Trabalho Academico REVOLUÇÃO DOS BICHOS Analise Critica da Obra

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UNIVERSIDADE VILA VELHA
DIREITO
ANDREY REBLIN SARMENGHI
A REVOLUÇÃO DOS BICHOS: 
ANÁLISE CRÍTICA DA OBRA.
VILA VELHA
2016
ANDREY REBLIN SARMENGHI
A REVOLUÇÃO DOS BICHOS: 
ANÁLISE CRÍTICA DA OBRA.
Dissertação apresentada à Universadade Vila Velha, como requisito do Curso de Direto em História do Direito, para obtenção de nota, sob orienteção do Professor Rafael Claudio Simões.
VILA VELHA
2016
SUMÁRIO
1	ANÁLISE CRÍTICA DA OBRA – A REVOLUÇÃO DOS BICHOS.	3
3	REFERÊNCIAS	6
ANÁLISE CRÍTICA DA OBRA – A REVOLUÇÃO DOS BICHOS.
A Revolução dos Bichos é uma fábula escrita pelo inglês George Orwell durante a Segunda Guerra Mundial, com sua publicação apenas em 1945 com o fim da grande guerra e com o inicio da Guerra Fria.
A fábula se passa em uma fazenda no interior da Inglaterra no ano de 1917, fazenda esta que esta em decadência decorrente a má gestão de seu proprietário. 
Após muitos anos de exploração e cansados da situação, os animais da fazenda reúnem-se para uma revolta contra seu dono em busca da libertação.
Com a instituição de sete regras, os animais passam a se reconhecer, a respeitar seus valores e a trabalhar sobre um caminho em busca de uma sociedade mais igualitária. Isso em parte foi possível já que os animais inicialmente participavam de forma direta das deliberações e decisões políticas da Granja dos Bichos. 
A história narra de forma ácida e sátira a “escravidão” e a manipulação da população proletariada e leiga que viveu durante a Revolução Rússia em 1917.
Além de remeter ao egoísmo, autoritarismo, corrupção que há em relações humanas, sejam elas políticas ou sociais, os personagens também lembram características de personagens históricos. Como, por exemplo, Major que apresenta semelhanças idealistas com Karl Max, ou então Napoleão que se assemelha com Stalin, a quem o autor paralelamente faz uma crítica, devido à administração corrupta.
É possível observar durante toda obra, dois tipos de dominações existentes, uma é através do induzir e convencer os outros animais a aceitarem todas as mudanças exigidas pelo líder. A outra é a dominação pela força bruta, os quais puniam qualquer um que contestasse as ordens do líder. 
A sátira política abordada pode ser até mesmo comparada com o atual sistema político que a maior parte dos países, senão todos vivem atualmente, ou já viveu em algum momento de sua historia. Sistemas de governo tido como democrático, que possuem as mesmas falsas promessas e as mesmas tiranias, que busca norteado pelo sentimento de ambição, o poder e as vantagem, esquecendo os verdadeiros motivos que levaram a revolução. 
O que vimos acontecer no Brasil nos últimos anos, durante o governo do Partido dos Trabalhadores, é o melhor reflexo e o que temos de mais próximo da fábula de George Orwell. Uma população carente de tudo, onde bastou uma voz gritar por igualdade e melhorias, que as mudanças começam aparecer nas urnas. Mas no dia a dia a mudança foi apenas momentânea. A mudança foi apenas de aparências, pois por traz tudo continuava como antes e ate mesmo pior, pois os governantes agora eram outros e queria aproveitar ao máximo o sabor do poder e tudo aquilo que o advém. Será o Partido dos Trabalhadores os nossos porcos? Ou somos nos, a população, os animais da fazenda, que espera por uma solução mágica de nossos problemas? 
O que sabemos de fato, é que, qualquer promessa dita em momentos de sofrimento e escassez soa como milagre. A parti do momento que nossas necessidades estão sendo satisfeitas, não nos preocupamos da forma que esta sendo feita, mas apenas que sejam feitas. No entanto é ai que mora o problema, aos poucos sem percebermos, mudanças passão a ocorrer, o poder passa a ser controlado por poucos e a legislação é feita em causa própria. É quando percebemos que nunca existiu a igualdade entre todos como prometido, e o que observamos é a corrupção do sistema, as traições, a luta pelo poder, e a manipulação das massas.
A população de forma geral, por muitos anos, foi vista como povo de memória curta, assim como os animais da fazenda que não se lembram das regras, não se lembram como era antes do novo governo, e muito menos conseguem comparar a vida atual com a anterior, nem mesmo lembram se o que foi prometido foi cumprido. 
Hoje com uma população mais organizada, alfabetizada, com senso crítico e com acesso a diversas formas de informação, é cada vez mais difícil manobrar essa massa através das oratórias e propagandas. E com frequência assistimos o uso da força para impor novas regras que beneficiam os poucos que governam ou mesmo para conter a grande população em casos de insurgências. 
A obra deixa claro que qualquer que seja a nova organização de sociedade, quando o homem chega ao poder absoluto ele é corrompido. É impossível discordar do autor no que se refere ao chamado socialismo real. Em todos os lugares do mundo onde ele foi implantado ao longo da história, um partido - e via de regra o líder desse partido - tomaram o lugar da classe social que deveria comandar o processo revolucionário, substituindo a "ditadura do proletariado" proposta por Marx por uma ditadura do partido. Por outro lado, sempre há a possibilidade de que tais movimentos esbarrem na natureza humana, essencialmente egoísta, egocêntrica, vaidosa, invejosa, nepotista, violenta. Como nos mostrou Orwell e sua fazenda de bichos socialistas. Por sinal, a intenção do autor, revelada por ele mesmo, não era atacar a ideologia socialista, mas, sim, o stalinismo. O problema é que, passado o século XX, não só o stalinismo se mostrou tirano na pior acepção da palavra, mas também as outras experiências socialistas, todas, sem exceção. Foi assim na União Soviética e em seus satélites do Leste Europeu, na China, no Camboja, em Cuba e na Coréia do Norte. 
Todas as situações apresentadas na obra demonstram que qualquer revolução com esse mesmo objetivo pode até ser conveniente a princípio, contudo, não há como desenvolver tais ideologias em uma sociedade onde costumes, tradições, opiniões, preferências e estilo de vida são únicos para cada indivíduo. Líderes, políticos e representantes necessitam estar sob frequentes mudanças em seus cargos, pois mesmo que em algumas situações o eleito contribua com o seu mandato, quando algum ‘tolo’ adquirir uma posição de poder, esse sim o corromperá e o manipulará em prol de somente seus interesses e benefícios.
Embora a fábula faça uma ligação direta com uma época especifica em que a Rússia viveu, ela também não pode deixar de ser comparada com outras revoluções ou a chegada ao poder, de classes mais fracas e que logo em seguida são corrompidas. A obra de Georg Orwell é muito atual, mesmo depois de 70 anos após sua publicação.
REFERÊNCIAS
ORVELL, Georg. A Revolução dos bichos: Companhia das Letras, 2006.