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DISCIPLINA: 
ARQUITETURA E PREVENÇÃO 
DO CRIME 
AULA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Marcelo Trevisan Karpinski 
 
 
2 
 
 
CONVERSA INICIAL 
Eu sou o professor Marcelo e esta é a sexta aula da rota de aprendizagem 
da disciplina de Arquitetura e Prevenção do Crime. O conteúdo desta aula será 
sobre as formas de violência, os crimes contra a vida, em especial o homicídio, 
por se tratar de uma das formas mais impactantes de violência. 
Além disso, o Transtorno de Estresse Pós-Traumático é apresentado, 
para realçar a preocupação que devemos ter conosco e com nossos 
companheiros. Alguns dados, os mais atuais, são trazidos para conversa em que 
podemos constatar as preocupantes estatísticas de crimes contra a vida no 
Brasil. 
 
 
TEMA 1 – TIPOS DE VIOLÊNCIA 
Podemos verificar e classificar a violência de acordo com a maneira que 
a percebemos, mas notoriamente apenas a sentimos quando nos afeta 
diretamente. No site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)1 encontramos 
algumas formas de violência: violência contra a mulher; violência de gênero; 
violência doméstica; violência familiar; violência física; violência institucional; 
violência intrafamiliar/violência doméstica; violência moral; violência patrimonial; 
violência psicológica; e violência sexual. 
 
 
TEMA 2 – CRIMES CONTRA A VIDA 
A fonte de definições sobre crimes contra a vida é o nosso Código Penal 
Brasileiro. Trazemos abaixo a parte especial do Código que trata 
especificamente desses crimes. 
Tendo a visão ampla dos crimes contra a vida, neste estudo nos 
concentramos no homicídio, sem deixar de ressaltar a gravidade de qualquer 
crime que possa vir a ser cometido contra a pessoa. 
 
 
1 Disponível em: <http://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/lei-maria-da-penha/formas-de-
violencia. 
 
 
3 
 
 
O homicídio, por se tratar de uma das formas mais impactantes de 
violência, além de vitimar aquele que perde a vida, repercute na qualidade de 
vida de familiares, amigos e pessoas envolvidas no processo, inclusive 
profissionais de segurança. A esse fenômeno Sena et al. (2013) chamam de 
Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). 
 
 
TEMA 3 – TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO 
Explicam-nos Sena et al. (2013, p. 25) que 
 
O Transtorno de Estresse Pós-Traumático é um transtorno de 
ansiedade que acomete o indivíduo que tenha sofrido ou presenciado 
algum tipo de violência, gerando um trauma no mesmo. Uma das 
causas para que este indivíduo venha a desenvolver o TEPT é a 
violência, ..., gerando traumas que podem prejudicar 
consequentemente a saúde mental dos indivíduos. 
 
Os autores, Sena et. al. (2013), esclarecem que este termo, transtorno de 
estresse pós-traumático, foi criado por militares que foram expostos a 
experiências de guerras. Ao retornarem do combate, esses militares não 
conseguiam retomar suas rotinas normais de vida, apresentando transtornos 
psíquicos. 
Certamente nosso estudo não tende para o alarmismo. Contudo, atentos 
para as questões da violência urbana, a qual buscamos prevenir técnica e 
cientificamente, alertamo-nos que devemos nos acautelar também em relação a 
nossa saúde psíquica. 
A violência velada e ostensiva, com a qual principalmente nos 
profissionais de segurança convivemos, não pode nos abater, em todos os 
sentidos. 
Essa preparação técnica, científica e psíquica deve ser reforçada 
constantemente, ainda mais porque sabemos que os índices de violência podem 
ser controlados, porém dificilmente serão levados a zero, e nós continuaremos 
a trabalhar. 
Quanto ao crime de homicídio e aos índices de violência, o próprio 
homicídio é levado em conta quando não é o único índice para medir a violência 
em determinada região. 
 
 
4 
 
 
TEMA 4 – EVOLUÇÃO DOS HOMICÍDIOS 
Em 2014, segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), 
ocorreram 59.627 homicídios no Brasil. Logo, com esses números, observamos 
uma taxa de 29,1 homicídios por 100 mil habitantes, sendo este o maior número 
de homicídios já registrado em nosso país. 
Entre 2004 e 2007 esse número ficou em torno de 48 mil a 50 mil, 
enquanto entre 2008 e 2011 girou ao redor de 50 mil a 53 mil. Este total de 
mortes correspondeu a 10% das registradas no mundo, ficando o Brasil com o 
maior número absoluto de homicídios. Além do mais, com esses números, o 
Brasil ficou entre as 12 maiores taxas de homicídios por 100 mil habitantes. 
Segundo Silveira (2007, p. 83): “Embora a literatura sobre homicídios seja 
farta, curiosamente, a descrição de programas de prevenção é escassa, quando 
comparada à farta literatura disponível sobre prevenção de violência doméstica, 
violência na escola etc.” Ademais, Silveira (2007) afirma que o homicídio é 
percebido como o resultado brutal de outros crimes, sendo que estes sim devem 
ser objeto de prevenção, citando como exemplo o tráfico de drogas. 
 
 
TEMA 5 – PROGRAMAS DE PREVENÇÃO DE HOMICÍDIOS 
Silveira (2007, p. 85) elenca alguns programas de prevenção de 
homicídios conhecidos e destaca que no 
 
... Brasil um dos exemplos mais conhecidos de intervenção para 
redução dos homicídios ocorreu na cidade de Diadema – São Paulo 
onde uma série de medidas de natureza preventiva conseguiu reduzir 
o número de homicídios em 74% entre 1999 e 2005; O município 
constituiu uma Secretaria de Defesa Social, em 2001, a qual 
implementa o Plano de Segurança Pública. 
 
 
Dos resultados para a prevenção de homicídios em Diadema destacou-
se: 
Lei de Fechamento dos Bares, a qual prevê a restrição da abertura 
dos estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas entre 23 e 06 
horas todos os dias – constatou-se que 60% dos homicídios ocorridos 
em 2001 aconteceram entre 23 e 06 horas nas imediações de locais 
que vendiam bebidas alcoólicas para consumo imediato. (Silveira 
2007) 
 
 
 
5 
 
 
Outro exemplo de programa trazido por Silveira (2007, p. 86) é: “O do 
município de Serra no Espírito Santo, nacionalmente conhecido pelas altas taxas 
de homicídios (120,9/100.000 habitantes em 2004), também vem 
implementando uma série de iniciativas para reduzir estes eventos.” Entre as 
iniciativas é citada a criação do Fórum Serra Cidade da Paz, que reúne diversos 
atores sociais que implementaram várias ações, de acordo com Silveira (2007, 
p. 86), entre elas estão: 
 
Fiscalização da Orla; fiscalização das casa de jogos eletrônicos; 
pesquisa científica para elaboração de diagnóstico sobre as causas da 
violência; criação do Centro Integrado de Segurança; Curso de 
Capacitação em Planejamento em Intervenções Sociais; Seminário 
Interno de Políticas Sociais do Município da Serra; Programa Escola 
Aberta; Monitores Jovens de Turismo; Seminários Temáticos 
(Igualdade Racial, Juventude, etc.); criação do Núcleo de Estudos 
sobre a Violência e Promoção da Saúde; Programa Agente da Paz; 
realização do Seminário Serra Cidade da Paz; realização de Passeatas 
pela Paz (Paz Folia, Passeio Ciclístico, etc.); realização de Campanha 
Publicitária; Círculo de Debates Recriando o Cotidiano. 
 
Conforme Silveira (2007, p. 86), “O município vem observando reduções 
paulatinas nas suas taxas de homicídios, que atingiram, em janeiro de 2007, 
94,9/100.000 habitantes, número evidentemente muito alto, mas que sinaliza 
redução em relação aos índices anteriores.” 
Outros programas nacionais referenciados por Silveira (2007) são os que 
buscam retirar das ruas os bens criminogênicos, como as armas de fogo. Os 
estudos de Silveira (2007, p. 87) apontam que: 
 
 
No Brasil, o procedimento foi colocado em prática atravésde uma 
campanha nacional de coleta gratificada de armas implementada em 
2004 e que supostamente teria provocado a não ocorrência de 5.563 
homicídios naquele ano. Entretanto, avaliações mais robustas são 
necessárias para comprovar os efeitos do programa, já que outras 
ações em curso no país para reduzir homicídios não foram levadas em 
consideração. 
 
A autora ainda cita, em seu trabalho, mais programas que obtiveram 
resultados positivos no combate aos homicídios – deixamos alguns relacionados 
abaixo para que você possa pesquisar. 
 
 
 
 
6 
 
 
 The Boston Gun Project’s Operation Ceasefire, que buscou solucionar o 
problema de homicídio entre jovens em Boston, em 1995. 
 Reducing Gun Violence – Community Problem Solving in Atlanta. 
 Reducing Gun Violence – Operation Ceasefire in Los Angeles. 
 Fica Vivo em Minas Gerais. 
 Desepaz – Programa de Desarrollo, Seguridad y Paz, implementado em 
Cali, Colômbia, na década de 1990. 
 “Cultura Cidadã”, implementado pela Prefeitura de Bogotá, Colômbia, 
entre 1995 e 1997. 
 
O Atlas da Violência 2016 traz também importante análise sobre a 
vitimização fatal da juventude, situando a vitimização de acordo com a idade e o 
grau de instrução dos indivíduos. 
O pico de homicídios, segundo o Altas da Violência 2016, ocorre com 
homens de 21 anos de idade e demonstra que aqueles com instrução maior do 
que oito anos têm menor probabilidade de serem vitimados. Já as pessoas na 
faixa dos 21 anos de idade, com menos de oito anos de escolaridade, têm 5,4 
vezes mais chance de serem vítimas de homicídio. 
Dentre as ideias possíveis de programas de redução da mortalidade 
violenta, a educação, juntamente com a escolarização de nossos jovens, é a 
melhor. 
 
 
NA PRÁTICA 
Faça uma pesquisa junto aos sites de notícias e verifique o número de 
agentes de segurança pública e privada que foram vítimas de homicídios no 
último ano. 
 
 
SÍNTESE 
Estudamos as formas de violência, lembrando que nós não estamos 
imunes à violência diária que por certo nos afeta. No Código Penal Brasileiro 
dedicamos uma atenção especial ao homicídio. 
 
 
7 
 
 
O transtorno de estresse pós-traumático foi também alvo de nosso estudo. 
Além disso, apresentamos alguns dados e informações do Instituto de 
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) juntamente com o Fórum Brasileiro de 
Segurança Pública (FBSP), divulgados no Atlas da Violência 2016. 
 
 
REFERÊNCIAS 
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA – CNJ. Formas de violência. 
Disponível em: <http://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/lei-maria-da-
penha/formas-de-violencia>. Acesso em: 19 jul. 2016. 
SENA, J. A. de; TORRES, K.; LOPES, A. P. O transtorno de estresse 
pós-traumático e a violência urbana. Cadernos de Graduação – Ciências 
Biológicas e da Saúde Fits, Maceió, v. 1, n. 2, p. 21-33, maio 2013. Disponível 
em: <https://periodicos.set.edu.br/index.php/fitsbiosaude/article/view/575/362>. 
Acesso em: 15 jul. 2016. 
SILVEIRA, A. M. Prevenindo homicídios: avaliação do Programa Fica 
Vivo no Morro das Pedras em Belo Horizonte. 290 f. Tese (Doutorado em 
Ciências Humanas) – Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade 
Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2007. Disponível em: 
<http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/handle/1843/AMSA-7DAKTX>. 
Acesso em: 20 jul. 2016.

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