Buscar

AULA_3_SAEP

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ - SC
ENSINO CLINICO V TEÓRICO-CIRÚRGICO 
ENSINO CLÍNICO V PRÁTICO 
Prof.ª MSc.Erika Boller
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PERIOPERATÓRIA (SAEP)
1. Conceito: é a realização da prática de enfermagem de modo sistemático (organizado e planejado), com o objetivo de formular princípios, que quando aplicados às atividades de enfermagem, possam ser efetivos na ajuda ao paciente e na melhoria da assistência de enfermagem a este paciente.
Cabe ao enfermeiro, com exclusividade, a implantação, a execução me a avaliação do processo de Enfermagem, composto pelas seguintes etapas: consulta de enfermagem; histórico de enfermagem (realização da anamnese), exame físico, diagnóstico de enfermagem, prescrição de enfermagem e evolução de enfermagem.
1.1 Os principais objetivos da SAEP são:
Ajudar o paciente e a família a compreenderem e se preparar para o tratamento anestésico-cirúrgico proposto; 
Diminuir o máximo os riscos decorrentes da utilização dos materiais e equipamentos necessários para o desenvolvimento desses procedimentos;
Prever, prover e controlar recursos humanos;
Diminuir ao máximo os riscos inerentes ao ambiente específico do CC e da sala de recuperação pós-anestésica.
1.2 Recomendações para a viabilização do processo 
Implementar a assistência de enfermagem integral, individualizada e documentada nos períodos pré, trans e pós-operatório;
Levantar e analisar as necessidades individuais do paciente que será submetido ao procedimento anestésico-cirúrgico;
Realizar planejamento da assistência de enfermagem;
Ajudar o paciente e a família a compreenderem o problema de saúde, preparando-os para o procedimento anestésico-cirúrgico;
Diminuir o máximo os riscos inerentes ao ambiente cirúrgico;
Diminuir a inquietação e a ansiedade do paciente e de sua família, contribuindo para a recuperação do cliente cirúrgico.
1.3. FASES DA SAEP - A SAEP compreende cinco fases:
 1a fase – Visita pré–operatória de enfermagem;
 2a fase – Planejamento da assistência perioperatória; 
 3a fase - Implementação da assistência; 
 4a fase – Avaliação da assistência - Visita pós-operatória de enfermagem;
 5a fase – Reformulação da assistência a ser planejada – segundo resultados obtidos e solução de situações não desejadas ou ocorrência de eventos adversos.
2. PERÍODOS CIRÚRGICOS
2.1 PERÍODO PRÉ OPERATORIO IMEDIATO
É o período que compreende as 24 horas que antecedem o procedimento anestésico-cirúrgico e se estende até o encaminhamento do paciente para o CC. 
No quarto de internação do paciente, pesquisar doenças associadas, as alergias, uso de medicamentos, fumo, álcool, drogas, estado civil, a religião, o nível de instrução, ocupação e doenças ocupacionais;
 Fazer um levantamento dos exames laboratoriais e diagnósticos como: RX, US, TC, RM, ECG e outros;
 Verificar as dúvidas e necessidades do paciente e familiares em relação à cirurgia;
 Avaliação pré-operatória: exame físico, entrevista;
 Orientar quanto ao jejum oral, retirada de prótese dentarias retirada de adornos, higiene corporal e oral previa, esvaziamento vesical e intestinal, recepção no CC, procedimentos anestésico-cirúrgicos, recuperação anestésica e pós-operatório imediato, desconfortos pela dor, posição e permanência no leito, deambulação precoce e outros; 
 Estimular o auto-cuidado desde a fase do pré-operatório imediato; 
 Diagnósticos de enfermagem (NANDA);
 Prescrição de enfermagem para o período transoperatório e Serviço de Recuperação Anestésica (SRA). 
Nesta etapa deve-se elaborar o histórico de enfermagem, o exame físico, os diagnósticos e as prescrições de enfermagem para os períodos pré-operatórios e transoperatórios.
2.1.1 O QUE É DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM?
 Um instrumento a ser utilizado no gerenciamento da assistência, uma vez que delimita as necessidades de assistência de uma clientela, contribuindo na delimitação de recursos assistenciais (Rossi et al, 2000);
 É uma etapa que promove integração da coleta de dados ao planejamento das ações, envolvendo julgamento, avaliação crítica e tomada de decisão (Marin et al, 2004);
 Possibilita a melhoria da qualidade da assistência de enfermagem;
 Uniformização da linguagem entre enfermeiros e a contribuição para o desenvolvimento do conhecimento;
 Direcionamento da assistência de enfermagem;
 Possibilita uma visão ampliada da assistência;
 Melhora a interação enfermeiro/paciente;
 Facilita a avaliação;
 Possibilita o planejamento de recursos materiais e humanos;
 A competência para diagnosticar inclui a habilidade de interpretar, analisar dados clínicos e a habilidade para agrupar dados em formulações de problemas, além disso, reforça a deficiência na habilidade de inferir (Marin et al, 2004) => necessidade de um complexo raciocínio clínico.
2.1.2 PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO (NANDA)
 Ansiedade relacionada à... caracterizado por... --> trabalhar todas as intervenções (pré, trans e pós) que contribuam para o alívio da ansiedade.
 Medo relacionado à... Caracterizado por... --> trabalhar todas as intervenções (pré, trans e pós) que contribuam para o alívio da ansiedade.
Risco para infecção relacionado à... (normalmente aos procedimentos invasivos) --> Trabalhar com intervenções que contribuam para a diminuição dos riscos de infecção ao qual o paciente possa estar submetido.
Risco para lesão perioperatória de posicionamento cirúrgico relacionado à... --> Trabalhar todas as intervenções relacionadas ao posicionamento cirúrgico ao qual o paciente será submetido.
Risco para injúria relacionado à... --> Trabalhar todas as intervenções relacionadas ao ato anestésico (desde o posicionamento para a anestesia até os cuidados na recuperação anestésica).
Dor relacionada à... Caracterizada por... --> Usar este diagnóstico para o paciente que apresentar dor no momento da visita pré operatória ou depois da cirurgia na recuperação anestésica.
Risco para aspiração relacionado à... --> Usar este diagnóstico quando o paciente estiver inconsciente ou na recuperação anestésica e houver o risco de aspiração.
Risco para integridade da pele prejudicada relacionado à... -->Trabalhar as intervenções relacionadas ao uso do bisturi elétrico e principalmente não esquecer de prescrever o local a ser posicionada a placa do bisturi elétrico.
Risco para temperatura corporal alterada relacionado à... -->Trabalhar as intervenções para o aquecimento do paciente na SO e também na recuperação anestésica.
Hipotermia relacionada à... Caracterizada por... --> Somente utilizar este diagnóstico quando o paciente estiver com hipotermia instalada e intervir de forma que promova o aquecimento do paciente.
Integridade tissular prejudicada relacionada à... Caracterizada por... --> Utilizar este diagnóstico quando o paciente apresentar algum tipo de lesão de pele. 
Risco para déficit de volume de líquido relacionado à... --> Utilizar este diagnóstico quando o paciente está com déficit de líquidos.
Permeabilidade ineficaz de vias aéreas relacionada à... Caracterizada por... --> Utilizar quando o paciente apresentar secreções em vias aéreas. 
Impossibilidade de manter respiração espontânea relacionada à... Caracterizada por... --> Utilizar quando o paciente está com dificuldade de respirar espontâneamente.
Troca gasosa prejudicada relacionada à... Caracterizada por... --> Utilizar quando a gasometria do paciente estiver alterada. 
2.2 PERÍODO TRANSOPERATÓRIO
Compreende desde que o paciente é recebido no CC até sua saída da sala de cirurgia. O período intra operatório vai do inicio ao término do procedimento anestésico-cirúrgico e, portanto está inserido no período transoperatório.
Nesta fase há dois momentos distintos: 
- 10 momento: compreende a recepção do paciente no CC, realizado pelo enfermeiro, onde há confirmação dos dados gerias do paciente, preparos, exames, verificação do prontuário e verificação de sinais vitais;
- 20 momento: tem-se o intraoperatório que se inicia com o procedimentoanestésico propriamente dito até sua reversão.
Nesta etapa aplica-se a prescrição de enfermagem transoperatória com avaliação e evolução. No final do procedimento recomenda-se que a prescrição pós-operatória seja iniciada pelo enfermeiro do CC.
	O enfermeiro deve identificar os diagnósticos de enfermagem e propor intervenções pertinentes e necessárias para cada paciente, efetuando o registro de intercorrências, alterações hemodinâmicas, balanço hídrico, utilização de implantes e próteses, passagem de cateteres, sondas, drenos e a realização dos curativos, entre outros. 
2.3 PERÍODO PÓS-OPERATORIO 
Esta fase compreende todo o período após a realização do procedimento anestésico-cirúrgico, que se subduvide em três momentos
A recuperação anestésica: desde a chegada do paciente na RA até a sua alta pra a unidade de origem.
Pós-operatório imediato: compreende as primeiras 24 horas após a intervenção.
Pós-operatório mediato: inicia-se após as primeiras 24 horas que se seguem á cirurgia e se estende até a alta do paciente ou mesmo após seu retorno ao domicilio.
2.3.1 VISITA PÓS-OPERATÓRIA
Quarto de internação do paciente;
Verificar as condições clínicas do paciente;
 Avaliação do paciente frente aos cuidados prestados no CC;
Realizar orientações necessárias;
Ouvir o paciente e familiares esclarecendo e reforçando as orientações recebidas;
Saber como foi a experiência para o paciente;
Treinamento dos funcionários.
Comportamento do paciente
VERBAL: queixas, solicitações, perguntas, exigências.
NÃO VERBAL: batimentos cardíacos, transpiração, ansiedade.
Ação da enfermeira
CUIDADO COM A AÇÃO AUTOMÁTICA;
 AÇÃO VOLUNTÁRIA - Satisfaz sua função profissional.
Visita pré-operatória (histórico + exame físico)
J.C.S, 40 anos, sexo masculino, casado, residente em Londrina - Pr. Encontra-se no 1º dia de internação, aguardando cirurgia de hemorroidectomia. Na entrevista informa estar ansioso pois e a primeira vez que vai se submeter a uma cirurgia. Relata não ter dificuldade para se alimentar embora não ingere frutas nem verduras por não gostar, ingesta hídrica de aproximadamente de 500ml/dia. Hábitos vesicais com frequência de 3 a 4 vezes ao dia, amarelo claro, hábitos intestinais 1 vez a cada 4 dias, fezes endurecidas sentindo dor a evacuação. Refere não praticar nenhuma atividade física.
Ao exame físico apresenta-se comunicativo, preocupado, corado, turgor normal. Cabelos limpos, couro cabeludo integro, boa acuidade auditiva e visual. FR = 20 mov/min, amplitude normal, sem utilização da musculatura acessória e a ausculta pulmonar murmúrios vesiculares presentes. Pulso radial = 80 bat/min, cheio e rítmico. Temperatura axilar = 36ºC, PA = 110/70 mmHg. Altura = 1,67 e Peso = 67Kg.
J.C.S, 40 anos, sexo masculino, casado, residente em Londrina - Pr. Encontra-se no 1º dia de internação, aguardando cirurgia de hemorroidectomia. Na entrevista informa estar ansioso pois e a primeira vez que vai se submeter a uma cirurgia. Relata não ter dificuldade para se alimentar embora não ingere frutas nem verduras por não gostar, ingesta hídrica de aproximadamente de 500ml/dia. Hábitos vesicais com frequência de 3 a 4 vezes ao dia , amarelo claro, hábitos intestinais 1 vez a cada 4 dias fezes endurecidas sentindo dor a evacuação. Refere não praticar nenhuma atividade física.
Ao exame físico apresenta-se comunicativo, preocupado, corado, turgor normal. Cabelos limpos, couro cabeludo integro, boa acuidade auditiva e visual. FR = 20 mov/min, amplitude normal, sem utilização da musculatura acessória e a ausculta pulmonar murmúrios vesiculares presentes. Pulso radial = 80 bat/min, cheio e rítmico. Temperatura axilar = 36ºC, PA = 110/70 mmHg. Altura = 1,67 e Peso = 67Kg.
Dados Relevantes
PRÉ-OPERATÓRIO
ansiedade / preocupado;
não ingere frutas nem verduras;
ingesta hídrica de 500ml/dia;
hábitos intestinais 1 vez a cada 4 dias;
dor a evacuação;
não pratica atividade física.
TRANSOPERATÓRIO
punção venosa;
anestesia de bloqueio;
posicionamento cirúrgico (ginecológica);
degermação;
bisturi elétrico;
incisão cirúrgica.
Diagnóstico e intervenções de enfermagem
Ansiedade.......
Risco para infecção .....
Risco para lesão perioperatória de posicionamento.....
Risco para injúria..... Ou Risco para lesão...
Risco para integridade da pele prejudicada...
3. AS INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS SÃO REALIZADAS EM QUATRO FASES OU TEMPOS FUNDAMENTAIS
1 - Diérese
2 - Hemostasia
3 - Cirurgia propriamente dita
4 – Síntese
3.1 - Diérese - é o rompimento da continuidade dos tecidos, podendo ser mecânica ou física. A diérese ou divisão constitui manobra cirúrgica destinada a criar uma via de acesso, através dos tecidos. Classifica-se em incisão (por meio de instrumento de corte, produz ferimento inciso), secção (corte com tesoura, serra, lâmina afiada etc.), divulsâo (separação dos tecidos com pinça, tesoura,afastadores etc.), punção (por meio de instrumento perfurante), dilatação (para aumentar o diâmetro dos canais e onfiaos naturais, ou de trajetos fistulosos) e serração (por meio de serra).
A diérese pode ser mecânica ou física.
3.1.1 Diérese mecânica - é feita através do uso de material cortante. Ex: bisturi e tesouras.
3.1.2 Diérese Física - utiliza o calor, o resfriamento intenso ou raio laser para romper os tecidos.
		Diérese - tem como princípios fundamentais:
1 - Seccionar toda a espessura do plano de uma só vez;
2 - Não afunilar a incisão;
3 - Seccionar planos subjacentes em maior extensão (para evitar afunilamento);
4 - Não biselar a incisão;
5 - Não comprometer grandes vasos e nervos da região;
6 - Acompanhar preferencialmente as linhas de força da pele;
7 - Seccionar as aponeuroses na direção de suas fibras para que ocorre boa cicatrização.
3.2 - Hemostasia - é o processo pelo qual se impede, detêm ou previne o sangramento. No ato cirúrgico, evita-se a perda excessiva de sangue, propiciando melhores condições técnicas e aumentando, assim, o rendimento do trabalho. Após a operação, favorece a evolução normal da ferida operatória, evita a infecção e afasta a necessidade de reoperaçâo para a drenagem de hematomas e abscessos. Pode ser temporária ou definitiva, preventiva ou corretiva.
Tipos de hemostasia:
3.2.1 - Hemostasia preventiva - pode ser medicamentosa e cirúrgica, sendo que a primeira é baseada em exames laboratoriais e a segunda realizada com a finalidade de interromper a circulação durante o ato cirúrgico, temporária ou definitivamente.
3.2.2 - Hemostasia de urgência - esta hemostasia é realizada, quase sempre em condições não favoráveis e com material improvisado como por exemplo: garrotes, torniquetes, compressão digital.
3.2.3 - Hemostasia curativa: é a hemostasia que se realiza no decorrer da intervenção cirúrgica e pode ser medicamentosa, mecânica, física ou biológica.
3.3 - Cirurgia propriamente dita – constitui a realização do procedimento cirúrgico. Possui caráter curativo, paliativo, estético/corretivo, diagnóstico. Nessa etapa os tecidos já estão separados, a cavidade aberta, o funcionamento do órgão deverá ser alterado e o órgão deverá ser extirpado. Representa o tempo mais elaborado da intervenção e exige maiores cuidados da equipe de cirurgia.
3.4 - Síntese - é a união dos tecidos (suturas): a síntese cirúrgica é uma operação fundamental que consiste na aproximação das bordas de tecidos seccionados ou ressecados. Tem como objetivo manter a continuidade tecidual e facilitar as fases iniciais do processo de cicatrização. 
É a união de tecidos, que será mais perfeita quanto mais anatômica for a separação, para facilitar o processo de cicatrização e restabelecer a continuidade tecidual por primeira intenção. Pode ser realizada da seguinte forma: 
- Cruenta: a união de tecidos é realizada por meio de instrumentos apropriados com agulhas de sutura e fios cirúrgicos permanentes ou removíveis. 
- Incruenta: consiste na aproximação dos tecidos com auxílio de gesso, adesivos (esparadrapos) ou ataduras. 
- Completa: a uniãoou aproximação dos tecidos, realizada em toda a extensão da incisão cirúrgica. 
- Incompleta: consiste na aproximação incompleta em toda a extensão da ferida em conseqüência da colocação de dreno em determinado local da incisão cirúrgica. 
- Imediata: ocorre imediatamente após a segmentação deles por traumatismos. 
- Mediata: Consiste na união dos tecidos após algum tempo depois do rompimento da continuidade ou contigüidade deles. 
Quais as principais funções das suturas?
Conjunto de materiais destinado a unir temporariamente as bordas de uma ferida, auxiliando no desenvolvimento da síntese definitiva realizada pelo processo biológico de cicatrização, visando a restituição da continuidade anatômica e funcional dos tecidos divididos.
Desta forma, espera-se que a sutura desempenhe a função de manter os tecidos unidos, enquanto o processo de cicatrização se desenvolve sem demora e com o mínimo de cicatriz, devendo-se manter sem alterações até a resistência tênsil adequada.
BIBLIOGRAFIA
FONSECA, Rosa Maria. Direção geral da SOBECC (Sociedade Brasileira de Enfermeiros em Centro Cirúrgico). 3. ed. São Paulo: SMC Comunicações, 2005.
GUIMARÃES, Caren Mello. Conceitos básicos de Urgências e Emergências. Curso de Enfermagem. Ulbra Gravataí. S/d.
PAARA, O. M; SAAD, W. A. Instrumentação Cirúrgica. 3ª ed. São Paulo: Atheneu, 2005.
CATEGORIAS DIAGNÓSTICAS MAIS FREQÜENTES EM CLIENTES EM RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA
As categorias diagnósticas possíveis, relacionadas ao período pós-operatório imediato (recuperação anestésica), descritas na literatura e a as respectivas características definidoras e fatores relacionados encontram-se no quadro 1.
Quadro 1 - Categorias diagnósticas mais freqüentes em clientes em recuperação anestésica
	DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM (Segundo a NANDA)
	
F ATORES RELACIONADOS
	
CARACTERISTICAS DEFINIDORAS
	
Padrão respiratório ineficaz
	- dificuldade neuromuscular, perceptual e /ou cognitivo devido ação dos anestésicos;
 - expansão pulmonar diminuída;
 - obstrução traqueobrônquica; - dor
	- mudança na freqüência e profundidade respiratórias. 
- apnéia, cianose, respirações ruidosas.
	
Percepção sensorial (visual, cinestésica, gustativa, tátil) perturbada 
	- percepção sensorial alterada;
- estresse fisiológico;
- desequilíbrios bioquímicos para distorção sensorial (uso de agentes anestésicos;
- (desequilíbrio hidreletrolitico);
	- agitação; - distorções auditivas;
- desorientação no tempo, no espaço ou com as pessoas;
- padrões de comunicação alterados;
- distorções visuais; - alucinações;
- descoordenação motora
	
Dor aguda
	- trauma tecidual (incisão cirúrgica; isquemia causada por pressão, espasmo ou edema), músculo esquelético/ósseo.
- presença de drenos e sondas; - ansiedade.
	- relato verbal
- mascara facial de dor;
- alteração de tônus muscular;
- resposta autonômica.
	Risco para déficit de volume de líquidos
	- jejum; - perda da integridade vascular;
- perda de líquidos por vomito, drenagens, hemorragia;
- extremos de idade e peso;
	
- não se aplica.
	Integridade da pele/tissular prejudicada
	- procedimento cirúrgico; - circulação alterada;
- presença de edema ou acumulo de secreção;
- estado metabólico alterado
	- rompimento da superfície da pele, camadas ou tecido.
- ulcerações de pressão.
	Risco para perfusão tissular alterada
	- interrupção do fluxo arterial ou venoso;
- hipovolemia.
	- não se aplica.
	
Hipotermia
	- exposição do ambiente de sala de cirurgia;
 - metabolismo alterado (uso de drogas que causam vasodilatação); - relaxamento muscular;
- ação central dos anestésicos.
	- redução da temperatura abaixo dos parâmetros normais;
- pele fria, palidez, tremor, cianose nos leitos ungueais; - bradicardia, hipertensão.
	
Mobilidade física prejudicada
	- força e resistências diminuídas;
- dor, desconforto;
- prejuízos sensório-perceptivos;
- prejuízo cognitivo.
	- movimentos não coordenados;
 - dificuldade para virar-se;
- tempo de reação diminuído;
- restrição de movimentos imposta pela cirurgia ou prescrição médica.
	
Debito cardíaco diminuído
	- ritmo/freqüência cardíaca alterados;
- pré-carga ou pós-carga alterados;
 - contratilidade alterada
	- arritmias, palpitações, pulsos periféricos diminuídos; - alterações no ECG; 
 - fadiga, edema; - oliguria.
- pele fria ou pegajosa; - dispnéia;
	
Medo
	
- separação do sistema de apoio durante a cirurgia
	- relato de apreensão; - pânico;
- tensão aumentada; - dilatação pupilar;
- comportamentos de prevenção ou de ataque; - pulso aumentado; - vômitos, diarréia;
- palidez, boca seca, perspiração aumentada; 
- contração muscular.
	 
Volume de líquidos deficiente
	
- Hemorragia intra-operatória;
 - volume de drenagem elevado;
	- freqüência de pulso aumentada; 
- pressão sangüínea diminuída, pulso diminuído; - debito urinário aumentado;
- concentração urinária aumentada;
- alteração no estado mental.
	Eliminação urinaria prejudicada
	- dano sensório-motor (bloqueio anestésico);
- uso de cateteres; 
	- retenção urinária;
- dor; 
	
Risco para aspiração
	- diminuição do nível de consciência;
- depressão dos reflexos da tosse e deglutição;
- aumento da pressão intragástrica;
- uso de drogas que potencializam o vomito;
	
- não se aplica.
	
Risco para infecção
	- procedimento cirúrgico (solução de continuidade da pele, trauma tissular e exposiçao ambiental aumentada);
- imunossupressão;
	
- não se aplica.
	
Risco para lesão 
	- função bioquímica reguladora (disfunção sensorial); - pele lesada, mobilidade alterada.
	
- não se aplica.
 	Ao elaborar o plano de cuidados para um cliente em recuperação anestésica, deve-se ter em mente as suas necessidades individuais e considerar a presença de condições mórbidas pré-operatórias, tais como diabetes, hipertensão arterial sistêmica, síndromes vasculares, isquemia coronariana ou cerebral, obesidade mórbida entre outras, intervenções de enfermagem na recuperação anestésica
 	Após a elaboração dos diagnósticos, o enfermeiro estabelece os resultados que espera atingir para correção dos distúrbios e das condições anômalas que foram identificadas e executa o seu planejamento através da prescrição de enfermagem. O objetivo das atividades de enfermagem são modificar fatores relacionados (causas) e atenuar as características definidoras (sinais e sintomas) e melhorar ou alterar os resultados esperados. 
Quadro 2 – diagnósticos, resultados esperados e intervenções de Enfermagem mais freqüentes entre pacientes no período de Recuperação pós-anestésica
	Diagnostico de Enfermagem
	Intervenções de Enfermagem
	Resultados esperados
	Senso-percepção alterada relacionada ao uso de agentes anestésicos/ desequilíbrio hidreletrolitico/stress fisiológico
	- reorientar o cliente de forma continua o termino da cirurgia;
- falar em tom de voz calma, pausadamente e explicar todos os procedimentos;
- avaliar a função motora e sensitiva das extremidades e do tronco;
 - usar protetores na maca e manter grades sempre elevadas;
 - checar o funcionamento dos cateteres, drenos, sondas, infusões e fixá-las adequadamente;
- observar presença de alucinações, ilusões ou excitação;
- avaliar nível de consciência e função sensorial;
 - manter ambiente silencioso e calmo (evitar excesso de estímulos externos, tais como toque, barulho, luzes, etc).
	- o cliente irá recuperar o nível usual da consciência e atividade mental;
 - o cliente irá reconhecer as limitações e pedir ajuda quando necessário.
	Integridade da pele tissular prejudicada relacionada á incisão cirúrgica e circulação alterada (compressão arterial devido ao posicionamento cirúrgico) traumatismos durante a utilização de equipamentos cirúrgicos.
	- reforçar o curativo e trocá-lo quando necessário;
 - avaliar constantemente o curativo verificando a presença de umidade e sangramento;
- elevar a área operatória conforme tipode cirurgia (redução de edema);
- aplicar suporte abdominal ou torácico acolchoado durante tosse e/ou movimento; - usar faixas abdominais ou suportes quando indicado;
- avaliar presença de queimaduras (química ou elétrica) ou lesões de pele causadas pelo posicionamento cirúrgico;
- realizar mudança de decúbito e manter o conforto do cliente.
	- o cliente irá alcançar cicatrização por primeira intenção;
 - o cliente será assistido de forma adequada quanto ás lesões adquiridas no intra-operatórios. 
	Hipotermia relacionada á exposição na sala de cirurgia/ relaxamento muscular/ ação central dos anestésicos
	- monitorar a temperatura;
- manter aquecimento utilizando manta térmica;
- aquecer as soluções que serão infundidas;
- elevar a temperatura do ambiente;
- monitorar freqüência cardíaca e pressão arterial.
	- o cliente manterá a temperatura corporal dentro dos parâmetros normais.
	
Dor aguda relacionada ao trauma tecidual (incisão cirúrgica; isquemia causada por pressão, espasmo ou edema) músculo-esquelético e ósseo.
	- observar idade, peso, condições clinicas e psicológicas, sensibilidade idiossincrática a analgésicos;
- rever os registros intra-operatórios e analisar: tipo de cirurgia, local e extensão da incisão, presença de drenos, drogas anestésicas e analgésicas utilizadas. 
- avaliar a intensidade da dor quanto a características, localização e intensidade;
 - investigar as causas do desconforto não relacionado á incisão cirúrgica; 
 - instruir o cliente para solicitar analgésicos antes da piora da dor; 
- avaliar presença de ansiedade e medo e informar o cliente quanto aos cuidados prestados para redução e eliminação da algia;
 - ministrar analgésicos conforme prescrito e orientar cliente no uso a Analgesia Controlada pelo paciente.
- avaliar nível de consciência e sedação e monitorar respiração após medicar com opiáceos;
- manter paciente com suporte de oxigênio suplementar, aquecido e com controle de sinais vitais.
	
- o cliente deverá informar alivio e controle da dor.
	Mobilidade física prejudicada relacionada á diminuição de força e resistência devido ás drogas anestésicas / dor, desconforto/ prejuízos sensório-perceptivos/ cognitivo.
	- realizar mudança de decúbito e manter o conforto do cliente apoiando a posição com travesseiros ou coxins;
- manter alinhamento corporal e cabeça lateralizada;
 - avaliar presença de zonas de pressão e condições da pele;
 - avaliar continuamente função sensitiva/motora/cognitiva;
- avaliar pressão exercida por curativos e faixas abdominais e torácicas;
- ministrar medicações para dor.
	- o cliente irá mostrar aumento da força e será capaz movimentar-se voluntariamente.
	
Padrão respiratório ineficaz relacionado á dificuldade neuromuscular, perceptual/cognitiva pela ação dos anestésicos/Dor.
	- manter vias aéreas do cliente livres, elevar a cabeça e manter a mandíbula hiperextendida;
 - auscultar sons respiratórios;
 - observar e avaliar a freqüência respiratória, expansão torácica, utilização de musculatura acessória, retração/ dilatação das narinas, cor da pele; - monitorar os sinais vitais;
- posicionar o cliente de forma a facilitar a expansão torácica (dependente do tipo de cirurgia);
 - estimular a respiração profunda e tosse assim que o cliente demonstrar reatividade; - observar presença de sonolência excessiva;
 - avaliar o retorno da função muscular respiratória;
- ministrar oxigênio suplementar, conforme o indicado para o cliente.
	- o cliente será capaz de manter um padrão respiratório eficaz, livre de cianose ou outros sinais de hipóxia.
	
Risco para infecção
	- classificar a cirurgia quanto ao potencial de contaminação;
- utilizar técnicas assépticas e evitar infecção cruzada;
- monitorar sinais e sintomas de infecção;- ministrar tratamento profilático;
- ministrar cuidados com os curativos.
	- o cliente estará livre de sinais e sintomas de infecção.
	 
Risco para aspiração relacionada ás drogas anestésicas/ estimulação gástrica/ depressão dos reflexos de tosse e deglutição.
	- monitorar presença de náuseas e vômitos;
- ministrar anti-heméticos conforme indicado;
- monitorar intensidade da dor pós-operatória e ministrar analgésicos conforme indicado; - estimular tosse;
- iniciar hidratação intravenosa conforme indicado;
- monitorar e promover esvaziamento gástrico em clientes portadores de sonda nasogástrica; - manter oxigenação adequada. 
	
- o cliente não apresentará broncoaspiração.
	
Risco para injuria relacionado ao procedimento anestésico e cirúrgico
	- monitorar estados alterados de consciência;
 - monitorar sensibilidade tátil/ dolorosa e térmica das extremidades e do tronco;
- monitorar pulsos distais em clientes portadores de aparelhos gessados ou submetidos a punções/ cateterismos arteriais;
 - monitorar permeabilidade das infusões venosas e avaliar a presença de infiltrações ou reações cutâneas no local da inserção da agulha;
- evitar lesão de nervos e tensão muscular alcochoando as zonas de pressão e proeminências ósseas;
- manter grades de proteção das macas sempre elevadas;
- evitar punções venosas em membros inferiores;
- monitorar nível de consciência;
- manter cabeceira do leito elevada ou em posição de semi-fowler;
- lateralizar a cabeça do cliente e evitar movimentos bruscos nas mudanças de decúbito.
	
- o cliente estará livre de lesões e/ou complicações vasculares e tegumentares.
	
Risco para aspiração relacionado ás drogas anestésicas / estimulação gástrica/ depressão dos reflexos de tosse e deglutição.
	- monitorar presença de náuseas e vômitos;
- ministrar anti-heméticos conforme indicado;
- monitorar intensidade da dor pós-operatória e ministrar analgésicos conforme indicado;
- iniciar hidratação intravenosa conforme indicado; - estimular tosse;
- monitorar e promover esvaziamento gástrico em clientes portadores de sonda nasogastrica;
- manter oxigenação adequada.
	
- o cliente não apresentará broncoaspiração.

Outros materiais