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CCJ0058-WL-O-LC-06-02-Ricardo Lobo Torres

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1 
Aula 6 – Ricardo Lobo Torres 
 
Ricardo Lobo Torres, em síntese das posições encontradas na doutrina 
brasileira acerca da jusfundamentalidade dos direitos sociais, descreve com 
precisão a trajetória que tem início, nos primórdios da Constituição de 1988, 
em uma concepção extremamente ampla, que reconhece tanto a 
fundamentalidade quanto a plena justiciabilidade de todos os direitos 
sociais, (Cf. TORRES, Ricardo Lobo. “O Mínimo Existencial, os Direitos Sociais 
e a Reserva do Possível”, in NUNES, Antônio José Avelãs e COUTINHO, 
Jacinto Nelson de Miranda. Diálogos Constitucionais: Brasil/Protugal. Rio de 
Janeiro: Renovar, 2004, pp. 448-451), mas que é paulatinamente contida, 
chegando ao estado atual, no qual a justiciabilidade ficaria restrita ao já 
citado “mínimo existencial”. 
 
Aliás, o eminente tributarista parece reconhecer a própria 
jusfundamentalidade apenas do mínimo existencial dos direitos sociais, como 
demonstra a seguinte passagem: 
 
Nota-se, em síntese, um grande avanço na problemática da efetividade dos direitos no 
Brasil. Supera-se a fase da solução mágica a partir das regras constitucionais 
programáticas e se procura o melhor caminho para a implementação de políticas públicas 
por meio de leis ordinárias, para a posição crítica da doutrina e para a maior participação 
do Judiciário, embora remanesçam alguns problemas intrincados à espera do 
aprofundamento do debate, designadamente no que concerne à clareza da distinção entre 
mínimo existencial (= direitos fundamentais sociais) e direitos sociais, da qual depende a 
extensão do controle jurisdicional. Idem, pp. 466-467. 
 (grifou-se) 
 
A distinção proposta, no entanto, parece equivocada. Há uma confusão entre 
jusfundamentalidade e justiciabilidade que compromete sua precisão, 
 
 
 
 
 2 
notadamente diante da leitura do Título II da Constituição de 1988, que 
expressamente coloca os direitos sociais como verdadeiros direitos 
fundamentais. 
 
A colocação de determinados direitos como fundamentais traz consigo uma 
série de conseqüências. O constituinte mencionou apenas a aplicação 
imediata de tais normas (art. 5º, § 1º, CRFB), mas é comum o 
reconhecimento de outras.

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