Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PARTIDOS POLÍTICOS E FRENTES PARLAMENTARES: PROJETOS, DESAFIOS E CONFLITOS NA DEMOCRACIA - LUCILIA DE ALMEIDA NEVES DELGADO “Durante o período autoritário do Estado Novo os partidos foram excluídos da cena política nacional brasileira. Na sequência, foram fechadas todas as casas legislativas do Brasil, desde as Câmaras de Vereadores nos municípios, às Assembleias Legislativas nos Estados, à Câmara dos Deputados e ao Senado na instância federal. A filosofia e a política do governo estadonovista eram incompatíveis com a prática da democracia eleitoral, competitiva, descentralizada e ancorada em pressupostos liberais, tal qual prevalecera ao longo da República Velha.” (p. 130) Werneck Vianna denominou a transição do Estado Novo para a democracia liberal de uma “transição pelo alto” . Os anti-Estado Novo liberais eram empresários, bacharéis, militares de alta patente (principalmente aeronáutica) e intelectuais liberais. (pp. 131-132) Os Estadonovistas eram os getulistas/trabalhistas, beneficiados através de conquistas materiais e simbólicas. (p. 132) MOVIMENTO QUEREMISTA (que o Prestes apoiou): “postulavam a continuidade de Getúlio no poder, mas sobretudo defendiam a continuidade da política - nacionalista e principalmente trabalhista e social - implementada pelo presidente Vargas.” (p. 132) “A DERROCADA DOS PAÍSES DO EIXO E A IMINENTE VITÓRIA DOS PAÍSES ALIADOS, COMPROMETIDOS FORMALMENTE COM OS VALORES DA LIBERAL DEMOCRACIA, INFLUENCIARAM DE FORMA DETERMINANTE A QUEDA DO REGIME AUTORITÁRIO QUE VIGORAVA NO BRASIL.” (p. 133) O governo de Getúlio chamou eleições proporcionais para o Parlamento Nacional, pra 1946, como Assembleia Nacional Constituinte; eleições majoritárias pra presidência e um sistema pluripartidário de bases nacionais. (p. 134) Em contrapartida à Primeira República, todo partido agora deveria ser NACIONAL (cincou ou mais estados). SURGEM A UDN (UNIÃO DEMOCRÁTICA NACIONAL) - ANTIGETULISTAS, MAIORIA LIBERAL; O PSD (PARTIDO SOCIAL DEMOCRÁTICO) - APOIA O GETULISMO MAS FICA ALI NO MEIO; E O PTB (PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO) - GETULISTA. O PCB (PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO) TAMBÉM VOLTA A LEGALIDADE. Elegem Prestes pro Senado Federal kkkkk (Luís Carlos Prestes que na verdade não Presta porra nenhuma kkkjjjkkkk) MAS… DE REPENTE CHEGA O CLIMA DE GUERRA FRIA, E O PCB, NO PERÍODO DO PESSEDISTA EURICO GASPAR DUTRA, ENTRA NOVAMENTE NA ILEGALIDADE, EM 1947. UDN - OPOSIÇÃO AO GETULISMO E O ESTADO NOVO; SÃO LIBERAIS. ERA BASICAMENTE LIGADO ÀS ELITES. Em 45 perderam a eleição pro Dutra, tendo como candidato o brigadeiro Eduardo Gomes. Em 50, foram derrotados por Getúlio Vargas himself, o próprio LÍDER DA NAÇÃO BRASILEIRA (ESTADOS UNIDOS DO BRASIL) kkkkk. Vargas nessa eleição coligou com o PSP (não é aquele videogame) Partido social progressista, que lançou Café filho (capuccino) como vice. Em 55 lançaram o Juaréz Távora, Q PERDEU DE NOVO PRO PSD/PTB, Q ERAM JUSCELINO KUBITSCHEK (O LÍDER DA CANDANGOLÂNDIA) E O JANGO JAN (JOÃO) GOULART; Nesses tempo a UDN sempre ficava de recalque, tentando impugnar as eleições; os cara cansaram de esperar em 64. PSD - PRAGMATISMO, PERSPECTIVA GETULISTA DE CONTINUÍSMO NA TRANSFORMAÇÃO; “RAPOSAS” DA POLÍTICA BRASILEIRA (OS MALUCO ERA ESPERTO VIU…); ALIADO DO PTB ALTAS VEZES, POSSUÍA BASE NOS INTERVENTORES DO ESTADO NOVO, UMA GALERA DA CLASSE MÉDIA URBANA E REPRESENTANTES DAS OLIGARQUIAS ESTADUAIS (DEVIAM CONHECER O CAIADO KKKKK). UMA GALERA DIZIA “O PTB ERA O PSD DE MACACÃO E O PSD O PTB DE CASACA” (p. 139). COMO ERAM INTERVENTORES DA ERA VARGAS, CONSEGUIAM VOTOS POR CLIENTELISMO. CURTIAM NEGOCIAÇÃO TAMBÉM, ERA TIPO UM PMDB (centro) SÓ QUE TRABALHISTA. Quando o PTB vai mais pro lado do PCB e defendem a reforma agrária, o PSD que possui muitos proprietários rurais vão se aliar a UDN. PTB - ALICERÇOU-SE NO INICIO NOS SINDICATOS URBANOS E NA BUROCRACIA DO MINISTÉRIO DO TRABALHO; FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS, OPERÁRIOS E TRABALHADORES SINDICALIZADOS. ERAM OS GETULISTAS MAIS ARDENTES; BUSCAVA DOIS OBJETIVOS PRINCIPAIS: DEFENDER O CONJUNTO DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E SERVIR COMO ANTEPARO DO CRESCIMENTO DO PCB JUNTO AOS OPERÁRIOS. TINHA O PROGRAMA MAIS NÍTIDO E BEM DEFINIDO. FOI O Q MAIS CRESCEU DESDE 1945. DEPOIS DE 1954 COM A MORTE DE VARGAS O PTB GANHOU MAIS AUTONOMIA EM RELAÇÃO AO PERSONALISMO VARGUISTA. O PTB FOI SE DISTANCIANDO DO PSD E COLANDO NO PCB, NUMA GUINADA À DIREITA DENTRO DO LIMITE INSTITUCIONAL. FOI UMA DAS JUSTIFICATIVAS DO GOLPE DOS MILICO, CIVIS IMBECIS E EMPRESÁRIOS DE 64. “O Brasil dos primeiros meses de 1964 - mais urbano, industrializado e democrático - era muito diferente do Brasil de 1945, predominantemente agrário e ainda marcado pela estrutura autoritária do Estado Novo.” (p. 144) “De um lado se apresentava, como uma das opções para os eleitores, a imbatível aliança PSD/PTB. Até o pleito de 1955, esta aliança levou ao poder, pela ordem: Eurico Gaspar Dutra, Getúlio Vargas (com participação oficiosa do PSD na eleição) e Juscelino Kubitschek. De outro, postava-se a União Democrática Nacional, derrotada de forma recorrente nas urnas e, repetidamente, ancorada em uma plataforma de oposição à coligação pessedista/trabalhista.” (p. 145) Em 60 ganha Jânio Quadros do Partido Democrata Cristão, apoiado pela UDN. Mas o vice era o JANGO, um dos principais líderes do PTB. Jânio renuncia e acordam em uma solução parlamentarista, garantindo a posse do JANGO e o PSD ficando com a Presidência do Conselho de Ministros com o Tancredo Neves. (p. 146) Mas em 1963 a população votou pelo retorno ao presidencialismo e o Jango pôde assumir a presidência com todos os seus poderes. Manteve-se em equilíbrio precário por causa da oposição. Surgiram Frentes Parlamentares a partir de 1950, reformistas e nacionalistas e os aliados aos EUA. UM IDENTIFICADO COMO PROGRESSISTA (UNE, sindicatos, Movimentos de Educação de Base, Ligas Camponeses, etc.) E OUTRO COMO CONSERVADOR. FRENTE DE MOBILIZAÇÃO POPULAR (FMP) - 1962, LEONEL BRIZOLA. CONGREGOU A FRENTE PARLAMENTAR NACIONALISTA QUE ATUOU ENTRE 1956 E 1964, SUSCEDEU A LIGA DE EMANCIPAÇÃO NACIONAL FECHADA POR JUSCELINO EM 1956; ERAM NACIONALISTAS E DESENVOLVIMENTISTAS, PELA QUESTÃO DA AUTONOMIA NACIONAL, TINHAM INTELECTUAIS DO INSTITUTO SUPERIOR DE ESTUDOS BRASILEIROS (ISEB) E AGRUPAVAM PRINCIPALMENTE MEMBROS DO PTB. INSTITUTO BRASILEIRO DE AÇÃO DEMOCRÁTICA (IBAD), 1959, ANTICOMUNISTA. EMPRESÁRIOS, APOIADOS PELA CAMPANHA DA MULHER PELA DEMOCRACIA (CAMDE), FRENTE DA JUVENTUDE DEMOCRÁTICA (FJD), MOVIMENTO SINDICAL DEMOCRÁTICO (MSD). CONGREGOU A AÇÃO DEMOCRÁTICA PARLAMENTAR (ADP), QUE ERA POR ELE FINANCIADA; ESSA FRENTE SURGIDA EM 1961 QUERIA COMBATER A IDEOLOGIA COMUNISTA NO BRASIL; AGRUPAVA UDN, PR E ALGUNS CARA DO PSD AFASTADOS DO PTB. DEFENDIAM A INICIATIVA PRIVADA E O APOIO AOS INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS NO BRASIL. CONSEGUIRAM BLOQUEAR O PROJETO DE REFORMA AGRÁRIA DE JANGO EM 1963; CONTARAM COM O APOIO TAMBÉM DO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS E SOCIAIS (IPES). TEVE ATUAÇÃO ATIVA NO GOLPE CIVIL-MILITAR DE 1964. (p. 151) As dissidências internas nos partidos fortaleceram as frentes parlamentares. “O período de 1945 a 1964 pode ser considerado, sem sombra de dúvido, como um dos mais democráticos da experiência republicana brasileira.” (p. 151) DEMOCRACIA LIBERAL. Possuía manifestação clara dos dissensos. “O novo governo do Brasil, autoritário e avesso à heterogeneidade peculiar à democracia, tratou de introduzir, em 1965, um novo sistema partidário no país: bipolar, distante das vozes das ruas e próximo dos gabinetes oficiais.” (p. 152) TESE DA AUTORA: “ENCERROU-SE UMA ETAPA DA VIDA POLÍTICA BRASILEIRA, POR MUITOS IDENTIFICADA COMOO MELHOR ENSAIO DE DEMOCRACIA JÁ VIVIDO PELO BRASIL. SE TAL CONSIDERAÇÃO MUITO SIGNIFICA PARA UM PAÍS TATUADO POR PRÁTICAS AUTORITÁRIAS, NÃO CORRESPONDE À REALIDADE DAQUELES ANOS. ENTRE 1945 E 1964, NÃO SE ENSAIOU DEMOCRACIA POLÍTICA E ELEITORAL NO BRASIL. PRATICOU-SE.” (p. 152)
Compartilhar