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BECM BECM –– Turma G1 Turma G1 55ªª. aula. aula �� A teoria da ciência A teoria da ciência de Karl Popperde Karl Popper �� Para fazer parte da Para fazer parte da ciência, uma ciência, uma hiphipóótese deve ser tese deve ser falsificfalsificáável.vel. Karl Popper. Karl Popper. Ciência: Conjecturas Ciência: Conjecturas e refutae refutaççõesões �� Tema: Tema: O problema O problema da demarcada demarcaççãoão Karl Popper. Karl Popper. Ciência: Conjecturas Ciência: Conjecturas e refutae refutaççõesões I I –– Problema: traProblema: traççar ar uma distinuma distinçção entre a ão entre a ciência e a ciência e a pseudociênciapseudociência �� Resposta tradicional: Resposta tradicional: a ciência se distingue a ciência se distingue da pseudociência ou da pseudociência ou metafmetafíísica pelo uso do sica pelo uso do mméétodo emptodo empííricorico, , essencialmente essencialmente indutivoindutivo, que decorre , que decorre da observada observaçção.ão. �� Reposta insatisfatReposta insatisfatóória: ria: a astrologia tamba astrologia tambéém m possui uma base possui uma base empempíírica.rica. Conclusões iniciaisConclusões iniciais (1) (1) ÉÉ ffáácil obter confirmacil obter confirmaçções ou verificaões ou verificaçções para quase toda ões para quase toda teoria teoria –– desde que as procuremos.desde que as procuremos. (2) As confirma(2) As confirmaçções sões sóó devem ser consideradas se resultarem devem ser consideradas se resultarem de predide prediçções arriscadas; isto ões arriscadas; isto éé, se, não esclarecidos pela , se, não esclarecidos pela teoria em questão, esperarmos um acontecimento teoria em questão, esperarmos um acontecimento incompatincompatíível com a teoria e que a teria refutado.vel com a teoria e que a teria refutado. (3) Toda teoria cient(3) Toda teoria cientíífica boa fica boa éé uma proibiuma proibiçção: ela proão: ela proííbe be certas coisas de acontecer. Quanto mais uma teoria procertas coisas de acontecer. Quanto mais uma teoria proííbe, be, melhor ela melhor ela éé.. (4) A teoria que não for refutada por qualquer acontecimento (4) A teoria que não for refutada por qualquer acontecimento concebconcebíível não vel não éé cientcientíífica. A fica. A irrefutabilidadeirrefutabilidade não não éé uma uma virtude, como freqvirtude, como freqüüentemente se pensa, mas um ventemente se pensa, mas um víício.cio. Conclusões iniciaisConclusões iniciais (5) Todo (5) Todo testeteste genugenuííno de uma teoria no de uma teoria éé uma tentativa de uma tentativa de refutrefutáá--la. A possibilidade de testar uma teoria implica igual la. A possibilidade de testar uma teoria implica igual possibilidade de demonstrar que possibilidade de demonstrar que éé falsa. Hfalsa. Háá, por, poréém, m, diferentes graus na capacidade de se testar uma teoria: diferentes graus na capacidade de se testar uma teoria: algumas são mais testalgumas são mais testááveis, mais expostas veis, mais expostas àà refutarefutaçção do ão do que outras; correm, por assim dizer, maiores riscos.que outras; correm, por assim dizer, maiores riscos. (6) A evidência confirmadora não deve ser considerada (6) A evidência confirmadora não deve ser considerada se não se não resultar de um teste genuresultar de um teste genuííno da teoriano da teoria; o teste pode; o teste pode--se se apresentar como uma tentativa sapresentar como uma tentativa sééria porria poréém malograda de m malograda de refutar a teoria. (Refirorefutar a teoria. (Refiro--me a casos como o da me a casos como o da ““evidência evidência corroborativacorroborativa””).). (7) Algumas teorias genuinamente (7) Algumas teorias genuinamente ““testtestááveisveis””, quando se , quando se revelam falsas, continuam a ser sustentadas por revelam falsas, continuam a ser sustentadas por admiradores, que introduzem, por exemplo, alguma admiradores, que introduzem, por exemplo, alguma suposisuposiçção auxiliar ão auxiliar adad hochoc, ou reinterpretam a teoria , ou reinterpretam a teoria adad hochoc de tal maneira que ela escapa de tal maneira que ela escapa àà refutarefutaçção. Tal ão. Tal procedimento procedimento éé sempre posssempre possíível, mas salva a teoria da vel, mas salva a teoria da refutarefutaçção apenas ao preão apenas ao preçço de destruir (ou pelo menos o de destruir (ou pelo menos aviltar) seu padrão cientaviltar) seu padrão cientíífico. (Mais tarde passei a fico. (Mais tarde passei a descrever essa operadescrever essa operaçção de salvamento como uma ão de salvamento como uma ““distordistorçção convencionalistaão convencionalista”” ou um ou um ““estratagema estratagema convencionalistaconvencionalista””).). Karl Popper. Karl Popper. Ciência: Conjecturas Ciência: Conjecturas e refutae refutaççõesões ““PodePode--se dizer, se dizer, resumidamente, que o resumidamente, que o critcritéério que define o status rio que define o status cientcientíífico de uma teoria fico de uma teoria éé sua sua capacidade de ser refutada capacidade de ser refutada ou testadaou testada””.. III III -- O problema do critO problema do critéério de rio de demarcademarcaççãoão �� A A refutabilidaderefutabilidade éé um critum critéério de rio de demarcademarcaççãoão, não , não de de significadosignificado �� O problema da O problema da significasignificaçção ão éé um um pseudoproblemapseudoproblema �� O critO critéério da rio da verificabilidadeverificabilidade éé inadequado para inadequado para resolver o resolver o problema da problema da demarcademarcaççãoão IV IV –– HumeHume e o problema da e o problema da induinduççãoão �� ““mesmo apmesmo apóós observar s observar uma associauma associaçção constante ão constante ou freqou freqüüente de objetos, ente de objetos, não temos motivo para não temos motivo para inferir algo que não se inferir algo que não se refira a um objeto que jrefira a um objeto que jáá experimentamosexperimentamos”” �� como acontece com como acontece com qualquer outro hqualquer outro háábito, bito, nosso hnosso háábito de acreditar bito de acreditar em leis em leis éé produto da produto da repetirepetiçção freqão freqüüenteente –– da da observaobservaçção repetida de ão repetida de que coisas de uma certa que coisas de uma certa natureza associamnatureza associam--se se constantemente a coisas constantemente a coisas de outra natureza.de outra natureza. CrCríítica a tica a HumeHume ““Estava convencido de que a psicologia de Estava convencido de que a psicologia de HumeHume -- que que éé a psicologia popular a psicologia popular -- estava errada em pelo menos três pontos: estava errada em pelo menos três pontos: (a) o resultado t(a) o resultado tíípico da repetipico da repetiçção;(b) a ão;(b) a gênese dos hgênese dos háábitos; e especialmente (c) o bitos; e especialmente (c) o carcarááter daquelas experiências e tipos de ter daquelas experiências e tipos de comportamento que podem ser descritos comportamento que podem ser descritos como acreditar numa lei, ou esperar uma como acreditar numa lei, ou esperar uma sucessão ordenada de eventossucessão ordenada de eventos””.. O impasse cO impasse cééticotico 1)1) chegamos ao conhecimento chegamos ao conhecimento por mpor méétodo não indutivo todo não indutivo (resposta compat(resposta compatíível com um vel com um certo racionalismo); certo racionalismo); 2)2) chegamos ao conhecimento chegamos ao conhecimento pela repetipela repetiçção e a induão e a induçção ão -- por conseguinte, por mpor conseguinte, por méétodo todo logicamente invlogicamente inváálido e lido e racionalmente injustificracionalmente injustificáável vel pelo que todo o conhecimento pelo que todo o conhecimento aparente não passa de uma aparente não passa de uma modalidade de crenmodalidade de crençça, a, baseada no hbaseada no háábito (resposta bito(resposta que implicaria a que implicaria a irracionalidade atirracionalidade atéé mesmo do mesmo do conhecimento cientconhecimento cientíífico, fico, levando levando àà conclusão de que o conclusão de que o racionalismo racionalismo éé absurdo e deve absurdo e deve ser abandonado).ser abandonado). �� Ao que parece, Ao que parece, HumeHume nunca nunca considerou seriamente a considerou seriamente a primeira alternativa. Depois primeira alternativa. Depois de rejeitar a explicade rejeitar a explicaçção lão lóógica gica da induda induçção pela repetião pela repetiçção, o ão, o filfilóósofo negociou com o bom sofo negociou com o bom senso permitindo o retorno da senso permitindo o retorno da ididééia de que a induia de que a induçção se ão se baseia na repetibaseia na repetiçção, revestida ão, revestida de explicade explicaçção psicolão psicolóógica. O gica. O que propus foi recusar essa que propus foi recusar essa teoria de teoria de HumeHume, explicando a , explicando a repetirepetiçção (para não (para nóós) como s) como conseqconseqüüência da nossa ência da nossa inclinainclinaçção para esperar ão para esperar regularidades, da busca de regularidades, da busca de repetirepetiçções, em vez de explicar ões, em vez de explicar tal inclinatal inclinaçção pelas prão pelas próóprias prias repetirepetiçções.ões. SoluSoluçção para o problema da ão para o problema da induinduççãoão Fui levado, portanto, por consideraFui levado, portanto, por consideraçções puramente lões puramente lóógicas, a substituir a gicas, a substituir a teoria psicolteoria psicolóógica da indugica da induçção pelo ponto de vista seguinte: em vez de ão pelo ponto de vista seguinte: em vez de esperar passivamente que as repetiesperar passivamente que as repetiçções nos imponham suas ões nos imponham suas regularidades, procuramos de modo ativo impor regularidades ao mregularidades, procuramos de modo ativo impor regularidades ao mundo. undo. Tentamos identificar similaridades e interpretTentamos identificar similaridades e interpretáá--las em termos de leis que las em termos de leis que inventamos. Sem nos determos em premissas, damos um salto para inventamos. Sem nos determos em premissas, damos um salto para chegar a conclusões chegar a conclusões -- que podemos precisar pôr de lado, caso as que podemos precisar pôr de lado, caso as observaobservaçções não as corroborem. ões não as corroborem. TratavaTratava--se de uma teoria baseada em processo de tentativas se de uma teoria baseada em processo de tentativas -- de de conjecturas e refutaconjecturas e refutaçções. Um processo que permitia compreender por que ões. Um processo que permitia compreender por que nossas tentativas de impor interpretanossas tentativas de impor interpretaçções ao mundo vinham, logicamente, ões ao mundo vinham, logicamente, antes da observaantes da observaççãode similaridades. Como havia razões lãode similaridades. Como havia razões lóógicas para agir gicas para agir assim, pensei que esse procedimento poderia ser aplicado tambassim, pensei que esse procedimento poderia ser aplicado tambéém ao m ao campo cientcampo cientíífico; que as teorias cientfico; que as teorias cientííficas não eram uma composificas não eram uma composiçção de ão de observaobservaçções mas sim invenões mas sim invençções ões –– conjecturas apresentadas conjecturas apresentadas ousadamenteousadamente, , para serem eliminadas no caso de não se ajustarem para serem eliminadas no caso de não se ajustarem ààs observas observaçções (as ões (as quais raramente eram acidentais, sendo coligidas, de modo geral,quais raramente eram acidentais, sendo coligidas, de modo geral, com o com o proppropóósito definido de testar uma teoria procurando, se posssito definido de testar uma teoria procurando, se possíível, refutvel, refutáá--la).la). V V –– Sobre o conhecimento anterior Sobre o conhecimento anterior àà observaobservaççãoão �� A observaA observaçção ão éé sempre seletiva: sempre seletiva: exige um objeto, exige um objeto, uma tarefa uma tarefa definida, um ponto definida, um ponto de vista, um de vista, um interesse interesse especial,um especial,um problema.problema. A resposta de Kant a A resposta de Kant a HumeHume ““O entendimento O entendimento não extrai as leis não extrai as leis da natureza, mas da natureza, mas as impõe a elaas impõe a ela”” O O ““quase acertoquase acerto”” de Kantde Kant A resposta de Kant a A resposta de Kant a HumeHume estava quase certa: a distinestava quase certa: a distinçção ão entre uma expectativa ventre uma expectativa váálida a priori e uma outra genlida a priori e uma outra genéética tica e logicamente anterior e logicamente anterior àà observaobservaçção, sem ser contudo ão, sem ser contudo vváálida a priori, lida a priori, éé de fato bastante sutil. Kant, porde fato bastante sutil. Kant, poréém, foi m, foi muito longe na sua demonstramuito longe na sua demonstraçção. Procurando demonstrar ão. Procurando demonstrar como o conhecimento como o conhecimento éé posspossíível, propôs uma teoria que vel, propôs uma teoria que tinha a conseqtinha a conseqüüência inevitência inevitáável de condenar ao êxito nossa vel de condenar ao êxito nossa busca de conhecimento busca de conhecimento -- o que o que éé evidentemente um erro. evidentemente um erro. Kant tinha razão ao dizer que Kant tinha razão ao dizer que ““nosso intelecto não deriva nosso intelecto não deriva suas leis da natureza, mas impõe suas leis suas leis da natureza, mas impõe suas leis àà naturezanatureza””. Ao . Ao imaginar porimaginar poréém que essas leis fossem necessariamente m que essas leis fossem necessariamente verdadeiras ou que necessariamente terverdadeiras ou que necessariamente terííamos êxito em amos êxito em impôimpô--las las àà natureza, ele se enganou. Muitas vezes a natureza, ele se enganou. Muitas vezes a natureza resiste com êxito, fornatureza resiste com êxito, forççandoando--nos a rejeitar nossas nos a rejeitar nossas leis leis -- o que não nos impede de tentar outras vezes.o que não nos impede de tentar outras vezes. VI VI –– Origem do pensamento Origem do pensamento dogmdogmááticotico Nossa inclinaNossa inclinaçção para ão para procurar regularidades e para procurar regularidades e para impor leis impor leis àà natureza leva ao natureza leva ao fenômeno psicolfenômeno psicolóógico do gico do pensamento dogmpensamento dogmáático ou, de tico ou, de modo geral, do modo geral, do comportamento dogmcomportamento dogmáático: tico: esperamos encontrar esperamos encontrar regularidades em toda parte e regularidades em toda parte e tentamos descobritentamos descobri--las mesmo las mesmo onde elas não existem; os onde elas não existem; os eventos que resistem a essas eventos que resistem a essas tentativas são considerados tentativas são considerados como como ““ruruíídos de fundodos de fundo””; ; somos fisomos fiééis a nossas is a nossas expectativas mesmo quando expectativas mesmo quando elas são inadequadas elas são inadequadas -- e e deverdeverííamos reconhecer a amos reconhecer a derrota.derrota. �� ComparaComparaçção do dogmão do dogmáático tico com o neurcom o neuróótico: eles tico: eles interpretam o mundo de interpretam o mundo de acordo com um modelo acordo com um modelo pessoal fixo que não pessoal fixo que não éé facilmente abandonado, e facilmente abandonado, e cujas racujas raíízes podem remontar zes podem remontar àà primeira fase da infância.primeira fase da infância. VI VI –– Origem do pensamento Origem do pensamento dogmdogmááticotico Estou inclinado a achar que a Estou inclinado a achar que a maioria das neuroses podem maioria das neuroses podem ser devidas ao não ser devidas ao não desenvolvimento da atitude desenvolvimento da atitude crcríítica tica -- a um dogmatismo a um dogmatismo enrijecido (e não natural);enrijecido (e não natural); àà resistência resistência ààs exigências de s exigências de adaptaadaptaçção de certas ão de certas interpretainterpretaçções e respostas ões e respostas esquemesquemááticas. Resistência ticas. Resistência que em si pode ser explicada, que em si pode ser explicada, em alguns casos, por uma em alguns casos, por uma injinjúúria ou um choque que ria ou um choque que provocou medo e o aumento provocou medo e o aumento da necessidade de seguranda necessidade de segurançça, a, analogamente ao que analogamente ao que acontece quando ferimos um acontece quando ferimos um membro, que depois temos membro, que depois temos medo de usar medo de usar -- o que o o que o enrijece.enrijece. VII VII –– O pensamento crO pensamento crííticotico A A atitude dogmatitude dogmááticatica estestáá claramente claramente relacionada com a tendência para relacionada com a tendência para verificarverificar nossas leis e esquemas, buscando aplicnossas leis e esquemas, buscando aplicáá-- los e confirmlos e confirmáá--los sempre, a ponto de los sempre, a ponto de afastar as refutaafastar as refutaçções, enquanto a ões, enquanto a atitude atitude crcrííticatica éé feita de disposifeita de disposiçção para modificão para modificáá-- los los -- a inclinaa inclinaçção no sentido de testão no sentido de testáá--los, los, refutandorefutando--os se isso for possos se isso for possíível. O que vel. O que sugere a identificasugere a identificaçção da atitude crão da atitude críítica tica com a atitude cientcom a atitude cientíífica e a atitude fica e a atitude dogmdogmáática com a que descrevi tica com a que descrevi qualificandoqualificando--a de a de pseudocientpseudocientííficafica.. Racionalismo crRacionalismo crííticotico A ciência comeA ciência começça, portanto, com os mitos e a a, portanto, com os mitos e a crcríítica dos mitos; não se origina numa coletica dos mitos; não se origina numa coleçção de ão de observaobservaçções ou na invenões ou na invençção de experimentos, ão de experimentos, mas sim na discussão crmas sim na discussão críítica dos mitos, das tica dos mitos, das ttéécnicas e prcnicas e prááticas mticas máágicas. A tradigicas. A tradiçção cientão cientíífica fica se distingue da tradise distingue da tradiçção prão préé--cientcientíífica por fica por apresentar dois estratos; como esta apresentar dois estratos; como esta úúltima, ela ltima, ela lega suas teorias, mas lega tamblega suas teorias, mas lega tambéém com elas, m com elas, uma atitude cruma atitude críítica com relatica com relaçção a essas teorias. ão a essas teorias. As teorias são transferidas não como dogmas As teorias são transferidas não como dogmas mas acompanhadas por um desafio para que mas acompanhadas por um desafio para que sejam discutidas e se posssejam discutidas e se possíível aperfeivel aperfeiççoadas.oadas. VIII VIII –– A relaA relaçção entre os problemas ão entre os problemas da induda induçção e da demarcaão e da demarcaççãoão 1) A indu1) A induçção ão -- isto isto éé, a inferência baseada em grande n, a inferência baseada em grande núúmero de mero de observaobservaçções ões -- éé um mito: não um mito: não éé um fato psicolum fato psicolóógico, um fato da gico, um fato da vida corrente ou um procedimento cientvida corrente ou um procedimento cientíífico.fico. 2) O m2) O méétodo real da ciência emprega conjecturas e salta para todo real da ciência emprega conjecturas e salta para conclusões genconclusões genééricas, ricas, ààs vezes depois de uma s vezes depois de uma úúnica observanica observaçção ão (conforme o demonstram (conforme o demonstram HumeHume e Born).e Born). 3) A observa3) A observaçção e a experimentaão e a experimentaçção repetidas funcionam na ciência ão repetidas funcionam na ciência como testes de nossas conjecturas ou hipcomo testes de nossas conjecturas ou hipóóteses teses -- isto isto éé, como , como tentativas de refutatentativas de refutaçção.ão. 4) A cren4) A crençça errônea na indua errônea na induçção ão éé fortalecida pela necessidade de fortalecida pela necessidade de termos um crittermos um critéério de demarcario de demarcaçção que ão que -- conforme aceito conforme aceito tradicionalmente, e equivocadamente tradicionalmente, e equivocadamente -- ssóó o mo méétodo indutivo todo indutivo poderia fornecer.poderia fornecer. 5) A concep5) A concepçção de tal mão de tal méétodo indutivo, como crittodo indutivo, como critéério de rio de verificabilidadeverificabilidade, implica uma demarca, implica uma demarcaçção defeituosa.ão defeituosa. 6) Se afirmarmos que a indu6) Se afirmarmos que a induçção nos leva a teorias provão nos leva a teorias provááveis (e não veis (e não certas) nada do que precede se altera fundamentalmente. certas) nada do que precede se altera fundamentalmente. IX IX –– O problema O problema llóógicogico da induda induçção ão e sua resolue sua resoluççãoão �� o problema lo problema lóógico da indugico da induçção se ão se origina:origina: �� (a) na descoberta de (a) na descoberta de HumeHume dede que que éé impossimpossíível justificar uma lei vel justificar uma lei pela observapela observaçção ou por meio de ão ou por meio de experiências, uma vez que ela experiências, uma vez que ela transcende sempre a experiência; transcende sempre a experiência; �� (b) no fato de que a ciência (b) no fato de que a ciência enuncia e usa leis todo o tempo; enuncia e usa leis todo o tempo; �� (c) o fato de que na ciência s(c) o fato de que na ciência sóó a a observaobservaçção e a experiência ão e a experiência podem decidir a respeito da podem decidir a respeito da aceitaaceitaçção ou rejeião ou rejeiçção das ão das afirmativas, inclusive das leis e afirmativas, inclusive das leis e teorias.teorias. �� O princO princíípio do empirismo pode pio do empirismo pode ser preservado de forma integral, ser preservado de forma integral, pois o destino de uma teoria pois o destino de uma teoria -- sua aceitasua aceitaçção ou rejeião ou rejeiçção ão -- éé decidido pela observadecidido pela observaçção e pela ão e pela experimentaexperimentaçção: pelo resultado ão: pelo resultado de testes. Enquanto uma teoria de testes. Enquanto uma teoria resiste aos testes mais rigorosos resiste aos testes mais rigorosos que podemos conceber, ela que podemos conceber, ela éé aceita; quando isso deixa de aceita; quando isso deixa de acontecer, ela acontecer, ela éé rejeitada. Mas a rejeitada. Mas a verdade verdade éé que as teorias nunca que as teorias nunca são inferidas diretamente da são inferidas diretamente da evidência empevidência empíírica. Não hrica. Não háá nem nem uma induuma induçção psicolão psicolóógica nem gica nem uma induuma induçção lão lóógica. gica. SSóó a a falsidade de uma teoria pode ser falsidade de uma teoria pode ser inferida da evidência empinferida da evidência empíírica, rica, inferência que inferência que éé puramente puramente dedutiva.dedutiva. X X –– A racionalidade do A racionalidade do procedimento cientprocedimento cientííficofico �� Como saltamos de uma Como saltamos de uma afirmativa derivada da afirmativa derivada da observaobservaçção para uma boa ão para uma boa teoria?teoria? �� A resposta seria: Saltando A resposta seria: Saltando primeiro para uma teoria primeiro para uma teoria qualquer ; depois, qualquer ; depois, testando essa teoria, para testando essa teoria, para ver se ela ver se ela éé boa ou mboa ou máá -- isto isto éé, aplicando , aplicando reiteradamente o mreiteradamente o méétodo todo crcríítico, de modo a eliminar tico, de modo a eliminar muitas teorias muitas teorias inadequadas e inventando inadequadas e inventando muitas teorias novas. Nem muitas teorias novas. Nem todos são capazes disso, todos são capazes disso, mas não hmas não háá outro meio.outro meio. �� por que razão por que razãoéé razorazoáável vel preferir afirmativas que preferir afirmativas que não foram refutadas a não foram refutadas a outras que puderam ser outras que puderam ser refutadas?refutadas? �� porque estamos sempre porque estamos sempre buscando a verdade buscando a verdade (embora nunca possamos (embora nunca possamos ter a certeza de havêter a certeza de havê--la la encontrado) e porque a encontrado) e porque a falsidade das teorias falsidade das teorias refutadas refutadas éé conhecida ou conhecida ou aceita, enquanto as teorias aceita, enquanto as teorias ainda não refutadas podem ainda não refutadas podem ser verdadeiras.ser verdadeiras. ““Graus de corroboraGraus de corroboraççãoão”” Toda afirmativa interessante Toda afirmativa interessante e poderosa tere poderosa teráá necessariamente uma necessariamente uma probabilidade reduzida probabilidade reduzida -- e e vicevice--versa. Assim, uma versa. Assim, uma afirmativa de alta afirmativa de alta probabilidade terprobabilidade teráá pouco pouco interesse cientinteresse cientíífico, porque fico, porque dirdiráá pouco, terpouco, teráá pouca pouca capacidade de explicacapacidade de explicaçção. ão. Embora procuremos teorias Embora procuremos teorias com um grau elevado de com um grau elevado de corroboracorroboraçção, como cientistas ão, como cientistas não estamos interessados em não estamos interessados em teorias de alta probabilidade, teorias de alta probabilidade, mas sim em explicamas sim em explicaçções; isto ões; isto éé: queremos teorias : queremos teorias poderosas e improvpoderosas e improvááveis.veis. Sobre conhecimento e ignorânciaSobre conhecimento e ignorância ““Os deuses não Os deuses não revelaram tudo aos revelaram tudo aos mortais desde o inmortais desde o iníício.cio. Mas no correr do tempo Mas no correr do tempo encontramos, encontramos, procurando, o procurando, o melhor.melhor.”” XenXenóófanesfanes
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