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CCJ0058-WL-B-RA-01-Conceito Características e Evolução dos Direitos Fundamentais

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Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Direitos Humanos 
WEB AULA 
Disciplina: 
CCJ0058 
Aula: 
001 
Assunto: 
Conceito, Características e Evolução dos Direitos Fundamentais 
Folha: 
1 de 18 
Data: 
04/08/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0058/Aula-001/WLAJ/DP 
APRESENTAÇÂO DA DISCIPLINA: 
DIREITOS HUMANOS 
É do conhecimento de todos que a redemocratização no Brasil deslocou os direitos fundamentais para a 
centralidade do ordenamento jurídico em detrimento das chamadas razões de Estado. Nesse sentido, a 
Constituição passa a ser percebida como norma jurídica e, na sua esteira, desponta a tão propalada força 
normativa da Constituição. 
Destarte, estudar a eficácia dos direitos fundamentais nos dias atuais será a linha dominante do nosso 
aprendizado. Em conseqüência, faz parte da disciplina o entendimento da efetividade dos direitos fundamentais 
em suas diferentes dimensões, vale dizer, a primeira relativa aos direitos civis e políticos, a segunda relativa aos 
direitos sociais e econômicos e finalmente a terceira atinente aos direitos coletivos e difusos. A abordagem da 
disciplina inclui ainda as restrições impostas aos direitos fundamentais em decorrência da implementação dos 
sistemas constitucionais de emergência (estado de sítio e estado de defesa). 
BIBLIOGRAFIA 
 
Bibliografia básica 
SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2003. 
BARROSO, Luís Roberto. A reconstrução democrática do direito público no Brasil. Rio de Janeiro: Renovar, 2007. 
SILVA NETO, Manoel Jorge e. Curso de direito constitucional. Rio de Janeiro: Lumen&Juris, 2008. 
 
Bibliografia Complementar 
ALEXY, Robert. Teoria da argumentação jurídica. Trad. de Zilda Hutchinson Schild Silva. São Paulo: Landy 
Livraria Editora e Distribuidora, 2001. 
BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da Constituição. São Paulo: Saraiva, 2003. 
ÁVILA, Humberto. Teoria dos princípios: da definição à aplicação dos princípios jurídicos. Rio de janeiro: 
Malheiros, 2004. 
ZIMMERMANN, Augusto. Curso de direito constitucional. Rio de Janeiro: Lumen&Juris, 2006. 
AVALIAÇÃO: 
A Avaliação é contínua, com ênfase nos aspectos colaborativos, incluindo tarefas grupais, e contempla o 
diagnóstico, o processo e os resultados alcançados por intermédio de avaliações diagnóstica, formativas e 
somativas, considerando os aspectos de autoavaliação. 
A avaliação somativa da aprendizagem é realizada presencialmente pelo aluno no Polo de EAD da Estácio 
e segue a normativa da universidade, se constituindo em AV1, AV2 e AV3, sendo realizada de acordo com o 
calendário acadêmico divulgado para o aluno. 
Durante o Curso, os alunos realizaram atividades propostas compostas de questões objetivas e discursivas 
referentes ao domínio cognitivo nos níveis de conhecimento, compreensão, aplicação, síntese e avaliação do 
conteúdo do Curso. Os exercícios discursivos são corrigidos e comentados pelo professor. Os exercícios objetivos 
possuem resposta automática, o que permite que o aluno saiba imediatamente a sua performance. 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Direitos Humanos 
WEB AULA 
Disciplina: 
CCJ0058 
Aula: 
001 
Assunto: 
Conceito, Características e Evolução dos Direitos Fundamentais 
Folha: 
2 de 18 
Data: 
04/08/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0058/Aula-001/WLAJ/DP 
OBJETIVO DA AULA 
Aula 1: Conceito, Características e Evolução dos Direitos Fundamentais: 
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: 
1. Reconhecer a questão terminológica envolvendo os conceitos de direitos do homem, direitos humanos 
e direitos fundamentais. 
2. Identificar as principais características dos direitos fundamentais na atualidade. 
3. Identificar as três fases de evolução dos direitos humanos: fase de pré-história, fase de afirmação dos 
direitos naturais e fase de constitucionalização dos direitos fundamentais. 
 
 
==XXX== 
 
 
Livros Recomendados: 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA: 
GOMES, Luiz Flávio; PIOVESAN, Flávia. O Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos 
Humanos e o Direito Brasileiro. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000. 
PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. São Paulo: Max 
Limonad, 1997. 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR: 
CARVAZERE, Thelma Thais. Direito Internacional da Pessoa Humana: a circulação internacional 
de pessoas. Rio de Janeiro: Renovar, 1995. 
MAIA, Marrielle. Tribunal Penal Internacional: aspectos institucionais, jurisdição. 
MELLO, Celso D. Direitos Humanos e Conflitos Armados. Rio de Janeiro: Renovar, 1997. 
MORAES, Alexandre de. Direitos Humanos Fundamentais: comentários aos arts. 1ª a 5ª da 
Constituição da República Federativa do Brasil, doutrina e jurisprudência. São Paulo: Atlas, 
1997. 
 
 
 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Direitos Humanos 
WEB AULA 
Disciplina: 
CCJ0058 
Aula: 
001 
Assunto: 
Conceito, Características e Evolução dos Direitos Fundamentais 
Folha: 
3 de 18 
Data: 
04/08/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0058/Aula-001/WLAJ/DP 
RESUMO AULA (WALDECK LEMOS) 
Fonte: Web-Aula Estácio. 
1ª AULA – Conceito, Características e Evolução dos Direitos Fundamentais 
TELA_01: 1ª AULA – Conceito, Características e Evolução dos Direitos Fundamentais 
TELA-02: Objetivo desta Aula: 
Vídeo-01: Fonte: 
 
Versão em Texto: Antes de examinarmos a evolução da proteção e da efetividade dos direitos humanos ao longo 
da História, é importante compreender, desde logo, a questão terminológica que envolve os conceitos de direitos 
do homem, direitos humanos e direitos fundamentais, bem como destacar as principais características que 
tipificam os direitos fundamentais nos dias de hoje. 
Para tal, convido você a começar a navegar por esta aula. Vamos lá? 
 
Ao final desta aula, você será capaz de: 
 
1. Reconhecer a questão terminológica envolvendo os conceitos de direitos do homem, direitos humanos e 
direitos fundamentais. 
2. Identificar as principais características dos direitos fundamentais na atualidade. 
3. Identificar as três fases de evolução dos direitos humanos: fase de pré-história, fase de afirmação dos 
direitos naturais e fase de constitucionalização dos direitos fundamentais. 
 
Clique aqui para ver o estudo dirigido desta aula. 
 
ESTUDO DIRIGIDO DA AULA 
 
1. Leia o texto condutor da aula. 
2. Participe do fórum de discussão Integração e do fórum desta aula. 
3. Leia a síntese da sua aula. 
4. Leia a chamada para a aula seguinte. 
5. Realize os exercícios de autocorreção. 
 
Para entender plenamente a questão terminológica que envolve os conceitos iniciais desta disciplina, é 
preciso regressar aos tempos da doutrina do direito natural, que surgiu a partir da obra seminal de Hugo Grócio, 
denominada De iure belli ac pacis (1625), mas que no entanto só se consolidou com a elaboração da corrente 
contratualista, capitaneada por Thomas Hobbes. 
 
 Hugo Grócio 
 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Direitos Humanos 
WEB AULA 
Disciplina: 
CCJ0058 
Aula: 
001 
Assunto: 
Conceito, Características e Evolução dos Direitos Fundamentais 
Folha: 
4 de 18 
Data: 
04/08/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0058/Aula-001/WLAJ/DP 
 Thomas Hobbes 
TELA-03: Conceito, Características e Evolução dos Direitos Fundamentais 
 
 Capa da edição original de Leviatã, de Thomas Hobbes (clique para ampliar). Nesta 
obra, o autor alega que o ser humano é egoísta por natureza, e tende à autodestruição. Para Hobbes, 
deveria haver um soberano (Leviatã, título inspirado no nome de um monstro bíblico) para punir quem 
não obedecesse ao contrato social que estabeleceria a paz. 
 
Com efeito, não há de se negar que o pensamento de Hobbes foi o grande precursorda idéia de que os 
direitos do homem são a base de legitimação do exercício do poder político e da formação do Estado. Eis aqui um 
dos pontos nucleares do pensamento de Hobbes: a origem do Estado e a legitimação do poder político têm por 
fundamento um contrato social, por meio do qual o homem cede seus direitos naturais ao Estado-Leviatã, o único 
capaz de gerar um contexto de paz e segurança. E com isso Hobbes consegue efetivamente consolidar o valor 
dos direitos do homem na ciência política, na teoria geral do Estado, na filosofia e no direito. 
 
 Enfim, podemos dizer que a idéia de direitos do homem está muito ligada a esta corrente 
juscontratualista que fundamenta e legitima o exercício do poder político no campo filosófico a partir da existência 
de um direito natural, bem como no reconhecimento de um conjunto de valores legítimos universalmente aceitos e 
que não decorrem da vontade de Deus, mas, sim, da própria natureza humana. Essa concepção antecede, de 
certa maneira, o próprio Estado e o próprio Direito Positivo, pois têm sua origem associada à idéia de uma justiça 
inata e universal. São, portanto, direitos supranacionais e atemporais. 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Direitos Humanos 
WEB AULA 
Disciplina: 
CCJ0058 
Aula: 
001 
Assunto: 
Conceito, Características e Evolução dos Direitos Fundamentais 
Folha: 
5 de 18 
Data: 
04/08/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0058/Aula-001/WLAJ/DP 
TELA-04: Conceito, Características e Evolução dos Direitos Fundamentais 
 
De olho na doutrina: 
 
 
 
 
 
 
 
 
É por isso que parte da doutrina é mais específica ainda e faz a separação entre os conceitos de direitos do 
homem e direitos humanos. A primeira expressão ficaria ligada aos direitos naturais ainda não positivados em 
nenhum documento escrito, seja internacional, seja interno. Já o conceito de direitos humanos ficaria reservado 
para aqueles direitos naturais positivados na esfera do direito internacional. Nesse sentido, ensina José Afonso 
da Silva que a expressão “direitos humanos” é a preferida nos documentos internacionais. 
José Afonso da Silva: Curso de direito constitucional positivo. 22. ed. São Paulo: Malheiros, 2003, p. 178. 
 
 No mesmo sentido, Ingo Wolfgang Sarlet defende a tese de que a expressão direitos do 
homem deve ser interpretada no sentido de direitos naturais ainda não positivados, enquanto direitos humanos são 
aqueles direitos naturais positivados na esfera do direito internacional. 
Ingo Wolfgang Sarlet: Os direitos fundamentais, a reforma do judiciário e os tratados internacionais de direitos 
humanos: notas em torno dos §§ 2º e 3º do art. 5º da Constituição de 1988. In: Revista de direito do estado. 
Coordenador Luís Roberto Barroso, nº 1, 2006, Rio de Janeiro, Renovar, 2006, p. 63. 
 
ATENÇÃO! 
 
 
 
Em suma, podemos associar o conceito de direitos humanos a uma concepção positiva na esfera internacional, ou 
seja, devemos entender como direitos humanos aquelas posições jurídicas subjetivas reconhecidas 
expressamente pelo direito internacional como sendo da natureza do ser humano. Antes de continuar navegando 
pelas telas desta aula, você deverá ler o arquivo Questão terminológica: 
Disponível também na biblioteca da disciplina . Nele, você irá ler outras considerações acerca dos 
conceitos direitos do homem, direitos humanos e direitos fundamentais. 
 
Questão terminológica 
 
O estudioso dos direitos humanos não pode, portanto, deixar de considerar esta questão 
terminológica envolvendo os conceitos de direitos do homem, direitos humanos e direitos 
fundamentais. Os dois primeiros muito ligados à aspiração de universalidade, atemporalidade e 
supranacionalidade. Completamente diferente é a noção de direitos fundamentais, conceito mais 
restrito e ligado a uma específica Constituição, a um determinado Estado nacional. Destarte, os 
direitos fundamentais são os direitos naturais que foram efetivamente positivados na Constituição de 
um determinado Estado nacional. Isto significa dizer por outras palavras que cada Estado tem sua 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Direitos Humanos 
WEB AULA 
Disciplina: 
CCJ0058 
Aula: 
001 
Assunto: 
Conceito, Características e Evolução dos Direitos Fundamentais 
Folha: 
6 de 18 
Data: 
04/08/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0058/Aula-001/WLAJ/DP 
própria concepção de direitos fundamentais. É por isso que os direitos fundamentais são limitados no 
espaço e no tempo. 
Nas palavras de J.J. Canotilho, direitos fundamentais são os direitos do homem, jurídico-
institucionalmente garantidos e limitados espaçotemporalmente. É bem de ver que o conceito de 
direitos fundamentais é função da ideologia, dos valores éticos, sociais e culturais da sociedade de 
um determinado Estado nacional. Não há falar em universalidade dos direitos fundamentais, o que 
evidentemente demonstra que os conceitos de direitos humanos e direitos fundamentais não se 
confundem. Nesse sentido, precisa a lição de Ingo Sarlet, verbis: 
Neste contexto, de acordo com o ensinamento de Pérez Luno, o critério mais adequado para 
determinar a diferenciação entre ambas as categorias é o da concreção positiva, uma vez que 
o termo "direitos humanos" se revelou conceito de contornos mais amplos e imprecisos que a 
noção de direitos fundamentais, de tal sorte que estes possuem sentido mais preciso e restrito, 
na medida em que constituem o conjunto de direitos e liberdades institucionalmente 
reconhecidos e garantidos pelo direito positivo de determinado Estado, tratando-se, portanto, 
de direitos delimitados espacial e temporalmente, cuja denominação se deve ao seu caráter 
básico e fundamentador do sistema jurídico do Estado de Direito.(Cf. A. E. Perez Luño, Los 
Derechos Fundamentales, p. 46-7). Assim, ao menos sob certo aspecto, parece correto 
afirmar, na esteira de Pedro Cruz Villalon, que os direitos fundamentais nascem e acabam com 
as Constituições (Cf. P. C. Villalon, Revista Española de documentación cientifica 25:41-2, 
1989) resultando, de tal sorte, da confluência entre os direitos naturais do homem, tais como 
reconhecidos e elaborados pela doutrina jusnaturalista dos séculos XVII e XVIII, e da própria 
idéia de Constituição. (Cf. ob.cit.p.63). 
Em conclusão, a questão terminológica envolvendo os conceitos de direitos humanos e de 
direitos fundamentais é importante, pois permite compreender a trajetória lenta e gradual de seu 
processo de evolução. Direitos humanos e evolução social do Estado caminham na mesma direção 
quando vislumbrados sob a ótica da positivação. Destarte, a idéia de direitos humanos se cristaliza 
com a Carta das Nações Unidas, a Declaração Universal dos Direitos do Homem, o Pacto 
Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos 
e Culturais, uma vez que tais documentos positivam os direitos naturais em seara internacional, 
consolidando definitivamente o processo de internacionalização dos direitos do homem, até então 
situados no plano jusnatural. 
Já o conceito de direitos fundamentais se aplica mais especificamente a um catálogo de 
direitos constitucionais de um determinado Estado nacional, que mediante processo legislativo 
próprio, optou por garantir positivamente determinados direitos humanos. É a própria 
constitucionalização que os transforma em direitos fundamentais. 
Com isso estamos querendo ressaltar que a positivação dos direitos fundamentais é fruto de 
lutas sociopolíticas de uma determinada sociedade, ou seja, os direitos fundamentais são 
conquistados mediante um processo histórico cheio de obstáculos, antes de serem reconhecidos 
como direitos efetivamente positivados. Como veremos na próxima aula, o caminho percorrido foi 
longo até alcançar-se esta nossa atual fase de constitucionalização dos direitos humanos.TELA-05: Conceito, Características e Evolução dos Direitos Fundamentais 
 
As principais características dos direitos fundamentais: 
 
Podemos agora então identificar as características dos direitos fundamentais. Desde logo impende salientar 
que aqui também não há consenso com relação à nomenclatura, razão pela qual vamos destacar apenas aquelas 
características julgadas mais importantes e que são lembradas pela melhor doutrina. São elas: 
 
IMPRESCRITIBILIDADE: O exercício dos direitos fundamentais nunca deixa de ser exigível, isto é, os direitos 
fundamentais não se perdem pelo decurso do prazo. Não cabe a prescrição de direitos fundamentais e sua 
consequente perda de exigibilidade. 
 
INALIENABILIDADE: Os direitos fundamentais são inegociáveis, isto é, não podem ser transferidos porque não 
são direitos econômico-patrimoniais. Ao revés, são direitos indisponíveis que não podem ser negociados 
economicamente. 
 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Direitos Humanos 
WEB AULA 
Disciplina: 
CCJ0058 
Aula: 
001 
Assunto: 
Conceito, Características e Evolução dos Direitos Fundamentais 
Folha: 
7 de 18 
Data: 
04/08/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0058/Aula-001/WLAJ/DP 
IRRENUNCIABILIDADE: Os direitos fundamentais não podem ser objeto de renúncia, podendo, apenas, deixarem 
de ser exercidos voluntariamente. Ou seja, por serem indisponíveis, não se admite a sua renúncia, podendo 
entretanto, o titular do direito a seu próprio talante não exercê-lo. Seria o caso, por exemplo, do direito à imagem 
em campanha publicitária, em que a cessão do uso da imagem não significa que houve renúncia do direito 
fundamental. 
 
HISTORICIDADE: Os direitos fundamentais são históricos, ou seja, derivam de uma evolução progressiva no 
tempo, o que significa dizer que nascem, desenvolvem-se e podem até morrer. A ideia de historicidade dos 
direitos fundamentais é muito importante no direito constitucional contemporâneo, uma vez que impede que o 
intérprete fundamente sua decisão em bases meramente jusnaturalistas, sem respaldo científico de uma teoria 
hermenêutica apropriada. Como veremos ao longo desta disciplina, o neoconstitucionalismo (na qualidade de 
nova interpretação constitucional) valoriza a dimensão retórica das decisões judiciais como forma de reaproximar 
o direito e a ética. Porém, como bem salienta José Afonso da Silva, a historicidade dos direitos fundamentais 
rechaça toda fundamentação baseada no direito natural, na essência do homem ou na natureza das coisas (Cf. 
José Afonso da Silva, Curso de direito constitucional positivo, p. 181). 
 
UNIVERSALIDADE: Tal característica projeta a ideia de que os direitos fundamentais são consagrados a todas as 
pessoas, independentemente de sua nacionalidade, raça, sexo, convicção política, inclinação filosófica ou credo. 
Pela universalidade dos direitos fundamentais, rejeita-se a sociedade estamental de outrora, não se admitindo 
mais direitos fundamentais voltados especificamente para uma classe ou estamento enquanto subconjunto 
societal com status jurídico próprio. E mais: pela universalidade dos direitos fundamentais, garante-se a igualdade 
perante a lei de nacionais e estrangeiros no Brasil (caput do art. 5° da CRFB/88). 
 
EFETIVIDADE: No neoconstitucionalismo, cujo tom central é a busca da normatividade dos princípios, a 
efetividade talvez seja a característica mais marcante da nova interpretação constitucional, na medida em que 
simboliza a obrigação dos Poderes constituídos (Executivo, Legislativo e Judiciário) de garantir efetivamente o 
conteúdo dos direitos fundamentais. É nesse sentido que ganha relevo o princípio da força normativa da 
Constituição (Konrad Hesse) e da doutrina brasileira da efetividade (Luís Roberto Barroso) que, aliás, vamos 
estudar com mais detalhes nesta disciplina. Por hora, basta compreender que a efetividade dos direitos 
fundamentais é o fio condutor do novo direito constitucional, pois visa garantir verdadeiramente sua concretização 
no plano da eficácia social. 
 
COMPLEMENTARIDADE: Tal característica se interliga com o princípio da unidade da Constituição, que fixa a 
necessidade de o exegeta interpretar o texto constitucional como um todo, um bloco monolítico sistêmico, capaz 
de harmonizar aquelas normas constitucionais que se encontram em conflito aparente, como, por exemplo, o valor 
social do trabalho. Enfim, pela ideia de complementaridade, os direitos fundamentais não serão interpretados 
isoladamente, mas sim de acordo com o alcance e sentido do conjunto dos objetivos constitucionais fixados pelo 
legislador constituinte. 
 
RELATIVIDADE OU LIMITABILIDADE: Por tal característica conclui-se que não existem direitos fundamentais 
absolutos, isto é, todos os direitos fundamentais são relativos e limitados. Nem mesmo o direito à vida é absoluto 
quando confrontado com a pena de morte em caso de guerra declarada (art. 5 °, inciso XLVII, alínea a da 
CFRB/88). Da mesma forma que a efetividade, a relatividade dos direitos fundamentais será um dos pilares de 
sustentabilidade do neoconstitucionalismo, na medida em que a ideia de relatividade induz à percepção de que 
um determinado caso concreto pode provocar a colisão de direitos fundamentais. 
TELA-06: Conceito, Características e Evolução dos Direitos Fundamentais 
 
Você irá iniciar agora uma atividade que está relacionada aos princípios dos direitos fundamentais. Para tal, 
você verá uma situação hipotética e, ao final, fazer uma pergunta na qual você deverá eleger qual princípio está 
sendo referenciado. 
Vamos começar? 
 
Clique para avançar => 
 
Às vésperas de uma eleição para Governador do Estado, um jornal de grande circulação descobre que o 
principal candidato ao cargo é homossexual e, em consequência, não hesita em preparar matéria sensacionalista 
 
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Disciplina: 
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Aula: 
001 
Assunto: 
Conceito, Características e Evolução dos Direitos Fundamentais 
Folha: 
8 de 18 
Data: 
04/08/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0058/Aula-001/WLAJ/DP 
a respeito do caso. 
 
Clique para avançar => 
 
Por intermédio de sua assessoria, o político toma conhecimento do fato e, antes da publicação, impetra 
mandado de segurança sob a alegação de que a reportagem violará seu direito líquido e certo de privacidade, e 
que se for publicada tal matéria, ocasionará dano moral irreparável pela via patrimonial. 
 
Clique para avançar => 
 
Por outro lado, a assessoria jurídica do jornal alega o princípio que assegura a liberdade de imprensa. 
 
Clique para avançar => 
 
Nessa situação, o decisor judicial tem dois caminhos hermenêuticos possíveis: proibir a publicação da 
matéria homenageando o direito à privacidade em face da liberdade de imprensa, ou então autorizar a publicação, 
consagrando a liberdade de imprensa em desfavor da privacidade. 
 
Clique para avançar => 
 
Diante da situação, você considera que haveria uma colisão de direitos fundamentais? 
 
SIM => RESPOSTA CORRETA. Eis aqui muito bem caracterizada a colisão de direitos fundamentais. O juiz não 
poderá decidir a causa em nome de um direito absoluto à privacidade ou de um direito absoluto à liberdade de 
imprensa. É nesse tipo de colisão de direitos fundamentais que surge a importância do princípio da 
proporcionalidade no sopesamento de valores em tensão. Enfim, o que importa compreender é o fato de que não 
há direitos fundamentais absolutos. Todos os direitos fundamentais são relativos, e, em caso de conflito, será 
necessário um juízo de valor para identificar qual direito fundamental deve prevalecer em um determinado caso 
concreto. Serão os elementos fáticos do caso concreto que indicarão a solução jurídica mais justa para o caso em 
tela. 
 
NÃO => RESPOSTA ERRADA. Releia a situação hipotética e responda novamente.Clique para rever <= 
TELA-07: Conceito, Características e Evolução dos Direitos Fundamentais 
 
Três principais fases de evolução dos direitos fundamentais: 
 
A trajetória histórica dos direitos humanos pode ser sistematizada segundo as formulações filosóficas que 
embasaram sua construção teórica. Inicialmente, vamos conhecer o pensamento dos filósofos gregos: Na Grécia 
antiga do século V a. C., podemos destacar dois pensadores. 
 
Protágoras 
O sofista grego Protágoras já afirmava que “o homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, 
enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são". 
Note-se, pois, a centralidade da pessoa humana dentro do pensamento grego clássico. 
 
Sófocles 
Na obra de Sófocles, também há nítida manifestação dos direitos humanos, pois quando Antígona 
desobedece a um édito de seu tio Creonte no sentido de proibir o sepultamento de Polinice, trava-se um duelo de 
idéias ressaltando a dicotomia entre o indivíduo e o Estado. 
TELA-08: Conceito, Características e Evolução dos Direitos Fundamentais 
 
Já a Magna Carta, documento inglês de 1215, limitava o poder do Rei João Sem-Terra em relação aos 
barões em nítida demonstração da presença dos direitos humanos, na medida em que estabelecia o habeas 
corpus, o direito à propriedade e o devido processo legal. 
 
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Disciplina: 
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Aula: 
001 
Assunto: 
Conceito, Características e Evolução dos Direitos Fundamentais 
Folha: 
9 de 18 
Data: 
04/08/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0058/Aula-001/WLAJ/DP 
Em 1628, a Petition of Rights consolidou definitivamente os direitos previstos na Magna Carta de 1215. 
 
 Ilustração do momento em que o Rei João Sem-Terra assina a carta. 
 
Somente a partir do século XVII é que começa a florescer a idéia de afirmação dos direitos naturais com 
base nas correntes contratualistas lideradas por Hobbes e seguida por Locke e Rousseau. É neste período que 
ocorre a superação das doutrinas teocráticas do direito divino dos reis. Tal fase perdura até o advento da 
Revolução Francesa e da Declaração de Virginia de 1776, quando se dá efetivamente a positivação dos direitos 
do homem em documentos solenes e dotados de hierarquia, transformando-se, como vimos, direitos do homem 
em direitos fundamentais. 
 
 Na imagem, vemos o famoso quadro de Delacrorix intitulado A liberdade 
guiando o povo. 
TELA-09: Conceito, Características e Evolução dos Direitos Fundamentais 
 
Visão esquemática da evolução dos direitos fundamentais: 
 
Partindo desta classificação tradicional de Klaus Stern, podemos fazer uma associação com os diferentes 
modelos de Estado, desde a polis grega até o assim chamado Estado pós-moderno, dos dias de hoje. E assim é 
que podemos reconfigurar a classificação de Klaus Stern, como a seguir: 
 
Grécia antiga ao século XVI 
Fase de pré-história dos direitos humanos: compreende o período da polis na Grécia antiga e vai até o fim 
do feudalismo e da concepção medieval de Estado (até século XVI). 
 
Início do Absolutismo ao Estado de Direito 
Fase de afirmação dos direitos naturais: corresponde ao início do absolutismo e da elaboração da doutrina 
contratualista (Hobbes, Locke e Rousseau), e acaba com a formação do Estado de Direito (séculos XVI e XVII). 
 
Revolução Francesa à Constitucionalização 
Fase de constitucionalização dos direitos fundamentais: nasce com a Revolução francesa de 1789 ou com 
a Declaração de Virginia de 1776 e corresponde à atual fase de positivação dos direitos humanos, ou seja, a fase 
onde os direitos naturais são transformados em direitos fundamentais mediante um processo legislativo de ordem 
constitucional. 
TELA-10: Conceito, Características e Evolução dos Direitos Fundamentais 
 
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Assunto: 
Conceito, Características e Evolução dos Direitos Fundamentais 
Folha: 
10 de 18 
Data: 
04/08/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0058/Aula-001/WLAJ/DP 
 
 
Você terá duas tarefas antes de encerrar esta aula: 
 
1) Leia o artigo sobre as fases da evolução dos direitos fundamentais, por Guilherme Sandoval, Francisco 
Tavares e Augusto Zimmermann. 
 
AS FASES DE EVOLUÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
A pré-história dos direitos humanos 
 
Como já visto, esta fase compreende o mundo antigo (doutrina estóica greco-romana) e a 
concepção medieval de Estado. Coincide, pois com a antiguidade clássica e o feudalismo. Ingo Sarlet 
mostra que da doutrina estóica greco-romana e do cristianismo surgiram as teses da unidade da 
humanidade e da igualdade de todos os homens em dignidade perante Deus, ou seja, “os valores da 
dignidade humana, da liberdade e da igualdade dos homens encontram suas raízes na filosofia 
clássica, especialmente na greco-romana, e no pensamento cristão. Saliente-se, aqui, a circunstância 
de que a democracia ateniense constituía um modelo político fundado na figura do homem livre e 
dotado de individualidade. Do antigo testamento, herdamos a idéia de que o ser humano representa o 
ponto culminante da criação divina, tendo sido feito à imagem e semelhança de Deus”. (Cf. Ob. cit. p. 
41). 
Já no campo teórico do Estado Medieval, destacamos a concepção dual de poder, vale 
explicitar a luta pelo poder político entre a Igreja e o Estado. O conceito de soberania ainda não é 
uno, na medida em que há uma disputa por supremacia entre o poder temporal e o poder eclesiástico. 
É nesse contexto que sobressai o pensamento de Santo Tomás de Aquino (1225-1274) e em 
especial sua obra seminal Summa Theologica. É importante aqui destacar que, muito embora Santo 
Tomás de Aquino já tivesse desenvolvido sua teoria acerca da coexistência harmônica dos poderes 
temporal e eclesiástico, o fato é que permanecia a idéia de supremacia da autoridade espiritual, não 
se podendo falar ainda em doutrinas do direito natural da pessoa humana e muito menos ainda em 
doutrinas eminentemente democráticas acerca da origem e do exercício do poder político. 
E assim é que, a constatação inevitável que se faz é a de que, em pleno alvorecer da 
modernidade, ainda não é possível falar-se nem sequer em afirmação dos direitos naturais do 
homem. A sociedade encontra-se ainda em uma fase de pré-história dos direitos humanos, 
caracterizada pela doutrina estóica grego-romana e pela doutrina cristã da igualdade do homem 
perante Deus. Destacam-se dentro desse contexto histórico-filosófico, dentre outros, o pensamento 
escolástico de Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino, o nominalismo de Guilherme de Ockham 
e, logicamente, a Carta Magna de 1215 do Rei João Sem-Terra na Inglaterra, principal documento da 
Idade Média atinente à evolução dos direitos humanos. No entanto, como bem alerta Ingo Sarlet, a 
Carta Magna não foi nem o único, nem o primeiro documento a tratar sobre direitos do homem, 
destacando-se, já nos séculos XII e XIII, as cartas de franquia e os forais outorgados pelos reis 
portugueses e espanhóis, e.g., o documento firmado por Afonso IX em 1188 (Cf. ob. cit.,p. 45). 
 
A fase de afirmação dos direitos naturais 
 
Esta etapa se desenvolve em plena vigência do Estado Absoluto. Realmente, por mais 
paradoxal que possa parecer, foi durante o absolutismo que a doutrina do direito natural começou a 
florescer com o surgimento dos grandes filósofos do contratualismo jurídico (Thomas Hobbes, John 
Locke e Jean-Jacques Rousseau). 
Antes da obra de Hobbes, a noção de direitos do homem ainda não prevalecia diante da idéia 
de poder originário divino e supraterreno, que legitimava as monarquias absolutistas. Hobbes constrói 
dessarte a noção de que o Estado enquanto sociedade política nasce de um contrato celebrado pelos 
cidadãos que aceitam ceder seus direitos naturaisa um poder comum, a cuja autoridade passam a 
 
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respeitar, sem qualquer tipo de contestação. É o pacto de submissão amparando a formação do 
Estado–Leviatã, único capaz de gerar paz e segurança no estado societal. Observe, com atenção, 
que o pacto de submissão é um ato de transferência de direitos inerentes ao homem. A passagem do 
estado de natureza (caos) para o estado societal (Estado) depende exclusivamente dos direitos 
naturais do homem. 
Nessa mesma linha de pensamento do contratualismo jurídico, porém mais de quarenta anos 
depois (1692), surge a obra de John Locke. A teorização política de Locke faz avançar a afirmação 
dos direitos naturais, na medida em que altera o paradigma contratual que passa a ser um “pacto de 
consentimento” e, não, mais um “pacto de submissão” como na obra hobbesiana. É pelo pacto de 
consentimento que se legitima a ação do governo civil, porém com o único objetivo de assegurar as 
liberdades individuais ante a possibilidade de abuso das autoridades estatais. 
Na visão de Locke, o que realmente importa saber é se o governo civil está apto ou não a 
garantir seus direitos à vida, à liberdade e à propriedade, surgindo daí, portanto, o direito de 
resistência. Tal conceito é ponto nuclear na evolução dos direitos fundamentais, uma vez que 
reconhece ao cidadão comum a prerrogativa de resistir às autoridades tirânicas, na hipótese de 
violação de seus direitos naturais. Isto significa dizer por outras palavras que o pacto de 
consentimento de John Locke não pressupõe a cessão de direitos naturais ao Estado, ao contrário, 
caracteriza-se em sua obra a retenção de direitos nas mãos de seus verdadeiros titulares. 
Em suma, na visão de Locke, o ato de constituição do Estado é um contrato social, no qual 
cada indivíduo abre mão de realizar a justiça privada em prol do Estado que fica com a obrigação de 
garantir as liberdades individuais. Não há cessão de direitos naturais, mas tão-somente 
reconhecimento do governo civil como elemento assegurador de direitos como a propriedade, vida, 
liberdade religiosa, liberdade de pensamento, etc. 
Finalmente, a teorização do contrato social de Jean Jacques Rousseau, terceira e última 
grande subcorrente do contratualismo moderno. Contrariamente à formulação teórica de Thomas 
Hobbes, a concepção de Rousseau rejeita a idéia de caos, da guerra de todos contra todos, do 
homem lobo do homem. 
Para Rousseau, o homem nasce livre, feliz e bom; é a sociedade que o torna escravo e mau. E 
tudo isso acontece em função da divisão do trabalho e da propriedade privada que geram grandes 
diferenças entre ricos e pobres, desestabilizando a sociedade politicamente organizada. Nesse 
sentido, o contratualismo de Rousseau entende que no estado da natureza, o homem essencialmente 
bom só se preocupa com a sua própria conservação. A ordem social é, pois, um direito sagrado que 
serve de base a todos os demais. (Cf. O Contrato Social. São Paulo: Ed. Cultrix, 1965, Livro I, 
Cap.III). Assim sendo, na obra de Rousseau, o pacto volitivo constitutivo do Estado já não mais 
representa a cessão incondicional da totalidade de direitos naturais de liberdade e autodeterminação, 
ao contrário, a justificação do Estado surge em nome de uma vontade geral, manifestação inconteste 
da soberania da nação. Com isso, podemos afirmar que, dentre os contratualistas, Rousseau é aquele 
que assume posição teorizante que mais se aproxima do princípio democrático e da democracia 
plebiscitária de participação direta do povo. 
Enfim, é inquestionável a importância das correntes contratualistas na afirmação dos direitos 
naturais da pessoa humana e por via de conseqüência na evolução da teoria dos direitos 
fundamentais como um todo. Vamos em seguida estudar a fase de positivação dos direitos 
fundamentais, que se estende desde a democracia liberal até os dias de hoje, perpassando antes pela 
social democracia do welfare state. 
 
A fase de constitucionalização dos direitos fundamentais 
 
Examinadas as correntes do contratualismo jurídico, vale agora iniciar o estudo da última fase 
de evolução dos direitos fundamentais, qual seja sua atual fase de constitucionalização. 
O marco inicial da fase de constitucionalização dos direitos fundamentais é controverso, 
havendo certa divergência doutrinária acerca de sua paternidade, isto é, se tal homenagem deve ser 
prestada à Declaração de Direitos do Povo da Virgínia de 1776, ou, à Declaração Francesa dos 
Direitos do Homem e do Cidadão de 1789. De toda sorte, independentemente de qualquer que seja a 
posição adotada em relação à paternidade da constitucionalização dos direitos fundamentais, o 
importante é compreender o papel das Declarações francesa e americana na evolução dos direitos 
humanos. Com efeito, são os americanos que projetam a idéia de direitos fundamentais, enquanto 
 
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que os franceses legam ao mundo os direitos humanos. 
Esta fase possui três grandes etapas bem definidas que correspondem respectivamente ao 
estado liberal, ao estado social e ao estado pós-moderno ou estado pós-social. A fase liberal começa 
com a Revolução francesa de 1789 e vai até a Constituição de Weimar na Alemanha de 1919; já a 
fase da democracia social se estende de Weimar até o fim da queda do muro de Berlim em 1989 e, 
finalmente, o atual período correspondente ao estado pós-moderno, que se inicia com o fim da 
bipolaridade geopolítica e também com o colapso do welfare state. 
A primeira etapa da fase de constitucionalização dos direitos fundamentais coincide com o 
liberalismo político da burguesia francesa em ascensão. Com base na negação do absolutismo, o 
constitucionalismo liberal fixa uma concepção jurídica de Estado mínimo que rejeita os privilégios 
estamentais do Estado absolutista. Para tanto, estabelece constitucionalmente um catálogo de 
direitos negativos com ênfase especial nos direitos civis e políticos. 
Diferente é a concepção do welfare state, entre nós, denominado de Estado do Bem-Estar 
Social ou simplesmente Estado Social. Sem descurar dos direitos civis e políticos, o Estado Social 
procura ampliar o catálogo de direitos fundamentais do cidadão comum, incorporando uma nova 
plêiade de direitos sociais, econômicos, culturais e trabalhistas. 
Nesse sentido, o Estado social surge como reação ao liberalismo, na medida em que impele o 
Estado a ampliar suas próprias responsabilidades constitucionais garantidoras da igualdade real ou 
material. 
Sem embargo da sua nobre aspiração, o fato é que o advento da globalização econômica vem 
pondo em xeque a soberania estatal e a legitimidade do Estado para intervir nas relações jurídicas 
privadas. A crise do Estado de bem-estar social é, também, a crise do constitucionalismo dirigente. 
Nesse sentido, é inelutável a argumentação de que a consecução dos objetivos do welfarismo 
(igualdade material e distribuição da justiça social) é dependente de grandes recursos financeiros do 
Estado. Da mesma forma, é inquestionável que o fim da bipolaridade geopolítica e o triunfo do 
capitalismo sobre o socialismo real vêm criando as condições ideais para a formação de um novo 
paradigma estatal, agora dito pós-moderno ou pós-social. 
Enfim, com isso chegamos ao fim da análise das fases de evolução dos direitos humanos, 
desde sua pré-história, perpassando-sepela fase de afirmação dos direitos naturais dos filósofos 
contratualistas Hobbes, Locke e Rousseau, até finalmente alcançar-se a fase de constitucionalização 
e suas três grandes etapas, quais sejam: a democracia liberal, a social democracia e a democracia 
pós-social ou pós-moderna, ainda em construção. 
 
2 - Leia o texto abaixo, de autoria de Cláudio Pereira de Souza Neto: 
 
“O liberalismo político surge em um contexto em que se passa a propugnar pela limitação do estado 
absolutista, caracterizado, fundamentalmente, pela centralização do poder político e pela monopolização da 
produção normativa. (...) O princípio do “estado de direito” surge vinculado e esse conteúdo substantivo, em cujo 
cerne está a “moderação” no exercício do poder do estado, a contenção do seu arbítrio. Em sua origem, o estado 
de direito se apresentava como um “antileviatã”. (...) Os jusnaturalistas compreendem que o papel do estado é 
garantir os direitos naturais dos indivíduos, não podendo, portanto, violá-los. Esta construção está classicamente 
formulada na obra de J. Locke. Cf. NETO, Cláudio Pereira de Souza. Teoria constitucional e democracia 
deliberativa: um estudo sobre o papel do direito na garantia das condições para a cooperação na deliberação 
democrática. Rio de Janeiro: Renovar, 2006, pp. 22, 24 e 25. 
TELA-11: Conceito, Características e Evolução dos Direitos Fundamentais 
 
 
 
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Nesta aula, você: 
 
a) Verificou que há uma questão terminológica que envolve os conceitos de direitos do homem, direitos 
humanos e direitos fundamentais, bem como a fundamentação doutrinária acerca dessa questão; 
b) Reconheceu as principais características dos direitos fundamentais; 
c) Foi apresentado às principais fases dos direitos fundamentais. 
 
 
 
Na próxima aula, você vai estudar: 
 
- Na próxima aula vamos estudar a concepção dos direitos fundamentais na constituição de 1988. Antes de 
começar a Aula 2, não deixe de realizar os exercícios de autocorreção desta aula e de participar do fórum 
de discussão. Até lá! 
REGISTRO DE FREQUÊNCIA 
Registro de freqüência 
 
Olá, agora você irá responder às questões e exercícios referentes ao registro de frequência desta aula. Como 
você já sabe a sua presença é computada a partir da finalização das atividades e exercícios que compõem este 
registro, e o procedimento é o mesmo a cada aula. 
Lembre-se de que tais atividades e exercícios não valem ponto na avaliação da disciplina, mas são importantes 
para marcar sua presença na sala de aula virtual. 
IMPORTANTE: Para concluir esse registro, clique em Registrar frequência no final das questões. Somente 
aparecerá esta opção caso você tenha respondido a todas as questões. 
 
1. Analise as afirmativas abaixo e marque a opção CORRETA: 
 
I) Os direitos fundamentais não se perdem pelo decurso do prazo. Não cabe a prescrição de direitos 
fundamentais e sua conseqüente perda de exigibilidade; 
II) Sobre os direitos fundamentais podemos afirmar que são absolutos, não podendo ser relativizados em 
nenhuma hipótese; 
III) Os direitos fundamentais são direitos supranacionais e atemporais, na medida em que válidos para todos 
os povos e em todos os tempos; 
IV) Os direitos fundamentais são os direitos do homem, jurídico-institucionalmente garantidos e limitados 
espaço-temporalmente. 
 
Somente é CORRETO o que se afirma em: 
 
a) I, II e III; 
b) II e III; 
c) I, III e IV. 
d) I e IV. 
 
Responder| Resposta correta 
 
 
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2. Leia o texto abaixo: (PROVA ENADE 2006) 
Não há, em suma, um direito justo no céu dos conceitos platônico, e um direito imperfeito e injusto no nosso 
pobre e imperfeito mundo sublunar. O problema do Direito Natural não é descobrir esse celestial livro de mármore 
onde, gravadas a caracteres de puro ouro, as verdadeiras leis estariam escritas, e que, ao longo dos séculos, 
sábios legisladores terrenos não conseguiram vislumbrar. (CUNHA, Paulo Ferreira da. O ponto de Arquimedes: 
natureza humana, direito natural, direitos humanos. Coimbra: Almedina, 2001. p. 94) Considerando as reflexões 
contidas no texto, é possível afirmar sobre os direitos humanos na atualidade: 
 
a) a afirmação histórica dos direitos humanos, desde o jusnaturalismo, se iniciou apenas muito recentemente, no 
final do século XX, por isso ainda são desconhecidos dos juristas; 
b) o grande problema dos direitos humanos é o de que não estão positivados, por isso não são efetivados; 
c) o problema atual dos direitos humanos é o de que, apesar de positivados e constitucionalizados, carecem de ser 
efetivados; 
d) os direitos humanos são, em todas as suas manifestações, garantias negativas da cidadania, por isso não 
carecem nenhum de prestação econômica por parte do Estado. 
 
Responder| Resposta correta 
 
3. Com relação à questão terminológica dos direitos humanos e fundamentais, analise as assertivas abaixo e 
assinale a resposta CORRETA: 
 
I. O conceito de direitos fundamentais se aplica mais especificamente a um catálogo de direitos 
constitucionais de um determinado Estado nacional, que mediante processo legislativo próprio, optou 
por garantir positivamente determinados direitos humanos. É a própria constitucionalização que os 
transforma em direitos fundamentais. 
II. A idéia de direitos do homem está muito ligada a corrente juscontratualista que fundamenta e legitima o 
exercício do poder político no campo filosófico a partir da existência de um direito natural e no 
reconhecimento de um conjunto de valores legítimos universalmente aceitos e que não decorrem da 
vontade de Deus, mas, sim, da própria natureza humana. 
 
a) as duas assertivas são falsas; 
b) a assertiva I é verdadeira e a assertiva II é falsa; 
c) ambas assertivas são verdadeiras; 
d) a assertiva I é falsa e a assertiva II é verdadeira 
 
Responder| Resposta correta 
SLIDES 
Aula 1 - Conceito, Características e Evolução dos Direitos Fundamentais 
 
Professor Doutor Guilherme Sandoval Góes 
 
A RELEVÂNCIA DA DISCIPLINA NO DIREITO CONTEMPORÂNEO 
 
A redemocratização do Brasil deslocou os direitos humanos para o epicentro constitucional, ou seja, nasce um 
novo paradigma de interpretação do direito, calcado na força normativa da Constituição. 
Esta nova interpretação constitucional tem dois grandes pilares de sustentabilidades, quais sejam a 
reaproximação da ética e do direito e a garantia do princípio da dignidade da pessoa humana. 
 
AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA 
 
AV1 = Aulas 1 a 5 (Notas da prova + participação nos fóruns). 
AV2 = Todas as aulas (Notas da prova + participação nos fóruns). 
AV3 = Todas as aulas (A prova vale 10 pontos). 
 
Aula 1 - Conceito, características e evolução dos direitos fundamentais. 
 
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Objetivos da Aula 
 
1. Reconhecer a questão terminológica envolvendo os conceitos de direitos do homem, direitos humanos e direitos 
fundamentais. 
2. Identificar as principais características dos direitos fundamentais na atualidade.3. Identificar as três fases de evolução dos direitos humanos. 
 
Fases de evolução dos direitos humanos: 
1) fase de pré-história, 
2) fase de afirmação dos direitos naturais, 
3) fase de constitucionalização dos direitos fundamentais. 
 
Aula 1 - Conceito, características e evolução dos direitos fundamentais.
DIREITOS HUMANOS
Aula 1 - Conceito, características e evolução dos direitos fundamentais.
DIREITOS HUMANOS
A QUESTÃO TERMINOLÓGICA DOS DIREITOS HUMANOS
DIREITOS DO HOMEM
POSITIVADOS EM 
UMA DETERMINADA 
CONSTITUIÇÃO
DIREITOS 
FUNDAMENTAIS
POSITIVADOS EM 
DOCUMENTOS 
INTERNACIONAIS
DIREITOS 
HUMANOS
 
 
Destarte, a idéia de direitos humanos se cristaliza com a Carta das Nações Unidas, a Declaração Universal dos 
Direitos do Homem, o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional sobre os Direitos 
Econômicos e Culturais, uma vez que tais documentos positivam os direitos naturais em seara internacional, 
consolidando definitivamente o processo de internacionalização dos direitos do homem, até então situados no plano 
jusnatural. 
Já o conceito de direitos fundamentais se aplica mais especificamente a um catálogo de direitos constitucionais 
de um determinado Estado nacional, que mediante processo legislativo próprio, optou por garantir positivamente 
determinados direitos humanos. É a própria constitucionalização que os transforma em direitos fundamentais. 
 
Características dos Direitos Fundamentais 
IMPRESCRITIBILIDADE INALIENABILIDADE IRRENUNCIABILIDADE HISTORICIDADE 
UNIVERSALIDADE EFETIVIDADE COMPLEMENTARIDADE RELATIVIDADE 
 
Imprescritibilidade – O exercício dos direitos fundamentais nunca deixa de ser exigível, isto é, os direitos fundamentais 
não se perdem pelo decurso do prazo. Não cabe a prescrição de direitos fundamentais e sua conseqüente perda de 
exigibilidade. 
 
Inalienabilidade – Os direitos fundamentais são inegociáveis, isto é, não podem ser transferidos porque não são direitos 
econômico-patrimoniais. Ao revés, são direitos indisponíveis que não podem ser negociados economicamente. 
 
Irrenunciabilidade - Os direitos fundamentais não podem ser objeto de renúncia, podendo, apenas, deixarem de ser 
exercidos voluntariamente. Seria o caso, por exemplo, do direito à imagem em campanha publicitária, em que a cessão 
do uso da imagem não significa que houve renúncia do direito fundamental. 
 
 
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Data: 
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Historicidade – Os direitos fundamentais são históricos, ou seja, derivam de uma evolução progressiva no tempo. A 
ideia de historicidade é muito importante no direito constitucional contemporâneo, uma vez que impede que o intérprete 
fundamente sua decisão em bases meramente jusnaturalistas. 
 
Universalidade – Tal característica projeta a idéia de que os direitos fundamentais são consagrados a todas as pessoas, 
independente de sua nacionalidade, raça, sexo, convicção política, inclinação filosófica ou credo. Pela universalidade 
dos direitos fundamentais, rejeita-se a sociedade estamental de outrora. 
 
Efetividade – No neoconstitucionalismo, cujo tom central é a busca da normatividade dos princípios, a efetividade talvez 
seja a característica mais marcante da nova interpretação constitucional, na medida em que simboliza a obrigação dos 
Poderes constituídos (Executivo, Legislativo e Judiciário) de garantir efetivamente o conteúdo dos direitos fundamentais. 
 
Complementaridade – Pela idéia de complementaridade, os direitos fundamentais não serão interpretados 
isoladamente, mas sim de acordo com o alcance e o sentido do conjunto dos objetivos constitucionais fixados pelo 
legislador constituinte. 
 
Relatividade ou Limitabilidade - Por tal característica conclui-se que não existem direitos fundamentais absolutos, isto 
é, todos os direitos fundamentais são relativos ou limitados. Nem mesmo o direito à vida é absoluto quando confrontado 
com a pena de morte em caso de guerra declarada (art.5º, inciso XLVII, alínea a da CRFB/88). 
 
Fases de evolução dos direitos humanos: 
1) fase de pré-história, 
2) fase de afirmação dos direitos naturais, 
3) fase de constitucionalização dos direitos fundamentais. 
 
A FASE DE PRÉ-HISTÓRIA DOS DIREITOS HUMANOS 
 
A Classificação Tradicional de Klaus Stern 
 
Compreende o período da polis na Grécia antiga e vai até o fim do feudalismo e da concepção medieval de 
Estado (até século XVI). 
 
 
 
Polis Grega = DEMOCRACIA DIRETA. 
Concepção Medieval de Estado = Poder Dual entre a IGREJA e o ESTADO (ESTADO TEOCRÁTICO NÃO 
LAICO). 
 
A FASE DE AFIRMAÇÃO DOS DIREITOS NATURAIS 
 
Thomas Hobbes e o Estado Leviatã 
 
Nasce a ideia de que o Estado enquanto sociedade política nasce de um contrato celebrado pelos cidadãos que 
aceitam ceder seus direitos naturais a um poder comum, a cuja autoridade passam a respeitar, sem qualquer tipo de 
contestação. Legitima o Estado Absoluto. 
 
 
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O pacto de submissão de Hobbes rejeita o conceito de direito de resistência. 
 
John Locke e o Estado Liberal 
 
A teorização política de Locke faz avançar a afirmação dos direitos naturais, na medida em que altera o 
paradigma contratual que passa a ser um “pacto de consentimento” e, não, mais um “pacto de submissão” como na obra 
hobbesiana. 
 
 
 
O pacto de consentimento de John Locke reconhece o direito de resistência e com isso justifica o Estado 
liberal. 
 
Jean Jaques Rousseau e a Democracia Plebiscitária 
 
Dentre os contratualistas, Rousseau é aquele que assume posição teorizante que mais se aproxima do princípio 
democrático e da democracia plebiscitária de participação direta do povo. 
 
 
 
A ideia de mandato imperativo aproxima Rousseau da democracia plebiscitária. 
 
Evolução Histórica dos Direitos Humanos 
 
 
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Data: 
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 1648 1789 
Fase de Pré-História 
dos Direitos Humanos 
Fase de Afirmação 
dos Direitos Naturais 
Fase de Constitucionalização 
dos Direitos Fundamentais 
 
A FASE DE CONSTITUCIONALIZAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
A fase de constitucionalização dos direitos fundamentais marca o início do liberalismo político patrocinado pela 
burguesia francesa em ascensão. Com base na negação do absolutismo, o constitucionalismo liberal fixa uma 
concepção jurídica de Estado mínimo que rejeita os privilégios estamentais do Estado absolutista. 
 
Nasce o Estado de Direito: 
Separação de Poderes e um Catálogo de Direitos Fundamentais acima das Razões de Estado. 
 
 A questão terminológica. 
 
Características dos direitos fundamentais. 
 
Fases de evolução dos direitos humanos. 
 
 
 
 
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