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LÍQUIDO SEMINAL x INFERTILIDADE MASCULINA ORILDO DOS SANTOS PEREIRA outubro/2011 ANATOMIA GENITAL MASCULINA TESTÍCULOS - São em número de dois e medem cerca de 3,5- 4,5 cm em seu maior diâmetro, e 2,5 cm na largura. São formados pelos túbulos seminíferos, onde são formados os espermatozóides. Cada testículo é envolvido por uma cápsula de tecido conjuntivo denso de cor brancacenta, que recebe o nome de túnica albugínea. - Os túbulos seminíferos são cilíndricos e o comprimento varia de 40 a 70 cm e o diâmetro entre 150 e 280 micra. Os túbulos seminíferos representam cerca de 70 % dos testículos. São enovelados e perdem sua tortuosidade em seu extremo interno, transformando-se em tubo reto para desembocar numa estrutura chamada redis testis, a qual, através dos canais eferentes, estabelecem conexão entre o testículo e suas vias excretoras, que são o epidídimo e o canal deferente. - Os túbulos seminíferos apresentam uma luz central e um epitélio estratificado constituido pelas células de Sertoli e células germinativas. - O tecido intersticial entre os túbulos seminíferos é formado por células de Leydig, vasos sanguíneos, canais linfáticos e numerosos macrófagos. - Têm a função de produção dos espermatozóides e elaboração de secreções internas. FUNÇÕES DAS CÉLULAS DE SERTOLI - Nutrição e suporte físico do epitélio germinativo. - Mediar o mecanismo de ação do FSH. As células de Sertoli têm receptores de membranas específicas para o FSH. - Produção de ABP (Proteína ligadora de androgênios). - Produção de inibina: Um fator peptídico que faz o retro-controle negativo da secreção e liberação do FSH. - Atividade esteroidogênica. - Fagocitose das células que degeneram, durante a espermiogênese, ao nível do epitélio germinativo. FUNÇÕES DAS CÉLULAS DE LEYDIG - Síntese de testosterona sob ação do LH para o qual tem receptores específicos de membrana. - Síntese em menor quantidade de estrógenos: Progesterona e 17Hidroxi-progesterona EPIDÍDIMO Apresenta-se como uma curvatura côncava para baixo, situada sobre o testículo. O epidídimo, é dividido em três partes: - Cabeça: porção alargada - Corpo: parte média - Cauda: porção posterior e que continua com o canal deferente. O Epidídimo é um tubo único extremamente convoluto, medindo cerca de 5 metros de comprimento. Leva ao canal deferente que se alarga para formar a ampola do canal deferente, um pouco antes de sua penetração na glândula prostática. Têm como função maturação, armazenamento e condução dos espermatozóides DUTOS DEFERENTES Dimensões: 35 a 40 cm de comprimento, 2mm de diâmetro e a luz não ultrapassa 0,5 mm. Iniciam a partir da cauda do epidídimo e terminam no ponto de junção das vesículas seminais e do conduto ejaculador. A extremidade terminal é alargada, formando a parte ampolar que se unindo ao ducto da vesícula seminal, vão dar origem ao canal ejaculador que desemboca na uretra prostática. VESÍCULAS SEMINAIS Dimensões: medem cerca de 5 a 7 cm de comprimento e 2cm de diâmetro na porção mais larga. Localiza-se entre a bexiga e o reto. Cada uma se liga à porção final de cada um dos canais deferentes. Sua função é de promover a mistura dos espermatozóides com as secreções condutoras e nutritivas, a fim de formar o sêmen. São estruturas alongadas e receberam o nome de vesículas seminais, por se achar que eram reservatórios de sêmen. Tem capacidade para armazenar de 4 a 6 ml de líquido. Têm como função a mistura dos espermatozóides com as secreções condutoras e nutritivas para formar o sêmen. CANAIS EJACULADORES Dimensões: medem cerca de 2 cm de comprimento e seu calibre diminue de cima para baixo, sua luz inicia com 1 mm e termina com 0,5 mm. Anatomicamente, se formam na terminação em ângulo agudo dos canais deferentes e das vesículas seminais. Penetram, obliquamente, na próstata para baixo e terminam na uretra posterior ao nível do utrículo prostático. Têm como função a mistura dos espermatozóides com as secreções condutoras e nutritivas para formar o sêmen. PRÓSTATA É uma glândula situada na cavidade pélvica e forma corpo com a bexiga e a uretra. A uretra passa pelo meio da próstata e nesse trajeto, recebe o nome de uretra prostática. Têm como função a mistura dos espermatozóides com as secreções condutoras e nutritivas para formar o sêmen. URETRA Dimensões: mede cerca de 17 a 20 cm de comprimento e vai do trígono da bexiga até a ponta do pênis. Anatomicamente, apresenta orifício uretral interno, uretra prostática, uretra membranosa, uretra cavernosa e orifício uretral externo. Têm como função a eliminação do sêmen. URETRA PROSTÁTICA Dimensões: mede cerca de 3 cm e localiza-se dentro da próstata. Vai do orifício uretral interno até a uretra membranosa. Uma vez que, logo abaixo do útriculo prostático, estão localizados os orifícios dos dois canais ejaculadores, um de cada lado. PÊNIS O pênis, a uretra e as glândulas acessórias são as únicas partes do aparelho genital masculino que têm funções conjuntas com o aparelho urinário. O pênis é constituido de três formações cilíndricas, sendo duas localizadas lateralmente e conhecidas como corpos cavernosos, e uma localizada medianamente, conhecida como corpo esponjoso e que abriga a uretra. O tecido dos corpos cavernosos é irrigado por grandes veias sinusais que contêm pouco sangue, quando o pênis está em repouso, mas tornam-se fortemente engurgitadas e dilatadas, quando em ereção. Têm como função a eliminação do sêmen. GLÂNDULAS ACESSÓRIAS Glândulas de Littré: Localizadas no tecido peri-uretral da uretra peniana e são mais numerosas na cobertura da uretra. Glândulas de Cowper: Localizadas na uretra membranosa. Glândulas de Morgani: Localizadas na cobertura da uretra peniana e dentro dos quais as Glândulas de Littré se esvaziam. COMPOSIÇÃO DO LÍQUIDO SEMINAL 1) Espermatozóides 2) Plasma Seminal: 2,0 a 5,0 ml O Plasma Seminal é dividido em: - Secreção das glândulas mucosas ou Bulbo - uretrais: 0,1 a 0,2 ml - Secreção prostática: 0,5 ml (13 a 23 % do volume seminal) Rica em: Cálcio, Zinco, Magnésio e Ácido Cítrico Fosfatase Ácida e Alcalina Alfa-amilase Lisozima Seminina Inusitol Alfa-glicoronidase Ativador de Plaminogêneo. Albumina Inibidores de Tripsina - Secreção das vesículas seminais: 46 a 80 % do volume final Rica em: Frutose Prostaglandinas Glicerilfosforilcolina Acetilcarnitina Lactoferrina Proteínas antigênicas Imunoglobulinas Inibidores das proteínas Potássio - Hormônios: FSH, LH, Testosterona, DHT e Prolactina. AÇÕES HORMONAIS Os Hormônios são fatores indispensáveis a espermatogênese. São eles: - Hormônio do crescimento (HGH): Promove a divisão inicial das espermatogônias. Na ausência deste hormônio, a espermatogênese é deficiente ou totalmente ausente. - Hormônio Folículo Estimulante (FSH): Secretado pelo lobo anterior da hipófise penetra no túbulo seminífero e estimula a síntese protêica, através dos receptores específicos existentes na célula de Sertoli. - Hormônio Luteinizante (LH): Secretado pelo lobo anterior da hipófise penetra no túbulo seminífero e estimula as células de Leydig a secretar testosterona. - Testosterona: Regula a concentração periférica do LH e atua sinergicamentecom o FSH sobre a produção dos espermatozóides. A testosterona inicia a espermatogênese e a meiose das células germinativas, enquanto a diferenciação da espermátide em espermatozóide é controlada pelo FSH. - Prolactina: Também é envolvida no mecanismo da espermatogênese, regulando a liberação de gonadotrofinas e atuando sinergicamente com o LH, aumentando a esteroidogênese. Tem efeito estimulante na utilização da glicose e na atividade da adenilciclase e ATPase dos espermatozóides, influenciando a mobilidade e a capacitação espermáticas por promover uma maior captação de cálcio pelos espermatozóides. ESPERMATOGÊNESE Início entre 13 e 15 anos de idade sob a ação dos Hormônios Gonadotróficos Adenohipofisários permanecendo praticamente pelo resto da vida. FASES DA ESPERMATOGÊNESE: Espermatogônia A Células epiteliais germinativas localizadas no bordo interno do túbulo seminífero Mitose Espermatogônia B Mitose Espermatócitos primários Dividem-se por meiose. Não há formação de novos cromossomos, apenas 1ª divisão separação aos pares. (Meiose) Espermatócitos Secundários Formam-se quatro espermatozóides dividindo o número de cromossomos para 2ª divisão 23. (Meiose ou Mitose Reducional) Espermátides - Perda de parte do citoplasma. - Reorganização da cromatina do núcleo Espermiogênese para formar uma cabeça compacta. - Reunião do restante do Citoplasma e da membrana em uma das extremidades para formar a cauda. Espermatozóides A VIA SEMINAL Uma vez efetivada a espermatogênese , os espermatozóides liberados na luz dos túbulos epididimários percorrem, no organismo do homem, um trajeto avaliado entre quatro e seis metros, até serem ejaculados. O caminho percorrido ao nível de epidídimo é considerado o mais longo deste percurso. Os espermatozóides atingem a primeira porção do epidídimo pela pressão positiva da rete testis (pressão coordenada pelo batimento dos cílios e contrações das paredes dos ductos eferentes e pelas contrações da túnica albugínea). A progressão através do epidídimo, é feito pelas contrações e relaxamentos tubulares que induzem alterações do gradiente de pressão hidrostática intratubular epididimária e os espermatozóides avançam, através dos canais deferentes. Os canais deferentes parecem conter, no homem, cerca de 0,45 ml de fluído, volume correspondente a cerca de 10 % do volume total do ejaculado. Estes canais não têm movimentos peristálticos contínuos, sendo inervados por neurônios pós-ganglionares simpáticos e para-simpáticos, predominando os primeiros. A ativação dos nervos hipogástricos simpáticos produzem contrações que esvaziam a porção caudal dos epidídimos e fazem os espermatozóides alcançarem , via canais deferentes, a região da ampola seminal em cuja extremidade se desemboca a vesícula correspondente, que produz cerca de 2,0 a 2,5 ml da secreção que vai representar cerca de 60 % do volume total do ejaculado. O canal ejaculador é o ducto que liga a ampola seminal à próstata e se abre na uretra, na porção chamada Verumontanum. A partir daí, a uretra se constitui a via de condução do sêmen, até o exterior, durante a ejaculação. O processo ejaculador ou fase final do tranporte dos espermatozóides e seus líquidos secretados pelas glândulas acessórias ocorre em dois momentos, sendo estes emissão e ejaculação propriamente dita. Durante a ejaculação, as glândulas peri-uretrais, as vesículas seminais e a próstata depositam suas secreções na uretra posterior. A estas secreções juntam-se os espermatozóides que podem ser originados da ampola seminal, do canal deferente e , provavelmente, até da cauda do epidídimo. Na fase de ejaculação, o esfíncter externo relaxa e os músculos perianais e bulbouretrais contraem-se, expelindo o ejaculado da uretra posterior diretamente para a uretra cavernosa até o meato uretral. A VIA SEMINAL Túbulos seminíferos Epidídimo Ducto deferente Cerca de 10 % do volume total do ejaculado Ampola seminal Vesícula Seminal Cerca de 60 % do volume total do esperma Canal ejaculador Próstata Secreção prostática Cerca de 30 % do volume total do esperma Uretra Glândulas periuretrais (Cowper e Littré) - Muco secretoras Meio externo CAPACITAÇÃO DOS ESPERMATOZÓIDES O espermatozóide, ao ser ejaculado, não tem capacidade de fertilização porque está submetido a um fator de decapacitação, representado por substâncias seminais capazes de inibir a qualidade fértil. A capacidade fertilizante é adquirida no Trato Genital Feminino e o mecanismo é chamado capacitação. O acrossoma do espermatozóide contém enzimas hidrolíticas e proteolíticas extremamente poderosas que poderiam destruir o aparelho genital masculino se fossem liberadas antes do momento adequado. No Trato Genital Feminino, a liberação de enzimas pelo sêmen, o contato com proteínas, sais minerais, aminoácidos e demais componentes do muco cervical removem os agentes decapacitantes, permitindo a liberação da Hialuronidase, Acrosina e CPE (Enzima penetrante), possibilitando a penetração do espermatozóide na zona pelúcida do óvulo. TÉCNICA PREPARATIVA SEMINAL PREPARO DO PACIENTE O exame normalmente é precedido de abstinência sexual de 2 a 5 dias, mas a tendência mais atual é tomar como referência a atividade sexual do paciente, podendo então a abstenção variar de a 1 a 2 dias. Examina-se o produto de uma única ejaculação. COLETA E PREPARO DA AMOSTRA Devem ser registrados o nome da pessoa, o período de abstinência, data e hora da coleta, assim como o período de intervalo entre a coleta e o exame e medicamentos em uso, dado este de extrema importância visto que pode influenciar sensivelmente na contagem dos espermatozóides. A sala de coleta deve ser silenciosa e distante dos ruídos normais do laboratório, a fim de amenizar os efeitos inibitórios sobre o paciente. Instruir o paciente para evitar perda do material, principalmente o 1º jato, pois invalida a realização do exame. O frasco deve ser esterelizado e se possível de plástico não espermaticida, as mãos e pênis devem ser lavados e jejum alimentar só é requerido em caso de dosagem de frutose. Duas amostras devem ser coletadas por auto-masturbação para avaliação inicial. O intervalo entre as duas coletas dependerá das circunstâncias locais, mas não deve ser menor que 7 dias ou maior que 90 dias. Se o resultado dessas duas análises for marcadamente discrepante, análises adicionais deverão ser examinadas porque a emissão de esperma de um homem pode variar consideravelmente. Em alguns casos pode-se utilizar da técnica de Split (2 ou mais fra- ções ) , sendo que na primeira porção encontraremos espermatozóides de alta motilidade com líquido proveniente do epidídimo, líquido prostático rico em espermolisinas e líquido das glândulas para-uretrais; na segunda porçãoencontraremos líquido das vesículas seminais, espermatozóides de menor motilidade e em número menor e fatores de coagulação. A coleta domiciliar deve ser usada somente como alternativa em impedimentos físicos e/ou emocionais. Se a coleta não for possível de ser realizada no laboratório, a amostra deverá ser enviada dentro de 30 min após a coleta. Se testes funcionais para os espermatozóides tiverem que ser realizados, é crítico que os espermatozóides sejam separados do plasma seminal antes de passada uma hora da ejaculação. EXAME MACROSCÓPICO Volume: em condições normais varia entre 2 a 5 ml. Já que o volume proveniente das glândulas de Cowper, epidídimos e testículos, é extremamente reduzido, o volume seminal final é diretamente proporcional à quantidade de secreção da próstata e das vesículas seminais. Volumes inferiores a 2 ml configuram as hipospermias, enquanto que a ausência de esperma é denominada de aspermia. O volume varia ainda em um mesmo indivíduo, diminuindo com ejaculações repetidas em curto espaço de tempo e aumentando com a abstinência mais prolongada. É comum que se encontrem volumes seminais elevados em azoospérmicos, exceção feita àqueles que apresentam agenesia dos deferentes quando o volume é bastante reduzido, visto que, por ter a mesma origem embriológica, as vesículas seminais também não existem. Consistência /Viscosidade: poderá ser estimada utilizando pipeta ou bastão, observando-se o filete de sêmen, que não deverá exceder 2 cm. Uma consistência anormal, por exemplo devida a uma alta quantidade de muco, pode interferir com as determinações das várias características espermáticas como a motilidade e a concentração de gametas assim como nos testes para identificação da presença de anticorpos de revestimento dos espermatozóides. Cor: normalmente o sêmen é cinza claro, tornando-se translúcido após a liquefação. A presença de piócitos em grande quantidade confere ao esperma uma cor amarelada, enquanto que a presença de hemácias, hemospermia, é sugestiva em muitos casos de infecção específica. Aspecto: uma amostra normal tem aparência homogênea de uma opalescência acinzentada. Essa aparência pode ser menos opaca se a concentração de espermatozóides for muito baixa, ou de cor castanha quando células vermelhas do sangue estiverem presentes. Odor: o esperma recentemente emitido tem odor "sui generis"que pode ser comparado ao do suco de castanhas; isto se deve a substâncias produzidas na próstata (espermina,espermidina e putrecina), de tal sorte que na atrofia prostática e nas prostatites esse odor característico pode faltar. Reação (pH): deve ser determinada em um tempo padrão dentro de 1 hora após a ejaculação e deve variar de 7,2 a 8,0. Mantido em recipiente fechado, o que impede o escape de CO2 para o meio ambiente, o esperma apresenta um pH que se mantém de 7,2 a 7,4. Em contato com o ar, o pH vai se elevando e atinge 7,8 até 8,2. Um pH superior a 8 desde o instante da emissão indica, quase sempre, uma deficiência prostática. Se o pH for menor que 7,0 em uma amostra com azoospermia pode tratar-se de um caso de disgenesia dos canais deferentes, vesículas seminais ou epidídimos. O pH estando menor que 6,8 ou maior que 9,0 vai ocorrer a inativação total dos espermatozóides Liquefação: uma amostra seminal normal liquefaz em até 30 minutos à temperatura ambiente. A presença de grumos mucosos, sinal de liquefação incompleta, pode interferir com a contagem dos espermatozóides. Amostras seminais normais podem conter granulações gelatinóides (corpos gelatinosos) os quais não liquefazem. O significado deste fato é desconhecido. A liquefação pode ser: - Primária: o sêmen é totalmente liquefeito imediatamente após a ejaculação pela ausência ou insuficiência das vesículas seminais. - Parcial: o sêmen é parcialmentente liquefeito imediatamente após a ejaculação pela deficiência de espermolisinas. - Secundária: liquefação normal, ocorrendo até 30 minutos após a ejaculação. Coagulação: imediatamente após a emissão, o esperma transforma-se em um gel através de um processo enzimático não bem definido. Adquire então um aspecto heterogêneo formando-se coágulos, provavelmente para proteger os espermatozóides do contato com o conteúdo vaginal hostil. Em temperatura ambiente, o gel vai transformando-se em sol num tempo que varia de 15 a 30 minutos da emissão. Este segundo processo é comandado pela fibrinolisina, enzima contida na secreção prostática. As alterações no tempo de liquefação ou a própria ausência da liquefação são portanto devidas à disfunção prostática. Gelificação: a amostra deve ser bem homogeneizada no frasco original. Homogeneização incompleta é provavelmente um dos maiores responsáveis por erros na determinaçao da concentração de espermatozóides. A contínua homogeneização pela rotação do frasco durante a liquefação é um fator de redução do referido erro. INVESTIGAÇÃO MICROSCÓPICA À FRESCO Concentração espermática: Igual ou maior que 20 milhões/ml do ejaculado Métodos de contagem: - Câmara de Neubauer: a diluição vai depender da concentração espermática: Alta concentração: 1:50 a 1:100 Baixa concentração: 1:20 a 1:30 Muito baixa: 1:5 a 1:10 Cálculo: Número obtido x diluição x 50.000, dividido pelo número de quadrantes contados. O líquido de diluição utilizado é solução salina a 0,5 % em formol. - Câmara de Makler: - Homogeinizar o esperma - Pipetar 200 µl em tubo de ensaio pequeno - Deixar em banho maria a 56º C. por 5 minutos. - Passar para a câmara de Makler e aguardar 30 minutos - Ler 10 quadrantes e multiplicar por 1.000.000 Graus de Motilidade: Grau A – Motilidade Rápida e Progressiva e Linear (Direcionais Rápidos) Grau B – Motilidade Lenta e/ou Não Linear (Direcionais Lentos) Grau C – Motilidade Não Progressiva (“IN SITU”) (Erráticos) Grau D – Imotilidade (Imóveis) Em um paciente normal vamos encontrar no mínimo 25 % de espermatozóides Grau A . Uma verificação detalhada da motilidade espermática pode ser dada pelo sistema Análise Seminal Computadorizada (sistema CASA). Porém, um sistema simples de graduação dos movimentos dos espermatozóides, por oferecer a melhor determinação possível da motilidade espermática sem a necessidade de um equipamento complexo. O campo microscópico é observado por uma varredura sistemática e cada espermatozóide encontrado é graduado de acordo como se apresenta: motilidade rápida e progressiva; motilidade progressiva lenta; motilidade não progressiva; imotilidade. Aglutinação: Cabeça – Cabeça Peça Intermediária – Peça Intermediária Cauda – Cauda Mista Valor de Referência: Até 5% dos Espermatozóides Móveis A aglutinação espermática significa que os espermatozóides móveis aderem-se uns aos outros. A aderência tanto de espermatozóides imóveis uns com os outros ou espermatozóides móveis com filetes mucosos, ou de outras células que não espermatozóides ou ainda debris, é considerada como uma agregação inespecífica diferente do fenômeno de aglutinação e deve ser registrada como tal. A presença de aglutinação oferece uma sugestão, mas não se configura em evidência suficiente de uma causa imunológica de infertilidade. Vitalidade Espermática: A vitalidade do espermatozóide se reflete na proporção de espermatozóides que estão vivos, determinados pela exclusão do corante ou pela capacidade de regulação osmótica sob condições hipo-osmóticas. Eosina Aquosa - Prepara-se uma solução a 0,5% de Eosina em solução aquosa. - Misturar uma gota (20 ul) de sêmen fresco com uma gota de solução de Eosina a 0,5 % em uma lâmina microscópica absolutamente seca e cobrir com lamínula 18 x 18 ou 20 x 20. - Após 1 a 2 minutos, observar a preparação em aumento 400 x , em microscopia óptica comum com bastante luz e o diafragama aberto. - Contar os espermatozóides em que as cabeças destes apresentarem-se não corados ( imóveis e vivos) e os corados (mortos). - Relatar em porcentagem. Eosina Nigrosina - Utiliza-se Eosina a 1 % em solução aquosa e Nigrosina a 10 % em solução aquosa. - Misturar 01 gota (20 ul) de sêmen fresco com 1 gota de Eosina e 02 de Nigrosina e misturar. - Depositar uma gota dessa mistura em lâmina de microscopia e fazer um esfregaço, deixando secar ao ar livre. - Examinar ao microscópio diferenciando mortos ( cabeças coradas) e imóveis (cabeças não coradas). - Relatar em porcentagem. MÉTODO ANALÍTICO SEMINAL CITOLOGIA Espermocitograma (estudo dos elementos germinativos ) Morfologia convencional A contagem morfológica diferencial dos espermatozóides, embora sen- do muito difícil, observações feitas com espermatozóides coletados do trato reprodutivo feminino ajudaram a definir o aspecto dos espermatozóides normais. O esperma normal contém 50 % de espermatozóides morfologicamente normais; a relação entre as células da espermatogênese e os espermatozóides maduros é de 5 a 10 daquelas para 100 destes. Na azoospermia só se encontram células da espermiogênese. As seguintes categorias de defeitos devem ser observadas: - Defeitos na cabeça. - Defeitos na peça intermediária. - Defeitos da cauda. - Elementos germinativos Devem ser contados no mínimo 200 espermatozóides, sendo o resultado relatado em porcentagem.Os espermatozóides atípicos podem atingir até 30 % dos espermatozóides analizados. Usualmente apenas espermatozóides reconhecíveis são considerados para a contagem diferencial de morfologia; células imaturas não são contadas como espermatozóides mesmo as espermátides. Cabeças de espermatozóides soltas ou livres são contadas como formas anormais na categoria de defeitos de peça intermediária não sendo porém contadas as caudas livres. Morfologia Estrita Um critério estrito deve ser aplicado quando se analisa a normalidade morfológica do espermatozóide. A cabeça normal deve ter uma forma oval. Deve haver uma região acrossômica bem definida compreendendo 40-70% da área da cabeça. Não pode haver defeitos na peça intermediária ou na cauda. Importância da morfologia estrita Foi observado que homens com concentração e motilidade espermática normais mostravam taxas de fertilização significativamente mais baixas, se apresentassem menos que 14% de espermatozóides perfeitos. Quando estes pacientes apresentavam menos de 4% de espermatozóides perfeitos, não ocorria fertilização. Assim, a avaliação da porcentagem de espermatozóides com formas perfeitas, segundo este critério estrito, é fundamental para o prognóstico dos casais que alcançarão gestação por métodos naturais. A morfologia estrita também é fundamental para a indicação e o prognóstico dos casais candidatos a técnicas de reprodução assistida como: inseminação intra-uterina, fertilização in vitro e injeção intra-citoplasmática de espermatozóide. Outros trabalhos comprovaram a importância da morfologia estrita no prognóstico de fertilização. A conclusão é que com menos de 4% o prognóstico é ruim, de 4% a 14% é bom e acima de 14% é excelente. Este procedimento foi desenvolvido por Kruger e colaboradores e é muito usado em clínicas de fertilização in vitro, para predizer as chances de fertilização. Além das características morfológicas convencionais, este critério também leva em consideração a área ocupada pelo acrossoma, sendo os espermatozóides classificados da seguinte forma: 1) normais - quando a cabeça é oval, a peça e o flagelo normais e o acrossoma ocupa uma área entre 40-70% da região cefálica; 2) levemente amorfos - quando apresentam as mesmas características dos espermatozóides normais, mas a cabeça é parcialmente alongada. Espermatozóides ovais com leves alterações na peça intermediária também são incluídos nesta categoria; 3) severamente amorfos - quando o acrossoma ocupa menos de 40% ou mais de 70% da região cefálica. Espermatozóides com outras anomalias, microcéfalos, fusiformes, etc., ou com anomalias múltiplas, também são incluídos nesta categoria. ESPERMATOZÓIDES NORMAIS Espermatozóide normal (cabeça oval) ESPERMATOZÓIDES COM ALTERAÇÕES DA CABEÇA Cabeça alongada Cabeça simplesmente alongada Cabeça alongada com extremidade afilada Cabeça alongada com extremidade em forma de sineta Cabeça em forma de fita ou Tapering Espermatozóides microcéfalos de cabeça redonda sem acrossomas Espermatozóides microcéfalos de cabeças triangulares com pequeno acrossoma Espermatozóides microcéfalos com reducão total – microespermatozóides Espermatozóides macrocéfalos (cabeca grande - macroespermatozóide) Espermatozóides de cabeças irregulares Espermatozóides com alteracões nucleares Espermatozóides em picnoses (cabecas com núcleo picnótico) Espermatozóides em cromatólise (cabeca com núcleo em cromatólise) Espermatozóides acéfalos – ausência de cabeça Espermatozóides de cabeças duplas Dupla cabeça únida pela peça intermediária com uma só cauda Cabeça com núcleo filamentoso Alteracão nuclear – região pós – acrossomial estreita Alteracão nuclear – região pós – acrossomial alargada Ausência de acrossomas Espermatozóides com vacúolo ESPERMATOZÓIDES COM ALTERACÕES DA PEÇA INTERMEDIÁRIA Peça intermediária com presenca de restos citoplasmáticos Peça intermediária mostrando uma angulacão entre a cabeça e a cauda ao nível de sua parte média Idem, porém ao nível de sua parte final Restos citoplasmáticos com vacúolo na peça intermediária Peça intermediária com vacúolo citoplasmático degenerativo Alteracões da peça intermediária Angulacão na peça intermediária Dois espermatozóides unidos pela peça intermediária (sem cauda) Peça intermediária com restos citoplasmáticos e em angulação Três espermatozóides unidos pela peça intermediária ESPERMATOZÓIDES COM ALTERACÕES DA CAUDA OU FLAGELO Espermatozóides de flagelos curtos Espermatozóides de flagelos totalmente enrolados Espermatozóides de flagelos enrolados na parte distal Espermatozóides de flagelos duplos Espermatozóides com flagelos espessos Espermatozóides com ausência de flagelos (cauda) CÉLULAS DA ESPERMATOGÊNESE Espermátide Espermátide pequena Espermátide com presença da futura cauda Espermátide com vários vacúolos citoplasmáticos degenerativos Espermátide binucleada Espermátide tetranucleada Espermatócito Espermatócito com núcleo filamentoso Espermatócito com zona clara citoplasmática Espermatócito binucleado Espermatogônia Células de Sertoli CÉLULAS INFLAMATÓRIAS a) Granulócitos neutrófilos segmentados (Piócitos) b) Granulócitos eosinófilos c) Macrófagos d) Linfócitos SEROLOGIA ANÁLISE BIOQUÍMICA Zinco: proteção da cromatina condensada no núcleo dos espermatozóides, tornando-o estabilizado como resultado da ligação dissulfídrica com protaminas, com o zinco sendo quelado pelo citrato; com valores baixos de ácido cítrico, o zinco não é quelado e a estabilização da cromatina é precária. Ácido Cítrico: está vinculado ao processo de coagulação e liquefação do esperma e, juntamente com K+ e N+, tem um importantepapel no equilíbrio osmótico do sêmen. Nas prostatites crônicas, os valores de ácido cítrico encontram-se frequentemente diminuídos, a níveis inferiores a 220 mg/dl. Importante correlação com o zinco. Utiliza-se o plasma seminal para a dosagem que é realizada através de kit Boehringer nº 139076 (método u.v). Valor normal : 200 - 800 mg/dl Fosfatase Ácida Prostática: A fosfatase ácida tem seu nível muito baixo na infância, aumenta na puberdade e alcança o máximo no adulto. Nos carcinomas da próstata, a fosfatase ácida acha-se aumentada, alcançando a corrente sanguínea e sendo sua dosagem de extrema utilidade no diagnóstico e como índice de controle terapêutico. A fosfatase ácida intervém na formação de colina nas vesículas seminais, já que esta se forma a partir de um precursor, a fosforilcolina, em presença de fosfatase ácida. Frutose: a frutose é a principal fonte energética para os espermatozóides. A produção de frutose é dependente da atividade hormonal e para que se forme é necessário testosterona. A principal fonte de energia celular para os espermatozóides é o ATP. Em presença de enzimas específicas, o ATP permite que se forme frutose 1-6 difosfato que, pelas reações do ciclo da glicólise, é metabolizada em ácido lático. A metabolização de frutose é imprescindível para a ressíntese do ATP, fechando o ciclo. Esta reação de frutólise continua até a quase extinção da frutose, quando a mobilidade dos espermatozóides diminui verticalmente. O consumo da frutose é tão mais intenso quanto mais atividade de espermatozóides houver. É pouco intenso nas oligo- astenozoospermias e inexistente nas azoospermias. ANÁLISE IMUNOQUÍMICA Entre 1,7 e 23,1% dos homens inférteis apresentam anticorpos séricos aglutinantes e imobilizantes de espermatozóide e muitos deles também apresentam estes elementos no plasma seminal. A presença de auto-anticorpos no plasma seminal imobiliza os espermatozóides e reduz sua capacidade de penetração no muco-cervical. Além disso, favorece a autoaglutinação espontânea do esperma por anticorpos aglutinantes. A presença de anticorpos antiespermáticos revestindo os espermatozóides é típica e pode ser considerada específica no caso da infertilidade imunológica. Os anticorpos espermáticos no sêmen pertencem quase que exclusivamente a duas classes imunológicas: IgA e IgG. Os anticorpos IgA têm maior importância clínica que os anticorpos IgG. Os anticorpos IgM, por causa do seu grande tamanho molecular, são raramente encontrados no sêmen. Os testes de triagem para anticorpos no plasma seminal são realizados em amostras seminais frescas e se utilizam dos métodos de Immunobead e da reação mista da antiglobulina (MAR test). Os resultados do teste Immunobead e do teste Mar nem sempre estão em concordância. O teste Immunobead correlaciona-se bem com os testes de aglutinação e imobilização espermática realizados no soro. Quando esses testes são positivos, outros testes (teste do contato esperma- muco cervical, teste esperma-muco cervical no tubo capilar ou titulação de anticorpos espermáticos no soro) irão convalidar e confirmar o diagnóstico. TESTES PARA DETECÇÃO DE ANTICORPOS ANTI-ESPERMATOZÓIDES NO ESPERMA Mar Test (Reação mista antiglobulina): Direto IgG e IgA O paciente deve estar em abstinência sexual de 2 a 5 dias e deve ser colhido por auto- masturbação e deverá ser realizado até 4 horas após a coleta. Em uma lâmina de microscopia colocar: - 10 µl de partículas de látex revestidas com IgG ou hemácias de carneiro revestidas de IgG. - 10 µl de sêmen fresco. - Misturar com espátula. - Adicionar 10 µl de soro anti-IgG diluido a 1/20 em Ringer Frutose - Misturar. - Cobrir com lamínula e observar em microscopia de fase logo após a preparação e novamente após 10 minutos. - Contar 100 espermatozóides móveis. Na ausência de auto-anticorpos sobre os espermatozóides, estes serão vistos nadando livremente entre as partículas de látex, as quais irão aderir entre si, provando a efetividade da preparação. Quando positivo, na presença de auto-anticorpos, observamos mais que 10 % de espermatozóides móveis com partículas de látex aderidas a eles. Na primeira leitura observam-se poucas partículas aderidas aos espermatozóides e posteriormente podem formar aglutinações tão compactas que haverá formação de blocos grandes ou único. Teste Immunobead: Os anticorpos presentes na superfície da célula espermática podem ser detectados pelo teste Immunobead. Immunobeads são esferas de poliacrilamida com imunoglobulinas anti- humanas de coelho aderidas por covalência. A presença de anticorpos IgG, IgA e IgM pode ser simultaneamente determinada por este teste. Os espermatozóides são preparados livres do plasma seminal (lavados) por centrifugações repetidas e ressuspensão em meio tampão. A suspensão de espermatozóides é homogeneizada e misturada com a suspensão de Immunobeads. Esta preparação é examinada a uma magnificação de 400X em microscopia de contraste de fase. Enquanto os espematozóides nadam através da suspensão, os Immunobeads vão aderindo aos móveis que têm anticorpos aderidos à superfície. Determina-se a proporção de espermatozóides com anticorpos de superfície e a classe (IgG , IgA ou IgM) desses anticorpos pode ser identificada utilizando-se diferentes categorias de Immunobeads. O teste é considerado positivo quando 20% ou mais dos espermatozóides apresentam-se com Immunobeads aderidos. No entanto, a penetração espermática no muco cervical e a fertilização in vitro tendem em não ser significantemente prejudicadas a menos que 50% ou mais dos espermatozóides móveis tenham anticorpos aderidos. Técnica: - Para esta técnica de detecção de anticorpos anti -espermatozóides utilizamos microesferas adicionadas de anti- IgG, IgA e IgM e tampão fosfato (PBS). - Para cada tipo de anticorpo (IgG, IgA ou IgM) adicionar 200 µl de suspensão de microesferas em tubos de centrifugação. - Adicionar a outro tubo de centrífuga 800 µl de sêmen fresco e completar para 10 ml com tampão fosfato (PBS). - Centrifugar a 2.000 rpm por 10 minutos. - Decantar e desprezar o sobrenadante . - Colocar 10 µl de cada tipo de microesfera misturados a 10 µl de suspensão de espermatozóides lavados em uma lâmina de microscopia, cobrindo com lamínula 20x20. - Deixar por 5 minutos em câmara úmida. - Observar ao microscópio (aumento 400 x) conferindo a porcentagem de espermatozóides aderidos às diferentes microesferas registrando a classe a que pertencerem. Anticorpos Antiespermatozóides Séricos: Em pacientes com nenhuma evidência endócrina, sêmen ou outra anormalidade, o título de anticorpos antiespermatozóides pode ser mencionado. Os anticorpos antiespermatozóides são um achado comum após vasectomia, ocorrendo em aproximadamente 50 % dos casos. A incidência e significado de anticorpos antiespermáticos séricos em casais com problemas de infertilidade são controversos. Em homens, um relato sugere que título de anticorpos é mais significante que a mera detecção do anticorpo. Altos títulos em homens são considerados de grande evidência contra fertilidade. Baixos títulos têm significado incerto e títulos intermediários indica uma insuficiência, mas não inutilidade de prognóstico. Em mulheres, anticorpos antiespermatozóides estão presentes em 7-17 % dos casos de infertilidade, mas seu significado é incerto desde que uma porcentagem considerável dessas mulheres podem vir a engravidar. A detecção de anticorpo antiespermático no muco cervical de mulheres é provavelmente muito mais importante que sua detecção sérica. Teste de MAR Indireto IgG e IgA e Immunobeads Indireto IgG e IgA Esteteste pode ser realizado no soro do homem ou da mulher pela tecnologia de Elisa com resultados qualitativos. Anticorpos Anti-Espermatozóides Séricos na Mulher: Da mesma forma que no homem, a mulher pode ser sensibilizada contra os elementos antigênicos do esperma, com repercussões negativas para sua função reprodutora. Três tipos principais de anticorpos parecem intervir na resposta aos fatores antigênicos do esperma: aglutinantes, citotóxicos e imobilizantes de espermatozóides. Estes anticorpos bloqueiam a progressão e função dos espematozóides, em locais e de modos diferentes. a- Bloqueio vaginal: anticorpos na parede vaginal aglutinam ou imobilizam os espermatozóides. b- Bloqueio cervical: é considerado como um dos principais sítios de ação dos anticorpos. A passagem dos espermatozóides através do muco cervical deve-se a ação de enzimas do acrossoma, como a hialuronidase, que despolimerizam o muco e permitem a progressão das células germinativas. A inativação destas enzimas, que tem atividade antigênica, por anticorpos locais específicos imobiliza os espermatozóides no muco cervical. c- Bloqueio da capacitação: os espermatozóides para se tornarem fertilizantes precisam entrar em contato com as secreções do útero e trompas. As enzimas intrínsecas dos espermatozóides, responsáveis pela fertilização, encontram-se normalmente inativadas pelos antígenos recobridores dos espermatozóides (SCA) produzidos pelas vesículas seminais. O fenômeno de capacitação parece apenas representar a remoção dos SCA por substâncias existentes nas secreções genitais femininas, liberando as enzimas fertilizantes. Mulheres imunizadas contra o esperma não conseguem remover os SCA dos espermatozóides e com isto prejudicam a função destas células. d- Bloqueio da fertilização: para que o óvulo seja fertilizado, além da remoção dos SCA (capacitação), é necessário que as enzimas intrínsecas dos espermatozóides possam atuar sobre a corona e zona pelúcida. Anticorpos produzidos contra as enzimas (DHL-X, hialuronidase, acrosina e outras), em mulheres sensibilizadas, dificultam a fertilização. MICROBIOLÓGICA Precauções especiais devem ser tomadas para evitar contaminação durante a coleta do sêmen para cultura. Antes da obtenção da amostra, o indivíduo deve urinar. Imediatamente depois disso o paciente deve lavar as mãos e o pênis com sabão. Todo o sabão deve ser removido com água e o local seco com uma toalha limpa. O frasco para coleta deve estar esterilizado. A cultura do plasma seminal para verificar a presença de microrganismos tanto aeróbicos quanto anaeróbicos pode ajudar no diagnóstico da infecção de glândula acessória, particularmente da próstata. CULTURA DE ESPERMA: 1) Colocar 0,9 ml de solução salina estéril em três tubos e identificá-los como 1/10,1/100,1/1000 2) Pipetar com ponteira estéril 0,1 ml de esperma no tubo 1/10; a partir deste pipetar 0,1 ml para o tubo 1/100 e partir deste pipetar 0,1 ml para o tubo 1/1000. 3) Fazer o inóculo com alça calibrada 1/10 em ágar sangue, em placa tripartida ou em três placas de cada uma da diluições; pode-se utilizar além do ágar sangue, o meio de Thayer Martin. 4) Incubar em tensão de CO2 por 24/48 horas. 5) Proceder a contagem e isolamento das colônias. Ex: Crescimento de 10 colônias na diluição 1/100 – 10x10 (alça)x100(diluição)= 10.000 ufc/ml CRITÉRIOS DE INTERPRETAÇÃO: Até 5.000 ufc/ml sem processo inflamatório: não prosseguir Acima de 5.000 ufc/ml com ou sem processo inflamatório: prosseguir a cultura Qualquer contagem bacteriana com processo inflamatório: prosseguir cultura. Atenção especial deve ser dada aos Mycoplasmas sendo eles Ureaplasma urealyticum, Mycoplasmas homimis, Mycoplasmas fermentans e Mycoplasmas genitalium e Chlamydia. ANÁLISES COMPLEMENTARES 3.4.1) SWIM-UP: teste baseado na capacidade de nadar para cima (swin-up) de espermatozóides móveis no sêmen onde o meio de cultura sugerido é o meio de Earle suplementado. - Adicionar delicadamente 1,2 ml de meio de Earle suplementado à 1 ml de sêmen em tubo de centrífuga estéril de 15 ml. - Inclinar o tubo a 45º e incubar por 1 hora a 37º C. - Recolocar o tubo na posição vertical e remover 1ml do sobrenadante. - Diluir a alíquota recolhida a 1/8 com meio de Earle suplementado. - Centrifugar a 2.000 rpm por 5 minutos. - Desprezar o sobrenadante e ressuspender com 0,5 ml de meio de Earle. Os espermatozóides obtidos nessa última fração estão livres do plasma seminal e detritos celulares e a grande maioria tem boa mobilidade podendo então serem usados em inseminação artificial. No indivíduo normal ocorre a recuperação de no mínimo 10% de concentração inicial com melhoria da motilidade. TESTE PÓS-COITO OU TESTE DE SIMS-HUHNER O TESTE PÓS COITAL tem como objetivo principal realizar um estudo dinâmico da espermomigração, registrando-se a presença, número e motilidade dos espermatozóides nos conteúdos vaginal e cervical. O momento adequado para colheita do muco deve anteceder o mais próximo possível a rotura folicular, podendo este momento ser determinado por escore do muco cervical, LH urinário ou monitorização ultra-sonográfica. Entretanto, em mulheres com ciclos regulares cm torno de 28 dias de duração, programa-se empiricamente, o teste entre o 12o e 15o quinto dia do ciclo. Sendo insatisfatório o resultado, repete-se em outro ciclo, sob algum tipo de monitorização. Recomenda-se uma abstinência sexual prévia de 2 a 3 dias. Após o coito, é aconselhável que a mulher permaneça em decúbito dorsal por cerca de 30 minutos. Não deve usar lubrificantes ou duchas vaginais e, por fim, orienta-se que compareça entre 2 e 12 horas após o coito para realização do exame. Técnica a) Exposição e limpeza da cérvice com solução salina. b) Aspiração do muco da endocérvice com seringa de 1 ml. Na falta da seringa, a coleta é feita com pinça de Cheron. c) Colocação do muco em duas lâminas: na primeira recobre-se uma gota de muco com lamínula para estudo microscópico da espermomigração, preferencialmente sob aumento de 400 vezes. A segunda destina-se ao estudo da cristalização do muco, analisando-se, quando da coleta, a sua filância e volume. Deve-se ter cuidado para não traumatizar a mucosa pois o sangue prejudica a qualidade do teste. Interpretação Relaciona-se com a presença, número e características dos movimentos direcionais dos espermatozóides. a) Negativo: ausência de espermatozóides. b) Pobre: presença de espermatozóides, porém todos imóveis. c) Moderado: até 5 espermatozóides ( x 400) com movimentos do tipo A ou B. d) Bom: 6 a 10 espermatozóides( x 400) com movimentos do tipo A e) Excelente: maior que 10 espermatozóides( X 400) do tipo A . O teste pós-coito não substitui o espermograma, embora resultado satisfatório correlacione-se a exame com pelo menos 20 milhões de espermatozóides e boa motilidade. TIPOS DE AVALIAÇÃO SEMINAL E SEUS RELATÓRIOS EXAME 1 - ESPERMOGRAMA Data..................................: Abstinência de..................: dias Hora da coleta...................: 1 - Características Físicas * Volume............: * Odor................: * Cor..................: * Coagulação.......: * Liquefação........: * Gelificação........: Tempo (h) 0 h 1ª h 3ª h 7ª h * pH................................... / / / / * Fosfato espermina......... / / / * Aglutinação....................... // / * Viscosidade....................... / / / 2 - Vitalidade espermática: * Espermatozóides móveis........................... % % % * Espermatozóides imóveis........................... % % % * Espermatozóides mortos............................ % % % 3 - Mobilidade espermática: Direcionais rápidos............................ % % % Direcionais lentos.............................. % % % Erráticos.......................................... % % % 4 - Concentração espermática: /mL. ( VR: maior ou igual a 20.000 milhões/ml) EXAME 2 - ESPERMOCITOGRAMA: * Elementos Germinativos: Espermatogônia Espermatócito primário Espermatócito secundário Espermátides * Elementos Vesiculares: * Elementos Prostáticos: * Elementos Uretrais: * Elementos Inflamatórios: - Granulócitos: - Imunócitos: - Fagócitos: * Elementos de fundo: - Hemácias: - Muco: - Fibrina: - Grânulos cromáticos: - Corpos hialinos: * Elementos microbiológicos: - Bactérias: - Fungos: - Protozoários: MORFOLOGIA ESPERMÁTICA CONVENCIONAL (Papanicolaou): * Normais..........................................................: % * Defeitos na cabeça..........................................: % * Defeitos na peça intermediária........................: % * Defeitos na cauda............................................: % CONCLUSÃO: EXAME 3 - MORFOLOGIA ESPERMÁTICA ESTRITA Contagem de 500 espermatozóides em imersão (aumento 1.000) e resultados liberados em porcentagem. ESPERMATOZÓIDES NORMAIS Espermatozóide normal (cabeça oval) ESPERMATOZÓIDES COM ALTERAÇÕES DA CABEÇA Cabeça alongada Cabeça simplesmente alongada Cabeça alongada com extremidade afilada Cabeça alongada com extremidade em forma de sineta Cabeça em forma de fita ou Tapering Espermatozóides microcéfalos de cabeça redonda sem acrossomas Espermatozóides microcéfalos de cabeças triangulares com pequeno acrossoma Espermatozóides microcéfalos com reducão total – microespermatozóides Espermatozóides macrocéfalos (cabeca grande - macroespermatozóide) Espermatozóides de cabeças irregulares Espermatozóides com alteracões nucleares Espermatozóides em picnoses (cabecas com núcleo picnótico) Espermatozóides em cromatólise (cabeca com núcleo em cromatólise) Espermatozóides acéfalos – ausência de cabeça Espermatozóides de cabeças duplas Dupla cabeça únida pela peça intermediária com uma só cauda Cabeça com núcleo filamentoso Alteracão nuclear – região pós – acrossomial estreita Alteracão nuclear – região pós – acrossomial alargada Ausência de acrossomas Espermatozóides com vacúolo ESPERMATOZÓIDES COM ALTERACÕES DA PEÇA INTERMEDIÁRIA Peça intermediária com presenca de restos citoplasmáticos Peça intermediária mostrando uma angulacão entre a cabeça e a cauda ao nível de sua parte média Idem, porém ao nível de sua parte final Restos citoplasmáticos com vacúolo na peça intermediária Peça intermediária com vacúolo citoplasmático degenerativo Alteracões da peça intermediária Angulacão na peça intermediária Dois espermatozóides unidos pela peça intermediária (sem cauda) Peça intermediária com restos citoplasmáticos e em angulação Três espermatozóides unidos pela peça intermediária ESPERMATOZÓIDES COM ALTERACÕES DA CAUDA OU FLAGELO Espermatozóides de flagelos curtos Espermatozóides de flagelos totalmente enrolados Espermatozóides de flagelos enrolados na parte distal Espermatozóides de flagelos duplos Espermatozóides com flagelos espessos Espermatozóides com ausência de flagelos (cauda) CÉLULAS DA ESPERMATOGÊNESE Espermátide Espermátide pequena Espermátide com presença da futura cauda Espermátide com vários vacúolos citoplasmáticos degenerativos Espermátide binucleada Espermátide tetranucleada Espermatócito Espermatócito com núcleo filamentoso Espermatócito com zona clara citoplasmática Espermatócito binucleado Espermatogônia Células de Sertoli CONCLUSÕES: CONCLUSÕES DIAGNÓSTICAS • Normozoospermia:concentração espermática dentro da normalidade. Acima de 20 milhões/ml de ejaculado. • Oligozoospermia leve: 15 a 20 milhões de espermatozóides/ml. • Oligozoospermia moderada: 10 a 15 milhões/ml • Oligozoospermia acentuada: menor que 10 milhões/ml • Criptozoospermia: menor que 1 milhão/ml • Polizoospermia: valores superiores a 250 milhões/ml • Azoospermia: ausência total de espermatozóides no ejaculado total, podendo ser observadas células germinativas. • Astenozoospemia: menor que 25 % dos espermatozóides com movimentos direcionais rápidos (Tipo A). • Discinesia: maior que 50 % dos espermatozóides com movimento errático. • Necrozoospermia: maior que 60 % de espermatozóides mortos. • Teratozoospermia: maior que 60 % de espermatozóides atípicos. • Hiperespermia: volume do ejaculado maior que 6,0 ml. • Hipospermia: volume do ejaculado inferior a 2,0 ml. • Aspermia: ausência total de ejaculado. • Azoocitospermia: ausência total de espermatozóides e células germinativas. • Hematospermia: maior que 12 milhões de hemácias/ml de ejaculado. • Piospermia: até 1 milhão de piócitos/ml. • Aglutinação: quando ocorre em mais de 10 % dos espermatozóides. • Alterações de plasma seminal: aumento da viscosidade, liquefação, alterações de pH, presença de corpos gelatinosos. • Ejaculação retrógrada: ejaculação para dentro da bexiga. CLÍNICA DA FERTILIDADE MASCULINA SISTEMÁTICA DA INFERTILIDADE Com o advento da pílula anticoncepcional e a maior liberação e autonomia da mulher , a mesma passou, quando rotulada de infértil, a exigir também a definição do estado fértil de seu parceiro sexual, ficando constatado que a infertilidade de um casal não é problema exclusivamente feminino mas, dividido em 50% para o homem e 50% para a mulher. Devemos entender que infertilidade, na grande maioria dos casos, corresponde a processos gradativos , insidiosos, que não se estabelecem com toda sua magnitude de maneira momentânea e que, portanto, indivíduos que já procriaram poderão vir a tornarem-se inférteis, não cabendo, pelas referências laboratoriais de análise seminal, quaisquer considerações de paternidade anterior. Ainda, podemos dizer que a fertilidade tanto masculina como feminina pode receber um escore de 0 a 10, afirmando que é raridade o casal 20 (10+10),...mas que o momento de fertilização envolve um espermatozóide nota 10 e um óvulo também nota 10 ( posicionado e hígido ). Abaixo, resumimos as causas mais comuns e simples dos processos de comprometem a fertilidade. VARICOCELE Varicocele, ou varizes na bolsa escrotal, são veias dilatadas, como as que ocorrem nos membros inferiores, formando porem um enovelado de vasos venosos originados do hilo testicular Varicocele é encontrada em 15% da população geral mas está presente em 30 a 40% dos homens inférteis. Os mecanismos pelos quais a varicocele altera a fertilidade são desconhecidos.A varicocele clínica pode não alterar a fertilidade e, a varicocele sub-clínica pode estar associada a severas lesões espermatogênicas. As alterações mais comuns na análise seminal são: aglutinação dos espermatozóides, bloqueio de maturação em nível de espermatócitos , oligospermia, e cabeças em chama. CRIPTORQUIDIA A descida dos testículos para a bolsa escrotal nem sempre esta completa no nascimento e cerca de 3,2% dos recem-natos a termo apresentam descida incompleta. O achado de bolsa escrotal vazia corresponde a agenesia testicular, ao criptorquidismo verdadeiro, a ectopia testicular e ao testículo retrátil. Criptorquidia verdadeira é a situação em que um ou os dois testículos encontram-se fora da bolsa escrotal, estando situados no interior da cavidade abdominal ou mais frequentemente no canal inguinal e ainda na porção alta da bolsa, sempre seguindo a via normal de migração. Testículo ectópico é aquele situado fora da via normal de descida ( migração ). Criptorquidismo verdadeiro corresponde a 25% dos casos de bolsa escrotal vazia, é mais freqüente a direita e em 18% dos casos é bilateral; o testículo é de consistência diminuída, apresentando menor número de espermatogônias e diminuição no calibre dos túbulos seminíferos. Em relação aos estudos de fertilidade no adulto, podemos considerar o testículo criptorquídico como já “queimado” devendo ser retirado para evitar sua propensão a sede de neoplasia malígna. ORQUITE POR CAXUMBA A Orquiepididimite esta presente de 14 a 35% dos casos de Caxumba do adulto e é bilateral de 20 a 25% dos casos; o epitélio dos túbulos seminíferos é destruído notando-se a evolução para a hialinização dos mesmos. A Orquiepididimite por Caxumba é rara na infância. Se a infecção foi bilateral o paciente é infértil com azoospermia ou oligospermia acentuada; no caso de infecção unilateral a contagem de espermatozóide é normal ou pouco diminuída e o paciente será fértil; entretanto devemos considerar casos de envolvimento testicular sub-clínicos e casos de Caxumba sem clinica de parotidite. INFLAMAÇÕES DO TRATO GENITAL Os agentes infecciosos podem atingir o testículo ou o epidídimo pelos vasos sangüíneos, vasos linfáticos, pelos ductos ejaculatórios ou diretamente por ferimentos. Infecções transmitidas pela corrente sangüínea atingem principalmente o testículo e causam orquite; infecções ascendentes pelo sistema ejaculatório atingem principalmente o epidídimo e causam epididimite. Orquite Bacteriana está frequentemente associada com a epididimite, sendo a E. coli a mais comum. Orquiepididimite Granulomatosa esta associada às formas crônicas. Os agentes específicos podem ser determinados por colorações especiais, testes serológicos e culturas e as principais condições são a Tuberculose, a Sífilis, a Lepra, a Brucelose e a Blastomicose. A análise seminal revela presença de elementos inflamatórios mono e polinucleares, ocasional oligospermia, astenospermia, discinesia, necrospermia, aglutinação, bloqueio em nível espermátide e eventualmente, presença de espermatozóides atípicos com cabeças em fuso. AGENTES FÍSICOS OU QUÍMICOS A relação entre a infertilidade e a exposição a agentes ocupacionais, ambientais e terapêuticos é bem conhecida. As alterações testiculares em nível das células de Leydig e das células germinativas se expressam por larga gama de elementos estruturais e funcionais: bloqueio de maturação, oligospermia, azoospermia, astenospermia, teratospermia, aumento do FSH, aumento do LH, hiperestrogenismo, impotência, queda da libido. Os fatores externos mais conhecidos são: Dissulfeto de Carbono, Dibromocloropropano, Chumbo, Manipulação de Contraceptivos, Radiação, Calor, Radioterapia, Quimioterapia. HIPOGONADISMO HIPERGONADOTRÓFICO Corresponde ao hipogonadismo de origem testicular acompanhado ou não de anomalias cromossomiais. Nas formas com anomalias cromossomiais temos a Síndrome de Klinefelter, Homem 46XX, Síndrome 47XYY. Nas formas sem anomalias cromossomiais temos a Distrofia Miotônica, Distrofia Muscular Progressiva, Síndrome de Werner. HIPOGONADISMO HIPOGONADOTRÓFICO Corresponde ao hipogonadismo de origem hipotálamo-hipofisária sendo classificado nas formas de insuficiência hipotálamo-hipofisária pré-puberal e pós-puberal. As seguintes condições são as mais freqüentes: Deficiência Isolada de Gonadotrofina, Hipogonadismo da Anosmia, Deficiência Isolada de FSH, Deficiência Isolada de LH, Hipogonadismo na Ataxia, Hipopituitarismo por lesões destrutivas da Hipófise. HIPOGONADISMO POR DISFUNÇÕES ENDÓCRINAS Envolve disfunções da Hipófise, Tiróide, Adrenal, Pâncreas, Fígado, Rim e Intestino. As formas mais freqüentes são: Hiperprolactinemia, Hipotiroidismo, Hipertiroidismo, Hiperplasia Adrenal Congênita, Síndrome de Cushing, Carcinoma Cortico-Adrenal, Diabetes Mellitus, Hepatopatias Crônicas, Insuficiência Renal Crônica, Doença Celíaca, Colite Ulcerativa Crônica, Anemia Crônica. EJACULAÇÃO RETRÓGRADA A ejaculação retrógrada é uma condição na qual o líquido seminal flui de modo retrógrado para dentro da bexiga no momento do orgasmo, em vez de ser impelido para frente através da uretra. É uma disfunção mais encontrada em homens com diabetes, podendo comprometer o colo da bexiga. Normalmente, o colo da bexiga fecha-se apertadamente durante o orgasmo e a ejaculação, com o resultado de que o líquido seminal move-se em sentido anterior, no sentido da menor resistência. Nos homens diabéticos, como o esfíncter interno da bexiga não fecha com eficácia, existe mais resistência no sentido para diante e menor resistência para trás, no sentido da bexiga, pois a distância é consideravelmente mais curta. O líquido seminal portanto, se mistura com a urina na bexiga e é expelido do corpo com a micção. Entretanto, homens diabéticos, com ejaculação retrógrada, experimentam o orgasmo, onde as contrações rítmicas da próstata e vesículas seminais ocorram de maneira normal. Por razões óbvias, a ejaculação retrógrada pode constituir causa de infertilidade. Uma solução para esse problema seria efetuar inseminação artificial, utilizando uma alíquota de líquido seminal e espermatozóides obtidos pela centrifugação primeiro espécime de urina pós coital EJACULAÇÃO RETARDADA Homens com esta disfunção sexual, raramente tem dificuldade com a ereção, e tipicamente são capazes de manter uma ereção firme durante muito tempo na relação sexual. O problema funcional pode ser considerado como sendo o oposto da ejaculação precoce. Existem casos em que o homem nunca conseguiu ejacular dentro da vagina, e outros em que o homem em seu histórico havia conseguido, mas por algum motivo, que está inconsciente, não consegue mais. Alguns homens com ejaculação retardada conseguem ejacular com a masturbação, outros são capazes de ejacular por estimulação manual ou oral pela parceira, enquanto que ainda outros são incapazes de ejacular por qualquer modo. Em alguns casos a ejaculação retardada pode Ter uma origem orgânica como por exemplo, lesões congênitas do sistema geniturinário, lesões da medula espinhal, uso de alguns medicamentos, porém a maioria dos casos são de origem psicogênica, tais como, hostilidade ou rejeição da esposa, temor da gravidez, desejo de não ter filhos, medo, ansiedade. Em geral, uma psicoterapia com um psicólogo especializado, tem uma cura eficaz. PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO - POP Coleta de material para espermograma e ou espermocultura Sinonímia - Exame funcional do esperma. - Exame do líquido seminal. - Exame do sêmen. - Espermocitograma. - Análise Seminal e Citologia Espermática Indicação médica Avaliação do potencial de fertilidade do homem; controle pós vasectomia. Ajuda ao diagnóstico de processos infecciosos localizados. Princípio O exame se subdivide em Macroscópico,em que se avaliam as características físicas tais como volume, aspecto, odor, cor, pH e tempo de liquefação; e Microscópico, em que se avaliam características funcionais tais como número, motilidade, vitalidade e aglutinação espontânea. As duas etapas se completam para a obtenção de um resultado mais útil. Equipamento A coleta é feita pelo paciente por masturbação manual. Material - Frasco estéril de 50 ml. - Toalha de papel. - Sabonete. Procedimento 1. Preparar previamente todo o material de coleta. 2. Verificar e conferir que tipo(s) de exame(s) será(ão) realizado(s). 3. Chamar o paciente (nome completo). 4. Pedir ao paciente para conferir seus dados de identificação no comprovante de coleta e assinar se estiver tudo de acordo. 5. O paciente deve preencher o questionário. 6. Levar o paciente à sala de coleta de espermograma. 7. Explicar o procedimento ao paciente. 8. Fornecer-lhe o material de coleta, toalha higiênica e sabão. 9. Deixar o paciente à vontade, informando-lhe que após a coleta deverá procurá-lo na sala de coleta. 10. Receber a amostra colhida e verificar o preenchimento do questionário. 11. Informar ao paciente o término do procedimento. 12. Desejar-lhe um bom dia. 13. Oferecer-lhe o café. 14. Indicar-lhe a saída. 15. Encaminhar prontamente a amostra colhida ao Setor após devidamente protocolada. Formas de envio - Frasco estéril. - Em temperatura ambiente no prazo máximo de 30 minutos. Rejeição - Amostra refrigerada. - Amostra entregue fora do prazo de 30 minutos. Observações - A coleta deve ser feita por masturbação, preferencialmente no laboratório. - Deve-se respeitar um período de abstinência sexual de 2 a 5 dias, salvo com orientação médica. - O material deve ser conservado em temperatura ambiente. - Caso seja pedido simultaneamente a espermocultura, o paciente deverá urinar previamente e fazer uma assepsia rigorosa das mãos e do pênis. ANÁLISE SEMINAL E CITOLOGIA ESPERMÁTICA DADOS E RECOMENDAÇÕES PRÉ-ANALÍTICAS Nome: Idade: Estado civil: Número de filhos: 1) Quantos dias de abstinência sexual (sem relações sexuais ou masturbação) ?.................... 2) Qual a frequência média de relações sexuais ?...................................... 3) Faz uso de bebida alcoólica ? ( ) SIM ( ) NÃO 4) É fumante ? ( ) SIM ( ) NÃO 5) Doenças anteriores: Caxumba,Hérnias, Diabetes, , Varicocele, Hipertensão, Infecções Urinárias de repetição; Outras:.................................................... 6) Motivo do exame: ( ) Pré nupcial ( ) Infertilidade conjugal ( ) Dor nos testículos ( ) Traumatismo testicular ( ) Dor na ejaculação ( ) Infecção ( ) Controle pós vasectomia (cirurgia para não ter filhos) Há quanto tempo ?......................... Outros:........................................... 7) Está em uso de medicamentos ? ( ) SIM ( ) NÃO Qual (is) medicamento (s)?............................................... Há quanto tempo ?........................ OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: - Ao colher o material, é importante que todo volume ejaculado seja colocado dentro do frasco; se houver perda de material, principalmente do 1º jato, invalida a realização do exame. Referências Bibliográficas: 1. Orildo S. Pereira/J.B.M.Janini - Atlas de Morfologia Espermática. 2. Manual da OMS – 3ª edição 3. Sérgio Piva - Espermograma 4. Neves e Rodrigues – Infertilidade Masculina 5. Galba – Espermocitograma 6. Orildo S. Pereira - Spermo ROM : Casos Clínicos em Infertilidade Masculina
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