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CCJ0052-WL-B-RA-07-TP Redação Jurídica-Elementos da Narrativa Forense

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Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
Aula: 
007 
Assunto: Elementos da narrativa forense: narrativa a serviço da 
argumentação 
Folha: 
1 de 10 
Data: 
03/09/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aula-007/WLAJ/DP 
Plano de Aula: Teoria e Prática da Redação Jurídica 
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA 
Título 
Teoria e Prática da Redação Jurídica. 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
7. 
Tema 
Elementos da narrativa forense: narrativa a serviço da argumentação. 
Objetivos 
 
●- Aprimorar o estudo da narrativa iniciado no segundo semestre; 
●- Identificar os elementos da narrativa forense no caso concreto; 
●- Estabelecer relação entre a seleção dos fatos narrados e a produção de argumentos. 
Estrutura do Conteúdo 
1. Elementos da narrativa jurídica 
 
1.1. Centralidade. 
1.2. Características das partes: características moral, social, psicológica, profissional, religiosa, física, 
familiar, etc. 
1.3. Educação quantitativa e educação qualitativa. 
1.4. Espaço físico e espaço social. 
1.5. Tempo cronológico e tempo psicológico. 
 
2. Relação entre as informações narradas e a função argumentativa que desempenham 
Aplicação Prática Teórica 
 
Vimos até a última aula como produzir a ementa. Passaremos, agora, a estudar o relatório. Esse item do 
Parecer é marcado pela isenção como o parecerista apresenta os fatos importantes que deverão ser analisados e 
possibilita uma transição lógica e coerente da ementa para a fundamentação. 
Segundo as orientações sobre a Lógica do Razoável, ao produzir seu relatório, exige-se do profissional do 
Direito a apresentação de uma série de circunstâncias observadas no caso concreto, seja em relação àqueles que 
participam da lide (partes litigantes), seja em relação ao lugar e tempo em que ocorreram os fatos. 
Nesse sentido indicamos alguns elementos que possam contribuir para uma narrativa mais completa e 
consistente. Assinale-se que essas mesmas informações, no momento em que se vai produzir a argumentação, 
mostram-se com grande valor persuasivo. A elas chamamos de elementos da narrativa forense. 
 
QUESTÃO 
 
Leia o caso concreto. 
 
Marcelo e Camila são casados há 10 anos. Em 01 de novembro de 2008, quando Camila digitava um 
trabalho da faculdade no computador utilizado pelo casal, ficou estarrecida: encontrou uma série de e-mails 
comprometedores, armazenados pelo marido, na máquina da família. 
Descobriu que, no período de 12 de fevereiro de 2008 a 30 de outubro de 2008, seu marido, usando o 
apelido “homem carente de meia idade”, trocava quase diariamente mensagens de natureza erótica com uma 
mulher que assinava “cheia de amor pra dar”. 
Ao ler as mensagens, constatou que o marido se declarara diversas vezes para a internauta, com quem 
construía fantasias sexuais e praticava sexo virtual. A situação ficou ainda mais grave, porque, nessas ocasiões, 
Marcelo fazia comentários jocosos sobre o desempenho sexual de Camila e afirmava que ela seria uma pessoa 
"fria" na cama. 
Por conta de todos esses fatos, Camila se separou de Marcelo. Cerca de quatro meses após a separação, 
ajuizou ação de reparação por danos morais em face do ex-marido, na qual pediu indenização no valor de 20 mil 
reais. Em síntese, alegou na Petição Inicial que: a) o ex-marido manteve relacionamento com outra mulher na 
constância do casamento; b) a traição foi comprovada por meio de e-mails trocados entre o acusado e sua 
amante; c) a traição foi demonstrada pela troca de fantasias eróticas (sexo virtual) entre os dois; d) precisou 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
Aula: 
007 
Assunto: Elementos da narrativa forense: narrativa a serviço da 
argumentação 
Folha: 
2 de 10 
Data: 
03/09/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aula-007/WLAJ/DP 
passar por tratamento psicológico para superar a dor que sofria; e) foram violados sua honra subjetiva e seu 
direito à privacidade no casamento. 
Em sua defesa, o ex-marido alegou a improcedência do pedido sustentando o seguinte: a) sexo virtual não 
caracteriza traição; b) houve invasão de privacidade e violação do sigilo das correspondências; c) os e-mails 
devem ser desconsiderados como prova da infidelidade; d) não difamou a ex-esposa, ao contrário, ela mesma 
denegria sua imagem ao mostrar as correspondências às outras pessoas. 
Em entrevista à imprensa, a autora afirmou que não houve violação de sigilo das correspondências. Para 
ela, não está caracterizada a invasão de privacidade porque os e-mails estavam gravados no computador de uso 
da família e os cônjuges compartilhavam a mesma senha de acesso. "Simples arquivos não estão resguardados 
pelo sigilo conferido às correspondências", concluiu. 
Agora que você já conhece o conflito, produza, com base nessa leitura, esquema idêntico ao que segue. A 
primeira linha da tabela já foi preenchida para que sirva de exemplo para você colher as demais informações no 
caso concreto. Identifique quantos elementos entender adequado. 
 
1. Elemento da narrativa jurídica 
Característica moral do marido. 
2. Informação retirada do texto (contextualização do real) 
Marcelo compartilhava com uma desconhecida detalhes de sua vida sexual com a esposa. 
3. Parágrafo argumentativo que tome por base a informação selecionada 
Se a traição, por si só, já causa abalo psicológico ao cônjuge traído, a honra subjetiva da autora foi muito 
mais agredida, ao saber que seu marido, além de traí-la - inobservância do dever conjugal de fidelidade - 
violou a confiança da esposa quando teceu comentários difamatórios com sua amante quanto à sua vida 
íntima. 
 
RESPOSTA: 
 
Elementos da 
narrativa jurídica 
Informação retirada do texto 
(contextualização do real) 
Parágrafo argumentativo que tome por base a 
informação selecionada 
Característica 
moral do marido 
Marcelo compartilhava com 
uma desconhecida detalhes 
de sua vida sexual com a 
esposa. 
Se a traição, por si só, já causa abalo psicológico 
ao cônjuge traído, a honra subjetiva da autora foi 
muito mais agredida, ao saber que seu marido, 
além de traí-la - inobservância do dever conjugal 
de fidelidade - violou a confiança da esposa 
quando teceu comentários difamatórios com sua 
amante quanto à sua vida íntima. 
Tempo do 
casamento 
Dez anos De acordo com o artigo 1.511 do Código Civil de 
2002: "O casamento estabelece comunhão plena 
de vida, com base na igualdade de direitos e 
deveres dos cônjuges." E, no mesmo dispositivo, o 
art. 1.566 preceitua claramente que dentre os 
deveres dos cônjuges estão a fidelidade recíproca 
e o respeito e consideração mútuos. Nesse sentido, 
diante dos e-mails trocados entre o acusado e sua 
amante é indiscutível que Marcelo manteve um 
relacionamento com outra mulher durante a 
vigência do seu casamento. 
Espaço físico Marcelo no ambiente familiar, 
por meio do computador da 
família e de uso comum do 
casal, armazenou e-mails 
comprometedores. 
É inegável a reprovação de conduta do cônjuge 
que, inescrupulosamente, no ambiente familiar deu 
margem e nutriu um relacionamento 
extramatrimonial, caracterizando o sentimento de 
desrespeito, quebra das promessas firmadas no 
casamento e afronta a dignidade humana do outro 
consorte. 
Tempo da traição 12 de fevereiro de 2008 a 30 
de outubro de 2008 
O lapso temporal de 8 (oito) meses demonstra que 
não se tratou de um relacionamento casual, mas 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
Aula: 
007 
Assunto: Elementos da narrativa forense: narrativa a serviço da 
argumentação 
Folha:3 de 10 
Data: 
03/09/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aula-007/WLAJ/DP 
duradouro e estável, vez que trocavam intimidade 
quase que diariamente. 
Espaço 
social/virtual 
Marcelo defende-se afirmando 
que sexo virtual não 
caracteriza traição. 
Mesmo que o relacionamento fique restrito ao 
ambiente virtual da internet, não deixa de ser uma 
modalidade de traição. A confiança, base de 
qualquer relacionamento, seja ele comercial ou 
afetivo, foi rompida. Ademais, ao tipificar no artigo 
1.566, o legislador não deixou dúvidas sobre quais 
são os deveres dos cônjuges, não pondo como 
deveres o amor, em um sentido romântico e 
idealista, mas colocando em sentido prático, a 
fidelidade recíproca. 
Característica 
social e 
psicológica da 
esposa 
Estarrecida, Camila precisou 
passar por tratamento 
psicológico para superar a dor 
que sofria. 
O cônjuge vítima da traição tem toda sua vida 
emocional abalada por um fato dessa natureza, 
pois o sofrimento é inquestionável e acaba com a 
segurança afetiva em seu casamento, tanto é que 
causou a separação. 
Centralidade Marcelo trocou quase que 
diariamente mensagens de 
natureza erótica, declarou-se 
diversas vezes, construiu 
fantasias sexuais e praticou 
sexo virtual com uma mulher 
que assinava “cheia de amor 
pra dar”. 
A infidelidade do acusado lesionou os direitos da 
autora porque houve a quebra da obrigação aos 
deveres conjugais, e também ocasionou intensa 
humilhação e constrangimento à ofendida. Além 
disso, feriu os bons costumes. Cabe afirmar, diante 
do exposto, que tal comportamento configura ato 
ilícito e, portanto, causador de dano moral, uma 
vez que afetou a dignidade e a honra da vítima, 
sendo passível assim, de reparação. 
 
 
 
==XXX== 
 
 
RESUMO DE AULA (WALDECK LEMOS) 
 
7ª AULA – Narrativa Simples X Narrativa Valorada 
 
Narrativa Simples X Narrativa Valorada 
 
Narrativa Simples Narrativa Valorada 
A seleção é imparcial; assim, registram-se 
informações relevantes para as duas partes. 
A seleção é parcial; assim, registram-se 
informações relevantes, apenas, para a parte 
que se representa. 
Sequência cronológica linear. Sequência cronológica linear ou não linear. 
Polifonia frequente. Polifonia quando necessária. 
Uso da 3ª pessoa do singular e verbo no 
pretérito. 
Uso da 3ª pessoa do singular e uso mais 
frequente no pretérito, usa-se, também, o 
presente. 
Sem modalizadores. Uso frequente de modalizadores. 
 
 
 
==XXX== 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
Aula: 
007 
Assunto: Elementos da narrativa forense: narrativa a serviço da 
argumentação 
Folha: 
4 de 10 
Data: 
03/09/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aula-007/WLAJ/DP 
 
 
RESUMO DE AULA (PROFESSOR - AULA MAIS - ESTÁCIO) 
 
7ª AULA – Elementos da narrativa forense: narrativa a serviço da argumentação 
 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Professora Alda da Graça Marques Valverde 
Aula 07 
 
7ª AULA – Elementos da narrativa forense: narrativa a serviço da argumentação 
 
Correção da semana 6 
 
Segundo Jorge, não gostava de estudar, mas tinha o dom para a pintura. Sua mãe o estimulava, mas seu 
pai desvalorizava a sua opção e considerava que devia seguir o exemplo do irmão mais novo: formar-se em 
engenharia. Conforme o pai de Jorge, seu filho perdia seu tempo com mulheres e bebidas. Não aprovava a vida 
que o filho levava. 
De acordo com o relato de um garçom do bar que Jorge frequenta, este ficava longo tempo olhando uma 
jovem loira, que demonstrava ter medo dele. Quando a jovem saiu do bar, Jorge a seguiu e não pagou a conta. O 
garçom considera-o um aproveitador espertalhão. 
Jorge revelou que seguiu a jovem, apresentou-se a ela e confessou-lhe o seu amor. Esta o acolheu, 
concordou em acompanhá-lo ao seu apartamento. Ele acrescentou que a jovem demonstrou preocupação em não 
desagradar seus pais, razão pela qual não pretendia se demorar. No apartamento, ela pintou uma tela e pousou 
para ele. Lúcia adormeceu, derramou guache vermelho no chão, o qual ele tentou remover com uma faca de 
limpar telas. O rapaz disse, ainda, que Raimundinha, sua vizinha, ao passar pelo corredor se afastou correndo. Ele 
fora ao seu encontro para pedir-lhe fruta e leite. 
A mãe de Lúcia afirmou que sua filha gostava de um rapaz simpático, triste e solitário, mas não tinha 
coragem de revelar seu amor. Estava preocupada com a demora da filha. 
De acordo com Jorge, Lúcia despertou às sete horas, levou-a para casa, explicou para a mãe da jovem o 
que ocorreu. Disse que ficaram noivos e pretendem participar de uma Exposição Nacional de Pintura, com o 
retrato de Lúcia. Acredita que será feliz com a jovem. 
 
Semana 7 
 
Objetivos 
 
- Aprimorar o estudo da narrativa, iniciado no segundo período; 
- Identificar os elementos da narrativa forense no caso concreto; 
- Estabelecer relação entre a seleção dos fatos narrados e a produção de argumentos. 
 
Estrutura do conteúdo 
 
1. Elementos da narrativa jurídica 
1.1. Centralidade. 
1.2. Características das partes: características moral, social, psicológica, profissional, religiosa, física, 
familiar, etc. 
1.3. Educação quantitativa e educação qualitativa. 
1.4. Espaço físico e espaço social. 
1.5. Tempo cronológico e tempo psicológico. 
 
2. Relação entre as informações narradas e a função argumentativa que desempenham 
 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
Aula: 
007 
Assunto: Elementos da narrativa forense: narrativa a serviço da 
argumentação 
Folha: 
5 de 10 
Data: 
03/09/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aula-007/WLAJ/DP 
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Elementos da Narrativa Jurídica à serviço da argumentação- Aula 7
NARRATIVA FORENSE
Imparcial Valorada
Elementos da narrativa forense:
- Centralidade;
- Características das partes: social,
moral, física, psicológica,
profissional, religiosa, familiar, etc.;
- educação quantitativa e qualitativa;
- representatividade social;
- espaço físico e social;
- tempo cronológico e psicológico.
Parecer Petição Inicial
(por exemplo)
Apresentação Pretensão
impessoal dos do autor
fatos
 
 
Leia o caso concreto. 
 
Marcelo e Camila são casados há 10 anos. Em 01 de novembro de 2008, quando Camila digitava um 
trabalho da faculdade no computador utilizado pelo casal, ficou estarrecida: encontrou uma série de e-mails 
comprometedores, armazenados pelo marido, na máquina da família. 
Descobriu que, no período de 12 de fevereiro de 2008 a 30 de outubro de 2008, seu marido, usando o 
apelido “homem carente de meia idade”, trocava quase diariamente mensagens de natureza erótica com uma 
mulher que assinava “cheia de amor pra dar”. 
Ao ler as mensagens, constatou que o marido se declarara diversas vezes para a internauta, com quem 
construía fantasias sexuais e praticava sexo virtual. A situação ficou ainda mais grave, porque, nessas ocasiões, 
Marcelo fazia comentários jocosos sobre o desempenho sexual de Camila e afirmava que ela seria uma pessoa 
"fria" na cama. 
Por conta de todos esses fatos, Camila se separou de Marcelo. Cerca de quatro meses após a separação, 
ajuizou ação de reparação por danos morais em face do ex-marido, na qual pediu indenização no valor de 20 mil 
reais. Em síntese, alegou na Petição Inicial que: a) o ex-marido manteve relacionamento com outra mulher na 
constância do casamento; b) a traição foi comprovada por meio de e-mails trocados entre o acusado e sua 
amante; c) a traição foi demonstrada pela troca de fantasias eróticas (sexo virtual) entre os dois; d) precisou 
passar portratamento psicológico para superar a dor que sofria; e) foram violados sua honra subjetiva e seu 
direito à privacidade no casamento. 
Em sua defesa, o ex-marido alegou a improcedência do pedido sustentando o seguinte: a) sexo virtual não 
caracteriza traição; b) houve invasão de privacidade e violação do sigilo das correspondências; c) os e-mails 
devem ser desconsiderados como prova da infidelidade; d) não difamou a ex-esposa, ao contrário, ela mesma 
denegria sua imagem ao mostrar as correspondências às outras pessoas. 
Em entrevista à imprensa, a autora afirmou que não houve violação de sigilo das correspondências. Para 
ela, não está caracterizada a invasão de privacidade porque os e-mails estavam gravados no computador de uso 
da família e os cônjuges compartilhavam a mesma senha de acesso. "Simples arquivos não estão resguardados 
pelo sigilo conferido às correspondências", concluiu. 
Agora que você já conhece o conflito, produza, com base nessa leitura, esquema idêntico ao que segue. A 
primeira linha da tabela já foi preenchida para que sirva de exemplo para você colher as demais informações no 
caso concreto. Identifique quantos elementos entender adequado. 
 
Digamos que se desejasse defender a seguinte tese: 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
Aula: 
007 
Assunto: Elementos da narrativa forense: narrativa a serviço da 
argumentação 
Folha: 
6 de 10 
Data: 
03/09/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aula-007/WLAJ/DP 
Marcelo deve indenizar Camila, porque violou sua honra subjetiva. 
 
Que fatos do caso concreto você selecionaria e de que forma os usaria para defender sua tese? 
Vamos identificar esses fatos, como elementos da narrativa e que, por conterem essência argumentativa, 
devam ser selecionados. 
 
1. Elemento da narrativa jurídica 
Característica moral do marido. 
2. Informação retirada do texto (contextualização do real) 
Marcelo compartilhava com uma desconhecida detalhes de sua vida sexual com a esposa. 
3. Parágrafo argumentativo que tome por base a informação selecionada 
Se a traição, por si só, já causa abalo psicológico ao cônjuge traído, a honra subjetiva da autora foi muito 
mais agredida, ao saber que seu marido, além de traí-la - inobservância do dever conjugal de fidelidade - 
violou a confiança da esposa quando teceu comentários difamatórios com sua amante quanto à sua vida 
íntima. 
 
1. Elemento da narrativa jurídica 
Característica física e psicológica do marido / Tempo de relacionamento. 
2. Informação retirada do texto (contextualização do real) 
Homem carente de meia idade / Casamento de dez anos. 
3. Parágrafo argumentativo que tome por base a informação selecionada 
Espera-se que, em um casamento de dez anos, haja estabilidade e intimidade suficiente para que seja 
expresso, com sinceridade, o sentimento de carência vivenciado por um dos parceiros. Entretanto, 
Marcelo preferiu revelar sua carência para uma desconhecida, na busca de manter uma relação paralela. 
Na verdade, como a maioria dos homens de “meia idade”, desejava se afirmar. 
 
1. Elemento da narrativa jurídica 
Educação qualitativa. 
2. Informação retirada do texto (contextualização do real) 
Camila era estudante universitária. 
3. Parágrafo argumentativo que tome por base a informação selecionada 
Certamente, Camila entenderia a instabilidade emocional pela qual, segundo Marcelo, estava passando: 
afinal era uma mulher esclarecida, já que frequentava o meio acadêmico, trocando experiências com 
colegas e professores. 
 
1. Elemento da narrativa jurídica 
Período em que Marcelo manteve uma relação extraconjugal. 
2. Informação retirada do texto (contextualização do real) 
Período de 12 de fevereiro de 2008 a 30 de outubro de 2008. 
3. Parágrafo argumentativo que tome por base a informação selecionada 
Ora, Marcelo manteve por longos oito meses relacionamento, segundo ele, virtual com uma mulher que 
se denominava “cheia de amor pra dar”. Não foi, portanto, um relacionamento ocasional, mas uma 
relação íntima e duradoura. Isso porque, não a interrompeu após os primeiros contatos, muito pelo 
contrário: optou por compartilhar, com frequência de quem está completamente envolvido, confidências 
típicas de uma relação sem reservas. 
 
Já foram selecionados e contextualizados alguns elementos da narrativa. Também foram oferecidas 
sugestões de parágrafos argumentativos, utilizando-os. 
Agora, continue a seleção e produza parágrafos argumentativos, demonstrando como fazer uso dessas 
informações. 
 
RESPOSTA: VER. VER. 
 
REVISÃO PARA A AV1 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
Aula: 
007 
Assunto: Elementos da narrativa forense: narrativa a serviço da 
argumentação 
Folha: 
7 de 10 
Data: 
03/09/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aula-007/WLAJ/DP 
 
AULA 1 
Tipos de raciocínio; silogismo: dedução e indução. 
 
AULA 2 
Lógica Formal e Lógica do Razoável no discurso jurídico. 
 
Lógica Formal Lógica do Razoável 
Raciocínio Dedutivo 
 
Razão 
Premissa Maior Lei 
Premissa Menor Caso concreto 
Conclusão Norma extraída da reunião das 
premissas. 
Raciocínio Indutivo 
 
Emoção 
Ponderação entre premissas que contêm 
conexão lógica. 
Princípios. 
 
AULA 3 
Lógica do Razoável e Princípios Gerais do Direito. 
 
REGRA Determina conduta aplicável a uma hipótese precisa. 
 
PRINCÍPIO Valor ético e moral, abrigado no ordenamento jurídico, espelha a ideologia da sociedade e incide 
sobre uma pluralidade de situações. 
 
RAZOABILIDADE Ponderação, com base em valores advindos dos princípios jurídicos. 
 
AULA 4 
Parecer técnico - jurídico: ementa (1) 
 
AULA 5 
Parecer técnico-jurídico: ementa (2) 
 
Elementos do parecer técnico- jurídico: 
 
1 - Ementa: apresentação sucinta, em no máximo oito linhas, do objeto de consulta. Inicia sempre pelo fato 
jurídico e apresenta uma visão panorâmica dos fatos, provas e circunstâncias analisados e do ponto de 
vista defendido pelo parecerista. 
2 - Relatório: é a narração da história processual, marcada pela isenção. Apresenta a narração dos fatos 
importantes e as circunstâncias em que estes ocorreram Isso possibilita uma transição lógica e coerente 
para a fundamentação. 
3 - Fundamentação: argumentação baseada em sustentação principiológica, legal, doutrinária e 
jurisprudencial, bem como em recursos polifônicos (religião, mídia, opinião pública, família, moral, 
costumes, etc), técnicas argumentativas e estratégias discursivas, para buscar o convencimento sobre o 
ponto de vista defendido quanto ao assunto da consulta. 
4 - Conclusão: fecho do parecer. O parecerista apresenta uma proposta ou sugestão para a solução do 
caso concreto analisado. 
5 - Parte Autenticativa: tendo em vista a responsabilidade civil, o parecer deve ser datado, assinado e 
apresentar o número da carteira de identidade profissional (OAB, por exemplo) de quem o emite. 
 
EMENTA: 
 
Composição: 
 
Como fazer? 
• Escreva-a no alto direito da folha, a partir do meio desta. 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
Aula: 
007 
Assunto: Elementos da narrativa forense: narrativa a serviço da 
argumentação 
Folha: 
8 de 10 
Data: 
03/09/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aula-007/WLAJ/DP 
• Utilize letra em caixa-alta para o fato central. 
• Separe com travessão os itens informados. 
• Inicie cada item com letra maiúscula; 
• Não use verbo conjugado, não registre o nome próprio das partes, evite adjetivos. 
 
O que escrever? 
• O fato central. 
• Os nexos referenciais.• O entendimento do parecer. 
 
Exemplo extraído da aula 5 
 
TÉRMINO DO LIMITE CONTRATUAL – Plano de 
saúde – Paciente menor – Risco de vida – Recusa 
obrigacional da seguradora – Hipossuficiência do 
consumidor – Cobertura de doença, sem 
fundamentação razoável à limitação do tratamento - 
Parecer favorável ao cumprimento de todas as 
obrigações médico-hospitalares. 
 
AULA 6 
Características da narrativa jurídica. 
 
ELEMENTOS DA NARRATIVA FORENSE 
O quê? – Fato jurídico central ou questão jurídica central. 
Quem? – As partes devidamente nomeadas e qualificadas: nacionalidade, estado civil, profissão, 
residência, etc. 
Quando?- Localização temporal do momento em que ocorreu o fato jurídico central. 
Onde? – Localização espacial do fato jurídico. 
Como? – Registro das principais ocorrências da forma como o fato jurídico aconteceu. 
Por quê? – Registro da(s) razão(ões) que deu(deram) origem ao fato jurídico. 
Por isso... – Registro da(s) consequência(s) advinda(s) do fato jurídico. 
 
Narrativa Simples Narrativa Valorada 
A seleção é imparcial; assim, registram-se 
informações relevantes para as duas partes. 
A seleção é parcial; assim, registram-se 
informações relevantes, apenas, para a parte 
que se representa. 
Sequência cronológica linear. Sequência cronológica linear ou não linear. 
Polifonia frequente. Polifonia quando necessária. 
Uso da 3ª pessoa do singular e verbo no 
pretérito. 
Uso da 3ª pessoa do singular e uso mais 
frequente no pretérito, usa-se, também, o 
presente. 
Sem modalizadores. Uso frequente de modalizadores. 
 
Atividade de revisão: 
 
Extraído de: Jus Vigilantibus - 14/09/2011 (texto adaptado para esta prova). 
 
TV YYYY deve indenizar mulher que teve número de celular divulgado em novela 
 
Segundo o processo, em 27 de janeiro de 2003, a personagem da atriz Lili BBB na novela "Sabor da Pele" 
escreveu o que seria o número de seu celular em um muro. Josenilda Maia Flores, a autora da ação de 
indenização, afirmou: “usaram o meu número sem o meu consentimento, passei a receber inúmeras ligações, a 
qualquer hora do dia e da noite, de pessoas desconhecidas que queriam saber se o número realmente existia e se 
era da Lili. Sou hipertensa, minha saúde ficou afetada, sofri transtornos pessoais e profissionais. Ora, uso meu 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
Aula: 
007 
Assunto: Elementos da narrativa forense: narrativa a serviço da 
argumentação 
Folha: 
9 de 10 
Data: 
03/09/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aula-007/WLAJ/DP 
telefone para trabalhar, já que sou operadora de telemarketing.” 
O mecânico Fernando Flores, marido de Josenilda disse “Levei muito susto de madrugada com esse 
telefone tocando! Acordava assustado pra ouvir um gaiato pedindo pra falar com a gostosona da minha mulher.” 
Carla Maia Flores, filha do casal revelou: “Minha mãe foi até internada por dois dias, com pressão alta no 
Barra Cor. Quando voltou do hospital nem queria atender telefone. Quando ele tocava, ela desatava a chorar.” 
Em primeiro grau, o dano moral foi reconhecido e a TV YYYY foi condenada a pagar indenização de R$ 4,8 
mil. Ao julgar a apelação, o Tribunal de Justiça de São Paulo elevou o valor para 50 salários mínimos vigentes na 
época, equivalentes a R$ 19 mil. A emissora recorreu ao STJ alegando que a dona da linha teve mero desconforto 
que não configuraria dano moral indenizável. 
 
Material para consulta: 
 
Código Civil 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a 
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
 
Considere que lhe tenha sido solicitada a produção de um Parecer técnico-jurídico sobre o caso concreto. 
 
a) Produza a ementa do parecer. 
 
RESPOSTA: Possibilidade de escritura da Ementa: 
 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO DE DANOS MORAIS – 
Divulgação do número do celular de operadora de 
telemarketing por emissora de televisão sem 
consentimento – Ligações constrangedoras em 
horários impróprios – Afetada saúde e vida 
profissional – Pedido deferido em primeiro grau e 
em grau superior – Alegação de mero transtorno --- 
Recurso ao STJ – Invasão de privacidade –
Inteligência do art. 927 CC – Parecer favorável à 
autora. 
 
b) Destaque três informações que registrou na ementa e componha um parágrafo argumentativo com essas 
informações. Utilize um dos artigos destacados. 
 
RESPOSTA: 
- Divulgação do número do celular de operadora de telemarketing por emissora de televisão sem 
consentimento. 
- Ligações constrangedoras em horários impróprios. 
- Afetada saúde e vida profissional. 
Não há dúvida de que, no presente caso, aplica-se o art. 927 do CC. Isso porque a emissora de televisão 
cometeu ato ilícito e provocou danos à autora, uma vez que divulgou o número do telefone de Josenilda, sem o 
seu prévio consentimento. Além disso, com tal ato, causou-lhe danos a sua saúde, em virtude de ter passado a 
receber ligações constrangedoras em horários impróprios. Assim, deve reparar o dano causado. 
 
c) Que princípio poderia ser aplicado ao caso concreto? Por quê? 
 
RESPOSTA: Poder-se-ia aplicar o Princípio do Consentimento. O Princípio do Consentimento não foi 
observado, em razão de Josenilda ter seu número divulgado, em rede de televisão, sem prévia consulta da 
emissora se ela concordava ou não com tal divulgação. Aleatoriamente, foi escolhido e exposto um número de 
forma irresponsável, sem a preocupação dos danos que tal exposição pudesse causar à usuária do número. 
 
 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
Aula: 
007 
Assunto: Elementos da narrativa forense: narrativa a serviço da 
argumentação 
Folha: 
10 de 10 
Data: 
03/09/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aula-007/WLAJ/DP 
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