Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
QUESTÃO 1 Há inúmeros princípios aplicáveis ao Direito Penal e todos eles se entrelaçam buscando sempre a segurança jurídica e a efetividade das premissas que compõem o Estado Democrático de Direito, de modo a resguardar os direitos e as garantias dos cidadãos, que em razão da prática delitiva tornam-se objeto do controle formal do Estado. Além de auxiliar na interpretação das normas, os princípios também são importantes ferramentas na elaboração das leis, estão previstos em grande parte na Constituição e muitas vezes decorrem de Tratados Internacionais de Direitos Humanos. Considerando os princípios que compõem o ordenamento penal pátrio, analise as assertivas a seguir: I – O princípio da fragmentariedade é consequência dos princípios da reserva legal e da intervenção mínima, impondo a atuação do Direito Penal apenas como última ratio. II – O princípio da pessoalidade impede a punição por fato alheio como ocorria na Lei de Talião, de modo que a família jamais será alvo de punição pelo ato delituoso praticado por um dos seus. III – É função do Direito Penal proteger todos os bens jurídicos de violações, até os de menor importância, a fim de resguardar a ordem social e as normas constitucionais vigentes. Assinale a alternativa correta. Todas as afirmações estão corretas. As afirmações I e II estão corretas. As afirmações II e III estão corretas. As afirmações I e III estão corretas. Apenas III está correta. QUESTÃO 2 “A culpabilidade, como fundamento da pena, refere-se ao fato de ser possível ou não a aplicação de uma pena ao autor de um fato típico e antijurídico, isto é, proibido pela lei penal. Para isso, exige-se a presença de uma serie de requisitos – capacidade de culpabilidade, consciência da ilicitude e exigibilidade da conduta – que constituem os elementos positivos específicos do conceito dogmático de culpabilidade. A ausência de qualquer desses elementos é suficiente para impedir a aplicação de uma sanção penal”. Sobre a culpabilidade, assinale a alternativa correta: São inimputáveis: os portadores de incapacidade absoluta e relativa por doença ou desenvolvimento mental; os menores de 21 anos; os que estejam completamente embriagados por caso fortuito/força maior. São causas excludentes de culpabilidade: a coação física irresistível, o erro de tipo e a obediência hierárquica. No erro de proibição o agente supõe, por erro, ser lícita a sua conduta, quando, na realidade, é ilícita. O dolo e a culpa integram, respectivamente, a tipicidade e a culpabilidade, segundo a teoria finalista da ação. Na obediência hierárquica é dispensável a existência de relação de direito público entre superior e subordinado. QUESTÃO 3 Cabe ao Tribunal do Júri, em caso de dúvida quanto ao elemento subjetivo do agente, decidir sobre a ocorrência ou não de crime doloso contra a vida. Com esse entendimento, a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) restabeleceu sentença de pronúncia contra um policial militar do Distrito Federal. O policial foi denunciado por tentativa de homicídio. Ele teria disparado, em via pública, em direção à vítima, causando-lhe lesões, conforme laudo pericial. A juíza da Vara do Tribunal do Júri do Gama (DF) pronunciou o acusado, nos termos da denúncia. A defesa do policial interpôs recurso em sentido estrito, objetivando a desclassificação para lesões corporais. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) deu provimento ao recurso, ao fundamento de que “provado que o réu, depois de efetuar um único disparo de arma de fogo contra a vítima, abstém-se de reiterar atos agressivos à sua integridade física, embora pudesse, entende-se que desistiu voluntariamente de matá-la”. O Ministério Público do Distrito Federal recorreu ao STJ. Alegou que o TJDF, diante da existência de fundada dúvida acerca do ânimo do agente, não poderia resolver a controvérsia, pois estaria usurpando a competência do Júri Popular. A relatora do recurso, ministra Maria Thereza de Assis Moura, votou pelo restabelecimento da sentença de pronúncia, considerando essencialmente que, “existindo ponderada dúvida acerca da inocência do réu, bem assim, constatada a presença de elementos suficientes da prática delituosa, não se pode retirar do exame da Corte Popular o julgamento do caso, sob pena de desrespeito ao referido princípio e à competência ditada pela Constituição Federal. São elementos do dolo: Vontade e inobservância de um dever objetivo de cuidado. Previsibilidade objetiva e inobservância de um dever objetivo de cuidado. Vontade e consciência. Consciência e inobservância de um dever objetivo de cuidado. Previsibilidade objetiva e consciência. QUESTÃO 4 Segundo o princípio da ofensividade, para a punição de uma conduta deve esta ser efetivamente gravosa, ou seja, ela deve ofender e provocar uma lesão real e concreta ao bem jurídico tutelado. Sua previsão no ordenamento jurídico é implícita e baseia-se na vontade constitucional de igualdade, bem como no art. 13 do CP, que assim dispõe: “o resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu a causa (...)”. O princípio da ofensividade visa a impedir que imperfeições da norma prejudiquem sua aplicação ao caso concreto. Não é lógico punir uma simples conduta se ela não apresenta a menor probabilidade de risco ao bem jurídico tutelado. a) b) c) d) e) a) b) c) d) e) a) b) c) d) e) DISCIPLINA: Direito Penal - Parte Geral Com base nas premissas acima, assinale a alternativa que define corretamente o princípio da ofensividade: Para que haja crime e seja imposta pena, é preciso que o fato tenha sido cometido depois de a lei entrar em vigor, conforme prevê o princípio da anterioridade. Apesar de uma conduta se subsumir ao modelo legal, não será considerada típica se for socialmente adequada ou reconhecida, isto é, se estiver de acordo com a ordem social da vida historicamente condicionada. O direito penal intervém somente nos casos de maior gravidade, protegendo uma parte dos interesses jurídicos que não pode ser alvo de tutela por outros ramos jurídicos. O direito penal só deve ser aplicado quando a conduta ofende um bem jurídico tutelado, não sendo suficiente que a conduta seja considerada imoral ou pecaminosa pela coletividade. A lei posterior mais severa tem efeito "ex nunc", sob pena de afronta ao princípio da anterioridade da lei penal. QUESTÃO 5 “...Pois se há só a idealização do crime em conjunto, somente a preparação de uma quadrilha que nunca cometeu um crime sequer, configurados estão os elementos preparatórios do tipo — a cogitatio —, os quais não são puníveis pelo nosso Direito.” (...) Voltemos a nossa atenção não para as fases do crime do art. 288 do Código penal, mas para o próprio crime. Não há de se falar se é punível ou não, pois, a tipicidade existe em qualquer fase (existente) do “Iter criminis” neste crime. Sim, o simples fato de associarem-se já tipifica a conduta e, dessa forma, há a sanção punitiva. Como definir a fase de cogitação neste crime? Não existe! Ela existiu individualmente em cada um dos agentes que formam, agora, uma associação criminosa, para a prática de crimes. Quando se dá a “associação”, a fase de cogitação já não existe mais (nunca existiu), pois tal “associação” (tipificada pelo código) se dá com um fim específico, ou seja, cometer crimes. Eles não estão deliberando para decidirem se praticam ou não os delitos (atenção para a pluralidade de crimes que o dispositivo cita), a decisão já está tomada que vão praticar os crimes. Basta saber, apenas, como executá-los Muito se questiona sobre como punir um crime que ainda não aconteceu quando lemos “...para o fim específico de cometer crimes”, mas...o crime do Art. 288 não está tipificado??? Se, pela teoria tripartida (adotada pelo Código Penal) crime é fato típico, antijurídico e culpável, o crime de Associação criminosaé um crime como os demais à luz da tipicidade, pois está definido por lei. (...) Reconhecer a fase de cogitação do “Iter criminis” no crime de Associação criminosa é reconhecer a inexistência da tipicidade do mesmo crime e, portanto, levantar a bandeira da desordem da nossa ordem jurídica. Julgue os itens a seguir: I – A cogitação é a fase interna do percurso criminoso, pois se restringe à mente do agente, motivo pelo qual não há possibilidade de punição nessa fase; II – Em regra, os atos preparatórios são puníveis; III – O Código Penal Brasileiro adotou o critério formal para distinguir a realização de um ato preparatório de um ato executório, conforme se infere do art. 14, II, do CP (“iniciada a execução, o crime...”). IV – O crime será consumado quando estiverem sido realizados todos os elementos da figura típica, ou seja, quando houver a subsunção perfeita do fato praticado ao tipo penal. Assinale a alternativa CORRETA: Todas as proposições estão corretas. Somente as proposições I e II estão corretas. Somente as proposições I, III e IV estão corretas. Somente as proposições I e III estão corretas. Somente as proposições I e IV estão corretas. a) b) c) d) e) a) b) c) d) e) QUESTÃO 1 QUESTÃO 3 QUESTÃO 2 QUESTÃO 4 QUESTÃO 5
Compartilhar