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PAVIMENTAÇÃO AULA 02: LIGANTES ASFÁLTICOS AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO Prof. Duílio Marçal UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS E TECNOLOGIAS ENGENHARIA CIVIL ASFALTO MODIFICADO POR POLÍMERO AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO Apesar da excelente qualidade dos asfaltos existentes, as condições de volume de veículos comerciais e peso por eixo crescentes, rodovias especiais, aeroportos, corredores de tráfego canalizado, grandes variações térmicas, esses fatores levam para uma maior utilização de asfaltos modificados por polímeros. ASFALTO MODIFICADO POR POLÍMERO AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO MACROMOLÉCULAS: são moléculas gigantescas que resultam do encadeamento de dez mil ou mais átomos de carbono, unidos por ligações covalentes, podendo ser naturais (madeira, borracha, lã, asfalto) ou sintéticas (plásticos, borrachas, adesivos). POLÍMEROS: são macromoléculas sintéticas, estruturalmente simples, constituídas de unidades estruturais repetidas em sua longa cadeia, denominada monômeros. ASFALTO MODIFICADO POR POLÍMERO AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO O comportamento do polímero sintético depende dos materiais de partida (monômeros), do tipo de reação empregado para sua obtenção e da técnica de preparação. Os tipos de reação são: - poliadição: SBR (borracha estireno-butadieno) e EVA (etileno-acetato de vinila); - policondesação: ER e PET; - modificação química de outro polímero: SBS (estireno-butadieno-estireno). ASFALTO MODIFICADO POR POLÍMERO AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO Quanto ao seu comportamento frente à variações térmicas, os polímeros são classificados nas seguintes categorias: Termorrígidos: são aqueles que não se fundem, sofrem degradação numa temperatura limite e endurecem irreversivelmente quando aquecidos a uma temperatura, sendo essa dependente de sua estrutura química. Ex: resina epóxi, poliéster, poliuretano. ASFALTO MODIFICADO POR POLÍMERO AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO Quanto ao seu comportamento frente à variações térmicas, os polímeros são classificados nas seguintes categorias: Termoplásticos: são aqueles que se fundem e tornam-se maleáveis reversivelmente quando aquecidos. Normalmente consistem em cadeias lineares, mas podem também ser ramificadas. São incorporados ao asfalto em alta temperatura. Ex: polietileno, polipropileno, PVC. ASFALTO MODIFICADO POR POLÍMERO AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO Quanto ao seu comportamento frente à variações térmicas, os polímeros são classificados nas seguintes categorias: Elastômeros: são aqueles que, quando aquecidos, se decompõem antes de amolecer, com propriedades elásticas. Ex: SBR. ASFALTO MODIFICADO POR POLÍMERO AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO Quanto ao seu comportamento frente à variações térmicas, os polímeros são classificados nas seguintes categorias: Elastômeros termoplásticos: são aqueles que, a baixa temperatura, apresentam comportamento elástico, porém quando a temperatura aumenta passam a apresentar comportamento termoplástico. Ex: SBS e EVA. ASFALTO MODIFICADO POR POLÍMERO AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO SBR ASFALTO MODIFICADO POR POLÍMERO AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO EVA ASFALTO MODIFICADO POR POLÍMERO AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO PET ASFALTO MODIFICADO POR POLÍMERO AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO SBS ASFALTO MODIFICADO POR POLÍMERO AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO BR – 116 (RIO – SÃO PAULO) ASFALTO MODIFICADO POR POLÍMERO AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO AEROPORTO SANTOS DUMONT ASFALTO MODIFICADO POR POLÍMERO AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO ASFALTO MODIFICADO POR POLÍMERO AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO PRINCIPAIS COPOLÍMEROS: -SB -SBS -EVA -SIS -SEBS ASFALTO MODIFICADO POR POLÍMERO AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO COMPATIBILIDADE DO POLÍMERO Compatível: inexistente a separação de fases, sem precauções com manuseio, estocagem sem agitação; Semicompatível: a separação de fases pode ocorrer. A separação lenta pode ser evitada através de estocagem com agitação, e a separação rápida de fases irá requerer agitação intensa mesmo em transporte por curto espaço de tempo. ASFALTO MODIFICADO POR POLÍMERO AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO ESPECIFICAÇÕES BRASILEIRAS PARA ASFALTO MODIFICADO POR POLÍMEROS Essas especificações em geral se baseiam em medidas de tensão x deformação, viscosidade x temperatura, efeito do calor e ar, estabilidade à estocagem, recuperação elástica, suscetibilidade térmica e módulo de rigidez. ASFALTO MODIFICADO POR POLÍMERO AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO ESPECIFICAÇÕES BRASILEIRAS PARA ASFALTO MODIFICADO POR POLÍMEROS ASFALTO MODIFICADO POR POLÍMERO AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO ENSAIO DE RECUPERAÇÃO ELÁSTICA É um ensaio que utiliza o dutilômetro com molde modificado; o teste é realizado a 25°C ou a 4°C; a velocidade de estiramento é de 5cm/min para distinguir bem materiais modificados com elastômeros dos demais. Interrompe-se o ensaio após atingir 200 mm. ASFALTO MODIFICADO POR POLÍMERO AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO ENSAIO DE SEPARAÇÃO DE FASES Uma técnica recente para avaliar a compatibilidade de asfaltos modificados com polímero consiste da combinação de técnicas de polarização cruzada (CP) e rotação segundo ângulo mágico (MAS). Consiste em se colocar o asfalto- polímero em um tubo metálico padronizado, na vertical, em repouso, durante 5 dias dentro de uma estufa a 163 °C e ao final desse período colher uma amostra em dois pontos distintos: um no topo e outro na base. Nessas amostras serão realizados ponto de amolecimento e recuperação elástica. ASFALTO MODIFICADO POR POLÍMERO AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO ENSAIO COESITIVIDADE VIALIT Esse ensaio mede a característica de coesão proporcionada pelo asfalto- polímero por meio de um pêndulo que solicita uma amostra do material a ser testado. Consiste em depositar uma fina camada de ligante a ser testado entre dois cubos que possuem, em uma das faces, uma área “dentada”. Faz-se a medição da energia necessária para descolar os dois cubos. ASFALTO MODIFICADO POR POLÍMERO AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO ENSAIO DE TOUGHNESS E TENACITY (“FRAGILIDADE E TENACIDADE”) TOUGHNESS é a medida do trabalho total para tracionar uma amostra de ligante numa prensa de laboratório e TENACITY é o trabalho requerido para alongar a amostra depois que a resistência inicial foi superada. É realizado a temperatura ambiente com velocidade de 500mm/min e consiste em medir a força necessária para tracionar um cabeçote hemisférico imerso dentro de uma amostra do ligante. ASFALTO MODIFICADO POR POLÍMERO AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO ENSAIO DE TOUGHNESS E TENACITY (FRAGILIDADE E TENACIDADE) ASFALTO-BORRACHA AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO Uma forma alternativa de se incorporar os benefícios de um polímero ao ligante asfáltico, e ao mesmo tempo reduzir problemas ambientais, é utilizar a borracha de pneus inservíveis em misturas asfálticas. CONTEÚDO DE PNEU: 10 Kg - 2,50 Kg de diferentes tipos de borracha sintética; - 2,00 Kg de 8 diferentes tipos de borracha natural; - 0,75 Kg de aço para as cinturas; - 0,50 Kg de poliéster e náilon; - 0,25 Kg de arame de aço; - 1,50 Kg de diferentes tipos de produtos químicos, óleos, pigmentos, etc. ASFALTO-BORRACHA AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO No Brasil são colocados no mercado aproximadamente 61 milhões de pneus por ano, sendo que cerca de 38 milhões são resultado da produção nacional e 23 milhões são reaproveitados, usados importados ou recauchutados. (Ano: 2001) ASFALTO-BORRACHA AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO São dois os métodos de incorporação de borracha triturada de pneus às misturas asfálticas: o processo úmido (wet process) e o processo seco (dry process). ASFALTO-BORRACHA AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO PROCESSO ÚMIDO (WET PROCESS) A borracha finalmente triturada é adicionada ao CAP aquecido, produzindo ligante modificado, que tem sido denominado de asfalto-borracha.Esse ligante pode ser utilizado em: - CONCRETO ASFÁLTICO (CA) - STONE MATRIX ASPHALT (SMA) - CAMADA POROSA DE ATRITO (CPA) - TRATAMENTOS SUPERFICIAIS (TS) ASFALTO-BORRACHA AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO PROCESSO ÚMIDO (WET PROCESS) ASFALTO-BORRACHA AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO ASFALTO-BORRACHA AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO PROCESSO SECO (DRY PROCESS) Nesse processo, a borracha triturada entra como parte do agregado pétreo da mistura e juntamente com o ligante asfáltico dá origem ao produto “agregado- borracha” ou concreto asfáltico modificado com adição de borracha. Essa mistura só deve ser utilizada em misturas à quente (CONCRETO ASFÁLTICO ou COM GRANULOMETRIA ESPECIAL DESCONTÍNUA – GAP). EMULSÃO ASFÁLTICA AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO Para que o CAP possa recobrir convenientemente os agregados é necessário que apresente uma baixa viscosidade, o que será atingido com o aquecimento do ligante e do agregado a temperaturas convenientemente escolhidas para cada tipo de ligante. EMULSÃO ASFÁLTICA AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO Para evitar o aquecimento do ligante a fim de obter viscosidades de trabalho nos serviços de pavimentação, é possível promover mudanças no ligante utilizando-se dois processos de preparação: - Adição de diluente volátil ao asfalto produzindo o que chamamos de ASFALTO DILUÍDO; - Emulsionamento do asfalto. EMULSÃO ASFÁLTICA AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO EMULSÃO: É uma dispersão estável de dois ou mais líquidos imiscíveis. No caso do EAP os dois líquidos são o asfalto e a água. Essa emulsão não é estável, sendo necessário a utilização de um produto auxiliar para mantê-la estável. Além disso, o asfalto precisa ser preparado por ação mecânica que o transforme em pequenas partículas ou glóbulos. Proporção típica é de 60% asfalto e 40% água. EMULSÃO ASFÁLTICA AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO PRODUÇÃO DE EMULSÃO ASFÁLTICA DE PETRÓLEO A ação mecânica de obtenção dos glóbulos é feita em um moinho coloidal especialmente preparado para a “quebra” do asfalto aquecido em porções minúsculas que devem ter um tamanho especificado. As emulsões podem ter carga de partícula negativa ou positiva, sendo conhecidas, respectivamente, por aniônica e catiônica. EMULSÃO ASFÁLTICA AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO PRODUÇÃO DE EMULSÃO ASFÁLTICA DE PETRÓLEO EMULSÃO ASFÁLTICA AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO ESPECIFICAÇÕES BRASILEIRAS As designações das classes das emulsões brasileiras são feitas em função: 1) Do tempo necessário para que ocorra a ruptura, dividida em lenta, média ou rápida; 2) Do teor de asfalto contida na mesma; 3) Da carga iônica. EMULSÃO ASFÁLTICA AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO ESPECIFICAÇÕES BRASILEIRAS EMULSÃO ASFÁLTICA- ENSAIOS BÁSICOS AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO ENSAIO DE CARGA DE PARTÍCULA Esse ensaio é realizado com auxílio de um equipamento de medida de pH. Consiste em introduzir eletrodos dentro da emulsão e verificar para qual deles as partículas são atraídas. EMULSÃO ASFÁLTICA- ENSAIOS BÁSICOS AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO ENSAIO DE RUPTURA DE EMULSÃO Quando a emulsão entre em contato com o agregado pétreo, inicia-se o processo de ruptura da emulsão que é a separação do CAP e da água. EMULSÃO ASFÁLTICA- ENSAIOS BÁSICOS AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO ENSAIO DE SEDIMENTAÇÃO Esse ensaio consiste em deixar em repouso total, numa proveta, por 5 dias 500 ml de emulsão, após isso retirar 55ml do topo da proveta e 55ml do fundo. Nessas amostras será medida a quantidade de resíduo presente após o repouso de 5 dias, colocando-os num béquer por 2 horas no interior de uma estufa a temperatura de 163 °C. Por fim, mede-se o seu peso. EMULSÃO ASFÁLTICA- ENSAIOS BÁSICOS AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO ENSAIO DE PENEIRAÇÃO O peneiramento consiste em determinar a porcentagem em peso de partículas de asfalto retidas na peneira da malha #20 (0,84mm). Permitido somente 0,1% de CAP retido na peneira, para qualquer emulsão. EMULSÃO ASFÁLTICA- ENSAIOS BÁSICOS AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO ENSAIO DE RESÍDUO POR DESTILAÇÃO A amostra consiste de aproximadamente 300g da emulsão que serão passados em peneira de abertura 841 μm. O término da destilação deve ocorrer entre 45 e 75 minutos após atingida a temperatura de destilação. O resíduo é expresso como a porcentagem do peso residual. EMULSÃO ASFÁLTICA- ENSAIOS BÁSICOS AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO ENSAIO DE VISCOSIDADE Utilização do viscosímetro de SAYBOLT- FUROL (SSF). EMULSÃO ASFÁLTICA- ENSAIOS BÁSICOS AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DE PH Utiliza-se um aparelho próprio que possui um sensor que é mergulhado na amostra da emulsão e registra o pH. ASFALTO DILUÍDO AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO São produzidos pela adição de um diluente volátil, obtido do próprio petróleo, que varia conforme o tempo necessário para a perda desse componente adicionado restando o asfalto residual após a aplicação. - Cura rápida (CR): cujo solvente é a gasolina ou a nafta; - Cura média (CM): cujo solvente é o querosene. ASFALTO DILUÍDO AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO São produzidos pela adição de um diluente volátil, obtido do próprio petróleo, que varia conforme o tempo necessário para a perda desse componente adicionado restando o asfalto residual após a aplicação. - Cura rápida (CR): cujo solvente é a gasolina ou a nafta; - Cura média (CM): cujo solvente é o querosene. A segunda forma de avaliação é pela viscosidade cinemática do material. ASFALTO DILUÍDO AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO ASFALTO-ESPUMA AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO Uma terceira forma de diminuir a viscosidade do asfalto e melhorar a sua dispersão quando se mistura com agregados, mas ainda utilizando o CAP aquecido, é a técnica chamada de ASFALTO-ESPUMA. AGENTES REJUVENESCEDORES AMB-1075 PAVIMENTAÇÃO Uma das técnicas atuais de recuperação de flexibilidade do ligante é a reciclagem a quente ou a frio. Para isso é utilizado um produto especialmente preparado para funcionar como um repositor de frações maltênicas do ligante envelhecido, chamado agente rejuvenescedor.
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