
Caderneta de Poupança, um dos tipos mais comuns e simples de se investir dinheiro. 
 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
14 
“Poupar é mais importante do que investir”Como eu já disse anteriormente, o dito popular acima não me deixa mentir. Para quem começa a formar a 
ideia na cabeça de ser um investidor quase sempre se faz a mesma pergunta: Mas como vou conseguir o 
dinheiro para investir? 
 
Muitos dos produtos disponíveis no mercado para investimento exigem que seja feito um aporte inicial para 
poder comprar um título ou certificado, ou seja, você precisa de uma elevada quantia inicial para começar. Não 
é difícil de encontrar investimentos que começam com um aporte de R$10.000 a R$ 50.000. Na verdade, 
grandes bancos geralmente são quem possuem as maiores necessidades de aportes iniciais estrondosos. Mas 
não é somente isto que impede que muitos investidores comecem a investir em produtos mais elaborados. 
Muitas vezes as taxas (de administração, de corretagem, de oportunidade) corroem o lucro desejado para o 
pequeno investidor que está começando agora. A poupança vem então neste sentido dar uma ajuda para 
estes novatos! 
 
Com um mecanismo bem simples de aplicação de dinheiro, isenção de impostos, isenção de taxas e liquidez 
imediata, a poupança é uma excelente opção de acúmulo de capital para se investir no começo. 
 
 
Mas antes de conhecermos mais sobre a poupança, que tal aprendermos como 
controlar as nossas despesas? Então clique aqui e baixe agora mesmo a planilha de 
Despesas Pessoais do Grupos sem Segredos. 
 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
 
15 
1.5. Como funciona a 
poupança? 
 
 
A poupança é uma aplicação que funciona baseada no 
pagamento de juros no aniversário mensal de um depósito. 
Simplificando, o banco paga para você um rendimento por 
deixar um dinheiro aplicado com ele durante certo período de 
tempo (geralmente um mês). 
 
Sua rentabilidade antigamente era uma taxa fixa de 0,5% ao mês 
mais a T.R. (taxa referencial), porém hoje ela varia de acordo com 
o patamar em que se está a Selic*. Desde 04 de maio de 2012 a 
poupança rende 70% da taxa Selic quando esta estiver em 8,5% 
ao ano ou menor mais a T.R. 
 
Importante ressaltar que os depósitos que foram realizados até o 
dia anterior a esta data (04/05/12) continuam com a sua 
rentabilidade antiga e não se alteram independentemente do 
patamar da Selic. 
 
 
* Selic: Taxa básica da economia brasileira a qual “guia” demais taxas 
de juros cobradas (ver: http://economiasemsegredos.com/taxa-selic-
um-exemplo-a-ser-seguido/) 
 
 Guia Prático de Análise de Investimentos 
Uma mesma conta pode possuir depósitos com o 
rendimento antigo e novo ao mesmo tempo e caso 
você saque parte deste dinheiro, o saque retira 
primeiro o depósito com a nova regra para preservar os 
depósitos com a rentabilidade antiga. 
 
Então a poupança não oferece riscos? 
 
Risco todo investimento oferece, seja ele baixo ou alto. 
A diferença é que a poupança é um investimento com 
baixíssimo risco por dois motivos principais: 
 
1º) O FGC (Fundo Garantidor de Crédito) garante ao 
poupador o reembolso de até R$ 250.000,00 (duzendos 
e cinquenta mil) caso o banco em que a pessoa tenha 
poupança quebre. 
 
2º) O dinheiro depositado nas poupanças brasileiras 
servem como um fundo para empréstimos para 
compra de imóveis. O banco deve repassar 65% do 
total do montante para empréstimos imobiliários, um 
dos empréstimos que possuem o menor calote. Sendo 
assim dificilmente você irá perder o seu dinheiro 
aplicado em sua caderneta de poupança. A longo prazo 
a poupança se mostra um investimento interessante 
para reservas financeiras de emergência e também 
como um “cofrinho com benefícios”. 
 
16 
1.6. Risco, Rentabilidade e Liquidez. 
 
Agora que você conhece como funciona a poupança, a pergunta que pode ter ficado no ar é “Vale a 
pena?”. Como vimos no exemplo da caderneta de poupança, ela é um investimento com um baixo 
risco, uma elevada liquidez já que você pode sacar a qualquer momento o seu dinheiro, porém com 
uma baixa rentabilidade, podendo às vezes seu rendimento perder até para a inflação*. Sendo assim, 
pode ser do interesse do investidor buscar outros ativos que tragam uma maior rentabilidade, 
assumindo maiores riscos. Mas então o que deve ser avaliado em um investimento para saber se ele 
está adequado para mim? 
 
Às vezes os pequenos investidores acabam se atrapalhando e fazendo as escolhas erradas, perdem 
mais dinheiro do que ganham e acabam por fim desistindo de investir. Por isso quando começo 
qualquer conversa com alguém que quer começar a investir eu pergunto: 
 
“Qual o risco você está disposto a correr?” 
 
De acordo com a resposta da pessoa, devemos levar em consideração a tríade que serve como base 
para a avaliação de qualquer tipo de investimento: Risco x Rentabilidade x Liquidez. A descrição dos 
termos pode ser vista na próxima página. 
 
* Inflação: perda percentual do valor do dinheiro no tempo (ver: http://economiasemsegredos.com/nossa-a-inflacao-subiu-ta-mas-e-
dai/) 
 Guia Prático de Análise de Investimentos 
17 
Quando vamos escolher um investimento temos 
que observar certos pontos para que no futuro 
nós não passemos raiva ou necessidade 
financeira. Por exemplo, investir na poupança é 
um investimento seguro, pois o FGC garante até 
duzentos e cinquenta mil reais caso a instituição 
financeira quebre, ele é um investimento líquido 
porque posso sacar o meu dinheiro a qualquer 
momento em qualquer caixa eletrônico, porém 
ele não é muito rentável. Como foi dito, a 
poupança rende apenas 70% da Selic quando ela 
está em 8,5% ou menor mais a taxa referencial 
que está quase zero de rendimento, ou seja, 
quase nem dá para cobrir a inflação. E um 
imóvel? É um bem fixo! Posso ganhar o aluguel e 
ser feliz, porém e se eu precisar de dinheiro? 
Consigo vender este imóvel rápido o suficiente 
(liquidez)? Por outro lado, eu posso investir em 
ações. Estas possuem uma boa liquidez (posso 
vendê-las no pregão do dia na bolsa de valores) e 
dependendo da ação ela possui uma boa 
rentabilidade, porém junto com ela vem um 
grande risco. 
 
Risco: risco é a chance de um plano seu 
ser diferente do esperado, ou seja, 
quando você planeja algo e este não 
acontece. Qual o risco que corro ao 
investir neste produto, ação, carteira de 
investimentos? 
 
Rentabilidade: é o valor final que se 
espera receber por investir o dinheiro. 
Qual o retorno que espero ter nesta 
aplicação financeira? 
 
Liquidez: é a capacidade de um ativo se 
transformar em dinheiro. Posso retirar 
meu dinheiro desta aplicação a qualquer 
momento? 
 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
18 Guia Prático de Análise de Investimentos 
 
Como assim risco? 
 
Ao analisar um investimento considerado de 
alto risco você provavelmente vai encontrar 
uma rentabilidade elevada atrelada a este 
investimento, mas cuidado, por ser de alto 
risco este investimento pode ao invés de te 
trazer muito dinheiro trazer muita dor de 
cabeça. 
 
Então alto risco é igual à 
rentabilidade? 
 
Não!!! Muitos iniciantes acreditam que por um 
investimento apresentar risco alto a 
rentabilidade será maior. Se um investimento 
é arriscado é porque a probabilidade de ele dar 
efetivamente certo pode ser muito pequena. 
Quais as chances da ação da empresa X 
valorizar? E se descobrirem um rombo 
financeiro no caixa da empresa? Concorda que 
esta ação vai perder seu valor e assim você 
perderá dinheiro? 
 
 
Ao analisarmos um investimento temos 
que nos atentar ao nosso perfil e ao ponto 
de equilíbrio: 
19 Guia Prático de Análise de Investimentos 
 
A imagem acima nos mostra a correlação destes três 
itens a serem avaliados, porém este ponto de 
equilíbrio pode variar de pessoa pra pessoa. Quem é 
mais jovem e pode arriscar mais dinheiropode correr 
um risco maior, pois dará tempo de recuperar este 
valor. E alguém próximo da aposentadoria? Este vai 
preferir um investimento mais seguro, mesmo que 
com uma rentabilidade menor. 
 
Para saber qual é a combinação perfeita entre os 
fatores Risco, Rentabilidade e Liquidez, antes 
devemos conhecer qual é o nosso perfil de investidor. 
 
1.7. Perfil do investidor. 
 
Uma vez que você tenha decidido que quer investir e 
está disposto a aplicar uma boa parte do seu tempo 
no aprendizado de como maximizar seus lucros, 
devemos alertá-lo que nem todo investimento pode 
servir para você! 
 
 
 
Isso acontece porque todos nós temos um perfil 
psicológico que afeta diretamente o nosso modo de 
investir. Esse perfil é conhecido no mercado 
financeiro como perfil do investidor sendo ele um 
estereótipo de características em comuns que um 
mesmo grupo de investidores possui. 
 
O tipo de perfil de investidor em que você se 
enquadra define quais ativos financeiros seu agente 
de investimentos, ou até você mesmo por conta, 
buscará ter em sua carteira. Se você aceita, por 
exemplo, um elevado risco de variações de ganho e 
perda em seus ativos, busca alta rentabilidade em 
um prazo curto de tempo e ainda não possui 
necessidade de liquidez imediata, você 
provavelmente será enquadrado no perfil de 
investidor “agressivo”, título dado àqueles que 
desejam elevados ganhos em prazos curtos, 
assumindo grandes riscos. Já se você prefere uma 
renda estável e previsível, mesmo que não tão 
elevada, mas com a segurança de que no final do 
mês sempre haverá um pequeno valor a sacar, você 
provavelmente se enquadrará no perfil de risco 
“conservador”, visto que seu foco não são ganhos 
estrondosos, mas sim proteção de capital no longo 
prazo. 
 
20 
Bancos, corretoras, clubes de investimentos e outros fazem esta análise de perfil psicológico 
com o intuito de alinhar suas expectativas com os produtos oferecidos por eles, além de não 
expor seus clientes a um risco acima do qual eles gostariam de ter. Logo ao abrir uma conta 
junto a uma empresa que administrará seus investimentos, é comum o investidor receber uma 
série de perguntas do tipo: 
 
• “Quantos anos você tem?” 
• 
• “Qual seu conhecimento no mercado de ações?” 
• 
• “Você pretende resgatar seu dinheiro em quanto tempo?” 
• 
• “Você costuma acompanhar o mercado econômico?” 
• 
• “Qual o percentual de perda máxima que você aceitaria?” 
 
Estas perguntas em geral tendem a te enquadrar em determinadas classes de clientes já 
cadastrados no banco de dados das corretoras, permitindo uma classificação média de suas 
características. Após o envio das respostas, eles conseguem traçar para você uma estratégia de 
investimentos que respeite tanto seu apetite por risco, sua necessidade de liquidez e sua 
expectativa de rentabilidade. 
 
 Guia Prático de Análise de Investimentos 
21 
Se a combinação de suas respostas der, por exemplo, 
um perfil de investidor “conservador”, você 
provavelmente receberá dicas de como investir em 
títulos de renda fixa, títulos públicos do governo e 
deixar uma parte na poupança pra emergências. Já se a 
combinação apontar que você é um investidor 
agressivo, você terá dicas de como entrar no mercado 
de ações, arriscar com os derivativos, com as opções de 
compra e venda e tentar rentabilizar ao máximo sua 
carteira de investimentos. 
“O perfil de investidor serve para, 
nada mais nada menos, ser um guia 
que lhe trará a melhor composição 
para uma carteira de investimentos 
balanceada e diversificada.” 
 
Denis Ferreira 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
22 
Nasci conservador. Será que vou morrer assim? 
 
Umas das coisas mais interessantes acerca dos testes de perfis de investidor é que, conforme os anos vão 
passando, nossa percepção de risco, rentabilidade e necessidade de liquidez também vão mudando, ou seja, o 
tempo muda nossas perspectivas e com isso devemos reestruturar nossa carteira de investimentos para que 
ela não fique fora de nosso perfil. 
 
É comum a um jovem investidor querer e poder arriscar mais, uma vez que ele não tem muitos 
comprometimentos como contas para pagar, filhos, despesas com a casa, carro e etc.. Além disso, caso ele 
venha a perder uma quantia elevada de seu patrimônio, ele tem, em teoria, muito mais tempo para ir atrás do 
prejuízo. Já uma pessoa próxima dos 50 anos de idade possui dívidas e despesas que não podem ser 
abandonadas tão facilmente, como financiamento da casa, faculdade dos filhos, plano de saúde dentre 
outros. Nesse caso, pegar todo o patrimônio deste investidor e aplicar em ações de alto risco é não só 
inadequado como pode vir a destruir todo o patrimônio que ele demorou a constituir. 
 
Sendo assim, se faz necessário a realização de um novo teste de perfil a cada três a cinco anos, para que você 
possa mensurar se, na fase da vida em que você se encontra, os seus investimentos são compatíveis. 
Lembrando que, independente de que estágio da vida ou perfil você tenha, o importante é diversificar. 
Deixamos aqui um link para que você possa descobrir seu perfil de investidor: 
 
Teste de perfil de investidor 
 
* O teste é do site “UOL Economia” e serve para você ter uma ideia de qual seu perfil na hora de investir seu dinheiro. Para 
testes mais completos, consulte uma corretora de valores ao seu gosto! 
 
 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
23 
Certamente você ouviu este conselho de sua 
avó que diz para nunca se colocar todos os 
ovos na mesma cesta, pois se ela cair você 
perde todos os ovos. Bom, no mundo dos 
investimentos não é tão diferente. Se arriscar 
com todo seu capital em apenas ações de 
uma única empresa, por exemplo, isto 
certamente te deixará exposto a todo o risco 
que aquela empresa sofrer. O que ocorre se 
amanhã aquela empresa perder seu 
faturamento ou se a justiça descobrir que ela 
está envolvida em um esquema ilegal, ou até 
pior... a empresa vem a falir? O valor das 
ações irá despencar e junto com eles o 
dinheiro que você possui investido. 
 
Para evitar que isso ocorra você deve sempre 
buscar limitar seu risco em determinado 
ativo, mitigando as chances de perder 
dinheiro através da diversificação investindo 
em setores diferentes (e por que não 
contrários como cíclico e anticíclico*), ativos 
de diferentes riscos, manter alguma liquidez 
disponível e etc.. Abaixo seguem quatro 
passos essenciais ao investidor prudente: 
 
 
1.8. Investimentos e a 
diversificação da carteira 
 
Para quem está começando a investir sempre fica o medo 
de sair com menos dinheiro do que se começou. Mas por 
que este medo? Bom a resposta é simples quando se olha 
para milhares de histórias de fracassos aonde pessoas 
perderam suas poupanças, economias e até bens quando 
se aventuraram a investir. A maioria das histórias de 
fracasso possuem os mesmos três personagens: Falta de 
conhecimento, alocação de todo dinheiro em um só ativo 
e falta de disciplina. Estes ingredientes certamente não 
poderiam resultar em um bom negócio. 
 
Portanto, eu recomendo que antes de começar a investir o 
mais importante é conhecer todos os riscos envolvidos no 
investimento, saber seus prazos médios de retorno e 
estudar exaustivamente sobre o mesmo até se sentir 
seguro. Um pequeno investidor que apenas ouviu um 
amigo ou seguiu a dica de um “guru” do mercado vai 
certamente perder seu suado dinheirinho. A resposta para 
se prevenir destes perigos é sempre a mesma: 
diversificação de carteira. 
 
* Ciclico e anticiclico: setores ciclicos tendem a acompanhar o crescimento da economia como um 
todo ao passo que setores anticiclicos tendem a ir bem quando a economia se deteriora ou retrai. 
24 
 
b) Entenda qual o tempo deretorno esperado: 
 
Conhecer e entender qual o prazo em que você espera ter o retorno para os 
seus investimentos é fundamental. Uma boa dica para isto é estipular metas, 
por exemplo: Eu quero comprar um carro em dois anos ou quero ter minha 
casa em cinco anos. Saber o prazo de um objetivo te ajuda e escolher melhor 
os investimentos que você alocará em sua carteira e também a ajustar os 
investimentos às suas necessidades. 
 
 
a) Entenda seu perfil de risco: 
 
Entender seu perfil de risco é o passo mais importante para se montar uma 
carteira de investimentos. Quando você conhece o risco que você está 
disposto a correr você consegue mensurar melhor a proporção de que cada 
investimento fará no total de sua carteira. Por exemplo: Perfis de risco 
conservadores (aqueles que aceitam um retorno menor, porém uma maior 
segurança) devem alocar seu dinheiro em investimentos em que o 
investidor não corre o risco de ter seu patrimônio deteriorado. 
 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
25 
 d) Defina o percentual de cada investimento: 
 
Uma vez que você sabe seu perfil de risco é importante você definir qual será a porcentagem de cada 
investimento em relação ao total de seus investimentos. Vamos trabalhar com um exemplo para melhor 
explicar: 
c) Estabeleça uma porcentagem de sua renda: 
 
Dizer que você irá investir 100% do que você ganha é irracional. Primeiro porque a maioria de nós possui 
despesas que comprometem nosso orçamento mensal e segundo que mesmo que você consiga guardar todo 
o seu salário isso não é recomendado. Deixar de aproveitar a vida para juntar dinheiro nunca é um bom 
objetivo, pois as tentações te farão logo mais abandonar seu plano de investimentos. Uma boa dica é separar 
10% de sua renda para começar, se manter fiel a esta porcentagem e gradativamente aumentar quando 
possível. Lembre-se, disciplina é um dos grandes desafios de quem é um bom investidor. 
 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
26 
Digamos que uma pessoa possui um perfil de investidor “Conservador” e que ela possui R$10.000,00 para 
investir. Vamos imaginar também que esta pessoa tem o objetivo de comprar um carro em dois anos e 
consegue guardar R$300,00 por mês. Uma vez que ela preza mais a proteção do que altos retornos e estipulou 
um prazo de dois anos para utilizar o dinheiro poupado, temos que pensar em uma carteira que corresponda a 
todos as nossas necessidades. Uma boa carteira para esta pessoa seria: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No exemplo acima a pessoa tem investimentos com e sem liquidez e a carteira atende a sua necessidade de 
perfil conservador, pois possui 70% de sua renda em investimentos de renda fixa (quando se sabe o valor que 
se vai ganhar ao fim do investimento) e uma pequena parte (30%) em renda variável. 
 
Podemos observar também que grande parte do valor total possui liquidez, ou seja, se o investidor precisar 
retirar o dinheiro ele conseguirá sacar o valor investido a qualquer momento. Este é um pequeno exemplo de 
como estruturar sua carteira de investimentos, lembrando sempre que se deve procurar uma corretora e um 
agente de investimentos para que estes possam te auxiliar na hora de investir. 
 
 Guia Prático de Análise de Investimentos 
27 
1.9. Qual o melhor investimento para você? 
 
Sempre que um conhecido meu vem conversar de investimentos comigo a pergunta é a mesma: “Denis, devo 
investir em renda fixa ou renda variável?”. E a resposta é sempre a mesma: 
 
“Siga seu coração!!!” 
 
Brincadeiras à parte (NUNCA siga seu coração na hora de investir, use seu cérebro), a resposta para esta 
pergunta não é tão simples e óbvia como muitos podem pensar. Tudo depende do seu apetite pelo risco. 
Então a regra para quando formos investir, é ter em mente e seguir os quatro pontos principais destacados 
no capítulo 1.8.. Só depois que você estipulou bem seus objetivos, está na hora de escolher como o seu 
investimento será remunerado seguindo as definições: 
 
a) Renda fixa: 
 
Geralmente considerada um investimento de perfil “conservador”, a renda fixa é o tipo de investimento que 
você sabe quanto irá ganhar no final do prazo estipulado logo ao fazer o aporte, mas cuidado, saber o quanto 
você vai no ganhar no final nem sempre significa que você vai sair lucrando. Vamos a um exemplo: 
 
Comprei uma LCI (Letra de crédito imobiliário) com vencimento de um ano, remunerada a uma taxa de juros 
simples (pra facilitar a conta) de 10% ao ano (a.a.). Se coloquei R$ 1.000 Mil hoje, daqui um ano vou receber 
de volta R$ 1.100,00. Simples. 
 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
28 Guia Prático de Análise de Investimentos 
 
Perceba que ao realizar o aporte, eu fechei um 
acordo de 10% ao ano e ponto, nem um 
pontinho a mais nem a menos. Sei, então, que 
no final do ano vou receber 10%. 
 
Mas… e se a inflação subir? 
 
Ora, a inflação não é quando perdemos nosso 
poder de compra? Então esse dinheiro 
investido também sofre as perdas da inflação. 
Vamos a outro exemplo. 
 
1º Cenário (Inflação fecha o ano em 6,5%): 
digamos que neste ano a inflação fechou em 
6,5% a.a. Sendo assim, 10% – 6,5% = 3,5% de 
ganho real (de uma forma bem simplória).No 
exemplo a taxa nominal, ou seja, a taxa 
prometida é de 10%, porém, como a inflação 
“comeu” o poder de compra do dinheiro, a taxa 
real é de apenas 3,5% a.a. 
 
2º Cenário (Inflação fecha o ano em 
11%): se no ano seguinte você investiu 
outros mil reais a mesma taxa de 10% 
por um ano, ao final deste período vai 
receber os mesmos mil e cem reais. Só 
que neste ano a inflação subiu muito e 
bateu 11% a.a. fazendo assim a seguinte 
equação 10% – 11% = -1%, ou seja, você 
perdeu dinheiro. 
 
No exemplo acima a taxa nominal, ou 
seja, a taxa prometida é de 10%, porém, 
como a inflação “comeu” o poder de 
compra do dinheiro, a taxa real é 
negativa. Em sua maioria os 
investimentos de renda fixa também 
possuem uma liquidez menor, ou seja, 
você tem um prazo mínimo para 
resgatar seu dinheiro, podendo esse 
prazo ser de um ano, meses ou até 
décadas. Isso varia em cada 
investimento. 
 
 
29 
b) Renda variável: 
 
Mais simples não poderia ser. A principal característica deste investimento está no próprio nome… a renda varia! 
Neste tipo de investimento, geralmente de maior risco, o x da questão está na tentativa de prever o cenário 
futuro na data de vencimento. Quando a taxa pode variar, você tem chances tanto de perder seu dinheiro como 
de lucrar muito. Quando você aporta seu dinheiro em um investimento de renda variável, ele muito 
provavelmente irá pagar uma taxa sobre um benchmarking*. Para explicar melhor vamos demonstrar isso: 
 
Eu compro um título que paga 3% a.a. + o IPCA (Inflação oficial no Brasil). Ou seja… o IPCA é meu 
benchmarking, pois se ele sobe a minha renda vai subir também e se ele cai a minha renda vai ser menor. Ah! 
Por isso se chama renda variável!!! Com a renda variável, nós conhecemos o rendimento do investimento só no 
final, pois ele vai variar até você resgatar seu dinheiro. Outra coisa é que na renda variável nós conhecemos o 
ganho real do investimento. Entenda: 
 
1º Cenário: O IPCA ficou em 6% a.a., então ganharei 9% nominal (IPCA + os 3%). 
 
2º Cenário: O IPCA ficou em 2% a.a., então ganharei 5% nominal. 
 
Como a inflação (IPCA) é a base para o ganho sobre o meu dinheiro, não importa qual patamar ela atinge, pois 
eu sempre vou ganhar a taxa real dele, ou seja, os 3%, uma vez que o benchmarking só irá repor o dinheiro 
perdido com a inflação. 
 
 
*Benchmarking: índice ou referência a qual o investimento deverá seguir a rentabilidade. 
 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
30 
Afinal, qual o melhor? 
 
Não tem como eu te responder essa tão fácil.Nós vamos cair na explicação do começo do 
capítulo. O que eu posso dizer é: você tem certeza que renda fixa é investimento conservador? 
Não seria mais conservador aquele que indexa seu rendimento em um benchmarking, assim te 
protegendo dos solavancos do mercado? Renda fixa é boa quando você acredita que a inflação 
irá cair, por exemplo, porque ao fixar aqueles 10% de rendimento, caso a inflação caia, você irá 
receber mais retorno uma vez que a inflação comeu menos dinheiro seu. 
 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
31 
2- Posso investir em ações por conta própria 
sem ter que contratar um banco ou 
corretora? 
 
Não! Pelo fato de haver toda uma regulação 
no mercado de ações se faz necessário haver 
um intermediário financeiro autorizado que é 
quem irá realizar a venda e compra de ações 
em seu nome conforme suas ordens. 
 
3- É mais fácil uma corretora ou um banco 
“quebrar”? Em qual é mais barato investir? 
 
A resposta para esta é depende! Depende do 
quê? Bom, depende do tipo de banco ou 
corretora em que se está investindo. 
Tecnicamente falando é mais fácil um banco 
ter problemas financeiros uma vez que ele 
trabalha com diversos produtos que 
envolvem riscos de calote (como crédito 
imobiliário, pessoal e etc.). Corretoras 
possuem papéis específicos e geralmente 
trabalham de uma forma que o cliente 
transfere seus recursos para a corretora e só 
ai pode investir, então se não há dinheiro não 
há investimento. 
 
1.10. Oito perguntas. 
 
Agora que você já entendeu a importância de 
poupar seu dinheiro e está pronto para começar 
a investir, confira abaixo as oito perguntas que 
você deve saber a resposta antes de montar sua 
própria carteira de investimentos. 
 
1- Qual o valor mínimo que preciso para começar a 
investir? 
 
Este negócio de valor mínimo não existe. É possível 
começar a investir com R$ 10, R$ 20 ou R$ 30 reais. A 
pergunta correta é “qual o valor mínimo para começar a 
investir em ações”, por exemplo. A quantia mínima 
depende muito mais do seu objetivo do que da vontade de 
investir. Alocar seu dinheiro na poupança é investir! 
 
A dica é: o ideal é juntar no começo uma boa quantia na 
poupança e depois partir para outros investimentos 
porque muitos deles tem custo alto quando você aporta 
pequenas quantias, diferente da poupança que não possui 
custo nenhum. 
 
 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
32 
O segredo é conhecer até onde você está disposto 
a chegar. Quanto mais rápido for o retorno e maior 
a rentabilidade, maior será o risco que o investidor 
está correndo. O segredo para não sofrer com uma 
perda brusca do capital investido é saber alocar o 
dinheiro em diferentes investimentos, pois assim 
se um perde sua rentabilidade você possui outros 
te protegendo da quebra. 
 
6- E em caso de uma instituição quebrar? Posso 
recuperar meu investimento? 
 
Quando uma instituição é liquidada você perderá o 
seu dinheiro que estiver na “conta corrente” da 
corretora, ou seja, você perderá somente o 
dinheiro que não estava investido. Se seu dinheiro 
estava investido em ações você não as perderá, 
mas será necessário solicitar a uma nova corretora 
que faça a gestão de suas ações. Em instituições 
financeiras como bancos o risco é diferente. 
Dependendo do produto em que você investiu 
você pode demorar a receber seu dinheiro de 
volta. Há produtos também que possuem uma 
proteção do FGC que garante a devolução do 
dinheiro investido mais o valor dos rendimentos 
que totalizem até R$ 250.000 reais. 
 
Sobre qual ser mais barato de investir também depende. 
Há corretoras que oferecem planos bem baratos para 
quem investe pouco. Bancos geralmente possuem taxas 
maiores, mas as pessoas investem por ele por ser mais 
cômodo ter uma conta de investimentos no banco em que 
já possuem uma conta corrente. 
 
4- Como escolho uma corretora para começar a investir? 
 
Há diversas corretoras com serviços específicos para cada 
tipo de cliente. Pesquisar quais são as que melhor se 
encaixam as suas necessidades x custo é o segredo para 
escolher a melhor opção. No começo priorize aquelas que 
possuem as menores taxas para pequenos investidores e 
aquelas que também possuem suporte ao cliente na hora 
de investir. Como você está começando neste mundo 
novo o melhor é ter um acompanhamento profissional 
para não perder dinheiro. 
 
5- Há riscos de perder todo o meu dinheiro investido? 
Quando um investidor começa a aplicar seu dinheiro seja 
em ações, CDBs, Fundos de investimentos dentre outros é 
necessário ter em mente que irá correr riscos. Como fazer 
para minimizar estes riscos? 
 
 
 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
33 
 
 
 
8- O que devo avaliar na hora de 
escolher um investimento? 
 
O principal é saber o porquê você está 
investindo. Qual o prazo que você 
quer resgatar o seu dinheiro? Quanto 
quer lucrar? Está disposto a correr 
mais riscos por mais rentabilidade? 
Sabendo estas respostas você 
consegue identificar qual o risco, o 
retorno e a liquidez que você quer nos 
seus investimentos e assim 
conseguirá escolher a melhor opção. 
 
 7- Há investimentos que não possuem 
tributação como o Imposto de Renda (IR)? 
 
 
Sim, alguns investimentos não possuem a 
incidência de IR, ou seja, quando você for 
sacar o dinheiro você não tem o valor de seus 
rendimentos diminuídos pelo imposto. 
Alguns exemplos são a poupança, as LCIs, os 
dividendos, debêntures de infraestrutura e 
etc.. 
 
 
 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
O mercado brasileiro de 
investimentos. 
Parte 2 
35 
2.1. Bolsa de valores, uma história. 
 
Quem tem contato com os jornais de economia com certeza já ouviu falar desta tal de 
BM&F Bovespa. Hoje ela é a bolsa de valores oficial do Brasil e uma das maiores bolsas 
do mundo no quesito valor de mercado. 
 
A Bovespa tem seu início datado em 23 de agosto de 1890, quando nesta data um grupo 
de agentes de negócios, tendo como líder Emílio Rangel Pestana, fundaram a Bolsa 
Livre, o comecinho da história da Bovespa. A Bolsa Livre não durou muito e assim 
quatorze meses depois de sua fundação ela já deixou de existir. Depois de quatro anos 
uma nova tentativa de se instaurar uma bolsa de negociações no Brasil deu origem a 
Bolsa de Fundos públicos de São Paulo, uma bolsa da qual o governo tinha total controle 
sobre seus corretores. 
 
Muitos anos depois, em 1917, foi fundada a Bolsa de Mercadorias (BM) que tinha o 
objetivo de regular e proteger quem comprava e vendia produtos agrícolas em São 
Paulo. Após muitos anos de operação as bolsas alcançaram um tamanho imenso de 
negociações, o que levou as bolsas se desvincular do governo se tornando 
independentes e tendo autonomia administrativa. Foi quando em 1967 que a bolsa de 
São Paulo recebeu o nome pela qual a conhecemos hoje, BOVESPA, e em 1968 foi 
lançado o índice que baliza as principais ações presentes na bolsa, o IBOVESPA. 
 
Em 2008 a BM&F Bovespa nasceu da junção da Bolsa de Mercadorias e da Bolsa de 
Valores, se tornando então umas das maiores bolsas da América Latina, dando espaço 
para a criação de diversos novos segmentos para negociação como o índice de café, de 
ouro, de dólar, além das já conhecidas ações. 
 
“A bolsa de valores é 
como um jogo onde só 
ganha quem conhece 
suas regras.” 
 
Denis Ferreira 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
36 
2.2. O que é uma ação? 
 
Uma ação é a menor parte de um capital social de uma 
empresa, ou seja, quando uma empresa abre seu capital 
em um IPO (Initial Public Offering – Oferta Pública 
Inicial) ela divide em partes iguais seu investimento 
inicial e seus sócios (aqueles que compram suas ações) 
se tornam um dos “donos” da empresa respondendoa 
todos as obrigações e possuindo todos os direitos que 
qualquer outro sócio. As ações podem ser divididas em 
dois tipos principais: 
 
a) Ordinária AÇÃO3: Recebem geralmente o código 3 
após o nome (Ticker) e dão direito a um voto por ação 
quando há assembleias. 
 
b) Preferencial AÇÃO4: Recebem geralmente o código 
4 após o nome (Ticker). Estas não dão direito a voto (há 
poucas exceções), porém quando há a distribuição de 
dividendos as ações preferenciais tem, como o nome 
indica, preferência nos recebimentos destes valores. 
 
Estas ações, ou papéis como também são conhecidos, 
são negociadas diariamente na BOVESPA e compõem 
diversos índices que reúnem as ações levando em 
conta características em comum como índice de 
papéis de consumo, da indústria, de commodities e 
etc.. A negociação de uma ação ocorre quando uma 
parte vendedora (aquele que possui a ação) encontra 
a parte compradora (aquele que possui recursos para 
adquirir a ação) e ambos chegam a um acordo acerca 
do preço (cotação) que aquele ativo vale. Quando 
vemos que uma ação está cotada, por exemplo, a R$ 
5,00 entendemos que este é o valor que o mercado 
considera justo para aquele papel. 
 
Ao longo do dia a cotação de uma ação pode flutuar 
entre altas e quedas até que no fim do pregão* o 
valor final será aquele em que houve a última 
negociação. Quando dizemos que a ação está cotada 
a aqueles R$ 5,00, levamos em conta apenas um 
ativo, porém o mais comum é a negociação de ações 
em lotes de 100, chegando ao valor de R$ 500,00 por 
lote (100 x R$ 5,00). Todas as negociações no mercado 
à vista ocorrem em múltiplos de 100, exceto a 
negociação em valores “quebrados” como, por 
exemplo, 70 ações. Nesse caso a negociação ocorre 
no mercado fracionário onde são realizadas compras 
e vendas em lotes menores, sendo este um mercado 
de baixíssima liquidez, podendo a ordem de compra 
ou venda ficarem dias sem ser executada. 
*Pregão: horário de negociação das ações na Bovespa, conhecido 
como mercado à vista. Ocorre geralmente das 10h às 17h 
37 
2.3. IPO, a abertura de capital. 
 
Quando uma empresa está crescendo ela precisa 
expandir suas operações para dar conta dos novos 
clientes que querem comprar com ela, aumentar seu 
faturamento e expandir sua área de atuação. Para isso 
ela precisa de capital, ou seja, de dinheiro para poder 
financiar sua expansão. Mas o que acontece quando a 
empresa não possui este valor em caixa disponível para 
o investimento? Bem, ela pode conseguir dinheiro 
emprestado para assim dar início aos seus projetos. 
 
 
 
Existem diversos meios de se conseguir dinheiro de 
terceiros, podendo a empresa conseguir capital 
junto a empréstimos bancários, emissão de dívida 
(debênture), aportes monetários dos próprios sócios 
e, um dos mais famosos, o IPO. Da sigla em inglês 
Initial Public Offering (oferta pública inicial) o termo 
IPO significa uma empresa abrir seu capital em 
bolsa de valores para a entrada de novos sócios. 
 
Para uma empresa passar pela oferta de ações no 
mercado ela deve cumprir diversas etapas, como a 
contratação de uma entidade para assessorar a 
transformação da empresa de capital fechado em 
capital aberto. 
 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
38 
2.4. As etapas de um IPO. 
 
O IPO (Initial Public Offering) ou traduzindo o processo de Oferta Pública Inicial de ações é o processo que 
consiste basicamente em transformar o controle acionário de uma empresa, passando de sociedade 
limitada com o controle gerido por um núcleo de empresários para capital aberto, com a negociação de 
participações no capital desta empresa aberta a qualquer interessado. 
 
Colocando em poucas palavras, a empresa passará a ter seu capital social negociado entre diversos 
investidores que irão adquirir uma parte (ação) da empresa. Mas antes de entender como funciona o 
processo de IPO, vale a pena entender o porquê de uma empresa abrir seu capital! 
 
Acesso ao mercado de capitais: 
 
Para realizar as suas atividades corriqueiras uma empresa precisa antes de tudo de dinheiro, ou como é 
comum dizer, de capital. De forma resumida, é possível obter esse capital de três maneiras: 
 
a) Através do aporte financeiro dos próprios sócios/acionistas. 
 
b) Através de empréstimos bancários junto à instituições financeiras. 
 
c) No mercado de capitais. 
 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
39 
Sobre o primeiro, cada sócio pode dar um valor de 
entrada no momento da constituição da empresa, 
conhecido como “capital inicial”, sendo este valor 
acordado entre todos os acionistas e descrito em um 
contrato social para formalização. Já sobre o segundo, 
as empresas podem solicitar junto às instituições 
financeiras um empréstimo monetário o qual a 
empresa se compromete a devolver em uma data 
futura com o acréscimo de juros (também conhecido 
como spread bancário). 
 
Nas alternativas descritas acima, muitos estudiosos 
alegam que ambos podem ser meios relativamente 
caros de se obter capital, afinal os donos da empresa 
exigirão uma remuneração pelo dinheiro investido na 
companhia, sendo essa remuneração maior ou igual ao 
retorno financeiro que estes conseguiriam investindo 
em outros ativos (LCI, CDB, Ações e etc.) ou o spread, 
com o banco sendo também uma alternativa 
relativamente cara, afinal o papel das instituições 
financeiras é a de fazer a “compra e venda” de dinheiro, 
cobrando juros pelos empréstimos, os quais 
geralmente são custosos. 
 
 
 
 
Sobra então aos administradores da empresa tentar 
buscar recursos junto ao mercado de capitais, ou 
seja, vendendo títulos ou ações no mercado a fim de 
levantar recursos com pequenos investidores, 
diluindo o risco. 
 
Seja através da emissão de títulos como 
Debêntures, venda de direitos creditórios através 
de FDICs ou vendendo uma parte de seu controle 
por ações, a obtenção de recursos no mercado 
aberto tende a ser mais barata, visto que há a 
diluição de valores entre diversos investidores. 
Sendo assim, fica entendido que um IPO é vantajoso 
para a empresa quando pensamos que esta 
conseguirá levantar um elevado volume de capital 
no mercado de ativos vendendo pedaços de seu 
controle através de ações. 
 
O IPO é ideal no momento que a empresa já está 
consolidada em seu mercado de atuação e deseja 
crescer através de uma forte expansão de suas 
atividades, sendo o IPO uma oportunidade para a 
companhia alcançar uma grande quantidade de 
recursos de uma única vez. 
 
 Guia Prático de Análise de Investimentos 
40 
2.4.1. As etapas de um IPO. 
 
Dado acima as vantagens de se realizar um IPO, a empresa que desejar abrir seu capital deve entender 
também que o processo como um todo é longo, bastante burocrático e também custoso, podendo a 
companhia ao final do processo perceber que não é vantajoso ou possível abrir seu capital por diversos 
motivos. 
 
Mesmo longo, o processo se faz necessário a todas as empresas, afinal os investidores só comprarão ações da 
companhia quando se sentirem confiantes com o nível de informações disponíveis. Abaixo realizamos um 
passo a passo do processo tendo ao lado uma estimativa do tempo (em média) para cada etapa. 
 
(OBS: Etapas com o mesmo número [Ex: 1.1 e 1.2.] ocorrem simultaneamente). 
 
1) Montagem da equipe especialista (1º mês): antes de dar início aos processos, a empresa 
precisa reunir uma equipe com especialistas no processo de IPO para tornar o percurso o mais 
rápido, seguro e correto possível, evitando que no futuro sejam necessários repetições de 
etapas devido a erros ou desatenção. A equipe deve possuir uma instituição financeira parceira 
(responsável pelo lançamento das ações no mercado), auditores (responsável por analisar os 
dados contábeis da empresa),advogados (responsável pela parte jurídica do IPO) e um 
especialista em contato com a CVM (reguladora do mercado de capitais no Brasil). 
 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
41 
2.1) Solicitação de registro de companhia aberta na CVM (2º mês): como reguladora de 
mercado de ativos financeiros no Brasil, toda empresa que deseja abrir seu capital (IPO) deve 
antes solicitar permissão à CVM. 
 
2.2) Solicitação de listagem na BVMF (2º mês): no Brasil, devido ao fato da BVMF ser a 
única bolsa de negociação de ações, toda empresa obrigatoriamente deve solicitar sua 
listagem nela. Em outros países, como os EUA, que possuem mais de uma bolsa, cada 
empresa fica livre para solicitar a listagem nas mais diversas bolsas, tendo às vezes sua ação 
negociada em mais de uma simultaneamente. 
 
3) Estudo de viabilidade/apetite do mercado (2º ao 3º mês): a instituição financeira 
consulta algumas empresas-alvo para saber se há algum interesse no investimento das ações 
da companhia que pensa em abrir seu capital. Nessa etapa ainda não são conversados 
valores de aporte ou tampouco a cotação da ação em seu IPO. O processo ainda é 
especulativo para dar uma ideia se o projeto de abertura de capital é viável. 
 
4.1) Revisão de contas e dados contábeis dos últimos três exercícios (3º ao 8º/9º mês): os 
auditores envolvidos analisam se as informações contábeis estão de acordo com as normas 
exigidas pela CVM e Bovespa em padrão com o IFRS*, modificando o que estiver em 
desacordo para a emissão de parecer de conformidade dos dados aos possíveis investidores. 
 
*IFRS: normas contábeis padronizadas conforme instruções internacionais. Ver mais em 
(http://contabeissemsegredos.com/ifrs-as-normas-internacionais-de-contabilidade/) 
42 
4.2) Preparação da Análise econômico/financeira e 
DUE DILIGENCE (3º ao 8º/9º mês): é realizado um 
relatório com as informações e projeções acerca dos 
dados econômico/financeiro da empresa, 
demonstrando a viabilidade do projeto dos 
controladores e demonstrando ao mercado a solidez 
da empresa e sua capacidade de gerar lucro aos seus 
novos acionistas. Essa análise é conhecida também 
como due diligence e aborda os seguintes pontos: 
 
•Análise da Adequação dos Sistemas da Empresa. 
•Análise da contabilidade da Empresa e dos controles 
internos. 
•Auditoria dos balanços 
•Análise dos benefícios e dos custos da abertura de 
capital 
•Análise do perfil da empresa. 
•Criação da área de Relações com Investidores 
•Marketing Financeiro do IPO da Empresa no Mercado 
•Análise da situação societária da empresa. 
 
•Contratação de advogados especializados em 
IPO. 
•Eventual simplificação societária caso seja 
necessário mudar a atual estrutura dos 
sócios/controladores e suas participações. 
•Escolha da Instituição Financeira que realizará 
a distribuição pública das ações. 
•Escolha do Conselho de Administração em 
parceria com a empresa. 
•Criação das cláusulas de governança 
corporativa da empresa. 
•Discussão dos planos sucessórios da empresa e 
responsabilidade dos administradores. 
•Discussão sobre a política de distribuição de 
dividendos. 
 
43 
5) Preparação do Prospecto do IPO por uma instituição financeira (9º ao 11º mês): com 
todas as informações em mãos, a instituição financeira monta um documento chamado 
“prospecto”, o qual contém dados da empresa que pretende abrir seu capital bem como 
demais informações que possam interessar o mercado. 
 
Com este documento em mãos, a instituição financeira vai ao mercado para fazer um “road 
show”, sendo este uma visita a diversas empresas-alvo (bancos, corretoras, grupos de 
investimentos, fundos de investimentos e investidores qualificados) a fim de apresentar a nova 
empresa que será listada em bolsa e verificar o interesse destes alvos pela nova ação. 
 
Nesse road show também se forma o “livro de ofertas”, um valor teórico que as empresas 
estipulam para o lançamento da nova ação, sendo esse o valor médio ao qual estas empresas 
estão dispostas a entrar nesse ativo e adquirir suas ações. 
 
6) Avaliação Pré-IPO (Avaliação Final) (12º mês): com a avaliação da empresa e um valor 
médio estimado de abertura de capitais já definido, a instituição financeira realiza um último 
relatório com todas as informações pertinentes consolidadas. Este relatório é então enviado ao 
mercado financeiro como um todo (geralmente disponibilizado na internet/site da companhia 
para download). Este mesmo relatório também é enviado à CVM para finalização do processo 
de abertura de capital. 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
44 
7) Abertura do capital (12º mês): são distribuídas as 
ações no mercado e inicia-se a negociação intraday igual 
às demais ações já listadas em bolsa. 
 
Tempo total: aproximadamente 12 meses. 
 
 
 
Custo total: aproximadamente R$ 2.000.000,00 (dois 
milhões de reais). 
 
 
 
Custo anual: após o IPO a empresa tem um custo médio 
de R$ 1.000.000,00/ano (um milhão de reais por ano) com 
taxas. 
 
“O IPO é ideal no 
momento que a empresa já 
está consolidada em seu 
mercado de atuação e 
deseja crescer através de 
uma forte expansão de 
suas atividades.” 
 
Denis Ferreira 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
45 
2.4.2. Tipos de Distribuição. 
 
Ainda sobre o IPO, podem ocorrer basicamente dois tipos de distribuições no mercado: 
 
a) Distribuição primária: 
 
Emissão de novas ações diretas na bolsa aos investidores em geral ocorrendo a troca ação x dinheiro, sendo a 
empresa quem vende as ações no mercado e quem recebe em troca uma quantia monetária (capital) pela 
venda. O IPO é necessariamente uma distribuição primária. 
 
b) Distribuição secundária: 
 
Realização de compra e venda entre os investidores que possuem ações da empresa em sua carteira. A 
empresa na grande maioria das vezes não possui influência no mercado secundário e tampouco recebe algo 
pela negociação*. 
 
* A empresa de fato se beneficia quando as cotações de suas ações sobem na bolsa de valores, uma vez que 
os investidores demonstram confiança e perspectivas positivas para a companhia. O mesmo aplica-se 
negativamente quando as cotações das ações caem. 
 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
46 
2.5. Índice Bovespa. 
 
Agora que você conhece o que é uma ação e como funciona 
sua abertura de capital na bolsa de valores e negociação, você 
provavelmente está se perguntando “Afinal, o que guia os 
investidores no mercado de ações brasileiro?”. A resposta de 
sua dúvida se encontra no principal índice que os investidores 
brasileiros se baseiam para realizar suas negociações: o 
Ibovespa. “O Ibovespa caiu, o Ibovespa subiu”. Esta é uma 
frase que é diariamente manchete na maioria dos jornais que 
tratam de economia. Mas o que implica sua queda? Minhas 
ações se beneficiam quando o índice sobe? Como saber se 
estou ganhando ou perdendo? 
 
Bom, antes de tudo vamos deixar claro o que é um índice e 
para que ele serve. Parafraseando meu dicionário podemos 
definir índice como um indicador que denota qualidade, 
referência, número para indicar magnitude. O índice na bolsa 
de valores é então um indicador numérico que serve como 
referência para medir a evolução do desempenho das 
cotações negociadas na Bovespa. 
 
A Bovespa atualmente possui cerca de 500 empresas listadas 
que possuem suas ações à disposição dos investidores para 
que estes possam negociá-las. Como medir o desempenho de 
todas as empresas listadas na bolsa de valores daria muito 
trabalho e não teria valor informativo relevante, o Ibovespa 
seleciona algumas destas empresas para usar como 
referencial de desempenho do mercado como um todo. 
 
Mas por que calcular o desempenhode todas 
as ações não é relevante? 
 
Pense comigo, há empresas que são negociadas 
diariamente em enormes quantidades e empresas 
menores que possuem negociações de tempos em 
tempos. Seguindo a regra da oferta x demanda 
quanto mais a ação de uma empresa for negociada e 
requisitada mais sua cotação tem probabilidades de 
subir seu valor e assim elevar o índice. E aquela 
empresa que quase não possui negociação? Sua 
cotação pode ficar por dias estagnada e assim ela 
influenciaria negativamente na mensuração do 
índice. 
 
Com a explicação acima já deu para se ter uma ideia 
do que é levado em conta na hora de uma empresa 
participar da composição do Ibovespa. Para quem 
pensou em quantidade de negociação acertou. Uma 
ação entra ou sai do Ibovespa baseado na sua 
liquidez, ou seja, no volume de negociação que esta 
ação possuiu ao longo dos dias. Quanto mais 
negociações a ação de uma empresa tiver, mais 
chances de compor o Ibovespa ela possui, indiferente 
de quando foi seu IPO. 
 
47 
 
O Ibovespa possui hoje aproximadamente 60 empresas 
que compõem seu índice e representa mais de 80% de 
todo o volume negociado diariamente. Outros quesitos a 
serem cumpridos para que a ação faça parte do índice são: 
 
• Ter sido negociada em pelo menos 95% do total de 
pregões das três últimas carteiras anteriores. 
 
• Ter volume negociado acima de 0,1% do total de 
negociações. 
 
• Não ser classificada como "penny stock" (ações com 
valores abaixo de R$ 1,00). 
 
Caso a empresa descumpra pelo menos dois quesitos 
necessários ela poderá ser excluída do índice. A carteira 
Ibovespa é reavaliada a cada quatro meses para que esta 
não perca sua validade e confiabilidade perante os 
investidores. Nessa reavaliação todas as empresas do 
mercado passam pela análise para se saber qual empresa 
vai entrar, se manter ou sair do Ibovespa. 
 
Para não prejudicar os investidores a Bovespa 
divulga listas com uma prévia da formação da 
nova carteira para não haver corre-corre na venda 
ou compra de ações que ganharam ou perderam 
posições no índice. Estas prévias vêm ao 
conhecimento do público quando faltam 30, 
depois 15 e finalmente 1 dia para a divulgação da 
nova carteira. Abaixo ficam alguns links uteis para 
vocês: 
 
 
Atual carteira do Ibovespa: clique aqui. 
 
 
 
 
Metodologia completa do Ibovespa: clique aqui. 
 
 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
48 
2.6. Circuit Breaker 
 
 
 
Nós já entendemos como funciona o Ibovespa e qual a sua 
importância para a economia e o mercado no sobe e desce das ações. 
Mas com a enorme relevância que ele possui frente aos investimentos, 
será que há algum perigo de o índice da Bovespa despencar de uma 
única vez e fazer com que todos os investidores percam seu dinheiro, 
já que ele representa a maior parte do mercado brasileiro de ações? 
Infelizmente a resposta é sim. No entanto, para a sua felicidade há 
também um mecanismo em defesa dos traders: o circuit breaker. Mas 
antes de entender como ele funciona, vamos conhecer a sua causa! 
 
Você sabe qual é a definição da palavra histeria? Vamos recorrer 
novamente ao dicionário para entender: “Histeria: Manifestação de 
sintomas emocionais e/ou físicos de natureza idêntica, que se 
apresenta em forma de um comportamento irracional de um grupo de 
pessoas diante de um acontecimento”. Em resumo, podemos 
descrever histeria como um pânico generalizado que altera 
rapidamente o comportamento de dezenas, centenas ou até milhares 
de pessoas ao mesmo tempo. Agora imagine a seguinte situação: um 
operador da bolsa de valores está conversando com um grupo de 
amigos quando um deles passa uma informação importante e 
confidencial sobre determinada empresa. Essa notícia é chocante e 
pode trazer enormes prejuízos para a companhia, levando-a a falência! 
Rapidamente ele começa a vender suas ações no mercado e já manda 
essa mesma informação para diversos e-mails de colegas de trabalho. 
Quando estas pessoas abrem seus e-mails e começam a se assustar 
também, todos eles vendem suas ações e realizam o movimento de 
passar a informação destruidora para frente. 
 
 
Em pouco tempo, todo o mercado está sabendo dessa 
notícia e começa a realizar o mesmo movimento: vender 
suas ações. Você como não é bobo nem nada, já deve saber 
o que acontece quando há muitas pessoas vendendo e 
poucas querendo comprar... o preço do ativo despenca sem 
parar através do movimento de oferta e demanda. O preço 
da ação que no início do dia era de R$ 12,00 (por exemplo), 
começa a cair para R$ 11,65... R$ 11,07...R$ 10,39... R$9,60... 
R$ 8,12... e CRASHHH... ... As negociações são paralisadas! 
Agora imagine isso com o mercado (Ibovespa) todo?! 
 
No nosso exemplo, quando o mercado começou a 
derrubar rapidamente o preço das ações, suas 
negociações foram paralisadas a fim de trazer um 
pouco de lucidez aos investidores, dando a eles uma 
pausa para reconsiderarem o porquê desta queda 
brusca. No mercado de ações é exatamente isso que 
acontece quando o Ibovespa atinge queda de -10% 
dentro de um mesmo dia. Esse movimento de trava 
serve como uma segurança ao mercado quando as 
expectativas sobre o rumo da economia não estão 
muito concretos, ou no caso de um grande evento 
mudar a perspectiva repentinamente o sentimento dos 
investidores. 
 
O mecanismo de circuit breaker funciona quando a 
queda atinge determinado percentual em relação ao 
fechamento dos valores no dia anterior. 
 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
49 
A sequência percentual se dá: 
 
1º) Queda de -10%: as negociações ficam paralisadas por 
30 minutos. 
 
2º) Queda -15%: depois dos 30 minutos de pausa, caso a 
bolsa continue caindo até atingir -15%, ocorre uma segunda 
paralisação, neste caso por mais uma hora. 
 
3º) Queda -20%: depois de uma hora de pausa, caso a bolsa 
continue caindo até atingir -20%, ocorre uma paralisação 
definitiva por prazo a ser determinado pela própria BM&F. 
 
Se no caso a bolsa fechou em uma Quarta Feira nos 30.000 
pontos, para que haja um circuit breaker é necessário que 
na Quinta Feira se dê seguinte sequência de quedas: 
 
1º) Queda de -10%: o Ibovespa atinja os 27.000 pontos 
2º) Queda -15%: o Ibovespa atinja os 25.500 pontos 
3º) Queda -20%: o Ibovespa atinja os 24.000 pontos 
 
Caso chegue nos 24.000 pontos todas as negociações são 
paralisadas até que a BM&F decida reabrir as negociações. 
 
 
Importante: a regra de circuit breaker não se aplica aos 
últimos 30 minutos de negociações do dia e no caso de 
ocorrer uma paralisação na penúltima meia hora de 
negociações, após a reabertura do mercado poderá 
haver uma prorrogação de no máximo mais 30 
minutos, sem interrupções, a fim de garantir um 
espaço mínimo para reajustes de expectativas. 
 
Mas afinal, para que serve um circuit 
breaker? 
 
Em resumo, esse mecanismo serve para que os 
investidores sejam impedidos de continuar vendendo 
suas ações por influências de notícias que causaram 
histeria no mercado ou por especulação. O circuit 
breaker funciona como um “balde de água gelada” nos 
investidores para que estes possam parar e repensar se 
estão tomando a melhor atitude ou se devem ponderar 
suas vendas. 
 
 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
50 
2.7. Simuladores Bovespa 
 
A maioria dos pequenos poupadores não entra na bolsa de valores devido a uma combinação de diversos fatores que incluem medo, 
desconfiança, falta de conhecimento, tempo, poucos recursos dentre outros motivos. Em sua grande maioria fica apenas o 
pensamento “Queria tanto aprender a investir na bolsa de valores, mas com o que eu ganho hoje nem penso em me arriscar”. Esse é o 
dilema de milhares de pequenos investidores que pensam em daro grande próximo passo de entrar na renda variável e no mercado 
de ações, porém possuem um medo enorme de falharem e perder tudo o que tem. Nesse vai-não-vai fica o eterno paradigma “Eu não 
conheço porque não entro na bolsa, não entro na bolsa porque não conheço”. 
 
Como uma luz no fim do túnel, existem os simuladores Bovespa de mercado de ações que são como um home-broker de uma 
corretora de investimento real, aonde você pode aplicar dinheiro fictício e experimentar estratégias de investimentos. Nos 
simuladores de bolsa de valores, o participante se cadastra e recebe um valor em dinheiro fictício para poder testar suas estratégias 
no mercado de ações como se estivesse comprando e vendendo ações de empresas reais. Como se trata de um simulador, a maioria 
destes possui um sistema de delay de cotações das ações, ou seja, os preços das ações que são negociados no sistema do simulador 
possui um atraso de quinze minutos aos valores reais, bem como o índice Ibovespa. 
 
A maioria dos simuladores possui um modelo bem parecido com o que o investidor encontraria se estivesse na bolsa de valores real, 
como cobrança de taxas de administração, emolumentos nas transações, taxas de corretagem e etc.. O jogador ainda pode aprender 
a mexer em sistemas de stop loss e stop gain, que são travas de compra e venda de ações que são acionadas caso o a cotação de uma 
ação atinja um determinado valor. 
 
No stop loss, o jogador define uma quantidade máxima de perda que está disposto a correr. Por exemplo, ele compra uma ação a R$ 
10,00 e determina que caso seu preço chegue a R$ 8,00 ela deve ser vendida automaticamente para travar seu prejuízo de no máximo 
dois reais. Já no stop gain, o sistema entende que, caso a cotação da ação chegue a um valor estipulado ele deve vender 
automaticamente, como no exemplo da ação a R$ 10,00 chegando a R$ 16,00. Veja abaixo três simuladores que recomendamos a 
quem quer aprender a negociar na bolsa de valores: 
 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
51 
Folhainvest: 
 
 
Resumo: O simulador da Folha de São Paulo apresenta um 
layout um pouco mais simples de que um home broker, 
porém de fácil entendimento para aqueles que nunca tiveram 
contato com nenhum tipo de negociação em bolsa. Com um 
sistema fácil para a compra e venda de ações, o jogador 
começa com cerca de R$ 200.000,00 e uma carteira de ações 
montada para começar a investir. 
 
Ranking: Possui ranking próprio com a divisão entre ranking 
nacional, regional, entre homens, mulheres, estudantes 
dentre outros. 
 
Grupo de investidores: tem a possibilidade da criação de 
grupo de investidores para que vários jogadores dividam suas 
experiências. Há também um ranking para os melhores 
grupos. 
 
Ferramentas: Stop loss, stop gain, gráfico com rentabilidade 
de patrimônio, acompanhamento da carteira. 
 
Cotações: Delay de 15 minutos. 
 
Site: http://folhainvest.folha.com.br/ 
 
 
UOLinvest: 
 
 
Resumo: O simulador da UOL possui um layout bem parecido 
com o da Folhainvest aonde o jogador experimenta um 
sistema de negociação de ações. Neste o jogador também 
começa com cerca de R$ 200.000,00 mais uma carteira de 
ações montada para começar a investir. 
 
Ranking: Possui ranking próprio com a divisão entre ranking 
nacional, regional, entre homens, mulheres, estudantes 
dentre outros. 
 
Grupo de investidores: tem a possibilidade da criação de 
grupo de investidores para que vários jogadores dividam suas 
experiências. Há também um ranking para os melhores 
grupos. 
 
Ferramentas: Stop loss, stop gain, gráfico com rentabilidade 
de patrimônio, acompanhamento da carteira. 
 
Cotações: Delay de 15 minutos. 
 
Site: http://uolinvest.economia.uol.com.br/ 
 
 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
52 
Simulabolsa: 
 
 
Resumo: Com um sistema um pouco menos sofisticado que 
os outros dois simuladores, o Simulabolsa ganha no item 
personalização. Com este simulador você pode escolher o 
quanto quer ter de dinheiro disponível, bem como pode zerar 
sua carteira inúmeras vezes para praticar novas estratégias. 
Ele também possui uma aba chamada “Aprenda” que mostra 
passo a passo como investir e proceder na bolsa de valores. 
 
Ranking: Não possui ranking. 
 
Grupo de investidores: Não possui. 
 
Ferramentas: Stop loss, stop gain, gráfico com rentabilidade 
de patrimônio, acompanhamento da carteira. 
 
Cotações: Delay de 15 minutos. 
 
Site: http://www.simulabolsa.com.br/login.php 
 
 
Importante: Para todos que vão experimentar os 
simuladores eu indico muita cautela! Ir bem no 
simulador é um ótimo sinal de que você aprendeu o 
espírito do mercado de ações, entretanto, 
lembramos que por ser um simulador algumas 
pessoas tendem a se arriscar mais e 
consequentemente ganhar mais. Como o dinheiro 
não é de verdade, tampouco o prejuízo, muitos 
jogadores tendem a se arriscar mais do que o fariam 
se estivesse utilizando capital real. Sendo assim, se 
você conseguiu grandes retornos sobre suas ações 
nos simuladores, comece a estudar o mercado de 
ativos e as ações que você utiliza no sistema de 
treino para iniciar seus investimentos no mundo real! 
 
Dica bônus: Como dica bônus, eu deixo para vocês 
uma ferramenta online perfeita para o pequeno 
investidor que está começando a acompanhar ações. 
 
O site www.fundamentus.com.br é um sistema que 
registra milhares de informações de praticamente 
todos os ativos negociados na BM&F Bovespa como 
preço das ações, histórico de cotações, informações 
patrimoniais e etc.. Aproveite! 
 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
53 
2.8. Opções para investimento. 
 
O mercado financeiro brasileiro, ao contrário do que muitos acreditam, possui uma vasta quantidade de ativos 
disponíveis para quem quer rentabilizar seu dinheiro. Não estamos falando é claro que podemos nos comparar a um 
mercado como o norte-americano, o qual possui infinitas opções para o investidor, bem como uma estrutura de 
crédito às pessoas físicas muito maior, afinal estamos falando de um mercado financeiro mais antigo que o nosso e 
com um número bem maior de participantes, o que trás liquidez e segurança. 
 
Ainda assim, você pode escolher entre algumas opções e diversificar sua carteira de investimentos, evitando que um 
revés no mercado derrube toda a sua rentabilidade de uma única vez. Nas próximas páginas, demonstraremos quais 
são estas opções abordando os principais ativos disponíveis. 
 
(OBS: Não tratamos sobre títulos públicos, assunto o qual elaboraremos um material completo em breve). 
 
2.8.1. ETF – Exchange Traded Funds. 
 
Muitos investidores começam a desbravar o mercado de investimentos através de aplicações simples como a 
poupança. Fácil e segura, mesmo que ela tenha uma rentabilidade bem próxima da inflação, este investimento se 
tornou a queridinha dos pequenos poupadores. Depois de algum tempo de estudos, alguns investidores se sentem 
mais confortáveis a experimentar outros caminhos e um lugar que quase todos pensam em explorar é a bolsa de 
valores. Esta demanda um pouco mais de apetite por risco e sangue frio, porém, se o investidor tiver uma base sólida 
de conhecimento e uma boa estratégia para investir em ações, sua aventura no mercado de capitais pode ser muito 
rentável. E quem não quer ficar na poupança, mas também não se sente seguro para comprar ações e montar sua 
carteira? Bom, a resposta para este meio termo é um ativo que eu experimentei nos primeiros anos de investidor: a 
ETF ou Exchange Traded Funds. 
 
Guia Prático de Análise de Investimentos 
54 
Um erro comum de muitos é pensar que a ETF é em si uma 
ação, mas ela na verdade se trata de uma cota de um fundo de 
investimentos. A ETF é uma unidade (cota) de um fundo que 
tenta

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