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Questionário2 ANJ(1)

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Questionário n. 2
Disciplina: Atos e Negócios Jurídicos (2º semestre)
Profa. Mônica Y. Bierwagen
Material de Apoio para Fixação de Conteúdo
Interpretação do negócio jurídico – Elementos e requisitos do negócio jurídico – Requisitos de existência – Requisitos de validade – Requisitos de eficácia
Pergunta 1. O que é o princípio da boa-fé objetiva? Dê um exemplo de aplicação deste princípio na interpretação dos contratos.
A boa-fé objetiva é um modelo de conduta social a ser seguido pelos contratantes (as partes). Impondo, assim, um padrão de conduta, de agir com ética, lealdade, honestidade e confiança. No momento de interpretar o negócio jurídico se deve legar em consideração a finalidade, o objetivo que o agente visa no momento da celebração do mesmo, ou seja, a vontade real ou os efeitos desejados de modo e não ferir o próprio negócio ou usar de má-fé para auferir vantagens. 
2. O que é reserva mental? Que efeitos a reserva mental pode produzir nos negócios jurídicos?
Nas palavras de Luiz da Cunha Gonçalves “diz-se reserva mental o desacordo entre a vontade íntima e a vontade declarada, mas sendo aquela ignorada pela outra parte. Com efeito, o artigo 110 do Código Civil é categórico ao afirmar que a manifestação de vontade subsiste, ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, a vontade permanece interna (oculta), salvo se dela o destinatário tinha conhecimento, deixando claro que se trata de hipótese muito próxima à simulação, mas que com ela não se confunde, porquanto na reserva mental essa divergência entre a vontade interna e a manifestação é unilateral, enquanto que naquela o desacordo é bilateral. 
3. É correto dizer que no direito se aplica o ditado popular “quem cala, consente”? Justifique sua resposta.
Não é correta tal afirmação, já que o silêncio só terá alguma importância diante da obrigatoriedade da resposta. Tal circunstância pode ser encontrada no chamado silêncio circunstanciado ou qualificado, imagine que existe uma relação de fornecimento entre um mercadinho e um pescador. Todos os meses o pescador manda uma certa quantidade de peixe para o tal mercadinho. Para que cesse tal fornecimento é necessário haver uma determinação expressa pelo proprietário do mercado, do modo que, diante do silêncio deste, o fornecimento continuará normalmente. 
4. Leia a seguinte cláusula contratual e responda: Quantos pneus deverão ser entregues para o donatário? Dois ou quatro? Justifique sua resposta a partir das regras de interpretação dos contratos.
Cláusula X – O doador entregará ao donatário, no prazo de 10 (dez) dias, 2 (dois) pneus novos para os 2 (dois) veículos de sua propriedade.
Por se tratar de uma doação, de acordo com o próprio artigo 114 do Código Civil/2002:
Art. Tanto na doação quanto na renúncia não se pode dar uma interpretação mais ampla. De modo que se aceita que a doação será de dois pneus, um para cada carro. 
5. O acreano José empresta ao gaúcho João uma edícula que possui nos fundos da sua casa, para que este ali more até 20.07.2017, enquanto presta o concurso para a magistratura estadual do Acre. Esta data, escolhida e declarada pelas partes no contrato, corresponde à data da terceira e última prova do concurso. No entanto, logo na primeira etapa do concurso, em abril de 2017, João reprova. Mesmo assim, João quer permanecer no imóvel, pois obteve um emprego temporário, que se encerrará em julho de 2017. Qual seria a data de devolução correta neste caso, considerando as regras de interpretação dos contratos? Fundamente.
R: A data da entrega será em 20.07.2017, pois segue o que as partes declararam no contrato
6. Como se classificam os negócios jurídicos, considerando os seus elementos? Explique cada um deles.
6. Como se classificam os negócios jurídicos, considerando os seus elementos? Explique 
cada um deles. 
Os negócios jurídicos classificam em: Elementos essenciais (essentialia negotii) são os estruturais, indispensáveis à existência do ato e que lhe formam a substância: a declaração de vontade nos negócios em geral; a coisa, o preço e o consentimento (res, pretium et consensus) na compra e venda, por exemplo. Subdividem​-se em: a) gerais: comuns a todos os negócios, como a declaração de vontade; b) particulares: peculiares a certas espécies, como a coisa, o preço e o consentimento na compra e venda (CC, art. 482) e o instrumento de próprio punho ou mediante processo mecânico no testamento particular (art. 1.876). 
Elementos naturais (naturalia negotii) são as consequências ou efeitos que decorrem da própria natureza do negócio, sem necessidade de expressa menção. Normas supletivas já determinam essas consequências jurídicas, que podem ser afastadas por estipulação contrária. Assim, por exemplo, a responsabilidade do alienante pelos vícios redibitórios (CC, art. 441) e pelos riscos da evicção (art. 447) bem como o lugar do pagamento, quando não convencionado (art. 327).  
 Elementos acidentais (accidentalia negotii) consistem em estipulações acessórias, que as partes podem facultativamente adicionar ao negócio para modificar alguma de suas conseqüências naturais, como a condição, o termo e o encargo ou modo (CC, arts. 121, 131 e 136). 
 
7. Como se classificam os negócios jurídicos, considerando seus requisitos? Explique cada um deles
Os requisitos dos negócios jurídicos são:
de existência: apresenta estrutura para pertencer ao universo jurídico;
de validade: pontos que determinam a perfeição do negócio jurídico para surtir efeitos;
de eficácia: permitem, ou não, a produção de certos efeitos. 
8. Quando alguém diz que realizou um negócio jurídico por telepatia ou atendendo à vontade de seu animal de estimação, que requisito lhe falta? Fundamente a sua resposta.
Dentre os requisitos de existência do negócio jurídico é imprescindível que haja uma declaração de vontade – instrumento da exteriorização da vontade do sujeito – para legitimar o negócio. Sendo assim, nas duas circunstâncias citadas há um defeito no negócio quanto ao requisito de existência relacionado com a declaração de vontade, já que é impossível ler a mente das pessoas ou determinar a vontade de um animal irracional. 
9. Uma vez que se celebre um comodato, ou seja, empréstimo de bem infungível, sobre uma certa quantia em dinheiro, qual requisito do negócio jurídico lhe falta? Por quê?
O requisito que diz respeito a existência do negócio jurídico. Porque o comodato, por definição, é o empréstimo a título gratuito de coisas não fungíveis (que não se consome) com a entrega ao comodatário. Não são fungíveis, os imóveis e os móveis que não podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. O contrato é unilateral, pois somente o comodatário é favorecido. A gratuidade é o que distingue o comodato da locação. Quando se coloca o recebimento de uma certa quantia em dinheiro, descaracteriza-se o comodato, passando a se tratar de locação. Não existe comodato oneroso. 
10. Quais são os requisitos de validade do negócio jurídico, segundo o art. 104, CC?
A validade do negócio jurídico requer i) agente capaz; ii) objeto lícito, possível, determinado ou determinável; e, iii) forma prescrita ou não defesa em lei. 
11. Explique o que é o “agente capaz” a que alude o art. 104, I, CC, e por que o defeito em relação a este requisito não gera inexistência do negócio jurídico, mas invalidade?
É a primeira condição de validade elencada pelo nosso Código Civil, que consiste na capacidade de agir em geral, ficando o indivíduo apto ao exercício de todos os atos da vida civil. O artigo 5º do Diploma Civilista dispõe que a menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. Por conseguinte, se uma das partes, no ato de celebração do contrato, for menor de dezesseis anos, ou tiver falta do necessário discernimento ou ainda não puder exprimir sua vontade, mesmo por causa transitória, será o negócio considerado nulo (arts. 3º e 166, inc. I, do CC); todavia, se a capacidadedo contratante encontrar-se reduzida, conforme hipóteses tratadas pelo artigo 4º do CC, o negócio será anulável (art. 171, inc. I, do respectivo diploma legal). Doutra banda, devemos lembrar que pessoas absolutamente ou relativamente incapazes podem participar de negócios jurídicos, desde que, e somente se, tal incapacidade for sanada, respectivamente, pela representação ou pela assistência (artigos 1.634, V, 1.747, I, e 1.781 do CC).
Leia mais em: http://www.webartigos.com/artigos/os-requisitos-de-validade-do-negocio-juridico/114976/#ixzz4JPMxyvej
12. O que é legitimação? Como a legitimação difere da capacidade?
Legitimidade é a aptidão (autorização) para a prática de determinados atos jurídicos. O indivíduo pode ser absolutamente capaz, mas pode não ter legitimidade para agir naquele caso específico. Por exemplo, mesmo que um cônjuge tenha capacidade plena, esse não tem legitimidade para vender uma casa sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta. (CC, Art.º 1647, I). Capacidade é a medida da personalidade. A que todos possuem é a capacidade de direito, que corresponde a possibilidade de aquisição ou gozo de direitos (CC, Art. 1º). O Código Civil brasileiro preceitua, no artigo 2º, que a pessoa tem capacidade para figurar em uma relação jurídica a partir do nascimento com vida e reserva ao nascituro uma expectativa de direito.
 Leia mais em: < https://www.passeidireto.com/arquivo/2098330/direito-civil-2---personalidade-e-capacidade-e-legitimacao >
13. O que é representação? O que é representação legal, convencional e judicial? Cite exemplos.
É o evento pelo qual uma pessoa atua em nome de terceiro na defesa de um direito deste terceiro. O representante não é parte do processo, parte é o representado. Existem três tipos de representação: i) legal: aquela determinada por lei. O clássico exemplo abrange aqueles que são menores de dezesseis anos; ii) convencional: quando decorrer de um negócio jurídico específico denominado mandato; e, iii) judicial: se decorrer de um processo judicial, como ocorre com os tutores, curadores, síndicos e administradores de falência.
14. Em relação ao objeto do negócio jurídico, como se distingue o “objeto idôneo” e o “objeto ilícito”? Explique.
Objeto idôneo não atenta contra a lei, a moral e os bons costumes. Já o segundo é aquele que fere os itens anteriormente citados. 
15. O que é impossibilidade física e jurídica do objeto? Dê exemplos.
a) Impossibilidade física – é a que emana de leis físicas ou naturais , ou seja deve estar de acordo com as leis físicas ou naturais. Deve ser absoluta, isto é, atingir a todos, indistintamente. Por exemplo, a alienação de imóvel na Lua. A impossibilidade relativa, que atinge o devedor, mas não outras pessoas não constitui obstáculo ao negócio jurídico (art. 106).
b) Impossibilidade jurídica – a impossibilidade jurídica do objeto ocorre quando o ordenamento jurídico proíbe, expressamente, negócios a respeito de determinado bem (ex.: herança de pessoa viva – art. 426, alguns bens fora do comércio, etc.).
16. Em matéria de impossibilidade do objeto, esta pode ser relativa ou absoluta. Explique cada uma delas, exemplificando.
A impossibilidade absoluta do objeto é aquela que abrange a todos, sem distinção, invalida o negócio jurídico. Como alienar um imóvel na Lua ou em Marte. Já a impossibilidade relativa do objeto diz respeito aquela que atinge o devedor, mas permite a realização por terceiro, permanecendo o negócio jurídico como válido. 
17. Considerando que o objeto do negócio jurídico deve ser possível, como explicar a existência da “venda de imóvel na planta”, ou seja, negócio que versa sobre objeto que ainda não existe? Explique, indicando o fundamento legal.
Nessa situação a impossibilidade do objeto é relativa, de modo que, sua impossibilidade inicial não invalida o negócio jurídico, de acordo com o artigo 106 do Código Civil.
18. O que significa dizer que, para ser válido o negócio jurídico, o seu objeto deve ser determinado ou, ao menos, determinável? Dê exemplos.
O objeto deve conter os elementos mínimos que permitam sua caracterização (determinado) ou o objeto deve ser suscetível de determinação no momento da execução (determinável). Para exemplificar, tem-se o sorteio de um carro 0 Km. Há uma variedade de carros, entretanto, é possível determinar aspectos que são iguais a qualquer modelo (possuir quatro rodas, portas e outros detalhes). 
19. Em relação à forma, qual é a regra geral estatuída pelo Código Civil? Dê o fundamento legal.
Em regra, a forma dos negócios jurídicos é livre, como legisla o artigo 107. 
20. Uma vez que a forma seja exigida pela lei, qual a consequência para o negócio jurídico caso não venha a ser observada?
A invalidação do negócio jurídico. 
21. O que são os requisitos de eficácia do negócio jurídico? Explique.
Os requisitos de eficácia do negócio têm por objetivo alterar ou regular a produção de efeitos nos negócios jurídicos. São limitadores da eficácia do negócio, podendo ser: a) condição; b) termo; ou c) encargo/modo. Requisitos é a condição necessária para a obtenção de certo objetivo
22. Dê um exemplo de cada uma das situações abaixo:
a) Negócio jurídico válido e eficaz: Venda de um objeto lícito.
b) Negócio jurídico válido, porém ineficaz: compra de um bem com um cheque pré-datado para quinze dias. 
c) Negócio jurídico eficaz, porém inválido: Venda de um objeto ilícito. 
23. Quais são as espécies de elementos acidentais do negócio jurídico?
Condição, termo e encargo (ou modo). 
24. Os elementos acidentais podem ser inseridos em todo e qualquer negócio jurídico? Justifique sua resposta.
Sim, ficando a critérios das partes seu estabelecimento devido a característica facultativa dos mesmos. 
25. Conceitue condição. Dê exemplos de condição.
Cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, a condição subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto. 
26. A doutrina classifica as condições que são proibidas ou defesas no art. 122, CC. Enumere e explique cada uma delas.
Estão defesas as condições: a) perplexas, torna o negócio inútil, pois retira todo o efeito do negócio, deixando o intérprete confuso, pois há uma impossibilidade lógica ( EX: emprestar dinheiro com a condição de quem toma o dinheiro emprestado não pode utilizá-lo. b) puramente potestativas, São aquelas que sujeitam todo o efeito do negócio ao puro arbítrio (vontade) de uma das partes. Caracteriza-se pela expressão "se eu quiser". ex., constituição de uma renda em favor se você vestir tal roupa amanhã ou se ficar de pé durante 24 horas; ex., constituição de uma renda em favor se você vestir tal roupa amanhã ou se ficar de pé durante 24 horas;
27. Explique e dê exemplos de condição meramente potestativa e puramente potestativa. Qual a diferença entre elas, em relação às consequências de se inseri-las num negócio jurídico?
Condição Potestativa é aquela subordinada a vontade de uma das partes (poder e vontade).
Ela se divide em condições simplesmente (meramente) potestativa e puramente potestativa.
 A condição simplesmente/meramente potestativa é aquela que depende da vontade intercalada de ambos os contratantes, não se submete a vontade exclusiva de uma das partes, e sim, para que o negócio se realize, depende da ação das partes. Assim, são licitas de modo que o negócio juridico é válido.Ex: Pai paga curso para o filho se ele for para a universidade, além da vontade precisa passar no vestibular
A condição puramente potestativa por sua vez, é aquela que sujeita o negócio ao puro arbítrio de um dos contratantes - depende exclusivamente da vontade de uma das partes - é uma condição nula e invalida o negócio jurídico, por isso, são ilícitas
28. O que é condição impossível? Dê exemplos.
Condição são elementos introduzidos no negócio jurídico pela vontades das partes, proposta por um dos contratantes e aceita pelo o outro. Condição é o evento f uturo e incerto de que depende a eficácia do negócio jurídico. Da sua ocorrência dependeo nascimento ou a extinção de um direito. Dou-te uma casa se tu se casares
Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível.
Condição resolutiva impossível. Se for aposta num negócio condição resolutiva impossível (física ou juridicamente) ou de não fazer coisa impossível, será tida como não escrita; logo, o negócio valerá como ato incondicionado, sendo puro e simples, como se condição alguma se houvesse estabelecido, por ser considerada inexistente.
29. O que é condição suspensiva? Explique e dê exemplos.
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.
Condição suspensiva é aquela que suspende (impede) os efeitos do negócio jurídico (eficácia) até a realização do evento futuro e incerto. Em resumo, suspende os efeitos do negócio jurídico até que aconteça o evento determinado entre as partes. Exemplo: dou-lhe um carro se ganhares a corrida. 
30. Quando o negócio jurídico tem sua eficácia suspensa por cláusula condicional, quando ocorre a aquisição de direito? Fundamente.
Pendente a condição suspensiva não se terá direito adquirido, mas, expectativa de direito ou direito eventual. Só se adquire direito após o implemento da condição. A eficácia do ato negocial ficará suspensa até que se realize o evento futuro e incerto. A condição se diz realizada quando o acontecimento previsto se verificar. Ter-se-á, então, o aperfeiçoamento do ato negocial, operando-se ex tunc, ou seja, desde o dia de sua celebração, se inter vivos, e à data da abertura da sucessão, se causa mortis, daí ser retroativo.
31. O que é condição resolutiva? Explique e dê exemplos.
É aquela que, ocorrido o evento futuro e incerto, extinguem-se (resolvem) os efeitos do negócio jurídico. Cessando, assim, os efeitos do negócio. Exemplificando, temos: deixo de te dar mesada se repetires de ano. 
31. O que é condição resolutiva? Explique e dê exemplos. 
 R: Resolutiva é a condição cujo implemento faz cessar os efeitos do ato ou negócio jurídico: "Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o ato jurídico, podendo exercer-se desde o momento deste o direito por ele estabelecido; mas, verificada a condição, para todos os efeitos, se extingue o direito a que ela se opõe" (art. 119 do Código de 1916).Deixo de dar a mesada se repetir de ano. 
  
32. Por que dizemos que na condição suspensiva não há direito adquirido enquanto pende 
a condição, e na condição resolutiva, o direito é adquirido de imediato, sofrendo resolução caso a condição venha a se implementar? Explique. Dê exemplos. 
R: Na condição suspensiva esta suspenso( (impedido) os efeitos do negócio jurídico até a realização do evento futuro e incerto, pois o direito é apenas uma expectativa. Ex: Pai doa uma casa se o filho se casar. Na condição resolutiva o direito do negócio jurídico tem efeito imediato. Pai paga a faculdade do filho se ele passar no vestibular. - 548 Maria Helena 
 
33. Um restaurante faz a seguinte promoção: se o pedido por telefone não chegar ao 
cliente em 30 minutos a contar da finalização do pedido, a encomenda sai de graça. 
Diante disso, Beto e o porteiro do prédio onde mora combinam que o primeiro irá 
fazer o pedido e o segundo deverá “enrolar” o entregador, para que a entrega não 
ocorra antes dos 30 minutos. Qual é a consequência que o Código Civil decreta para 
esse tipo de conduta? Fundamente, indicando o dispositivo legal. 
R: Principio da boa fé objetiva . Reputa-se verificada  a condição cujo o implemento for maliciosamente obstado pela parte a quem desfavorecer, do mesmo modo sucede com a condição dolosamente levada a efeito por aquele a quem aproveita  o seu implemento. Art. 129 CC. 
 
34. Banco estabelece para os gerentes uma meta de abertura de contas-corrente. Se o 
gerente atingir a meta anual, será premiado com uma viagem para Las Vegas. José é 
gerente de uma agência e, para obter as metas, abre diversas contas sem observar as 
regras de segurança da instituição, conseguindo assim ser contemplado pelo prêmio. 
Como o banco deve agir neste caso? Deverá pagar a viagem ou não? Justifique, 
indicando o fundamento legal. 
 
35. O que é termo? Cite exemplos de termo. 
R: Termo é o dia em que começa ou extingue a eficácia do negócio jurídico podendo ter como unidade de medida a hora, o dia, o mês ou o ano.  Ex: Deposito o dinheiro em sua conta ao assinar o contrato. 
 36. É possível combinar termo e condição? Dê exemplos. 
R: Sim é possível, por suspender o exercício do direito, o termo assemelha-se à condição suspensiva, que produz também tal efeito. Diferem, no entanto, porque a condição suspensiva, além de suspender o exercício do direito, suspende também a sua aquisição. O termo não suspende a aquisição do direito, mas somente protela o seu exercício. A segunda diferença já foi apontada: na condição suspensiva, o evento do qual depende a eficácia do negócio é futuro e incerto, enquanto no termo é futuro e certo. Em razão de tal semelhança, estatui o art. 135: “Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as disposições relativas à condição suspensiva e resolutiva”. Ex: ????? 
 
37. O que é termo determinado e indeterminado? Dê exemplos. 
R: Termo determinado é aquele que se sabe quando vai acontecer. Ex: Compra de uma casa 
Termo indeterminado sabe-se que vai acontecer mas não sabe quando Ex: Morte. 
 38. O que é termo convencional, legal e judicial? Dê exemplos. 
R:Termo convencional é a clausula que, por vontade das partes subordina os efeitos do ato negocial a um acontecimento futuro e certo. Termo legal  é o termo de direito e o  termo judicial  é o que provém de decisão judicial. 
 
39. O que é termo inicial (dies a quo) e termo final (dies ad quem)? Dê exemplos. 
R: Denomina-se termo inicial (ou suspensivo ou dies a quo) aquele a partir do qual 
iniciar a eficácia do negócio, retardando exercício do direito (CC131 e 135) não suspende a aquisição do direito, que surge imediatamente, mas só se torna exercitável com a superveniência do termo. Ex: Devedor pode pagar ante do advento do termo (antecipadamente); é termo final (ou extintivo ou dies ad quem) aquele no qual termina a produção de efeitos do negócio jurídico, extinguindo as obrigações dele oriundas,ex:  quitação da casa financiada (termo final). 
 
40. O que é termo essencial e não-essencial? Dê exemplos. 
R: Termo essencial  quando o efeito pretendido deva ocorrer em momento bem preciso - cumprimento do prazo, sob pena de, verificado depois, não ter mais valor. Exemplo: em um contrato que determine a entrega de um vestido para uma cerimônia, se este for entregue depois, não tem mais a utilidade visada pelo credor. Termo não essencial mesmo que o prazo não seja cumprido não necessita extinguir o negócio, ex: contas pagas após o vencimento. 
 
41. O que é termo impossível? Dê exemplos. 
R: Termo impossível  indica um fato impossível de acontecer, portanto inexistente. 
 
42. O que é prazo? Termo e prazo são a mesma coisa? Explique. 
R:Prazo é o intervalo entre o termo a quo e o termo ad quem, ou entre a manifestação de vontade e o advento do termo, é contado por unidade de tempo (hora, dis, mês e ano) excluindo o dia do começo e incluido-se o do vencimento, slavo disposição legal ou convencional em contrário; estando regulamentado nos arts. 132 a 134 do Código Civil. Termo e prazo não são a mesma coisa, prazo é o lapso de tempo decorrido entre a declaração de vontade e a superveniência do termo. O prazo é também o tempo que medeia entre o termo inicial e o termo final. 
 
43. De acordo com o Código Civil, indique a data (dia, mês e ano) de cumprimento das 
seguintes prestações, considerando que hoje é 21 de agosto de 2016: 
a) Entrega dos objetos em 3 (três) dias; - dia 24 
b) Entrega dos objetos daqui 2 (dois) meses; -21/10 
c) Entrega dos objetos em 1 (um) ano. 21/08/2017 
 
44. Considerando que em 29 de fevereirode determinado ano (ou seja, em ano bissexto), 
tenha sido convencionado o cumprimento da obrigação para depois de 1 (um) ano, em 
que data será exigível a prestação?  
R: Dia 1º de março. 
 
45. “A” recebe um carnê da imobiliária, com vários boletos de pagamento dos alugueis. 
Para poupar esforço, “A” programa estes boletos para pagamento automático mensal 
no site do banco onde tem conta. Ocorre que, por erro, “A” programou todos para 
pagamento no dia do vencimento do 1º aluguel. A pode solicitar restituição dos 
pagamentos que ocorreram adiantadamente por erro, já que o art. 133, CC estabelece 
ser o prazo presumível em seu favor? Justifique. 
R: Sim , como regra geral, as partes fixam prazo dentro do qual deve ser cumprida a 
obrigação, no caso o pagamento do aluguel. O credor não pode exigir o cumprimento antes do termo. 
 
46. Quando se considera exigível a prestação em negócio jurídico que foi estabelecido sem 
data certa para seu cumprimento? 
R: Conforme o art. 331: "Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento, o credor pode exigi-lo imediatamente." 
 
47. O que é encargo? Dê exemplos. 
R: É uma determinação que, pelo autor de liberalidade, a esta adere, restringindo-a. è uma clausula acessória às liberalidades (doações testamento) pela qual se impõe uma obrigação ao beneficiário, pode constituir em obrigações de dar, fazer ou não fazer; ex:dôo casa 
a alguém, impondo ao donatário obrigação de residir no imóvel. Doação de um terreno para construir uma creche. 
 
48. Por que se diz que encargo não pode ser contraprestação? Explique. 
R: o encargo não pode se configurar em contraprestação; não pode ser visto como contrapartida ao benefício concedido. Se houver contraprestação típica, a avença (contrato) deixa de ser liberal para ser onerosa, não se configurando o encargo.  
 
49. O que é encargo suspensivo? Que efeitos geram o encargo suspensivo? 
R: Encargo suspensivo é uma exceção  e ocorre quando for expressamente imposto pelo disponente como condição suspensiva. “Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva” . Caso o encargo não seja cumprido ´poderá ser revogado. 
 
50. O que é encargo impossível? Que efeitos geram o encargo impossível? 
R: Art. 137. Considera -se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico.” Se o encargo for fisicamente impossível ou ilícito, tem -se como inexistente e negócio será declarado como nulo.

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