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Notas de aulas de eletromagnetismo 2a Aula- Continuação de “Analise vetorial “ 1 Prof. Neri Alves Introdução Eletromagnetismo 2013 Neri Alves 21/11/2014 - 2a Aula Fluxo Na linguagem cotidiana a palavra fluxo remete diretamente à idéia de escoamento de liquido, de gases, pessoas veículos e etc. No entanto o conceito de fluxo pode ser aplicado para qualquer grandeza vetorial. Para iniciar a analise de fluxo considere um vetor genérico �� que cruza uma superfície S, tal que num elemento infinitesimal de área podemos escrever. �� � �� ∙ ��� � � � �� ∙ ��� A seguir dá-se o exemplo de um caso particular: Considere uma tela plana, uma inclinada em relação à horizontal, colocada em uma calha retangular onde há um líquido escoando com uma �� n� S �� Notas de aulas de eletromagnetismo 2a Aula- Continuação de “Analise vetorial “ 2 Prof. Neri Alves velocidade ��. O fluxo do vetor velocidade da água sobre esta tela é dado como mostra o diagrama por � � �� ∙ � Fluxo numa superfície fechada. Quando queremos calcular o fluxo numa superfície fechada, devemos integrar o produto escalar �� ∙ ��� em toda superfície: Assim: temos � � ��� ∙ ��� Para a eletrostática é de grande relevância o calculo do fluxo num volume fechado. Este cálculo, que vamos desenvolver a seguir, permite enunciar uma importante propriedade do cálculo vetorial e uma das leis fundamentais do eletromagnetismo. Notas de aulas de eletromagnetismo 2a Aula- Continuação de “Analise vetorial “ 3 Prof. Neri Alves Considere o volume infinitesimal �� � ������ e o vetor ��. Vamos calcular o fluxo do vetor �� neste volume infinitesimal. Ou seja, vamos calcular a integral ∮ �� ∙ ��� no cubo. Para isso vamos calcular nas 6 faces. Calculo na face 1 – Plano xy � � ��̂ �� � ����, ��, �� Notas de aulas de eletromagnetismo 2a Aula- Continuação de “Analise vetorial “ 4 Prof. Neri Alves �� � ���� (Elemento de área da superfície) � �� � � �� ∙ ��� � �� � ���̂ �!�̂ �"#$ � �� � � �� ∙ ���� � � � %���̂ �!�̂ �"# $& ∙ '��̂(���� � � �� � ) �� ∙ ���� � � �) �!���� � onde �! é constante sobre a superfície *�, assim � �� � ��! ∆� ∆z Face 2 – Plano xz, mas onde � � ��,∆y � �. � � �� ∙ �.�� �? 0 �. � �̂ Notas de aulas de eletromagnetismo 2a Aula- Continuação de “Analise vetorial “ 5 Prof. Neri Alves � �. � � %���̂ �!�̂ �"#$& ∙ '�̂(���� � � � �!���� � � �. � �! �x, y� ∆y, z�∆� ∆z Usando uma aproximação linear de 1a ordem �! �x, y� ∆y, z� ≅ �! �x, y�, z� ∂�!∂y 456 ∆y ⋯ Assim � �. � �! �x, y�, z�∆� ∆z ∂�!∂y 456 ∆x∆y∆z e � �� � �. � ��! ∆� ∆z �! ∆� ∆z ∂�!∂y 456 ∆x∆y∆z � �� � �. � 89:85 ;56 ∆x∆y∆z Notas de aulas de eletromagnetismo 2a Aula- Continuação de “Analise vetorial “ 6 Prof. Neri Alves E repetindo para as outras faces chega-se à � � � <∂��∂x ∂�!∂y ∂�"∂z 4�=>:=>?= ∆x∆y∆z Portanto � �� ∙ � �� = < ∂��∂x + ∂�!∂y + ∂�"∂z 4�=>:=>?= ∆x∆y∆z Onde ∆x∆y∆z = ∆V sendo ∆V o volume do cubo. Agora vamos analisar o fluxo por unidade de volume quando o volume tende a zero. limD→� 1�� �� ∙ � �� = limD→� G 1� <∂��!∂x + ∂�!∂y + ∂�"∂z 4�=>:=>?=H∆x∆y∆z Onde ∆V = ∆x∆y∆z. Observe que no limite em que V → 0 e pode cancelar ∆V e V. Assim: limD→� 1�� �� ∙ � �� = < ∂��∂x + ∂�!∂y + ∂�"∂z 4 Onde ∂��∂x + ∂�!∂y + ∂�"∂z ≡ ∇ ∙ AMM� O divergente de um vetor é o limite de sua integral de superfície por unidade de volume quando o volume encerrado pela superfície tende a zero. Notas de aulas de eletromagnetismo 2a Aula- Continuação de “Analise vetorial “ 7 Prof. Neri Alves N ∙ �� = OPQ D→� 1� � �� ∙ � �� ∇ ∙ = 88R+ 885+ 88S (operador divergente) Exemplo de aplicação do divergente Na eletrostática o divergente é uma ferramenta muito poderosa e nos permite concluir se numa região do espaço existe fonte, ou sumidouro de carga, ou se não existe carga. Sendo TM� o campo elétrico: N ∙ TM� > 0 Fonte, carga positiva N ∙ TM� < 0 Sumidouro, carga negativa N ∙ TM� = 0 Não há cargas Esta relação entre cargas e o divergente é expressa pela equação de Poisson, também denominada de forma diferencia da Lei de Gauss. N ∙ TM� = WX� N. ∙ Y = Z[6 (Forma diferencia da Lei de Gauss) O divergente é uma ferramenta que se aplica nas mais diversas áreas da física. Como por exemplo citamos a aplicação em hidrostática. Para um fluido com velocidade �M� a expressão ∮ W �M� ∙ � �� será a quantidade de fluido por unidade de tempo que deixa o volume encerrado por S. Teorema da Divergência Notas de aulas de eletromagnetismo 2a Aula- Continuação de “Analise vetorial “ 8 Prof. Neri Alves Considere um volume dividido em pequenas células ∆Vi. Vamos supor que o mesmo seja limitado pela superfície S1. É evidente que \ � �� ∙ � �� ]^ � � �� ∙ � �� O sentido para fora de uma célula é o sentido para dentro da célula adjacente. Todos os termos do lado esquerdo se cancelam exceto na superfície. Se tomarmos um número de célula que tende ao infinito, cujo volume tende a zero. Temos ∮ �� ∙ � �� � lim∆D]⟶� ∑ b �∆D] ∮ �� ∙ � �� ] c^ ∆�^ � �� ∙ �d�� d d � � N ∙ ��d D �� Teorema da divergência Notas de aulas de eletromagnetismo 2a Aula- Continuação de “Analise vetorial “ 9 Prof. Neri Alves O divergente mede o fluxo gerado num ponto. E integrado do divergente ) N ∙ ��D �� é igual ao fluxo gerado no volume que deve ser igual ao fluxo que atravessa a superfície. Integrais de Linha A seguir apresentamos alguns exemplos de integrais de linha. São integrais onde o “espaço” de integração se dá ao longo de uma linha. � �� ∙ �O�e f � �� g �O�ef � h �O�ef Resolvendo um exemplo. Calcule a integral de linha de um vetor força i� = #��̂ que atua numa partícula, enquanto se desloca numa trajetória circular de raio R, no plano xy, no primeiro quadrante, como demonstra o esquema. Notas de aulas de eletromagnetismo 2a Aula- Continuação de “Analise vetorial “ 10 Prof. Neri Alves j � � i� ∙ �O�ef Onde i� = #��̂ �O� = ���̂ + ���̂ j = � �#��̂� ∙ ����̂ + ���̂�k� = � �#��̂� ∙ ����̂ + ���̂� =k� � #���k� j = #l.2 Caso mais Geral de uma integral de linha. A seguir será resolvido o caso geral de uma integral de linha com o objetivo de mostrar outra propriedade do calculo vetorial também de grande importância para o eletromagnetismo: o rotacional de um vetor. Para iniciar o cálculo considere um deslocamento infinitesimal no plano xy �� ∙ �O� = ���� + �!�� Assim para um caminho fechado no plano xy e para qualquer vetor �� a integral de linha do produto escalar �� ∙ �O� é dada por: ��� ∙ �O� = ����� + ��!�� Vamos considerar o caminho infinitesimal em torno do ponto P(x,y,0) Notas de aulas de eletromagnetismo 2a Aula- Continuação de “Analise vetorial “ 11 Prof. Neri Alves Qual a integral ∮ ���� ? Para fazer esta integral vamos analisar cada segmento mostrado na figura. A integral fechada, em torno do ponto P, pode ser reescrita como a soma das integrais nos quatro segmentos lineares, de 4 a 1, de 1 a 2, de 2 a 3 e de 3 a 4, da seguinte forma � ���� � ���� . � � ���� n . � ���� o n � ���� � o Nos segmentos verticais de 1 a 2 e de 3 a 4 as integral são nulas pois x é constante e não há variação de dx. Portanto resta analisar os segmentos horizontais que vai do ponto 4 ao ponto 1 temos: �� p�, � � ∆!. , �;, que é a projeçãodo vetor �� sobre o eixo x. Como estamos restritos ao plano xy temos que z= 0 e como estamos no segmento horizontal do ponto 4 ao ponto 1 temos que � � ∆!. é constante. Da mesma forma no segmento horizontal que vai do ponto 2 ao ponto 3, temos que a projeção do vetor �� é dada por �� p�, � ∆!. , �; . Onde pelas mesmas razões z=0 e � ∆!. é constante. Então reescrevendo, e usando uma aproximação linear, temos �� q�, � � ∆�2 r � �� � s��s� ∆� 2 e Notas de aulas de eletromagnetismo 2a Aula- Continuação de “Analise vetorial “ 12 Prof. Neri Alves �� q�, � + ∆�2 r � �� s��s� ∆�2 para os segmento horizontais de 4 até 1 e de 2 até 3, respectivamente. E assim temos que no plano xy � �����! � q�� � s��s� ∆� 2 r∆� � q�� s��s� ∆� 2 r∆� De onde obtemos � �����! � � s��s� ∆�∆� O valor da integral ∮ �!�� pode se obtido de forma similar, resultando em � �!���! � s�!s� ∆�∆� Logo a integral de linha de �� ∙ �O� no plano xy é ∮ �� ∙ �O��! = pt9:t� − t9ut! ;∆�∆� onde o ∆�∆� � ∆� e, para simplificar a analise vamos denominar o termo t9:t� � t9ut� simplesmente de “coeficiente” C3. Fazendo a mesma coisa nos planos xz e yz, chega-se a resultados similares � �� ∙ �O��" = qs��s� − s�"s� r∆� � �� ∙ �O�!" = <s�"s� − s�!s� 4∆� Notas de aulas de eletromagnetismo 2a Aula- Continuação de “Analise vetorial “ 13 Prof. Neri Alves Para os planos xz e yz respectivamente. E redenominando as derivadas parciais podemos escrever: v. � pt9ut" � t9?t� ; e v� = pt9?t! − t9:t� ;. Os coeficientes C1, C2 e C3 podem ser associados aos componentes de um vetor dado por v��̂ + v.�̂ + vn#$. Ou seja, o resultado da integral acima pode ser expressa como um vetor, que é denominado rotacional de ��. Desta forma o rotacional do vetor A, representado por N g ��, pode ser expresso como N g �� = <s�"s� − s�!s� 4 �̂ + qs��s� − s�"s� r �̂ + <s�!s� − s��s� 4#$. ou N g �� = xx �̂ �̂ #$ss� ss� ss��� �! �"x x O rotacional de um vetor representa o “giro” dos vetores numa região. Se o vetor velocidade de escoamento de liquido tiver um rotacional diferente de zero, significa que se colocar neste liquido uma roda de pás, ela girará e se o rotacional for zero, não girará. Exemplo. Calcule o rotacional para o vetor ��, num considerando a situação particular em que, ��� = �� #y . Isto é, estamos olhando para um elemento de área que está no plano o xy. Notas de aulas de eletromagnetismo 2a Aula- Continuação de “Analise vetorial “ 14 Prof. Neri Alves Qual ∮ �� ∙ �O� a neste caso? Vamos começar pelo calculo do rotacional. N g �� = pt9?t! − t9:t" ; �̂ + pt9ut" − t9?t� ; �̂ + pt9:t� − t9ut! ; #$ . onde os termos em � ̂e �̂ são zero pois z é constante, logo: N g �� = pt9:t� − t9ut! ; #$ Assim podemos fazer N g �� ∙ d�� = pt9:t� − t9ut! ; #$ ∙ ��� = pt9:t� − t9ut! ;��, pois ��� = �� #y e está sobre k. Ou seja, foi o que calculamos anteriormente para o plano xy, no caso geral. Então N g �� ∙ d�� = � �� ∙ �O��! Mas neste caso particular podemos reescrever como {N g �� {d� = � �� ∙ �O��! Pois como propomos inicialmente d�� = ��#$, e, portanto, é só sobre k que se aplica o rotacional. E no limite em que da tende para zero (da→0), ou seja, a área tende para um ponto, o comprimento do contorno (S) desta área também tende para zero ( S →0) |N g ��}~f f áf = lim →� 1* ��� ∙ �O� Daí, a componente do N g �� na direção normal á uma superfície é igual ao limite da integral de linha do vetor �� ao longo do contorno S dividido pelo valor de S quando a área do contorno tender a zero. Notas de aulas de eletromagnetismo 2a Aula- Continuação de “Analise vetorial “ 15 Prof. Neri Alves O rotacional de um campo vetorial (�����), rot ����� ou |N g ����� }, nos fornece como resultado um vetor cujas componentes x, y e z mede o resultado da circulação, no ponto em questão, desse campo vetorial por unidade de área, respectivamente, nos planos normais a esses componentes. Nas figuras abaixo, campos vetoriais cujo rotacional é zero E nas figuras a seguir mostram campos vetoriais que tem um rotacional diferente de zero na direção z, conforme pode ser visto pela regra da mão direita. Notas de aulas de eletromagnetismo 2a Aula- Continuação de “Analise vetorial “ 16 Prof. Neri Alves Teorema de Stokes (Caso particular do /Teorema de Green). É um teorema fundamental para o rotacional. � �� ∙ �O� � � N g �� ∙ d�� O teorema de Stokes nos diz que a integral de linha do produto escalar de um vetor pelo deslocamento, num dado contorno, é igual a integral do rotacional sobre qualquer superfície delimitada por este contorno. Exercícios 1. Calcule o gradiente da função f = x � xy 3z. 2. Faça o esboço de uma função escalar e indique vetor o seu gradiente. Dê um exemplo prático. Notas de aulas de eletromagnetismo 2a Aula- Continuação de “Analise vetorial “ 17 Prof. Neri Alves 3. Demonstre o teorema da divergência. 4. Faça um esboço de campos vetoriais que tenha divergente zero e diferente de zero. Cite exemplos. 5. Faça o esboço de um campo vetorial que tenha rotacional diferente de zero. Discuta um exemplo. 6. Encontre o divergente e o rotacional do vetor �� � ��. ����̂ ��. ����̂ ��. ���#$ 7. Se � for um vetor que vai desde a origem até o ponto (x,y,z), demonstre que ∇ ∙ r� = 3 , ∇ g r� = 0 e �u� ∙ ∇�r� = u� 8. Se for o modulo do vetor que vai desde a origem até o ponto (x,y,z) e f(r) for uma função arbitraria de r, prove que ∇f�r� � � df� 9. . Prove que ∇. FM��r� � � dFM��r� � 10. Calcule o divergente de vM� � ̂. 11. Considerando a situação particular onde ��� � �� #y demonstre o teorema de Stookes. 12. Calcule o rotacional para o vetor �� considerando a situação particular em que ��� � �� #y .
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