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CCJ0052-WL-C-AMMA-09-Produção de Relatório de Parecer

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TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
 Aula -9 
  
  
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”.  
Tema da Apresentação
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TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”.  Aula 9 
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Semana 9
Objetivos
--Produzir uma narrativa jurídica valorada;
-Diferenciar a narrativa simples (Relatório) da narrativa valorada (Dos fatos);
- Utilizar os modalizadores na narrativa forense. 
Tema da Apresentação
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Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”.  Aula 9 
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Estrutura do conteúdo:
1. Narrativa simples
2.     Narrativa valorada
3.     Uso de modalização
4.     Seleção e organização do conteúdo 
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Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”.  Aula 9 
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Correção do exercício da aula 8
Possibilidade de relatório para o caso apresentado:
Trata-se da disputa judicial entre Michael Schiavo, marido de Terri Schiavo, 41 anos, e seu guardião legal e , Bob e Mary Schindler, pais de Terri. Michael desejava o desligamento do tubo que alimentava a paciente, já os pais defendiam a manutenção do tubo. Terri vivia em estado vegetativo desde 1990.
Conforme o marido de Terri, sua mulher havia manifestado, repetidamente, o desejo de não ser mantida viva em estado vegetativo.
Em 1990, provavelmente em razão de uma parada cardíaca, o cérebro de Terri sofreu graves danos e passou a viver em “estado vegetativo persistente”. Passou, então, a viver artificialmente, recebendo alimentação por um tubo inserido em seu estômago. 
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Segundo Michael, em respeito à vontade da esposa e com base na avaliação médica de estado irreversível, solicitou à justiça permissão para desconectar o tubo que alimentava a paciente.
Os pais de Terri afirmavam que ela apresentava reações e que poderia melhorar com reabilitação. Consideravam que ela se encontrava em “estado de consciência mínima”. Dessa forma, posicionaram-se contra a vontade do genro.
Após longa disputa judicial, o pedido de Michael foi deferido. Os pais da jovem apelaram a várias instâncias, inclusive à Suprema Corte Americana, mas não lograram êxito. 
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O tubo que a alimentava foi retirado no dia 18 de março de 2005. Treze dias depois, ela morreu, no hospital Pinellas Park, na Flórida. Não foi divulgada a causa da morte, mas os médicos supõem que tenha sido por inanição. Consta que Michael tenha solicitado a realização da necropsia. Assim, o corpo de Terri foi transportado para o departamento de Exames Médicos do Condado de Pinellas.
É o relatório.
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Petição Inicial
Conforme Humberto Theodoro Júnior, "O veículo de manifestação formal da demanda é a petição inicial, que revela ao juiz a lide e contém o pedido da providência jurisdicional, frente ao réu, que o autor julga necessária para compor o litígio" (THEODORO JÚNIOR, 2000:313)
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Conforme o inciso III, a petição inicial deve conter os fatos, os fundamentos jurídicos. Os fatos vêm ao conhecimento do juiz, por meio de um texto narrativo valorado. Nesse texto, devem-se narrar fatos que justifiquem a pretensão de um direito que será revelada nos fundamentos jurídicos. Tais fatos representam a causa de pedir. Sem a apresentação desses fatos, o pedido não possui sentido e a petição será considerada inepta.
É fundamental que a narrativa dos fatos seja clara, objetiva e concisa, a fim de permitir uma rápida e eficiente compreensão da causa de pedir.
Há casos em que um texto mal redigido, com problemas em sua estrutura, pode gerar o indeferimento da inicial. 
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Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”.  Aula 9 
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Trechos de uma sentença que exemplifica o indeferimento de uma petição inicial, em razão de ter sido mal redigida:
“Então, como dito, já se inicia a leitura sem se conseguir distinguir contra quem exatamente o autor quer litigar, e, consequentemente, fixar a competência do Juízo. 
A partir da fl.04 até a fl.06, o autor tenta descrever sua causa de pedir. Entretanto, aparentemente com o intuito de demonstrar um vocabulário rebuscado e erudito, torna o entendimento da peça exordial verdadeiro jogo de quebra-cabeças, onde se tenta descobrir quais são os fatos que o levaram a intentar a presente ação junto ao Poder Judiciário. 
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Este julgador perfilha do entendimento de que, havendo um nexo de causalidade entre a causa petendi e o pedido final da inicial, mesmo com redação obscura, deve o Magistrado mandar, no mínimo, emendar a exordial. E assim é o entendimento majoritário do egrégio Tribunal de Justiça de YYYY: apelação cível n. 99.016381-4, apelação cível n. 98.006628-0 e outras. 
Todavia, não é o caso presente. O autor, na intenção de demonstrar seu direito, constrói orações extensas, com excesso desnecessário de preposições e transcreve uma série de dispositivos legais no entremeio das palavras sem destaque. Depois de tantas leituras feitas por este juiz, cumpre gizar, por exemplo, que o autor não utiliza o "ponto final" desde a fl.04 até a fl.06. 
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O "ponto final" – classificado pelos livros de gramática como sinal sintático, da classe de pontuação objetiva – deve ser usado com o seguinte critério: "havendo separação de ideias, ou corte nas mesmas, inicia-se o período seguinte na outra linha; se o pensamento continua, sendo o período seguinte uma consequência ou continuação do anterior, o novo período começa na mesma linha" (VIEIRA, João Alfredo Medeiros Vieira. Português prático e forense. 7.ed. São Paulo: LEDIX, 1991. p.240). 
Será que não houve interrupção de pensamento no decorrer de duas folhas escritas pelo autor? 
E daí em diante apenas colaciona jurisprudência (das fls.06 até 13), inclusive com voto do desembargador, sem fundamentar sua pretensão nem ligar os fatos ao teor dos julgados. 
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[...]
Como se não bastasse, o autor lucubra repentinamente à fl.14 sobre suposta inclusão do seu nome no cadastro do SPC, contudonão mencionou isso na causa de pedir e nem trouxe documentos que comprovam tal situação. 
[...]
Esta autoridade judiciária tem mais de quarenta mil processos em tramitação nesta unidade jurisdicional, de maneira que, em prol da racionalização do serviço para uma maior eficiência do Poder Judiciário de YYYYYYY, se vê obrigado a exigir maior concisão, clareza e objetividade nas peças processuais que tem dever de apreciar, por força do próprio cargo e do princípio constitucional da inafastabilidade do controle jurisdicional (art.5º da CF). 
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Características essas – concisão, clareza e objetividade – que, inclusive, devem nortear todos os produtos jurídicos, mais ainda aqueles que são apresentados na praça de elegância do processo judicial. 
[...]
Enfim, dito isso e não oferecendo o autor a certeza necessária sobre sua real pretensão, considero ininteligível por confusa e obscura a redação da petição inicial, de maneira que não se consegue vislumbrar ligação entre a narração tresloucada dos fatos e fundamentos jurídicos ao pedido final, que, repita-se, remete aos "termos ora propugnados" (fl.13). Portanto, é inepta. 
Prevê o inciso II do parágrafo único do art.295: "considera-se inepta a petição inicial quando: (...) II – da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão". 
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[...]
JOSÉ ROGÉRIO CRUZ E TUCCI acrescenta que "nossos doutrinadores e tribunais também consideram inepta a petição inicial não só quando lhe falta a causa de pedir, como também na hipótese de narração obscura, desarmônica ou imprecisa dos fatos e dos fundamentos jurídicos, de sorte a tornar impossível ou dificultada a elaboração da contestação pelo réu" (TUCCI, José Rogério Cruz e. Causa de Pedir e Pedido no Processo Civil. São Paulo: RT, 2002. p. 160). 
É da jurisprudência: 
"É inepta a inicial quando da narração dos fatos não decorre, logicamente, a conclusão e muito menos se consegue extrair a causa de pedir" (TFR, Ac. un. da 2a — Seção do TFR, de 12/05/87, na Ação Rescisória 1.321 - AL, rel. Min. Miguel Ferrante, DJU, de 18/06/87, pág. 12.255 apud Apelação cível n. 38.707, de Itajaí, Relator: Des. Cláudio Marques, j. 17/12/92).
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[...]
III – DISPOSITIVO
ISSO POSTO, sem mais delongas por força do art.459 do CPC, INDEFIRO A PETIÇÃO INICIAL ex vi do art.295, parágrafo único, II, do CPC, e DECLARO A EXTINÇÃO DO PROCESSO nº 033.04.027273-0, em que são partes XXXXXXXXX e ESTADO DE YYYYYYYYY ou BESC S/A, sem julgamento do mérito, com fulcro no art.267, I, do CPC. 
Condeno o autor ao pagamento das despesas processuais. Publique-se. Registre-se. Intime-se. Após trânsito em julgado, arquivem-se os autos. 
YYYYYYYYYY, 18 de fevereiro de ??????? 
WWWWWWWWWWWWWW, juiz de Direito”
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Resumindo:
 
 Narrativa da Petição Inicial 
 
 
 
 
 
 
 DOS FATOS
Registro dos fatos juridicamente relevantes e daqueles que os esclarecem, ocorridos anteriormente, durante e posteriormente ao fato gerador do conflito. Tais fatos têm por objetivo justificar a pretensão de um direito subjetivo do autor contra o réu. 
 
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Características mais importantes dessa narrativa:
parcialidade;
seleção dos fatos que favoreçam ao autor da demanda;
uso de modalizadores;
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Exemplo da narrativa dos fatos de uma petição inicial:
DOS FATOS.
	Induzido por maciça propaganda veiculada em rádio e televisão, o Autor estabeleceu contrato de compra e venda via telefone com a Ré, empresa renomada no mercado da informática, para adquirir computador e outros equipamentos.
	Bastou contatar o telefone nº 0800 00000, ramal 4801, serviço televendas, no dia 21 de fevereiro de 2000, e fazer o pedido aquisitivo do equipamento denominado TRANStttttt, computador de média capacidade, com gabinete torre, com programas de computador inclusos. 
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A atendente Matilde confirmou a remessa da mercadoria no prazo máximo de 15 (quinze) dias após o envio no dia 25 de fevereiro de 2000, de fac-símile pelo telefone nº 011 333333333, do comprovante de depósito de R$ 2.079,00 (dois mil, e setenta e nove reais), na conta corrente da Ré, no Banco Bom Bom S.A., agência 209, nº 3333333333 (consoante guia e documentos anexos).
 No dia 24 de março de 2000, um mês depois da confirmação de remessa, o paciente consumidor recebeu as mercadorias em casa (doc. anexo).
 O moderno equipamento veio desmontado, e o consumidor buscou informações nos vinte dias seguintes sobre a conexão das várias peças e instalação de programas. Segundo as propagandas e os prepostos da Ré, o equipamento seria de fácil montagem, não havendo necessidade de contratação de serviços de 
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profissionais especializados, pois o computador estaria “configurado”.
	Entusiasmado pelo sucesso da cansativa aquisição e da aventura de montagem e instalação de programas no computador, enfim, no dia 13 de abril de 2000, o Autor obteve a plena funcionalidade do computador adquirido para enfrentar seu estafante serviço profissional como Procurador do Estado na Procuradoria de Assistência Judiciária Cível de XXXXXXXX, PR-9, recém- empossado e inexperiente na função de defensor público.
	Dissiparam-se os tormentos do Autor ao iniciar a cumprir suas tarefas de elaboração de peças e recursos, com regularidade, no ambiente residencial, durante o período noturno, na tranquilidade do lar, pois, durante o dia, resta
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Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”.  Aula 9 
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tempo apenas para participar intensamente do cotidiano forense, em audiências, verificação de processos e atendimento a enorme demanda de pessoas hipossuficientes, que buscam o amparo da Justiça.
	No dia 20 de abril de 2000, véspera de feriado, uma semana após ter conseguido montar e fazer funcionar o computador, quando se preparava para entregar o primeiro relatório oficial de atividades funcionais à Corregedoria da Procuradoria Geral do Estado, o Autor viu derrocar seu longo trabalho contido na memória do computador.
	A máquina, desse dia em diante, nunca mais funcionou!
	O Autor procurou a mais próxima assistência técnica da Ré,indicada pela assistência técnica de (....) pelos telefones nº 012 9999999 e nº 38888888, denominada TECNOTOM, sediada no Centro de XXXXXX, na rua (......) nº 463, CEP.: (.....).
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Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”.  Aula 9 
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Entregou, no dia 24 de abril de 2000, apenas o computador, denominado CPU, à assistência técnica (....), mantendo as demais mercadorias adquiridas e discriminadas na anexa nota fiscal, por não terem apresentado defeito algum.
	O prazo de entrega estipulado para o conserto da CPU, 28 de abril de 2000, também foi descumprido, e, apesar de várias e diversas justificativas incompreensíveis, o Autor manteve a máquina sob os cuidados da representante da Ré até 24 de maio de 2000.
	Retirou a máquina, por não haver qualquer condição de aguardar o conserto prometido, e pugnou à Ré a restituição do valor despendido no TRANSTUBE TG10, devolução da quantia de R$ 1.330,00 (um mil, trezentos e trinta reais).
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Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”.  Aula 9 
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Formou-se infrutífero procedimento de Reclamação nº 109.999 aos cuidados da atendente Silvana, e a documentação comprobatória foi enviada pelo tele-fax nº (011) 0000-8798. Várias ligações telefônicas inócuas foram realizadas, enquanto os responsáveis divagavam maliciosamente, maltratando com descaso ou respostas ríspidas o consumidor insatisfeito.
 Estas novas decepções, cumuladas aos inúmeros dissabores vividos na fracassada relação de consumo, geraram no Autor suficiente entusiasmo para arcar com todos os ônus da via processual, após adquirir equipamento similar em loja local, arcando com novo dispêndio.
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Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”.  Aula 9 
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Leia o caso concreto já trabalhado na aula 7, mas com algumas modificações, e produza a narrativa de uma petição inicial –“Dos fatos”.
  Marcelo Guimarães e Camila Guimarães são casados há 10 anos. O casal tem dois filhos: Ana, de 9 anos e Pedro, de 7 anos. 
Em 01 de novembro de 2008, quando Camila digitava um trabalho da faculdade de Direito no computador utilizado pelo casal, ficou estarrecida: encontrou uma série de e-mails comprometedores, armazenados pelo marido, na máquina da família.
Descobriu que, no período de 12 de fevereiro de 2008 a 30 de outubro de 2008, seu marido, usando o apelido “homem carente de meia idade”, trocava quase diariamente mensagens de natureza erótica com uma mulher que assinava “cheia de amor pra dar”.
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Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”.  Aula 9 
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Ao ler as mensagens, constatou que o marido se declarara diversas vezes para a internauta, com quem construía fantasias sexuais e praticava sexo virtual. A situação ficou ainda mais grave, porque, nessas ocasiões, Marcelo fazia comentários jocosos sobre o desempenho sexual de Camila e afirmava que ela seria uma pessoa "fria" na cama.
Sua primeira reação foi conversar com Marcelo. Disse-lhe da decepção que tivera com a descoberta. Afirmou que tinha se dedicado à família nesses dez anos, inclusive interrompeu seus estudos, por insistência dele, já que queria o segundo filho. Ele ficou indignado por ela ter acessado seu e-mail. Afirmou que sexo virtual não era traição, e que ela havia violado sua privacidade. Justificou suas confidências com a mulher com a qual conversava como uma forma de desabafo, já que Camila estava sempre distante, ocupada com os trabalhos da faculdade.
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Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”.  Aula 9 
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Camila não aceitou as acusações e justificativas e decidiu se separar do marido. Além disso, após a separação, ajuizou ação de reparação por danos morais em face do ex-marido, na qual pediu indenização no valor de 20 mil reais. Em síntese, alegou na Petição Inicial que: a) o ex-marido manteve relacionamento com outra mulher na constância do casamento; b) a traição foi comprovada por meio de e-mails trocados entre o acusado e sua amante; c) a traição foi demonstrada pela troca de fantasias eróticas (sexo virtual) entre os dois; d) precisou passar por tratamento psicológico para superar a dor que sofria; e) foram violados sua honra subjetiva e seu direito à privacidade no casamento. 
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Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”.  Aula 9 
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Em entrevista à imprensa, a autora afirmou que não houve violação de sigilo das correspondências. Para ela, não está caracterizada a invasão de privacidade porque os e-mails estavam gravados no computador de uso da família e os cônjuges compartilhavam a mesma senha de acesso. 
 
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Possibilidade de resposta:
A autora casou-se com Marcelo em 1998. Um ano depois de uma feliz relação, nasceu Ana. Em 2001, cedeu aos insistentes pedidos do marido e concebeu Pedro. Nessa ocasião, Marcelo fez questão que Camila abandonasse os estudos e se dedicasse inteiramente à família. Como amava o marido e desejava ver sua família equilibrada e feliz, abriu mão da realização pessoal e passou a viver em função do marido e dos filhos.
Quando, enfim, seus filhos estavam maiores, decidiu retomar um adiado sonho: formar-se em direito. Jamais poderia imaginar que o homem para o qual entregara sua juventude, seus sonhos, sua vida, pudesse traí-la e, pior, denegrir a sua honra com uma aventureira. Camila, em um dos poucos momentos de que dispunha para estudar, recorreu ao computador de uso da família, para produzir um trabalho da faculdade. 
Tema da Apresentação
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Triste desilusão: acessou o e-mail do marido, com a senha comum a ambos, e ficou frente a uma realidade com a qual jamais imaginara. Seu marido, apresentando-se como “homem de meia idade carente” a traía com uma mulher que se denominava “cheia de amor para dar”. Ficou estarrecida ao descobrir que trocavam fantasias eróticas por oito longos meses: de 12 de fevereiro de 2008 a 30 de outubro de 2008. Pior, ainda, foi a revelação de que denegria sua honra: fazia comentários jocosos sobre o seu desempenho sexual e afirmava que ela seria uma pessoa "fria" na cama.
Tema da Apresentação
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Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”.  Aula 9 
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A Autora ainda tentou dialogar com seu marido, mas sua tentativa foi em vão: em momento algum, o infiel marido demonstrou arrependimento, e ainda a reprovou por ter acessado o seu e-mail. 
O sofrimento foi tanto, que precisou passar por tratamento psicológico, para recuperar o equilíbrio e voltar a ter uma vida normal.
Assim, não lhe restou alternativa a não ser pedir o divórcio e, em razão de ter sua honra subjetiva maculada e de ter sido violada sua privacidade conjugal, ajuizou a presente ação de indenização por danos morais. 
Tema da Apresentação
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICAProdução da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”.  Aula 9 
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QUESTÃO 
Leia o caso concreto adiante e produza uma narrativa valorada a favor da parte autora, ou seja, produza a narrativa de uma petição inicial – “Dos fatos”.
 Cuida-se de ação indenizatória ajuizada por Marta Gomes em face de Supermercados Pão de Mel, na qual pretende a autora obter a reparação de danos morais e materiais sofridos em virtude de ter escorregado no piso molhado de um dos supermercados da ré, fato este que lhe provocou lesões em seu pé direito, no dia 14 de junho de 2003, e acarretou afastamento das atividades habituais por cerca de vinte dias.
Alega a demandante ter escorregado no chão molhado porque uma funcionária não isolou um corredor que estava sendo lavado. Afirma que a placa com “Piso escorregadio” não é suficiente para evitar acidentes.
Tema da Apresentação
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Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”.  Aula 9 
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Afirma a autora não ter visto a referida placa (cavalete) e, pelo fato de estar o piso molhado e com sabão, não foi possível se equilibrar. Em razão da queda, sustenta que foi levada por empregados da ré a uma clínica conveniada ao plano de saúde oferecido pela empresa a seus funcionários, onde lhe foi recomendado que se dirigisse a um ortopedista, pois não havia na clínica profissional especializado naquele momento.
A autora, então, foi encaminhada ao Centro de Reumatologia e Ortopedia, no qual foi diagnosticada tendinite na face dorsal de seu pé direito; o que ensejou a imobilização de seu pé direito por exatos 21 (vinte e um) dias; tendo ficado afastada de seu trabalho e de suas atividades esportivas por todo esse tempo. 
Tema da Apresentação
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Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”.  Aula 9 
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Pretendeu a autora, de forma subsequente, obter ante a requerida o reembolso das despesas efetuadas com sua recuperação; o que foi negado pela requerida, ante fundamentação de que a autora havia declarado que, alguns anos antes do fato em referência, sofrera uma lesão no tornozelo direito, pelo que o diagnóstico realizado no Centro de Reumatologia e Ortopedia referir-se-ia a esse evento.
Requer judicialmente a autora, portanto, a condenação da ré ao pagamento de R$865,99 (oitocentos e sessenta e cinco reais e noventa e nove centavos) a título de danos materiais, bem como de compensação pecuniária pelos alegados danos morais sofridos em virtude do mesmo fato. Acompanham a inicial os documentos comprobatórios das despesas médicas alegadas pela autora.
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