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Fatores de textualidade O que é um texto? Para ser texto, é necessário que seja algo que transmita um pensamento ou uma informação completa, o qual se concretiza através do discurso que pode ser verbal, oral ou escrito, e não-verbal, gestos, imagens. O texto é uma unidade de linguagem em uso, semântica e formal. E como uma ocorrência linguística falada ou escrita deve apresentar três propriedades básicas. A primeira é sua função sociocomunicativa, tais como as intenções do autor, o contexto sociocultural, a segunda propriedade é o fato de constituir-se como uma unidade semântica, em que o texto seja um todo significativo, ter coerência e a terceira propriedade é a sua unidade formal, as palavras se integram para formar um todo coeso. Todo texto é construção e isto quer dizer que texto não é um amontoado de frases, mas um conjunto organizado, no qual é possível identificar partes e estabelecer relações entre as partes e os elementos que as compõem. O todo significativo, a que chamamos texto, apresenta uma série de fatores de textualidade: COERÊNCIA: responsável pela unidade semântica, pelo sentido do texto, envolvendo não só aspectos lógicos e semânticos, mas também cognitivos. Coerência: elemento fundamental de textualidade, responsável pelo sentido do texto, depende não apenas da lógica interna do texto, como também da compatibilidade entre a rede conceitual (mundo textual) e o conhecimento de mundo de quem processa o discurso; COESÃO: unidade formal do texto, que se dá por mecanismos gramaticais e lexicais. Coesão: é o resultado do modo como se expressam na superfície textual os conceitos e as relações subjacentes. É responsável pela unidade formal do texto; INTENCIONALIDADE: empenho do autor em construir um texto coerente, coeso, e que atinja o objetivo que ele tem em mente. Isso diz respeito ao valor ilocutório, ou seja, o que o texto pretende falar. Intencionalidade: para que uma manifestação linguística constitua um texto é necessário que haja a intenção do locutor em apresentá-lo como tal; ACEITABILIDADE: é a expectativa do leitor de que o texto tenha coerência e coesão, além de ser útil e relevante. Grice (apud Costa Val. 1991) estabelece estratégias para o autor alcançar aceitabilidade: cooperação (para autor responder às necessidades do recebedor), qualidade (autencidade) e quantidade (informatividade). Aceitabilidade: disposição ativa de participar de um discurso e/ou compartilhar um propósito; SITUACIONALIDADE: diz respeito à pertinência e à relevância do texto no contexto. Situar o texto é adequá-lo à situação sociocomunicativa. Situacionalidade: reúne fatores que tornam o texto adequado a uma situação atual ou passada. INFORMATIVIDADE: quanto menos previsível se apresentar o texto, mais informatividade. Tanto a falta quanto o excesso de previsibilidade, de informatividade, são prejudiciais à aceitação do texto por parte do leitor. Um bom índice de informatividade atende à suficiência de dados. Informatividade; designa em que medida os materiais linguísticos apresentados no texto são operados ou não operados, conhecidos ou não conhecidos da parte dos interlocutores; INTERTEXTUALIDADE: concerne aos fatores que ligam a utilização de um texto dependente do conhecimento de outro(s) texto(s). Um texto constrói-se em cima do "já-dito". Intertextualidade: refere-se às diversas maneiras pelas quais a produção e a recepção de um texto dependem do conhecimento do outros textos anteriormente produzidos. Nesse sentido pode-se falar em : alusão, epígrafe, paródia, paráfrase, citação, metalinguagem e polifonia; Esses fatores constituem-se nos elementos que fazem o texto se diferenciar de um simples agrupamento de palavras; são esses elementos que dão sentido ao texto. FIGURAS DE LINGUAGEM Definição: Figuras de linguagem são certos recursos não-convencionais que o falante ou escritor cria para dar maior expressividade à sua mensagem. METÁFORA É o emprego de uma palavra com o significado de outra em vista de uma relação de semelhanças entre ambas. É uma comparação subentendida. Exemplo: Minha boca é um tumulo. Essa rua é um verdadeiro deserto. COMPARAÇÃO Consiste em atribuir características de um ser a outro, em virtude de uma determinada semelhança. Exemplo: O meu coração está igual a um céu cinzento. O carro dele é rápido como um avião. PROSOPOPÉIA É uma figura de linguagem que atribui características humanas a seres inanimados. Também podemos chamá-la de PERSONIFICAÇÃO. Exemplo: O céu está mostrando sua face mais bela. O cão mostrou grande sisudez. SINESTESIA Consiste na fusão de impressões sensoriais diferentes. Exemplo: Raquel tem um olhar frio, desesperador. Aquela criança tem um olhar tão doce. CATACRESE É uma metáfora desgastada, tão usual que já não percebemos. Assim, a catacrese é o emprego de uma palavra no sentido figurado por falta de um termo próprio. Exemplo: O menino quebrou o braço da cadeira. A manga da camisa rasgou. METONÍMIA É a substituição de uma palavra por outra, quando existe uma relação lógica, uma proximidade de sentidos que permite essa troca. Ocorre metonímia quando empregamos: Exemplo: - O autor pela obra. Li Jô Soares dezenas de vezes. (a obra de Jô Soares) - o continente pelo conteúdo. O ginásio aplaudiu a seleção. (ginásio está substituindo os torcedores) - a parte pelo todo. Vários brasileiros vivem sem teto, ao relento. (teto substitui casa) - o efeito pela causa. Suou muito para conseguir a casa própria. (suor substitui o trabalho). PERÍFRASE É a designação de um ser através de alguma de suas características ou atributos, ou de um fato que o celebrizou. Exemplo:A Veneza Brasileira também é palco de grandes espetáculos. (Veneza Brasileira = Recife) A Cidade Maravilhosa está tomada pela violência. (Cidade Maravilhosa = Rio de Janeiro) ANTÍTESE Consiste no uso de palavras de sentidos opostos. Exemplo: Nada com Deus é tudo. Tudo sem Deus é nada. EUFEMISMO Consiste em suavizar palavras ou expressões que são desagradáveis. Exemplo:Ele foi repousar no céu, junto ao Pai. (repousar no céu = morrer) Os homens públicos envergonham o povo. (homens públicos = políticos) HIPÉRBOLE É um exagero intencional com a finalidade de tornar mais expressiva a idéia. Exemplo:Ela chorou rios de lágrimas. Muitas pessoas morriam de medo da perna cabeluda. IRONIA Consiste na inversão dos sentidos, ou seja, afirmamos o contrário do que pensamos. Exemplo:Que alunos inteligentes, não sabem nem somar. Se você gritar mais alto, eu agradeço. ONOMATOPÉIA Consiste na reprodução ou imitação do som ou voz natural dos seres. Exemplo:Com o au-au dos cachorros, os gatos desapareceram. Miau-miau. – Eram os gatos miando no telhado a noite toda. ALITERAÇÃO Consiste na repetição de um determinado som consonantal no início ou interior das palavras. Exemplo:O rato roeu a roupa do rei de Roma. ELIPSE Consiste na omissão de um termo que fica subentendido no contexto, identificado facilmente. Exemplo:Após a queda, nenhuma fratura. PLEONASMO Consiste na intensificação de um termo através da sua repetição, reforçando seu significado. Exemplo:Nós cantamos um canto glorioso. FUNÇÕES DA LINGUAGEM PARA QUE SERVE A LINGUAGEM? Sabemos que a linguagem é uma das formas de apreensão e de comunicação das coisas do mundo. O ser humano, ao viver em conjunto, utiliza vários códigos para representar o que pensa, o que sente, o que quer, o que faz. Sendo assim, o que conseguimos expressar e comunicar através da linguagem? Para que ela funciona? A multiplicidade da linguagem pode ser sintetizada em seis funções ou finalidades básicas. Veja a seguir: FUNÇÃO REFERENCIAL OU DENOTATIVA Palavra-chave: referente Transmite uma informação objetiva sobre a realidade. Dá prioridade aos dados concretos, fatos e circunstâncias. É a linguagem característica das notícias de jornal, do discurso científico e de qualquer exposição de conceitos. Coloca em evidência o referente, ou seja, o assunto ao qual a mensagem se refere. Exemplo: Numa cesta de vimetemos um cacho de uvas, uma maçã, uma laranja, uma banana e um morango. (Este texto informa o que há dentro da cesta, logo, há função referencial). Função Expressiva ou Emotiva Palavra-chave: emissor Reflete o estado de ânimo do emissor, os seus sentimentos e emoções. Um dos indicadores da função emotiva num texto é a presença de interjeições e de alguns sinais de pontuação, como as reticências e o ponto de exclamação. Exemplos: Ah, que coisa boa! Tenho um pouco de medo... c) Nós te amamos! FUNÇÃO APELATIVA OU CONATIVA Palavra-chave: receptor Seu objetivo é influenciar o receptor ou destinatário, com a intenção de convencê-lo de algo ou dar-lhe ordens. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além dos vocativos e imperativo. É a linguagem usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor. Exemplos: Você já tomou banho? Não perca essa promoção!
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