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Dip
n. 15 (C.V.D.T) pag 21 .. artigo 45…
18 .. Reconhecimento de Estado
O reconhecimento de um novo Estado é o acto livre pelo qual um ou mais Estados atestam a existência, sobre um território determinado, de uma sociedade humana politicamente organizada, independentemente de qualquer outro Estado independente, capaz de observar os preceitos do Direito Internacional (Pereira e Quadros 2011:309).
A segunda razão reside no facto de hoje a doutrina, mesmo de raiz voluntarista, já não por em dúvida o carácter meramente declarativo do reconhecimento do Estado. Ou seja, o Estado nasce como o sujeito do direito internacional assim que reunir os três elementos que integram o conceito de estado- a saber, Povo, território, e poder político soberano (dado que estamos a tratar aqui apenas de estados soberanos) e independentemente do seu reconhecimento (Ibid:308).
Efeitos do reconhecimento do Estado
O reconhecimento do Estado tem efeitos declarativos, porém não quer dizer que ele não possa ser recusado ou condicionado. Isso decore da circunstância de, como se disse, o reconhecimento ser sempre um acto livre, não existindo qualquer dever de se reconhecer um Estado (Pereira e Quadros 2011:309).
A recusa do reconhecimento de um Estado pode resultar, antes de mais, do facto de ele ter nascido na dependência de um outro Estado de tal forma que a sua própria independência fica com esta em causa.
A recusa do reconhecimento do Estado pode também derivar do facto de ser evidente que o novo Estado não foi produto da expressão do exercício do direito á autodeterminação do seu povo ou até, pelo contrário, nascer contra a vontade desse povo.
O reconhecimento do Estado, sem ser recusado, pode ser considerado. Foi a posição que as comunidades Europeias adoptaram, no quadro da cooperação da política Europeia, ao aprovarem em 16 de Dezembro de 1991 as orientações sobre o reconhecimento de novos Estados no leste da Europa e na união Soviética. Nesse documento colocava se uma série de condições para o reconhecimento desses novos Estados (Ibid: 311).
Formas de reconhecimento do Estado
O reconhecimento de Estado não está sujeito a forma especial. Ele pode, aliás, ser também tácito ou implícito. Um exemplo de reconhecimento implícito consiste na nomeação de um representante diplomático junto do novo Estado, o que significa, sem dúvida, o reconhecimento do Estado (Pereira e Quadros 2011:312).
Reconhecimento de Governo
O reconhecimento de um Estado implica o reconhecimento do respectivo governo, ou seja do seu regime político. Pode, porém, sem se negar o reconhecimento do Estado, não se reconhecer o respectivo governo, o que tem por efeito privar o Estado do exercício de relações diplomáticas normais.
Se o reconhecimento de Estado pressupõe quase sempre o acesso à independência de um território até então colonial, ou alguma espécie de manifestação do fenómeno sucessório, o reconhecimento de governo tem premissas diferentes. Presume-se, aqui, que o Estado em si mesmo já é reconhecido em sua personalidade jurídica de direito das gentes e em seu suporte físico, demográfico e territorial. Contudo, uma ruptura na ordem política, do género da revolução ou do golpe de Estado, faz com que se instaure no país um novo esquema de poder, à margem das prescrições constitucionais pertinentes à renovação do quadro de condutores políticos. 
Relação entre reconhecimento do Estado e reconhecimento do Governo
Embora fundamentalmente diferente do reconhecimento de Estado, o reconhecimento de Governo pode estar a ele estreitamente ligado. De facto, o reconhecimento de um novo Estado implica, normalmente, o do seu Governo. Mas, inversamente, quando numa Guerra Civil a luta entre os dois grupos políticos se estabiliza, e cada um deles controla uma parte do território do Estado e arroga-se a qualidade de Governo, pode então suceder que os Estados que reconhecem, em vez de escolherem, entre os dois grupos rivais, aquele que deve ser reconhecido como o único Governo para o reconhecimento de Estado, por entenderem que naquela situação o que na realidade sucedeu foi formarem-se dois Estados diferentes, assim, reconheceriam simultaneamente os dois Governos sabendo que dessa forma estavam a reconhecer dois Estados diferentes (Pereira e Quadros 2011:315).
O reconhecimento de Facto e de Iure
O reconhecimento do Estado e de Governo, mas mais o primeiro do que o segundo, distinguem se em reconhecimento de facto e reconhecimento de Iure, terminologia duplamente infeliz, não só porque ambos produzem efeitos jurídicos como também porque não há estados de facto ou governos de factos. A diferença consiste em que o reconhecimento de facto é provisório, revogável e produz efeitos limitados; surge quando há ainda luta política e há dúvidas sobre o nascimento do novo Estado ou sobre a estabilidade do novo governo, que, no entanto, por motivos políticos, se não quer deixar de reconhecer. Quando a situação se estabiliza confirma-se então o reconhecimento, substituindo o reconhecendo de facto pelo reconhecimento de Iure. Ao contrário daquele, este é definitivo, irrevogável, pleno e com eficácia total (Pereira e Quadros 2011: 323).

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