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HENRIQUE ALONSO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES.
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
DISCIPLINA: HISTÓRIA DA AMÉRICA II
DOCENTE: HENRIQUE ALONSO DE A. R. PEREIRA
DISCENTE: YULLY KARINE FÉLIX RESENDE
FICHAMENTO REFERENTE AO TEXTO: A IMAGEM DO OUTRO: A AMÉRICA LATINA VISTA EM CARICATURAS NOS ESTADOS UNIDOS.
 
NATAL, 2013.
Aliança para o Progresso
Na tentativa de garantir o estabelecimento de governos "plenamente democráticos" foi produzida uma carta de intenções que propunha uma série de melhorias na distribuição de renda na América Latina, como reforma agrária e o desenvolvimento econômico e social. Com exceção de Cuba, os demais países latino americanos se comprometeram com um programa de investimentos de 80 bilhões de dólares por 10 anos. Todas elas abordam o momento inicial da Aliança para o progresso, enfocado a relação entre os Estados Unidos e a América Latina. Este texto foi iniciado como um exercício de descrição e entendimento de caricaturas. E a maioria dos países não cumpriram com os acordos de investimentos.
Imagem e Caricatura
O trabalho com vários tipos de iconografia tem constituído uma reflexão difundida na sociedade contemporânea dentro da qual as imagens estão cada vez mais inseridas. Nessa direção, Ítalo Calvino afirma: "vivemos sob uma chuva ininterrupta de imagens; os media todo-poderosos não fazem outra coisa senão transformar o mundo em imagens, multiplicando-o numa fantasmagoria de jogos de espelhos". Dentro desse "mundo de imagens", o jornalismo incorporou a caricatura enquanto gênero que, segundo Nery, tem a capacidade de "transmitir uma opinião sobre temas que a própria mídia vem destacando e dando publicidade".
O Caminho a Seguir
Os gestores da Aliança para o Progresso procuraram enfatizar fortemente a necessidade de reformas sociais na tentativa de promover seus objetivos. O presidente Kennedy aparece indicando para a América Latina o caminho a seguir em direção ao "progresso".
A caricatura 1, intitulada Over the Andes, foi publicada em 1961 no jornal St, Louis Post-Dispath. Nela o então presidente norte-americano John Fitzgerald Kennedy dirige um enorme caminhão de carga que está entulhado de mercadorias. Na frente do caminhão, entre os dois faróis está escrito: Latin Aid. O Caminhão está atravessando um terreno extremamente adverso, cheio de pedras enormes. Numa das pedras está grafada a palavra feudalism.
A imagem de Kennedy na caricatura é a de um homem impassivo. A sua face na caricatura mostra alguém determinado a seguir adiante, mesmo em terreno tão cheio de obstáculos. Há um reforço do imaginário político do líder que, não temendo desafios, está disposto a seguir em frente e cumprir as tarefas que se fizerem necessárias para atingir seu objetivo.
O interesse primário de Kennedy era combater a "ameaça" comunista. Assim, embora a caricatura mostre apenas a imagem de Kennedy ajudador, a atuação de seu governo na história da América Latina mostrou-se também como a de um interventor que vinha, principalmente, para lutar contra o "mal" vermelho.
O caminhão demonstra a força tecnológica da potência americana pronta a enfrentar qualquer dificuldade. A parte de trás do caminhão aparece meio desconjuntada. Seus eixos estão sofrendo um tremendo desgaste. Mas o caminhão não mostra sinais de estar sequer avariado. Na imagem, a máquina americana, aquela dentro da qual está inserido seu presidente, é imbatível e supera qualquer impedimento. A demonstração de força é recorrente nos Estados Unidos.
Na imagem, a América Latina é, para usar como metáfora o conhecido poema de Carlos Drummond de Andrade, uma pedra no meio do caminho dos Estados Unidos. Na verdade, não apenas uma, Mas muitas pedras e bem grandes. É interessante observar que quando a América Latina se tornou "prioridade" para os Estados Unidos, este não teve maiores dificuldades me disponibilizar os recursos que se fizeram necessários na tentativa de atingir seus objetivos.
A imagem da caricatura 2 mostra um "presente" dentro de uma caixa que quase mata de susto quem a abriu. Publicada, como a primeira caricatura, no ano de criação da Aliança para o Progresso, 1964. Ela aparece no jornal Detroit News e é intitulada Jumping Jack.
Amedrontada, assustada, aterrorizada. Essa parece ser a imagem das elites latino-americanas diante dos Estados Unidos construída na caricatura. Há esforço do caricaturista em enquadrar essas elites como inferiores, subalternas e submissas diante de um feroz presidente.
Nessa construção imagética há desdobramentos que procuram legitimar a necessidade da interferência dos Estados Unidos na América Latina. A história da relação de ambos no século XX recheada de intervenções norte-americanas, armadas ou não, no continente latino.
A reprimenda do Kennedy que aparece na caricatura clama por reformas sociais. Mas que reformas são essas? Os anos 1960 são carregados da ideia de necessidade de reformas. Grupos políticos diversos anunciam tal necessidade. No Brasil, o governo João Goulart criou um programa que ficou conhecido como as Reformas de Base. Não são essas, entretanto, as propostas de Kennedy. E sim, um modelo capitalista liberal onde o desenvolvimento deve ser implementado através do crescimento do livre mercado e da livre iniciativa, e da concomitante diminuição da presença estatal na economia.
A figura austera do presidente norte-americano nesta imagem contrasta com aquela outra da caricatura anterior. Se antes Kennedy era impassivo e fleumático no cumprimento de sua missão, agora ele é agitado e sanguíneo para fazer valer seus objetivos. John Kennedy não apenas aponta o "erro" com o dedo na cara do latino, como também ameaça-o com o punho cerrado que parece pronto a desferir um golpe. Diferente da primeira caricatura, o presidente fala. Na verdade, ele parece gritar energicamente para que o latino entenda bem sua mensagem que soa como ordem a ser comprida.

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