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(LÍQUIDO SEMINAL x INFERTILIDADE MASCULINA.doc)

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LÍQUIDO SEMINAL 
x 
INFERTILIDADE MASCULINA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ORILDO DOS SANTOS PEREIRA 
outubro/2011 
 
 
 
 
 
 
ANATOMIA GENITAL MASCULINA 
 
TESTÍCULOS 
 
- São em número de dois e medem cerca de 3,5- 4,5 cm em seu maior diâmetro, e 2,5 cm na 
largura. São formados pelos túbulos seminíferos, onde são formados os espermatozóides. 
Cada testículo é envolvido por uma cápsula de tecido conjuntivo denso de cor brancacenta, 
que recebe o nome de túnica albugínea. 
- Os túbulos seminíferos são cilíndricos e o comprimento varia de 40 a 70 cm e o diâmetro 
entre 150 e 280 micra. Os túbulos seminíferos representam cerca de 70 % dos testículos. 
São enovelados e perdem sua tortuosidade em seu extremo interno, transformando-se em 
tubo reto para desembocar numa estrutura chamada redis testis, a qual, através dos canais 
eferentes, estabelecem conexão entre o testículo e suas vias excretoras, que são o epidídimo 
e o canal deferente. 
- Os túbulos seminíferos apresentam uma luz central e um epitélio estratificado constituido 
pelas células de Sertoli e células germinativas. 
- O tecido intersticial entre os túbulos seminíferos é formado por células de Leydig, vasos 
sanguíneos, canais linfáticos e numerosos macrófagos. 
- Têm a função de produção dos espermatozóides e elaboração de secreções internas. 
 
FUNÇÕES DAS CÉLULAS DE SERTOLI 
 
- Nutrição e suporte físico do epitélio germinativo. 
- Mediar o mecanismo de ação do FSH. As células de Sertoli têm receptores de membranas 
específicas para o FSH. 
- Produção de ABP (Proteína ligadora de androgênios). 
- Produção de inibina: Um fator peptídico que faz o retro-controle negativo da secreção e 
liberação do FSH. 
- Atividade esteroidogênica. 
- Fagocitose das células que degeneram, durante a espermiogênese, ao nível do epitélio 
germinativo. 
 
FUNÇÕES DAS CÉLULAS DE LEYDIG 
 
- Síntese de testosterona sob ação do LH para o qual tem receptores específicos de 
membrana. 
- Síntese em menor quantidade de estrógenos: Progesterona e 17Hidroxi-progesterona 
 
EPIDÍDIMO 
 
 Apresenta-se como uma curvatura côncava para baixo, situada sobre o testículo. O 
epidídimo, é dividido em três partes: 
 - Cabeça: porção alargada 
 - Corpo: parte média 
 - Cauda: porção posterior e que continua com o canal deferente. 
 O Epidídimo é um tubo único extremamente convoluto, medindo cerca de 5 metros de 
comprimento. Leva ao canal deferente que se alarga para formar a ampola do canal deferente, um 
pouco antes de sua penetração na glândula prostática. 
 Têm como função maturação, armazenamento e condução dos espermatozóides 
 
DUTOS DEFERENTES 
 
 Dimensões: 35 a 40 cm de comprimento, 2mm de diâmetro e a luz não ultrapassa 0,5 mm. 
 Iniciam a partir da cauda do epidídimo e terminam no ponto de junção das vesículas 
seminais e do conduto ejaculador. A extremidade terminal é alargada, formando a parte ampolar 
que se unindo ao ducto da vesícula seminal, vão dar origem ao canal ejaculador que desemboca 
na uretra prostática. 
 
VESÍCULAS SEMINAIS 
 
Dimensões: medem cerca de 5 a 7 cm de comprimento e 2cm de diâmetro na porção mais 
larga. 
Localiza-se entre a bexiga e o reto. Cada uma se liga à porção final de cada um dos canais 
deferentes. Sua função é de promover a mistura dos espermatozóides com as secreções 
condutoras e nutritivas, a fim de formar o sêmen. São estruturas alongadas e receberam o nome 
de vesículas seminais, por se achar que eram reservatórios de sêmen. Tem capacidade para 
armazenar de 4 a 6 ml de líquido. 
Têm como função a mistura dos espermatozóides com as secreções condutoras e 
nutritivas para formar o sêmen. 
 
CANAIS EJACULADORES 
 
Dimensões: medem cerca de 2 cm de comprimento e seu calibre diminue de cima para 
baixo, sua luz inicia com 1 mm e termina com 0,5 mm. 
Anatomicamente, se formam na terminação em ângulo agudo dos canais deferentes e das 
vesículas seminais. Penetram, obliquamente, na próstata para baixo e terminam na uretra posterior 
ao nível do utrículo prostático. 
Têm como função a mistura dos espermatozóides com as secreções condutoras e 
nutritivas para formar o sêmen. 
 
PRÓSTATA 
 
É uma glândula situada na cavidade pélvica e forma corpo com a bexiga e a uretra. A 
uretra passa pelo meio da próstata e nesse trajeto, recebe o nome de uretra prostática. 
Têm como função a mistura dos espermatozóides com as secreções condutoras e 
nutritivas para formar o sêmen. 
 
URETRA 
 
Dimensões: mede cerca de 17 a 20 cm de comprimento e vai do trígono da bexiga até a 
ponta do pênis. 
Anatomicamente, apresenta orifício uretral interno, uretra prostática, uretra membranosa, 
uretra cavernosa e orifício uretral externo. 
Têm como função a eliminação do sêmen. 
 
URETRA PROSTÁTICA 
 
Dimensões: mede cerca de 3 cm e localiza-se dentro da próstata. Vai do orifício uretral 
interno até a uretra membranosa. 
Uma vez que, logo abaixo do útriculo prostático, estão localizados os orifícios dos dois 
canais ejaculadores, um de cada lado. 
 
PÊNIS 
 
O pênis, a uretra e as glândulas acessórias são as únicas partes do aparelho genital 
masculino que têm funções conjuntas com o aparelho urinário. 
O pênis é constituido de três formações cilíndricas, sendo duas localizadas lateralmente e 
conhecidas como corpos cavernosos, e uma localizada medianamente, conhecida como corpo 
esponjoso e que abriga a uretra. 
O tecido dos corpos cavernosos é irrigado por grandes veias sinusais que contêm pouco 
sangue, quando o pênis está em repouso, mas tornam-se fortemente engurgitadas e dilatadas, 
quando em ereção. 
Têm como função a eliminação do sêmen. 
 
GLÂNDULAS ACESSÓRIAS 
 
 Glândulas de Littré: Localizadas no tecido peri-uretral da uretra peniana e são mais 
numerosas na cobertura da uretra. 
 Glândulas de Cowper: Localizadas na uretra membranosa. 
 Glândulas de Morgani: Localizadas na cobertura da uretra peniana e dentro dos quais as 
Glândulas de Littré se esvaziam. 
 
COMPOSIÇÃO DO LÍQUIDO SEMINAL 
 
1) Espermatozóides 
2) Plasma Seminal: 2,0 a 5,0 ml 
 O Plasma Seminal é dividido em: 
- Secreção das glândulas mucosas ou Bulbo - uretrais: 0,1 a 0,2 ml 
- Secreção prostática: 0,5 ml (13 a 23 % do volume seminal) 
Rica em: Cálcio, Zinco, Magnésio e Ácido Cítrico 
Fosfatase Ácida e Alcalina 
Alfa-amilase 
Lisozima 
Seminina 
Inusitol 
Alfa-glicoronidase 
Ativador de Plaminogêneo. 
Albumina 
Inibidores de Tripsina 
 
- Secreção das vesículas seminais: 46 a 80 % do volume final 
 Rica em: Frutose 
 Prostaglandinas 
 Glicerilfosforilcolina 
 Acetilcarnitina 
 Lactoferrina 
 Proteínas antigênicas 
 Imunoglobulinas 
 Inibidores das proteínas 
 Potássio 
 
- Hormônios: FSH, LH, Testosterona, DHT e Prolactina. 
 
 
AÇÕES HORMONAIS 
 
Os Hormônios são fatores indispensáveis a espermatogênese. 
São eles: 
 
- Hormônio do crescimento (HGH): Promove a divisão inicial das espermatogônias. Na 
ausência deste hormônio, a espermatogênese é deficiente ou totalmente ausente. 
- Hormônio Folículo Estimulante (FSH): Secretado pelo lobo anterior da hipófise penetra no 
túbulo seminífero e estimula a síntese protêica, através dos receptores específicos existentes 
na célula de Sertoli. 
- Hormônio Luteinizante (LH): Secretado pelo lobo anterior da hipófise penetra no túbulo 
seminífero e estimula as células de Leydig a secretar testosterona. 
- Testosterona: Regula a concentração periférica do LH e atua sinergicamentecom o FSH 
sobre a produção dos espermatozóides. A testosterona inicia a espermatogênese e a meiose 
das células germinativas, enquanto a diferenciação da espermátide em espermatozóide é 
controlada pelo FSH. 
- Prolactina: Também é envolvida no mecanismo da espermatogênese, regulando a liberação 
de gonadotrofinas e atuando sinergicamente com o LH, aumentando a esteroidogênese. Tem 
efeito estimulante na utilização da glicose e na atividade da adenilciclase e ATPase dos 
espermatozóides, influenciando a mobilidade e a capacitação espermáticas por promover 
uma maior captação de cálcio pelos espermatozóides. 
 
 
 
ESPERMATOGÊNESE 
Início entre 13 e 15 anos de idade sob a ação dos Hormônios Gonadotróficos Adenohipofisários 
permanecendo praticamente pelo resto da vida. 
 
FASES DA ESPERMATOGÊNESE: 
 
 Espermatogônia A Células epiteliais germinativas localizadas no 
 bordo interno do túbulo seminífero 
 Mitose 
 
 
 Espermatogônia B 
 
 Mitose 
 
 
Espermatócitos primários Dividem-se por meiose. Não há formação 
 de novos cromossomos, apenas 
 1ª divisão separação aos pares. 
 (Meiose) 
 
Espermatócitos Secundários Formam-se quatro espermatozóides 
 dividindo o número de cromossomos para 
 2ª divisão 23. 
 (Meiose ou 
 Mitose 
 Reducional) 
 
 Espermátides - Perda de parte do citoplasma. 
 - Reorganização da cromatina do núcleo 
 Espermiogênese para formar uma cabeça compacta. 
 - Reunião do restante do Citoplasma e da 
 membrana em uma das extremidades para 
 formar a cauda. 
 
Espermatozóides 
 
 
 
 
 
 
 A VIA SEMINAL 
 
 Uma vez efetivada a espermatogênese , os espermatozóides liberados na luz dos túbulos 
epididimários percorrem, no organismo do homem, um trajeto avaliado entre quatro e seis metros, 
até serem ejaculados. 
 O caminho percorrido ao nível de epidídimo é considerado o mais longo deste percurso. Os 
espermatozóides atingem a primeira porção do epidídimo pela pressão positiva da rete testis 
(pressão coordenada pelo batimento dos cílios e contrações das paredes dos ductos eferentes e 
pelas contrações da túnica albugínea). A progressão através do epidídimo, é feito pelas contrações 
e relaxamentos tubulares que induzem alterações do gradiente de pressão hidrostática intratubular 
epididimária e os espermatozóides avançam, através dos canais deferentes. 
 Os canais deferentes parecem conter, no homem, cerca de 0,45 ml de fluído, volume 
correspondente a cerca de 10 % do volume total do ejaculado. 
 Estes canais não têm movimentos peristálticos contínuos, sendo inervados por neurônios 
pós-ganglionares simpáticos e para-simpáticos, predominando os primeiros. 
 A ativação dos nervos hipogástricos simpáticos produzem contrações que esvaziam a 
porção caudal dos epidídimos e fazem os espermatozóides alcançarem , via canais deferentes, a 
região da ampola seminal em cuja extremidade se desemboca a vesícula correspondente, que 
produz cerca de 2,0 a 2,5 ml da secreção que vai representar cerca de 60 % do volume total do 
ejaculado. 
 O canal ejaculador é o ducto que liga a ampola seminal à próstata e se abre na uretra, na 
porção chamada Verumontanum. 
 A partir daí, a uretra se constitui a via de condução do sêmen, até o exterior, durante a 
ejaculação. 
 O processo ejaculador ou fase final do tranporte dos espermatozóides e seus líquidos 
secretados pelas glândulas acessórias ocorre em dois momentos, sendo estes emissão e 
ejaculação propriamente dita. 
 Durante a ejaculação, as glândulas peri-uretrais, as vesículas seminais e a próstata 
depositam suas secreções na uretra posterior. 
 A estas secreções juntam-se os espermatozóides que podem ser originados da ampola 
seminal, do canal deferente e , provavelmente, até da cauda do epidídimo. 
 Na fase de ejaculação, o esfíncter externo relaxa e os músculos perianais e bulbouretrais 
contraem-se, expelindo o ejaculado da uretra posterior diretamente para a uretra cavernosa até o 
meato uretral. 
 
A VIA SEMINAL 
 
 
 Túbulos seminíferos 
 
 
 
 Epidídimo 
 
 
 
 Ducto deferente 
 Cerca de 10 % do volume total do ejaculado 
 
 
 Ampola seminal Vesícula Seminal 
 
 Cerca de 60 % do volume total do esperma 
 
Canal ejaculador 
 
 
 
 Próstata Secreção prostática 
 
 Cerca de 30 % do volume total do esperma 
 
Uretra Glândulas periuretrais 
 
 (Cowper e Littré) - Muco secretoras 
 
Meio externo 
 
 
 
 
CAPACITAÇÃO DOS ESPERMATOZÓIDES 
 
O espermatozóide, ao ser ejaculado, não tem capacidade de fertilização porque está 
submetido a um fator de decapacitação, representado por substâncias seminais capazes de inibir 
a qualidade fértil. 
A capacidade fertilizante é adquirida no Trato Genital Feminino e o mecanismo é chamado 
capacitação. 
O acrossoma do espermatozóide contém enzimas hidrolíticas e proteolíticas extremamente 
poderosas que poderiam destruir o aparelho genital masculino se fossem liberadas antes do 
momento adequado. 
No Trato Genital Feminino, a liberação de enzimas pelo sêmen, o contato com proteínas, 
sais minerais, aminoácidos e demais componentes do muco cervical removem os agentes 
decapacitantes, permitindo a liberação da Hialuronidase, Acrosina e CPE (Enzima penetrante), 
possibilitando a penetração do espermatozóide na zona pelúcida do óvulo. 
 
 
TÉCNICA PREPARATIVA SEMINAL 
 
 
 
PREPARO DO PACIENTE 
 O exame normalmente é precedido de abstinência sexual de 2 a 5 dias, mas a 
tendência mais atual é tomar como referência a atividade sexual do paciente, podendo então a 
abstenção variar de a 1 a 2 dias. Examina-se o produto de uma única ejaculação. 
 
COLETA E PREPARO DA AMOSTRA 
 Devem ser registrados o nome da pessoa, o período de abstinência, data e hora 
da coleta, assim como o período de intervalo entre a coleta e o exame e medicamentos em uso, 
dado este de extrema importância visto que pode influenciar sensivelmente na contagem dos 
espermatozóides. 
 A sala de coleta deve ser silenciosa e distante dos ruídos normais do laboratório, a 
fim de amenizar os efeitos inibitórios sobre o paciente. Instruir o paciente para evitar perda do 
material, principalmente o 1º jato, pois invalida a realização do exame. 
 O frasco deve ser esterelizado e se possível de plástico não espermaticida, as 
mãos e pênis devem ser lavados e jejum alimentar só é requerido em caso de dosagem de 
frutose. 
 Duas amostras devem ser coletadas por auto-masturbação para avaliação inicial. O 
intervalo entre as duas coletas dependerá das circunstâncias locais, mas não deve ser menor que 
7 dias ou maior que 90 dias. Se o resultado dessas duas análises for marcadamente discrepante, 
análises adicionais deverão ser examinadas porque a emissão de esperma de um homem pode 
variar consideravelmente. 
Em alguns casos pode-se utilizar da técnica de Split (2 ou mais fra- 
ções ) , sendo que na primeira porção encontraremos espermatozóides de alta motilidade com 
líquido proveniente do epidídimo, líquido prostático rico em espermolisinas e líquido das glândulas 
para-uretrais; na segunda porçãoencontraremos líquido das vesículas seminais, espermatozóides 
de menor motilidade e em número menor e fatores de coagulação. 
 A coleta domiciliar deve ser usada somente como alternativa em impedimentos 
físicos e/ou emocionais. Se a coleta não for possível de ser realizada no laboratório, a amostra 
deverá ser enviada dentro de 30 min após a coleta. Se testes funcionais para os espermatozóides 
tiverem que ser realizados, é crítico que os espermatozóides sejam separados do plasma seminal 
antes de passada uma hora da ejaculação. 
 
EXAME MACROSCÓPICO 
 
Volume: em condições normais varia entre 2 a 5 ml. Já que o volume proveniente das 
glândulas de Cowper, epidídimos e testículos, é extremamente reduzido, o volume seminal final é 
diretamente proporcional à quantidade de secreção da próstata e das vesículas seminais. 
 Volumes inferiores a 2 ml configuram as hipospermias, enquanto que a ausência de 
esperma é denominada de aspermia. O volume varia ainda em um mesmo indivíduo, diminuindo 
com ejaculações repetidas em curto espaço de tempo e aumentando com a abstinência mais 
prolongada. É comum que se encontrem volumes seminais elevados em azoospérmicos, exceção 
feita àqueles que apresentam agenesia dos deferentes quando o volume é bastante reduzido, visto 
que, por ter a mesma origem embriológica, as vesículas seminais também não existem. 
 
 Consistência /Viscosidade: poderá ser estimada utilizando pipeta ou 
bastão, observando-se o filete de sêmen, que não deverá exceder 2 cm. Uma consistência 
anormal, por exemplo devida a uma alta quantidade de muco, pode interferir com as 
determinações das várias características espermáticas como a motilidade e a concentração de 
gametas assim como nos testes para identificação da presença de anticorpos de revestimento dos 
espermatozóides. 
 
 Cor: normalmente o sêmen é cinza claro, tornando-se translúcido após a liquefação. A 
presença de piócitos em grande quantidade confere ao esperma uma cor amarelada, enquanto 
que a presença de hemácias, hemospermia, é sugestiva em muitos casos de infecção específica. 
 
 Aspecto: uma amostra normal tem aparência homogênea de uma opalescência 
acinzentada. Essa aparência pode ser menos opaca se a concentração de espermatozóides for 
muito baixa, ou de cor castanha quando células vermelhas do sangue estiverem presentes. 
 
 Odor: o esperma recentemente emitido tem odor "sui generis"que pode ser comparado ao 
do suco de castanhas; isto se deve a substâncias produzidas na próstata (espermina,espermidina 
e putrecina), de tal sorte que na atrofia prostática e nas prostatites esse odor característico pode 
faltar. 
 
 Reação (pH): deve ser determinada em um tempo padrão dentro de 1 hora após a 
ejaculação e deve variar de 7,2 a 8,0. Mantido em recipiente fechado, o que impede o escape de 
CO2 para o meio ambiente, o esperma apresenta um pH que se mantém de 7,2 a 7,4. Em contato 
com o ar, o pH vai se elevando e atinge 7,8 até 8,2. Um pH superior a 8 desde o instante da 
emissão indica, quase sempre, uma deficiência prostática. Se o pH for menor que 7,0 em uma 
amostra com azoospermia pode tratar-se de um caso de disgenesia dos canais deferentes, 
vesículas seminais ou epidídimos. O pH estando menor que 6,8 ou maior que 9,0 vai ocorrer a 
inativação total dos espermatozóides 
 
Liquefação: uma amostra seminal normal liquefaz em até 30 minutos à temperatura 
ambiente. A presença de grumos mucosos, sinal de liquefação incompleta, pode interferir com a 
contagem dos espermatozóides. Amostras seminais normais podem conter granulações 
gelatinóides (corpos gelatinosos) os quais não liquefazem. O significado deste fato é 
desconhecido. 
A liquefação pode ser: 
- Primária: o sêmen é totalmente liquefeito imediatamente após a ejaculação pela 
ausência ou insuficiência das vesículas seminais. 
- Parcial: o sêmen é parcialmentente liquefeito imediatamente após a ejaculação pela 
deficiência de espermolisinas. 
- Secundária: liquefação normal, ocorrendo até 30 minutos após a ejaculação. 
 
 Coagulação: imediatamente após a emissão, o esperma transforma-se em um gel através 
de um processo enzimático não bem definido. Adquire então um aspecto heterogêneo formando-se 
coágulos, provavelmente para proteger os espermatozóides do contato com o conteúdo vaginal 
hostil. Em temperatura ambiente, o gel vai transformando-se em sol num tempo que varia de 15 a 
30 minutos da emissão. Este segundo processo é comandado pela fibrinolisina, enzima contida na 
secreção prostática. As alterações no tempo de liquefação ou a própria ausência da liquefação são 
portanto devidas à disfunção prostática. 
 
 Gelificação: a amostra deve ser bem homogeneizada no frasco original. 
Homogeneização incompleta é provavelmente um dos maiores responsáveis por erros na 
determinaçao da concentração de espermatozóides. A contínua homogeneização pela rotação do 
frasco durante a liquefação é um fator de redução do referido erro. 
 
 
INVESTIGAÇÃO MICROSCÓPICA À FRESCO 
 
 Concentração espermática: 
 Igual ou maior que 20 milhões/ml do ejaculado 
 
Métodos de contagem: 
 - Câmara de Neubauer: a diluição vai depender da concentração espermática: 
 Alta concentração: 1:50 a 1:100 
 Baixa concentração: 1:20 a 1:30 
 Muito baixa: 1:5 a 1:10 
 Cálculo: 
 Número obtido x diluição x 50.000, dividido pelo número de quadrantes contados. 
 O líquido de diluição utilizado é solução salina a 0,5 % em formol. 
 
 - Câmara de Makler: 
 - Homogeinizar o esperma 
 - Pipetar 200 µl em tubo de ensaio pequeno 
 - Deixar em banho maria a 56º C. por 5 minutos. 
 - Passar para a câmara de Makler e aguardar 30 minutos 
 - Ler 10 quadrantes e multiplicar por 1.000.000 
 
 
Graus de Motilidade: 
 
 Grau A – Motilidade Rápida e Progressiva e Linear (Direcionais Rápidos) 
 Grau B – Motilidade Lenta e/ou Não Linear (Direcionais Lentos) 
 Grau C – Motilidade Não Progressiva (“IN SITU”) (Erráticos) 
 Grau D – Imotilidade (Imóveis) 
 
 Em um paciente normal vamos encontrar no mínimo 25 % de espermatozóides Grau A . 
 Uma verificação detalhada da motilidade espermática pode ser dada pelo sistema Análise 
Seminal Computadorizada (sistema CASA). Porém, um sistema simples de graduação dos 
movimentos dos espermatozóides, por oferecer a melhor determinação possível da motilidade 
espermática sem a necessidade de um equipamento complexo. 
 O campo microscópico é observado por uma varredura sistemática e cada espermatozóide 
encontrado é graduado de acordo como se apresenta: motilidade rápida e progressiva; motilidade 
progressiva lenta; motilidade não progressiva; imotilidade. 
 
 Aglutinação: 
 
 Cabeça – Cabeça 
 Peça Intermediária – Peça Intermediária 
 Cauda – Cauda 
 Mista 
 Valor de Referência: Até 5% dos Espermatozóides Móveis 
 
A aglutinação espermática significa que os espermatozóides móveis aderem-se uns aos 
outros. A aderência tanto de espermatozóides imóveis uns com os outros ou espermatozóides 
móveis com filetes mucosos, ou de outras células que não espermatozóides ou ainda debris, é 
considerada como uma agregação inespecífica diferente do fenômeno de aglutinação e deve ser 
registrada como tal. A presença de aglutinação oferece uma sugestão, mas não se configura em 
evidência suficiente de uma causa imunológica de infertilidade. 
 
 
Vitalidade Espermática: 
 
A vitalidade do espermatozóide se reflete na proporção de espermatozóides que estão 
vivos, determinados pela exclusão do corante ou pela capacidade de regulação osmótica sob 
condições hipo-osmóticas. 
 
Eosina Aquosa 
 
- Prepara-se uma solução a 0,5% de Eosina em solução aquosa. 
- Misturar uma gota (20 ul) de sêmen fresco com uma gota de solução de Eosina a 0,5 % em 
uma lâmina microscópica absolutamente seca e cobrir com lamínula 18 x 18 ou 20 x 20. 
- Após 1 a 2 minutos, observar a preparação em aumento 400 x , em microscopia óptica comum 
com bastante luz e o diafragama aberto. 
- Contar os espermatozóides em que as cabeças destes apresentarem-se não corados ( 
imóveis e vivos) e os corados (mortos). 
- Relatar em porcentagem. 
 
Eosina Nigrosina 
 
- Utiliza-se Eosina a 1 % em solução aquosa e Nigrosina a 10 % em solução aquosa. 
- Misturar 01 gota (20 ul) de sêmen fresco com 1 gota de Eosina e 02 de Nigrosina e misturar. 
- Depositar uma gota dessa mistura em lâmina de microscopia e fazer um esfregaço, deixando 
secar ao ar livre. 
- Examinar ao microscópio diferenciando mortos ( cabeças coradas) e imóveis (cabeças não 
coradas). 
- Relatar em porcentagem. 
 
 
 
 
 
 
MÉTODO ANALÍTICO SEMINAL 
 
CITOLOGIA 
 
Espermocitograma (estudo dos elementos germinativos ) 
 
Morfologia convencional 
 
 A contagem morfológica diferencial dos espermatozóides, embora sen- 
do muito difícil, observações feitas com espermatozóides coletados do trato reprodutivo feminino 
ajudaram a definir o aspecto dos espermatozóides normais. O esperma normal contém 50 % de 
espermatozóides morfologicamente normais; a relação entre as células da espermatogênese e os 
espermatozóides maduros é de 5 a 10 daquelas para 100 destes. Na azoospermia só se 
encontram células da espermiogênese. As seguintes categorias de defeitos devem ser 
observadas: 
 
- Defeitos na cabeça. 
- Defeitos na peça intermediária. 
- Defeitos da cauda. 
- Elementos germinativos 
 
 Devem ser contados no mínimo 200 espermatozóides, sendo o resultado relatado em 
porcentagem.Os espermatozóides atípicos podem atingir até 30 % dos espermatozóides 
analizados. 
 
 Usualmente apenas espermatozóides reconhecíveis são considerados para a contagem 
diferencial de morfologia; células imaturas não são contadas como espermatozóides mesmo as 
espermátides. Cabeças de espermatozóides soltas ou livres são contadas como formas anormais 
na categoria de defeitos de peça intermediária não sendo porém contadas as caudas livres. 
 
 
Morfologia Estrita 
 
 Um critério estrito deve ser aplicado quando se analisa a normalidade morfológica do 
espermatozóide. A cabeça normal deve ter uma forma oval. Deve haver uma região acrossômica 
bem definida compreendendo 40-70% da área da cabeça. Não pode haver defeitos na peça 
intermediária ou na cauda. 
 
 
Importância da morfologia estrita 
 
Foi observado que homens com concentração e motilidade espermática normais 
mostravam taxas de fertilização significativamente mais baixas, se apresentassem menos que 14% 
de espermatozóides perfeitos. Quando estes pacientes apresentavam menos de 4% de 
espermatozóides perfeitos, não ocorria fertilização. 
Assim, a avaliação da porcentagem de espermatozóides com formas perfeitas, segundo 
este critério estrito, é fundamental para o prognóstico dos casais que alcançarão gestação por 
métodos naturais. 
A morfologia estrita também é fundamental para a indicação e o prognóstico dos casais 
candidatos a técnicas de reprodução assistida como: inseminação intra-uterina, fertilização in vitro 
e injeção intra-citoplasmática de espermatozóide. 
Outros trabalhos comprovaram a importância da morfologia estrita no prognóstico de 
fertilização. A conclusão é que com menos de 4% o prognóstico é ruim, de 4% a 14% é bom e 
acima de 14% é excelente. 
Este procedimento foi desenvolvido por Kruger e colaboradores e é muito usado em 
clínicas de fertilização in vitro, para predizer as chances de fertilização. Além das características 
morfológicas convencionais, este critério também leva em consideração a área ocupada pelo 
acrossoma, sendo os espermatozóides classificados da seguinte forma: 
 
1) normais - quando a cabeça é oval, a peça e o flagelo normais e o acrossoma ocupa uma área 
entre 40-70% da região cefálica; 
2) levemente amorfos - quando apresentam as mesmas características dos espermatozóides 
normais, mas a cabeça é parcialmente alongada. Espermatozóides ovais com leves 
alterações na peça intermediária também são incluídos nesta categoria; 
3) severamente amorfos - quando o acrossoma ocupa menos de 40% ou mais de 70% da região 
cefálica. Espermatozóides com outras anomalias, microcéfalos, fusiformes, etc., ou com 
anomalias múltiplas, também são incluídos nesta categoria. 
 
ESPERMATOZÓIDES NORMAIS 
 Espermatozóide normal (cabeça oval) 
 
 
ESPERMATOZÓIDES COM ALTERAÇÕES DA CABEÇA 
 Cabeça alongada 
 Cabeça simplesmente alongada 
 Cabeça alongada com extremidade afilada 
 Cabeça alongada com extremidade em forma de sineta 
 Cabeça em forma de fita ou Tapering 
 Espermatozóides microcéfalos de cabeça redonda sem acrossomas 
 Espermatozóides microcéfalos de cabeças triangulares com pequeno acrossoma 
 Espermatozóides microcéfalos com reducão total – microespermatozóides 
 Espermatozóides macrocéfalos (cabeca grande - macroespermatozóide) 
 Espermatozóides de cabeças irregulares 
 Espermatozóides com alteracões nucleares 
 Espermatozóides em picnoses (cabecas com núcleo picnótico) 
 Espermatozóides em cromatólise (cabeca com núcleo em cromatólise) 
 Espermatozóides acéfalos – ausência de cabeça 
 Espermatozóides de cabeças duplas 
 Dupla cabeça únida pela peça intermediária com uma só cauda 
 Cabeça com núcleo filamentoso 
 Alteracão nuclear – região pós – acrossomial estreita 
 Alteracão nuclear – região pós – acrossomial alargada 
 Ausência de acrossomas 
 Espermatozóides com vacúolo 
 
 ESPERMATOZÓIDES COM ALTERACÕES DA PEÇA INTERMEDIÁRIA 
 Peça intermediária com presenca de restos citoplasmáticos 
 Peça intermediária mostrando uma angulacão entre a cabeça e a cauda 
 ao nível de sua parte média 
 Idem, porém ao nível de sua parte final 
 Restos citoplasmáticos com vacúolo na peça intermediária 
 Peça intermediária com vacúolo citoplasmático degenerativo 
 Alteracões da peça intermediária 
 Angulacão na peça intermediária 
 Dois espermatozóides unidos pela peça intermediária (sem cauda) 
 Peça intermediária com restos citoplasmáticos e em angulação 
 Três espermatozóides unidos pela peça intermediária 
 
 
ESPERMATOZÓIDES COM ALTERACÕES DA CAUDA OU FLAGELO 
 Espermatozóides de flagelos curtos 
 Espermatozóides de flagelos totalmente enrolados 
 Espermatozóides de flagelos enrolados na parte distal 
 Espermatozóides de flagelos duplos 
 Espermatozóides com flagelos espessos 
 Espermatozóides com ausência de flagelos (cauda) 
 
 
CÉLULAS DA ESPERMATOGÊNESE 
 Espermátide 
 Espermátide pequena 
 Espermátide com presença da futura cauda 
 Espermátide com vários vacúolos citoplasmáticos degenerativos 
 Espermátide binucleada 
 Espermátide tetranucleada 
 Espermatócito 
 Espermatócito com núcleo filamentoso 
 Espermatócito com zona clara citoplasmática 
 Espermatócito binucleado 
 Espermatogônia 
 Células de Sertoli 
 
CÉLULAS INFLAMATÓRIAS 
a) Granulócitos neutrófilos segmentados (Piócitos) 
b) Granulócitos eosinófilos 
c) Macrófagos 
d) Linfócitos 
 
 
 
 
SEROLOGIA 
 
ANÁLISE BIOQUÍMICA 
 
Zinco: proteção da cromatina condensada no núcleo dos espermatozóides, tornando-o 
estabilizado como resultado da ligação dissulfídrica com protaminas, com o zinco sendo quelado 
pelo citrato; com valores baixos de ácido cítrico, o zinco não é quelado e a estabilização da 
cromatina é precária. 
 
Ácido Cítrico: está vinculado ao processo de coagulação e liquefação do esperma e, 
juntamente com K+ e N+, tem um importantepapel no equilíbrio osmótico do sêmen. 
Nas prostatites crônicas, os valores de ácido cítrico encontram-se frequentemente 
diminuídos, a níveis inferiores a 220 mg/dl. 
 Importante correlação com o zinco. 
Utiliza-se o plasma seminal para a dosagem que é realizada através de kit Boehringer nº 
139076 (método u.v). 
Valor normal : 200 - 800 mg/dl 
 
Fosfatase Ácida Prostática: A fosfatase ácida tem seu nível muito baixo na infância, 
aumenta na puberdade e alcança o máximo no adulto. 
Nos carcinomas da próstata, a fosfatase ácida acha-se aumentada, alcançando a corrente 
sanguínea e sendo sua dosagem de extrema utilidade no diagnóstico e como índice de controle 
terapêutico. 
A fosfatase ácida intervém na formação de colina nas vesículas seminais, já que esta se 
forma a partir de um precursor, a fosforilcolina, em presença de fosfatase ácida. 
 
 Frutose: a frutose é a principal fonte energética para os espermatozóides. A produção de 
frutose é dependente da atividade hormonal e para que se forme é necessário testosterona. A 
principal fonte de energia celular para os espermatozóides é o ATP. Em presença de enzimas 
específicas, o ATP permite que se forme frutose 1-6 difosfato que, pelas reações do ciclo da 
glicólise, é metabolizada em ácido lático. A metabolização de frutose é imprescindível para a 
ressíntese do ATP, fechando o ciclo. Esta reação de frutólise continua até a quase extinção da 
frutose, quando a mobilidade dos espermatozóides diminui verticalmente. O consumo da frutose é 
tão mais intenso quanto mais atividade de espermatozóides houver. É pouco intenso nas oligo-
astenozoospermias e inexistente nas azoospermias. 
 
ANÁLISE IMUNOQUÍMICA 
 
 Entre 1,7 e 23,1% dos homens inférteis apresentam anticorpos séricos aglutinantes e 
imobilizantes de espermatozóide e muitos deles também apresentam estes elementos no plasma 
seminal. A presença de auto-anticorpos no plasma seminal imobiliza os espermatozóides e reduz 
sua capacidade de penetração no muco-cervical. Além disso, favorece a autoaglutinação 
espontânea do esperma por anticorpos aglutinantes. 
 A presença de anticorpos antiespermáticos revestindo os espermatozóides é típica e pode 
ser considerada específica no caso da infertilidade imunológica. Os anticorpos espermáticos no 
sêmen pertencem quase que exclusivamente a duas classes imunológicas: IgA e IgG. Os 
anticorpos IgA têm maior importância clínica que os anticorpos IgG. Os anticorpos IgM, por causa 
do seu grande tamanho molecular, são raramente encontrados no sêmen. 
 Os testes de triagem para anticorpos no plasma seminal são realizados em amostras 
seminais frescas e se utilizam dos métodos de Immunobead e da reação mista da antiglobulina 
(MAR test). 
 Os resultados do teste Immunobead e do teste Mar nem sempre estão em concordância. O 
teste Immunobead correlaciona-se bem com os testes de aglutinação e imobilização espermática 
realizados no soro. Quando esses testes são positivos, outros testes (teste do contato esperma-
muco cervical, teste esperma-muco cervical no tubo capilar ou titulação de anticorpos espermáticos 
no soro) irão convalidar e confirmar o diagnóstico. 
 
 TESTES PARA DETECÇÃO DE ANTICORPOS ANTI-ESPERMATOZÓIDES NO ESPERMA 
 
 Mar Test (Reação mista antiglobulina): 
 Direto IgG e IgA 
 O paciente deve estar em abstinência sexual de 2 a 5 dias e deve ser colhido por auto-
masturbação e deverá ser realizado até 4 horas após a coleta. 
 Em uma lâmina de microscopia colocar: 
- 10 µl de partículas de látex revestidas com IgG ou hemácias de carneiro revestidas de IgG. 
- 10 µl de sêmen fresco. 
- Misturar com espátula. 
- Adicionar 10 µl de soro anti-IgG diluido a 1/20 em Ringer Frutose 
- Misturar. 
- Cobrir com lamínula e observar em microscopia de fase logo após a preparação e novamente 
após 10 minutos. 
- Contar 100 espermatozóides móveis. 
 
 Na ausência de auto-anticorpos sobre os espermatozóides, estes serão vistos nadando 
livremente entre as partículas de látex, as quais irão aderir entre si, provando a efetividade da 
preparação. 
 Quando positivo, na presença de auto-anticorpos, observamos mais que 10 % de 
espermatozóides móveis com partículas de látex aderidas a eles. Na primeira leitura observam-se 
poucas partículas aderidas aos espermatozóides e posteriormente podem formar aglutinações tão 
compactas que haverá formação de blocos grandes ou único. 
 
 
 Teste Immunobead: 
 Os anticorpos presentes na superfície da célula espermática podem ser detectados pelo 
teste Immunobead. Immunobeads são esferas de poliacrilamida com imunoglobulinas anti-
humanas de coelho aderidas por covalência. A presença de anticorpos IgG, IgA e IgM pode ser 
simultaneamente determinada por este teste. 
 Os espermatozóides são preparados livres do plasma seminal (lavados) por centrifugações 
repetidas e ressuspensão em meio tampão. A suspensão de espermatozóides é homogeneizada e 
misturada com a suspensão de Immunobeads. Esta preparação é examinada a uma magnificação 
de 400X em microscopia de contraste de fase. Enquanto os espematozóides nadam através da 
suspensão, os Immunobeads vão aderindo aos móveis que têm anticorpos aderidos à superfície. 
Determina-se a proporção de espermatozóides com anticorpos de superfície e a classe (IgG , IgA 
ou IgM) desses anticorpos pode ser identificada utilizando-se diferentes categorias de 
Immunobeads. O teste é considerado positivo quando 20% ou mais dos espermatozóides 
apresentam-se com Immunobeads aderidos. No entanto, a penetração espermática no muco 
cervical e a fertilização in vitro tendem em não ser significantemente prejudicadas a menos que 
50% ou mais dos espermatozóides móveis tenham anticorpos aderidos. 
 
Técnica: 
 
- Para esta técnica de detecção de anticorpos anti -espermatozóides utilizamos microesferas 
adicionadas de anti- IgG, IgA e IgM e tampão fosfato (PBS). 
- Para cada tipo de anticorpo (IgG, IgA ou IgM) adicionar 200 µl de suspensão de microesferas 
em tubos de centrifugação. 
- Adicionar a outro tubo de centrífuga 800 µl de sêmen fresco e completar para 10 ml com 
tampão fosfato (PBS). 
- Centrifugar a 2.000 rpm por 10 minutos. 
- Decantar e desprezar o sobrenadante . 
- Colocar 10 µl de cada tipo de microesfera misturados a 10 µl de suspensão de 
espermatozóides lavados em uma lâmina de microscopia, cobrindo com lamínula 20x20. 
- Deixar por 5 minutos em câmara úmida. 
- Observar ao microscópio (aumento 400 x) conferindo a porcentagem de espermatozóides 
aderidos às diferentes microesferas registrando a classe a que pertencerem. 
 
 
 Anticorpos Antiespermatozóides Séricos: 
 
 Em pacientes com nenhuma evidência endócrina, sêmen ou outra anormalidade, o 
título de anticorpos antiespermatozóides pode ser mencionado. 
 Os anticorpos antiespermatozóides são um achado comum após vasectomia, 
ocorrendo em aproximadamente 50 % dos casos. 
 A incidência e significado de anticorpos antiespermáticos séricos em casais com 
problemas de infertilidade são controversos. 
 Em homens, um relato sugere que título de anticorpos é mais significante que a 
mera detecção do anticorpo. Altos títulos em homens são considerados de grande evidência contra 
fertilidade. Baixos títulos têm significado incerto e títulos intermediários indica uma insuficiência, 
mas não inutilidade de prognóstico. 
 Em mulheres, anticorpos antiespermatozóides estão presentes em 7-17 % dos 
casos de infertilidade, mas seu significado é incerto desde que uma porcentagem considerável 
dessas mulheres podem vir a engravidar. A detecção de anticorpo antiespermático no muco 
cervical de mulheres é provavelmente muito mais importante que sua detecção sérica. 
 
 Teste de MAR Indireto IgG e IgA e Immunobeads Indireto IgG e IgA 
 
 Esteteste pode ser realizado no soro do homem ou da mulher pela tecnologia de Elisa com 
resultados qualitativos. 
 
 Anticorpos Anti-Espermatozóides Séricos na Mulher: 
 
 Da mesma forma que no homem, a mulher pode ser sensibilizada contra os elementos 
antigênicos do esperma, com repercussões negativas para sua função reprodutora. Três tipos 
principais de anticorpos parecem intervir na resposta aos fatores antigênicos do esperma: 
aglutinantes, citotóxicos e imobilizantes de espermatozóides. Estes anticorpos bloqueiam a 
progressão e função dos espematozóides, em locais e de modos diferentes. 
 a- Bloqueio vaginal: anticorpos na parede vaginal aglutinam ou imobilizam os 
espermatozóides. 
 b- Bloqueio cervical: é considerado como um dos principais sítios de ação dos anticorpos. 
A passagem dos espermatozóides através do muco cervical deve-se a ação de enzimas do 
acrossoma, como a hialuronidase, que despolimerizam o muco e permitem a progressão das 
células germinativas. A inativação destas enzimas, que tem atividade antigênica, por anticorpos 
locais específicos imobiliza os espermatozóides no muco cervical. 
 c- Bloqueio da capacitação: os espermatozóides para se tornarem fertilizantes precisam 
entrar em contato com as secreções do útero e trompas. As enzimas intrínsecas dos 
espermatozóides, responsáveis pela fertilização, encontram-se normalmente inativadas pelos 
antígenos recobridores dos espermatozóides (SCA) produzidos pelas vesículas seminais. O 
fenômeno de capacitação parece apenas representar a remoção dos SCA por substâncias 
existentes nas secreções genitais femininas, liberando as enzimas fertilizantes. Mulheres 
imunizadas contra o esperma não conseguem remover os SCA dos espermatozóides e com isto 
prejudicam a função destas células. 
 d- Bloqueio da fertilização: para que o óvulo seja fertilizado, além da remoção dos SCA 
(capacitação), é necessário que as enzimas intrínsecas dos espermatozóides possam atuar sobre 
a corona e zona pelúcida. Anticorpos produzidos contra as enzimas (DHL-X, hialuronidase, 
acrosina e outras), em mulheres sensibilizadas, dificultam a fertilização. 
 
MICROBIOLÓGICA 
 
 Precauções especiais devem ser tomadas para evitar contaminação durante a 
coleta do sêmen para cultura. Antes da obtenção da amostra, o indivíduo deve urinar. 
Imediatamente depois disso o paciente deve lavar as mãos e o pênis com sabão. Todo o sabão 
deve ser removido com água e o local seco com uma toalha limpa. O frasco para coleta deve estar 
esterilizado. A cultura do plasma seminal para verificar a presença de microrganismos tanto 
aeróbicos quanto anaeróbicos pode ajudar no diagnóstico da infecção de glândula acessória, 
particularmente da próstata. 
 
 CULTURA DE ESPERMA: 
 
1) Colocar 0,9 ml de solução salina estéril em três tubos e identificá-los como 1/10,1/100,1/1000 
2) Pipetar com ponteira estéril 0,1 ml de esperma no tubo 1/10; a partir deste pipetar 0,1 ml para 
o tubo 1/100 e partir deste pipetar 0,1 ml para o tubo 1/1000. 
3) Fazer o inóculo com alça calibrada 1/10 em ágar sangue, em placa tripartida ou em três 
placas de cada uma da diluições; pode-se utilizar além do ágar sangue, o meio de Thayer 
Martin. 
4) Incubar em tensão de CO2 por 24/48 horas. 
5) Proceder a contagem e isolamento das colônias. 
Ex: Crescimento de 10 colônias na diluição 1/100 – 10x10 (alça)x100(diluição)= 10.000 ufc/ml 
 
CRITÉRIOS DE INTERPRETAÇÃO: 
 
Até 5.000 ufc/ml sem processo inflamatório: não prosseguir 
Acima de 5.000 ufc/ml com ou sem processo inflamatório: prosseguir a cultura 
Qualquer contagem bacteriana com processo inflamatório: prosseguir cultura. 
 
Atenção especial deve ser dada aos Mycoplasmas sendo eles Ureaplasma urealyticum, 
Mycoplasmas homimis, Mycoplasmas fermentans e Mycoplasmas genitalium e Chlamydia. 
 
 
ANÁLISES COMPLEMENTARES 
 
 
3.4.1) SWIM-UP: teste baseado na capacidade de nadar para cima (swin-up) de 
espermatozóides móveis no sêmen onde o meio de cultura sugerido é o meio de Earle 
suplementado. 
 - Adicionar delicadamente 1,2 ml de meio de Earle suplementado à 1 ml de sêmen em tubo 
de centrífuga estéril de 15 ml. 
- Inclinar o tubo a 45º e incubar por 1 hora a 37º C. 
- Recolocar o tubo na posição vertical e remover 1ml do sobrenadante. 
- Diluir a alíquota recolhida a 1/8 com meio de Earle suplementado. 
- Centrifugar a 2.000 rpm por 5 minutos. 
- Desprezar o sobrenadante e ressuspender com 0,5 ml de meio de Earle. 
Os espermatozóides obtidos nessa última fração estão livres do plasma seminal e detritos 
celulares e a grande maioria tem boa mobilidade podendo então serem usados em 
inseminação artificial. 
 
No indivíduo normal ocorre a recuperação de no mínimo 10% de concentração inicial com 
melhoria da motilidade. 
 
 
TESTE PÓS-COITO OU TESTE DE SIMS-HUHNER 
 
O TESTE PÓS COITAL tem como objetivo principal realizar um estudo dinâmico da 
espermomigração, registrando-se a presença, número e motilidade dos espermatozóides nos 
conteúdos vaginal e cervical. O momento adequado para colheita do muco deve anteceder o mais 
próximo possível a rotura folicular, podendo este momento ser determinado por escore do muco 
cervical, LH urinário ou monitorização ultra-sonográfica. Entretanto, em mulheres com ciclos 
regulares cm torno de 28 dias de duração, programa-se empiricamente, o teste entre o 12o e 15o 
quinto dia do ciclo. Sendo insatisfatório o resultado, repete-se em outro ciclo, sob algum tipo de 
monitorização. 
Recomenda-se uma abstinência sexual prévia de 2 a 3 dias. Após o coito, é aconselhável que a 
mulher permaneça em decúbito dorsal por cerca de 30 minutos. Não deve usar lubrificantes ou 
duchas vaginais e, por fim, orienta-se que compareça entre 2 e 12 horas após o coito para 
realização do exame. 
 
Técnica 
 
a) Exposição e limpeza da cérvice com solução salina. 
b) Aspiração do muco da endocérvice com seringa de 1 ml. Na falta da seringa, a coleta é feita 
com pinça de Cheron. 
c) Colocação do muco em duas lâminas: na primeira recobre-se uma gota de muco com lamínula 
para estudo microscópico da espermomigração, preferencialmente sob aumento de 400 vezes. A 
segunda destina-se ao estudo da cristalização do muco, analisando-se, quando da coleta, a sua 
filância e volume. Deve-se ter cuidado para não traumatizar a mucosa pois o sangue prejudica a 
qualidade do teste. 
 
Interpretação 
 
Relaciona-se com a presença, número e características dos movimentos direcionais dos 
espermatozóides. 
a) Negativo: ausência de espermatozóides. 
b) Pobre: presença de espermatozóides, porém todos imóveis. 
c) Moderado: até 5 espermatozóides ( x 400) com movimentos do tipo A ou B. 
d) Bom: 6 a 10 espermatozóides( x 400) com movimentos do tipo A 
e) Excelente: maior que 10 espermatozóides( X 400) do tipo A . 
O teste pós-coito não substitui o espermograma, embora resultado satisfatório correlacione-se a 
exame com pelo menos 20 milhões de espermatozóides e boa motilidade. 
 
 
 
 
TIPOS DE AVALIAÇÃO SEMINAL E SEUS RELATÓRIOS 
 
EXAME 1 - ESPERMOGRAMA 
 
 Data..................................: 
 Abstinência de..................: dias 
 Hora da coleta...................: 
 
 
 1 - Características Físicas 
 
 * Volume............: 
 * Odor................: 
 * Cor..................: 
 * Coagulação.......: 
 * Liquefação........: 
 * Gelificação........: 
 
 Tempo (h) 0 h 1ª h 3ª h 7ª h 
 * pH................................... / / / / 
 * Fosfato espermina......... / / / 
 * Aglutinação....................... // / 
 * Viscosidade....................... / / / 
 
 2 - Vitalidade espermática: 
 
 * Espermatozóides móveis........................... % % % 
 * Espermatozóides imóveis........................... % % % 
 * Espermatozóides mortos............................ % % % 
 
 3 - Mobilidade espermática: 
 
 Direcionais rápidos............................ % % % 
Direcionais lentos.............................. % % % 
Erráticos.......................................... % % % 
 
 
 4 - Concentração espermática: /mL. 
 ( VR: maior ou igual a 20.000 milhões/ml) 
 
 
 
 
 
 
 
EXAME 2 - ESPERMOCITOGRAMA: 
 
 * Elementos Germinativos: Espermatogônia 
 Espermatócito primário 
 Espermatócito secundário 
 Espermátides 
 * Elementos Vesiculares: 
 * Elementos Prostáticos: 
 * Elementos Uretrais: 
 * Elementos Inflamatórios: 
- Granulócitos: 
- Imunócitos: 
- Fagócitos: 
 * Elementos de fundo: 
- Hemácias: 
- Muco: 
- Fibrina: 
- Grânulos cromáticos: 
- Corpos hialinos: 
 * Elementos microbiológicos: 
 
- Bactérias: 
- Fungos: 
- Protozoários: 
 
 
 
 MORFOLOGIA ESPERMÁTICA CONVENCIONAL (Papanicolaou): 
 
 * Normais..........................................................: % 
 * Defeitos na cabeça..........................................: % 
 * Defeitos na peça intermediária........................: % 
 * Defeitos na cauda............................................: % 
 
 CONCLUSÃO: 
 
EXAME 3 - MORFOLOGIA ESPERMÁTICA ESTRITA 
 Contagem de 500 espermatozóides em imersão (aumento 1.000) e resultados liberados em 
porcentagem. 
 
ESPERMATOZÓIDES NORMAIS 
Espermatozóide normal (cabeça oval) 
 
ESPERMATOZÓIDES COM ALTERAÇÕES DA CABEÇA 
Cabeça alongada 
Cabeça simplesmente alongada 
Cabeça alongada com extremidade afilada 
Cabeça alongada com extremidade em forma de sineta 
Cabeça em forma de fita ou Tapering 
Espermatozóides microcéfalos de cabeça redonda sem acrossomas 
Espermatozóides microcéfalos de cabeças triangulares com pequeno acrossoma 
Espermatozóides microcéfalos com reducão total – microespermatozóides 
Espermatozóides macrocéfalos (cabeca grande - macroespermatozóide) 
Espermatozóides de cabeças irregulares 
Espermatozóides com alteracões nucleares 
Espermatozóides em picnoses (cabecas com núcleo picnótico) 
Espermatozóides em cromatólise (cabeca com núcleo em cromatólise) 
Espermatozóides acéfalos – ausência de cabeça 
Espermatozóides de cabeças duplas 
Dupla cabeça únida pela peça intermediária com uma só cauda 
Cabeça com núcleo filamentoso 
Alteracão nuclear – região pós – acrossomial estreita 
Alteracão nuclear – região pós – acrossomial alargada 
Ausência de acrossomas 
Espermatozóides com vacúolo 
 
ESPERMATOZÓIDES COM ALTERACÕES DA PEÇA INTERMEDIÁRIA 
Peça intermediária com presenca de restos citoplasmáticos 
Peça intermediária mostrando uma angulacão entre a cabeça e a cauda 
ao nível de sua parte média 
Idem, porém ao nível de sua parte final 
Restos citoplasmáticos com vacúolo na peça intermediária 
Peça intermediária com vacúolo citoplasmático degenerativo 
Alteracões da peça intermediária 
Angulacão na peça intermediária 
Dois espermatozóides unidos pela peça intermediária (sem cauda) 
Peça intermediária com restos citoplasmáticos e em angulação 
Três espermatozóides unidos pela peça intermediária 
 
 
ESPERMATOZÓIDES COM ALTERACÕES DA CAUDA OU FLAGELO 
Espermatozóides de flagelos curtos 
Espermatozóides de flagelos totalmente enrolados 
Espermatozóides de flagelos enrolados na parte distal 
Espermatozóides de flagelos duplos 
Espermatozóides com flagelos espessos 
Espermatozóides com ausência de flagelos (cauda) 
 
CÉLULAS DA ESPERMATOGÊNESE 
Espermátide 
Espermátide pequena 
Espermátide com presença da futura cauda 
Espermátide com vários vacúolos citoplasmáticos degenerativos 
Espermátide binucleada 
Espermátide tetranucleada 
Espermatócito 
Espermatócito com núcleo filamentoso 
Espermatócito com zona clara citoplasmática 
Espermatócito binucleado 
Espermatogônia 
Células de Sertoli 
 
 
CONCLUSÕES: 
 
CONCLUSÕES DIAGNÓSTICAS 
 
• Normozoospermia:concentração espermática dentro da normalidade. 
 Acima de 20 milhões/ml de ejaculado. 
• Oligozoospermia leve: 15 a 20 milhões de espermatozóides/ml. 
• Oligozoospermia moderada: 10 a 15 milhões/ml 
• Oligozoospermia acentuada: menor que 10 milhões/ml 
• Criptozoospermia: menor que 1 milhão/ml 
• Polizoospermia: valores superiores a 250 milhões/ml 
• Azoospermia: ausência total de espermatozóides no ejaculado total, podendo ser 
observadas células germinativas. 
• Astenozoospemia: menor que 25 % dos espermatozóides com movimentos direcionais 
rápidos (Tipo A). 
• Discinesia: maior que 50 % dos espermatozóides com movimento errático. 
• Necrozoospermia: maior que 60 % de espermatozóides mortos. 
• Teratozoospermia: maior que 60 % de espermatozóides atípicos. 
• Hiperespermia: volume do ejaculado maior que 6,0 ml. 
• Hipospermia: volume do ejaculado inferior a 2,0 ml. 
• Aspermia: ausência total de ejaculado. 
• Azoocitospermia: ausência total de espermatozóides e células germinativas. 
• Hematospermia: maior que 12 milhões de hemácias/ml de ejaculado. 
• Piospermia: até 1 milhão de piócitos/ml. 
• Aglutinação: quando ocorre em mais de 10 % dos espermatozóides. 
• Alterações de plasma seminal: aumento da viscosidade, liquefação, alterações de pH, 
presença de corpos gelatinosos. 
• Ejaculação retrógrada: ejaculação para dentro da bexiga. 
 
CLÍNICA DA FERTILIDADE MASCULINA 
 
SISTEMÁTICA DA INFERTILIDADE 
 
Com o advento da pílula anticoncepcional e a maior liberação e autonomia da mulher , a mesma 
passou, quando rotulada de infértil, a exigir também a definição do estado fértil de seu parceiro 
sexual, ficando constatado que a infertilidade de um casal não é problema exclusivamente feminino 
mas, dividido em 50% para o homem e 50% para a mulher. 
Devemos entender que infertilidade, na grande maioria dos casos, corresponde a processos 
gradativos , insidiosos, que não se estabelecem com toda sua magnitude de maneira momentânea 
e que, portanto, indivíduos que já procriaram poderão vir a tornarem-se inférteis, não cabendo, 
pelas referências laboratoriais de análise seminal, quaisquer considerações de paternidade 
anterior. 
 Ainda, podemos dizer que a fertilidade tanto masculina como feminina pode receber um 
escore de 0 a 10, afirmando que é raridade o casal 20 (10+10),...mas que o momento de 
fertilização envolve um espermatozóide nota 10 e um óvulo também nota 10 ( posicionado e hígido 
). 
Abaixo, resumimos as causas mais comuns e simples dos processos de comprometem a 
fertilidade. 
 
VARICOCELE 
Varicocele, ou varizes na bolsa escrotal, são veias dilatadas, como as que ocorrem nos membros 
inferiores, formando porem um enovelado de vasos venosos originados do hilo testicular 
Varicocele é encontrada em 15% da população geral mas está presente em 30 a 40% dos 
homens inférteis. Os mecanismos pelos quais a varicocele altera a fertilidade são desconhecidos.A varicocele clínica pode não alterar a fertilidade e, a varicocele sub-clínica pode estar associada a 
severas lesões espermatogênicas. 
As alterações mais comuns na análise seminal são: aglutinação dos espermatozóides, bloqueio de 
maturação em nível de espermatócitos , oligospermia, e cabeças em chama. 
 
CRIPTORQUIDIA 
A descida dos testículos para a bolsa escrotal nem sempre esta completa no nascimento e cerca 
de 3,2% dos recem-natos a termo apresentam descida incompleta. O achado de bolsa escrotal 
vazia corresponde a agenesia testicular, ao criptorquidismo verdadeiro, a ectopia testicular e ao 
testículo retrátil. 
 Criptorquidia verdadeira é a situação em que um ou os dois testículos encontram-se fora 
da bolsa escrotal, estando situados no interior da cavidade abdominal ou mais frequentemente no 
canal inguinal e ainda na porção alta da bolsa, sempre seguindo a via normal de migração. 
Testículo ectópico é aquele situado fora da via normal de descida ( migração ). 
 Criptorquidismo verdadeiro corresponde a 25% dos casos de bolsa escrotal vazia, é mais 
freqüente a direita e em 18% dos casos é bilateral; o testículo é de consistência diminuída, 
apresentando menor número de espermatogônias e diminuição no calibre dos túbulos seminíferos. 
Em relação aos estudos de fertilidade no adulto, podemos considerar o testículo criptorquídico 
como já “queimado” devendo ser retirado para evitar sua propensão a sede de neoplasia malígna. 
 
ORQUITE POR CAXUMBA 
A Orquiepididimite esta presente de 14 a 35% dos casos de Caxumba do adulto e é bilateral de 20 
a 25% dos casos; o epitélio dos túbulos seminíferos é destruído notando-se a evolução para a 
hialinização dos mesmos. A Orquiepididimite por Caxumba é rara na infância. Se a infecção foi 
bilateral o paciente é infértil com azoospermia ou oligospermia acentuada; no caso de infecção 
unilateral a contagem de espermatozóide é normal ou pouco diminuída e o paciente será fértil; 
entretanto devemos considerar casos de envolvimento testicular sub-clínicos e casos de Caxumba 
sem clinica de parotidite. 
 
INFLAMAÇÕES DO TRATO GENITAL 
Os agentes infecciosos podem atingir o testículo ou o epidídimo pelos vasos sangüíneos, vasos 
linfáticos, pelos ductos ejaculatórios ou diretamente por ferimentos. Infecções transmitidas pela 
corrente sangüínea atingem principalmente o testículo e causam orquite; infecções ascendentes 
pelo sistema ejaculatório atingem principalmente o epidídimo e causam epididimite. 
Orquite Bacteriana está frequentemente associada com a epididimite, sendo a E. coli a mais 
comum. 
 Orquiepididimite Granulomatosa esta associada às formas crônicas. Os agentes 
específicos podem ser determinados por colorações especiais, testes serológicos e culturas e as 
principais condições são a Tuberculose, a Sífilis, a Lepra, a Brucelose e a Blastomicose. 
A análise seminal revela presença de elementos inflamatórios mono e polinucleares, ocasional 
oligospermia, astenospermia, discinesia, necrospermia, aglutinação, bloqueio em nível 
espermátide e eventualmente, presença de espermatozóides atípicos com cabeças em fuso. 
 
AGENTES FÍSICOS OU QUÍMICOS 
 A relação entre a infertilidade e a exposição a agentes ocupacionais, ambientais e 
terapêuticos é bem conhecida. As alterações testiculares em nível das células de Leydig e das 
células germinativas se expressam por larga gama de elementos estruturais e funcionais: bloqueio 
de maturação, oligospermia, azoospermia, astenospermia, teratospermia, aumento do FSH, 
aumento do LH, hiperestrogenismo, impotência, queda da libido. 
 Os fatores externos mais conhecidos são: Dissulfeto de Carbono, Dibromocloropropano, 
Chumbo, Manipulação de Contraceptivos, Radiação, Calor, Radioterapia, Quimioterapia. 
 
HIPOGONADISMO HIPERGONADOTRÓFICO 
 Corresponde ao hipogonadismo de origem testicular acompanhado ou não de anomalias 
cromossomiais. Nas formas com anomalias cromossomiais temos a Síndrome de Klinefelter, 
Homem 46XX, Síndrome 47XYY. Nas formas sem anomalias cromossomiais temos a Distrofia 
Miotônica, Distrofia Muscular Progressiva, Síndrome de Werner. 
 
HIPOGONADISMO HIPOGONADOTRÓFICO 
 Corresponde ao hipogonadismo de origem hipotálamo-hipofisária sendo classificado nas 
formas de insuficiência hipotálamo-hipofisária pré-puberal e pós-puberal. As seguintes condições 
são as mais freqüentes: Deficiência Isolada de Gonadotrofina, Hipogonadismo da Anosmia, 
Deficiência Isolada de FSH, Deficiência Isolada de LH, Hipogonadismo na Ataxia, Hipopituitarismo 
por lesões destrutivas da Hipófise. 
 
HIPOGONADISMO POR DISFUNÇÕES ENDÓCRINAS 
 Envolve disfunções da Hipófise, Tiróide, Adrenal, Pâncreas, Fígado, Rim e Intestino. As 
formas mais freqüentes são: Hiperprolactinemia, Hipotiroidismo, Hipertiroidismo, Hiperplasia 
Adrenal Congênita, Síndrome de Cushing, Carcinoma Cortico-Adrenal, Diabetes Mellitus, 
Hepatopatias Crônicas, Insuficiência Renal Crônica, Doença Celíaca, Colite Ulcerativa Crônica, 
Anemia Crônica. 
 
EJACULAÇÃO RETRÓGRADA 
A ejaculação retrógrada é uma condição na qual o líquido seminal flui de modo retrógrado para 
dentro da bexiga no momento do orgasmo, em vez de ser impelido para frente através da uretra. 
É uma disfunção mais encontrada em homens com diabetes, podendo comprometer o colo da 
bexiga. 
Normalmente, o colo da bexiga fecha-se apertadamente durante o orgasmo e a ejaculação, com o 
resultado de que o líquido seminal move-se em sentido anterior, no sentido da menor resistência. 
Nos homens diabéticos, como o esfíncter interno da bexiga não fecha com eficácia, existe mais 
resistência no sentido para diante e menor resistência para trás, no sentido da bexiga, pois a 
distância é consideravelmente mais curta. O líquido seminal portanto, se mistura com a urina na 
bexiga e é expelido do corpo com a micção. 
Entretanto, homens diabéticos, com ejaculação retrógrada, experimentam o orgasmo, onde as 
contrações rítmicas da próstata e vesículas seminais ocorram de maneira normal. 
Por razões óbvias, a ejaculação retrógrada pode constituir causa de infertilidade. Uma solução 
para esse problema seria efetuar inseminação artificial, utilizando uma alíquota de líquido seminal 
e espermatozóides obtidos pela centrifugação primeiro espécime de urina pós coital 
 
EJACULAÇÃO RETARDADA 
Homens com esta disfunção sexual, raramente tem dificuldade com a ereção, e tipicamente são 
capazes de manter uma ereção firme durante muito tempo na relação sexual. O problema 
funcional pode ser considerado como sendo o oposto da ejaculação precoce. 
Existem casos em que o homem nunca conseguiu ejacular dentro da vagina, e outros em que o 
homem em seu histórico havia conseguido, mas por algum motivo, que está inconsciente, não 
consegue mais. 
Alguns homens com ejaculação retardada conseguem ejacular com a masturbação, outros são 
capazes de ejacular por estimulação manual ou oral pela parceira, enquanto que ainda outros são 
incapazes de ejacular por qualquer modo. 
Em alguns casos a ejaculação retardada pode Ter uma origem orgânica como por exemplo, lesões 
congênitas do sistema geniturinário, lesões da medula espinhal, uso de alguns medicamentos, 
porém a maioria dos casos são de origem psicogênica, tais como, hostilidade ou rejeição da 
esposa, temor da gravidez, desejo de não ter filhos, medo, ansiedade. 
Em geral, uma psicoterapia com um psicólogo especializado, tem uma cura eficaz. 
 
 
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO - POP 
 
Coleta de material para espermograma e ou espermocultura 
Sinonímia 
- Exame funcional do esperma. 
- Exame do líquido seminal. 
- Exame do sêmen. 
- Espermocitograma. 
- Análise Seminal e Citologia Espermática 
Indicação médica 
Avaliação do potencial de fertilidade do homem; controle pós vasectomia. Ajuda ao 
diagnóstico de processos infecciosos localizados. 
Princípio 
O exame se subdivide em Macroscópico,em que se avaliam as características físicas 
tais como volume, aspecto, odor, cor, pH e tempo de liquefação; e Microscópico, em que se 
avaliam características funcionais tais como número, motilidade, vitalidade e aglutinação 
espontânea. As duas etapas se completam para a obtenção de um resultado mais útil. 
Equipamento 
A coleta é feita pelo paciente por masturbação manual. 
Material 
- Frasco estéril de 50 ml. 
- Toalha de papel. 
- Sabonete. 
Procedimento 
1. Preparar previamente todo o material de coleta. 
2. Verificar e conferir que tipo(s) de exame(s) será(ão) realizado(s). 
3. Chamar o paciente (nome completo). 
4. Pedir ao paciente para conferir seus dados de identificação no comprovante de 
coleta e assinar se estiver tudo de acordo. 
5. O paciente deve preencher o questionário. 
6. Levar o paciente à sala de coleta de espermograma. 
7. Explicar o procedimento ao paciente. 
8. Fornecer-lhe o material de coleta, toalha higiênica e sabão. 
9. Deixar o paciente à vontade, informando-lhe que após a coleta deverá procurá-lo na 
sala de coleta. 
10. Receber a amostra colhida e verificar o preenchimento do questionário. 
11. Informar ao paciente o término do procedimento. 
12. Desejar-lhe um bom dia. 
13. Oferecer-lhe o café. 
14. Indicar-lhe a saída. 
15. Encaminhar prontamente a amostra colhida ao Setor após devidamente protocolada. 
Formas de envio 
- Frasco estéril. 
- Em temperatura ambiente no prazo máximo de 30 minutos. 
Rejeição 
- Amostra refrigerada. 
- Amostra entregue fora do prazo de 30 minutos. 
Observações 
- A coleta deve ser feita por masturbação, preferencialmente no laboratório. 
- Deve-se respeitar um período de abstinência sexual de 2 a 5 dias, salvo com orientação 
médica. 
- O material deve ser conservado em temperatura ambiente. 
- Caso seja pedido simultaneamente a espermocultura, o paciente deverá urinar previamente e 
fazer uma assepsia rigorosa das mãos e do pênis. 
 
 
ANÁLISE SEMINAL E CITOLOGIA ESPERMÁTICA 
 
DADOS E RECOMENDAÇÕES PRÉ-ANALÍTICAS 
 
Nome: 
Idade: 
Estado civil: 
Número de filhos: 
 
 
1) Quantos dias de abstinência sexual (sem relações sexuais ou masturbação) ?.................... 
2) Qual a frequência média de relações sexuais ?...................................... 
3) Faz uso de bebida alcoólica ? ( ) SIM ( ) NÃO 
4) É fumante ? ( ) SIM ( ) NÃO 
5) Doenças anteriores: Caxumba,Hérnias, Diabetes, , Varicocele, Hipertensão, Infecções Urinárias de 
repetição; Outras:.................................................... 
6) Motivo do exame: 
( ) Pré nupcial ( ) Infertilidade conjugal 
( ) Dor nos testículos ( ) Traumatismo testicular 
( ) Dor na ejaculação ( ) Infecção 
( ) Controle pós vasectomia (cirurgia para não ter filhos) Há quanto tempo ?......................... 
Outros:........................................... 
7) Está em uso de medicamentos ? ( ) SIM ( ) NÃO 
 Qual (is) medicamento (s)?............................................... Há quanto tempo ?........................ 
 
 
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: 
 
- Ao colher o material, é importante que todo volume ejaculado seja colocado dentro do frasco; se houver 
perda de material, principalmente do 1º jato, invalida a realização do exame. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências Bibliográficas: 
 
1. Orildo S. Pereira/J.B.M.Janini - Atlas de Morfologia Espermática. 
2. Manual da OMS – 3ª edição 
3. Sérgio Piva - Espermograma 
4. Neves e Rodrigues – Infertilidade Masculina 
5. Galba – Espermocitograma 
6. Orildo S. Pereira - Spermo ROM : Casos Clínicos em Infertilidade Masculina

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