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AULA 1.1_Equipamentos cirurgicos

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EQUIPAMENTOS E A MONITORIZAÇÃO DO 
PACIENTE EM CENTRO CIRURGICO 
 
 
Prof. Erika Boller 
 
SDE 0077 
ENSINO CLINICO V 
TEÓRICO-CIRÚRGICO 
 A Monitorização do paciente crítico 
serve para guiar as condutas 
terapêuticas e facilitar a interpretação do 
estado do paciente por meio de leitura 
da medidas. Utilize os recursos com 
cautela: “Trate o paciente e não o 
monitor”. 
3.0 EQUIPAMENTOS E A MONITORIZAÇÃO 
DO PACIENTE EM CENTRO CIRURGICO 
 
 
a) Monitor cardíaco 
 É um equipamento eletrônico, que 
permite visão constante do ECG do paciente, 
observando continuamente a atividade elétrica 
do coração detectando qualquer distúrbio e 
ritmo. 
 Este estimulo elétrico é conduzido até a 
superfície do corpo sendo detectado através 
de eletrodos fixados a pele. 
 Analisando-se as ondas pode-se identificar 
qualquer distúrbio na freqüência, ritmo ou 
condução cardíaca. 
Á Enfermagem cabe observar no 
Monitor cardíaco 
Possíveis arritmias que o 
paciente possa vir apresentar; 
Correta disposição dos 
eletrodos; 
Possíveis interferências que 
podem surgir; 
Manter alarmes sempre 
ligados e adequado aos 
parâmetros do paciente. 
Monitor modular máximo 
 Tela colorida de 15", com alta 
resolução; 
 8 canais de curva de onda com cor 
selecionável; 
 Unidade básica para 6 módulos; 
 Módulos Disponíveis ECG com 7 
derivações e Respiração; 
 Oxímetro de pulso (SpO2); 
 Pressão Arterial Não Invasiva 
(PANI); 
 Pressão Invasiva (1 ou 2 canais); 
 Capnografia (ETCO2, Resp., O2, 
MinCO2). 
 Débito cardíaco com 2 canais de 
temperatura; 
 
c) Oximetria de pulso 
 É a modalidade mais presente de 
monitorização não-invasiva na prática 
clínica. A saturação de oxigênio é definido 
como à porção de hemoglobina no sangue 
capaz de combinar-se reversivelmente com 
o oxigênio. A oximetria de pulso é realizada 
através de um foco de luz vermelha e 
infravermelha, que é dirigido de um diodo 
emissor de luz a um fotorreceptor, a partir 
de um leito pulsátil. A absorção da luz na 
sístole cardíaca é determinada 
preponderamente pelo sangue arterial nos 
tecidos. 
 O equipamento indica a saturação de oxigênio 
e freqüência de pulso; possui barra gráfica 
indicadora de nível de sinal; alarmes pré-
configuráveis; bateria recarregável. 
 
Situações que podem interferir no 
oxímetro de pulso 
 Posicionamento incorreto do sensor; 
 Presença de esmaltes e extremidades frias. 
Enfermagem: observar 
na Oximetria de pulso 
 
a
) 
 
Posicioname
nto correto 
do oxímetro; 
b
) 
 
 
Queda da 
saturação; 
c
) 
 
 
Locais 
indicados 
para a 
mensuração 
da 
Oximetria. 
Oximetro portátil com 
alarmes e indicador 
luminoso (LED) 
 
 Portátil, com alça de transporte; 
 Indicação de saturação de 02 e freqüência 
de pulso; 
 Barra gráfica indicadora de nível de sinal; 
 Alarmes pré-configuráveis; 
 Bateria recarregável. 
d) Capnógrafo 
 É um recurso não-invasivo, valioso 
indicador de função respiratória o qual 
registra o CO2 expirado final (ETCO2). 
Aumenta a segurança do ato cirúrgico e 
detecta problemas como intubação seletiva, 
desconexão do ventilador, embolia pulmonar, 
hipertermia, entre outros. 
Capnógrafo 
 Equipamento utilizado para captar a 
saída do gás carbônico (CO2) que ocorre a 
cada expiração do ar de nossos pulmões. 
O equipamento capta o CO2 pois é 
interposto entre o tubo ventilatório do 
paciente e o ventilador mecânico. 
e) Bombas de infusão 
 Dispositivo 
eletrônico de controle 
do fluxo de infusão 
projetados para 
exercer uma força 
para administrar 
fluídos com um fluxo 
preciso. 
Bomba de infusão 
 Quando utilizadas apropria-
damente, são consideradas 
uma tecnologia confiável e 
segura para a efetividade da 
Terapia Intra Venosa. Existem 
vários tipos de BI e estas 
oferecem vários tipos de 
programações, e dispositivos 
para a detecção de 
complicações. 
Bombas de Infusão 
 Dispositivo eletrônico para 
o controle do fluxo de infusão 
de soluções I.V. São vários os 
modelos, o enfermeiro deve 
selecionar o tipo mais adequado 
para as características de sua 
clientela. Algumas BI possuem 
programações para uso adulto e 
pediátrico, possibilitando infu-
são de microfluxo a partir de 
0,1 mL/h. 
Bomba de infusão e alarme 
Embora existam diferentes 
dispositivos de infusão, todos 
utilizam alguma forma de 
pressão para a adminis-
tração precisa de medicações 
e fluídos. Podem ser bombas 
de pressão positiva ou 
positiva variável. 
Alarme de oclusão - soa 
quando a resistência no 
sistema esta aumentada, 
deve-se investigar vários 
fatores. 
DESFIBRILADOR 
 Portátil e de fácil operação com 8 teclas sensíveis 
a toque para a seleção das 16 energias de 
desfibrilação, com indicação luminosa; 
 Escala para desfibrilação interna e externa, adulto 
e infantil; 
 Teste de funcionamento de pás, incorporado 
através de placas de contato aparente, com 
indicação luminosa; 
 Possibilidade de uso de pás internas e externas, 
adulto e infantil, com seleção automática de 
escala de energia; 
 Bateria recarregável com capacidade de 50 
disparos em 360 J. 
EQUIPAMENTOS DE 
VIDEOCIRURGIA 
 Os instrumentos 
laparoscópicos podem ser 
divididos em: trocartes e 
cânulas e agulhas, 
dissectores, pinças de 
preensão e tesouras, porta-
gulhas, grampeador e 
outros instrumentos. 
 
UNIDADE DE BISTURI ELÉTRICO 
 O bisturi elétrico é um 
aparelho eletrônico que tem a 
propriedade de transformar a 
corrente elétrica alternada 
comum em corrente elétrica 
de alta freqüência, mas que, 
apesar da intensidade, não 
ocasiona alterações orgânicas 
nem excitação nervosa. 
As Unidades Eletrocirúrgicas 
A Técnica Monopolar A Técnica Bipolar 
As Unidades Eletrocirúrgicas 
 Os Efeitos Eletrocirúrgicos 
Dissecação 
Fulguração 
Corte 
 
 
 
As Unidades Eletrocirúrgicas 
 Os efeitos 
eletrocirúrgicos depen-
dem de fatores como : 
 Tipo do eletrodo; 
 Modo de saída; 
 Técnica cirúrgica. 
 
Acessórios 
Eletrodos ativos 
 
Acessórios 
Eletrodos Passivos 
Acessórios 
Eletrodos 
Pedais 
Bisturi elétrico 
instalado no paciente 
 Este aparelho é utilizado com a finalidade 
de promover a eletrocoagulação e a 
eletrodissecção. A eletrocoagulação consiste 
na oclusão dos vasos sanguíneos e linfáticos, 
através da solidificação das substâncias ou 
retração dos tecidos. A eletrodissecção 
consiste na secção dos tecidos e isto é feito 
através da dissolução da estrutura molecular 
celular dos tecidos, havendo desidratação e 
fusão dessas células próximas ao eletrodo 
positivo. 
Cuidados quanto ao funcionamento do aparelho 
de eletrocirurgia e cuidados com o paciente 
 Os cuidados que devem ser observados pelo 
enfermeiro de SO quanto ao funcionamento do 
aparelho e cuidados com o paciente são dados a 
seguir: 
 Observar as instruções sobre o manejo do 
aparelho. 
 Conhecer os objetivos, funcionamento e manejo 
da unidade. 
 Inspecionar se todo o material está em boas 
condições, se não há partes de fio elétrico 
expostas, se as conexões e tomadas elétricas 
estão em ordem. 
 Verificar se a voltagem da corrente elétrica do 
interruptor da SO corresponde a do aparelho. 
 Selecionar o local apropriado e colocar a placa 
inativa de modo a proporcionar boa área de 
contato, antes de a equipe cirúrgica iniciar o 
preparo da área operatória. 
 Evitar o contato do paciente com outras partes 
metálicas da mesa ou de acessórios, forrando 
bem estes locais com campos ou coxins e 
revisando-os após o pacienteser colocado em 
posição especial para a cirurgia proposta. 
 Aproximar o pedal da Unidade para perto do 
cirurgião; 
 Receber do instrumentador a ponta do bisturi, 
ESTÉRIL, e ligá-la ao aparelho; 
 Evitar o umedecimento da placa inativa e de 
campos cirúrgicos por agentes anti-sépticos, que 
poderão tornar-se condutores de eletricidade. 
 Manter a intensidade da coagulação e da 
dissecção entre 40 - 50; estar atento às 
solicitações de aumento ou diminuição de 
intensidade. 
 Observar continuamente o funcionamento do 
aparelho e qualquer reação anômala no 
paciente ou na equipe: os sistemas de alarme 
(luz vermelha campainha) denunciam 
interrupções de conexões do aparelho que 
deverão ser revistas e ajustadas. 
 Terminada a cirurgia, desligar o aparelho, sem 
puxar os fios, e retirar os acessórios. Guardá-
los adequadamente em seu devido lugar. 
 Elaborar um plano de controle periódico para 
todas as peças do equipamento, com o 
auxílio do responsável pela segurança elétrica 
do hospital. 
 Desenvolver, com o auxílio de pessoal 
especializado, programas de atualização e 
educação em serviço para os funcionários da 
SO, sobre o uso, manejo e manutenção da 
Unidade de Eletrocirurgia, bem como de 
todos os demais aparelhos usados na SO. 
Baixa potência - abaixo de 30W 
 
 Neurocirurgia (tanto bipolar como 
monopolar); 
 Esterilização laparoscópica (tanto 
bipolar como monopolar); 
 Vasectomias; 
 Dermatologia; 
 Cirurgia oral; 
 Cirurgia plástica. 
Potência média - coagulação 30W 
a 70W, corte 30W a 150W 
 
  Cirurgia geral; 
 Laparotomias; 
 Cirurgias de cabeça e pescoço; 
 Cirurgias ortopédicas de grande porte; 
 Cirurgias vasculares de grande porte; 
 Cirurgia torácica de rotina; 
 Polipectomia. 
 
 
Alta potência - coagulação acima de 
70W, corte acima de 150W 
 
 Cirurgia de retirada de câncer, 
mastectomias, etc. (corte 180W a 200W, 
coagulação 70 a 75W); 
 
 Toracotomias (fulguração pesada, 70W 
a 75W). 
 
As Unidades Eletrocirúrgicas 
Sistema Aterrado Sistema Isolado 
Os Riscos Eletrocirúrgicos 
 Choques; 
 Queimaduras ; 
 Fumaça cirúrgica; 
 Incêndios; 
 Interferência eletro-
magnética em outros 
equipamentos. 
 
Os Riscos Eletrocirúrgicos 
Fatores de riscos associados às 
unidades eletrocirúrgicas: 
◦ Mau funcionamento do equipamento 
(operacional); 
◦ Mau funcionamento do equipamento (falta de 
manutenção e/ou calibração adequada); 
◦ Mau uso do equipamento (desconhecimento do 
usuário); 
◦ Desatenção do usuário. 
 
ASPIRADOR 
 É o aparelho cujo 
funcionamento processa-se por 
meio de eletricidade ou através 
de vácuo-pressão. Tem por 
finalidade aspirar secreções da 
orofaringe no momento da 
entubação, e extubação do 
paciente e secreções da cavidade 
durante o ato operatório. 
 Este aparelho é composto de 
motor elétrico ou equivalente 
para vácuo-pressão, frasco 
coletor, dispositivo de conexão e 
ponta. 
Foco central 
 É um equipamento fixo e 
indispensável da sala de cirurgia. 
Tem por objetivo iluminar o 
campo operatório. Terá que ser 
testado antes da cirurgia. 
n) OUTROS MATERIAIS E EQUIPAMENTOS 
NECESSÁRIOS A CIRURGIA 
 a) Aparelho de anestesia, 
vulgarmente chamado de 
carrinho, dispõem de fluxômetros 
para quantificar os volumes de 
gases, vaporizadores para 
administração de anestésicos 
voláteis, sistema de respiração 
para veicular a mistura oxigênio 
anestésica ao paciente. Esse 
sistema inclui a bolsa de 
reservatório de gases (balão), 
traquéias com ramo inspiratório e 
expiratório, máscara de 
adaptação à face e absorvedor de 
gás carbônico (cal sodada). 
Carros de anestesia 
 b)Vaporizador, 
pode estar disponível 
em separado do 
aparelho. Vaporiza o 
anestésico volátil com 
oxigênio na concen-
tração indicada no 
dial. Observar que 
alguns são específicos 
para determinados 
anestésicos. 
 c) Ventiladores mecânicos, para controlar a 
respiração durante a anestesia, sendo determinado à 
freqüência e o volume para cada paciente. 
 d) Laringoscópio, para visualização da laringe nos 
procedimentos de entubação traqueal. Composto de 
um cabo contendo pilhas e lâminas intercambiáveis 
retas ou curvas. 
 e) Sondas traqueais possibilitam a ventilação 
pulmonar livre de obstruções e secreções. Podem ser 
de borracha ou plástico, com ou sem balonete (cuff). 
São numeradas de acordo com a circunferência ou 
diâmetro interno. Para cirurgia de cabeça e pescoço 
dispõe-se de sonda com espiral de arame embutido 
que impede obstrução por dobra da sonda. 
Outros 
f) Bandeja de seringas, para 
diluição e administração de 
drogas. No mínimo de cinco 
unidades com volumes variados. 
g) Acessórios, conexões, guias, 
pinça de Magil, cânula orofaríngea 
de Guedel, lubrificante de sonda, 
seringa para “cuff”, gazes, 
esparadrapo, aspirador. 
 
 
 
 
3.1 RECOMENDAÇÕES PARA AQUISIÇÃO DE 
EQUIPAMENTOS E ARTIGOS NO CENTRO 
CIRURGICO 
 
 O enfermeiro deve fazer parte de 
comissões institucionais que interfiram 
na dinâmica do CC, particularmente 
naquelas que se relacionam com a 
aquisição de novos equipamentos. 
 
3.1.1 RECOMENDAÇÕES 
  avaliar a real necessidade do produto, seja pela equipe 
medica ou de enfermagem; 
 identificar com os usuários quais são as características 
desejáveis do equipamento, bem como os acessórios 
necessários; 
 avaliar requisitos legais conforme preconização da ANVISA; 
 requisitos de segurança e eficácia, são regidos pela RDC n. 
260, de 2002; 
 efetuar buscar no mercado de trabalho e solicitar fabricante 
para apresentação e esclarecimento de duvidas; 
 analisar os equipamentos, acessórios e insumos associados; 
 verificar se o setor este adequadamente preparado para 
receber a tecnologia adquirida; 
 
 verificar com o fabricante, as recomendações para limpeza 
e desinfecção do equipamento; 
 atentar para que os cabos elétricos de novos 
equipamentos sejam suficientemente longos para atingir 
as distancias compatíveis com as salas de cirurgia; 
 verificar se o equipamento possui dispositivo de segurança 
com alarme, que permite o usuário interromper a 
utilização quando houver risco potencial para a saúde do 
paciente ou dos trabalhadores; 
 verificar se os equipamentos possuem sistema de bateria 
que garanta o funcionamento, por um período de 
segurança em caso de falta de energia elétrica; 
 desenvolver mecanismos de avaliação sistemática e 
documentada referente á qualidade dos equipamentos, 
acessórios e insumos. 
 
 
3.2 RECOMENDAÇÃOES PARA A 
UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS 
CIRURGICOS 
 3.2.1 Recomendações gerais 
 elaborar um programa de manutenção 
preventiva e corretiva com a engenharia clinica; 
 desenvolver mecanismos de acompanhamento 
sistemático do desempenho de equipamentos 
acessórios e insumos; 
 os equipamentos devem ser manipulados apenas 
por pessoal habilitado; para os equipamentos que 
requerem acoplamento de torpedos de gases, há 
a necessidade de dispor de local apropriado; 
 
 realizar o transporte de equipamentos com 
bastante cuidado; 
 manter equipamentos secos durante a utilização 
dos mesmos; 
 não utilizar aparelhos celulares nas salas de 
cirurgia, pois estes podem acarretar interferência 
eletromagnética com monitores; 
 adotar cuidados com a limpeza e desinfecção do 
equipamento de forma a manter o Maximo de vida 
útil deste; 
 limpar e desinfetar equipamentos e acessórios 
utilizando métodos e produtos de acordo com as 
recomendações do CCIH; 
 
 efetuar a limpeza, somente após ter 
desconectado o equipamento da rede elétrica; 
 não utilizar produtos abrasivospara a limpeza 
de equipamentos e acessórios; 
 no caso de erro inadvertido ter sido cometido 
no processo de limpeza ou desinfecção é 
recomendável encaminhar o equipamento para 
o serviço de engenharia biomédica para 
assegurar que não houve dano significativo nos 
seus componentes. 
 
Referencias 
 
 www.riscosbiologicos.org 
 FONSECA, Rosa Maria. Direção geral da 
SOBECC (Sociedade Brasileira de 
Enfermeiros em Centro Cirúrgico). 3. ed. São 
Paulo: SMC Comunicações, 2005. 
 GUIMARÃES, Caren Mello. Conceitos básicos 
de Urgências e Emergências. Curso de 
Enfermagem. Ulbra Gravataí. S/d 
 PAARA, O. M; SAAD, W. A. Instrumentação 
Cirúrgica. 3ª ed. São Paulo: Atheneu, 2005.

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