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Introdução ao Direito Ambiental Epistemologia 1. O que é epistemologia? 2. O Direito Ambiental possui uma especificidade epistemológica? Premissas para uma epistemologia complexa do Direito Ambiental 1. Contestação do conhecimento enquanto algo neutro e separado de quem o produz – modernidade e racionalidade moderna. 2. Reconhecimento da complexidade dos problemas e da necessidade de constante “atualização do direito”. 3. Compreender criticamente os paradigmas que orientam o conhecimento sobre o meio ambiente e sobre o direito. […]o conhecimento não começa de percepções ou observações ou de coleção de fatos e números, porém, começa mais propriamente de problemas (POPPER, 2004, p. 14 apud LEITE, 2015, p. 34). 1. Natureza como meio 2. Natureza como fim (“santuário) Os paradigmas de percepção do meio ambiente 3. Pensamento complexo (relações sistêmicas, interdependência funcional e dos meios e seres e etc…) 1. Pluridisciplinaridade 2. Interdisciplinaridade Paradigmas do saber ambiental 3. Transdisciplinaridade Pensar complexo, portanto, é abandonar o pensamento linear fundamentado no paradigma moderno de entender o mundo sob uma visão global, não uniforme e líquido; é perceber que o pensamento científico deve estar sempre acessível a novas perspectivas (LEITE, 2015, p. 39) O conceito de meio ambiente 1. Conjunto de relações (e interações) interdependentes entre homem e natureza 2. Compreendido através do antropocentrismo alargado 3. Conceito jurídico agrega tanto ambiente natural, artificial, do trabalho e cultural. O meio ambiente enquanto bem jurídico 1. Bem de uso comum do povo 2. Bem incorpóreo (macro-bem composto por micro- bens) 3. Indivisível 4. Indisponível 5. Intergeracional 6. Metaindividual 7. Direito fundamental de terceira dimensão e de quarta geração/dimensão Reflexões Potosí, Zacatecas e Ouro Preto caíram de ponta do cimo dos esplendores dos metais preciosos no fundo buraco dos filões vazios, e a ruína foi o destino do pampa chileno do salitre e da selva amazônica da borracha; o nordeste açucareiro do Brasil, as matas argentinas de Quebrachos ou alguns povoados petrolíferos de Maracaibo têm dolorosas razões para crer na mortalidade das fortunas que a natureza outorga e o imperialismo usurpa. A chuva que irriga os centros do poder imperialista afoga os vastos subúrbios do sistema. Do mesmo modo, e simetricamente, o bem-estar de nossas classes dominantes - dominantes para dentro, dominadas de fora - é a maldição de nossas multidões, condenadas a uma vida de bestas de carga (GALEANO, Eduardo, 2012, p. 14-15). Como podes comprar ou vender o céu - o calor da terra? Tal idéia nos é estranha. Nós não somos donos da pureza do ar ou do resplendor da água. Como podes comprá-los de nós? […] Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um pedaço de terra é igual a outro. Porque ele é um estranho que vem de noite e rouba da terra tudo quanto necessita. A terra não é sua irmã, mas sim sua inimiga, e depois de explorá-la, ele vai embora. Deixa para trás o túmulo do seu pai, sem remorsos de consciência.Rouba a terra dos seus filhos. Nada respeita. (Touro Sentado – Chefe Sioux) XI – Fome no Sul Vejo o soluço no carvão de Lota e a enrugada sombra do chileno humilhado picar a amarga veia da entranha, morrer, viver, nascer da dura cinza agachados, caídos como se o mundo entrasse assim e saísse assim entre pó negro, entre chamas, e só acontecesse a tosse no inverno, o passo de um cavalo na água negra, onde caiu uma folha de eucalipto como faca morta. (NERUDA, Pablo, 2001, p. 316)
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