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DISCIPLINA - PEO UFV DVT - Prof. José Domingos Guimarães VET 492 - ANDROLOGIA DE ANIMAIS DE GRANDE PORTE Estudo extraclasse realizado pela aluna Natália Barone Spachi Junho/Julho 2020 Compilado de conceitos importantes relacionados a primeira semana de aula da disciplina VET492 (22/06 - 26/06) Natália Barone Spachi - Estudante de Medicina Veterinária na Universidade Federal de Viçosa Junho de 2020 - Viçosa, Minas Gerais - Brasil Pontos abordadas: 1. Introdução 2. Glândulas endócrinas 3. Hormônios primários na reprodução 4. Controle do eixo hipotalâmico - hipofisário - gonadal no sexo masculino (feedback negativo) 5. Controle do eixo hipotalâmico - hipofisário - gonadal no sexo feminino (feedback negativo E feedback positivo); 6. EPMURAS - Técnica de Avaliação Visual do Gado 1) Introdução O sistema reprodutor é controlado/regulado por dois sistemas, o Sistema nervoso central (SNC) e o sistema endócrino (SE). O hipotálamo, é uma glândula endócrina localizada no cérebro, e interliga esses dois sistemas por meio de um sistema porta hipotalâmico hipofisário, e assim, coordena as funções das gônadas masculinas e femininas. Assim, tem-se formado o eixo hipotalâmico - hipofisário - gonadal, que em equilíbrio, controla o ciclo reprodutivo dos animais. O SN atua por meio do uso de impulsos elétricos que são rápidos (atuação em músculo esquelético por exemplo), já o SE faz uso de mensageiros químicos ou hormônios e regula processos mais mais lentos como o crescimento e a reprodução. Além dos hormônios produzidos pelas glândulas endócrinas, outro ator importante para a reprodução animal é o grupo dos fatores de crescimento. Os fatores de crescimento são “substâncias relacionadas aos hormônios e que controlam o crescimento e o desenvolvimento de diversos órgãos, tecidos e células em cultivo”. (HAFEZ, E.S.E. et al, 2002) 2) Glândulas endócrinas: I. Hipófise (neuro-hipófise ou hipófise posterior + adeno-hipófise ou hipófise anterior): A. A hipófise anterior possui 5 tipos celulares? 1. Somatótrofos → secretam GH (Hormônio do crescimento) 2. Corticótrofos → secretam ACTH (Hormônio adrenocorticotrófico) 3. Mamótrofos → secretam Prolactina 4. Tireótrofos → secretam TSH (hormônio tireoestimulante) 5. Gonadótrofos → secretam FSH (Hormônio folículo-estimulante) e LH (Hormônio luteinizante) II. Hipotálamo III. Gônadas: A. As gônadas possuem papel duplo no organismo: o de gametogênese e o de secreção de hormônios gonadais. 1. Machos → Células de Leydig: células intersticiais localizadas entre os túbulos seminíferos. Secretam Testosterona. 2. Fêmeas → Células da teca interna do folículo ovulatório: “Após a ruptura do folículo (ovulação), as células da granulosa e da teca são substituídas pelo corpo lúteo (CL), que secreta a progesterona.” ((HAFEZ, E.S.E. et al, 2002) IV. Glândula Pineal: A. É chamada também de epífise. Nos mamíferos, se comporta como uma glândula endócrina. Sua atividade hormonal é influenciada pelo ciclo claro/escuro E pelo ciclo estacional (a glândula portanto, exerce papel importante no controle neuroendócrino da reprodução). B. Informações neurais sobre a duração do dia, provenientes dos olhos chegam à glândula pineal e ativam a liberação endócrina de melatonina na corrente sanguínea e no líquido cérebroespinal. 3) Hormônios primários na reprodução: (GONZÁLEZ et al., 2002) ➔ Os hormônios primários da reprodução estão diretamente ligados aos processos reprodutivos, estando envolvidos em: ◆ espermatogênese; ◆ ovulação; ◆ comportamento sexual; ◆ fertilização; ◆ implantação; ◆ manutenção da prenhez; ◆ parto; ◆ lactação; ◆ comportamento materno ➔ Esses hormônios são provenientes primariamente de quatro sistemas: ◆ várias áreas do hipotálamo; ◆ hipófise (lóbos anterior e posterior); ◆ gônadas; ◆ útero e placenta 4) Controle do eixo hipotalâmico - hipofisário - gonadal no sexo masculino (feedback negativo): Os túbulos seminíferos contém, além das células de linhagem germinativa, dois tipos celulares de extrema importância reprodutiva: são as células de Leydig e as células de Sertoli. Ambas as células têm receptores para os hormônios (gonadotrofinas LH e FSH) produzidos pela neuro-hipófise ao ser estimulada pelo GnRh liberado na corrente sanguínea pelo hipotálamo. O LH atua nas células de Leydig e o FSH atua nas células de Sertoli. Ao serem estimuladas pelo FSH, as células de Sertoli exercem inúmeras funções que mantém o funcionamento do ciclo fisiológico reprodutivo do animal. Já as células de Leydig, ao receberem estímulo do LH iniciam a produção de Testosterona (andrógeno mais importante para o organismo masculino). A testosterona tem grande importância para o macho desde sua fase fetal, na qual ela atua auxiliando na diferenciação sexual do indivíduo. Na puberdade os níveis de testosterona se elevam e a partir daí uma de suas funções é a de atuar nos testículos promovendo a espermatogênese. Os hormônios FSH e LH não podem ser secretados indiscriminadamente no organismo, dessa forma há um controle de ativação da liberação e da inibição de liberação desses hormônios através de um sistema de feedback negativo: quando há altas concentrações de testosterona no organismo, ocorre inibição da produção de GnRh pelo hipotálamo, o que faz com que a adeno-hipófise (hipófise anterior) não seja estimulada a produzir as gonadotrofinas. Inversamente, se os níveis de testosterona e produção de gametas estão baixos no organismo, o hipotálamo é estimulado a produzir GnRh para estimular a hipófise a gerar FSH e LH. 5)Controle do eixo hipotalâmico - hipofisário - gonadal no sexo feminino (feedback negativo E feedback positivo): Nas fêmeas, o controle do eixo hipotalâmico - hipofisário - gonadal é um pouco diferente de como ocorre nos machos: Existem 2 locais de secreção e produção de GnRh no hipotálamo: ● Centros controladores de secreção tônica do hormônio → secretam GnRh continuamente e participam do sistema de controle por feedback negativo (como ocorre nos machos) ● Centros controladores da onda pré ovulatória → secretam GnRh em grandes quantidades de uma vez e participam do sistema de controle por feedback positivo. Feedback positivo (mecanismo): (DISCIPLINA DE ENDOCRINOLOGIA DA REPRODUÇÃO PPGCV - UFRGS, 2002) 6) EPMURAS - Técnica de Avaliação Visual do Gado: ❏ E → Estrutura corporal: Prediz visualmente a área que o animal abrange visto lateralmente, levando em conta o comprimento corporal e a profundidade das costelas. A área abrangida pelo animal tem correlação positiva com o limites de deposição de tecido muscular. Esse parâmetro vai do escore 1 à 6, sendo nota 1 a menor (animal com menor estrutura corporal) e 6, a maior (animal com maior estrutura corporal) ❏ P → Precocidade: Parâmetro baseado na relação entre profundidade das costelas e comprimento das pernas. Altos escores indicam animais que tendem a serem mais precoces em terminação, mais precoces sexualmente e mais adaptáveis ao sistema de produção à pasto. O escore vai de 1 à 6, sendo que animais com escore 6 possuem grande profundidade de costelas e virilha bem baixa. ❏ M → Musculatura: Altos escores são desejados para que se obtenha melhor rendimento de carcaça. Os escores vão de 1 à 6. ❏ U → Umbigo: Parâmetro que se toma considerando o tamanho e a pendulosidade da prega umbilical nas fêmeas e nos machos, além disso, também se considera o direcionamento do prepúcio. O escore vai de 1 a 6, sendo que os escores desejáveis são 2, 3 e até 4. Animais com escore 1 possuem umbigo muito colado (pode atrapalhar na hora da introdução do pênis na monta natural) Animais com escore 6 possuem prega umbilical extremamente grande e pendulosa (podem vir a ter degradação testicular e lesões penianas e prepuciais devido a altura das pastagens brasileiras) . ❏ R → Raça / Padrão Racial: Os escores desse parâmetro vão de 1 à 4, sendo 1 o pior e 4 o melhor escore. ❏ A → Aprumos: Os escores desse parâmetro vão de 1 à 4 sendo o 1 o pior e o 4 o melhor escore. ❏ S → Sexualidade: Escores vão de 1 (pior escore) a 4 (melhor escore).Bibliografia: ● DISCIPLINA DE ENDOCRINOLOGIA DA REPRODUÇÃO PPGCV - UFRGS, 2002, UFRGS. Desenvolvimento Folicular, Ondas Foliculares e Manipulação [...]. [S. l.: s. n.], 2002. 15 p. Tema: Endocrinologia da reprodução animal. ● HAFEZ, E.S.E. et al, (ed.). Fisiologia da Reprodução. In: REPRODUÇÃO Animal: sétima edição. 7. ed. São Paulo - BR: Manole Ltda., 2004. cap. 3 a 10, p. 31-141. ● GONZÁLEZ, Félix et al. Introdução a Endocrinologia Reprodutiva Veterinária. Porto Alegre: [s. n.], 2002. 87 p. Disponível em: https://www.ufrgs.br/lacvet/site/wp-content/uploads/2017/05/endocrino_rep_vet.pdf. Acesso em: 28 jun. 2020. ● DA SILVA, Rosane Maria Guimarães. Anatomia Comparada do Sistema Reprodutor Masculino nos Animais Domésticos: (Equinos, Bovinos, Suínos, Ovinos e Caninos). Power point presentation, [s. l.], 2013. ● BRAZILCOMZ - ZOOTECNIA TROPICAL (Jaboticabal - SP - Brasil). Avaliação Visual - EPMURAS Descritivo. Jaboticabal - SP - Brasil. Disponível em: www.brasilcomz.com. Acesso em: 28 jun. 2020. Compilado de informações referentes a aula de VET492 do dia 29/06/2020 Natália Barone Spachi - graduanda de Medicina Veterinária da UFV - Junho 2020 Conteúdos deste arquivo: 1. Espécies sazonais e Sazonalidade do comportamento sexual; 2. Eletroejaculador; 3. Porções do ejaculado e quantidade ejaculada por cada espécie (principalmente suínos); 4. Proporção touro:vaca. 1) Espécies sazonais e Sazonalidade do comportamento sexual: Entre os mamíferos há variações entre as espécies quanto a natureza e a duração do período de reprodução. Bovinos e suínos não apresentam sazonalidade reprodutiva, diferentemente dos ovinos, caprinos e equinos, que apresentam esse fator. Além disso, para caprinos e ovinos há diferença também entre as raças dentro de cada espécie em relação a duração da estação de monta e de período sem cobertura de fêmeas. O período reprodutivo dos animais recebe influência do fotoperíodo (duração do período de luz do dia em um determinado local) e do clima (temperatura) sendo este segundo fator diretamente ligado à disponibilidade de alimento para o rebanho. “ Um fotoperíodo longo ou dia longo consiste de 16 a 18 horas de exposição à luz, enquanto um dia curto ou fotoperíodo curto é caracterizado por 8 horas de luz seguidas de 16 horas de escuridão (escotoperíodo). “ (DA SILVA et al., 2018) A intensidade de resposta às mudanças de claro/escuro (fotoperiodismo) varia entre as espécies. Com base nisso, elas podem ser divididas em dois grupos, um grupo de animais de dias longos e outro grupo de animais de dias curtos. Nos animais de dias longos a atividade sexual se manifesta após o solstício de inverno (que é o dia mais curto do ano. A partir dele, os dias crescem), e nos animais de dia curtos, a atividade sexual se manifesta após o solstício de verão (que é o dia mais longo do ano. A partir dele, os dias encurtam). ANIMAIS DE DIAS LONGOS equinos bovinos* ANIMAIS DE DIAS CURTOS ovinos caprinos suínos* ANIMAIS NÃO SAZONAIS suínos bovinos * “algumas espécies, como a bovina e a suína, as modificações impostas pela domesticação foram tão intensas, que estes animais passaram a conceber em qualquer período do ano” (DA SILVA et al., 2018) A atividade reprodutiva é controlada por um mecanismo fisiológico através da síntese e secreção do hormônio melatonina (indolamina sintetizada a partir do aminoácido triptofano) pela glândula pineal. Essa síntese e secreção ocorre no ciclo de escuro do período, ou seja, durante a noite. Em períodos de dias mais curtos, o período de escuro é maior e dessa forma os animais são mais expostos ao hormônio melatonina. Assim o organismo consegue reconhecer o período vigente do ano. Em animais de dias curtos o aumento da secreção de melatonina estimula a liberação de GnRh pelo hipotálamo, já nos animais de dias longos ocorre o inverso: o aumento da concentração de melatonina acarreta inibição da secreção de GnRh pelo hipotálamo. síntese de melatonina 2) Eletroejaculador: A coleta de sêmen de reprodutores pode ser executada por diferentes métodos (vagina artificial, eletroejaculação, excitação mecânica). O uso de determinada técnica varia conforme a espécie e também conforme a individualidade de cada animal. O método da eletroejaculação se baseia na indução e passagem de corrente elétrica alternada pela medula ao nível da 4ª vértebra lombar fazendo com que haja a ejaculação por conta do estímulo elétrico. O eletroejaculador e posicionado no reto do animal e possui eletrodos que irão realizar o estímulo elétrico. Essa método é usado quando o animal não responde bem a técnica de coleta por vagina artificial (simulação da monta natural). Uma desvantagem desse método é que o eletroejaculador faz com que as glândulas sexuais acessórias secretem mais substâncias, e dessa forma ocorre certa diluição do sêmen do animal. Além disso o uso do eletroejaculador causa estresse no animal. 3) Porções do ejaculado e quantidade ejaculada por cada espécie (principalmente suínos): 4) Proporção touro:vaca: (SANTOS et al., 2004) Bibliografia: ● HAFEZ, E.S.E. et al, (ed.). Fisiologia da Reprodução. In: REPRODUÇÃO Animal: sétima edição. 7. ed. São Paulo - BR: Manole Ltda., 2004. cap. 3 a 10, p. 31-141. ● DA SILVA, Anderson Antonio Ferreira et al. Efeito do fotoperíodo sobre ruminantes: Bem-estar, bovino, caprino, ovino. Nutritime Revista Eletrônica, [s. l.], v. 15, ed. 3, Maio/Junho 2018. DOI 1983-9006. Disponível em: www.nutritime.com.br. Acesso em: 30 jun. 2020. ● ROCHA, Rebeca Magalhães Pedrosa et al. Melatonina e reprodução: Implicações na fisiologia ovariana. Acta Veterinaria Brasilica, [s. l.], v. 5, ed. 2, p. 147-157, 2011. ● GELIANE, Antonia; GREICILÂNDIA, Antonia. Fisiologia Animal II: FOTOPERÍODO. Instituto federal de educação ciência e tecnologia - Ceará, 2015. SlideShare. ● FREITAS, Vicente José de F. Colheita e Avaliação Seminal. Laboratório de Fisiologia e Controle da Reprodução, Universidade Estadual do Ceará - Faculdade de Veterinária - Biotecnologia da reprodução animal, www.uece.br/lfcr. acessado em 30/06/2020. Apresentação de Slides. ● GONÇALVES, Nayara Magalhães; NEVES, Mariana Machado. Sêmen Fresco, Resfriado ou Congelado: existe diferença entre eles?. In: ESPAÇO DO PRODUTOR - ARTIGOS: Universidade Federal de Viçosa, 13 dez. 2011. Disponível em: https://www2.cead.ufv.br/espacoProdutor/scripts/verArtigo.php?codigo=27&acao=exibir. Acesso em: 30 jun. 2020. ● SANTOS, M.D.; TORRES, C. A. A.; RUAS, J. R. M.; GUIMARÃES, J. D.; FILHO, J. M. Silva. Potencial reprodutivo de touros da raça Nelore submetidos a diferentes proporções touro:vaca. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., [s. l.], v. 56, ed. 4, p. 497 - 503, 2004. http://www.uece.br/lfcr Patologias reprodutivas → faladas na aula do JD Natália Barone Spachi - Med.Vet UFV Julho 2020 PATOLOGIAS TESTICULARES: 1. Degeneração Testicular: a. A degeneração testicular pode ocorrer em todas as espécies domésticas. b. Se caracteriza por um processo em que há diminuição da população celular dos testículos. As células seminais ficam vacuolizadas e menos densas, pode ocorrer a formação de células gigantes por fusão de espermátides acarretando em uma espermatogênese reduzida (fase inicial → testículo se encontra levemente distendido, mole e macio). Os espaços que normalmente eram preenchidos por túbulos seminíferos passam a fibrosar (fase crônica → testículo se torna consistente devido à fibrose). c. É a alteração (patologia) mais frequente de sistema reprodutor masculino. Não afeta a saúde do animal como um todo mas leva à infertilidade. d. Causas: i. Temperatura elevada: 1. temperatura ambiental elevada (estresse térmico) 2. temperatura da bolsa escrotal elevada por conta de dermatite escrotal, sobrepeso ou orquites) ii. Estresse nutricional: 1. deficiência de vitamina A, zinco, fósforo e proteínas leva à um balanço energético negativo e subnutrição resultando em falha no mecanismo de termorregulação testicular, aderência escrotal e distúrbios vasculares graves (degeneração testicular). iii. Deficiência hormonal(deficiência na produção de hormônios hipofisários → gonadotrofinas) iv. Deficiência circulatória: 1. isquemia da artéria testicular 2. arterite 3. parasitismo por Strongylus em equinos v. Níveis elevados de gossipol (substância presente em farelo de algodão) → não usar farelo de algodão na alimentação de touro em período reprodutivo 2. Hidrocele: a. “A túnica vaginal é composta pela túnica visceral e pela parietal. E o divertículo formado entre estas duas túnicas forma a cavidade vaginal a qual normalmente contêm pequena quantidade de fluido seroso. A hidrocele é caracterizada pelo acúmulo anormal de fluido seroso e de coloração âmbar no interior da cavidade vaginal” (MACORIS et al., 2004) b. Causas possíveis de hidrocele são: i. castração com remoção insatisfatória da túnica parietal ii. parasitismo por Strongylus Edentatus e Fasciola hepática (em equinos) 3. Hérnia inguino - escrotal: a. Se caracteriza pela presença de alça intestinal na bolsa escrotal. b. Se houver encarceramento da alça ocorrerá atonia intestinal c. O testículo fica aumentado e frio. Animal sente dor aguda e intensa. d. Tratamento é cirúrgico → retirada do testículo acometido e fechamento do anel da hérnia. 4. Orquite: a. A orquite se caracteriza por uma inflamação testicular que ocorre por via hematogênica ou ascendente (pelas vias espermatogênicas) b. Tuberculose em bovinos pode levar à orquite c. Essa patologia não tem relevância de saúde ou reprodutiva em cães, equinos e pequenos ruminantes. d. Em suínos e bovinos, a orquite pode ser causada por Brucella e levar a uma diminuição da fertilidade do animal. Além disso a Brucella é passível de ser transmitida pelo sêmen. e. Pode estar associada a uma epididimite no caso de orquite ascendente. 5. Varicocele: a. “Varicocele é uma enfermidade caracterizada pela dilatação das veias espermáticas do plexo pampiniforme e das veias cremastéricas . Ao que tudo indica, a dilatação está relacionada à disfunção da veia testicular com resultante aumento da pressão hidrostática local.” (LIMA et al., 2014) b. A trombose na veia espermática interna geralmente acompanha a varicocele e compromete a termorregulação testicular podendo levar a uma degeneração testicular. c. A lesão vascular deixa o animal subfértil. 6. Tumores Testiculares: a. Sertolioma: i. Neoplasia oriunda das células de Sertoli. ii. O Testículo acometido se apresenta com firme consistência, aumentado de volume, lobulado e com superfície de corte de coloração branco acinzentada. iii. Em cães o sertolioma provoca distúrbio endócrino elevando a concentração de estrógeno e causando feminização do animal. b. Leydigocitoma: i. Neoplasias provindas das células intersticiais de Leydig. ii. Se apresentam sob a forma de 1 ou 2 nódulos no interior do testículo. O(s) nódulo(s) são amarelo alaranjados (amarelo por conta da maior produção de testosterona, que é um esteróide; alaranjado por conta da vascularização) iii. Pode levar a produção de andrógenos, que em cães leva à indocilidade e hiperplasia prostática. c. Seminoma: i. Neoplasia oriunda de células germinativas. ii. Leva a um grande aumento testicular 7. Atrofia testicular: a. A atrofia testicular pode ser uma consequência da degeneração testicular b. Pode ser uni ou bilateral c. O testículo atrofiado se encontra diminuído de tamanho, fibrótico e resistentes à palpação. 8. Hipoplasia testicular: a. Redução do tamanho do testículo causada por um gene. Essa redução pode ser de grau discreto, moderado ou grave. Quanto maior o grau, mais reduzido é o testículo hipoplásico. b. Pode ser uni ou bilateral c. Como a patologia é de origem genética o animal com hipoplasia deve ser afastado da área de reprodução. 9. Restos ectópicos de tecido adrenal no parênquima testicular: a. Afecção rara comumente observada em testículo de humano; b. Durante o desenvolvimento embrionário, algumas células da adrenal (adreno cortical) pode ter uma migração no parênquima testicular e ficam inativadas ali. Quando o animal tem algum fator predisponente que estimula essas adrenais, ocorre a formação de uma neoplasia (tumor). Apesar de aquelas células já estarem lá desde o nascimento do animal (patologia congênita), o estímulo hormonal gera uma hiperplasia adrenal congênita das células adrenocorticais que já estavam presentes no parênquima testicular mas estavam indetectáveis até o momento. c. As lesões provocadas pela patologia não tem potencial de malignidade. d. A cortex da supra-renal (ou adrenal) produz hormônios esteróides (sintetizadas a partir do colesterol). Assim, com a hiperplasia pode ocorrer elevação da produção de andrógeno gerando comportamento mais agressivo do animal. 10. Dermatite testicular: a. Evolui para degeneração testicular se não tratada b. Pode ser causada por traumas ou agentes infecciosos, como bactérias c. Muito comum em zebuínos → dermatites com seborréia no testículo → causam elevação da temperatura d. Pode voltar ao normal com tratamento i. não é recomendado o uso de antiinflamatórios esteroidais para reprodutores e. Proliferação bacteriana elevada pode ser predisposição do indivíduo → alguns produtores preferem descartar o animal da reprodução (conduta adequada para quem trabalha com rebanhos maiores e animais à pasto). 11. Miíase testicular: a. PROPICIA A ADERÊNCIA TESTICULAR COMPROMETENDO A MOBILIDADE DO TESTÍCULO → afeta a capacidade de termorregulação testicular → leva à degeneração testicular. b. A temperatura testicular aumenta por miíase, mas não tanto quanto na degeneração testicular 12. Bipartição do escroto: a. Extremamente comum em caprinos b. Ocorre em bovinos mas com menor frequência c. Não afeta a capacidade de termorregulação testicular do animal acometido 13. Inserção lateral da ráfia escrotal: a. A posição natural da ráfia escrotal é no mediastino, no caso acima está bem lateralizada. b. Ráfia escrotal bem lateralizada (rotacionada quase 90º) → ráfia saiu do meio dos dois testículos e foi para o lado direito. c. Não há portanto rotação testicular nesse caso i. A ráfia está lateralizada mas os testículos permanecem simétricos (dois epidídimos laterais na parte do mediastino) → não há rotação. Na rotação a cauda do epidídimo vira (parte mais proeminente do epidídimo fica em direção caudal, cranial ou lateralizado e não no mediastino. d. A ráfia escrotal lateralizada não atrapalha em nada a termorregulação. O animal não fica com a parte reprodutiva comprometida e. Mesmo que houver rotação testicular, se ela for de até 90º a termorregulação testicular não é comprometida. f. Por outro lado, se a rotação testicular chegar a 180º a termorregulação do testículo fica comprometida e gera sensibilidade na gônada comprometida → animal sente dor e incômodo (prejudicial) 14. Rotação testicular: a. O testículo afetado mantém seu posicionamento horizontal em relação ao eixo crânio caudal do animal, mas faz um giro de 180º alterando a posição da cauda do epidídimo em relação à parede abdominal. b. Dependendo do grau de rotação não é necessário intervenção c. A intervenção cirúrgica (reposicionamento do testículo) é feita se a rotação provocar interferência na qualidade seminal do animal. PATOLOGIAS DE PÊNIS E PREPÚCIO: 1. Lesões por IBR (herpesvírus bovino tipo 1): a. “A Rinotraqueíte Infecciosa Bovina é uma relevante doença, tendo em vista os transtornos reprodutivos causados, a facilidade de disseminação, o difícil controle e a ampla disseminação nos rebanhos bovinos de corte e de leite. O herpesvírus bovino 1 (BoHV-1) pode estar presente em fluidos onde os embriões são recolhidos, manipulados, criopreservados ou transferidos, assim como no sêmen, nos órgãos genitais e também no líquido folicular e ovócitos.” (DA COSTA et al., 2017) b. Machos acometidos por IBR podem apresentar lesões no pênis e na mucosa prepucial, tais como exsudato mucopurulento, edema, hiperemia e presença pápulas avermelhadas que podem evoluir para pústulas e lesões necróticas de aspecto focal. 2. Papiloma (fibropapiloma): a. Acomete bovinose mais frequente bovinos jovens, pois apresentam condição imunitária inferior b. É um tumor venério de origem viral; c. Seu aspecto é de um crescimento vegetativo próximo à glande; d. É um variante do papiloma cutâneo. 3. Persistência do frênulo peniano: a. É a falha de separação entre a glande e o prepúcio que impede a exposição total do pênis. É caracterizada pela permanência de uma fina camada de tecido conjuntivo ligada ao pênis e ao prepúcio ao longo da região ventral da glande. b. Causa principal → congênita c. Leva a incapacidade de cópula, dor, gotejamento de urina, desvio ventral ou lateral do pênis, inflamação e falta de libido d. Pode ser corrigida cirurgicamente 4. Estenose do óstio prepucial ou Aderência de prepúcio ou Fimose: a. Se caracteriza pela incapacidade de exposição do pênis; b. Pode ser congênita ou adquirida devido a traumas ou infecções no local c. Reversão é cirúrgica 5. Acrobustite: a. Patologia de bovinos de raça zebuína, que possuem umbigo e prepúcio pendulares, sujeitos à traumas; b. É uma inflamação crônica do prepúcio desenvolvida por algum tipo de trauma sofrido no órgão. Ocorre o fechamento do óstio prepucial resultando em uma fimose traumática; c. Animal fica inutilizado reprodutivamente; d. Pode se reverter com cirurgia de reconstituição do óstio prepucial. 6. Hematoma peniano: a. Ocorre geralmente por rompimento da túnica albugínea em trauma durante a cópula. b. Mais comum no dorso do pênis c. Identifica-se por palpação e inspeção d. Tratamento: tempo de recuperação depende da gravidade do hematoma e de sua evolução. É usada hidroterapia (ducha 3 vezes ao dia), se necessário, realizar punção da lesão, uso de antiinflamatórios não esteroidais e antibioticoterapia. 7. Abscessos: a. “As lesões na mucosa do folheto prepucial interno e óstio prepucial podem ser seguidas de abscessos, tendo como principais microorganismos envolvidos o Actinomyces pyogenes e o Corynebacterium renale, e de aderências cicatriciais que podem impedir a exposição peniana, sendo a correção cirúrgica alternativa mais eficaz (SILVA et al., 1998). Em touros, a mucosa peniana sofre alterações associadas à idade que transformam a mucosa do folheto prepucial, de uma superfície regular e lisa em touros jovens sexualmente maduros, numa superfície com criptas longitudinais nos touros mais idosos. Essa é uma alteração dependente de andrógenos que é percebida por volta dos três anos de idade. Em touros mais idosos, essas criptas podem ser colonizadas por microorganismos infecciosos, funcionando não só como fonte de contaminação para fêmeas por ocasião da cópula, como também pode ter importante envolvimento na etiopatogenia dos abscessos prepuciais. Sabe que nos casos dessa enfermidade, as características anatômicas, como prepúcio longo e penduloso, favorecem a ocorrência da doença, o que pode ser evidenciado no maior número de animais das raças zebuínas acometidos pela injúria (SILVA et al., 1998; RABELO et al., 2006). O prepúcio longo e penduloso também foram citados por RABELO et al. (2008a), acrescentando que mesmo nos bovinos taurinos, a predisposição para ocorrência de abscessos prepuciais, relacionava-se ao tamanho do prepúcio, predispondo a traumas mecânicos constantes, sendo a lesão também comum nas raças européias como Santa Gertrudes, Angus e o Marquigiana, que possuem comprimento prepucial excessivo, como característica anatômica de alguns exemplares da raça. Para VIU et al. (2002), é conveniente a eliminação desses exemplares da reprodução, tendo em vista a alta herdabilidade genética dessa característica.” (RABELO et. al.,2012) 8. Laceração prepucial: a. Caracteriza por lesão traumática no prepúcio que evoluiu para laceração. b. Deve-se realizar sutura e plástica no local para que não haja alteração do óstio prepucial. c. Se a cicatrização demorar mais de 24 horas e a ferida já estiver contaminada, realizar tratamento tópico (higienização e aplicação de desinfetantes no local) 9. Pênis em forma de saca rolha em bovino: a. Motivo de descarte se for visto no início da coleta → defeito congênito b. Se for visto no fim da coleta pode ser consequência da eletroestimulação 10. Micropênis: a. Frequência boa em pequenos ruminantes e búfalos b. Até a segunda estação de monta o animal terá a porta reprodutiva normal c. Problema quando chega na idade adulta quando já há uma distenção abdominal muito grande → pênis não consegue chegar até a vulva da fêmea na hora da monta, não há ejaculação (monta não efetiva) d. É uma alteração congênita e não hereditária 11. Fratura de pênis: a. A fratura peniana é uma afecção de ocorrência comum com prognóstico desfavorável em touros. Tem importância econômica considerável uma vez que normalmente leva o descarte dos animais (RABELO, 2012). Ocorre normalmente em animais jovens, montas precoces e desordenadas ou ainda incompatibilidade de altura dos touros com relação às fêmeas bovinas. Esses fatores culminam na dificuldade de introdução correta do pênis na genitália feminina, resultando em lesões na albugínea peniana (normalmente distal a flexura sigmoide), ligamento apical dorsal do pênis, ruptura do corpo cavernoso resultando em desvio peniano adquirido ou fraturas podendo ou não estar associados a ruptura uretral (BENTO, 2005; RABELO et al. 2006). O tratamento para traumas leves é conservativo, com o uso de anti-inflamatórios, ducha, pomadas emolientes para evitar aderências e repouso sexual. Casos com ruptura do corpo cavernoso, hematomas entre outras causas que resultem em disúria, estrangúria ou parafimose indica-se a amputação peniana, no qual a técnica recomendada a da secção do pênis em “V” fixando a uretra ao pênis (RABELO et al. 2006). (CALCIOLARI et al., 2016) 12. Sarcoma de glande ou carcinoma de pênis (equinos): a. Pode ocorrer em todas as espécies mas é mais frequente em equinos; b. O carcinoma de pênis é mais frequente na glande do pênis. É mais frequente em equinos por conta de seu esmegma (secreção prepucial) diferenciado. Assim o acúmulo do esmegma de equino é mais fácil por sua excreção ser de maior dificuldade que nas outras espécies. 13. TVT (cães): a. É uma alteração neoplásica primária de pênis e prepúcio b. Tem origem viral e fácil transmissão c. Se manifesta sob o crescimento de uma massa grande que sangra com facilidade d. Pode involuir espontaneamente PATOLOGIAS EPIDIDIMÁRIAS: 1. Aplasia segmentar do epidídimo: a. É uma alteração congênita do epidídimo; b. Pode ocorrer em qualquer parte do epidídimo, porém é mais comum na cauda; c. É a não formação de um segmento do ducto epididimário. 2. Granuloma espermático: a. Processo inflamatório que se apresenta semelhante a um abscesso ao ser seccionado. b. Pode ocorrer como forma de agravo do quadro de espermatocele. c. Se for unilateral → castração unilateral é indicada d. se for bilateral o animal é estéril e. O animal é estéril se houver comprometimento do epidídimo. Se não houver, o animal ejacula um sêmen de baixa qualidade e tem fertilidade baixa. f. O testículo comprometido não produz mais sêmen g. o granuloma é comum em lesões traumáticas recorrentes → traumas com distensão escrotal elevada e por tempo elevado 3. Espermatocele: a. É o acúmulo de espermatozóides na porção adjacente à aplasia; b. Esse acúmulo vai dilatando o ducto e alterando seu epitélio; c. Se ocorrer perda total do epitélio e rompimento da membrana basal, os espermatozóides entram em contato com células de defesa do sangue que os reconhecem como “antígenos/corpos estranhos” e dessa forma inicia-se um processo inflamatório que culminará com a formação de um granuloma espermático. 4. Epididimite: a. É um processo inflamatório do epidídimo; b. Pode haver piospermia (pus no sêmen) c. Essa patologia, na maioria das vezes ocorre juntamente com a orquite; d. Na fase crônica ocorre fibrose inflamatória levando a um endurecimento e aumento de volume do epidídimo (principalmente na porção do corpo); e. Pode ocorrer aderência entre as capas parietal e visceral da túnica vaginal levandoa obstrução total ou parcial do epidídimo. Por conta disso pode se instaurar uma azoospermia (ausência de espermatozoides no sêmen) f. As epididimites podem ser causadas por diversos agentes etiológicos como Streptococcus beta hemolítico, P.aeruginosa, Klebsiella pneumoniae, Streptococcus spp., Staphylococcus spp., B. abortus, Mycoplasma, Ureaplasma, Chlamydia e também agentes virais. 5. Estase espermática por estenose de condutos espermáticos (ESPERMIOSTASIA): a. Azoospermia de origem excretora por conta de obstrução total ou parcial das vias espermáticas. A espermiostasia pode ser congênita ou adquirida. b. Pode ser causada por trauma, agente infeccioso ou ser hereditária c. A estase ocorre na maioria da vezes na cabeça do epidídimo e não na cauda, por isso ela (CAUDA) fica flácida. d. Cauda do epidídimo fica bem flácida e. pode ser um agravo de uma epididimite prolongada (epididimite prolongada pode levar a estenose que leva a estase espermática). f. Ocorre acúmulo de sêmen nos segmentos do epidídimo e nos túbulos seminíferos por conta de estenose das vias espermáticas. g. Há alteração na espermatogênese → encontram-se diversos espermatozóides defeituosos e células magrófagas realizando espermiofagia h. Tal patologia não afeta a libido (ela é mantida normal), porém a ejaculação é mínima e no avançar do quadro o animal a se torna estéril. i. Animais com espermiostasia congênita devem ser descartados da reprodução. PATOLOGIAS DE GLÂNDULAS SEXUAIS ACESSÓRIAS: 1. Vesiculite (bovinos): a. Se caracteriza pela inflamação aguda ou crônica uni ou bilateral da vesícula seminal. b. Causa perda econômica pois leva a diminuição da qualidade do sêmen do reprodutor acometido c. Pode ser causada por bactérias, fungos, protozoários e vírus 2. Prostatite e Hiperplasia prostática (cães): a. As prostatites e a hiperplasia prostática são as alterações de próstata mais frequentes e muitas vezes aparecem juntas. Causam aumento da próstata levando a estenose da uretra e acúmulo de urina na bexiga (distensão do órgão) e à uremia. Se a próstata aumentar muito pode comprimir o reto e levar à uma constipação intestinal. 3. Tumores de glândulas sexuais acessórias: a. Tumor prostático (cães): i. “O cão é a única espécie, além do homem, em que o câncer de próstata espontâneo ocorre com uma freqüência significativa. Histologicamente podem ser classificadas em adenocarcinoma e carcinoma indiferenciado (TESKE et al., 2002). Os fatores envolvidos no processo de carcinogênese são representados principalmente por um desequilíbrio hormonal advindo com a idade (TERAZAKI, 2009).O local específico de origem das neoplasias prostáticas no cão ainda não foi identificado, mas acredita-se que o componente hormonal andrógino não é suficiente para desencadear o processo de carcinogênese (MOURA, 2004). As neoplasias prostáticas acometem na maioria das vezes os cães mais idosos; o prognóstico é desfavorável. Não há necessidade de influência hormonal androgênica direta oriunda dos testículos, porque a castração não impede o carcinoma prostático (SLATTER, 1998). Estudos demonstram que cães não orquiectomizados apresentam adenocarcinoma prostático com comportamento biológico agressivo ocorrendo inclusive metástase em linfonodos ilíacos e sublombares, pulmão e ossos, enquanto que em cães orquiectomizados essa estatística é bem reduzida (CORNELL et al., 2000). O carcinoma prostático pode ser focal ou disseminado, por toda a glândula; a metástase é comum. É observada a metástase local na bexiga, reto, pelve, vértebras lombares, e musculatura pélvica. A metástase à distância é menos comum (SLATTER, 1998). Os sinais clínicos são: debilitação dos membros pélvicos, edema, estrangúria, tenesmo, poliúria, polidipsia e emaciação. Também podem ocorrer hematúria, sangramento uretral e incontinência urinária (SLATTER, 1998). O prognóstico ruim desta afecção pode ser atribuído, em parte, ao diagnóstico tardio (MOURA, 2004).” (MARIANO et al., 2015) FÊMEAS: 1. Prolapso uterino: a. É uma alteração distópica do útero b. Mais comum em vacas c. O prolapso uterino é um posicionamento anormal do útero. Ele é exteriorizado pelo canal vaginal. Pode estar relacionado à partos problemáticos ou a plantas fitoestrogênicas que promovem prolapso uterino. 2. Cistos ovarianos: a. São alterações regressivas dos ovários b. Ocorre em todas os animais domésticos c. Existem aproximadamente 10 tipos de cistos que acontecem nos ovários. Normalmente esses cistos não possuem relevância do ponto de vista da saúde do animal, mais comprometem o desempenho reprodutivo dos mesmos. Fontes: ● Anotações de aula realizadas pela aluna Natália Barone Spachi. - Disciplina VET360 (Anatomia Patológica Veterinária) ministrada pelo professor João Carlos Pereira - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa (MG) - 2019 ● MACORIS, D.G.; DI FILIPPO, P.A.; RIBEIRO, G.; CANOLA, J.C. Hidrocele traumática em garanhão. Braz J vet Res anim Sci - Cirurgia de grandes animais , [s. l.], v. 41 (supl), 2004. ● LIMA, E.B.; CARVALHO, J.S.; MADUREIRA, K.M.; PEIXOTO, T.C.; FARIAS, S.S.; MACÊDO, A.G.C.; MENEZES, R.V.; FERREIRA, M.M.; CARVALHO, V.S. Varicocele bilateral em ovino: relato de caso. Scientia Plena, Salvador - BA, Brasil, v. 11, ed. 04, 20 out. 2014. ● PAPA, Frederico Ozanam; ALVARENGA, Marco Antonio; JR., José Antonio Dell‘aqua; MONTEIRO, Gabriel Augusto; SANCLER-SILVA, Yamê F. R.; NETO, Carlo Ramires. Manual de Andrologia e Manipulação de Sêmen Equino. Botu pharma biotecnologia animal, [s. l.], p. 1-60, 2014. ● RABELO, Rogério Elias; VULCANI, Valcinir Aloísio Scalla; CARDOSO, Lorena Damasio; DUTRA, Helena Tavares; HELRIGEL, Panmera Almeida; VINCENTIN, Felipe Roncatto. ASPECTOS ANATÔMICOS E SUA RELAÇÃO COM AS ENFERMIDADES DO PREPÚCIO E PÊNIS NO TOURO. REVISTA CIENTÍFICA ELETRÔNICA DE MEDICINA VETERINÁRIA – ISSN: 1679-7353 , [s. l.], n. 18, Janeiro 2012. ● DA COSTA, Eduardo Paulino; QUEIROZ, Vanessa Lopes Dias; JUNIOR, Abelardo Silva; GUIMARÃES, José Domingos; ALVES, Saullo Vinicius Pereira; SANTOS, Marcus Rebouças; DE SOUZA, Luiz Fernando Lino. BoHV-1 (o vírus da IBR) e sua relação com estruturas e órgãos genitais da fêmea bovina: Departamento de Medicina Veterinária (DVT), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Viçosa, MG, Brasil.. Revista Brasileira de Reprodução Animal, Belo Horizonte - MG, v. 41, ed. 1, 2017. Disponível em: www.cbra.org.br. Acesso em: 10 jul. 2020. ● CALCIOLARI, Karina; BARROCO, Vanessa; GRAVENA, Kamila; CANOLLA, Paulo A. PRINCIPAIS DOENÇAS PREPUCIAIS E PENIANAS EM BOVINOS. REVISTA INVESTIGAÇÃO Medicina Veterinária, UNESP - Jaboticabal, São Paulo, Brasil, 2016. ● MARIANO, Renata Sitta Gomes; USCATEGUI, Ricardo Andres Ramirez; MEDEIROS, Regina Mendes; BARROS, Felipe Farias da Câmara; VICENTE, Wilter Ricardo Russiano; TEIXEIRA, Pedro Paulo Maia. PRINCIPAIS AFECÇÕES DA PRÓSTATA EM CÃES. Revista Investigação : Medicina Veterinária, São Paulo, Brasil, p. 99-103, 2015. VET492 - pesquisa antes da aula Métodos de coletas de sêmen Natália Barone Spachi - graduanda em Medicina Veterinária na UFV Julho 2020 ● Temas abordados: 1. Vagina artificial; 2. Eletroejaculador; 3. Massagem dos ductos deferentes; 4. Massagem mãos enluvadas (método da estimulação com a mão enluvada descrito por Hancock & Hovell, 1959); 5. Farmacológica. 1. Vagina Artificial: ● É o método de coleta de sêmen mais usado nas centrais de inseminação artificial (TEIXEIRA,2009); ● O método consiste na cópula do animal realizada em um aparelho adaptado à coleta usando-se um manequim ou uma fêmea no cio como estímulo da ereção. Esse aparelho, a vagina artificial, mimetiza as condições da vagina natural permitindo ejaculação espontânea do animal (método chamado de parafisiológico); ● Vagina artificial (descrição do aparelho): “O modelo utilizado atualmente consiste basicamente em um cilindro rígido, de borracha ou Policloreto de Vinila (PVC), aberto nas duas extremidades. Em seu interior se acomoda um tubo flexível de borracha, que é fixado às bordas do tubo rígido por meio de tiras elásticas,formando um compartimento entre ambos. Neste compartimento são introduzidos água morna e ar, visando à obtenção de uma temperatura final de coleta entre 39,0 e 41,0°C. O volume e a pressão no interior do compartimento são controlados com o auxilio de uma válvula no cilindro rígido. Em uma das extremidades da vagina artificial convencional é acoplado um funil com um tubo graduado, onde será coletado o sêmen. A segunda extremidade forma a porção vulvar da vagina artificial convencional, na qual o pênis será introduzido” (NEVES, 2015) ● Por ser um método parafisiológico, a coleta por vagina artificial permite que seja mantida a libido normal do animal reprodutor, a integridade do órgão reprodutor externo e as características morfológicas do sêmen “ao natural”. ● A vagina artificial não fica ligada a fêmea, mas sim é segurada por um operador e a coleta necessita da participação ativa do reprodutor, semelhante ao seu papel realizado na monta natural. Durante a coleta o operador deve desviar o pênis do animal para dentro da vagina artificial no momento em que ele monta no manequim (ou na fêmea) e esperar até que o animal ejacule no aparelho. ● Embora seja um método que mimetize a monta natural, os reprodutores precisam de treinamento para que possa se fazer a coleta e para isso é aconselhável aplicar esse método em animais que sejam mais dóceis e acostumados com manipulação e presença humana. 2. Eletroejaculador: ● Em animais com idade avançada que apresentem dores articulares ou dificuldade na monta por qualquer outro motivo ou animais que mesmo não idosos, não se adaptem à coleta por vagina artificial, pode ser usado o método de coleta por eletroejaculação; ● A coleta do sêmen é realizada por estímulo elétrico da ejaculação, através de eletrodos inseridos no reto do animal. “Apesar de já estar consagrada, a palavra (ELETROEJACULAÇÃO) pode estar sendo usada de maneira errônea, já que o sêmen raramente ou nunca é ejaculado no sentido estrito; ele escoa através do meato urinário externo sem a ajuda de contrações dos músculos estriados envolvidos no mecanismo de ejaculação verdadeiro.” (NEVES, 2015) ● “O sêmen da eletroejaculação, quando comparado ao sêmen coletado com vagina artificial, apresenta algumas variações quanto as suas qualidades físicas e químicas. Na eletroejaculação, o volume do sêmen obtido e seu pH são maiores e sua densidade menor. Apesar do maior volume coletado, o número total de espermatozoides por ejaculado, não difere entre os dois métodos de coleta (Dziuk, 1954; Austin et al., 1961; Leon et al.,1991). A motilidade do sêmen coletado por eletroejaculação é similar à do sêmen coletado com vagina artificial. Contudo, o sêmen coletado por vagina artificial apresenta maior concentração antes do resfriamento e melhor motilidade progressiva depois do congelamento (Leon et al., 1991). “ (NEVES, 2015) ● Este método não permite a avaliação da libido do reprodutor. 3. Massagem dos ductos deferentes: ● Este método de coleta é o mais simples, mas só deve ser utilizado quando se necessita de uma análise rápida do sêmen do reprodutor e que não precise de muita precisão, pois há muito risco de contaminação do sêmen na coleta, alterando suas características fisiológicas.. Além disso, muitos animais não responde ao estímulo da massagem das ampolas dos ductos deferentes e o operador deve ter prática para ter sucesso na coleta; ● Esse método tem baixa qualidade (sêmen coletado por esse método apresenta menor porcentagem de espermatozóides vivos, comparando com o método de coleta por eletroejaculação), pouco volume de sêmen é coletado e tem alto grau de contaminação; ● “Com a mão dentro do reto do touro as vesículas seminais são massageadas, com movimentos craniocaudais, e um líquido turvo flui pelo prepúcio. Na maioria dos casos, este líquido contém somente células epiteliais. De modo semelhante, as ampolas dos ductos deferentes são massageadas e um líquido turvo escoa pelo prepúcio, contendo apenas espermatozoides, na maioria dos casos. Em algumas situações, as ampolas são massageadas antes, mas melhores resultados são obtidos quando primeiro se massageia as vesículas seminais. Isto porque se evita que a vesícula libere células epiteliais diminuindo a qualidade da amostra coletada (Miller, 1934).” (NEVES, 2015) (TEIXEIRA,2009) 4. Massagem mãos enluvadas (método da estimulação com a mão enluvada descrito por Hancock & Hovell, 1959): ● Método de coleta realizado por estimulação manual do pênis. Muito usado para coleta de sêmen canino e suíno; ● “A técnica consistiu em massagem da região perineal (Figura 1A), com movimentos de cima para baixo, até que o animal apresentasse ereção com exposição da extremidade livre do pênis no óstio prepucial. Após a ereção, foi exercida pressão com os dedos na glande (Figura 1B) até que o animal respondesse com movimentos de fricção. No momento da propulsão, o corpo do pênis foi segurado e pressionado com a mão enluvada, para mimetizar a vagina da vaca, e o copo coletor foi posicionado na extremidade livre do pênis para coleta do ejaculado (Figura 1C). O copo coletor foi constituído por um funil de vidro acoplado a um tubo de ensaio esterilizado e aquecido a 36°C.” (WEISS et al., 2019) (WEISS et al., 2019) ● É um método promissor para coleta em touros, mas ainda precisa ser mais estudado. 5. Farmacológica: ● Método possível para garanhões. Tal método induz a ejaculação através d uso de substâncias medicamentosas; ● “Os compostos principais que foram estudados até os dias atuais incluem α-adrenérgicos e agentes estimuladores da musculatura lisa. Dentre eles estão a xilazina, imipramina, (MCDONEEL, 2001) prostaglandina F2α (MCDONNELL & LOVE, 1991) e detomidina (ROWLEY et al., 1999).” (AIDAR, 2013) xilazina imipramina ou detomidina PGF2α → A ejaculação é afetada pelo nível de excitação do garanhão. Quanto mais excitado, maior o volume coletado e menor secreção de ampolas e glândulas anexas no sêmen. → O sêmen obtido apresenta concentração, volume, pH e número total de espermatozóides semelhantes aos obtidos do ejaculado na monta natural. → Aumenta a contração das ampolas e inibe contração de outras glândulas acessórias. → São obtidos ejaculados de menor volume, maior concentração e pH mais baixo do que o ejaculado obtido na cópula. → Aumenta seletivamente a contração das glândulas acessórias levando a um ejaculado de maior volume, menor concentração, maior pH e número de espermatozóides semelhante ao obtido com a monta natural. → O ejaculado apresenta grandes quantidades de gel. ● Bibliografia: ○ WEISS, Romildo Romualdo; ABREU, Ana Claudia Machinski Rangel; BUSATO, Eduarda Maciel; GALAN, Tácia Gomes Bergstein; BERTOL, Melina Andrea Formighieri; BORTOLETO, Caroline; DE LARA, Natália Santana Siqueira. EJACULAÇÃO INDUZIDA EM TOURO (BOS TAURUS INDICUS) POR ESTIMULAÇÃO MANUAL DO PÊNIS. Archives of Veterinary Science , [s. l.], v. 24, ed. 2, p. 55-60, 3 jun. 2019. DOI 1517-784X. Disponível em: www.ser.ufpr.br/veterinary. Acesso em: 5 jul. 2020. → (WEISS et al., 2019) ○ TEIXEIRA, Laila Vicente. ESTUDO DA COLETA E PROCESSAMENTO DE SÊMEN BOVINO. 2009. 40 p. Monografia / TCC (Graduação - Medicina Veterinária) - FMU, São Paulo, 2009. → (TEIXEIRA, 2009) ○ NEVES, Beatriz Parzewski. O uso da vagina artificial interna para a coleta de sêmen de touros bubalinos (Bubalus bubalis) com diferentes experiências sexuais. Orientador: Prof. Marc Henry. 2015. 52 p. Monografia (Mestrado - Ciência animal) - Escola de Veterinária - UFMG, Belo Horizonte - MG, 2015. → (NEVES, 2015) ○ AIDAR, Nayara Braga. Criopreservação de Sêmen Equino. Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Arruda de Oliveira. 2013. 52 p. Monografia / TCC (Graduação - Medicina Veterinária) - UnB / FAV, Brasília / DF, 2013. → (AIDAR, 2013) ○ Aspetos Físicos e Morfológicos do Sêmen (pesquisa antes da aula) Natália Barone Spachi - Graduanda Med.Vet UFV 07/2020 Conteúdos abordados no arquivo: 1. Introdução de conceitos 2. Aspectos físicos (Volume do ejaculado, turbilhonamento em massa, motilidade espermáticaprogressiva retilínea, vigor espermático); 3. Concentração espermática; 4. Aspectos morfológicos (defeitos espermáticos maiores, menores e totais); 5. Principais causas das patologias espermáticas mais frequentes; 6. Ph do sêmen. 1. Introdução de conceitos: a. Sêmen = espermatozóides + secreções dos órgãos sexuais acessórios do trato genital masculino b. Espermatozóides: i. São formados dentro dos túbulos seminíferos presentes nos testículos; ii. São células haplóides, alongadas, com cabeça e cauda. A cabeça contém o núcleo celular com a cromatina altamente condensada e a cauda têm função de motilidade celular; iii. O espermatozóide é inteiramente recoberto por uma membrana plasmática ou plasmalema; iv. Existe uma estrutura de parede dupla localizada entre o plasmalema e a porção anterior da cabeça do espermatozóide. Essa estrutura recebe o nome de Acrossomo. O Acrossomo contém acrosina, hialuronidase e outras enzimas hidrolíticas que permitem a penetração do espermatozóide no oócito (fertilização); v. O colo do espermatozóide é a porção da célula que conecta a cabeça à cauda; vi. A cauda do espermatozóide é subdividida em 3 porções: 1. Peça intermediária → compreende a região entre o colo e o annulus 2. Peça principal → compreende a região entre o annulus e a peça terminal 3. Peça terminal vii. A região compreendida pela parte central da peça intermediária da cauda do espermatozóide até o final da cauda é denominada de axonema. 2. Aspectos físicos (Volume do ejaculado, turbilhonamento em massa, motilidade espermática progressiva retilínea, vigor espermático): a. Volume do ejaculado (mL): i. O volume de sêmen coletado varia de acordo com: 1. o método de coleta de sêmen utilizado 2. cada animal (variação entre indivíduos - cada animal responde de uma maneira diferente ao estímulo para coleta) 3. raça do animal 4. idade do animal 5. número de coletas realizadas (HAFEZ et al., 2004) b. Turbilhonamento ou motilidade em massa: i. Representa o produto entre concentração espermática e motilidade espermática ii. É classificado em: 1. pequeno → 1 2. médio → 2 3. grande → 3 4. ausente → 0 c. Motilidade: i. É a porcentagem de espermatozóides móveis no ejaculado; ii. A motilidade tem correlação direta com a fertilidade iii. A motilidade do sêmen coletado deve ser verificada imediatamente após a coleta. Além disso deve-se atentar para que o sêmen após coleta não sofra nenhum choque térmico (deve ser mantido na temperatura em que sai do organismo - aprox. 37,5ºC) ou luminoso. iv. Motilidade ideal → maior ou igual a 70% v. Cálculo da motilidade: 1. Pingar uma gota de sêmen entre lâmina e lamínula (ambas pré aquecidas a 37ºC) 2. Levar ao microscópio de luz com aumento de 200X d. Vigor espermático ou motilidade progressiva individual: i. Este dado representa a intensidade de deslocamento das células reprodutivas no campo do microscópio ii. O vigor é dado em uma escala de 1 a 5 e o número atribuído representa “ a totalidade dos espermatozóides em movimento progressivo retilíneo”(EMBRAPA, [200-?]) iii. Vigor ideal → maior ou igual a 3 (OLIVEIRA; MORELLI; COUTINHO, 2019) 3. Concentração espermática: a. É a quantidade de espermatozóides presentes no volume de ejaculado coletado. b. A concentração do ejaculado pode variar com: i. método de coleta utilizado ii. nutrição do animal coletado iii. estação do ano iv. raça do animal v. estado psíquico do animal vi. possíveis patologias do animal vii. número de coletas realizadas c. Cálculo da concentração espermática: i. “Retira-se do volume ejaculado uma alíquota de 20µl utilizando-se uma pipeta de Sahli ou micropipeta e coloca-se em um tubo de ensaio contendo 1ml de água destilada aquecida ou 1 gota de sêmen em 19 gotas de água destilada. Após boa homogeneização, monta-se uma Câmara de Neubauer (ver esquemas), preenchendo seus 2 retículos, conta-se todos os espermatozóides presentes em 5 quadrados de cada retículo (vide exemplo), sendo que a variação entre cada uma dos lados da câmara (retículos) não pode ser mais que 10% (se for maior repete-se a operação). Após a operação calcula-se a média aritmética, o valor encontrado é representado pela letra (n)” (PAPA et al., 2014) ii. Após a contagem das células (n) faz-se a aplicação da fórmula de concentração espermática e o resultado encontrado é referente a concentração de espermatozóides por milímetro cúbico. Para conversão do dado para espermatozóides por mL deve-se multiplicar o resultado por 10^3 (PAPA et al., 2014) 4. Aspectos morfológicos (defeitos espermáticos maiores, menores e totais): a. Defeitos maiores: i. São denominados de defeitos maiores, aqueles defeitos morfológicos que influenciam diretamente na fertilidade ii. Defeitos maiores: 1. ACROSSOMO 2. PATOLOGIA DA CABEÇA: a. Subdesenvolvida b. Isolada patológica c. Estreita na base d. Piriforme e. Pequena anormal f. Contorno anormal g. “Pouch formation” (diadema defect) 3. GOTA PROXIMAL 4. FORMAS TERATOLÓGICAS 5. DEFEITO DE PEÇA INTERMEDIÁRIA: a. Desfibrilação b. Fratura c. Edema d. Pseudogota 6. PATOLOGIA DA CAUDA a. Fortemente dobrada ou enrolada b. Dobrada em gota c. Enrolada na cabeça 7. FORMAS DUPLAS b. Defeitos menores: i. São denominados de defeitos menores, aqueles defeitos na morfologia espermática que não interferem de forma direta na fertilidade do animal. ii. Defeitos menores: 1. PATOLOGIA DA CABEÇA: a. Delgada b. Gigante, curta, larga, pequena normal c. Isolada normal 2. PATOLOGIA DA CAUDA E IMPLANTAÇÃO: a. Retro e abaxial, oblíquo b. Dobrada ou enrolada 3. GOTA CITOPLASMÁTICA DISTAL c. Total de defeitos: i. O total de anormalidades de células espermáticas num ejaculado é formado pelos resultados de defeitos maiores e menores contados separadamente (EMBRAPA, [200-?]) (OLIVEIRA et al., 2019) 5. Principais causas das patologias espermáticas mais frequentes: CABEÇA Acrossomo com forma irregular, enrugado ou destacado: → pode ocorrer por choque térmico, manipulação indevida ou senilidade do animal coletado Knobbed sperm (presença de grânulo no acrossomo): → Pode ser de origem hereditária ou por degeneração testicular. → Este defeito está diretamente ligado com infertilidade quando encontrado em grande quantidade no sêmen. Pouch formation (diadema defect): → Este defeito é caracterizado pela presença de vacúolos na região equatorial da cabeça do espermatozóide por conta de uma rarefação da cromatina. → Tem relação direta com hipoplasia ou degeneração testicular. Alterações na forma da cabeça (estreita na base, piriforme, lanciforme, anã): → Podem ser alterações causadas por conta de degeneração ou hipoplasia testicular → Em cavalos com degeneração testicular é mais comum o aparecimento de espermatozóides com cabeças subdesenvolvidas. COLO Defeitos de inserção (abaxial, paraxial e retroaxial: → Ocorrem devido a presença de “goteira”, que aparece devido a uma falha na formação da célula Gotas citoplasmáticas proximais ou distais: → A presença de gotas em grande quantidade pode ocorrer por 4 possíveis motivos: 1. animal imaturo que iniciou a reprodução há pouco tempo ou um germinativa → Inserção abaxial: considerada normal em cavalos. Pode não influenciar na fertilidade pois o espermatozóide acometido tem a capacidade de se adaptar a sua morfologia e conseguir se movimentar efetivamente para que ocorra a fertilização. → Inserções paraxial e retroaxial: Apresentam maior relação com infertilidade, já que impossibilitam o deslocamento necessário para que o espermatozóide consiga realizar a fecundação. animal que está em descanso sexual. Nesse caso, a realização de coletas periódicas resolveria a patologia; 2. disfunção epididimária por deficiência da termorregulação testicular. Isso leva a um desequilíbrio iônico de sódio e potássio que causa alteração na maturação da célula gamética. 3. Degeneração testicular resultando em disfunção do epidídimo. 4. Hipoplasia testicular (patologia hereditária). Nesse caso a gota sempre estará presente no ejaculado do animal acometido. PEÇA INTERMEDIÁRIACorkscrew defect (defeito em saca rolha): → Ocorre devido a degeneração do plasmalema que afeta a região das mitocôndrias causando o enrugamento da porção afetada. Esse defeito pode dificultar a saída fisiológica da gota no processo de maturação do espermatozóide e afetar a conformação das microfibrilas. Nesse segundo caso, mais grave, as microfibrilas podem se soltar, isso pode ser visto em animais idosos. Cabeça destacada (isolada): → Pode ser um problema genético ou decorrente de um problema de inserção Formas duplas da PI e/ou cauda: → Patologia de origem hereditária. CAUDA Enrolada, fortemente enrolada, dobrada e fortemente dobrada: → causado por diminuição hereditária do número de microfibrilas da cauda (Dag defect). Animais com esse defeito espermático , por esse motivo, possuem sêmen com elevado nível de Zn. → Choque osmótico, choque térmico ou disfunções epididimárias também podem levar a defeitos na cauda dos espermatozóides OUTRAS ANORMALIDADES Aglutinação da cabeça: → Pode ser causada por uma disfunção epididimária que provoque ausência ou falha na ação de antiaglutininas que deveriam estar presentes em porções do epidídimo para separar as células espermáticas. Espermatozóides subdesenvolvidos : → Pode ocorrer por conta de o animal coletado ainda ser imaturo sexualmente ou por conta de o animal coletado ser maduro mas possuir algum defeito no processo de espermatogênese. Nesses dois casos o ejaculado pode conter células primordiais, espermatócitos, espermatogônias e espermátides. Medusa: → Presença de restos ciliares do epidídimo no sêmen. Pode ocorrer por disfunção epididimária e em casos de animais em recuperação de degeneração testicular. Pseudogota: → Patologia semelhante à gota citoplasmática tradicional, porém, nesta, a gota está localizada na porção média da PI e tem maior tamanho pois envolve 1 ou 2 camadas de mitocôndrias. 6. pH seminal: (HAFEZ et al., 2004) Bibliografia: ● HAFEZ, E.S.E. et al, (ed.). Fisiologia da Reprodução. In: REPRODUÇÃO Animal: sétima edição. 7. ed. São Paulo - BR: Manole Ltda., 2004. cap. 7, p. 97-110. ● AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE REPRODUTIVA DO TOURO. [S. l.]: EMBRAPA Gado de Corte, [200-?]. Disponível em: http://old.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/doc/doc51/03avaliacaocapacidade.html. Acesso em: 11 jul. 2020. ● OLIVEIRA, Valquíria da Silva; MORELLI, Karine Galhego; COUTINHO, Giancarlo Thadeu Ramos Montalvão. Princípios básicos da manipulação, análise e envio do sêmen equino. Pubvet medicina veterinária e zootecnia, [S. l.], ano 430, v. 13, n. 10, p. 1-9, out. 2019. ● PAPA, Frederico Ozanam; ALVARENGA, Marco Antonio; JR., José Antonio Dell‘aqua; MONTEIRO, Gabriel Augusto; SANCLER-SILVA, Yamê F. R.; NETO, Carlo Ramires. Manual de Andrologia e Manipulação de Sêmen Equino. Botu pharma biotecnologia animal, [s. l.], p. 1-60, 2014. Pesquisa antes da aula TESTES COMPLEMENTARES NA AVALIAÇÃO DO SÊMEN Natália Barone Spachi - graduanda med.vet UFV Julho 2020 Temas abordados: 1. HOST - Teste hiposmótico: a. “O teste hiposmótico avalia a integridade funcional da membrana plasmática, e consiste no aumento de volume celular dos espermatozóides expostos a uma solução hiposmótica, associada a uma expansão da membrana plasmática e consequente alteração das estruturas utilizadas para a movimentação dos espermatozóides, forçando o flagelo a curvar-se nos espermatozóides com a membrana intacta, ou permanecerem http://old.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/doc/doc51/03avaliacaocapacidade.html aparentemente normais em microscopia óptica nos espermatozóides com danos na membrana plasmática”. (MARTINS, 2019) b. O teste hiposmótico avalia a atividade bioquímica da membrana do espermatozóide, que tem que estar sem defeitos para que ocorra a capacitação do espermatozóide, reação do acrossoma e fertilização. A membrana está com a atividade bioquímica intacta quando ocorre influxo de água para o interior das células gaméticas causando enrolamento da cauda. c. As células espermáticas que apresentam membrana não integra, não têm capacidade de realização de troca osmótica com o meio, portanto não têm influxo de água para seu interior e permanecem esticadas (sem enrolamento da cauda); d. O resultado é expresso em porcentagem de células com integridade de membrana plasmática, descontando-se espermatozoides com patologia da cauda enrolada presentes antes da submissão do sêmen coletado ao choque osmótico (PAPA et al., 2014) 2. Supra vital utilizando eosina - teste vivos e mortos: a. Teste expresso em porcentagem e utilizado para avaliar IMP (Integridade da Membrana Plasmática) dos espermatozóides, assim como o teste anterior (hiposmótico); b. Coloca-se um gota de sêmen e uma de corante na extremidade de uma lâmina e realiza-se um esfregaço. Leva-se a lâmina ao microscópio de luz no aumento de 400X e conta-se 200 células: i. Espermatozóides com coloração vermelha → espermatozóides com membranas não íntegras (lesadas) c. Os espermatozóides com membrana plasmática lesada permitem a entrada do corante, já os espermatozóides íntegros não se coram. (PAPA et al., 2014) 3. Sondas fluorescentes: a. Este teste também analisa a integridade de membrana b. Consiste no uso de sondas com ou sem capacidade penetrante em uma membrana íntegra. c. “As membranas espermáticas são estruturas especializadas e exercem funções fundamentais na fecundação. Os lipídeos das membranas celulares desempenham funções biológicas, como moléculas alimentares, depósitos de energia altamente concentrados, e promovem a sua integridade estrutural (Arruda et al., 2011). A integridade da membrana espermática é essencial na viabilidade seminal, pois garante a sua homeostase celular e, consequentemente, mantém as suas características de motilidade, sendo esses requisitos essenciais para manter a capacidade de fecundação da célula espermática. O diacetato de 6-carboxifluoresceína (DIC) é um corante penetrável à membrana plasmática do espermatozoide. Enzimas presentes no citoplasma espermático convertem a molécula de DIC em fluoresceína,que emite uma fluorescência verde. Haverá a conversão do DIC em fluoresceína somente se a membrana plasmática da célula espermática estiver íntegra, pois a membrana plasmática lesada não possibilita a permeabilidade a esse corante. O iodeto de propídio (IP) tem afinidade com receptores localizados no DNA. O IP é um corante impenetrável à membrana plasmática, porém, quando esta apresenta alguma falha de continuidade, a molécula de IP consegue penetrar na célula e se ligar ao DNA. Quando isso ocorre, é emitida uma fluorescência vermelha (Harrison e Vickers, 1990; Arruda et al., 2011). Ao se associar o DIC com o IP, é possível identificar três populações de espermatozoides. Os corados em verde não possuem a membrana plasmática lesada, por isso são considerados íntegros; os corados em vermelho são identificados como lesados, pois foi possível a penetração da sonda no DNA; e os lesados com acrossoma intacto são corados em verde com o núcleo vermelho (Harrison e Vickers, 1990; Arruda et al., 2011). Harrison e Vickers (1990) adaptaram a metodologia de Garner et al. (1986) para avaliação da integridade da membrana plasmática com o uso do DIC e do IP. Os primeiros autores adicionaram pequenas quantidades de formaldeído à solução com as sondas e as amostras de sêmen com o intuito de imobilizar os espermatozoides. Como resultado, essa metodologia tornou-se mais sensível na avaliação da integridade da membrana plasmática. O SYBR-14 tem afinidade pelo DNA, bem como a capacidade penetrante à membrana plasmática íntegra. O YO-PRO-1 também possui afinidade pelo DNA, mas a membrana plasmática do espermatozoide é impermeável ao corante. Essas duas sondas fluorescem em verde; por esse motivo, nunca são usadas juntas. Quando a membrana plasmática está íntegra, ela fluoresce em amostras coradas com o SYBR-14 e não fluorescem em experimentos que utilizem o YO-PRO-1 (Alvarez et al., 2012; Martinez-Rodriguez et al., 2012). O Hoechst 33342 é usado como marcador de células e cora espermatozoidescom a membrana intacta. Pode ser usado como marcador celular ou ainda na coloração para exames de morfometria espermática (Yaniz et al., 2012).” (BERGSTEIN et al., 2014) 4. Proteômica (avaliação das proteínas do plasma seminal e membranas plasmáticas): a. Constituintes do plasma seminal: i. “Sua função é atuar como veículo para os espermatozoides ejaculados, diluindo e fornecendo substratos metabolizáveis para as células (Miller et al., 1990). Ele é essencial para as funções espermáticas in vivo, da ejaculação até a fertilização (Kraus et al., 2005). O plasma seminal é um fluído muito complexo (Rossato et al., 2002), constituído de água, íons inorgânicos, ácido cítrico, açúcares, sais orgânicos, prostaglandinas e um número variado de proteínas. Ele é produzido pela rete testis, epidídimo e glândulas acessórias (Almeida, 2006) e fornece substratos que servem como fonte de energia para o metabolismo espermático (Mann e Lutwak-Mann, 1981). O plasma possui também substâncias enzimáticas e não-enzimáticas que servem como mecanismo de defesa antioxidante. Ele contém outros componentes antioxidantes, dentre eles a vitamina E, vitamina C, urato e a albumina (Almeida, 2006). Os açúcares do plasma seminal, tais como a glicose e a frutose, atuam como principais fontes de ATP, mantendo a motilidade espermática (Mukai e Okuno, 2004Ve). Moléculas como o bicarbonato, são responsáveis por várias funções na célula espermática. A nível bioquímico, o bicarbonato aumenta o pH intracelular, estimula a atividade respiratória e facilita a abertura dos canais de cálcio, fundamentais para a capacitação espermática (Jaiswal e Conti, 2001). As proteínas plasmáticas, são os constituintes orgânicos encontrados em maior quantidade e são importantes fisiologicamente para o sêmen, estando na forma de complexos associados, com composição, conformação e tamanho específico para cada espécie animal (Jelínková et al., 2003). As principais características da superfície do espermatozoide são adquiridas durante sua maturação epididimária, mas também durante a ejaculação, pela adsorção de componentes específicos do plasma seminal (Amann et al., 1993). Estes elementos são principalmente glicoproteínas (Magargee et al., 1988). Vários estudos proteômicos têm sido conduzidos para determinar o conteúdo do plasma seminal, já que essas informações podem servir como ferramentas no diagnóstico de defeitos na espermatogênese (Alkimin, 2010).” (TONIOLLI et al., 2017) b. “O sucesso da reprodução depende de uma cascata de eventos, primeiro da espermatogênese, da espermiogênese e da maturação espermática. Depois, durante a ejaculação, diferentes secreções provenientes das glândulas acessórias dos machos promoverão mudanças importantes na composição da membrana espermática e nas proteínas de superfície. Na seqüência, os espermatozóides deverão ser capacitados, durante sua passagem pelo trato genital feminino, e sofrerem a reação do acrossoma até que um deles seja capaz de penetrar a zona pelúcida e finalmente se fundir com o oócito. Cada um destes passos é mediado por um número de proteínas e, conseqüentemente, por genes (Leeb et al., 2005).” (ARRUDA et al., 2007) 5. Genômica (avaliação da estrutura da cromatina espermática): a. O teste SCSA (Sperm Chromatin Structure Assay) identifica alterações na estabilidade de cromatina da célula espermática. b. Realiza-se uma desnaturação ácida ou térmica e uma posterior coloração dos com alaranjado de acridina (AA). Analisa-se então a fluorescência dos mesmos após o processo: i. Espermatozóides com cromatina normal → coram-se em verde ii. Espermatozóides com cromatina alterada → coram-se de cor vermelha/alaranjada 6. Ultra-estrutural: a. A avaliação da ultraestrutura da célula espermática permite a visualização de estruturas muito pequenas que não são visíveis na microscopia óptica. b. É uma avaliação importante para poder detectar possíveis irregularidades estruturais nanométricas presentes na célula espermática que possam influenciar na fertilidade do reprodutor. c. Para a observação de alterações estruturais nessa escala é utilizada a TEM (Microscopia Eletrônica de Transmissão) ou SEM (Microscopia Eletrônica de Varredura). Essas ferramentas são “utilizadas para determinar tamanho e a forma das estruturas inorgânicas e biológicas baseada na interação dos elétrons incidentes sobre a matéria.” (CALDEIRA, 2011). i. TEM/SEM → alto custo operacional, por isso não são muito utilizadas. d. “(...) a utilização de avaliações laboratoriais que permitam analisar as funções espermáticas associada à avaliação ultraestrutural do espermatozóide permite uma análise da célula espermática após o contato com diferentes substâncias ou após alterações de temperaturas” (CALDEIRA, 2011) e. SEM → Permite visualização em terceira dimensão do espermatozóide inteiro; f. TEM → Permite a visão sagital do espermatozóide, revelando detalhes estruturais. 7. Congelabilidade espermática a. A criopreservação de sêmen pode gerar alterações na morfologia e bioquímica do espermatozóide. Sêmen de bovinos, ovinos, caprinos e equinos têm tido sucesso em relação a taxa de prenhez, mesmo após a criopreservação. O mesmo não ocorre com o sêmen suíno, que aparenta ser mais sensível ao choque térmico da criopreservação. 8. Adesão a Zona Pelúcida a. “Na presença do cálcio extracelular, o gameta masculino capacitado tem a habilidade de se ligar à zona pelúcida do oócito, dando início a reação acrossômica, atuando como agente desestabilizador da membrana, ativando as fosfolipases e facilitando a vesiculação, alterando ainda mais a permeabilidade da membrana (Gonçalves et al., 2002; Salvador, 2005). A ligação do espermatozóide ao oócito é mediada por receptores espermáticos espécie – específicos presentes na zona pelúcida. As glicoproteínas constituintes da zona pelúcida (identificadas inicialmente em camundongos) são denominadas de ZP1, ZP2 e ZP3, que apresentam importantes funções na fecundação. A ZP1 tem basicamente um papel estrutural, enquanto tem sido atribuída a função de receptor secundário à ZP2, e de receptor primário à ZP3, sendo que este último tem sido responsabilizada pela reação do acrossoma. O espermatozóide penetra na zona pelúcida por ações enzimáticas e mecânicas. A reação acrossômica permite a liberação de enzimas que digerem a matriz da zona, para a penetração do gameta na zona pelúcida, auxiliada pela hipermotilidade espermática (Gonçalves et al., 2002; Senger, 2003). Essa hipermotilidade é adquirida na ampola da tuba uterina, onde a motilidade do espermatozóide passa de retilínea progressiva, para um movimento circular, que facilita ao espermatozóide entrar em contato com o oócito. Essa hipermotilidade acredita-se ser adquirida através de moléculas específicas presentes no epitélio das ampolas da tuba uterina (Senger, 2003). (EMERICK, 2007) 9. Testes bioquímicos a. “Dentre os constituintes do plasma seminal estão os íons, açúcares, proteínas, lipídeos, aminoácidos, açúcares, ácido cítrico, minerais, fosfatases, prostaglandinas, frutose, potássio e citrato (FOLHADELLA, 2008). As concentrações dos constituintes do plasma seminal dependem da espécie, do intervalo entre as ejaculações, método de coleta do sêmen, da genética e da idade do animal (SHIVAJI et al., 1990). O conteúdo protéico do plasma seminal de mamíferos varia de 3 a 7%, dependendo da espécie, sendo a concentração de proteínas de grande importância, pois é responsável pelos efeitos deste fluído na fertilidade espermática, tendo um papel essencial no metabolismo do espermatozóide, com interferência na fertilidade dos animais (SOUZA et al., 2008; KILLIAN, 1999; GATTI et al., 2004). Os efeitos das proteínas na fertilidade foram verificados por Killian et al. (1993) e Assumpção (2004) que, utilizando a técnica de eletroforese bidimensional em géis, correlacionaram a fertilidade de touros com as concentrações de proteínas do plasma seminal, sendo algumas mais proeminentes nos animais de alta fertilidade e outras abundantes apenas nos de baixa fertilidade,o mesmo observado por Asadpour et al. (2007) no sêmen de búfalos. Além de proteínas, o plasma seminal é rico em açúcares como frutose, glicose, manose, galactose, arabinose, ribose, fucose, sorbitol, inositol, sendo a frutose o principal açúcar presente no plasma seminal de touros (EWING; CHANG, 1986). Os açúcares têm sido relacionados com a fertilidade, pois servem de substrato para produção de energia ao espermatozóide, além ter efeito benéfico no processo de capacitação, na fertilidade do oócito, no metabolismo e na motilidade do espermatozóide (WILLIAMS; FORD, 2001). Assumpção et al. (2004) observaram que as concentrações de proteínas e açúcares redutores são muito importantes para a fertilidade dos touros mas, individualmente, não tiveram correlação significativa com a fertilidade.” (ASSUMPÇÃO et al., 2013) 10. Correlação gênica com aspectos físicos e morfológicos do sêmen e fertilidade (principais genes relacionados com morfologia espermática e fertilidade do macho) a. Gene ESR (receptor do estrogênio): i. Em suínos esse gene foi associado ao número de leitões nascidos vivos e ao total de leitões nascidos na primeira e última parições b. Gene BMPR- IB: i. Em ovinos da raça Booroola Merino, foi associado à fecundidade. c. Gene BMPR15: i. Em ovinos das raças Invedale e Hanna, foi associado à ovulação. Bibliografia: ● MARTINS, Leonardo Franco. TESTES COMPLEMENTARES EM SÊMEN E AVALIAÇÃO DA SÍNTESE DIFERENCIAL DE PROTEÍNAS E PEPTÍDEOS ANIÔNICOS EM PLASMA SEMINAL DE TOUROS DA RAÇA NELORE CLASSIFICADOS EM APTOS E INAPTOS À REPRODUÇÃO. Orientador: Prof. José Domingos Guimarães. 2009. 96 p. Tese de pós graduação (Doctor Scientiae) - UFV, [S. l.], 2019. ● PAPA, Frederico Ozanam; ALVARENGA, Marco Antonio; JR., José Antonio Dell‘aqua; MONTEIRO, Gabriel Augusto; SANCLER-SILVA, Yamê F. R.; NETO, Carlo Ramires. Manual de Andrologia e Manipulação de Sêmen Equino. Botu pharma biotecnologia animal, [s. l.], p. 1-60, 2014. ● BERGSTEIN, T.G. et al. Técnicas de análise de sêmen. Revista Brasileira de Reprodução Animal, Belo Horizonte - MG, v. 38, ed. 4, p. 189-194, out./dez. 2014. ● ARRUDA, Rubens Paes de et al. Biotécnicas aplicadas à avaliação do potencial de fertilidade do sêmen eqüino. Revista Brasileira de Reprodução Animal, Belo Horizonte - MG, v. 31, ed. 1, p. 8-16, jan. / mar. 2007. ● CALDEIRA, Denise Ferreira. VIABILIDADE DOS ESPERMATOZÓIDES BOVINOS APÓS EXPOSIÇÃO A NANOPARTÍCULAS DE MAGHEMITA RECOBERTAS COM DMSA. Orientador: Prof. Drª Carolina Madeira Lucci. 2011. 76 p. Dissertação de mestrado em ciência animal (Mestrado - Ciência animal) - Universidade de Brasília - Faculdade de agronomia e medicina veterinária, Brasília / DF, 2011. ● TONIOLLI, Ricardo et al. Proteínas do sêmen e sua relação com a resistência à congelação em ejaculados de diferentes varrões. Revista Brasileira de Reprodução Animal, Belo Horizonte - MG, v. 41, ed. 1, p. 297-311, jan. / mar. 2017. ● EMERICK, Lucas Luiz. TESTES FUNCIONAIS DE MEMBRANA E ÌNDICE DE PRENHEZ UTILIZANDO SÊMEN CRIOPRESERVADO DE TOURINHOS TABAPUÃ AOS DOIS ANOS DE IDADE, CRIADOS A PASTO E PREVIAMENTE SELECIONADOS PELA CAP. 2007. 45 p. Dissertação de mestrado em reprodução animal (Mestrado) - UFMG, [S. l.], 2007. ● ASSUMPÇÃO, Teresinha Inês de et al. PERFIL DE PROTEÍNAS E AÇÚCARES DO PLASMA SEMINAL E SUA RELAÇÃO COM OS PARÂMETROS ANDROLÓGICOS DE TOUROS DA RAÇA NELORE. Biosci. J., Uberlândia, MG, v. 29, n. 4, p. 940-945, 3 mar. 2013.
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