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CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA Campus Buritis MECÂNICA APLICADA Prof. Thiago Querino, Msc Elementos constitutivos de um parafuso Tipos de Rosca Rosca métrica: fórmulas e dimensões básicas O parafuso de rosca helicoidal é uma invenção mecânica extremamente importante. É a base para os parafusos de potência (fusos por exemplo) e para fixadores rosqueados, essenciais em uniões não permanentes. Em um parafuso, a rosca é o plano inclinado espiralmente montado. A força tensora é o peso, que causa pressão nos sólidos em contato. Forças adicionais de fricção são geradas pela força tensora na superfície de apoio da cabeça ou da porca. Não existindo movimento no sistema representado abaixo, este permanecerá conectado através da força desenvolvida pelo parafuso infinitamente. Classificação quanto : Ao tipo de cabeça Ao tipo de rosca A classe de resistência Ao comprimento roscado A posição da rosca Ao sentido da rosca O passo é a distância entre formas adjacentes de rosca medidas paralelamente ao eixo da rosca. O diâmetro maior é o maior diâmetro de uma rosca de parafuso. O diâmetro menor é o menor diâmetro de uma rosca de parafuso. Rosca Perfil Triangular As roscas de perfil triangular são fabricadas segundo três sistemas normalizados: o sistema métrico ou internacional (ISO); o sistema inglês ou whitworth; o sistema americano. No sistema métrico, as medidas das roscas são determinadas em milímetros.Os filetes têm forma triangular, ângulo de 60º, crista plana e raiz arredondada. Rosca Métrica Triangular Tipos de Rosca Designaçãoda Rosca Passo M1 0,25mm M5 0,8mm M8 1,25mm M10 1,5mm M12 1,75mm M16 2mm M20 2,5mm Tipos de Rosca No sistema whitworth, as medidas são dadas em polegadas. Nesse sistema, o filete tem a forma triangular, ângulo de 55º, crista e raiz arredondadas. Tipos de Rosca Designaçãoda Rosca BSW Nº de fios por polegadas 1/16 60 1/8 40 1/4 20 3/8 16 1/2 12 1 8 1 1/4 7 Tipos de Rosca Sistema americano, as medidas são expressas em polegadas. O filete tem a forma triangular, ângulo de 60º, crista plana e raiz arredondada. Tipos de Rosca Designaçãoda Rosca NC Nº de fios por polegadas 1/16 60 1/8 40 1/4 20 3/8 16 1/2 12 1 8 1 1/4 7 Observações Nos três sistemas, as roscas são fabricadas em dois padrões: normal e fina. No sistema whitworth, a rosca normal é caracterizada pela sigla BSW e a rosca fina é caracterizada pela sigla BSF . No sistema americano, a rosca normal é caracterizada pela sigla NC e a rosca fina pela sigla NF. Parafusos Passantes Parafusos Não Passantes Ao unir peças com parafusos, deve-se levar em consideração quatro fatores: - Profundidade do furo broqueado; - Profundidade do furo roscado; - Comprimento útil de penetração do parafuso; d. - diâmetro da rosca d1. - Diâmetro do furo passante. Material Profundidade do furo broqueado A Profundidade da parteroscada B Comprimento de penetração do parafuso C Diâmetro do furo passante d1 Aço 2 d 1,5 d 1 d 1,06 d Ferro fundido 2,5 d 2 d 1,5 d Bronze, latão 2,5 d 2 d 1,5 d Alumínio 3 d 2,5 d 2 d Tabela de Fatores Exemplo Duas peças de alumínio devem ser unidas com um parafuso de 6 mm de diâmetro. Qual deve ser a profundidade do furo broqueado? Qual deve ser a profundidade do furo roscado? Quanto o parafuso deverá penetrar? Qual é o diâmetro do furo passante? PARAFUSO DE CABEÇA SEXTAVADA b Aplicação Em geral, esse tipo de parafuso é utilizado em uniões em que se necessita de um forte aperto da chave de boca ou estria. Esse parafuso pode ser usado com ou sem porca. Quando usado sem porca, o rosqueamento é feito na peça. PARAFUSO CABEÇA CILÍNDRICA COM SEXTAVADO INTERNO (ALLEN) Aplicação Este tipo de parafuso é utilizado em uniões que exigem um bom aperto, em locais onde o manuseio de ferramentas é difícil devido à falta de espaço. Esses parafusos são fabricados em aço e tratados termicamente para aumentar sua resistência à torção. Geralmente, este tipo de parafuso é alojado em um furo cujas proporções estão indicadas na tabela à seguir. PARAFUSO SEM CABEÇA COM SEXTAVADO INTERNO Aplicação Em geral, esse tipo de parafuso é utilizado para travar elementos de máquinas. Por ser um elemento utilizado para travar elementos de máquinas, esses parafusos são fabricados com diversos tipos de pontas, de acordo com sua utilização. PARAFUSO DE CABEÇA ESCAREADA CHATA COM FENDA Aplicação Esse tipo de parafuso é muito empregado em montagens que não sofrem grandes esforços e onde a cabeça do parafuso não pode exceder a superfície da peça. PARAFUSO DE CABEÇA REDONDA COM FENDA Aplicação Esse tipo de parafuso é também muito empregado em montagens que não sofrem grandes esforços. Possibilita melhor acabamento na superfície. PARAFUSO DE CABEÇA CILÍNDRICA BOLEADA COM FENDA Aplicação São utilizados na fixação de elementos nos quais existe a possibilidade de se fazer um encaixe profundo para a cabeça do parafuso, e a necessidade de um bom acabamento na superfície dos componentes. É um parafuso cuja cabeça é mais resistente do que as outras de sua classe. PARAFUSO DE CABEÇA ESCAREADA BOLEADA COM FENDA Aplicação São geralmente utilizados na união de elementos cujas espessuras sejam finas e quando é necessário que a cabeça do parafuso fique embutida no elemento. Permitem um bom acabamento na superfície. PARAFUSOS COM ROSCA SOBERBA (PARA MADEIRA) PORCAS E ARRUELAS/ ESFORÇOS ENVOLVIDOS EM LIGAÇÕES PARAFUSADAS Porca é uma peça de forma prismática ou cilíndrica geralmente metálica, com um furo roscado no qual se encaixa um parafuso, ou uma barra roscada. Em conjunto com um parafuso, a porca é um acessório amplamente utilizado na união de peças. A parte externa tem vários formatos para atender a diversos tipos de aplicação. TIPOS DE PORCA – Mais comuns TIPOS DE PORCA – Aperto manual TIPOS DE PORCA – Acabamento TIPOS DE PORCA – Ajuste Axial TIPOS DE PORCA – Com travamento As arruelas têm a função de distribuir igualmente a força de aperto entre a porca, o parafuso e as partes montadas. Em algumas situações, também funcionam como elementos de trava. Além de distribuir igualmente o aperto, a arruela lisa tem, também, a função de melhorar os aspectos do conjunto. A arruela lisa por não ter elemento de trava, é utilizada em órgãos de máquinas que sofrem pequenas vibrações A arruela de pressão é utilizada na montagem de conjuntos mecânicos, submetidos a grandes esforços e grandes vibrações. Funciona também como elemento de trava. Também é muito empregada em equipamentos que sofrem variação de temperatura A arruela dentada é muito empregada em equipamentos sujeitos a grandes vibrações, mas com pequenos esforços, como, eletrodomésticos, painéis automotivos, equipamentos de refrigeração etc. A arruela serrilhada tem, basicamente, as mesmas funções da arruela dentada. Apenas suporta esforços um pouco maiores. A arruela de travamento com orelha é usada dobrando-se a orelha sobre um canto vivo da peça. Em seguida, dobra-se uma aba da orelha envolvendo um dos lados chanfrado do conjunto porca/parafuso. O dimensionamento de parafusos pode ser dividido nos seguintes casos: Parafuso solicitados á tração: – sem carga inicial de aperto; – com carga inicial de aperto. Parafusos solicitados ao cisalhamento Cuidados ao dimensionar parafusos: Desconhecimento das cargas externas atuantes Aperto incorreto do parafuso Cisalhamento em parafusos pequenos Falta de aperto em parafusos grandes Aperto não uniforme em uniões com vários parafusos Parafusos solicitados à tração sem carga inicial Parafusos solicitados à tração com carga inicial Fe – Carga externa Fi – Carga inicial devido á torque na junta σi – Tensão Inicial An – Área Nominal A tens˜ao inicial calculada para um parafuso de pequeno diˆametro pode chegar acima tens˜ao de ruptura do material sendo este um a¸co de baixo teor de carbono. Isto explica porque ´e f´acil romper um parafuso pequeno 54 Parafusos solicitados à tração com carga inicial Prática de Engenharia Mi – Torque Inicial d – diâmetro nominal da rosca Fi – Carga inicial devido á torque na junta k – constante que varia de 0,18 (rosca lubrificada) a 0,3 (rosca com acabamento em bruto) Verifica-se que para um mesmo torque de aperto os valores da força de aperto dependerão diretamente dos valores relevados para o fator k. A tens˜ao inicial calculada para um parafuso de pequeno diˆametro pode chegar acima tens˜ao de ruptura do material sendo este um a¸co de baixo teor de carbono. Isto explica porque ´e f´acil romper um parafuso pequeno 55 Para rosca Whitworth conforme DIN 946 Dimensionamento para carregamento estático σt – Tensão tração atuante σt – Tensão tração admissível An – Área Nominal A tens˜ao inicial calculada para um parafuso de pequeno diˆametro pode chegar acima tens˜ao de ruptura do material sendo este um a¸co de baixo teor de carbono. Isto explica porque ´e f´acil romper um parafuso pequeno 57 Dimensionamento de Parafusos (desprezando atrito) Falhas em parafusos por fadiga A tens˜ao inicial calculada para um parafuso de pequeno diˆametro pode chegar acima tens˜ao de ruptura do material sendo este um a¸co de baixo teor de carbono. Isto explica porque ´e f´acil romper um parafuso pequeno 59 Falhas em parafusos por fadiga A tens˜ao inicial calculada para um parafuso de pequeno diˆametro pode chegar acima tens˜ao de ruptura do material sendo este um a¸co de baixo teor de carbono. Isto explica porque ´e f´acil romper um parafuso pequeno 60 Falhas em parafusos por fadiga Quanto mais dúctil for o parafuso, maior será sua capacidade de absorção de energia e de resistência a impactos. Parafusos com boa ductilidade podem ser apertados até a zona plástica, momento este em que se obtém a maior resistência do fixador , ou seja, apertados até alongarem sem perder suas propriedades. A tens˜ao inicial calculada para um parafuso de pequeno diˆametro pode chegar acima tens˜ao de ruptura do material sendo este um a¸co de baixo teor de carbono. Isto explica porque ´e f´acil romper um parafuso pequeno 61 http://www.boltscience.com/pages/Failure%20Modes.swf Os parafusos são divididos em classes que determinam qual a sua resistência. Essa especificação vem estampada na cabeçado parafuso. O primeiro número multiplicado por 10, diz o limite de resistência à tração do parafuso, e o segundo multiplicado pelo primeiro número o limite de escoamento. MÉTODOS DE APERTO/CONTROLE DE TORQUE TORQUE IMPOSTO É a soma do torque necessário a vencer o atrito entre os filetes e aquele necessário para vencer o atrito entre a porca ou a cabeça do parafuso e a superfície de apoio. TORQUE IMPOSTO A partir de experimentos, para uma certa fixação, o coeficiente de atrito pode variar em um intervalo bastante amplo em função de: Dispersão da rugosidade superficial das partes; Qualidade do revestimento; Presença de substâncias oleosas; Dispersão de ortogonalidade entre o eixo da porca e as superfícies de apoio; Dispersão de paralelismo das superfícies de contato; Dispersão das folgas entre filetes. TORQUE IMPOSTO O método de aperto por Torque Imposto prevê uma certa tolerância sobre o valor nominal do torque de aperto a aplicar, definido a partir da classe de aperto, que por sua vez, deve ser avaliada caso a caso em função da criticidade encontrada. As tolerâncias sobre o torque de aperto são definidas em normas específicas a seguir se mostra um resumo na tabela a seguir. TORQUE IMPOSTO O método de aperto por Torque Imposto comporta então uma dispersão da força de fechamento que se deve ser levada em conta no projeto da fixação. O valor mínimo da Força de Fechamento Fornecida pelo processo deverá ser superior a Força de Fechamento Mínima Calculada. Os elementos que constituem a fixação ou junta aparafusada deverão ser dimensionados em função da Força de Fechamento Máxima obtida do processo. Para as classes de aperto A e B e torques tendencialmente baixos (ordem de grandeza: inferior a 20 Nm) faz-se necessário verificar a existência de meios de aperto idôneos através de contato com o pessoal de Tecnologia. TORQUE IMPOSTO C/CONTROLE DE ÂNGULO Com este método de aparafusamento existe a possibilidade de evitar as condições de variabilidade extrema do coeficiente de atrito Coeficientes de atrito muito elevado, causado por engripamento, filetes ausentes, incompletos ou outros motivos que levarão a uma força de aperto muito baixa, inferior a mínima exigida. Coeficientes de atrito muito baixo (por exemplo, presença de lubrificante) que levarão a forças de aperto muito altas de modo a comprometer a funcionalidade dos elementos constituintes da junta aparafusada. TORQUE IMPOSTO C/CONTROLE DE ÂNGULO Conhecido o Torque Nominal de Fechamento com as relativas tolerância e as forças de fechamento mínimas e máximas permitidas, devemos realizar as provas experimentais sobre peças definitivas e com a ferramenta de aperto utilizada em produção para individualizar o Valor de Pré-Torque e os Ângulos de Aperto Mínimo e Máximo Este método prevê uma primeira fase com torque imposto na qual aproxima as partes e promove seu contato íntimo (assentamento), e uma segunda fase com ângulo imposto, no qual se encerra o aparafusamento ao atingir um ângulo pré-determinado medido a partir da superação do valor de pré-torque. MÉTODOS DE CONTROLE DE TORQUE São mostrados os métodos permitidos para a medição do torque efetivamente presente em um acoplamento filetado, novo ou já solicitado. É bom ressaltar que as medições permitem obter, obviamente, informações somente sobre os torques presentes nas juntas no momento da medição MÉTODOS DE CONTROLE DE TORQUE Os métodos permitidos são classificados como segue: No instante do Aperto Método I Em acoplamentos já aparafusados Método A Método B (não mais utilizado) Método C MÉTODOS DE CONTROLE DE TORQUE Método I - No instante do Aperto É necessário o acesso e a possibilidade de instrumentar o equipamento de aperto durante a operação de aparafusamento. A medição se efetua aplicando um transdutor de torque e, se previsto para o tipo de equipamento de aperto, um transdutor de ângulo, registrando o torque e se previsto o ângulo. MÉTODOS DE CONTROLE DE TORQUE A medição é efetuada com chave dinamométrica a leitura direta, analógica ou digital, dotada de memorização de pico e tendo precisão maior ou igual a 3%, ou com transdutor de torque com precisão maior ou igual a ± 1%. MÉTODOS DE CONTROLE DE TORQUE Método A: Se adota para realização de medidas em juntas aparafusadas novas e limpas. O torque é medido no instante no qual se inicia o movimento de rotação no sentido de aperto da junta aparafusada. MÉTODOS DE CONTROLE DE TORQUE Método C: Se adota em alternativa ao método A, seja para controlar as juntas aparafusadas já incrustadas pela oxidação, pintura, sujeira, etc. A junta aparafusada é desapertada e então novamente apertada na posição inicial que deve portanto ser previamente marcada com um traço de referência. O torque deve ser medido no instante no qual a junta aparafusada retorna a sua posição inicial (traço de referência inicial) MÉTODOS DE CONTROLE DE TORQUE http://www.clubedaeletronica.com.br/Anima/A_mecanica/08%20Torquimetro.swf MÉTODOS DE CONTROLE DE TORQUE http://www.clubedaeletronica.com.br/Anima/A_mecanica/08%20Torquimetro.swf Referências Bibliográficas COLLINS, J. A. Projeto mecânico de elementos de máquinas: uma perspectiva de prevenção de falha. Rio de Janeiro: LTC, 2006. xx, 740 p. ISBN 8521614756. CRUZ, J..R.S – Notas de Aula Elementos de Máquinas 2008 IFSC JÚNIOR H.N – Notas de Aula Elementos de Fixação 2009 Puc Minas PROVENZA, F. Projetista de máquinas. São Paulo: Ed. F. Provenza, [1960]. várias paginações ULRICH et al. Manual da Tecnologia MetalMecânica Ed.Blucher 3°ed. 2012
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