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TEORIA GERAL DO PROCESSO. Aula nº 10. Professor: Rodolfo Kronemberg Hartmann / www.rodolfohartmann.com.br Processo. Conceito. Natureza jurídica. Perfil histórico do processo: teorias. São diversas as teorias que tentam esclarecer a natureza jurídica e o conceito do processo, que melhor serão compreendidos após a análise do seu perfil histórico. Em seu início, o processo não ostentava qualquer autonomia, sendo que, por este motivo, sequer existia uma ciência processual. Nestes primórdios, o processo era visualizado como mero “procedimento”, ou seja, como uma série de atos ordenados que tinha um determinado objetivo, que seria a solução de uma determinada situação ou mesmo a formação de um ato final pela administração pública. Posteriormente, a figura do processo começou a ser vislumbrada como um contrato, pois a vontade das partes estaria sendo afastada supostamente de comum acordo para que a solução ao litígio fosse dada por um magistrado. Trata-se de uma orientação que teve origem em um texto de Ulpiano e claramente inspirada no modelo do processo romano até então existente. Em seguida, foi criada a teoria que via o processo como uma relação jurídica. Esta teoria, hoje predominante, surge da famosa obra de Oskar von Büllow, denominada Die Lehre vonden Processeinreden und die Processvoraussetzungen, publicada em 1868, e que é tida como a certidão de nascimento do direito processual, já que nela é que também se reconheceu, pela primeira vez, a autonomia deste ramo do direito em relação aos demais. Segundo esta teoria, o processo deve ser compreendido como um conjunto de atos coordenados que adquire uma dupla noção: externamente se revelando pelo procedimento e, internamente, por se constituir em uma relação de direitos e obrigações que vincula mutuamente as partes e o juiz, dando ensejo ao surgimento da relação jurídica processual. Este, por sinal, pode ser tido como o seu conceito. Há, no entanto, diversas outras teorias que ainda são citadas. Classificação dos processos: conhecimento, execução, cautelar e sincrético. O processo de conhecimento é aquele que busca o reconhecimento de um direito, ou seja, a obtenção de uma tutela satisfativa. O processo cautelar é bastante semelhante, mas o intento é obter uma tutela cautelar. Já o processo de execução não busca reconhecer direito algum, mas apenas efetivar um que já esteja constando no título executivo. Por fim, nos dias atuais, houve um incremento do denominado “processo sincrético”, isto é, daquele processo que se divide em duas etapas sendo a primeira de caráter cognitivo e a segunda de natureza executiva. Síntese extraída da obra: HARTMANN, Rodolfo Kronemberg. Teoria Geral do Processo. Niterói: Impetus, 2012.