Buscar

resenha

Prévia do material em texto

GNERRE, Maurício. Linguagem, escrita e poder. 5ª edição. São Paulo: Editora WMFmaistins Fontes, 2009. ISBN 978-85-7827-0082-7
Maurício Gnerre é um linguista antropológico que trabalha dentro de uma perspectiva semelhante ao Jack Goody, mas com foco principalmente linguística, em vez de antropológica. Ele ensina ethnolinguistics no Instituto de Estudos Orientais da Universidade de Nápoles, na Itália, enquanto a maior parte de sua pesquisa etnolinguístico foi realizada no Sul e América Central, uma vez que seu principal interesse é em línguas ameríndias. Várias de suas publicações em ethnolinguistics surgiram nos Estados Unidos, Brasil e Itália, e ele também publicou em espanhol: Linguagem, Escrita e Poder [Linguagem, Escrita e Poder] (1985). Ele passa períodos de tempo consideráveis a cada ano visitando sociedades tribais indígenas no Peru e no Brasil para expandir seus estudos sobre mudança linguística e desenvolvimento em situações do cotidiano.
Esse capítulo dá ênfase no estudo da escrita e de suas implicações e consequências, sendo essa, uma área ampla de pesquisas muito complexas que, ainda que concordemos sobre a centralidade de um núcleo de problemas, é difícil de estabelecer ordens de prioridade ou de relevância sobre inclusões ou exclusões de pesquisas, visando o próprio campo da escrita, buscando um melhor entendimento e esclarecimento da questão em discussão.
O campo da escrita se desenvolveu a partir de uma visão evolucionista e mítica da escrita que era evolucionista porque opera a partir do pressuposto da existência de uma série linear de estágios da história da escrita, que se iniciou com símbolos pictográficos e ideográficos, fazendo assim, alcançarem alto nível de abstração da escrita, em especial a escrita alfabética. Desse modo, o que consideramos de escrita, coexistiu durante muito tempo com outras formas de comunicação visual que não chegamos a considerar escrita por si só.
Acontece presentemente, um mito da alfabetização, tratando-se claramente de uma extrema valorização dos aspectos positivos da alfabetização, vista assim, como uma boa influência no processo de modernização do nosso povo, onde esse grande avanço, na minha opinião, seria um passo positivo, para que pessoas mergulhassem em culturas orais, melhorando assim os processos de industrialização e fazendo com que a mudança e a diferença apareçam, pois com a alfabetização fica claro a aparência da capacidade de ler e escrever, afirmando assim que a escrita é um bem desejável.
A pesar da existência da tradição escrita, tal como a cultura de outros países, pode-se atribuir grande valor à memorização. De certa forma somos capazes de lembrarmos de alguma coisa somente através do uso de um livro, pois temos somente o conhecimento superficial daquele momento. Temos aí o nosso ponto de vista em relação com a importância que a escrita deixa marcada em nossa mente, como de certa forma, em nossa linguagem propriamente dita, pois nossas reflexões sobre atitudes desenvolvidas e relativas à escrita nos parecem particularmente relevantes, não somente para desvendar a interpretação recíproca presente na alfabetização. De qualquer forma, acreditamos, assim como diz o autor, que para quem ainda esteja acostumado com esse tipo de comunicação, as vantagens da escrita em muitas situações não são nem um pouco óbvias, mas que no geral, nas culturas orais a escrita não vêm a substituir a memória e que no máximo ela é usada como um complemento ou um suporte visual de informações, essencialmente memorizadas, neste caso.
 Indubitavelmente temos que concordar com a ideia do autor. Não podemos perder a esperança, é o que ele quer nos dizer, pois a esperança, esta que certamente falta na maioria das situações de alfabetização, deixando nos parecer que existem raros momentos históricos em que as atitudes com relação à escrita mudam e favorecem o processo de alfabetização. Desse modo, não devemos esquecer que a escrita veio a ser parte de nós mesmos, e isso eu apoio e defendo, onde temos que lutar para conquistar e defender s virtudes perdidas que a falta da escrita pode apresentar.
Com base em todos os tipos de escrita que o autor relate em seu texto, temos escritas de muitas regiões do mundo, não podemos deixar de ressaltar que sendo ela do jeito como for, temos que lutar pelos bons princípios e pela importância que ela tem para com nós. A fixação do nosso pensamento em papel já se pode relatar como um bom exemplo, se ninguém nunca pusesse sua fala ou seu pensamento em um papel, ninguém poderia saber a opinião do outro sem ser por diálogos, então, com a escrita, tudo melhora, se transforma em meio propício, fácil e rápido, os livros. Os quais passam conhecimento para milhões de pessoas, em tempo favorável.
Desde que o homem começou a organizar o pensamento por meio de registros, a escrita foi se desenvolvendo e ganhando extrema relevância nas relações sociais, na difusão de ideias e informações. Tanto é verdade que inúmeros órgãos e movimentos ligados à Educação, vêm desenvolvendo ações cuja finalidade é a formação de jovens e crianças com capacidade para usar a escrita e a leitura, obviamente nas mais diversas práticas sociais, com autonomia, uma afirmação que deve ser levada em consideração pela sua grande importância dentro do campo da escrita, pois, a prática da escrita não deve ficar restrita a estudantes, nem tampouco aos que dominam a forma culta, como os escritores. Escrever vai muito além das regras impostas por qualquer sistema teórico ou didático: é um modo privilegiado de se descobrir e desvelar humanamente a experiência imperdível viver bem. 
É sensível no mundo contemporâneo a importância da comunicação escrita no dia a dia. Não é nenhum segredo que as melhores posições, em todas as profissões, são dadas aos melhores comunicadores. Para estar sempre à frente é preciso falar, e principalmente escrever bem.
Afirmo, com base na tese apresentada no texto, que a linha divisória entre a pré-história e a história é atribuída ao tempo em que surgiram os registros escritos porque a importância da escrita para a história e para a conservação de registros vem do fato de que estes permitem o armazenamento e a propaganda de informações não só entre indivíduos, privilégio também da linguagem, mas também por gerações em gerações.
Enfim, A importância do ato de aprender a ler e a escrever está fundamentada na ideia de que o homem se faz livre por meio do domínio da palavra. O uso da linguagem é tão importante que a linha do tempo divide a história em antes e depois da escrita. A partir de então, o homem pôde registrar sua cultura, as descobertas, as emoções, sua poesia, enfim, sua maneira de ver o mundo. Isso não quer dizer que o homem não manifestasse o desejo de se expressar no mundo antes de desenvolver a escrita. Ele se comunicava por meio do desenho e da pintura, mas foi com a escrita que ampliou sua habilidade comunicativa e socializou o registro através de um sistema convencional de sinais fechados. No entanto, aprender a ler e a escrever é mais do que uma simples decodificação de símbolos. Para o sujeito construir a habilidade de escrever e ler é necessário que compreenda a sua própria existência. É preciso ter consciência de que a escrita tem por função registrar fatos criados e vividos pelo homem. A escrita registra os significados dos homens.
Catia da Veiga Kwiatkowski, 17 anos, natural da cidade de Giruá, RS, acadêmica no curso de Licenciatura em Português e Espanhol, 1ª fase na Universidade Federal da Fronteira Sul.

Continue navegando